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SINOPSE

Se o dinheiro pode realmente comprar felicidade, estou prestes a me tornar muito, muito
feliz.
Eles sempre estiveram me vigiando no Club Exposé.
As mulheres passam por mim como se não houvesse amanhã.
E realmente não haverá amanhã com elas.
Só esta noite.
Eu as pego. As uso. Desfruto delas.
Eu brinco com elas.
Depois eu lhes agradeço.
A seguir, não quero vê-las nunca mais.
Até que fui longe demais.
Fiquei um pouco fora de controle.
E eles me expulsaram do Club Exposé.
Agora, nem todos os meus bilhões de dólares vão me trazer de volta.
Meu rosto bonito e corpo duro como pedra, não vão abrir as portas para a boate mais quente,
da cidade de Nova York.

Só tem uma coisa que vai me deixar voltar. Ou melhor... uma pessoa.
Mas o preço que ela quer, é maior do que qualquer coisa que eu já paguei.
Para voltar ao paraíso, eu tenho que pagar algo que pode ser muito caro... até para mim.

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CAPÍTULO UM

Owen

— Mais forte, baby, me foda.

Eu agarro a cabeça de Lola, enquanto seu cabelo loiro comprido e ondulado,


desce e sobe furiosamente pelo meu pau duro.

Ela lambe e engasga um pouco, mas não dou a mínima se o resultado final é
como eu gosto, comigo gozando toda a porra no seu rosto e garganta abaixo.

Adoro esguichar meu esperma em gostosas no Exposé.

Oh, sim, você provavelmente está se perguntando quem diabos eu sou e o


que diabos é o Exposé? Permita-me explicar.

Eu sou Owen Wolfe, e se você não ouviu falar de mim, tenho orgulho de
dizer, que sou um membro do Gold Card aqui no Exposé.

Certo, agora, você quer saber o que é o Exposé, não é?

Bem, você é um filho da puta exigente, não é mesmo?

Tudo bem vou te satisfazer... por agora. Você deve saber, no entanto, que
minha paciência é extremamente curta na maior parte do tempo, e estou
acostumado a conseguir o que quero.

O Exposé é o mais quente e mais discreto clube de stripper e de sexo de toda


Manhattan. A melhor parte? Bem, está a apenas três quarteirões da minha casa,
por isso, se eu tiver o desejo de espalhar meu esperma por todo o rosto de uma

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garota, tudo que tenho que fazer é andar pela porra da rua e em segundos uma
stripper desesperada terá suas mãos em cima de mim.

Lola é uma das strippers aqui do Exposé, mas não é a minha favorita. Na
verdade, eu não poderia me importar menos com ela, mas é quente e pode
chupar um pau muito bem, então eu a escolho.

Estamos atualmente em uma das cabines do banheiro do clube. Você pode


achar nojento, pensando que soa muito desagradável fazer um boquete num
banheiro sujo de um clube, mas quando digo que desembolso um bom dinheiro
para ser um membro da seção VIP do terceiro andar da elite, é melhor você
acreditar que este local está limpo.

Quero dizer, Lola pode lamber o chão se quiser, mas por enquanto, eu
prefiro que ela continue lambendo meu pau enorme e duro.

Meu pau é difícil de engolir, mas apenas pelo melhor motivo. Tenho trinta
centímetros de carne palpitante e latejante, e não me importo com quem sabe
disso. Na verdade, eu tenho muito orgulho do meu tamanho e estou feliz em
enterrar meu pau em qualquer boceta que valha a pena cavar.

Eu também sou alto, mais de 1,80m com um queixo forte e esculpido que faz
toda garota babar.

Eu sou do tipo sombrio e introspectivo também, mas tenho um charme


carismático que atrai todas as garotas sexys, para os meus braços.

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Nunca perco um dia no ginásio, então se você está pronta para tocar em
um pacote de oito maciços1, eu os tenho aqui, esperando debaixo da minha
camisa. Eu sou comparado a celebridades como Ryan Reynolds2 e Zac Efron3 o
tempo todo. Vamos apenas dizer que eu tenho a aparência perfeita, o pacote
completo, como uma porra de uma estrela de cinema, ou uma estrela pornô, se
você preferir.

Você ama isso, não é? Eu aposto que você está totalmente molhada agora,
só pensando em mim e no meu corpo duro como pedra.

Bem, agora mesmo, estou nu da cintura para baixo, enquanto minhas calças
se acumulam em torno dos meus tornozelos. Lola está trabalhando seu toque em
mim, e tem a melhor ação de língua de qualquer garota no clube, mas mesmo
que ela seja gostosa, não é de longe a mais gostosa.

Quero dizer, ela é boa e tudo mais, mas eu não gosto muito de garotas
loiras, no momento. Eu prefiro ter uma morena, ou uma menina de
cabelos negros, que sabe como segurar, uma verdadeira nova iorquina, como eu.

Mas Lola pode dar boquetes premiados, e estou feliz por estar recebendo
um boquete dela, agora. Eu a puxo ligeiramente. Ela está nua, exceto por uma
calcinha rosa rendada, enfiada dentro da bunda dela, uma porra de um fio dental.

Eu empurro sua calcinha para baixo, quero dar uma boa olhada nos buracos
sensuais dela.

1
Maciços – músculos esculpidos com exercícios na barriga.
2
Ryan Reynolds - Ryan Rodney Reynolds é um ator, produtor, roteirista, apresentador e comediante canadense. Ele
é conhecido por seus papeis em National Lampoon's Van Wilder, Waiting..., The Amityville Horror
3
Zac Efrom - Zachary David Alexander Efron, mais conhecido como Zac Efron é um ator, cantor, dublador e
produtor executivo norte-americano. Tornou-se conhecido por protagonizar a franquia High School Musical e
também por ter participado de filmes como Hairspray, 17 Again, Charlie St.

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— Estou me preparando para gozar — eu rosno para ela mas quero transar
primeiro.

Você, provavelmente pensa: “Que tipo de babaca transa com uma stripper,
em um banheiro no clube de sexo”? Mas eu realmente não dou a mínima para o
que você ou qualquer outra pessoa pensam sobre mim. Eu sou um multi-
bilionário e posso fazer o que diabos eu quiser.

Saio da boca de Lola e ela limpa meu pré-gozo de seus lábios olhando para
mim com um sorriso travesso.

— Fique de quatro — eu ordeno para ela.

Ela faz o que é dito, porque não tem nenhuma escolha, eu estou no
comando aqui. Lola fica de quatro e me inclino e trepo no estilo cachorrinho. Eu
agarro seus quadris, enquanto entro e saio, empurrando mais e mais rápido, para
conquistar o meu vício, que é na forma de um orgasmo.

Eu sou viciado em sexo? Quem se importa? Que porra isso te interessa?

Quando sinto a explosão do meu clímax começar a bater em mim, saio


novamente e termino com a mão. Eu não tenho permissão para entrar em
nenhuma das strippers. Se elas me denunciam posso ser expulso do melhor clube
da cidade.

Eu pego Lola, vou gozar nela. Quero gozar em seu peito grande. Eu aponto e
atiro fogo, acertando minha carga quente nos seus peitos enormes, a maior parte
atingindo minha marca.

Acontece que o meu alvo, está um pouco desequilibrado, porque um pouco


do meu esperma, vai diretamente ao sapato de um cara, na cabine ao nosso lado.
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Foi um acidente total, mas, o cara resmunga de frustração e aborrecimento.

— Que porra é essa? — ele grita e eu o escuto abrir a porta da sua cabine.

O próximo som que ouço é a batida intrusiva na porta da cabine onde estou
transando com Lola.

— Tem gente aqui — eu digo casualmente, e sorrio para Lola, este é um


maldito jogo que amo. O cara sabe muito bem que estou aqui.

Lola responde, revirando os olhos e rapidamente se veste com seu uniforme


de trabalho, o que só acontece de ser um vestido preto, tipo macaquinho sexy
para caralho.

— Abra idiota! — o cara grita, enquanto continua a bater na porta.

Eu quero dizer a mesma merda para ele. Abra bastante, filho da puta, eu
tenho mais de onde isso veio.

Eu coloco minhas calças e começo a abotoar minha camisa, tomando meu


tempo. Depois de um momento ou dois, eu abro a porta, sorrindo
orgulhosamente.

— Sinto muito, senhor, posso ajudá-lo com alguma coisa? Você parece muito
chateado — eu respondo, com condescendência alegre.

— Sim, você jogou gozo no meu sapato. Isso é nojento! — o cara aponta
para o pé.

Eu coloco uma mão no meu quadril e aponto para o sapato.

— Você sabe, ouvi falar, que funciona fantasticamente bem para polir
sapatos — eu ofereço como uma sugestão.

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— Vá se foder! — ele ruge.

O homem é alto e esbelto, desengonçado na verdade, e me lembra da porra


do personagem de desenho animado Gumby4, embora ele não seja tão verde. Ele
tem cabelo castanho claro e está vestindo um terno bege feio, com uma gravata
amarela, ainda mais horripilante.

Enquanto isso, fecho minhas calças de volta, realmente lento, como se fosse
uma reflexão tardia ou alguma merda, eu quero deixar esse filho da puta ainda
mais desconfortável do que ele já está.

Lola corre entre nós, envergonhada e escapando em um momento.

— Ei, amigo, não pude evitar o que aconteceu com o seu sapato. Vou
apontar melhor da próxima vez — eu pisco para ele e tento passar.

— Como você se atreve a falar comigo assim! — o cara grita, mas eu posso
dizer que ele late, mas não morde.

— Desculpe-me? — eu giro de volta, agora estou ficando com raiva. —


Quem diabos você pensa que é?

— Você não sabe quem eu sou? — o cara grita, uma veia inchada na testa.

Eu realmente, não tenho a mínima ideia de quem é esse babaca e


francamente não me importo também.

— Não. Você sabe quem eu sou? — grito de volta para ele.

4
Gumby é uma franquia americana de animação de argila, centrada no personagem humanóide titular de argila
verde criado e modelado por Art Clokey. O personagem tem sido o tema de duas séries de televisão, um longa-
metragem e outras mídias

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Na verdade, eu sou um maldito grande proprietário e CEO da Lone Wolfe
Pictures, uma das maiores produtoras de Hollywood, embora eu passe metade do
tempo em Nova York.

Esse cara deveria saber disso, certo? Bem, eu com certeza pensava assim.

O cara aparentemente não quer esperar por mim para lhe dar uma
explicação, porque vejo seu punho vindo para mim no instante seguinte, apenas
os meus reflexos e treinamento no boxe me dão a vantagem, literalmente.

Eu bloqueio seu soco e dou um golpe limpo em seu rosto, derrubando o filho
da puta de costas, que cai de bunda.

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CAPÍTULO DOIS

Owen

Acendo um charuto dentro do meu novíssimo Aventador5 vermelho, no


estacionamento do clube. Respiro profundamente o tabaco glorioso enquanto ele
enche meus pulmões e me acalma.

Eu poderia estar cruzando a linha aqui, mas não quero que vocês me vejam
assim. Saí às pressas do clube, antes que a culpa me pudesse ser atribuída.

Eu não quero ser pessimista ou protagonista, e sempre vou fugir na porra de


um minuto, se isso significar que posso me livrar de problemas.

Antes de apertar o botão e ligar a ignição, um homem bem vestido


se aproxima do carro. Não tenho escolha a não ser cumprimentá-lo, já que a
janela está abaixada, por causa do meu charuto.

— Eu não dou uma chance para as pessoas na rua. — sorrio arrogante,


embora possa dizer pelo jeito que ele está vestido, que provavelmente não é o
motivo dele estar de pé ao lado da janela do meu carro.

— Desculpe-me? — o homem pergunta confuso.

Eu sacudo minha cabeça, aparentemente estou parecendo um maldito


idiota.

— Nada. Você estava no clube? — eu pergunto.

5
O Lamborghini Aventador LP 700-4 é um carro esportivo de motor central produzido pela fabricante italiana
Automobili Lamborghini

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— Sim, senhor — o homem acena com a cabeça.

— Não consigo encontrar meu Gold Card — digo, me referindo à minha


carteira de associação ao clube de sexo, no terceiro andar do clube de strip. Eu
perdi em algum lugar na briga com o homem no banheiro.

— Senhor, sua filiação será suspensa — diz o homem, se desculpando.

— O quê? — eu grito. — Eu preciso falar com Jay. Ele é o gerente. Vá buscá-


lo — eu exijo com um estalo dos meus dedos.

— Sr. Wolfe, receio que não há nada que Jay possa fazer no momento para
ajudá-lo — o homem suspira, como se estivesse acostumado a lidar com idiotas
como eu, o tempo todo, e ele têm algum tipo de limite de paciência acima do
normal.

— Vá e chame-o — eu exijo com mais força desta vez.

O homem revira os olhos e suspira novamente.

— Tudo bem — ele gira e sai. Percebo que é alto e um pouco robusto, usa
uma jaqueta de couro preta, grande. Ele é provavelmente um dos fodidos servos
de Jay, reflito amargamente.

Dou outra tragada no charuto enquanto espero Jay sair, o que para minha
surpresa, ele realmente faz. Jay está provavelmente na casa dos sessenta anos e
tem cabelos grisalhos, provavelmente por ter que administrar esse clube todos
esses anos. Ele também está vestido com um terno e, como sempre, tem uma
postura profissional.

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— O que foi, Owen? — ele diz, inclinando para falar comigo através da janela
do carro.

— O que diabos está acontecendo? Por que minha filiação está suspensa? —
eu choro como a criança mimada que sou.

Jay respira fundo, se preparando para se explicar.

— O conselho já sabe sobre o seu pequeno encontro com o inspetor French


— diz Jay.

— O quê? Quem diabos é o Inspetor French? — grito — Mais importante,


como o conselho já sabe o que aconteceu? Foi apenas há cinco minutos atrás! —
eu grito, assumindo vagamente o fato de que algo realmente aconteceu, e que
pode ou não ter sido ligeiramente suspeito.

— Isso me leva ao meu próximo ponto — diz Jay, e se inclina contra o carro,
ainda olhando para mim no banco. — Inspetor French é o homem que acabamos
de contratar para classificar o clube. Ele é importante, Owen.

— Oh! — eu digo, sentindo o choque, mas ainda não estou convencido de


que minhas ações justifiquem uma suspensão. — Ainda não entendo o que essa
merda tem a ver comigo — afirmo com firmeza.

— Owen, você socou o cara. Tem de haver consequências — afirma Jay


pacientemente.

— Ele estava vindo para cima de mim! — eu tentei me defender, mas posso
dizer que não vai adiantar em nada. Esses idiotas não vão recuar.

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— Obviamente, o inspetor foi ao conselho e contou imediatamente o que
aconteceu. Ele está chocado e nos disse que você gozou na porra do sapato dele.
Isso é verdade Owen? — Jay balança a cabeça em desgosto. — Se for, isso é uma
merda nojenta do caralho, cara.

— Isso é irrelevante — continuo a argumentar, contornando e evitando a


pergunta de Jay. — Eu sou um maldito cliente pagante e tenho meus direitos.

— Este não é um maldito tribunal Owen — Jay me dá um olhar


envergonhado. — A diretoria diz que suas ações são perturbadoras e dignas da
ofensa. Minhas mãos estão amarradas — ele admite.

Eu bato no volante frustado, depois olho para Jay quando uma ideia vem a
mim.

— Deixe-me falar com o conselho — eu peço.

— Desculpe-me, cara. Não posso — Jay nega com firmeza.

— Por que diabos não? — eu rosno, desespero me enchendo até o núcleo.

— Eles não falam diretamente com os clientes — admite Jay. — É aí que eu


entro, como uma espécie de ligação.

— Isso é uma besteira inventada! — eu grito.

— Eu não posso ajudar você, Owen — diz Jay e se afasta me pedindo


desculpas, dizendo que eu deveria ir para casa e dormir um pouco.

Assisto com fúria, enquanto ele caminha de volta para o clube e fora da
minha vista. Apago meu charuto e vou embora correndo.

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Você se lembra, que eu disse, que só moro a alguns quarteirões de distância,
certo? Sim, eu poderia andar até o clube, mas acabei de comprar esse carro e
quero dirigir por aí. Então me processe.

Eu mencionei que moro bem aqui na cidade que nunca dorme? Meu
caminho para casa não é longo, mas estou chateado o suficiente para dirigir por
cem milhas, embora agora eu só possa ir para o meu elegante e luxuoso
apartamento.

Saio do carro, jogando as chaves para o manobrista que parece ser um cara
jovem e magro, usando uma roupa vermelha de mensageiro com detalhes
dourados.

Eu lhe dou um leve aceno em agradecimento, e lhe dou uma boa gorjeta
antes de caminhar em direção ao saguão do prédio.

— Boa noite, senhor — nosso porteiro idoso me cumprimenta com um


brilho nos olhos.

— Hey, George — dou-lhe uma piscadela e um sorriso.

George Worthington é a cola que mantém este edifício unido, e não consigo
imaginar um mundo, onde eu não veja seu rosto brilhante esperando que eu
volte para casa todas as noites.

— Obrigado, George — eu digo e passo por ele, enquanto segura a porta


aberta para mim.

Sou imediatamente atingido com o frescor do ar condicionado, quando deixo


a quente e úmida noite de verão atrás de mim.

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Boa merda, até onde eu sei.

Aperto o botão do elevador para o quadragésimo nono andar, onde meu


apartamento na cobertura tem vista para o Central Park. No caminho, um
pensamento terrível entra correndo na minha cabeça, e eu sei que não vou
dormir essa noite.

Se eu for banido do clube agora, vou sentir falta do meu ‘encontro’ com
Crystal Caspen, a prestigiada stripper cinco estrelas que eu sempre quis, mas que
está sempre reservada.

Soco a porta do elevador quando saio para o corredor, fervendo com a


percepção de que vou ter que desistir do meu cobiçado lugar com ela este
mês. Eu preciso pensar em um plano e muito rápido.

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CAPÍTULO TRÊS

Owen

Na manhã seguinte, ainda estou abalado com a minha injusta proibição no


Exposé Clube, e tentando pensar em uma maneira de voltar ao meu lugar favorito
na Terra.

A luz entra pela janela do meu escritório, com vista para o rio Hudson, em
Lower Manhattan. Eu me deixo cair sentado em minha mesa e suspiro, enquanto
pressiono minha gravata no meu peito e esfrego sua superfície distraidamente.

— Uh, senhor?

Olho para cima e vejo minha secretária, Melissa, me encarando. Ela está com
cinquenta e poucos anos, a melhor de todas nesta porra de negócio. Não há um
cronograma lá fora, que Melissa não possa domar. Não há um babaca que ela
esteja com muito medo para mandar embora.

Ela é definitivamente minha pessoa-faz-tudo, e eu sou a inveja do mundo do


entretenimento por causa dela.

— Melissa? — eu olho para ela, imaginando como entrou aqui tão rápido
porque eu ainda só tive tempo de me sentar.

— Desculpe, segui você até aqui — diz ela, ajustando seu terno de calça
cinza.

— Oh, tudo bem — eu aceno a mão com desdém, e olho em volta da minha
mesa, embora eu não tenha a mínima ideia do que estou procurando.

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— Você tem uma reunião com o diretor do projeto Miller, marcada para o
meio-dia e então tem uma apresentação de leitura com os produtores do
próximo filme de ação/ aventura à uma. Você quer que eu passe um deles para
mais cedo ou mais tarde, para poder ter algum tempo adicional para chegar a
ambos no horário?

Melissa me olha com expectativa através de seus grandes olhos verdes. Ela
tem cabelo loiro cor de areia, que está usando em um rabo de cavalo. Tem belas
curvas, mas está fora do meu alcance em decorrência da sua idade.

Não que eu esteja dizendo que nunca iria querer foder uma mulher mais
velha, porque eu pularia na chance, só não quero foder nada com Melissa, porque
ela é indispensável.

— Uh! — eu gaguejo, me sentindo confuso por dentro.

— Owen, você está bem? — Melissa tem preocupação gravada em seu rosto.

— Eu? Sim... hum, estou bem — sorrio e limpo a garganta.

— Tudo bem — diz ela, mas posso dizer que não a convenci. — Você parece
um pouco desorientado, isso é tudo — acrescenta ela.

Eu endireito meus ombros.

— Não vou participar de nenhuma apresentação ou reunião hoje — digo


com firmeza. — Você precisa fazer isso no meu lugar — eu aviso-a, sabendo
muito bem que é capaz e confiável. Esta não é a primeira vez que estou pedindo a
ela para fazer algo assim.

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— Ok, o que você precisar, senhor — ela me lança uma leve reverência e
começa a se afastar de volta para sua própria mesa, do lado de fora da porta do
meu escritório.

— Ei, Melissa? — eu chamo antes que ela saia completamente.

Ela se vira de novo.

— Sim, senhor?

— Você pode chamar a estagiária e dizer a ela para trazer meu café da
manhã? Certifique-se de que não estrague tudo desta vez.

— Sim, Owen, é claro — Melissa me dá um sorriso e gira em seu salto para


sair.

Melissa está acostumada com meu tom autoritário, e leva tudo com calma,
como a água saindo das penas de um pato. Ela sabe exatamente como eu gosto
do meu maldito café, com dois salpicos de creme e sem açúcar.

Eu só espero que a porra da estagiária aprenda como fazer isso certo. Talvez
nesse momento eu tenha tempo para aprender o nome dela, embora duvide,
porque os estagiários nunca duram por aqui, eles sempre acabam rastejando de
volta para o mesmo buraco de onde vieram e conseguindo um emprego real em
outro lugar.

Disquei para o meu melhor amigo, Victor, e deixei no viva-voz até ele
atender, e pego o receptor.

— E aí cara.

— Ei — diz Victor.

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— O que está se passando? — eu pergunto, sentindo vontade de desabafar
meus problemas para meu companheiro número um.

— Acabei de chegar ao trabalho — comenta Victor.

Victor é diretor de filmes, que vive na fachada de uma vida sonolenta nos
subúrbios de Greenwich, em Connecticut, com sua esposa e duas filhas gêmeas
de cinco anos de idade, chamadas Belle e Allie.

Ele não é considerado um bilionário, ou até mesmo um milionário, mas ele


faz muito e bem, enquanto sua esposa gerencia as crianças em casa, cozinhando e
as carregando em torno de seu novo Suburban. Ele gosta de ir ao Exposé comigo
em qualquer chance que tenha.

Ele é meu amigo desde o primeiro ano da faculdade, e eu o amo pra


caramba.

— O que há com você? — Victor pergunta.

— Uma confusão de merda — eu rio.

— O que tem de novo nisso? — Victor brinca.

— Você não vai acreditar, na porra da noite que eu tive ontem — eu


começo. — Minha chance de pegar a Crystal e conseguir um lugar na primeira fila,
para provar essa doce boceta está se tornando um sonho mais uma vez — eu
balancei minha cabeça, tristemente.

— O que aconteceu? — a voz de Victor é curiosa.

— A Crystal virou fumaça, mais uma vez intocável — eu reclamo ainda


chateado.

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— O que diabos Owen Wolfe fez agora? — Victor canta no telefone. Ele
conhece bem a minha personalidade.

— Bem, começou comigo fodendo Lola no banheiro do terceiro andar no


Exposé — eu começo — e acidentalmente, joguei um pouco do meu esperma, no
sapato do inspetor de saúde, enquanto ele estava na cabine ao nosso lado —
balanço minha cabeça com a maldita ironia da situação, e apesar das
conseqüências, eu não posso deixar de sorrir.

— Porra, cara — responde Victor.

— Então, é claro que, a porra do cara tem que ir e tagarelar sobre mim, para
os membros do conselho. Jay me disse que, minha assinatura de Card Ouro, está
suspensa por enquanto.

— Então, quando você vai recuperá-la? — Victor pergunta.

— Eu ainda tenho que descobrir como resolver essa merda sozinho, irmão —
admito.

Estou distraído momentaneamente, quando a estagiária aparece na sala,


segurando meu café. Eu me movo, para que coloque sobre a mesa e aceno para
ela sair do escritório.

— Então, por que você apenas não pagou o inspetor de saúde para manter a
boca fechada? — Victor ri.

— Uau... essa é realmente uma ótima ideia — eu admito. — Em


pensamento, eu provavelmente devia ter feito isso — rio.

A sugestão de Victor me dá uma ideia, me enchendo de novas esperanças.

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— Ei, cara, você acha que poderia ir às reuniões, no meu lugar?

