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DIREITO CIVIL II

DIREITO DAS OBRIGAÇÕES


AULA 10

Profa. GRAÇA PENELVA


“Conhecer para empreender o desenvolvimento sustentável da Amazônia"
OUTRAS MODALIDADES
DE OBRIGAÇÕES

Obrigações Civis ou Naturais

Obrigações de meio e de resultado

Obrigações Simples, Condicional ou a Termo

Obrigações Principais e Acessórias

Obrigações Líquidas e Ilíquidas

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OUTRAS MODALIDADES
DE OBRIGAÇÕES

OBRIGAÇÕES CIVIS

OBRIGAÇÕES NATURAIS

Distinguem-se quanto à exigibilidade de seu


cumprimento

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OBRIGAÇÃO CIVIL E NATURAL

OBRIGAÇÕES CIVIS – firmadas pelo vínculo


jurídico, confere garantia ao credor e sujeita o
devedor a determinada prestação, que se não for
adimplida garante ao credor exigir o direito
judicialmente

OBRIGAÇÕES NATURAIS – não constitui obrigação


de direito, mas de fato.
A relação não é protegida por uma ação para
constranger o devedor ao seu cumprimento. Todavia,
o cumprimento espontâneo considera-se pagamento
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Quanto ao fim as obrigações podem ser:

- -De meio

- - De resultado

- - De garantia

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OBRIGAÇÃO DE MEIO- o devedor promete
empregar seus esforços, independente do resultado.
Ex: serviço médico, serviço do advogado

OBRIGAÇÃO DE RESULTADO – quando o devedor


dela só se desonera quando o fim prometido é
alcançado. Não sendo, será considerado
inadimplente.
Ex: serviço de transporte, cirurgia plástica

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OBRIGAÇÃO DEGARANTIA

A obrigação de garantia visa eliminar um risco que


pesa sobre o credor.

Ex: prêmio de seguro, garantia bancária, fiança.


Em regra obrigação de garantia se apresenta como
subespécie do contrato de resultado.

Cabe ressaltar que o devedor não se libera nem


por ação de outrem ou por caso fortuito ou força
maior

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OBRIGAÇÃO QUANTO AO MOMENTO DA
EXECUÇÃO

OBRIGAÇÃO DE EXECUÇÃO INSTANTÂNEA

OBRIGAÇÃO DE EXECUÇÃO DIFERIDA

OBRIGAÇÃO CONTINUADA

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OBRIGAÇÃO DE EXECUÇÃO INSTANTÂNEA
Se consuma em um só ato, sendo adimplida
imediatamente.

OBRIGAÇÃO DE EXECUÇÃO DIFERIDA


O cumprimento também se realiza em um só ato,
mas em momento futuro.

OBRIGAÇÃO CONTINUADA OU PERIÓDICA


Também chamada de trato sucessivo, se cumpre
por meio de atos reiterados.
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QUANTO AOS ELEMENTOS ACIDENTAIS

OBRIGAÇÃO PURA E SIMPLES

OBRIGAÇÃO CONDICIONAL

OBRIGAÇÃO A TERMO

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ELEMENTOS ACIDENTAIS

Elementos acidentais são convenções acessórias


que constituem em autolimitação da vontade

CONDIÇÃO

TERMO

ENCARGO

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CONDIÇÃO

É acontecimento futuro e incerto de que


depende a eficácia do negócio jurídico.

Da sua ocorrência depende o nascimento ou a


extinção de um direito.

Art. 121. Considera-se condição a cláusula que,


derivando exclusivamente da vontade das
partes, subordina o efeito do negócio jurídico a
evento futuro e incerto.
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CONDIÇÃO

São lícitas, em geral, todas as condições


não contrárias à lei, à ordem pública ou aos
bons costumes.

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CONDIÇÃO – REGRA LEGAL

“Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que


lhes são subordinados:
I - as condições física ou juridicamente
impossíveis, quando suspensivas;
II - as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita;
III - as condições incompreensíveis ou
contraditórias.”

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OBRIGAÇÃO A TERMO

A obrigação a Termo é aquela em que as partes


subordinam os efeito do negócio jurídico a um
evento futuro e certo.