— O quê? Como diabos eu posso fazer isso? — Victor protesta, mas não é a
primeira vez que ele me ajuda também, bem como Melissa.

— Eu tive uma ideia — eu digo. — Eu realmente preciso da sua ajuda. Não


me faça implorar.

Eu ouço Victor suspirar.

— Ok, Owen, mas você fica me devendo.

Eu dou risada.

— Eu te devo tudo, eternamente — eu lembro a ele.

— Verdade — ele ri.

— Você pode me encontrar no meu apartamento, hoje à noite?

— Estarei lá — Victor concorda, então desligamos.

Victor governa sua casa com mão de ferro, e enquanto ele continuar dando à
sua gananciosa esposa, uma bela quantidade de dinheiro para gastar, ela não vai
reclamar se ele chegar em casa tarde de vez em quando.

Eu preciso consertar essa porra de bagunça em que estou, agora mesmo.

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CAPÍTULO QUATRO

Owen

Eu entro no escritório do inspetor de Saúde, verificando essa merda de


lugar. As mini persianas nas janelas são desenhadas, o que dá à área da Recepção
uma aparência suja e sensação sombria, irônico esse entendimento, dado que seu
trabalho é dizer às pessoas como limpar seu lugar.

O som de um pequeno sino atravessa a sala quando fecho a porta atrás de


mim, alertando a secretária na recepção que há um cliente entrando.

— Boa tarde — ela diz alegremente.

Ok, isso pode ser mais fácil do que eu achei. Jogo meu sorriso mais
encantador e carismático quando me aproximo da mulher.

Ela é um pouco mais forte dos lados e tem o mais bonito quadril de parideira
de todos os tempos. Está usando um cachecol cor vinho, mesmo que seja um
maldito verão lá fora. Ela tem cabelo loiro que é puxado para trás em um coque,
com uma volumosa franja.

— Oi, querida — sorrio para ela, mostrando meus dentes perfeitamente


retos e brancos. Corro a mão pelo meu cabelo cheio e escuro para dar impacto e
pisco para ela.

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Percebo que ela tem um donut6, meio comido, colocado em um guardanapo
ao lado de seu teclado.

— Tendo um pequeno lanche da tarde? — aponto para o donut.

Ela ri.

— Você sabe, apenas, para aguentar passar o resto da tarde.

— Ouvi sua dica — eu digo, tentando me relacionar, embora eu não coma


porcaria de junk food7. Você viu meu corpo musculoso? Eu me orgulho de quase
não ter gordura corporal.

Ela continua a rir.

— Posso ajudá-lo com alguma coisa?

— Tenho certeza que pode — pisco para ela.

Ela cora e coloca a mão sobre a boca.

— Estou procurando por Leonard French — pergunto pelo inspetor de saúde


que está arruinando a porra da minha vida, a cada minuto.

A mulher me dá um leve aceno e depois olha para a tela do computador.

— Ele realmente não está em uma reunião agora — diz ela.

— Maravilhoso — eu exclamo e abro os braços. — Hora perfeita, né?

6
Um donut, doughnut, dónute, rosca ou rosquinha é um pequeno bolo em forma de rosca mais precisamente de
toro, popular nos EUA e de origem incerta.
7
Junk food, também coloquialmente, — porcaria— ou — besteira, — é uma expressão pejorativa para —
alimentos com alto teor calórico, mas com níveis reduzidos de nutrientes. — Acredita-se que a expressão tenha
sido criada por Michael Jacobson, diretor do Center for Science in the Public Interest, em 1972.

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A mulher parece sinceramente se justificar, talvez até um pouco
envergonhada.

— Infelizmente, o Sr. French normalmente não permite reuniões


improvisadas — ela olha para mim e oferece outra solução — se você quiser,
posso tentar um encaixe amanhã.

Eu me inclino contra o lado da mesa dela.

— Hmm — eu sussurro — Eu não acho que amanhã vá funcionar. Você vê,


estou tendo uma espécie de emergência de inspeção de saúde... — eu paro,
esperando que minha doce conversa e fingido desespero, me ajudem aqui.

— Bem... eu... uh... — a mulher olha entre mim e o computador, se sentindo


claramente encurralada e indecisa, sobre se deve me mandar embora ou me
permitir falar com o inspetor French.

— Está tudo bem — eu continuo colocando mais charme para tentar


convencê-la. — Nós nos conhecemos antes, ontem à noite. Ele pode estar me
esperando, para ser honesto.

Ok, eu sei que ele não está esperando que eu entre direto em seu escritório,
mas a outra parte da minha mentirinha branca tem alguma verdade nisso. Eu
realmente o encontrei na noite passada.

A mulher parece realmente dividida, mas eu a adulo ainda mais.

— Vamos lá, eu estou tendo um dia realmente de merda — eu digo a ela,


pegando pesado — Você seria minha heroína se me deixasse falar com ele. E a
propósito, adorei o seu cachecol — eu aponto para o pescoço dela.

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Ela cora de novo, e eu posso dizer que está absorvendo todos os elogios que
estou despejando em seu caminho. E provavelmente, encharcando a merda da
sua calcinha. A cadela triste, provavelmente vai para casa sozinha para saborear
seus sentimentos todas as noites. Se eu puder ajudá-la a se sentir melhor por
cinco minutos, então me chamem de bom samaritano do dia.

— Ok — ela finalmente desaba. — Você pode entrar lá com a


única condição, que diga a ele que eu protestei — diz ela.

— Confie em mim, isso não será um problema — eu digo a ela e lhe dou
outra piscadela.

Ela respira fundo, como se estivesse animada só de estar conversando com


um cara tão quente quanto eu.

— Passe por aquele conjunto de portas duplas, vá até o final do corredor e


vire à esquerda. Seu escritório é o primeiro à esquerda.

Ela aponta na direção que está me instruindo a ir.

Eu concordo.

— Muito obrigado, querida — eu lhe sopro um beijo antes de ir embora.

Alguns segundos depois, entro no escritório do inspetor, não dando a


mínima para o que ele está fazendo lá. Assim que ele me vê, pula de seu
computador e olha para a porta como se estivesse esperando uma porra de
guarda-costas para vir e resgatá-lo.

Ele tem um olho roxo onde eu dei o soco nele. Bom para o filho da puta, isso
deveria lhe ensinar uma lição de não mexer com o mestre.

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— Que diabos você está fazendo aqui? — ele pergunta, enquanto dá alguns
passos defensivos para trás.

— Estou aqui para trazer o Natal um pouco mais cedo este ano — eu digo e
pego meu talão de cheques.

— O que é isso? — ele aponta, enquanto eu rabisco uma quantia em sua


superfície.

— Considere isso uma oferta de paz — eu sorrio para ele enquanto tiro o
cheque do talão.

Eu lanço para ele um olhar e vejo seus olhos ficando mais largos a cada
segundo.

— Vinte mil dólares? Que diabos é isso? — ele acena com o cheque no ar,
mas rapidamente olha para porta do escritório como se ele estivesse paranóico.

— Eu preciso do meu Gold Membership e ser reintegrado no Club Exposé —


eu digo com naturalidade.

— Não posso te ajudar — ele imediatamente balança a cabeça e tenta


entregar o cheque de volta para mim, mas eu recuso.

— Eu acho que você está enganado — eu digo e empurro o cheque de volta


para ele. — Esta é uma negociação não opcional aqui.

Imagino a gostosa da stripper Crystal em minha mente e ela é o combustível


que preciso para ter certeza, que esse cara concorde com o meu plano. Em minha
opinião, estou disposto a fazer o que for preciso para tirar minha suspensão do
clube e removê-la do meu registro.

28
Para minha surpresa, o inspetor começa a rir.

— Há algo engraçado, porra? — eu lhe dou um olhar azedo.

French coça a cabeça com sua merda de dedos longos e esguios.

— Sim, na verdade existe. Seu dinheiro não é necessário, especialmente não


do idiota que gozou no meu sapato.

Eu mudo meu peso e movimento meu maxilar.

— Você tem algum motivo para estar balbuciando besteiras? — eu rosno.

— Além disso, se você acha que sou o responsável por sua suspensão, você
está muito enganado — French balança a cabeça. — É meu trabalho
simplesmente informar à diretoria que o clube estará falhando na inspeção, e
tenho que dar a eles uma razão honesta.

— Então você me dedurou como na quinta série? — eu zombo.

— Eu estou apenas fazendo o meu trabalho, cara — o cara levanta as mãos


defensivamente. — O que acontece depois disso está além do meu controle.

— Basta voltar para o conselho e lhes dizer que você mudou de ideia ou algo
assim — digo o que me vem à cabeça, qualquer desculpa que me vem à mente.

— Desculpe, não posso fazer isso — diz o idiota, e continua sacudindo a


cabeça. — O conselho já tentou me pagar para passar na inspeção. Eu acho que
eles te venceram — ele acrescenta com uma expressão de presunção.

— Então, você está me dizendo que você é um inútil de merda? — eu grito.

— Estou dizendo que parece que sua suspensão é sua punição — ele levanta
as sobrancelhas para mim.
29
Eu quero dar um soco em sua cara de novo e até mesmo em seus olhos
negros para simetria, mas me contenho porque sei que isso não vai me levar a
nada.

Essa maldita doninha, não vai fazer nada para me ajudar. A expressão de
French suaviza, mas apenas ligeiramente.

— Se você quiser ter sua suspensão revertida, então você terá que voltar
para o clube, e falar com eles. Somente os proprietários, têm o poder de mudar
essa decisão.

— Obrigado por nada — murmuro, e saio do escritório. Ótimo! Apenas


ótimo, porra!

Bem, acho que preciso colocar o Plano B, em movimento, se ao menos eu


soubesse qual era o Plano B.

30
CAPÍTULO CINCO

MOLLY

Eu sempre tenho meu alarme, no lado oposto do meu quarto. Dessa forma,
quando ouço o som pela manhã não tenho escolha a não ser levantar da cama e
desligá-lo.

Uma vez que já estou de pé, não adianta voltar para aqueles cobertores
quentes e aconchegantes, essa é a lógica que vivo todos os dias.

Eu sou Molly Quinn, e se você sabe alguma coisa sobre mim, é que sou
uma mulher competitiva tentando apenas traçar um caminho de sucesso para si
mesma. Eu não paro para ninguém, coloco cada grama de sangue, suor e lágrimas
em tudo que faço.

Não faz sentido fazer alguma coisa pela metade, e esse é outro dos meus
lemas.

Está escuro quando aperto o botão no celular para silenciar o alarme. Eu


bocejo, me estico e ligo a luz do banheiro, que lentamente cria um brilho quente
no meu quarto. O ponto é ajustar meus olhos para a luz, antes de ir para a
cozinha.

Eu me visto com meu equipamento de treino e vou para a minha cozinha,


onde faço um bule de café, que vou beber depois que fizer o meu treino.

Eu então caminho para a minha sala de estar, onde minha bicicleta elétrica
fica orgulhosamente em frente à janela panorâmica, com vista para o centro de

31
Manhattan. Pego o jornal matinal e procuro lê-lo depois de subir em minha
bicicleta, para a sessão de spinning8 desta manhã.

Você provavelmente acha que eu sou louca por me levantar antes do


amanhecer, apenas para 'fingir' correr em uma bicicleta ergométrica. Você pode
perguntar por que eu simplesmente não corro pelas ruas da cidade.

Bem, eu me sinto mais confortável em minha própria casa, colecionando


suor, enquanto faço algo agradável como ler o jornal da manhã. Correr em minha
bicicleta elétrica, é como um relaxamento, tenso, de como uma mulher recebe
seu momento de descontração no dia.

Olho em volta para o meu apartamento limpo e organizado. Não posso fingir
que algo está fora do lugar. Nem mesmo uma partícula de poeira ou uma única
migalha é permitida viver no meu andar.

As únicas coisas em minhas bancadas são meu pote de café e torradeira, e


isso é só porque eu não tenho espaço no armário para os colocar, caso
contrário preferiria que as bancadas ficassem completamente nuas.

Eu sou o que a espécie masculina se refere como 'beleza e cérebro'. Eu sou a


garota nerd9 quente, se você quiser chamar assim. O que é um paradoxo, certo?

Mas sim, isso é totalmente eu, em poucas palavras.

Também sou a única filha do magnata dos negócios Richard Quinn, dono da
Quinn Industries. O que essa empresa faz, você pergunta?

8
O ciclismo indoor, muitas vezes também chamado de spinning, é uma forma de exercício com aulas focadas em
resistência, força, intervalos, alta intensidade e recuperação, e envolve o uso de uma bicicleta ergométrica
estacionária especial com volante em sala de aula
9
Nerd é um conceito sociológico moderno que por vezes é descrito como uma tribo urbana, muito embora possua
características gerais mais imprecisas do que a maioria delas, e embora também não preceda à autoidentificação

32
Bem, digamos que meu pai administra os clubes de entretenimento
especiais de Manhattan. Sua empresa é responsável pela contratação, demissão e
pela administração geral dos talentos para os clubes de strip-tease10 mais
populares da cidade.

Ele é um bastardo rico, mas eu tenho que amá-lo, porque ele é meu pai.

Isso não significa que eu realmente goste dele, certo? Meu pai e eu temos
muitas das mesmas qualidades que podem ser parte da razão pela qual nós
batemos cabeças tantas vezes. Eu me considero uma mulher forte e voltada para
os negócios, assim como meu pai pensa de si mesmo, apenas do ponto de vista
masculino.

Há apenas uma pequena falha neste sistema, que o impede de funcionar


tranquilamente e tem um nome. Ou devo dizer, ele tem um nome.

Sim, eu não sou filha única.

Meu irmão mais velho, Harry Quinn, é minha maior competição. Não as
outras mulheres lá fora, tentando fazer um nome para si no mundo dos negócios
de Nova York. Não, é meu próprio irmão mais velho.

Harry e eu somos opostos em todos os sentidos, mesmo quando se trata de


nossas características físicas. Harry tem cabelos ruivos escuros e é ondulado. Eu
tenho um longo cabelo loiro liso.

10
Striptease [striptís] é um ato, geralmente envolvendo dança, no qual uma pessoa se despe completamente para
outras pessoas de forma a excitá-las sexualmente. Embora a maioria das pessoas que façam striptease sejam
mulheres, também existem homens strippers

33
Harry gosta de me lembrar que eu pareço ser uma ‘puta tensa com um pau
na bunda’ o tempo todo, então talvez meu pai devesse me dar atenção e me levar
a sério.

Sim, essa é uma citação direta do próprio Harry Quinn. Eu sei que sou
tensa, não é preciso um cientista de foguetes para descobrir isso.

Eu sempre serei a segunda quando se trata da amada criança dourada


Harry. Ele poderia peidar e meu pai o elogiaria por fazer melhor. É assim que o
biscoito se desintegra na família Quinn.

Enquanto isso, minha mãe chique se senta ao fundo, limando as unhas e


julgando tudo que se move ou respira.

Nós não somos exatamente a família simbólica, e Disfuncional


provavelmente deveria ser nosso sobrenome ao invés de Quinn, mas é pegar ou
largar, eu sei que eles são meu único ingresso para a vitória.

Desço da bicicleta, suada e com o coração batendo forte. Eu andei muito


rápido hoje, pensando na raiva que meu irmão e meu pai me deixam.

É apenas uma situação frustrante de se estar, especialmente quando tudo o


que quero na vida, é fazer um nome para mim e ter sucesso.

Eu volto para o meu banheiro e preparo um banho morno. Sim, eu sou


esquisita e prefiro banheira depois dos meus treinos, em oposição aos chuveiros.

Ficar deitada na água, faz meus músculos relaxarem e não me sinto tão
dolorida depois. Tome notas, pessoal... Eu posso dar dicas de treino super
secretas do mundo, você nunca sabe.

34
Enquanto fico ali, submergindo a maior parte do meu corpo na água, penso
em como é difícil ser mulher nessa sociedade. Eu não quero apenas quebrar o
teto de vidro, quero foder com os estilhaços desse filho da puta. Como com uma
marreta, enquanto todo o vidro chove em todos os homens, que dizem às
mulheres que não podem ser nada.

Ok, talvez haja uma chance de estar sendo um pouco melodramática, mas eu
estou apenas tentando explicar a você, como é difícil e como na maioria das vezes
eu me sinto como uma isca de tubarão.

Os padrões duplos existem e as competições são todas unilaterais. Eu sou


muito mais inteligente, do que o meu irmão imbecil Harry.

Crescendo, quem estava nos programas talentosos e superdotados da


escola? Se você está adivinhando, então, você ganha o prêmio. Parabéns.

Harry nunca trabalhou duro, a menos que ele ache que alguém o está
observando. A motivação não é conduzida pelo desejo real de fazer um trabalho
surpreendente. Ele só quer ser preguiçoso e ficar rico, sendo o centro das
atenções do meu pai.

Sim, sou mal-humorada, mas tenho o direito de ser. Eu mereço muita


atenção, se não mais do que Harry, porque realmente me esforço no meu
trabalho.

Mas todas as minhas provações são em vão, porque no final, Harry sempre
recebe o voto do meu pai. Tem que haver algum segredo para provar o meu valor
para o nosso pai, mas eu ainda tenho que descobrir isso.

35
Os homens não podem me controlar, eu já sei disso. Eu quero ser superior,
ou no mesmo nível que eles, no mínimo, e eles não gostam disso, nem um pouco.

Eles não podem lidar com uma fêmea alfa. Os caras precisam se sentir no
controle o tempo todo e, eles não deixam mulheres bem-sucedidas agarrá-los
pelas bolas.

Enquanto me visto de maneira sexy, uma saia e blusa branca, penso em


como estou cansada de tentar obter a aprovação dos homens. Sou dona de mim
mesma e não vou responder a ninguém.

Ando até à porta da frente e a fecho atrás de mim, me preparando para


outro dia no escritório e esperando o melhor.

36
CAPÍTULO 6

MOLLY

Eu ando pelo corredor até o meu escritório, no centro de Manhattan e todo


mundo está olhando para mim. Isso é meio normal... eu acho.

Meus amigos me provocam o tempo todo me chamando de ‘atraente’, o que


eu acho que significa que tenho a aparência loira explosiva.

Para mim, sim, sou confiante, mas não por causa da minha
aparência. Acredito firmemente que é o que está dentro, que realmente conta.

Se eu puder ter uma discussão decente sobre os problemas do mundo ou a


melhor maneira de fazer um negócio funcionar, então estou tendo um bom
tempo.

Sim, sou do Tipo A todo o caminho, e sim, incomodo a maioria das pessoas
que conheço por causa da minha personalidade.

De qualquer forma, de volta ao presente. Eu ando até à minha secretária,


que está sentada em um cubículo do lado de fora do meu escritório.

— Oi, Katrina — cumprimento com um sorriso positivo para começar o dia


com o pé direito.

— Oi, Molly — responde Katrina. Ela está em seus quarenta e tantos anos,
não é casada e não tem filhos. Eu acho que ela é uma senhora louca por gatos,
mas a amo e a respeito. Inferno, eu provavelmente vou acabar como ela um dia.

37
Katrina tem o cabelo cinza, que usa em um estilo curto super chique e
clássico, e ela sempre usa cores fortes e vibrantes. Eu tenho que reconhecer, a
garota realmente fica bem no estilo irreverente.

— Eu realmente sinto muito — Katrina diz se desculpando, enquanto se


encolhe no que é vergonha aparente.

— Desculpe pelo quê? — eu rio e olho em volta do escritório, tentando


descobrir do que ela está falando.

— Eu não consegui lidar com ele, nem consegui mandá-lo embora — afirma
vagamente.

Olho para a porta aberta do escritório e percebo que a luz já está acesa. Isso
por si só não é completamente curioso, porque às vezes Katrina vai ao meu
escritório quando eu não estou lá para arquivar documentos ou para encontrar
alguns documentos que ela possa precisar e que eu tenha.

— Existe... alguém lá dentro? — eu sussurro e aponto para a minha porta


aberta.

— Sim — Katrina faz uma careta. — Eu sinto muito, Molly, ele foi inflexível,
disse que precisa falar com você imediatamente.

— Quem é ele? — eu pergunto, sentindo uma intriga sinistra.

Katrina encolhe os ombros.

— Não me disse.

— Hmm — eu digo, e estreito meus olhos. — Eu acho que se começar a


gritar, ligue para o 911 — eu brinco.

38
Katrina engole em seco.

— OK.

Eu ando para o meu escritório sem saber o que esperar, mas estou
arrepiando de interesse.

Eu tenho que morder minha língua para me impedir de deixar que um


suspiro audível escape dos meus lábios. Quando abro a porta por completo, vejo
o corpo de um deus grego diante de mim, ele está de pé perto das janelas de
vidro.

Eu o examino cuidadosamente, observando cada característica, sua


aparência e linguagem corporal. Ele tem cabelos negros, que separou
intricadamente de lado e está bem barbeado, com um rosto lindo.

Eu não sei quem é esse cara, mas estou deduzindo pelo jeito que ele está
sorrindo para mim com as mãos nos bolsos, que é uma pessoa poderosa, com
toneladas de influência e que não tem medo de usar em quem ele encontrar.

Ele tem bastante arrogância em seus movimentos, para evitar qualquer


mulher em seu caminho e isso, infelizmente, parece me incluir.

— Eu acho que você pode estar no escritório errado — eu brinco, tentando


quebrar o gelo com esse pedaço misterioso, ainda que totalmente fodível.

Sim, estou extremamente envergonhada de admitir que sinto uma atração


instantânea, por esse homem. Mas eu ainda sou uma mulher de sangue quente,
afinal.

39
— Oh, confie em mim — ele sorri maliciosamente e dá um passo mais perto
de mim — estou exatamente onde eu preciso estar.

— Você parece muito confiante — eu bufo, embora não queira. — Posso te


ajudar com alguma coisa?

Coloco minha bolsa na mesa e fico em frente a ele. Ele olha profundamente
nos meus olhos, e por mais chato que pareça, juro que quase me perco em sua
deliciosa cor caramelo.

Eu respiro fundo, e limpo minha garganta esperando que ele diga o motivo
de sua presença.

— Não é todo dia que eu tenho o prazer de ter um visitante me


cumprimentando quando eu chego no escritório — eu brinco ainda mais,
pensando que isso está me ajudando a relaxar, mesmo que não seja tão
engraçada assim, como em tudo.

Ele ri de qualquer maneira, acho que para me apaziguar, o que me faz sentir
ainda mais patética.

Ele se aproxima de mim e pega minha mão, me assustando. Suavemente


beija o topo da minha palma e pisca para mim.

Quem diabos é esse cara, ele simplesmente pulou de um filme preto e


branco de 1920?

Brincadeiras à parte, seus lábios macios me fazem formigar entre as minhas


pernas, quando ele faz contato pele a pele.

40
Eu tento, fortemente, nivelar as reações do meu corpo e manter meu rosto
neutro.

Puxo minha mão.

— Por favor, sente-se — aponto para a cadeira em frente à minha mesa.

Ele faz o que peço e continua a sorrir para mim, como se fosse o presente de
Deus para as mulheres ou algo assim, e eu devesse estar honrada em estar em
sua presença.

Talvez eu esteja. Quem sabe? Ele com certeza é gostoso demais. Eu sinto
que estou sob um feitiço ou algo assim, com esse cara.

— Então, quem diabos é você exatamente e o que está fazendo no meu


escritório? — eu vou direto para a questão urgente, da hora.

Ele ri novamente.

— Você não tem medo de ser franca, não é?

— Não particularmente... — eu digo, encontrando seu olhar frio.

— Eu sou Owen Wolfe, e é um prazer conhecer você — ele estende a mão


novamente, e quando eu a pego tenho aquela sensação de calor novamente,
derretendo minha pele apenas com o seu toque.

— Por que esse nome soa familiar? — eu pergunto e contemplo a resposta.

— Eu escuto isso o tempo todo — ele me dá um sorriso extravagante, que é


ridiculamente cheio de arrogância machista.

— Então, o que faz de você especial? — eu provoco.

41
— Eu sou o fundador, proprietário e CEO da Lone Wolfe Pictures — diz ele
com orgulho.

— Eu amo seus filmes! — eu exclamo. — Como você consegue que todas


as celebridades da lista, façam os papéis em seus filmes?

— Fácil — diz ele, e pisca para mim novamente. — Eu tenho o charme que
todos eles querem.

Eu dou risada. Esse cara é foda demais.

— Aquele filme sobre duas pessoas que se perdem na floresta, em um


acampamento e depois se apaixonam um pelo outro? Você sabe... como é
chamado? — eu estalo meus dedos e tento quebrar meu cérebro.

— Caçado — ele balança a cabeça. — Sim, é nosso.

— Grande filme — eu aceno nostalgicamente com um sorriso. Estou


totalmente distraída agora. Ainda preciso saber por que Owen Wolfe da Lone
Wolfe Pictures está aqui no meu escritório. E eu, definitivamente não preciso
estar agindo como uma fangirl11.

Como se estivesse lendo minha mente, ele finalmente deixa cair a razão de
estar aqui.

— Eu quero levá-la para jantar — diz ele com um entusiasmo que é...
surpreendentemente difícil de resistir ou dizer não.

Mas ainda estou surpresa.

Jantar? De onde diabos veio isso?

11
Fangirl – garota fã

42
Confusa, faço o que vem naturalmente e zombo de sua proposta.

— Você está brincando? — eu rio.

— Não — ele afirma, parecendo confuso.

— Eu nem te conheço — eu balanço minha cabeça, me perguntando quando


a brincadeira terminaria.

— Esse é o ponto do encontro — diz ele como se estivesse afirmando o


óbvio. — Eu estou realmente falando sério aqui — acrescenta ele — conheço
vários lugares modernos para desfrutarmos o jantar. Conheço muitas pessoas,
nós podemos simplesmente entrar, nós nem precisamos de uma merda de
reserva — ele se gaba.

Eu fico olhando para ele perplexa por alguns segundos.

— Não posso, me desculpe, minha agenda está cheia no momento — eu


preciso acabar com isso, especialmente com a maneira que ainda estou reagindo
a ele.

— Eu insisto — diz ele, e percebo alguns tons firmes em sua voz.

— Posso avisar você quando minha agenda vagar — eu o olho nos olhos,
sem vontade de recuar.

Owen suspira e se levanta. Sim! Eu acho que isso significa que estou
ganhando essa batalha. Ele pega uma caneta da minha mesa, levanta um Post-it12
e rabisca seu número no centro do papel.

12
Post-It® é uma marca registada da 3M Company que identifica um tipo de bloco de notas composto por
pequenas folhas de papel adesivo de várias dimensões

43
— Se você mudar de ideia, aqui está minha linha direta. Eu normalmente
não dou meu número particular para as pessoas — ele diz, como se eu devesse
me sentir honrada em recebê-lo ou alguma merda.

— Ok — eu respondo.

— Ligue quando a sua agenda vagar — diz ele, e sem outra palavra,
desaparece tão rapidamente quanto chegou.

44
CAPÍTULO 7

MOLLY

Eu chego na casa dos meus pais ao meio-dia em ponto. Coloco meu carro no
estacionamento, desligo e respiro fundo enquanto saio do assento.

Olho para Quinn Manor, enquanto estou na entrada da garagem em um


torpor. Meus pais vivem nos Hamptons13, o que não deveria ser surpresa para
você ou para qualquer pessoa que conheça nossa família. Minha mãe gosta de
estar na costa, onde pode sentar na praia e beber coquetéis com as amigas,
enquanto fofocam sobre outras donas de casa ricas.

Todos os dias venho aqui para almoçar com meu pai. Todos os dias como
sempre, meu pai não se importa.

O objetivo da minha chegada é relatar sobre a empresa, seus processos


diários e como as coisas estão indo.

Meu pai nunca me pede para fazer isso e tenho certeza de que não dá a
mínima para o que tenho a dizer, mas eu o faço de qualquer maneira.

Você provavelmente quer saber por que eu gasto uma quantidade


incansável de esforço, para impressionar alguém que não me percebe. Sim, dói às
vezes, mas isso só prova a minha devoção, não só ao meu pai, mas ao nosso
negócio familiar como um todo.

13
Os Hamptons são um grupo de vilas de luxo, localizado no estado de Nova Iorque, nos Estados Unidos da
América. O seriado Revenge tem como cenário principal este balneário

45
A empresa é minha vida e me preocupo mais com isso do que com qualquer
outra pessoa envolvida, simplesmente não recebo o reconhecimento que
mereço. Eu não vou deixar essa pequena falha me atrapalhar, sempre começo
meu dia com propósito dirigido.

Pense nisso como uma espécie de tradição. Sim, isso me ajuda a não parecer
tão louca… certo?

— Ei, papai — dou a Richmore Quinn, vulgo meu pai, um sorriso educado e
beijo o topo de sua cabeça enquanto passo por ele.

Ele já está sentado na cabeceira da mesa, onde ele pertence, na sala de


jantar formal de sua mansão.

— Boa tarde, Molly — ele acena com a cabeça em um gesto de saudação.

Eu suspiro e me sento ao lado dele, do lado direito. Eu olho em volta da


sala. Minha mãe sempre garante que haja, um buquê de rosas frescas, no centro
da mesa de vinte lugares.

Hoje não é exceção, e elas estão florescendo com prazer. Eu posso cheirar
seu aroma, fresco e florido.

— Você está bem hoje, papai — eu sorrio para ele novamente.

— Molly, você pode me fazer um favor? — meu pai brevemente olha para
mim, ignorando o meu elogio.

— Claro — eu dou de ombros. — O que é?

— Você pode se sentar do outro lado?

— Você quer dizer... ali? — eu aponto para o outro lado da mesa.

46
Meu pai sorri de alívio.

— Sim, por favor, isso será perfeito.

Eu olho para ele com confusão.

— Por quê? Não há ninguém na sala com você, papai.

Eu sei exatamente porque meu pai está me pedindo para mudar, é por causa
da porra do Harry. Harry fodendo Quinn, o bastardo do rato com quem acabo por
compartilhar uma relação de sangue, porque saímos da mesma vagina.

Está certo, caso você esteja esquecendo, me permita que eu te


atualize. Harry Quinn, meu irmão. Harry é o herdeiro deste ridículo 'trono' da
Quinn Industries e atualmente está atuando como CEO da empresa.

— Papai, você vê Harry na sala agora? Ele não é dedicado como eu — eu


também defendo meu caso. — Quero dizer, vamos lá, ele se importa o suficiente
para vir aqui todos os dias no almoço e dar a você o resumo da empresa?

Eu estou gritando como uma assombração neste momento e tenho certeza


que meu pai não tem paciência para isso, mas agora nem me importo.

Meu pai suspira, revira os olhos e coloca o guardanapo no colo enquanto


espera que seu criado venha colocar a comida na sua frente.

— Eu não peço que você venha aqui e me dê o resumo da empresa,


Molly. Eu estou a par todos os dias, como já te disse — meu pai dá um sermão.

— Que seja — eu zombo e me movo dramaticamente para o banco


esquerdo, me certificando de fazer beicinho, bufar e fazer uma cena enquanto
faço isso.

47
— Molly... — meu pai suspira novamente — Não se comporte como uma
criança mimada.

— Então não me trate como uma, pai — eu digo de volta.

Meu pai e eu almoçamos juntos, sentados principalmente em silêncio, mas


fico tagarelando mecanicamente com meu laptop, contando sobre os eventos
mais recentes, que acho que ele pode querer estar a par no que diz respeito ao
talento e novas contratações.

Depois que comemos, meu pai sai da sala. Ele planta um beijo na minha
testa.

— Como sempre, é adorável almoçar com você, querida — ele diz e começa
a se afastar.

— Papai, espere — eu digo de volta para ele.

— Sim? — ele se vira.

Meu pai ainda tem cabelos grossos e escuros, que só agora estão
começando a ficar cinza nas laterais. Ele está vestindo um terno cinza risca de giz
e percebo que ele está afinando, costumava ser um tipo corpulento.

— Por que você está tornando Harry o CEO? Não é justo — eu odeio me
rebaixar a esse nível, mas sinceramente não consigo entender as escolhas do meu
pai.

— Molly, você está muito protegida para entender por que estou fazendo de
um jeito diferente com a empresa? Harry é apenas... — ele encolhe os ombros —
você sabe, um ajuste melhor — ele sorri timidamente.

48
— Eu tenho todo o tempo do mundo, papai — cruzo meus braços
desafiadoramente. — Por favor, me esclareça por que você não vai me dar uma
chance. Eu sou muito boa no meu trabalho e sou a melhor escolha. Você sabe
disso, papai, no fundo você sabe — eu argumento.

— Harry conhece os pormenores da empresa — meu pai está se agarrando


a palhas, pelo menos é assim que me parece, quer ele veja ou não. — Ele é bom
com as pessoas, encantador.

Eu zombei.

— Papai, você não pode estar falando sério agora — eu grito. — Hum, vamos
contar a vida perfeita de Harry, vamos?

Meu pai muda seu peso desconfortavelmente e revira os olhos, mas está em
silêncio. Aparentemente, ele vai me deixar pegar as rédeas e sair nessa pequena
tangente.

— Não esqueça, papai, Harry dorme por aí, fodendo qualquer coisa que se
mexa. Ele nunca vem aqui para participar dessas reuniões de negócios...

Richmore Quinn me interrompe.

— Estes são almoços, não reuniões de negócios.

— Pare! — eu levanto a mão para silenciá-lo. — Ele dorme durante o


trabalho, ele raramente é visto em seu escritório... quer dizer, papai, a lista
continua e continua — afirmo.

49
Meu pai e eu nos encaramos por alguns segundos, nenhum de nós tendo
coragem de ceder. Então meu pai ruge com raiva, enviando arrepios pela minha
espinha, mais uma vez tentando me colocar no meu lugar.

— Molly, isso é o suficiente — ele grita. — Você não tem o direito de falar
comigo dessa maneira ou questionar minhas escolhas. Eu sou seu pai — ele
afirma com firmeza — se você fosse melhor na tomada de decisões e resolução
de conflitos, então eu teria nomeado você como CEO, não Harry. É um plano
simples, Molly, preto e branco. Não há linha cinza aqui — ele aponta o dedo para
mim.

— Papai — eu sussurro baixinho e olho para o chão.

— Outra coisa — ele grita — Você nunca assume riscos. Harry vive para a
aventura e ele está sempre criando novas maneiras de desenvolver a empresa, a
sai-se bem. Essa é a principal vantagem de Harry! — meu pai fala.

— Você realmente acha que eu sou tão patética? — eu olho para o meu
pai.

Meu pai zomba.

— Por que eu iria querer uma pessoa chata, com um pau permanentemente
na sua bunda para herdar a minha empresa? Molly, você a afundaria no segundo
em que pusesse as mãos nela. Este é um negócio de entretenimento, e as coisas
precisam ser dinâmicas o tempo todo.

Uau. Essa porra doeu.

Eu passo por meu pai, pronta para correr da sala e vomitar o almoço que
formou uma rocha sólida no meu estômago.
50
— Onde você está indo? — meu pai chama atrás de mim.

— Eu estou pedindo para ser dispensada, papai — digo, sem olhar para trás,
ódio amarrado nas minhas palavras, enquanto corro para fora da mansão e para a
luz do sol ofuscante.

51
CAPÍTULO 8

MOLLY

Me sento no banco de trás do carro, esperando o motorista voltar para a


cidade. Estamos quase lá. Dificilmente qualquer congestionamento de tráfego nos
espera na jornada de volta, o que é totalmente fora do normal.

Eu olho pela janela, e parece que está ficando nublado lá fora. Talvez uma
tempestade de verão esteja a caminho.

Suspiro e me inclino de volta no meu assento, fechando meus olhos


brevemente. Aproveito este momento para contemplar as palavras do meu pai
para mim. Não importa o quão duro elas foram, eu sei que no fundo, são
verdadeiras.

Isso ainda não me faz sentir melhor, e no momento, eu o detesto, por mais
horrível que seja dizer isso sobre meu próprio pai. No final, sei que vou matar
mais moscas com mel. Vou sorrir e aguentar quando tiver que fazer, mas pelo
menos por alguns momentos, me deixo ficar de mau humor.

Eu sei que jogo com segurança, e não tenho o que você chamaria
exatamente de ‘lado selvagem’, mas gosto de organização, é apenas quem eu
sou.

Não é como se eu pudesse mudar completamente a minha personalidade,


com a porra de um chapéu.

Ou eu posso...?

52
Me perco em pensamentos enquanto penso em maneiras de ser mais
despreocupada e menos tensa. Então isso me atinge.

Foda-se sim! Eu sei exatamente por onde começar.

Eu tenho que provar ao meu pai e seus pequenos fodidos lacaios que sou do
tipo que assume riscos.

Pego o cartão de visita de Owen, passo meu polegar contra sua superfície
sulcada.

Sorrio para mim e leio a impressão no topo.

Owen Wolfe, proprietário e fundador da Lone Wolfe Pictures.

Do outro lado está o post-it que eu colei no cartão depois que ele
saiu. Respiro fundo e olho pela janela. Estamos indo pelo túnel da Holanda. Isso
me dá a quantidade exata de bravura que eu preciso, para digitar os números
para sua linha privada. Eu aperto o botão na hora certa para nós ressurgirmos do
outro lado, em Manhattan.

Uma vez que estamos novamente sob a exposição direta da luz do sol, eu
tomo uma ação que, antes de hoje, exigiria muita contemplação, profunda
reflexão e um milhão de células cerebrais de análise antes de chegar a uma
decisão.

Sim, eu sei que sou uma nerd, um caso perdido, você não precisa me
dizer. Na verdade, não me diga se estou cometendo um grande erro, discando
para Owen. Isso não faz parte do acordo. Você só deveria sentar aí e ouvir a
minha vida se desenredar e se isso for um acidente de trem, então é tudo culpa
minha.
53
Há um zumbido no meu ouvido, do outro lado da linha. Merda! Eu ainda
posso desligar… devo desligar?

Não, eu não deveria aceitar o seu conselho, lembra? Owen responde no


terceiro toque.

— Owen Wolfe — ele libera, soando apressado.

— Hum… ei… é… Molly. Você sabe, Molly Quinn? Você foi no meu escritório
esta manhã.

Estou divagando como uma idiota. Ele vai pensar que eu sou uma perdedora
retardada e não o culpo nem um pouco.

— Oh, oi, Molly — sua voz muda instantaneamente e se torna mais


acessível, mais suave e mais sexy do que o possível.

Eu tento respirar de maneira uniforme para não ter um ataque de pânico, no


telefone com ele. Eu me lembro de que estou tentando virar uma nova página e
me tornar mais ousada.

Me convencer será metade da batalha.

— Oi — eu digo, e me pergunto se ele pode ouvir o sorriso, que está no meu


rosto.

Neste momento, prometo a mim mesma que isso não é sobre tentar marcar
um encontro, ou um jantar grátis com Owen, ou qualquer homem para esse
assunto.

54
Isto é sobre eu decidir, no último minuto, que vou morder a bala e chamar
Owen. O risco é o que eu estou perseguindo, não estou me apaixonando por
aquelas tentativas clássicas que os caras usam para conquistar mulheres.

Eu suspiro de prazer caprichoso.

— Estou ligando para aceitar sua oferta — eu digo.

— Você está? — sua voz está surpresa, mas ele também parece confiante,
não há nenhuma dúvida sobre isso.

— Sim — eu digo com firmeza.

Eu passei pela parte difícil, a ligação e realmente estou falando com


ele. Agora deve ser fácil e suave navegar a partir daqui... espero.

— Isso é ótimo — ele ressoa com sincero entusiasmo.

— Minha agenda está livre agora. Eu quase não consigo acreditar — eu


rio. — Você é sortudo.

— Eu vou dizer — ele responde. — Você também pode estar me dizendo que
acertei o prêmio da loteria — ele canta.

— Oh, por favor — eu bufo. — Sem cantada barata.

— Ok, eu posso concordar com isso — ele ri baixo e estrondoso. Porra, até a
maldita risada dele é sexy.

— Hum... então, onde você está no momento? — Eu pergunto e mordo meu


lábio.

— Estou em casa — afirma.

55
— Onde é sua casa, posso perguntar? — eu uso minha melhor voz de
paquera.

— Você vem aqui?

Nós nos comunicamos dessa forma, eu sei como é esse jogo.

— Claro — eu limpo minha garganta, tentando ajustar um pouco o tom.

— Eu moro no Avalon. Você conhece?

— Uau — eu digo. — Sim, eu sei exatamente onde fica — ele não está
blefando, afinal de contas, ele é realmente um bastardo rico...

— Ok, meu apartamento é no quadragésimo nono andar — ele declara.

— Eu vou te ver em alguns minutos — afirmo, e sinto a bolha de energia


nervosa, mas excitada, subir na minha barriga quando desligamos.

— Você pode ir para o Avalon? — peço ao meu motorista.

— Sim, senhora — ele inclina o chapéu.

Parece que são necessários dez milésimos de segundo para chegar ao seu
prédio, o que me dá literalmente pouco tempo para me preparar mentalmente
ou fisicamente, mas estou pronta para o desafio. Quero dizer, tenho que estar,
não tenho? Faz parte do pacote, ‘provando a mim mesma’.

Entro no Avalon com um propósito e uma confiança vívida. O porteiro me


deixa entrar como se estivesse me esperando. Eu aperto o botão do elevador e
subo os quarenta e nove andares sozinha.

56
Percebo a multidão de andares neste edifício e fico maravilhada com a altura
desse arranha-céu. Eu sei que há uma suíte na cobertura que ocupa todo o andar
superior, mas você precisa de uma chave para o acesso.

No caminho, imagino quem mora lá e se Owen os conhece. Eles


provavelmente saem o tempo todo e bebem conhaque e tragam charutos ou algo
assim... seja lá o que os caras façam juntos, quando são tão ricos que nem sabem
como gastar todo o seu dinheiro.

Eu ando pelo corredor e toco a campainha do apartamento de


Owen. Respiro fundo e ajusto minhas roupas, passando minhas mãos pelos meus
longos cabelos loiros.

Alguns segundos depois a porta se abre e Owen está diante de mim, lindo e
sexy como sempre. Eu nem conhecia esse cara, mas eu o conheço agora e isso é o
suficiente para evitar ficar com medo e fugir.

Minha mente já está definida e não há como voltar atrás agora. Owen está
instigante, quente e mal vestindo qualquer roupa. Ele está vestido com calças de
moletom preto e não parece nem um pouco embaraçado, por ser visto nessa
condição.

Eu instintivamente olho para baixo e percebo seu pacote se arqueando entre


suas pernas. Puta merda, é enorme, eu posso dizer. Quero colocar minhas mãos
naquele pau duro dele e não tenho ideia de onde esta motivação está vindo, mas
de repente sou compelida com a química que gira ao nosso redor, como se não
tivesse controle sobre nada disso.

57
Seu corpo esculpido me cativa e eu estou me tornando completamente
absorvida por quão detalhado ele é.

Eu não quero nada mais do que tocá-lo e ter as mãos dele em mim também.

— Entre — Owen sorri para mim e se move para me deixar passar.

Ficamos em seu foyer14 por alguns instantes enquanto continuo a admirá-lo.


Seu peito está brilhando. Eu me vejo caminhando lentamente em direção a ele,
atraída como um ímã.

Ele me dá um sorriso travesso e diabólico.

— Então, por que sua agenda ficou vaga de repente? — seus olhos brilham
com malícia.

Eu não sei por que faço isso, mas algo toma conta de mim, algo
incontrolável. É como tudo o que eu sou. Eu percebo que estou liberando meu
lado interior, de garota malvada. Um lado que eu normalmente mantenho firme,
ignorando sua existência até mesmo para mim.

Mas agora? Estou pronta para deixar esse lado sair, para jogar.

Eu me dispo, ficando com a minha lingerie preta rendada diante dele, o


provocando. Estou quase nua, vulnerável e exposta. Meu corpo irradia o calor
que sinto por dentro.

— É por isso — eu digo, e olho para ele sedutoramente, tentando acalmar


meu coração acelerado. Que porra vai acontecer agora?

14
Foyer: - Área externa dos auditórios, definido por ser o local ideal para pequenas exposições, excelente para
realização de reuniões.

58
CAPÍTULO 9

OWEN

Eu tenho que olhar duas vezes.

Porra. Ela está realmente parada aqui na minha frente vestindo nada além
de uma lingerie de renda preta? Isso é totalmente inesperado.

Instintivamente, dou um passo à frente, precisando beber de seu corpo


inebriante e perfeito. Seus braços são finos e sua barriga é plana, pelo que eu já
consigo ver através da lingerie.

Ela está jogando um jogo safado, e mesmo que eu saiba que sou a isca, não
me importo. Eu preciso atacá-la.

Ela está mordendo o lábio e olhando para mim. Eu sei que ela está
brincando. Eu pisco de novo, isso é real... certo?

Ela não é apenas uma invenção da minha imaginação.

Para provar essa teoria, eu pego seus braços... gentilmente, mas com um
leve puxão de força.

Sua pele é tão macia. A química surge entre nós quando, as pontas dos meus
dedos tocam o pescoço dela.

Eu não sei qual parte dela explorar primeiro. Porra, eu não quero perder
nada ou deixar uma única área de fora.

— Você é uma garotinha travessa.

59
Eu respiro em seu pescoço, enquanto vejo arrepios na pele dela. Eu sei que é
de prazer pelo olhar luxurioso e carente que ela está me dando.

Meus próprios olhos se enchem de desejo.

Seu perfume cheira incrivelmente. Eu tenho que explorar seu corpo, a porra
de um templo erótico.

Eu a prendo contra a parede.

— Você gosta disso?

Eu lhe dou um sorriso diabólico.

Ela morde o lábio novamente e sorri.

Aperto seus pulsos com mais força, firmemente a segurando contra a


parede, pressionando meu pau em sua barriga, mesmo que ainda esteja vestindo
minha calça de moletom.

— Vamos lá, menina, fale comigo.

— Você é tão gostoso — ela finalmente respira. Eu sei que ela quer se render
a mim.

— Isso é uma fantasia selvagem sua?

Minha pergunta é mais como um apelo.

Eu sei em que direção estamos indo, só quero ouvir as palavras dela. Meu
desejo é uma fera que precisa ser domada.

— Sim — sua voz é pouco acima de um sussurro, um momento cheio de


paixão entre nós.

60
Ela não tenta escapar do meu alcance. Ela quase se derrete em meus braços.

— Eu quero beijar você — desafio.

— Então por que diabos você não beija? — ela levanta uma
sobrancelha. Porra, ela é sexy e sabe disso. Ela está me tocando como um violino
e é música para meus ouvidos.

Meu pau contorce e formiga em minhas calças, implorando para estar livre,
para se esfregar contra sua parte interna das coxas.

O ar é denso e suado entre nós. Meu coração bate em meus tímpanos,


enquanto minha respiração fica presa na minha garganta.

Eu quero que esse momento permaneça em minha mente para sempre. Eu


tomo uma imagem mental, antes de me inclinar para o nosso primeiro beijo.

Eu pressiono meu rosto em seu pescoço, buscando para beijá-la primeiro,


para provocar e tentar. Mordo o lóbulo da orelha dela e ela passa as mãos pelo
meu cabelo.

Porra, é tão bom ter suas mãos em mim agora. Isso me faz querer que ela
me toque para sempre.

Porra, como eu gostaria que a vida tivesse um botão de pausa e


rebobinar. Esta é uma cena que eu colocaria em repetição.

Movo meus lábios para sua boca, com fome de desejo por ela. Com uma
necessidade quase frenética, nossos lábios finalmente se encontram e eu esmago
minha boca na dela.

61
Ela tem gosto de cerejas doces. Seu cabelo cheira a coco e estou no maldito
paraíso agora, intoxicado por seu cheiro e gosto.

Ela separa os lábios para permitir que minha língua entre para explorar. Seus
beijos provocam choques eletrizantes de prazer, subindo e descendo pela minha
espinha.

— Eu quero provar você — minha voz goteja com insinuações sexuais,


porque ao mesmo tempo, eu estou falando sobre sua boceta doce. E ela sabe
disso.

— Me sinta — ela comanda, e eu obedeço.

Desço minha mão direita e empurro entre as pernas dela.

— Porra — eu falo instintivamente assim que a sinto molhada.

Ela sorri maliciosamente para mim.

— Eu te disse.

— Eu fiz isso com você, baby?

Eu já sei que a resposta para minha pergunta, porra de inferno, é sim.

Ela sorri e ri um pouco, se contorcendo ao meu lado.

Eu solto seus pulsos e a deixo solta... pelo menos por agora. Estou tão
quente por ela que poderia transar com ela bem aqui, contra a parede, no meio
do meu hall de entrada.