Termo é o dia que inicia ou se extingue a eficácia do


negócio jurídico.

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OBRIGAÇÕES LÍQUIDAS E ILÍQUIDAS

OBRIGAÇÃO LÍQUIDA- a obrigação é certa


quanto à sua existência e determinada quanto
ao objeto, que apresenta valor certo a ser pago.

OBRIGAÇÃO ILÍQUIDA- seu objeto depende de


prévia apuração, pois seu valor apresenta-se
incerto.

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OBRIGAÇÃO PRINCIPAL E ACESSÓRIA

Reciprocamente consideradas as obrigações são


principais e acessórias.

Obrigação principal existe por si só, independe de


qualquer outra.

Obrigação acessória tem sua exigência subordinada


a outra relação jurídica.

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ADIMPLEMENTO DA OBRIGAÇÃO

Adimplemento da obrigação compreende uma


das formas de extinção da obrigação através do
seu cumprimento pelo devedor.

A regra de adimplemento é o pagamento.

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PAGAMENTO - CONCEITO

Pagamento é o ato jurídico formal, unilateral,


que corresponde à execução voluntária e
exata por parte do devedor da prestação
devida ao credor, no tempo, modo e lugar
previstos no título constitutivo.

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PAGAMENTO - ACEPÇÃO

Pagamento designa todas as formas de


cumprimento da obrigação; não
necessariamente em dinheiro.
É pagamento em sentido amplo:
- Espécies
- Objeto
- Serviço
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OBJETO DA OBRIGAÇÃO

Sem objeto não há obrigação.


O objeto será sempre um ato humano de:
dar → a entrega de uma coisa

fazer → o desempenho de uma atividade

não fazer → uma abstenção

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PAGAMENTO EM MOEDA

Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão ser


pagas no vencimento, em moeda corrente e pelo
valor nominal.

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PAGAMENTO EM MOEDA

Art. 318. São nulas as convenções de


pagamento em ouro ou em moeda estrangeira,
bem como para compensar a diferença entre o
valor desta e o da moeda nacional, excetuados
os casos previstos na legislação especial.

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PAGAMENTO – REGAS LEGAIS

Art. 316. É lícito convencionar o aumento


progressivo de prestações sucessivas.

Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis,


sobrevier desproporção manifesta entre o valor da
prestação devida e o do momento de sua execução,
poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo
que assegure, quanto possível, o valor real da
prestação.

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PAGAMENTO – REGAS LEGAIS

Art. 319. O devedor que paga tem direito a


quitação regular, e pode reter o pagamento,
enquanto não lhe seja dada.

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PAGAMENTO – REGAS LEGAIS

Art. 320. A quitação, que sempre poderá ser dada


por instrumento particular, designará o valor e a
espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou
quem por este pagou, o tempo e o lugar do
pagamento, com a assinatura do credor, ou do
seu representante.

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PAGAMENTO – REGAS LEGAIS

Art. 322. Quando o pagamento for em quotas


periódicas, a quitação da última estabelece, até prova
em contrário, a presunção de estarem solvidas as
anteriores.

Art. 323. Sendo a quitação do capital sem reserva dos


juros, estes presumem-se pagos.

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OBRIGAÇÃO – REGRA LEGAL

Art. 324. A entrega do título ao devedor firma a


presunção do pagamento.
Parágrafo único. Ficará sem efeito a quitação assim
operada se o credor provar, em sessenta dias, a falta
do pagamento.

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PAGAMENTO – QUEM DEVE PAGAR

Quem deve adimplir a obrigação é o devedor.

Todavia, qualquer interessado na extinção da


dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser,
dos meios conducentes à exoneração do devedor.

O terceiro não interessado, pode também


adimplir a obrigação, se o fizer em nome e à conta
do devedor, salvo oposição deste.

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QUEM DEVE PAGAR

►Devedor

QUEM PODE PAGAR

► Terceiro interessado na extinção da dívida

► Terceiro não interessado.


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PAGAMENTO – TERCEIRO NÃO
INTERESSADO

Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em


seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que
pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor.
Parágrafo único. Se pagar antes de vencida a dívida, só
terá direito ao reembolso no vencimento.