Eu quero tomar com precisão esta daqui, no entanto, aproveitando o


momento para fazer ele durar para sempre. Lentamente, pego a mão dela e a
levo para o quarto.
62
— Onde estamos indo? — sua voz é grossa de desejo.

— Não se preocupe, eu não vou parar de tocar em você — eu a tranquilizo,


enquanto a levo para o meu quarto principal.

Ligo um abajur suave. Eu quero ser capaz de ver todos os contornos de sua
linda forma, seu lindo rosto, mas quero uma iluminação perfeita para encher a
sala. O ambiente é importante, todo cara sabe disso.

— Vá para a cama — eu instruo, e ela faz como é dito.

— O que você vai fazer comigo? — ela pergunta.

Claro, eu posso narrar, mas prefiro mostrar a ela em ações, como vou
destruir essa doce boceta e levá-la para um orgasmo explosivo.

Ela treme, enquanto eu inclino sobre a cama e abro suas pernas.

— Foda-se, você está tão molhada — eu gemo, afirmando o óbvio.

— Me toque — ela implora. Seus olhos brilhando com um desejo erótico.

Eu empurro suas pernas abertas, tão largas quanto elas conseguem estar. Eu
tomo um momento doce para olhar para aquela boceta já encharcada e
reluzente.

Seus sucos pingam e se prolongam em seus sensíveis lábios inchados.

— Prepare-se para o passeio de sua vida — afirmo com confiança quando


fico de joelhos ao lado dela na cama.

Suas pernas tremem de antecipação e a agarro firme por apoio. Eu quero


provocá-la primeiro e fazê-la dançar na beira do orgasmo antes mesmo de
começar.
63
Eu beijo sua parte interna das coxas, lentamente, subindo com movimentos
torturantes e provocativos que eu sei que a estão deixando louca.

— Por favor — ela choraminga.

Eu puxo sua calcinha rendada em um movimento suave e beijo as dobras


externas de seus lábios cor-de-rosa, carnudos e gotejantes. Ela arqueia as costas e
geme baixinho. Ela é tão sexy quando geme assim.

Pré-gozo pinga da ponta do meu pau e sei que não demorará muito para
deixar a cobra sair de sua gaiola.

Movo minha língua para abrir os lábios da sua boceta. E provo as primeiras
gotas de seu doce néctar, enquanto faço o meu caminho para o seu clitóris
inchado.

Ela geme um pouco mais alto agora e arqueia as costas novamente.

Pressiono meu rosto completamente entre as pernas dela, devorando todos


os seus sucos prontos.

— Porra — ela grita enquanto cava as unhas na parte de trás da minha


cabeça, me pressionando para mais perto dela.

Começo a trabalhar minha magia em seu clitóris, girando minha língua em


círculos lentos a princípio.

Eu poderia lamber a porra do alfabeto nela e ela enlouqueceria.

Por falar em enlouquecer, minhas bolas estão doendo agora dentro da


minha calça com a necessidade de gozar por todo esse corpo sexy dela.

— Owen... — Sua voz é como uma música.

64
Porra, está me deixando louco ouvir ela gemer meu nome assim.

Continuo a lambê-la, devagar a princípio e depois mais freneticamente,


enquanto seu corpo treme e endurece, repetidamente.

Ela cava seus calcanhares nas minhas costas e aperta as pernas juntas
enquanto ela se contorce de prazer embaixo de mim.

— Acho que vou gozar em breve — ela avisa, e eu não posso esperar por
isso.

Eu pego meu dedo indicador e empurro dentro dela. Não posso evitar, eu
preciso dessa umidade, não só pingando na minha boca, mas também escorrendo
nos meus dedos.

Seus sucos lisos são tão quentes, tão bons pra caralho.

Ela geme mais forte, mais alto, mais rápido que antes. Eu sei que ela está tão
perto, posso literalmente provar isso.

Eu trabalho a magia com a minha língua, acariciando e sacudindo contra o


clitóris inchado. Meu dedo empurra caminho para dentro dela, explorando a
umidade escura.

Ela está molhando o lençol do colchão em cima da cama. A essa altura é


incrível e eu nunca quero que acabemos.

Sim, sou esse tipo de cara.

Eu me importo tanto em satisfazer a mulher com quem estou dormindo,


quanto a mim mesmo.

65
Beijo os lábios da sua boceta e tomo uma sucção final de seu clitóris antes
que ela finalmente sucumba à erupção de prazer, que a mantém por dentro.

Eu destravo a chave do desejo, pego meu dedo e massageio seu ponto G e


ela goza imediatamente, quase violentamente. Seu corpo sacode, treme e
espasma com a força de balanço de seu clímax.

Ela geme, mas eu não paro. Eu continuo a foder com minha língua e meu
dedo até que seu corpo fique mole.

Eu sorrio e subo sorrindo para cima dela.

Seu corpo é macio como gelatina, quando ela treme na sequência, brilhando
e saciada em seu orgasmo.

— Você é incrível — ela sorri de volta para mim com uma expressão
atordoada e relaxada.

Seu cabelo, loiro, lindo e comprido, está derramado delicadamente sobre a


cama.

Lembra quando eu disse que estava atualmente em uma fase morena? Eu


retiro. Porque esta deusa de ouro aqui é tudo o que quero no momento.

— Eu sei como tratar uma dama — eu provoco quando passo para beijar
seus lábios. — Eu quero que você prove a si mesma — eu exijo.

— Com prazer — ela me dá um sorriso travesso.

Foda-se, sim.

A paixão gira ao nosso redor. Preciso transar com ela e logo. Ela rebola
debaixo de mim.

66
— Agora eu quero provar você.

Seus olhos são sedutores e estou ofegante de desejo, enquanto ela encara
um ponto no meu peito.

— O que você vai fazer? — eu rosno.

— Assista e aprenda, menino bonito — ela brinca, e agarra minha cintura,


me aproximando.

— Eu quero que você esteja nua.

— Seu desejo, é o meu comando — ela respira para fora com um suspiro
sexy quando ela solta o sutiã preto de renda e o joga por cima da cabeça.

Meus olhos examinam seu corpo. Seus seios são grandes, tentadores e
saltitantes. Seus mamilos são rosa e perfeitos. Sua boceta, que eu provei, ainda
está com o brilho de seu orgasmo.

Seus lábios estão inchados e suculentos. Porra, eu preciso transar com ela
logo.

Instintivamente aperto seus seios, tomando cada um em um punhado cheio


e delicioso da minha mão.

Ela ansiosamente puxa minhas calças e cueca boxer para baixo, me deixando
exposto com a minha vara grossa apontando para o céu.

— Oh meu Deus. — diz ela enquanto encara quão grande é meu pau. Eu
solto um riso estrondoso. Sim, é o que todo mundo diz.

Não é comum que as mulheres tenham sido tratadas com o tipo de prazer
que posso proporcionar com meu pau grosso de trinta centímetros. Sim, isso é

67
foda, certamente. Você me ouviu. Sou um pedaço de mau caminho completo,
todo homem, que nem mesmo sua imaginação pode fazer justiça.

— Você está pronta para este bebê? — eu a provoco, o segurando no meu


punho.

Ela acena com a cabeça lentamente, sedutoramente. Com nítida fome.

— Venha para mim — ela sussurra ansiosamente.

Eu me movo em direção a ela, enquanto seus lábios envolvem meu pau


inchado e sensível.

— Foda-se, isso é tão bom — eu a lambuzo, com uma chuva de elogios. Eu


nunca quero que isso acabe.

Ela começa a chupar, movendo a cabeça para cima e para baixo como se
estivesse soltando uma rolha de uma garrafa de vinho. Eu passo minhas mãos
suavemente pelo cabelo dela, atiçando, enquanto ela trabalha duro no meu eixo,
subindo e descendo.

Ela aperta sua boca ao meu redor, esvaziando suas bochechas e rodando sua
língua com detalhes intricados por todo o meu pau latejante.

Então ela pára por um momento e tira a boca do meu pau com um estalo,
me encarando com desejo e luxúria impertinente. Ela pega a língua e lentamente
corre para cima e para baixo do meu pau, da ponta até o final e volta novamente.

— Oh foda-se — eu gemo enquanto apenas me delicio com o que ela está


fazendo comigo.

Ela está de joelhos, nua, sua boca fodendo meu pau com habilidade incrível.

68
Ela me olha novamente e eu não posso aguentar nem mais um
segundo. Preciso estar dentro dela.

Pré-gozo pinga da ponta do meu pau, e faz uma bagunça molhada e


escorregadia em seus lábios.

— Eu preciso foder você agora — eu ofego.

— Então, venha aqui, baby — ela passa as unhas nas minhas costas. — O
que você está esperando?

O quarto está quente com o movimento dos nossos corpos suados, e cheira
a sexo.

Ela se inclina para trás na cama.

— Eu estou pronta para você me levar — diz Molly sedutoramente.

— Você é tão sexy, Molly — eu respiro, enquanto subo em sua direção.

Pego meu pau duro e empurro lentamente contra os lábios inchados da sua
boceta, os separando, os provocando com a cabeça. Ela grita de prazer, como eu.

Com um grunhido eu me empurro para dentro dela, me preparo e enterro o


pau profundamente dentro dela em um impulso duro, tanto quanto possível.

Eu gemo, e meus olhos movimentam-se. Isso é realmente incrível! Eu pensei


que gostava do meu dedo dentro dela, mas não tinha ideia do quão incrível seria
sentir sua boceta em volta do meu pau.

Ela balança os quadris abaixo de mim, me ajudando a manobrar todo o


caminho dentro. Ela engasga e grita de prazer, quando eu a preencho todo o
caminho. Mais cheio do que sei, que ela já foi antes.

69
— Foda-me, Owen — ela implora.

— Eu adoro quando você grita meu nome — gemo, e começo a empurrar,


lentamente no começo para me equilibrar.

Ela aperta minhas nádegas com as mãos me aproximando dela.

Então, foda-se, quem quer ir devagar? Eu começo a bombear com mais


força, entusiasmo e necessidade ardente. O som do meu pau batendo dentro e
fora dela faz um som molhado, escorregadio, sugado, que eu amo e imploro.

Eu agarro seus quadris e a viro em um movimento suave, meu pau nunca sai,
porque ela está apertando com força. Eu empurro ainda mais forte do que antes,
enquanto ela geme descontroladamente.

Ela olha para mim por cima do ombro e vejo sua expressão facial se
contorcendo com desejo movido a paixão.

— Foda-me, Owen — ela chora, e não lhe mostro nenhuma piedade.

Eu a movimento mais e mais rápido. Seu corpo treme e depois endurece


novamente. Eu sei que está chegando mais perto do orgasmo número dois, com o
jeito que estou trabalhando nela.

Eu posso dizer que ela está em completo êxtase, pela maneira como está
gemendo. Suas bochechas estão coradas e ela está molhada pra caralho,
encharcando os lençóis entre nós, seu gozo cobrindo meu pau e minhas
bolas,correndo pelas nossas coxas.

— Você gosta disso, não é, menina impertinente? — eu sorrio e bato na


bunda dela, moendo as palavras através do meu próprio prazer em construção.

70
— Eu estou gozando! — ela geme enquanto suas mãos se agitam, agarrando
a borda da cama enquanto seu corpo se desgruda.

Ela aperta sua boceta enquanto bato no ponto G mais e mais, finalmente
enviando-a para o orgasmo.

— Estou gozando! — ela grita de novo, tão alto que tenho certeza de que
toda a porra do prédio pode ouvir seus gritos de prazer.

Isso está certo, baby.

— É isso, Molly, pegue esse pau como uma boa menina — eu comando, a
empurrando ainda mais em seu orgasmo com o meu pau pulsante.

Seu corpo estremece, enquanto ela convulsiona, se entregando


completamente ao orgasmo. Eu não paro meu bombeamento poderoso, continuo
me movendo. Eu sou um homem em uma missão.

— Uau — ela geme. Ela está descendo no calor do clímax, mas eu ainda
estou balançando duro dentro dela, enquanto meu pau duro assola sua vagina.

Eu sei que vou gozar em breve, posso sentir a construção da erupção. A


sensação é como a atração de um ímã, me aproximando dela.

Ela abre os joelhos mais longe, se abrindo mais para mim, e eu continuo a
esticar os lábios da sua boceta com o meu enorme pau de trinta centímetros .

— Eu vou gozar por todos seus peitos suculentos — eu anuncio. Em um


instante, eu saio dela e a coloco de costas na cama quando a minha carga quente
irrompe, queimando sua pele com prazer. Ela leva meu gozo quente quando lanço
tudo sobre ela, e esfrega sobre os mamilos.

71
Eu gemo, enquanto meu corpo treme no calor do clímax. Atiro o que parece
ser um milhão de galões de esperma quente e pegajoso em cima dela e
finalmente a última gota cai da ponta do meu pau.

Eu desmorono ao lado de Molly, ofegante e respirando com dificuldade,


ofegando por ar.

— Isso foi incrível — ela ri e passa as mãos através do meu cabelo.

Meus braços e pernas estão entorpecidos e eu rio, descendo da sensação de


euforia, desejando que dure para sempre.

— Incrível — eu digo, a única palavra que posso reunir para escapar dos
meus lábios. Este tem que ser o melhor sexo que tive em muito tempo.

Eu sei que estou com problemas pra caralho com essa... Molly é uma
competidora sexual. E sei agora que esta não será a última vez que tenho que tê-
la.

Ainda bem, que meu plano inclui mantê-la por um tempo.

72
CAPÍTULO 10

OWEN

Eu não sou de me gabar, mas...

Ah, porra, quem diabos eu estou tentando enganar, eu vivo para me


vangloriar, você deve saber disso agora.

Molly está dormindo nua, ao meu lado.

É isso mesmo, sou um vencedor. Eu tenho uma loira linda dormindo em


silêncio e pacificamente na minha cama.

Esta não é a primeira vez e certamente não será a última vez, que tenho uma
gostosa no meu quarto.

As meninas constantemente migram para mim de uma forma ou de


outra. Eu gosto de contar que é meu charme carismático, uma das principais
razões pelas quais posso dormir com mulheres gostosas.

Eu também tenho um enorme pau e abdominais duros como pedra, o que


me faz muitos favores também. Meu cabelo e olhos escuros me dão aquele olhar
misterioso, que as garotas procuram.

Eu sou a porra do pacote completo, com um pacote enorme entre as minhas


pernas, sempre disposto. Minha libido nunca pára e estou tendo uma das
melhores marcas na vida sexual de Owen fodido Wolfe.

Eu traço as curvas sexys e esbeltas de Molly com meus olhos, mesmo que ela
esteja dormindo e desligada do mundo. Isso faz com que ela pareça ainda mais
73
frágil e linda, e o brilho suave que o luar cria em sua pele, a faz parecer um
anjo. Nós fodemos toda a porra da tarde.

Se você acha que estou caindo na armadilha da vertigem do amor, então


foda-se. Eu estou apenas curtindo uma garota gostosa, dormindo na minha cama,
ao meu lado. Não tenha nenhuma ideia engraçada de que o cara durão está fraco,
porque isso não vai acontecer... confie em mim.

Alguns segundos depois, ouço a campainha tocar. É finalmente o serviço de


quarto que eu pedi, uma maldita hora atrás. Que porra eles estão fazendo lá
embaixo? Claramente, estão se movendo no ritmo de caracol.

— Boa noite, senhor — o entregador me cumprimenta com a bandeja ao


lado dele. Ele está vestindo o tradicional terno vermelho, com luvas brancas e
um chapéu de aro dourado.

— Obrigado — eu resmungo e lhe dou uma gorgeta, quando ele empurra o


carrinho para dentro do apartamento.

O entregador me agradece pela gorjeta e se vira para sair, voltando pelo


mesmo corredor de onde veio.

Eu fecho a porta atrás de mim e trago a bandeja para o quarto, gentilmente


a colocando ao lado da cama com Molly ainda dormindo.

Estou surpreso que a campainha não a tenha acordado, ela deve ter um sono
pesado.

De qualquer forma, eu estou ficando entediado como merda, tendo que ficar
aqui sozinho e prefiro desfrutar da refeição com ela, do que sem ela, então
decido beijá-la para acordá-la de seu sono reparador.
74
— Ei — eu sussurro e esfrego suavemente as suas costas, logo acima de suas
bochechas suculentas. — Acorda, dorminhoca.

Molly se agita e suspira, mas não sai de seu estado cochilante. Beijo sua
bochecha, em seguida seu pescoço e sinto sua reação pelos arrepios em sua pele.

Molly abre os olhos, e pisca, enquanto se ajusta à luz da sala. Ela se apoia
nos cotovelos e olha para mim confusa.

— O que está errado?

— Nada está errado. Eu tenho um jantar aqui para nós.

Aponto para a bandeja de iguarias da cozinha de cinco estrelas do The


Avalon, que também foi destaque em toneladas de revistas chiques com
seus chefs de renome mundial.

— Hum... — Molly ri e olha a comida.

— Minha oferta para você foi e ainda é para jantarmos — eu explico. — Eu


nunca quebro as promessas que faço — olho para ela com um sorriso arrogante.

— Eu suponho que não — ela ri e balança a cabeça. — Você está provando


bem seu ponto, senhor — diz ela com um sorriso.

— Obrigado — eu digo quando abro as tampas dos pratos. — Vamos


começar?

— Onde você conseguiu essa comida? — Molly coça a cabeça e boceja. Eu


amo o quão confortável ela já está ao meu redor. A maioria das garotas com
quem eu durmo, quer transar e sair, sem nem me conhecer.

75
Eu sei o que você está pensando, que sou um vadio que precisa de atenção
constante. Bem, você está apenas parcialmente certo nisso. Eu não sei porquê,
mas... depois do sexo, eu sinto a necessidade de companhia, por mais passageiro
que seja esse momento. E é sempre passageiro.

— Eu pedi lá de baixo — digo.

— Lá embaixo? — Molly repete em apreensiva pergunta.

— Serviço de quarto — eu tiro as tampas das bandejas.

— Uau — diz Molly — Isso é impressionante. A única coisa que meu prédio
tem é uma lavanderia — ela ri.

— Eu tenho que pagar mais por esse recurso — admito. — Vale a pena, no
entanto. Não pouparei despesas por conveniência e luxo.

— Posso ver isso — Molly acena em concordância, um leve sorriso em seus


lábios.

Ela envolve um cobertor da cama em volta do corpo e senta no banco que eu


gentilmente pego para ela. Viu? Eu posso ser um cavalheiro, se realmente colocar
minha mente nisso.

Eu lhe entrego um prato de filé mignon, com um pouco de salada de mirtilo


e bolos de trufas brancas como sobremesa.

— E se eu não puder comer toda essa comida? — os olhos de Molly se


arregalam.

— Apenas coma o que você quiser — eu digo, e dou uma mordida no meu
próprio bife.

76
— Obrigada por encomendar essas coisas — Molly começa a comer.

— Eu admiro uma mulher que não tem medo de comer — eu admito.

Molly sorri.

— Então você está prestes a ver algo realmente especial — ela brinca e
começa praticamente a devorar a comida em seu prato.

Eu dou risada. É meio refrescante, ver que ela não dá a mínima, para comer
diante de mim. As modelos típicas, atrizes e strippers com que saio, permitem
que todas as boas refeições que compro, sejam totalmente desperdiçadas.

Eu decido levar a conversa em uma direção diferente.

— Então, o que, de repente, mudou sua mente?

Eu a examino enquanto tomo meu copo de pinot noir15.

Molly engole sua dose de coquetel cranberry16.

— Mudou minha mente sobre o quê?

— Você sabe, qual foi o ponto que a estimulou a me ligar, depois de tudo, e
aceitar minha oferta?

— Você quer saber por que estou interessada em você? — Molly ri.

— Agora eu sinto que você está tentando evitar responder a pergunta. — eu


provoco e levanto uma sobrancelha para ela.

15
A pinot noir é uma uva tinta da família das Vitis vinifera, originária da França. É a grande uva da região da
Borgonha, sudeste da França, com a qual são produzidos vinhos bastante admirados em todo o mundo entre os
quais o Romanée-Conti, Volnay, Clos de Vougeot e outros tantos grands crus
16
cranberry é um liquido rico em proantocianidina, substância apontada por estudos como sendo de 15 a 25 vezes
mais potente do que a vitamina E

77
— Não, não é nada disso. — Molly balança a cabeça em negação, depois
encolhe os ombros — Eu queria correr um risco.

Eu sorrio.

— Eu acho que você está me dizendo que sou esse risco?

— Claro — Molly pisca para mim e bebe seu vinho. — Esta comida é
deliciosa, a propósito — ela admite. — Desculpe, eu sei que estou sendo rude ao
falar com a boca cheia.

Ela cobre os lábios com a mão.

— Está tudo bem — eu digo, e olho para ela.

— O quê? — ela pergunta e me dá um olhar consciente.

— Nada — eu digo. — É só que… bem, você é ridiculamente linda. Como é


que é justo para as outras mulheres lá fora?

Molly revira os olhos.

— Que frase!

— Não é! — eu digo defensivamente. — Você é linda e precisa escutar isso


com frequência.

— Ok — ela sorri. — Eu não me importo com um elogio.

— Então, eu vou fazer a pergunta de um milhão de dólares — começo.

— Qual? — Molly coloca o garfo suavemente no prato, e arruma os


cobertores mais apertados em volta da cintura. Eu sei que ela está prestes a se
sentir vulnerável.

78
— Por que diabos você ainda está solteira?

Molly não responde imediatamente. Ela olha para o teto e depois de volta
para mim.

— Eu me faço essa pergunta o tempo todo — ela ri. — Nem todos os


homens podem lidar comigo. Eu acho que isso é parte do problema.

— O que você quer dizer? — eu balanço minha cabeça.

— Você sabe... por causa do fato de eu ser uma mulher de negócios e tudo...
— ela para e corta seu bife novamente.

— Você é toda negócios na cama, com certeza — eu pisco para ela.

— Tudo é sexo o tempo todo com você? — ela brinca com um sorriso no
rosto dela.

— Sim, praticamente — eu opto por honestidade aqui.

— Foi muito bom — diz ela, e olha sonhadoramente para o espaço, como se
estivesse contando isso em sua cabeça.

— Então, eu valho o risco? — eu lanço para ela um sorriso brincalhão, mas


travesso.

— Até agora, muito — ela responde e morde o lábio inferior.

Nós fechamos os olhos e meu coração se agita. Porra, ela é uma parada de
show, com certeza.

79
CAPÍTULO 11

MOLLY

Owen se levanta e pega outra garrafa de vinho, do rack17 em sua cozinha,


enquanto terminamos o jantar juntos.

— Quer um pouco mais? — ele segura a garrafa.

Eu realmente não deveria, mas por alguma estranha razão não posso dizer
não a ele, não importa o quanto meu cérebro grite comigo para parar o que estou
fazendo e chamar um maldito táxi para ir para casa.

— Sim — eu respondo, e meu cérebro me força a acenar, ignorando


completamente o resto do meu colapso mental, me pedindo para fazer o oposto.

— Eu tenho uma pergunta para você agora — eu digo, enquanto ele coloca
mais pinot noir18 no meu copo de vinho. Faz um som de sopro quanto atinge o
círculo dentro.

— Ok, o que é? — ele sorri para mim com um brilho nos olhos. — Por que
você veio ao meu escritório, se encontrar comigo esta manhã? Eu quero dizer, até
então, nós éramos totalmente estranhos.

Eu não posso deixar de permitir, que a minha curiosidade tire o melhor de


mim nessa situação, mas quero respostas caramba.

17
Rack - estante
18
A pinot noir é uma uva tinta da família das Vitis vinifera, originária da França. É a grande uva da região da
Borgonha, sudeste da França, com a qual são produzidos vinhos bastante admirados em todo o mundo entre os
quais o Romanée-Conti, Volnay, Clos de Vougeot e outros tantos grands crus

80
— Honestamente? — ele coloca a garrafa de vinho no balcão e sorri.

— Sim — eu provoco.

— Bem — ele cruza uma perna sobre a outra e dobra o joelho, enquanto se
senta na banqueta em frente a mim. — Eu vi você naquela revista. Você sabe de
qual delas eu estou falando? Você sabe… aquela com o artigo sobre as dez
mulheres mais bem sucedidas, com menos de trinta anos de idade?

Eu aceno, entendendo agora.

— Sim, certo, eu esqueci que fiz esse estrevista — eu sacudo a cabeça e a


mão.

— Você é incrível — ele admite.

— Estou feliz que você possa saber tudo sobre mim lendo um único artigo —
eu brinco.

— Ei, agora, estamos nos conhecendo, não é? — Owen sorri e levanta os


braços defensivamente.

— Eu acho — dou de ombros e sorrio, olhando para o chão. — Eu gosto de


sua madeira.

— Você acabou de dizer que gosta da minha madeira dura? — ele ri.

— Eu me refiro ao chão, imbecil! — eu gargalho, e aponto para a bela


madeira brasileira na cozinha de Owen.

— Então, isso é um não, na minha outra madeira dura? — pergunta ele,


rindo de suas próprias insinuações sexuais estúpidas.

Eu me sinto corar.
81
— Essa madeira é muito foda, também.

— Só o que eu quero ouvir — Owen pisca, estalando a língua e apontando


para mim.

— Você sabe atrair como nos filmes, não é? — eu zombo sarcasticamente,


mas estamos brincando, o que significa tudo muito divertido.

— Absolutamente — diz ele, cheio de atrevimento arrogante.

— Bem, eu estou feliz que alguém respeite o meu sucesso como uma mulher
mais jovem, no mundo dos negócios — eu digo, e suspiro dramaticamente,
sentindo pena de mim mesma.

— Por que isso? — suas feições suavizam.

— Meu pai acha que eu sou uma piada — reviro os olhos e cruzo as pernas,
tomando um grande gole do meu vinho.

— Sinto muito por ouvir isso — diz ele. — Os pais são os piores, às vezes.

— Obrigada! — eu respondo, e dou um tapa no meu joelho. — Finalmente,


alguém entende o esforço.

— É real — ele pisca para mim.

Esfrego meus braços, mantendo o cobertor enrolado em torno do meu


corpo nu.

Owen percebe e aparentemente decide continuar sua linha de


cavalheirismo.

— Você gostaria de pegar uma das minhas camisas? É superdimensionada,


então provavelmente cobrirá você inteira.
82
Eu sorrio para ele.

— Obrigada, sim, isso seria ótimo.

Owen recupera, e traz de volta para mim, e eu puxo sobre a minha cabeça.

— É quente e confortável — confesso.

— Ótimo — diz ele e aponta para o sofá. — Você gostaria de se sentar


comigo? — Seus olhos estão cheios de malícia.

— Isso depende — eu digo com um sorriso provocante. — O vinho é


convidado?

— Claro — ele pega e dá um tapinha no fundo.

— Então tudo bem, claro — eu digo.

— Então, qual é esse negócio com seu pai? — Owen me pergunta.

— Ele é um idiota do caralho — eu bufo como se estivesse no quarto ano.

— Por quê? — o rosto de Owen denota preocupação.

Eu solto um sopro de ar e olho para o teto, observando as pás do ventilador


girando ao redor.

— Ele não me leva a sério. É como se ele me ignorasse completamente e


desse tudo para o meu irmão perdedor mais velho.

Soou amargo e sei que Owen está começando a sentir o quanto eu posso ser
azeda, com relação a essa situação delicada.

— O seu pai é dono de um negócio? — pergunta ele.

83
— Sim — eu aceno. — Ele está na indústria do 'entretenimento' — digo com
aspas no ar. — Já ouviu falar da Quinn Industries?

— Sim — Owen admite, e parece um pouco sério por um segundo fugaz.

— Eu não costumo falar sobre meus problemas com meu pai para ninguém
— confesso.

— Obrigado por desabafar para mim — diz ele. — Eu aprecio como você
confia em mim.

— Você é surpreendentemente fácil de conversar — eu olho para ele e


sorrio.

— Eu vou tomar isso como um elogio, mas estou supondo que, dado o meu
histórico com as mulheres, provavelmente poderia ser interpretado de qualquer
maneira — ele ri.

— Você parece ser um cara legal — eu admito, com um encolher de


ombros. — E você?

Eu o enfrento no sofá, e inclino meu braço contra as costas enquanto seguro


meu copo de vinho na outra mão.

— E eu? — Owen fica nervoso.

— Como é a sua família? Em uma escala de um a dez. Dez sendo totalmente


malucos, e um sendo carinhoso e normal — digo brincando, ansiosa para saber
mais sobre ele.

— Talvez em algum lugar no meio — Owen ri, e pela primeira vez, eu posso
ler uma leve energia apreensiva expelindo dele.

84
— Então, você se identifica comigo? — eu pergunto.

Owen encolhe os ombros.

— Mais ou menos, eu acho. Eu sou considerado a ovelha negra da minha


família, não há como negar isso. — ele olha para os pés.

— Junte-se ao clube — eu digo em tom de brincadeira, mas ele apenas me


dá um meio sorriso.

— Meus pais não aprovam meu estilo de vida ou minha profissão escolhida
— Owen diz amargamente.

— Você está brincando comigo? — eu digo em choque. — Você é


totalmente bem sucedido, e eu vi como... em cada um dos seus filmes.

Eu me sinto tonta e confortável com ele, minha brincadeira está


aumentando, graças ao álcool que corre leve, a passear por minhas veias.

— Aparentemente, isso não é bom o suficiente para Martha e Joshua Wolfe


— afirma sarcasticamente.

— Bem, que porra é tão especial? — pergunto.

— Eles são médicos — Owen revira os olhos.

— Eles queriam que você fosse um médico também? — eu suponho.

— Ding, ding, ding, temos uma vencedora — Owen aponta para mim e usa
uma voz de apresentador de game show.

— Sinto muito — eu balanço minha cabeça. Pelo menos podemos nos


identificar um com o outro, enquanto bebemos até ao esquecimento, pensando
sobre as falhas de nossos pais.
85
Owen olha para mim com um carinho genuíno e cristalino.

— Você é atraente — diz ele, e sorri.

— Você não é ruim de se olhar também — eu brinco.

— Eu geralmente não me divirto muito — admite Owen.

— Você quer dizer com outra garota ou com a vida em geral? — eu


provoco.

— Talvez um pouco dos dois — ele sorri.

— Eu vou beber à isso — digo, e coloco o restante do vinho no meu copo.

Todas as minhas reservas e intuições, em relação a escolhas de vida decente,


são lançadas ao vento e esquecidas nesta linda noite com Owen.

Eu nem me importo agora. Estou abraçando minha criança selvagem e


assumindo riscos, assim como meu pai mal-humorado, me disse para fazer.

86
CAPÍTULO 12

OWEN

— Você está pronto para liberar alguma tensão, cara? — eu sorrio para
Victor enquanto caminhamos para a academia juntos.

— Eu vou bater em você! — ele grita, dando soco no ar.

— Você pode tentar — eu balanço minha cabeça e olho para Victor, meu
incrível melhor amigo, com raízes latinas e a chama de um novato.

— Eu vou te derrubar um dia — ele ri.

Nós caminhamos até o ringue de boxe. Temos que pagar com antecedência,
para usá-lo por uma hora, o que fiz ontem.

Victor e eu gostamos de ir ao ringue de boxe para relaxar depois de um dia


estressante no trabalho. Você pode dizer que são apenas dois caras tentando ser
durões e machões, para provar qual de nós é o homem mais forte... e
provavelmente você está certo até certo ponto.

Não tenho medo de lutar pelo que quero, seja fisicamente ou


emocionalmente, e quanto mais cedo perceberem esse fato, mais fácil será para
todos os envolvidos em minha vida.

— Então, quando eu fui para a sua reunião de ontem, tudo correu bem — diz
Victor, enquanto ele amarra as luvas.

— Oh, sim? — eu pergunto, e me preparo pulando para cima e para baixo.

87
— Eu acho que você deve considerar fazer uma história pelo campo — diz
Victor. — A empresa está recebendo bem.

— Eu explorarei essa opção. Obrigado, irmão! — eu digo a ele e tomo alguns


balanços de prática no ar, antes de Victor se juntar a mim e começarmos os
socos.

O boxe é uma ótima forma de exercício, e corta a monotonia dos treinos


médios chatos.

Victor muda de assunto.

— Então, como foi com o imbecil?

Eu rio.

— O imbecil?

— Você sabe, aquele cara inspetor de saúde que você esguichou na Exposé?
— Victor brinca.

— Certo — eu rolo meus olhos. — Não foi... exatamente como eu planejei.

Victor dá um soco.

— Você está me dizendo, que o Sr. Wolfe não está conseguindo o que quer,
pelo menos uma vez?

— Não vamos tão longe — eu soco de volta. — Eu ainda estou gerando


ideias para voltar para o clube.

— O que o idiota lhe disse?

88
— Ele disse que não cabe a ele restabelecer minha filiação, entre outras
besteiras. Não sei se acredito nele ou não, mas aparentemente, segundo ele, suas
mãos estão amarradas.

Eu paro para pegar minha garrafa de água.

— Meu dia não foi totalmente uma perda total, no entanto — eu sorrio.

— Sim? — Victor levanta uma sobrancelha e corre no lugar.

— Você sabe quem é Molly Quinn?

Victor sacode a cabeça.

— Esse nome não soa familiar.

— Ela é essa garota linda. Eu estou falando de uma super sexy, a mais
gostosa mulher que eu vi em muito tempo.

Eu falo animadamente com minhas mãos, e gesticulo que as mamas dela são
enormes.

— O que ela tem a ver, com você de volta no clube? — Victor pergunta
como se ele não entendesse.

— O pai dela é Richmore Quinn, dono da Quinn Industries. São eles que
contratam os talentos para o clube — eu explico, e voltamos ao boxe.

— Então, você está tentando usá-la para sua vantagem? — Victor pergunta.

— Mais ou menos... — eu digo porque não quero soar como um idiota


total. Eu acho que poderia realmente gostar dessa garota, embora não esteja
pronto para admitir isso para Victor, ainda.

89
— Você já dormiu com ela? — Victor ri.

— Sim — afirmo e dou um soco, mas Victor recua e pára por um momento
para responder.

— Puta merda, cara, o que diabos você está pensando?

— Nada, realmente — eu dou de ombros defensivamente. — Meu plano é


pedir a Molly para restabelecer minha associação a tempo para o meu encontro
com Crystal — eu digo, como se não fosse grande coisa.

— Eu não sei, cara — Victor balança a cabeça.

— O quê? — eu dou um soco nele, um pouco mais forte desta vez.

— Eu só não quero ver esse tiro sair pela culatra e explodir na sua cara — diz
ele.

Eu zombo.

— Eu sei o que estou fazendo.

— Garotas têm um jeito de foder as coisas, no entanto — argumenta Victor.

— Isso pode ser verdade, mas Molly parece muito legal — eu admito. — Sem
mencionar que minha motivação está mais forte do que nunca, para fazer esse
plano funcionar.

Victor ri.

— Como é isso?

— Ainda estou de olho no prêmio — lhe lembro. — Crystal é o troféu no final


da linha de chegada.

90
— E quanto a Molly? — Victor aborda o obstáculo.

— Mesmo com ela por perto, vou jogar a linha e pescar aquela lá — eu digo,
e finjo que estou puxando uma linha de pesca.

— Você vai dar uma festa para o segundo ano do Lone Wolfe, nos negócios?
— Victor pergunta, e engole sua água, mudando de assunto novamente.

— Eu realmente não pensei sobre isso — digo honestamente. — Faz sentido,


no entanto, — eu admito — a casa de produção está entrando no seu terceiro
ano na Academia.

— Eu sei, irmão, isso é enorme — Victor concorda.

— Além disso, minha equipe acabou de me dizer, que estamos recebendo


quatro indicações este ano — eu me regozijo.

— Parabéns, cara — diz Victor.

— Sim, e nós temos mais de dez bilhões em lucros até agora — eu menciono.

— Você realmente acertou quando decidiu construir este império — Victor


me elogia quando tomamos outro descanço, nos encostando nas laterais do
ringue, enquanto tentamos recuperar o fôlego.

— Devemos ir para outra rodada? — eu digo depois de alguns


segundos. Victor ri e se inclina. Nós dois temos suor visivelmente cobrindo cada
centímetro, da superfície de nossos corpos.

— Eu provavelmente preciso ir para casa em breve.

Eu dou um tapa nas costas dele.

91
— Tanto faz, sua pequena cadela, pau mandado de uma boceta— eu o
provoco.

— Não critique, se não experimentou — Victor pisca.

— Não, obrigado, cara, sua vida é como o meu pior pesadelo — eu olho para
ele e tomo minha água. — Sem ofensas.

— Não ofendeu — a voz de Victor pinga com sarcasmo quando ele balança a
cabeça. — Você é um filho da puta direto e abrasivo.

— Você ainda me ama, certo? — eu pergunto com um sorriso.

— Eu acho que tenho que amar — ele revira os olhos e nós nos secamos
com toalhas. — Me deixe saber como vai com Molly — diz Victor, enquanto nos
dirigimos para o vestiário para tomar banho e vestir.

— Eu vou — eu digo. — Tenho muito no meu prato. Desculpe se pareço


distraído ultimamente.

— Tem certeza que não é só porque eu dei muitos golpes na sua cabeça
agora, e talvez você tenha uma concussão? — Victor brinca.

— De jeito nenhum, cara — eu balanço minha cabeça e dou risada.

Mas, eu tenho uma tonelada de coisas para equilibrar no meu trabalho e


vida pessoal, isso é pra caralho.

92
CAPÍTULO 13

MOLLY

Eu me estico, abro os olhos e bocejo. É luz do dia lá fora. Primeiro, me deixe


começar dizendo que nunca, nunca há luz do dia no meu quarto, quando eu
acordo. Nós passamos por isso antes, lembra?

Molly Quinn acorda às cinco da manhã. É assim que eu faço as coisas.

Hoje é diferente, e começa com a luz do sol brilhando no meu quarto,


anunciando para acordar já.

Eu me estico de novo e puxo as cobertas para mais perto do meu pescoço,


enquanto olho para o despertador na minha mesa de cabeceira.

Puta merda! Já são nove horas da manhã. Bem… eu acho que nós dois
sabemos o que isso significa, eu não vou no trabalho hoje.

Eu pego meu celular fora da mesa, e orgulhosamente bocejo enquanto ligo a


linha direta de Katrina.

A imagino sentada em seu cubículo, atravessando o escritório, imaginando


onde diabos estou e se vou aparecer.

Ela terá sua resposta em alguns segundos. Estou virando uma nova página, e
aparentemente aceitando o conselho de meu pai, ao pé da letra, clareando a
maldita da boca.

Oh, sim, esse novo eu, também fala muito palavrão, porque não me importo
mais. Não depois desse show de merda, no almoço com meu pai.
93
Katrina atende a linha imediatamente, provavelmente reconhecendo meu
número, mas também porque é parte do trabalho dela atender o telefone.

— Molly? — sua voz é interrogativa do outro lado.

— Ei, Katrina — eu grito, tão alegremente que ela provavelmente se


pergunta se estou cercada por animais da Disney, enquanto eles trançam meu
cabelo, e magicamente fazem minha cama.

— Você vem para o trabalho hoje? Já são nove horas — sua voz revela sua
preocupação.

— Não — eu balanço minha cabeça, mesmo que ela não possa me ver.

— Me desculpe, está tudo bem? — Katrina pergunta.

— Tudo está perfeito — afirmo.

Eu não devo muita explicação a Katrina, eu sou sua chefe depois de tudo.

— Eu vou estar trabalhando em casa hoje — eu anuncio. — Se você precisar


de mim, pode enviar mensagens de texto, ligar ou enviar e-mail.

— Ok — Katrina diz, e eu posso dizer que ela está confusa.

— Você pode relatar qualquer coisa importante, ou urgente se surgir —


acrescento.

— Claro — ela responde, e nos despedimos.

Eu desligo e me estico novamente, saboreando o fato de que não tenho que


sair da cama se não quiser, mas quem diabos eu estou enganando aqui? Eu vivo
pelo café da manhã.

94
Eu puxo meu cabelo para trás em um rabo de cavalo sem sentido e coloco
uma capri cor-de-rosa brilhante. Eu puxo uma blusa sobre a minha cabeça que
diz: ‘Eu sobrevivi a Mardi Gras, NOLA 2012’.

Eu ando até minha cozinha, mas paro de repente quando minha campainha
toca.

Não estou à espera de ninguém, e todos que conheço esperam que eu esteja
no trabalho, por isso estou tendo um momento desconcertante de admiração.

Eu caminho até à porta e fico na ponta dos pés para espiar através do olho
mágico.

É o Owen Wolfe. Droga! O que diabos ele está fazendo aqui?

Eu abro a porta e o cumprimento com um sorriso.

— Bom dia!

Ele tira um buquê de lírios de stargazer19 de suas costas.

— Para você — diz ele em uma voz encantadora e me dá seu sorriso bonito
de milhões de dólares.

— Uau, obrigada! — eu pego as flores agradecidamente e as trago para as


minhas narinas para cheirar seu aroma maravilhoso. — Elas são lindas, qual é o
motivo?

Eu me movo para o lado para permitir que ele entre.

19
Lilium 'Stargazer' é um lírio híbrido do 'grupo oriental'. Os lírios orientais são conhecidos por seu perfume
perfumado, florescendo entre meados do verão. Os astrônomos são fáceis de cultivar e se saem melhor em plena
luz do sol.

95
— Apenas flores bonitas para uma mulher ainda mais bonita — diz ele com
um sorriso, expondo seu conjunto perfeito de dentes.

— Incrível — eu digo. — Por que você não se senta no sofá, e eu vou fazer
um café para nós? — eu sugiro.

— Isso parece incrível — Owen admite e senta.

Ele está vestindo um terno preto com uma gravata azul escura. Ele parece
pronto para o dia de trabalho e sexy como o inferno.

— Creme e açúcar? — eu chamo da cozinha, perguntando como ele quer


seu café.

— Só creme, por favor, isso é ótimo. Tudo o que você faz é bom — ele
responde educadamente.

Eu trago as canecas e entrego a ele uma delas.

— Para você — eu sorrio.

— Obrigado — ele pega e leva até a boca. — Isto cheira delicioso.

— Então, o que você está fazendo aqui? — eu vou direto ao ponto.

— Mais importante, por que você não está no trabalho? — ele pergunta.

Eu me inclino para trás na parte de trás do sofá.

— Se você pensou que eu estaria no trabalho, então por que você está na
minha casa? — eu levanto minha sobrancelha, o provocando.

Ele revira os olhos.

— Liguei para sua secretária, que me disse que você não iria hoje.

96
— Oh... certo — eu digo. Agora me sinto idiota.

— De qualquer forma — ele me dá uma expressão um pouco sorridente e


bonita. — Eu estou aqui para convidá-la para a Celebração do Aniversário Lone
Wolfe — ele sorri com orgulho.

— Nem acredito! — eu bato no seu joelho. — É incrível que você esteja


dando uma festa para isso. Parabéns falando nisso — eu tomo um gole do meu
café.

— Obrigado — diz ele com um aceno humilde.

— Por que você não me enviou um convite? — eu dou risada.

— Bem, essa é outra parte da razão pela qual eu estou aqui — ele começa e
pega minhas mãos na dele. Ele é quente, forte e masculino.

— Ok — eu digo e olho para as nossas mãos entrelaçadas, enquanto o meu


coração bate mais rápido.

— Eu quero que você vá como o meu encontro — diz ele, como se devesse
tomar isso como um privilégio e uma honra.

— Sério? — eu sorrio.

— Se você me quiser — diz ele com a graça de um verdadeiro cavalheiro.

Eu pondero essa ideia por um momento. Em teoria, parece uma ideia


fantástica. Talvez haja algumas celebridades lá, e talvez Owen me apresente a
elas.

97
— Bem, você provavelmente pode adivinhar que eu sou a personalidade
invertida aqui — eu rio e cruzo as pernas. — Você sabe, começando com o jantar
com você na outra noite...

— Agora faltando no trabalho... — ele sorri e me interrompe.

— Certo — eu aponto um dedo para ele de acordo. — Algo parecido. Talvez


eu esteja me tornando mais parecida com você.

— Eu posso não ser o melhor modelo para ninguém — brinca Owen.

Eu rio e penso em como me divirto quando estou perto dele, mas o mais
importante, como eu também sou divertida quando estamos juntos. Estou
tentando ficar mais relaxada e espero que meu plano de lazer, não saia pela
culatra.

Por enquanto, estou contente em aproveitar cada segundo e oportunidade à


medida que surgem. Há algo irresistível em Owen que me atrai, e tenho
dificuldade em dizer não para ele, o qual tenho certeza que ele já está
acostumado.

— Ok — eu aceno. — Sim, eu vou ser o seu encontro para a sua festa de


aniversário.

Os olhos de Owen se iluminam.

— Isso é ótimo, muito obrigado.

— Não, obrigada por me convidar — eu sorrio para ele, me perguntando se


nós vamos acabar juntos na cama novamente. A parte mais engraçada deste
cenário? Eu nem tenho medo de saber o que pode acontecer.

98
Owen começa a rir como se houvesse uma percepção o atingindo.

— O quê? — eu rio, porque sua risada é contagiante.

— Você passou de ser essa garota tensa, para a garota que não dá a mínima
para qualquer coisa.

— Isso não é verdade — eu levanto o meu braço sobre a minha cabeça. —


Eu posso pensar em algo que me interessa.

Ele se inclina no sofá.

— Oh sim? O quê?

— Bem, vamos ver aqui... — eu bato meu dedo indicador contra o meu
queixo. — Aha! Eu me importo com o vestido que vou usar para a sua festa — eu
aceno afirmativamente.

— Esse é o meu tipo de mulher — ele ri.

Agora, tenho certeza de que serei quem eu quiser ser e nada mais.

99
CAPÍTULO 14

OWEN

— Esta sua festa é radical.

— Hmm? — eu lanço um olhar desinteressado para Melissa e caminho.

Melissa Anderson é minha secretária de estrutura pesada . Estou falando de


obesos limítrofes. Ela tem cabelos lisos escuros e uma atitude atrevida. Ela não
permite que seu peso a incomode, e tem a mentalidade de uma garota gostosa.

Às vezes isso me dá nos nervos e outras vezes isso não me incomoda


muito. Ela tem confiança suficiente para nós dois, porém, eu preciso ter uma
assistente do meu lado, que esteja disposta a fazer o trabalho e não levar merda
de ninguém.

— Olha, chefe — diz ela, como carinhosamente gosta de me chamar. — As


pessoas estão chegando na entrada do bar.

— Oh, certo — eu digo vagamente e olho para o meu telefone.

Estamos na segunda festa de aniversário da Lone Wolfe Productions. Eu sei


que Melissa trabalha duro e que, parte da razão pela qual essa festa é tão incrível,
é por causa de sua diligente dedicação não apenas a mim, mas ao seu trabalho
como um todo, só que eu simplesmente não consigo me concentrar em nada
agora mesmo. É quase como se eu tivesse a atenção de uma criança de dois
anos .

100
Tenho todo o último andar do Ritz Carlton Hotel em Nova York alugado por
toda a noite, para comemorar meus sucessos e da equipe que me ajudou ao
longo do caminho.

Por que, sim, não tenho nenhum problema em dar crédito, quando o crédito
é devido. Melissa está sentada ao meu lado, em um elegante e pretensioso sofá
preto de couro, na área do salão VIP.

Ela está tentando me dar uma ideia do programa para esta noite, mas
infelizmente, estou zoneando como um maldito cadete espacial ou algo do tipo.

Eu tenho problemas mais importantes em mente, e o maior deles é se Molly


Quinn vai aparecer e será meu 'encontro'.

— Você está me ignorando? — Melissa corta minha concentração difusa


mais uma vez.

— Hã? Não, desculpe, por favor continue — eu aceno minha mão para ela,
mas ela está certa. É uma causa sem esperança tentar me manter no caminho
certo.

Meus olhos não saem da entrada. Estou esperando por Molly, com toda
atenção em qualquer um que passe por aquela porta, esperando que da próxima
vez que olhar naquela direção, a veja vindo em minha direção.

— Owen?

Desta vez eu reconheço a voz e é do sexo masculino. Olho para cima para ver
Victor em pé diretamente na minha frente, bloqueando a minha visão.

101
— Eu tenho bebidas, cara — ele anuncia, e aceno quando noto dois uísques
em sua mão.

— Obrigado — murmuro e estico o pescoço para espreitar através ele. A voz


de Melissa continua a zumbir no fundo. Victor se senta ao meu lado e me cutuca
com força no lado, com o cotovelo.

— Ouch — eu esfrego a área dolorida. — Que porra é essa, cara? — Victor


me ignora e se dirige diretamente a Melissa.