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PAGAMENTO FEITO POR TERCEIRO

Art. 306. O pagamento feito por terceiro, com


desconhecimento ou oposição do devedor, não
obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor
tinha meios para ilidir a ação.

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PAGAMENTO: A QUEM SE DEVE
PAGAR

Credor→ Como regra o devedor paga a dívida ao


credor que recebe a prestação ,objeto da obrigação.

O Credor é o titular do direto subjetivo ativo


contido na relação obrigacional, é aquele que detém
o credito.

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PAGAMENTO: A QUEM SE DEVE PAGAR

O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de


direito o represente ( alguém indicado pelo credor).

Caso o pagamento seja efetuado a outra pessoas, só


terá validade depois de ratificado pelo credor

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REPRESENTAÇÃO

Na representação o pagamento é feito a uma


pessoa e o ato é eficaz porque o representante
recebe em nome do credor.
“Art. 311. Considera-se autorizado a receber o pagamento
o portador da quitação, salvo se as circunstâncias
contrariarem a presunção daí resultante.”

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Credor putativo

Aquele que parenta a condição de credor


mas não é. O devedor é levado e erro. Nesse
caso se o devedor pagou de boa-fé, achando o
credor era o verdadeiro a obrigação está
adimplida.

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CREDOR PUTATIVO- REQUISITOS:

- Boa fé do devedor
- Escusabilidade do erro

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PAGAMENTO FEITO A CREDOR
INCAPAZ

Art. 310. Não vale o pagamento cientemente feito


ao credor incapaz de quitar, se o devedor não
provar que em benefício dele efetivamente
reverteu.

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LUGAR DO PAGAMENTO

O lugar do pagamento é aquele local do


cumprimento da obrigação, que via de regra consta
no contrato. Se não houver contrato ou se o contrato
não estipular, a regra é que o pagamento se faça no
domicílio atual do devedor.

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LUGAR DO PAGAMENTO

Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor


escolher entre eles.

Se o pagamento consistir na tradição de um


imóvel, ou em prestações relativas a imóvel, far-se-á
no lugar onde situado o bem.

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LUGAR DO PAGAMENTO

Art. 329. Ocorrendo motivo grave para que


se não efetue o pagamento no lugar
determinado, poderá o devedor fazê-lo em outro,
sem prejuízo para o credor.

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LUGAR DO PAGAMENTO

Art. 330. O pagamento reiteradamente


feito em outro local faz presumir renúncia do
credor relativamente ao previsto no contrato.

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TEMPO DO PAGAMENTO

Art. 331. Salvo disposição legal em contrário, não


tendo sido ajustada época para o pagamento, pode o
credor exigi-lo imediatamente.

Art. 332. As obrigações condicionais cumprem-se na


data do implemento da condição, cabendo ao credor
a prova de que deste teve ciência o devedor.

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TEMPO DO PAGAMENTO

Art. 333. Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes de


vencido o prazo estipulado no contrato ou marcado neste
Código:
I - no caso de falência do devedor, ou de concurso de credores;
II - se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados
em execução por outro credor;
III - se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, as garantias do
débito, fidejussórias, ou reais, e o devedor, intimado, se negar a
reforçá-las.
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COBRANÇA ANTECIPADA

1- no caso de falência do devedor, ou de concurso


de credores;
Lei de Falência n. 11.105/2005

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COBRANÇA ANTECIPADA

2 se os bens, hipotecados ou empenhados, forem


penhorados em execução por outro credor;

DEVEDOR → CREDOR 1 → BEM HIPOTECADO

CREDOR 2 → NOVA HIPOTECA

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1-A respeito do pagamento, como forma de adimplemento e
extinção das obrigações, é correto afirmar ( MPE-SE 2010-
Analista em Direito)

a) O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo não é válido,


provado ou não posteriormente que não era credor.
b) Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de
quitar, se o devedor não provar que, em benefício dele,
efetivamente reverteu.
c) Quanto ao lugar do pagamento, designados dois ou mais
lugares, cabe ao devedor escolher entre eles.
d) O pagamento reiteradamente feito em outro local, não faz
presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato.
e) O credor é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é
devida, se houver prova de que é mais valiosa.
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DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
AULA 10
Profa. GRAÇA PENELVA

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