— Eu posso continuar isso daqui — ele diz a ela.

— Hum, o quê? — Ela lhe dá um olhar engraçado.

— Owen tem merda no cérebro agora.

— Bem, isso não é bom — eu vejo Melissa sacudir a cabeça na minha visão
periférica, mas não consigo afastar meus olhos da entrada por um milésimo de
segundo.

Ela provavelmente está no limite de um ataque de pânico agora, e eu sou o


culpado se isso acontecer. Obcecado nem sequer começa a descrever o jeito que
estou agindo agora, mas não me importo.

— Ele vai ficar bem — Victor me cutuca novamente, mas mais gentilmente
desta vez. — Certo, cara?

— Huh? — Eu olho para ele em transe.

Victor sorri para Melissa.

— Veja — ele diz com confiança, embora eu não esteja fazendo o meu
melhor em vender a história convincente de Victor.

102
— E sobre o seu discurso? — Os olhos de Melissa se movem nervosamente
entre nós.

— Ele vai fazê-lo — Victor dispara uma piscadela e um sorriso.

Melissa é como a maldita abelha rainha, guardando a colmeia. Ela parece


relutante em sair do meu lado, mas Victor acena para ela novamente.

— Não se preocupe, eu posso cuidar de Owen. Ele só precisa de ser


apaparicado por seu melhor amigo.

— Ok. — Melissa lhe dá um olhar nervoso mas se levanta e,


hesitantemente, se afasta de nós, provavelmente para fazer outra coisa nos
bastidores. Eu não sei, secretária e assistente, algo tipo essa merda.

Victor toma um gole de seu uísque e olha para mim.

Eu não pisco e olho para a porta um pouco mais, e vou continuar olhando
para sempre, se é isso que é preciso.

— Cara, você está bem? — ele pergunta, e acena com a mão na frente do
meu rosto, como se estivesse tentando quebrar meu transe.

— Sim — eu respondo roboticamente.

— Então o que diabos está errado com você? — sua voz é alta e fibrosa.

Eu olho para ele e rio.

— Nada — tomo um gole da minha bebida.

— Você parece realmente distraído, Owen — diz ele.

103
— Não estou — eu nego, embora realmente não tenha um ponto válido para
me apoiar.

— Isso tem alguma coisa a ver com o seu plano à prova de falhas? —
pergunta Victor.

Eu não olho para ele, apenas para a frente.

— Olho no prêmio, meu amigo, olho no caralho do prêmio.

— Você quer que eu faça o brinde então? — Victor olha para mim.

— Talvez — eu dou de ombros.

— Bem, chegou a hora — diz ele.

— Como diabos você sabe? — eu olho para cima e examino a sala.

Eu noto Melissa acenando para Victor, segurando cartões de sugestões,


como se ele precisasse me ajudar a preparar para o discurso.

— Claro, vá em frente — eu digo, e dou um olhar derrotado para Victor. —


Vou apenas estragar tudo agora no estado de espírito em que estou.

Victor respira fundo.

— Ok, não há problema, cara.

Ele gesticula para eu me levantar, o que é o mínimo que posso fazer. Esta é a
minha festa, afinal de contas.

Quando Victor tem certeza de que pode chamar a atenção de todos, ele
pigarreia e bate uma colher contra o lado de seu copo.

104
Todos olham para ele e para mim porque estou bem ao lado dele. Eu sei que
eles estão esperando que eu diga algumas palavras, mas não tenho isso em mim
agora. Ainda tenho tempo para matar antes do meu grande discurso no jantar.

Victor dirige todos os filmes que eu faço, então ele é mais do que digno para
a tarefa em mãos.

— Boa noite a todos — a voz de Victor soa na sala, capturando o momento.

— Eu vou manter isso curto e doce, porque eu não sou bom com as palavras
como Owen aqui — ele ri e aponta um polegar para mim.

Eu coloco meu melhor sorriso encantador e aceno para a multidão.

— Obrigado a todos por terem vindo — pelo menos eu posso dizer isso para
a sala cheia de meus amigos, colegas e companheiros de trabalho.

— De qualquer forma — diz Victor e levanta o copo — eu gostaria de propor


um brinde. Estamos na marca de dois anos da Lone Wolfe Productions. Nosso
sucesso é amplo e cresce como um incêndio. Gostaríamos de agradecer a cada
um de vocês, pois todos desempenham um papel importante para manter essa
operação bem-sucedida. Então, esta festa é para vocês, porque juntos, somos um.

Victor levanta seu copo alto e orgulhoso, e a multidão se junta a ele, batendo
palmas e rugindo com seus parabéns e alegria.

Uma vez que a conversa começa novamente, Victor e eu sentamos um ao


lado do outro no sofá.

— Obrigado por salvar minha bunda — eu lhe dou um olhar envergonhado.

105
— Sempre às ordens — ele bate nas minhas costas. — Isso é para o que os
amigos são.

— Eu sei que ainda vou ter que ir ao palco mais tarde, quando todo mundo
se sentar para o jantar — eu digo a contragosto.

— Você vai ficar bem — Victor me tranquiliza.

Eu só espero que ele esteja certo e que Molly apareça antes disso. Então
talvez eu seja capaz de focar.

106
CAPÍTULO 15

MOLLY

Eu olho para os dois vestidos que estão na minha cama, cada um me


chamando para pegá-los.

Tenho duas escolhas e, porra, é difícil. Eu analiso os vestidos.

Um é um vestido frente única safira. É sexy, mas sofisticado e... bem, talvez
um pouco no lado seguro.

O outro é um vestido de cor champanhe que é um pouco mais longo em


comprimento, mas tem um decote assassino, mergulhando. Quero dizer, meus
peitos podem arrebentá-lo e saírem do vestido se eu tentar...

Eu mentalmente os comparo por pelo menos cinco minutos, mas merda,


ainda não tenho a mínima ideia do que quero usar na festa de Owen.

Eu quero fazer uma declaração ousada ou quero jogar pelo seguro? Ainda
estou indecisa.

Se isso fosse uma ocasião normal, e a velha Molly estivesse escolhendo o


vestido, as coisas poderiam ser um pouco diferentes. Não haveria
contemplação. Seria automaticamente o vestido safira que sairia do armário e me
acompanharia na festa.

O vestido champanhe nem teria um pensamento posterior.

107
As marés estão mudando, no entanto, estou percebendo que com essa nova
liberdade que eu escolhi viver, essa vida pode ser picante e divertida, cheia de
sabor.

Eu quero mais a porra de chocolate na minha vida e menos da simples


baunilha chata, caramba.

O que significa liberdade para mim, você pode perguntar?

Primeiro de tudo, isso representa que eu realmente posso ter uma escolha, e
não me permitir sempre tomar o caminho mais fácil.

O vestido safira é mais do lado discreto, sim. No entanto, o vestido


champanhe é atrevido, ousado e sexy.

O novo eu, deve definitivamente escolher o decote. Você não concorda?

Respiro fundo e pego o vestido champanhe e ponho sobre o meu corpo


esbelto. Olho para mim mesma no espelho de corpo inteiro do banheiro e ofego,
em descrença, na sexy mulher que está na minha frente.

Tenho orgulho de mim mesma e não posso esperar para ver os olhos de
Owen saírem da cabeça quando eles se encherem de desejo.

Eu saio para a festa, tendo um motorista me deixando bem em frente ao


hotel. Vou de elevador até ao andar de cima, onde eu sei que a festa está
acontecendo.

Posso ouvir a tagarelice da multidão e a música tocando, enquanto eu


lentamente me aproximo das portas de entrada.

108
— Posso pegar seu casaco, senhorita? — uma funcionária me dá um sorriso
educado e estende a mão.

Eu estou vestindo um casaco. Não estou me acovardando, é apenas uma


noite mais fria do que o habitual para esta época do ano na cidade.

— Sim, obrigada — eu digo, sacudo os braços para fora do casaco, entrego à


atendente e vou para dentro, ajeitando meu cabelo e me arrumando no último
segundo antes de entrar.

Olho em volta, observando o meu ambiente inicial. Parece uma festa normal
da qual eu participaria. Há pessoas dançando no centro e uma banda ao vivo, que
toca covers de músicas pop dos anos 80.

A sala está completamente cheia, e eu me vejo tendo que tecer e manobrar


em torno das pessoas, batendo e roçando em estranhos enquanto passo para a
área do bar.

Estou tomando o meu tempo, caminhando devagar para não perder a


chance de encontrar Owen, meu encontro para a noite, exatamente como ele
quer.

Eu finalmente o localizo na área do lounge20 na varanda.

— Owen — eu chamo, esperando que ele possa me ouvir.

Ele se vira e quando nossos olhos se encontram, meu coração bate mais
rápido e o sangue corre entre as minhas pernas, pulsando na minha boceta.

20
Lounge - Lounge é uma palavra em inglês, que pode significar sala de estar, sala de espera

109
Eu lhe dou um aceno brega e rezo para não parecer desesperada no seu
ponto de vista. Seu cabelo está bem cuidado, curto e escuro. Ele tem um perfil
limpo e não tem um pingo de pêlos faciais.

Ele está usando um smoking que faz com que pareça ainda mais sexy do que
já é. Sim, ele tem o visual do James Bond, excepcionalmente bem.

Ele se aproxima de mim e eu sorrio de orelha a orelha.

— Olá — eu o cumprimento.

— Obrigado por ter vindo. Estou tão feliz que você foi capaz de fazer isso —
ele planta um beijo suave na minha bochecha, e isso me faz cócegas enquanto
seus lábios roçam na minha pele.

— De nada, o prazer é meu — eu respondo com sincero entusiasmo.

Agora vem o momento especial pelo qual estive esperando. Owen olha para
mim, me checando de baixo para cima.

Ele está me despindo com os mesmos olhos de seu quarto, enquanto um


sorriso diabólico e brincalhão se estende em seu rosto lindo.

— Você parece... — ele engasga maravilhado enquanto continua me


olhando. — Absolutamente linda pra caralho — ele finalmente termina sua frase.

— Obrigada — eu digo e faço um pequeno giro sutil.

— Esse vestido realmente deixa pouco para a imaginação — ele sussurra em


meu ouvido. Ele cheira delicioso.

— Este vestido representa a nova e melhorada versão de Molly Quinn —


confesso.

110
— Eu gosto dessa nova Molly Quinn — diz Owen, quando ele
intencionalmente se aproxima de mim para que possa sentir a protuberância
crescente em suas calças.

— Devemos ir buscar uma bebida? — eu pergunto e aponto para a área do


bar dentro do salão.

— Absolutamente — Owen acena e me segue para dentro.

Assim quando estamos prestes a dar as mãos, alguém anuncia no microfone


que é hora de Owen dar o discurso de fundador.

Então, em vez de ir para o bar, eu o sigo a uma grande sala de recepção onde
as pessoas estão sentadas em mesas redondas, sendo servidas para comer
salmão e costela.

— Você pode sentar lá com o meu melhor amigo, Victor — ele aponta para
uma mesa na frente.

— Ok — eu sussurro e vejo Owen subir ao palco. Não posso deixar de me


sentir excitada por ele.

Enquanto o vejo no pódio do palco, meu coração se enche de orgulho por ter
sido escolhida para estar ao seu lado, celebrando este fantástico
e merecido marco para ele.

Ele fala com tanto amor e respeito por seus colegas, e gosto de como
menciona uma porção deles pelo nome, dando-lhes elogios e reconhecimento.

Isso, para mim, mostra caráter e comportamento diplomático em um


homem, algo que eu respeito. Algo que Owen claramente tem em sua

111
natureza. Ele também tem o olhar ardente, sexy, acontecendo, e eu gostaria de
poder pular em seus braços bem ali no palco.

Todo mundo tem um ponto de discrição, e mesmo a nova Molly, não


aguenta a paixão e o calor tão longe.

Eu tenho um momento fugaz de tristeza, enquanto o vejo falar porque


naturalmente me comparo a ele. É assim que eu sou. A solidão me
incomoda. Owen chegou onde está sozinho, sem a ajuda ou apoio de seus pais.

Eu gostaria de poder reivindicar meu próprio direito ao sucesso, com ou sem


a ajuda dos meus pais. Tenho a sensação de que, vou acabar andando sozinha
nessa estrada, de alguma forma.

Quando o discurso de Owen termina, todos aplaudem e algumas pessoas


atrás de mim até assobiam. Owen parece humilde quando desce as escadas do
palco, na sequência de uma ovação de pé que eu estou feliz por fazer parte.

112
CAPÍTULO 16

MOLLY

A vodka com limão desce facilmente pela minha garganta e atinge meu
estômago com um caloroso toque. Eu verifico meu relógio e percebo que está
ficando tarde, mas não estou nem perto de estar cansada ou pronta para ir para
casa. Estou esperando por Owen voltar de suas rondas da noite.

Ele se foi há um tempo, mas não me importo de passar o tempo com uma
bebida na mão. Estou sentada em um sofá, de veludo vermelho na sala VIP,
assistindo as pessoas, enquanto outras se misturam do outro lado da porta.

Eu me levanto e caminho até à janela e olho para a cidade


abaixo. Manhattan é tão linda à noite, toda iluminada e deslumbrante.

Sorvo minha vodka com limão novamente, tomando um gole maior. Olho
para baixo. Porra, já está meio vazio. Talvez eu deva desacelerar e ir com calma,
mas está acalmando meu nervosismo sobre o que esperar de Owen hoje à noite.

Não tenho muito tempo para pensar nisso, porque no mesmo instante em
que estou pensando no que acontecerá a seguir, o rosto sorridente de Owen
passa pela porta da sala VIP.

— Hey — ele diz e me dá um aceno.

— Oi — eu o saúdo e saio da janela para o abraçar.

Ele é quente e corpulento, e oh, sexy pra caralho.

113
Está vestindo um smoking e sua boa aparência charmosa é ampliada por sua
atitude de sexy bilionário.

— Você está muito bem.

— Você está simplesmente deslumbrante — ele se levanta para me


observar. Eu me sinto vulnerável enquanto seus olhos me examinam de cima a
baixo.

— Suas curvas são perfeitas, na medida certa.

— Obrigada — eu digo e o observo, quando um sorriso travesso se espalha


em seus lábios. Seus olhos estão com fome e brilham como a cidade elétrica
abaixo de nós.

— Eu realmente sinto muito, que demorei tanto tempo — ele entra em


modo de desculpas, genuinamente parecendo triste por me fazer esperar por ele.

— Não é grande coisa — eu aceno uma mão, com desdém.

Enquanto ele lentamente se aproxima de mim, minha respiração fica presa


na garganta e congelo no lugar por um momento, incapaz de me liberar da
química girando em torno de nós como um ímã.

— Não, realmente... eu sinto muito — ele sussurra e respira no meu


pescoço, enquanto se inclina.

Sua colônia é sexy, seu terno de smoking lhe faz favores incríveis, e isso está
me afetando totalmente.

Enquanto olho para ele, sinto uma sensação quente e formigante, percorrer
meu corpo como uma brisa fresca, em um dia quente de verão.

114
— Está tudo bem — sussurro de volta. — Eu sei que você tem que ser um
anfitrião impecável para seus convidados.

Eu me pergunto se ele pode ouvir meu coração batendo no peito.

— Você é um dos meus convidados também — diz ele com um sorriso, e dá


outro passo para mais perto de mim.

— Sim... — eu paro, respirando pesadamente.

— Então, eu preciso ter certeza, que você está completamente satisfeita


também.

— Oh? — eu o questiono fingindo inocência, mas tenho um pressentimento,


com base em sua insinuação sexual, que eu sei exatamente ao que ele está se
referindo.

— É verdade — ele pega o dedo indicador e o polegar e os esfrega


suavemente contra a minha bochecha, depois tira o cabelo do meu pescoço. —
Agora que estou certo, que todo mundo lá fora se sente entretido o suficiente, é a
sua vez.

— Minha vez para o quê? — estou quase ofegante agora.

A sala se fecha em mim. Por que agora só existe eu e Owen, na porra do


mundo inteiro.

— Para se sentir bem — ele responde e envolve seus braços em volta da


minha cintura.

Ele é musculoso e forte e eu instantaneamente me derreto em seus braços.

— Eu me sinto bem — digo e sorrio para ele.

115
— Sua noite está prestes a ficar ainda melhor — diz ele animadamente e se
afasta, de volta para uma alcova quase escondida, onde ele nos fecha da festa,
puxando uma cortina de veludo, nos deixando escondidos em uma sala VIP
privada.

Estamos sozinhos, mas rodeados de pessoas ao mesmo tempo. É privado,


íntimo e sexy, mas saber que todo mundo está do lado de fora me dá uma
sensação ainda maior de excitação. Eu já estou encharcada de antecipação.

— Venha aqui — diz ele em um sussurro.

Minhas pernas têm uma mente própria, e eu ando devagar em sua direção, o
poder que emana dele é tão forte, que está me puxando para ele sem que eu
sequer pense.

Quando eu chego a ele, ele gentilmente me gira ao redor.

— Você é tão sexy, sabe disso, certo? — ele olha para mim como se
esperasse que eu respondesse.

— Se você pensa assim — eu digo.

A próxima coisa que sei é que sua respiração é gelada contra o meu pescoço,
provocando arrepios de prazer erótico na minha espinha.

A sala fica embaçada por um momento, quando percebo o que está


acontecendo. Suas mãos estão em cima de mim, frenéticas de desejo enquanto
ele abre a parte de trás do meu vestido.

Eu estou quente, então estou com frio, então estou cheia de atrito sexual, e
calor de um desejo a ser satisfeito por Owen.

116
Ele beija meu pescoço e desce até meus seios, onde ele mergulha seu rosto
entre eles. Eu não estou usando sutiã porque não combina com o vestido.

Respiro devagar, enquanto ele chupa meu mamilo direito em sua boca.

— Você é tão sexy — ele geme sobre meu peito, enquanto eu passo minhas
mãos pelo cabelo dele.

Ele me leva até o sofá e me empurra para uma posição sentada. E me ajuda a
sair do meu vestido e o joga de lado.

— E se alguém entrar e nos ver? — eu sussurro.

Owen olha para mim com um sorriso diabólico e malicioso.

— Então eles vão ter um show fantástico.

— Pare com isso — eu brinco, empurrando ele. — Estou falando sério.

— Você está preocupada com isso? — ele pergunta, mas não para de me
beijar. Sua boca enche meu estômago com lambidas lentas e deliciosas que fazem
meu corpo tremer e vibrar de excitação.

— Não — eu balanço minha cabeça, me tornando muito viciada na emoção


para me preocupar agora.

— Bom, porque eu não vou parar até que seu néctar esteja pingando dessa
doce boceta direto na minha boca — ele geme. — Então eu vou colocar meu pau
nela.

— Você vai tirar a minha calcinha agora? — eu exijo impacientemente,


mordendo meu lábio.

— Com meus dentes — diz ele com desdém.


117
Eu instintivamente afasto minhas pernas para lhe permitir um melhor
acesso. Ele roça os dedos suavemente contra a parte interna de minhas coxas, me
deixando completamente selvagem.

— Toque-me em todos os lugares — eu imploro.

Estou pronta para me entregar completamente a ele. Se alguém se deparar


com a gente agora, acho que eu nem me importo com isso.

— Essa é a minha garota — diz ele, e se inclina para beijar minha boca
novamente, avidamente saboreando meus lábios com entusiasmo.

— Me beije — eu gemo baixinho, mas não quero dizer nos lábios.

Ele levanta as sobrancelhas como se entendesse exatamente o que eu estou


pedindo pra ele fazer.

— Eu quero provar seu doce néctar. Eu vou te beber, cada maldita última
gota — ele diz, e move a cabeça para baixo entre as minhas pernas, me deixando
tão louca quando ele tira minha calcinha com apenas os dentes, exatamente
como prometeu.

Meus quadris se contorcem como se tivessem uma mente própria, e então


ele está de volta entre as minhas pernas. Ele abre meus lábios da boceta com os
dedos primeiro e eu gemo enquanto abro mais minhas pernas no sofá.

Owen se agacha abaixo de mim e mexe um dedo entre meus lábios sensíveis
e inchados, até que ele encontra meu clitóris.

— Foda-se, você está tão incrivelmente molhada — ele geme e lambe os


lábios.

118
— Me prove — eu imploro.

— Com prazer — ele me dá um sorriso selvagem e arrogante.

Ele empurra minhas pernas ainda mais afastadas. Inclina a cabeça para baixo
e lentamente beija minha boceta, apenas o topo.

Ele está me provocando e sabe que está me deixando louca.

— Por favor — continuo a implorar, precisando de sua boca no meu clitóris.

Finalmente, com beijos delicados e ternos, ele coloca a boca em mim. Eu


gemo alto quando uma sensação cremosa e difusa rasteja dos meus dedos até o
topo da minha cabeça. Sua língua trabalha vigorosamente nos lábios da minha
boceta e clitóris, como se ele não pudesse lamber rápido o suficiente.

— Oh, sim — eu grito de prazer, e arqueio as costas, afundando meu corpo


no sofá VIP de veludo macio.

Estou esquecendo que há centenas de pessoas fora dessa cortina atrás de


nós.

Owen aumenta o jogo alguns segundos depois, enquanto empurra o dedo


indicador para dentro da minha boceta morna, molhada e gotejante.

Eu agarro a parte de trás de sua cabeça e o empurro ainda mais para dentro
de mim, enterrando a cabeça entre as minhas pernas.

Seu dedo indicador remexe dentro de mim, montando um acampamento de


êxtase dentro de mim.

119
— Mais, mais — eu sussurro em um gemido sedutor, enquanto ele trabalha
seu caminho até à entrada da minha boceta, tentando acertar cada superfície que
ele pode, para o máximo de prazer possível.

Ele pega o polegar e gira ao redor da borda do meu ânus, o que aumenta a
sensação de orgasmo.

— Sim! — eu grito e corro minhas mãos pelo meu próprio cabelo, em


seguida, aperto meus calcanhares em suas costas, enquanto eu envolvo minhas
pernas em torno de sua cintura apertadamente, segurando por sua vida.

Owen é um maldito deus do sexo agora, e eu não posso acreditar em tudo


que estava perdendo com um amante, quando se trata de quão incrível ele é em
me levar ao clímax.

Sua língua funciona magicamente, enquanto ele a gira em círculos. Ele


poderia estar lambendo as letras do alfabeto, por tudo que eu sei e
importo. Contanto que ele não pare porra.

Me sinto tão bem, que sei que não vou conseguir segurar este orgasmo por
muito tempo, que a cada segundo que passa ameaça explodir dentro de mim
como lava saindo de um vulcão.

Sua boca faz um som escorregadio, enquanto ele continua a trabalhar duro
no meu clitóris, me fazendo pingar mais rápido com a umidade quente e
suculenta. Eu sei que seu rosto provavelmente está escorregadio e coberto de
sucos de minha boceta, e isso me excita ainda mais.

— Continue indo — eu peço, sabendo que estou quase lá.

120
Eu cavo minhas unhas no lado do sofá e tento gemer o mais silenciosamente
que posso, embora tenha certeza que neste momento Owen não se importaria se
alguém andasse atrás da cortina.

A ameaça de exposição enquanto estamos fazendo algo tão privado, tão


impertinente, me envia ao limite.

— Estou gozando — eu grito, e tensiono meu corpo quando o efeito cascata


me atinge com mil volts de eletricidade.

Meu anúncio faz Owen chupar e lamber meu clitóris ainda mais
furiosamente do que antes. Ele beija e me deixa louca enquanto o orgasmo
parece nunca terminar.

Depois de vários minutos, meu corpo finalmente pára de chacoalhar e


tremer após o clímax perfeito.

Eu inspiro e expiro o ar, duro e ofegante, como se estivesse correndo uma


maratona em vez de descer do melhor orgasmo da minha vida.

— Uau, você é incrível — eu rio e sinto o calor corar minhas


bochechas. Ainda estou ardendo de desejo por ele e loucamente desesperada,
para ele me encher com o comprimento total de seu pau duro como pedra .

— Você é incrível — ele sorri para mim como um menino de escola


vertiginoso. Sua boca está molhada e brilhando com meus sucos quentes de
boceta.

— Você quer provar a si mesma? — Ele sorri com maravilha travessa.

121
— Sim — eu envolvo meus braços em volta de seu pescoço e o atraio para
um beijo íntimo e lento que causa correntes de química sexual.

Felicidade preenchendo o ar entre nós.

— Como você é tão bom em foder minha boceta com sua língua? — eu digo
para ele e lhe dou um sorriso sexy.

Ele encolhe os ombros e parece adorável.

— Eu acho que apenas tenho um talento natural para isso.

Eu rio e o beijo novamente, nunca querendo deixar ele ir.

— Você pode usar esse talento comigo sempre que quiser.

Quando nos abraçamos, tão próximos um do outro, sinto seu pau duro como
pedra pulsando contra a minha coxa nua.

— Ninguém entrou aqui ainda — ele sorri como se estivesse orgulhoso de


sua realização.

— Isso me faz sentir tão malvada, estar por trás dessa cortina com você
sabendo que alguém poderia entrar a qualquer momento — eu digo, mordendo
meu lábio.

— Você é tão sexy — ele murmura, enquanto mordisca meu pescoço, me


deixando molhada de novo.

Seu pau está latejando na minha perna, implorando para escapar de suas
calças.

— Me fode agora — eu olho em seus olhos de maneira firme e sexy.

122
Seus lábios se espalham em um sorriso selvagem em seu rosto.

— Com prazer — diz ele com uma explosão de entusiasmo enquanto eu o


ajudo a sair de suas calças.

Ele a joga de lado com um movimento do tornozelo.

— Eu não preciso disso agora — ele ri.

Eu envolvo minhas pernas ao redor de sua cintura para puxá-lo para perto.

— Coloque esse pau duro dentro de mim agora, Owen — eu exijo.

— Oh, porra, sim, amor, eu adoro quando você diz meu nome — ele
responde, agarrando seu pau enorme e o empurrando entre as minhas pernas.

Um pequeno grito escapa dos meus lábios enquanto ofego com a incrível
sensação da ponta de seu pau duro empurrando meus lábios molhados e
sensíveis da boceta.

— Foda-se, sim — ele geme, enquanto empurra todo dentro de mim, e eu


ajudo mexendo meus quadris.

Ele se senta no sofá de veludo, no mesmo lugar que eu gozei apenas


momentos antes. Estou sentada em cima dele, minhas pernas largamente abertas
enquanto o monto.

Se alguém entrar agora, vai ter uma boa visão das bochechas da minha
bunda.

— Moa em mim, baby — ele sussurra com ferocidade.

123
Eu pulo para cima e para baixo, movendo meus quadris em círculos, sensual
e sedutoramente dirigindo-o selvagemente, enquanto ele empurra seu rosto
entre meus seios e chupa meus mamilos por sua vez.

— Isso é incrível — diz ele e agarra as bochechas da minha bunda. Ele as


separa e então gentilmente as aperta, e o movimento faz meu clitóris pulsar com
prazer.

— Seu pau é tão grande — eu respiro, enquanto arqueio as costas e afasto o


cabelo do meu pescoço.

— Menina maldita, isso é um rabo sexy — Owen sorri, para mim e me ajuda
a empurrar para dentro e para fora, agarrando meus quadris e me subindo e
descendo em cima dele.

Tenho a súbita vontade de estar ainda mais perto dele, então eu envolvo
meus braços ao redor dele novamente e pressiono meu corpo contra o dele,
sentindo o cheiro de colônia e suor enquanto nossos corpos se entrelaçam e se
fundem.

— Mais duro! Mais rápido! — eu choro, e Owen assume a completa carga


como o macho alfa perfeito que ele é.

Ele tem um olhar de determinação no rosto enquanto trabalha em direção


ao próprio orgasmo. Ele empurra com mais força e atinge meu ponto G mais e
mais, me fazendo chegar no próximo clímax surpreendentemente rápido.

— Estou gozando de novo — eu grito e balanço meu corpo para trás e para a
frente. Owen agarra meus quadris e me segura no lugar para que eu não caia do

124
sofá. Eu vejo como seu rosto se contorce, eu sei que ele tem um bilhete no trem
do orgasmo, e está vindo rapidamente.

Enquanto ele ainda está segurando meus quadris, me gira ao redor de modo
que eu esteja de costas para ele.

— Fique de quatro — ele instrui, em uma voz gemendo.

Eu coloco minhas mãos no chão e abro minhas pontas dos dedos enquanto
aperto o tapete abaixo de mim.

— Eu vou te foder na bunda, sua menina malcriada — grunhe Owen.

Oh Deus. Sim. Eu quero tanto, estou pronta para implorar por isso como
uma vagabunda suja. Me preparo para ele e gemo baixinho.

— Estou pronta. Me encha, menino grande.

Ele ri e bate seu pau contra o lado da minha bunda, e então o aperta com a
mão com força.

— Porra, esta é uma bunda suculenta e perfeita — ele geme novamente.

Em seguida, ele abre minhas nádegas com uma mão e usa a outra mão para
recolher o gozo da minha boceta pingando e molhar o meu pequeno buraco
apertado. Então o mundo se estilhaça quando ele empurra seu pênis dentro de
mim.

— Oh, sim — ele emite um som, enquanto toma minha bunda, me enchendo
mais do que eu já tinha sido preenchida antes.

125
Eu choro novamente como se fosse a primeira vez que o sentia dentro de
mim. Está perfeito. Glorioso. Um terremoto alucinante. Tudo o que você
esperaria, então mais.

Ele pega minha cintura em suas mãos e empurra para dentro e para fora
com propósito e paixão, grunhindo enquanto eu gemo de prazer.

— Oh foda-se! — ele geme sem aviso. — Eu vou esguichar meu esperma por
toda a sua bunda — diz ele.

Como uma ventosa, seu pau desliza para fora de mim com um pequeno som
de estalo da fricção e da umidade. Ele bate na minha bunda com o seu pau
novamente, e a próxima coisa que eu sinto é sua carga quente de esperma,
quando ele espirra na minha pele.

— Oh sim — eu grito, amando a deliciosa sensação.

Depois de um momento ou dois, ele desmorona ao meu lado enquanto nós


dois ficamos ofegantes.

— É melhor nos vestirmos — eu digo, sentindo que minha hora de Cinderela,


provavelmente já chegou.

— Você está certa — seus olhos brilham de prazer, quando ele pula de volta
em suas calças.

— Obrigada por um grande momento — eu digo, com uma risada. — Você se


importaria de me ajudar a fechar meu vestido?

— Claro — diz ele, e gentilmente enfia as pontas dos dedos contra a pele do
meu braço, me dando arrepios frios.

126
Ele espia a cortina e sorri de volta para mim.

— Parece que a barra está limpa.

— Eu não posso acreditar que ninguém nos notou — dou risada.

— Eu também — ele concorda e pega a minha mão. — Você quer sair daqui?

— Você quer dizer fora da festa ou desta sala VIP? — eu questiono ele.

— Fora da festa. Quer ir para o meu apartamento? — seus olhos brilham.

— Sim — eu aceno. — Sim, eu iria, na verdade.

— Me siga — diz ele, e vamos para o mar de pessoas, que não têm ideia de
que Owen acabou de foder meu cérebro, em um lugar público.

127
CAPÍTULO 17

OWEN

— Você sabe, estou me acostumando com isso — eu brinco quando Molly e


eu nos vestimos juntos dentro da minha suíte master.

— O quê? — ela ri quando me inclino para colocar meias nos meus pés.

— Acordar ao seu lado — eu me aproximo dela e passo meus dedos contra


suas costas.

— Isso é incrível — diz ela, e eu sinto arrepios em sua pele. — Você é uma
visão para os meus olhos doloridos, quando eu acordo também — ela sorri.

— Então, você tem tempo para o café da manhã? — eu pergunto, enquanto


ela me segue até à sala de estar, onde uso um controle remoto para abrir as
minhas janelas do chão ao teto, de parede a parede, com vista para o parque.

— Sim, estou morrendo de fome — ela admite.

— Eu também — eu concordo, e esfrego meu estômago esculpido e duro


como pedra, que ainda está sem camisa.

— Ótimo — diz Molly e caminha até uma das janelas para olhar para baixo.

Os corredores e os empurradores de carrinho parecem pequenos insetos,


vistos do alto, no quadragésimo nono andar.

128
— Viu alguma coisa boa? — eu ando para me juntar a Molly e fico ao lado
dela, enquanto nós dois olhamos para as ruas da cidade de Manhattan abaixo e
as copas frondosas e verdes das árvores ao longo do parque.

— Não realmente — ela balança a cabeça e sorri para mim, marcando nosso
olhar juntos na minha memória.

Embora eu tenha medo desses sentimentos por ela, porque eles estão
ficando mais fortes a cada segundo, eu ainda tenho Crystal no meu cérebro, o que
me faz sentir ainda mais confuso. E um pouco como um idiota.

— Eu conheço um ótimo local de brunch21 — eu ofereço. — Venha — eu


pego a mão de Molly e a movo para a porta da frente.

— Hum, quero dizer, eu adoro ver você sem camisa e tudo, e tanto quanto
tenho certeza que as clientes do restaurante vão ficar do meu lado, os donos
podem não ficar — ela me provoca e aponta para o meu peito nu.

— Oh, certo — eu sorrio e pareço como se estivesse realmente esquecendo


de me vestir.

— Você com certeza ama seu corpo, não é? — ela ri.

— Como eu não posso? — eu brinco e flexiono meus músculos.

Molly assobia e bate as mãos juntas.

— Obrigado, senhor, isso é um perfeito dez — ela anuncia.

21
Brunch - É uma refeição de origem britânica que combina o café da manhã com o almoço. É normalmente
realizada aos domingos, feriados ou datas comemorativas, quando toda a família se reúne entre 10 e as 14 horas à
volta da mesa

129
Eu faço uma pequena reverência, enquanto ela ri. Puxo uma camisa pólo
sobre a cabeça e olho para ela.

— O quê? — eu pergunto.

— Nada — ela me dá um olhar engraçado. — É só que seu cabelo está


despenteado, de passar a camisa sobre sua cabeça e você parece adorável.

— Oh — eu digo e instintivamente coloco minha mão em cima do meu


cabelo.

— Aqui, me deixe ajudá-lo — ela diz e fica na ponta dos pés para endireitar
meu cabelo. Seus dedos são macios e me fazem sentir quente e relaxado. Eu
gosto muito da intimidade do gesto. Mais do que eu deveria.

— Aqui, assim está muito melhor — ela sorri, aquele sorriso maravilhoso
que me faz bem.

— Bom. Pronta para ir? — eu me levanto nos calcanhares, não sei o que
fazer com essa estranha energia nervosa, que ela desperta em mim.

— Sim.

Eu dou um sinal para Molly e nós saímos juntos para baixo.

Está um dia lindo para um passeio lento no parque. Os pássaros cantam, a


grama é verde e o céu é azul. Não, eu não estou fazendo nada disso! O universo
está tão feliz quanto estou neste momento.

Nós nos aproximamos de um bom lugar e Molly olha para cima para ler seu
título.

130
— Bread and Butter22?

Ela me olha com curiosidade.

— Sim.

— Bem, quão fofo é isso? — ela diz, saboreando o nome.

Nós caminhamos para dentro e pedimos que a anfitriã nos conduza a uma
mesa externa, assim nós podemos desfrutar de um brunch no dia quente.

— Obrigada novamente por ontem à noite — diz Molly alguns minutos


depois, uma vez que nossa comida chega à mesa.

Eu pego um garfo e faca e corto meus ovos, dando uma mordida delicada e
deliciosa.

— Obrigado por concordar em vir como meu encontro — eu digo a ela e


tomo um gole de minha bebida Mimosa23.

— Estou muito orgulhosa de você — ela admite e limpa a boca com um


guardanapo. — Você realmente merece toda a atenção que está recebendo pelos
seus filmes.

— Eu sou apenas metade do motivo para isso — eu aceno uma mão com
desdém. — Você conheceu meu melhor amigo ontem à noite? Victor Evans?

Pela primeira vez em toda a minha vida, quero focar a atenção para longe de
mim, e não tenho ideia de por que Molly tem esse efeito em mim.

Ela acena com a cabeça.

22
Nome do local para o pequeno almoço – “Pão e Manteiga”.
23
Um coquetel de mimosa é composto de champanhe e suco cítrico refrigerado, geralmente suco de laranja, a
menos que seja especificado de outra forma.

131
— Sim, ele parece ser um cara muito legal.

— Ele é incrível — eu admito. — Ele dirige todos os meus filmes. Eu não seria
nada sem o olho dele para os detalhes.

— Bem, eu tenho certeza que ele aprecia o seu agradecimento também —


ela oferece, e eu me sinto ainda mais perto de Molly agora. Ela é tão gentil e
atenciosa, tão diferente de todas as outras garotas que eu já namorei antes.

Estamos mesmo namorando, tecnicamente? Estou com muito medo de


perguntar.

De que diabos eu estou falando? Owen Wolfe nunca tem medo de foder
nada. Eu preciso verificar minha cabeça.

— Provavelmente, mas ele será o primeiro a me lembrar se eu esquecer —


eu brinco e pisco para ela.

— Você ainda é o homem por trás da cortina — diz ela em um tom de


lembrança, oferecendo elogios ilimitados, diretamente, na minha direção.

Eu tomo um gole da minha mimosa, e é tão bom pra caralho, que eu desejo
que o gosto possa permanecer na minha boca para sempre.

— Você quer dizer como o Mágico de Oz? — eu provoco.

— Talvez... — Molly encolhe os ombros. — Mais ou menos, menos


assustador e definitivamente com uma sobrancelha menos assustadora. — ela ri
junto comigo.

132
Eu sinto que estou flutuando em uma nuvem do caralho. O coração de Molly
é genuíno. Ela não está em cima do meu dinheiro, ela tem muito para gastar
sozinha.

Sua beleza é tão evidente quanto no primeiro dia em que a conheci, mas o
brilho da paixão que me cerca me enche mais a cada dia que passo com ela.

Eu sei, estou ficando meloso, não estou? Talvez seja a única coisa que
realmente tenha medo.

— Eu tenho que admitir algo para você — digo com um coração batendo,
porque não estou acostumado a ser vulnerável.

— O quê? — Molly mastiga e olha para mim intrigada.

— Antes de começar esta empresa de filmes, o fracasso estava sempre


iminente em minha mente. Eu pensei em experimentar e fracassar
miseravelmente. Eu só sabia que o dia chegaria, onde teria que rastejar de volta
para os meus pais e implorar para eles me ajudarem — eu não posso acreditar
que estou admitindo isso para ela.

— Esse dia nunca chegou, não é? — os olhos de Molly brilham e ela sorri.

— Não, felizmente — eu suspiro e me inclino para trás na minha cadeira, me


sentindo completo. — Eu desisti há muito tempo de tentar agradá-los. O medo de
desapontar os médicos é enorme quando você acaba sendo o filho de dois deles
— sorrio.

— Você não tem que me dizer como é ser uma decepção para os pais —
Molly revira os olhos e zomba amargamente.

133
— Eu odeio dizer isso, mas estou feliz que temos isso em comum — rio. — Se
eu posso lhe dar alguma dica sobre isso, — aponto um dedo gentil — é que se
você passar a vida inteira tentando viver de acordo com o potencial que eles
colocam para você, então você está vivendo a vida deles, não a sua própria — eu
digo.

Os olhos de Molly se iluminam como se eu estivesse contando a ela os


segredos do universo.

— Oh meu Deus, você está totalmente certo — diz ela e olha para o espaço
como se estivesse digerindo essa nova informação.

— Meu objetivo é agradar — eu sorrio e dou de ombros. — A indústria que


criei não é a mais ideal, mas estou orgulhoso de onde viemos e para onde
estamos indo no futuro — admito.

— Você deveria estar — Molly me dá um sorriso caloroso.

— Pronta para voltar para o Avalon? — eu pergunto depois de pagar a


conta.

— Estou pronta quando você estiver — diz Molly.

Nós saímos do restaurante juntos, só que desta vez é de mãos dadas.

134
CAPÍTULO 18

OWEN

São muitos os momentos na vida, em que você simplesmente reage. É quase


como se o seu corpo tivesse uma mente própria, e tudo o que você pode fazer é
andar no banco de trás, até recuperar o controle novamente. É como me sinto
agora, olhando para o corpo incrível de Molly, enquanto pegamos o elevador de
volta para minha cobertura. E tenho uma razão para isso.

Sua roupa adere perfeitamente às suas curvas e me movo para um beijo. Por
um momento, quase me esqueço que preciso respirar quando recuo apenas por
um segundo, pouco antes de voltar a beijar Molly.

Ela não perde uma batida. Ela coloca a mão na minha calça e pega meu pau,
massageando-o entre os dedos.

— Eu quero que você me foda, baby — ela geme. — Bem aqui no elevador.

Foda-se sim. Eu posso ficar atrás disso. Nós estamos tão na mesma página.

— Fique de joelhos e chupe meu pau primeiro.

Estico o braço e enfio o dedo no botão de parada manual no elevador. Eu


vou aproveitar cada segundo disso.

— Sim, senhor — sem quebrar o contato visual, ela fica de joelhos enquanto
simultaneamente puxa minhas calças. Nesse ponto, ela tem meus trinta
centímetros completos na frente de seu rosto, e sabe exatamente como lidar com
isso.

135
Ela começa devagar. Move a boca ao redor da cabeça do meu pau, enquanto
gentilmente move a mão para cima e para baixo no eixo.

Como uma bela concertista, ela começa a tomar mais e mais do meu
pau. Depois de apenas alguns segundos, ela está engolindo profundamente os
trinta centímetros. Normalmente, eu teria que segurar a cabeça da garota no
lugar para fazê-la engasgar no meu pau, mas Molly é uma profissional.

Depois de alguns momentos, ela respira, mas volta a tomar meu pau.

— Eu sou uma puta suja — diz ela. Isso realmente me excita. Eu sinto que
poderia gozar a qualquer segundo agora. Mas não quero que a diversão termine
ainda, então dou um passo para trás.

Eu movo Molly, a girando e pressionando a frente de seu corpo na parede do


elevador alinhada com o espelho. Essa visão é quente pra caralho.

Eu me inclino para tirar a calcinha e puxo sua bunda para mim. Ela arqueia as
costas para que sua boceta me encare bem no rosto, já encharcada. Começo a
circular minha língua em torno de seu clitóris.

Ela respira fundo e expira, ofegante. Ela está pronta, então eu coloco dois
dedos na boceta dela para realmente fazê-la gozar.

— Deuuuusss... — eu a ouço gemer para si mesma. Tento olhar para o rosto


dela a partir da posição em que estou. Não tenho a melhor visão da sua cara de
orgasmo, mas é para isso que os espelhos servem. Ela projeta as mamas para a
frente. Suas costas estão arqueadas e ela está massageando seus seios, como se
estivesse sentindo-os pela primeira vez.

— Tire o sutiã — eu digo.


136
— Sim, senhor — ela responde. Sem perder o ritmo, ela tira a blusa e leva o
sutiã junto com ela. Seus peitos são incríveis. Volto a lamber seu clitóris,
enquanto movo minhas mãos para que eu possa sentir seus seios por mim
mesmo.

Molly coloca as mãos sobre as minhas mãos, quase como se me guiasse. Ela
está molhada neste momento. Quem quer que limpe os elevadores
definitivamente vai ter uma surpresa quando eles virem a bagunça que estamos
deixando.

É hora de eu ficar um pouco duro. Eu a viro da posição em que ela está, de


modo que agora suas costas estão contra a parede. Abro as pernas dela, mas ela
já sabe exatamente o que eu tenho em mente.

Me levanto e bato meu pau duro, dentro de sua vagina. É um ajuste perfeito,
da mesma forma que uma arma se encaixa perfeitamente dentro de seu
coldre. Deixo meu pau lá apenas por alguns segundos, e é quando eu começo a
trabalhar.

Coloco minha mão esquerda na bunda dela. Com a outra, a pego pelos
cabelos.

— Porra, sim, baby — ela geme, com essas três palavras começo a dar a ela
que continua repetindo:

— Porra! — com cada impulso duro.

Eu não posso evitar agora. Gozo com uma força que nunca senti antes.

— Oh sim — ela geme enquanto sai do meu pau. — Isso foi tão incrível.

137
— Você não acha que estamos prontos ainda, não é? — eu pergunto. — Eu
planejo fazer você gozar mais ou menos uma dúzia de vezes antes que eu termine
com você.

— Depois de tudo isso, você tem uma segunda rodada? — ela brinca. —
Você age de surpresa — eu sorrio.

— Vamos para dentro — eu digo, saindo do elevador. Eu a ajudo a pegar


suas roupas e arrumá-las, levando-a para o meu apartamento quando as portas
se abrem.

— Oh, meu Deus — ela murmura suavemente para si mesma enquanto eu


imediatamente volto a trabalhar dedilhando aquela deliciosa boceta enquanto
tropeçamos em direção ao quarto.

Ela rasteja na cama, se abrindo como uma modelo. Não é preciso muito para
que minha ereção volte. Porra, vamos ser reais. Isso nunca foi embora. Eu poderia
passar dias com essa mulher.

— Impressionante — diz ela.

— Você está surpresa? — eu rio e rastejo em cima dela, batendo meu pau
de volta em sua vagina. Ainda está incrivelmente molhada. Ainda mais, na
verdade.

Molly coloca ambas as mãos na parte de trás da minha cabeça e me puxa


para um beijo. É a coisa mais apaixonada que eu senti até agora com ela, e isso
deve dizer alguma coisa.

Ela não desiste. Ela continua querendo me beijar enquanto eu lentamente


empurro meu pau dentro dela. Eu normalmente não estou acostumado a ter
138
momentos tão íntimos com as mulheres que fodo, mas não, precisamente, me
importo. Eu posso dizer que está vindo dela. E foda-se, está vindo de mim
também. Isso está entrando em um novo território com ela, mas não posso dizer
que me oponho a isso.

Estou cansado do missionário, então coloco minhas duas mãos na bunda


dela e a viro. Agora ela está no topo, e mói no meu pau como a porra de uma
stripper.

Eu quero algo um pouco mais áspero, então eu tomo sua bunda em minhas
mãos e começo a forçar a subir e descer no meu pau.

— Oh, foda-se! — ela exclama. E usa o braço direito para evitar que as
mamas saltem para cima e para baixo, mas não quero que minha visão seja
obstruída nem um pouco.

— Eu quero ver seus peitos saltando — eu digo.

— Sim, baby — ela é extremamente complacente agora, pronta para me dar


o que eu quiser. E sabe que é assim que será melhor para nós dois, me deixando
assumir o controle. Gosto disso em uma mulher. A última coisa que quero ouvir,
quando estou na cama com uma mulher bonita é hesitação. Quero apenas ir para
isso e ir para o que ela faz.

Ela sai do meu pau, só por um segundo, para que ela possa se virar e dar
para mim uma vaqueira reversa24. Ela geme e mói no meu pau. Eu finalmente
tenho uma chance real de admirar sua bunda linda. Isso me faz pensar em como
foi incrível foder sua bunda ontem à noite.

24
Vaqueira reversa - Posição sexual para sexo anal em que ela fica sentada de costas para ele.

139
— Eu sou uma garota tão suja — diz ela.

Eu rio.

— Sim, baby, você certamente é — normalmente, eu teria coisas muito mais


sedutoras para dizer na cama, mas ela me deixa tão excitado que é difícil me
concentrar.

— Me puna — diz ela.

Eu bato com força na bunda dela. Ela solta um pequeno gemido. Eu paro. Eu
não quero que isso acabe tão cedo, só porque fiquei um pouco zeloso demais.

Felizmente, ela vira a cabeça para mim e diz:

— Continue batendo em mim, baby.

Eu bato novamente com a mesma força da última vez. Ela geme


novamente. Nós começamos a entrar em um ritmo, eu bato no ritmo que ela
moe meu pau.

A surra realmente a excita e ela começa a moer mais rápido do que eu posso
acompanhar. Eu quero misturar as coisas, então me levanto da minha posição.

Agora ela está nas mãos e joelhos, como quando eu peguei ela no chão.

— Se vire — eu digo.

Ela cumpre. Eu levo meu pau duro e coloco entre seus dois peitos
lindos. Cubro meu pau com as mamas dela e começo a empurrar.

Ela suavemente geme para si mesma. Ela até pega seus seios e começa a
esfregá-los vigorosamente contra o meu pau. Eu nem sequer tenho que movê-lo
neste momento.
140
Não posso deixar de imaginar gozar agora. A única maneira que Molly
poderia ser ainda mais sexy agora, seria se ela estivesse coberta com meu
esperma.

— Chuveiro? — ela pergunta. E estou feliz por ela ter perguntado isso.

Ela não sai do meu lado quando eu ligo o chuveiro. Na verdade, ela aciona
meu pau enquanto esperamos a água chegar ao calor perfeito. Nós entramos.

Eu a levo e coloco minha língua vigorosamente em sua garganta. Ela é como


massa nas minhas mãos, e é por isso que eu a levanto, então seus pés não estão
mais tocando o chão.

Eu a descanso suavemente no meu pau e começo a empurrando para cima e


para baixo. Eu começo a desacelerar.

Eles dizem na vida que você deve ter tempo para apreciar as pequenas
coisas. E é isso que estou fazendo agora. As gotas de água brilham em sua pele.

Eu tomo tempo para ver uma gota cair em seu ombro. Lentamente escorre
até atingir seu peito. Ela consegue pousar diretamente em seu mamilo.

Ela agarra a parte de trás da minha cabeça para me manter nos seus peitos,
e eu não tenho nenhum problema com isso. Páro de chupar e começo a usar
minha língua para apertar a ponta de seu mamilo.

— Sim... Sim! Porra! — ela grita.

Isso é o que faz para ela. Ela começa a gozar forte, por todo o meu pau, me
cobrindo com seu gozo enquanto eu continuo a bater nela. Ela se contrai e

141
convulsiona ao meu redor, e eu posso preencher uma descarga de adrenalina
para o meu pau. Eu estou prestes a gozar agora, ainda mais duro do que antes.

— Estou prestes a gozar! — eu grito.

— Goze no meu rosto! — ela grita. Essas são as quatro palavras mais sexy
que qualquer mulher pode gritar.

Eu paro de empurrar para deixá-la sair do meu pau. Ela fica de joelhos, e ela
começa a chupar meu pau. Ela leva os trinta centímetros inteiros, pela garganta
dela abaixo. Se ela não soltar um pouco, então meu esperma está prestes a bater
na parte de trás de sua garganta.

É estranho dizer, mas estamos quase em sincronia. É como se ela pudesse


sentir que estou prestes a gozar, então ela deixa de me masturbar. É quando eu
começo a gozar.

Ela dirige meu pau para que o gozo pouse diretamente em sua bochecha. O
chuveiro molhando, então quase lava o esperma assim que atinge a pele. Eu a
movo para fora do caminho porque eu quero ver meu esperma por todo o rosto
dela.

Há um monte de esperma nela, mas ela continua me empurrando,


certificando-se de tirar a última gota de mim.

Depois que seu rosto já está pingando com meu esperma, ela direciona meu
pau em direção a seus peitos. Ainda resta muito. Minha suposição estava
certa. Pingando com meu esperma, ela se torna a garota mais linda que eu já vi
no mundo.

142
Alguns minutos depois estou deitado na cama. Eu deixei Molly ter algum
tempo no chuveiro, para que ela pudesse se limpar. E verdade seja dita, eu
poderia usar um pouco de tempo também para me recompor.

Já tem algum tempo desde que me senti tão exausto depois de foder, mas
Molly realmente me coloca nas rodadas.

Depois de alguns minutos, Molly sai. Ela tem uma toalha enrolada na cabeça,
mas o resto de seu corpo perfeito está exposto.

Ela me vê deitado na cama e pergunta:

— Não me diga que você quer ir outra vez?

— Eu não seria contra — respondo.

— Você pode estar pronto, mas acho que preciso de um pouco de descanso.

— Justo o suficiente — digo.

Molly está deitada na cama ao meu lado. Olhando nos meus olhos, ela
pergunta com um sorriso provocador:

— Você não se importaria se nós ficássemos na cama o dia todo, você se


importa? Não tenho certeza se posso manter meus olhos abertos e tenho que
encontrar meu caminho de volta para casa.

— Claro, claro — é a porra total da verdade.

Não quero que ela vá. Eu poderia me acostumar com ela na minha cama
todos os dias. Isso meio que me assusta pra caralho, mas não o suficiente para eu
fazê-la ir.

— Você nunca sabe, talvez eu queira ir para a terceira rodada daqui a pouco.
143
— Sempre em cima da mesa — ela se deixa confortável. Ela tira a toalha da
cabeça, fica embaixo das cobertas e adormece quase instantaneamente.

Eu me sinto feliz. E não um feliz porque ‘eu acabei de fazer sexo’. Mas um
tipo de felicidade que eu nunca experimentei antes. Onde não há nada que eu
prefira estar fazendo do que deitado aqui ao lado dela.

A parte mais louca? Eu gosto disso. Muito foda. E eu não sei o que diabos
fazer sobre isso.

144
CAPÍTULO 19

OWEN

Meu braço está dormente, mas não posso me mexer e puxar a bela cabeça
de Molly, fora dele.

Ela está dormindo profundamente e contente. Me movo levemente, e ela


suspira.

Eu espero mais alguns segundos, até que finalmente não aguento mais, meu
braço está latejando de dor. Cuidadosamente coloco a cabeça dela no travesseiro
ao meu lado e gentilmente me movo, para não perturbá-la.

Funciona e ela continua dormindo pacificamente.

Saio da cama e caminho até à sala de estar, me esticando e esfregando o


braço dolorido. Tenho serviço de quarto na discagem rápida porque é
conveniente, e convenhamos, não sou cozinheiro.

Eu sei que Molly provavelmente estará com fome quando acordar. Esta é a
segunda noite seguida que ela passa a noite comigo, e não posso deixar de sentir
um apego crescente por ela, mesmo que ainda tenha o clube voltando no fundo
da minha mente.

Um alegre funcionário do serviço de quarto, atende o telefone. Soa como


Mark, mas não posso ter certeza, então não o chamo pelo nome.

Sim, conheço a maioria dos nomes deles de cor. Sou patético, sei isso.

145
— Bom dia — eu bocejo sonolento. — Eu preciso do café da manhã trazido
para o quadragésimo nono andar.

— Sim, senhor — diz o homem do outro lado. — O que posso lhe levar?

— Hmm — eu digo e contemplo as escolhas. Eu praticamente tenho o menu


memorizado.

Eu sei que Molly provavelmente vai querer um pouco de fruta fresca e aveia
ou algo assim. Garotas sempre tentam se alimentar de forma saudável, mas nem
eu consigo resistir de vez em quando. Só me certifico de obter algumas boas
sessões de bombeamento de ferro, se eu comer porções pesadas.

Encomendo a fruta e a farinha de aveia para Molly, e peço bacon e queijo


em um croissant para mim. Eu prometo que vou trabalhar mais tarde, e sexo com
Molly é sempre uma ótima maneira de suar também.

Eu desligo o serviço de quarto e, literalmente, assim que coloco meu


telefone no sofá, a campainha toca.

Eu sento lá por um segundo. Não existe nenhuma maneira do serviço de


quarto já estar aqui. Quer dizer, claro que eles são rápidos, mas não tão rápidos
assim.

Eu ando até à porta e abro. Surpresa bate no meu rosto quando vejo que é
Victor em pé do outro lado.

— Ei, cara — diz Victor com um aceno de saudação.

Ele passa por mim, direto para a cozinha, onde começa a abrir uma garrafa
de cerveja, se servindo da minha geladeira enquanto toma um gole.

146
— Ah — ele diz em um tom refrescante com um gole. — Isso é incrível.

Eu tenho uma política de porta aberta quando se trata de Victor. Ele tem
uma chave, mas ele não vai usá-la a menos que me pergunte primeiro.

Infelizmente, essa pequena organização não pode ser retribuída porque ele é
casado com uma esposa mandona e dois pirralhos irritantes.

Eu só estou brincando. Eu amo as meninas dele, mas as crianças não são


realmente minha coisa… ou pelo menos, ainda não.

— Então, como estão as coisas com você esta manhã? Como foi sua noite?
— Victor toma outro gole da cerveja e se senta em uma banqueta de bar na
minha ilha de cozinha.

— Muito boa — eu aceno e cruzo meus braços. — Começando cedo, não


estamos? — eu acrescento, apontando para a cerveja.

— É tudo? — Victor levanta uma sobrancelha, ignorando o meu comentário.

— O quê? — eu rio e coço minha cabeça.

— Eu não sei, de repente, o famoso Owen Wolfe se torna acanhado? —


Victor me dá um olhar de conhecimento.

— Eu não estou acanhado — eu zombo. — Só um pouco cansado é tudo.

— Por quê isso? — Victor sorri.

— Vamos, cara, pare de encher meu saco — reviro os olhos e cruzo os


braços novamente, me mexendo defensivamente.

— Você sabe que eu gosto de implicar com você — Victor ri, antes de beber
o resto de sua cerveja.
147
— Cara, você realmente acabou com isso rápido — noto. — São sete horas
da maldita manhã.

— Eu estava com sede, ok? — Victor sorri. — Além disso, você deveria
tomar uma comigo.

— Eu posso quando o meu pedido de serviço de quarto chegar — eu digo.

— Eu gostaria de ter chegado alguns minutos antes, e teria pedido com você
— diz ele.

— Aqui está o telefone — eu entrego meu celular para ele.

— Não, tudo bem. Eu não posso ficar muito tempo.

— Tem que voltar para a bola e corrente, hein? — agora é a minha vez de
provocá-lo.

— Você sabe disso — Victor acena com a cabeça, muito preguiçoso e


cansado de eu tirando sarro dele por tanto tempo, sobre seu casamento.

— Isso significa que você não vai trabalhar hoje? — pergunto.

— Eu tenho algumas teleconferências de trabalho depois — ele menciona.

— Legal — eu aceno.

— Então, voltando às coisas com você... — Victor bate as mãos no balcão. —


Como vão as coisas com Molly? Você já está com ela na palma da mão?

Eu olho para o corredor onde está meu quarto principal. Rio nervosamente.

— O que você quer dizer? — eu pergunto vagamente.

148
— Eu quero dizer como está o plano funcionando até agora? — Victor bate
nas minhas costas.

Eu quero que Victor pare de abrir a porra da sua boca, mas eu também não
posso agir de maneira suspeita e elevar sua curiosidade ainda mais.

— Então, você ainda está no nível de sedução completa? Ela está apenas
babando em você e derretendo em seus braços, exatamente como quer? Ela está
exatamente onde você a quer?

Os olhos de Victor estão ansiosos e brilhantes como se ele quisesse fofocar


como uma adolescente fodida.

— Acalme-se, cara — eu digo, lançando minha voz baixa.

Jesus Cristo. Eu aposto que você está realmente enlouquecendo agora, não
está? Sim, eu também, apesar de estar tentando ser legal. Mas não quero que
Molly escute mais do que você.

— Bem, você pelo menos já trouxe a coisa de sócio para ela? — Victor
pergunta.

Você sabe há alguns segundos atrás, quando eu mencionei que o meu maior
medo é Molly ouvir Victor?

Você provavelmente já sabe para onde isso está indo, não sabe? Sim, você
está certo. Ponto.

Maldito discurso, ela entra na sala no exato momento em que Victor


pergunta sobre a associação.

149
Eu tenho a sensação fugaz de que estou flutuando, então minhas bochechas
queimam com humilhação, porque sou pego.

Espere um segundo! Talvez ela não tenha escutado a conversa toda.

A porra do acaso, e as próximas palavras de sua boca me fazem estremecer


ao meu núcleo.

Ela olha para mim com olhos como um coelho ferido, como se eu tivesse
acabado de atirar na floresta sem razão aparente, enquanto ela simplesmente
passava por ali.

Eu olho para Victor com um olhar que deixa ele saber, que vou matá-lo na
primeira chance que tiver. Não quero fazer contato visual com Molly, mas me
forço, porque é o que um homem de verdade faz quando está encurralado. Eu
não fujo pra caralho.

Ela faz a pergunta ardente que eu já sei que está chegando.

— Owen... — gagueja em descrença. — É verdade? — ela aparece entre


Victor e eu.

— O quê? — eu pergunto. Talvez eu possa me safar ao brincar de idiota


aqui?

— Você estava tentando me seduzir esse tempo todo?

Sua voz racha, mas ela não chora.

— Sim — eu aceno e penduro meus ombros. — É verdade.

Não há nenhum ponto em negar nada disso. Ela obviamente ouviu tudo.

— Por quê? — sua voz está ferida, quebrada.


150
Eu respiro fundo e olho para Victor. Ele está olhando para o chão com
remorso. O caralho.

— Sinto muito, Molly — eu tento pegar as mãos dela, mas ela se afasta e dá
alguns passos para trás, longe de mim.

— Eu fui expulso de um dos clubes de seu pai — eu admito. — Eu pensei que


se você pudesse ficar do meu lado, você poderia me ajudar a restabelecer minha
associação.

Eu omito a parte sobre ser capaz de manter meu encontro com Crystal. Sei
que esse pedacinho será demais para Molly suportar a porra de todo o resto.

— Seu fodido cuzão! — Molly bate no meu peito.

Eu fico lá e aceito o insulto dela porque sou uma fodida escória e mereço
isso.

— Como você pôde me tratar assim? As mentiras? — ela está realmente


gritando agora. — Eu confiei em você, sua porra de lixo!

— Molly, eu...

— Oh, salve sua fodida merda para alguém que se importa — A expressão
molhada de lágrimas de Molly me enfraquece.

Ela sai do apartamento, batendo a porta atrás dela. Ainda está usando
minha camiseta grande e um par de shorts femininos.

— Eu sinto muito, cara — diz Victor, e eu me viro, lembrando que ele ainda
está aqui.

151
— Desculpa? Você está arrependido? O que diabos você acabou de fazer? —
eu grito.

— Qualquer chance que você tinha de restabelecer a sua adesão está agora
arruinada, e é tudo culpa minha — diz ele com pesar.

— Sim, não há merda! — eu vejo. — Por que você não cala a boca de
qualquer maneira — acrescento. — Eu nem me importo mais com a
associação. Eu preciso encontrar uma maneira de consertar isso.

Victor sai, e eu ando pela minha sala de estar, imaginando se devo correr
atrás de Molly. Estou sem noção. Não sei o que fazer. E o mais louco é que, o que
eu disse para Victor é totalmente verdade. Eu não me importo com a associação
agora.

Tudo o que me interessa é Molly. E agora, eu também a perdi.

152
CAPÍTULO 20

MOLLY

Um leve chuvisco começa a escorrer na janela do meu carro, enquanto me


sento emburrada no banco de trás e observo as gotículas de água suavemente
descerem, assim como as lágrimas que estou segurando por dentro.

Sim, eu sei que estou sendo melancólica e você não precisa apontar essa
merda para mim.

Eu também estou louca de raiva, como uma vespa.

Estou direcionando a maior parte dessa raiva para mim, mais do que para
Owen. Eu deveria saber melhor sobre me envolver com um cara assim. Todos os
caras são iguais, mas quando são ricos e bem sucedidos? Amplie essa arrogância
por... um milhão.

Eu deveria saber.

Chegamos ao meu escritório, e o motorista liga o pisca alerta, enquanto ele


corre ao redor do lado do passageiro, para me deixar sair do banco de trás. Abre a
porta para mim e segura um guarda-chuva.

— Aqui está, senhorita, cuidado com essa poça, e por favor tente não
escorregar — Ele me dá um sorriso e seus olhos brilham com genuína
preocupação.

153
Se ao menos Owen se importasse comigo assim, real e genuíno. Não algum
ato porque ele tem um motivo oculto. Eu estou arrependida e aborrecida.
Atolada na autopiedade. Deveria realmente sair dessa, por agora.

— Senhora? — eu ouço meu motorista me chamar de volta.

Eu giro ao redor.

— Sim?

— Você quer que eu te pegue de novo depois do horário de expediente? —


ele pergunta.

— Sim — eu respondo.

Eu sei que estou olhando para ele sem expressão, como se fosse uma porra
de cadete espacial. É quase como se eu não pudesse me concentrar em uma
pessoa, ou em uma coisa em particular, e estou apenas agarrando as palhas para
colocar um pé na frente do outro.

Sacudo meu guarda-chuva e empurro de volta para baixo, antes de entrar no


saguão. Odeio dias úmidos como este, mas quando olho para o lado de fora das
portas duplas que levam à rua, percebo que a chuva está começando a aumentar.

Eu vejo como as pessoas tentam caminhar em torno dela e fugir de serem


completamente apunhaladas e encharcadas.

Pelo menos consegui entrar antes do aguaceiro.

Veja, há um lado bom em tudo. Eu posso ser otimista quando quero ser.

Eu subo no elevador até o meu andar, e quando saio, me forço a pensar que
vou continuar minha rotina diária e tudo vai dar certo como sempre.

154
Vou tentar esquecer o idiota do Owen Wolfe. Não é de admirar que sua
corporação tenha o nome ‘Lone Wolfe’. Nenhuma fêmea respeitável ousaria se
estabelecer com os gostos dele. Eu sou uma idiota.

Me deixo cair na cadeira da minha mesa e ligo o computador enquanto tomo


o café que peguei no caminho.

Suspiro e olho para a tela, como se estivesse procurando por respostas que
obviamente, não pode me dar porque é um maldito computador.

— Bom dia!

Olho para cima para vejo e o rosto brilhante e borbulhante de Katrina, me


encarando como se nada estivesse fora do comum.

Claro, para ela tudo é normal, porque eu mantenho minha vida romântica
privada e ela não tem motivos para suspeitar que estou afundando em um
abismo escuro de tristeza.

Eu sei que estou sendo melodramática, mas tenho o direito de estar


chateada, ok?

— Oi, Katrina — dou-lhe um sorriso educado e sustento meus cotovelos em


cima da mesa com expectativa. — O que você tem para mim hoje?

— Bem... — ela começa, mas eu a interrompo.

— Vamos começar com esta manhã — eu brinco.

Eu não posso lidar com o resumo de um dia inteiro, até que todo o café da
minha xícara esteja correndo em minhas veias.

155
— Ok — ela acena com entusiasmo e pula em seu calcanhar. — Você tem
uma reunião com potenciais investidores em trinta minutos — ela começa,
olhando para seu iPod.

Sim, isso mesmo, somos de alta tecnologia por aqui. Katrina tem um
dispositivo inteligente em vez de um bloco de anotações e uma caneta.

— Vou me preparar para isso — Eu aceno e respiro fundo.

Ah sim, a propósito, eu não vou estar pronta pra isso.

— Você tem um almoço com um dos clientes que faz entrevistas para os
talentos — menciona Katrina.

— Tudo bem — esfrego minhas têmporas. — Eu acho que é o suficiente por


agora — olho para ela e sorrio.

Katrina digita algo no iPad e depois move a cabeça para cima novamente.

— Você precisa de mais alguma coisa de mim agora?

— Por agora, é só — eu dou de ombros e forço um sorriso.

Katrina se deixa sair.

— Oh, Katrina? — chamo antes que ela esteja completamente fora de vista.

— Sim? — ela se vira.

— Por favor, feche a porta, sim?

— Claro — ela diz e depois me deixa na privacidade, para chafurdar no meu


próprio desespero.

156
Eu dou uma olhada ao redor da sala. Tenho uma pequena e triste planta,
uma samambaia, no canto perto da janela. É evidente que não é regada há muito
tempo.

Suas folhas estão caídas e secas, muito parecidas com o meu espírito.

Estou de volta ao meu trabalho habitual e chato, minha rotina monótona,


afinal. Tanto para viver no limite e olha onde isso me levou.

Enquanto isso, meu pai provavelmente está sentado em sua


mansão. Imagino-o sentado em seu escritório com um conhaque na mão e o
jornal da manhã.

Sim, um conhaque tão cedo.

Meu irmão Harry, provavelmente está jogando golfe em algum clube rico do
condado, nem mesmo pensando em trabalho, enquanto eu sento aqui e faço
toda a merda, mantendo essa empresa à tona.

Ninguém se importa, então por que eu deveria?

Eu me arrependo de correr o risco com Owen. Só saiu pela culatra na minha


cara. Você sabe o que dizem, retrospectiva é vinte por vinte, certo?

Só vou ter que aprender da maneira mais difícil, pegar o que sei e aplicá-lo à
minha vida a partir de agora.

Quero dizer, eu sou realmente tão estúpida para me apaixonar por suas
qualidades manipuladoras?

Espere um segundo, não responda.

157
Então, do nada, uma ideia vem para mim. Pego o telefone e ligo para o
Exposé Club. Uma garota entediada atende.

— Oi, eu preciso falar com o gerente do clube — digo, firme.

— Espere um pouco — a menina diz, e ouço a música de espera encher meus


tímpanos, enquando transfere a chamada.

Alguns segundos depois, eu ouço sua voz chegar na linha.

— Jay Fletcher — sua voz soa impaciente, como se ele estivesse no meio de
alguma coisa.

— Oi, Jay, é Molly Quinn.

Jay limpa a garganta.

— Oh, ei, Molly, tudo bem?

Eu provavelmente deveria mencionar aqui que Jay e eu estamos em uma


base de primeiro nome, porque temos que trabalhar juntos.

— Estou ligando por Owen Wolfe — eu digo.

— Oh, certo — a voz de Jay imediatamente corta um tom apologético, que


ignoro.

Eu vou manter isso curto e doce.

— Chegou agora, ao meu conhecimento, que ele está suspenso do clube —


eu começo.

— Você está certa — Jay tosse.

Eu não disse como conheço essa informação, e Jay não me pressiona.

158
— Eu preciso que você vá em frente e anule essa suspensão — digo com
firmeza, sabendo que Jay vai querer manter meu pai feliz, e ele estará disposto a
cumprir apenas por esse motivo.

— Ok, claro... — Jay diz apreensivo. — Alguma razão em particular do por


quê?

— Não — eu digo em voz alta. — Obrigada pela sua ajuda, Jay. Por favor,
notifique Owen imediatamente, que ele foi reintegrado — digo abruptamente, e
desligo antes que ele possa me perguntar mais sobre isso.

Eu suspiro e coloco minha cabeça em minhas mãos. Bem, pelo menos um de


nós será feliz.

159
CAPÍTULO 21

OWEN

Victor e eu estamos em sua premiada caverna masculina no porão, bebendo


algumas cervejas geladas em seu mini-bar quando a campainha toca do andar de
cima.

A esposa e as filhas de Victor estão na aula de balé, então Victor tem que
subir para atender a porta. Eu o sigo, curioso para ver quem está lá.

Quando Victor abre a porta, Jay do clube está lá com sua jaqueta de couro e
um jeans.

— Hey, Jay, entre — Victor gesticula para Jay entrar. Se ele está perplexo
com o gerente da Exposé tocando sua campainha, não mostra.

Nós vamos para a sala principal.

— Por favor, sente-se — diz Victor, e Jay e eu fazemos como ele instrui.

Jay se senta no sofá oposto, em frente a Victor e eu, engulo em seco


nervosamente e tento manter minha respiração. Jay não está no negócio de fazer
visitas em casa, especialmente aqui em Connecticut, então dizer que eu estou
pirando, é a porra do eufemismo do ano.

Nós três sentamos lá, encarando um ao outro, como um par de idiotas por
alguns minutos, então Jay finalmente quebra o gelo e fala.

— Aqui está, cara — ele estende a mão para revelar o meu amado cartão de
ouro.
160
— Que porra é essa? — pergunto confuso.

Eu não aceito o cartão a princípio, com medo de que isso seja algum tipo de
armadilha.

— Isto é para você. Estamos oficialmente reintegrando você a partir de hoje


— diz Jay e agita o cartão em sua mão, me chamando para pegá-lo.

Eu olho para ele, depois para o cartão e depois para ele.

— Você vai pegar a maldita coisa ou o quê? — Jay ri.

Eu aceno e pego o cartão antes que Jay possa mudar de ideia. Olho para
Victor, cuja expressão não revela que tem alguma pista do que está acontecendo
também.

— Isso não é uma piada? — eu levanto uma sobrancelha e olho para Jay
para uma confirmação sólida.

— Não, é muito sério — diz Jay e acena, inclinando-se sobre os cotovelos.

— Por quê? — faço a pergunta urgente.

Victor começa a pular em seu assento, interrompendo Jay de responder.

— Isso é foda, cara — ele é realmente sensacionalista, posso dizer.

— O quê? — rio e olho para ele.

— Você sabe — ele dá um tapinha no meu braço — isso é como um


verdadeiro milagre. Você está recebendo o seu cartão de volta a tempo para o
seu encontro com a Crystal!

161
Victor me cumprimenta e eu olho de novo para Jay, que está apenas nos
encarando como se fôssemos uns idiotas. Ele não está totalmente errado sobre
isso.

— Então? — pergunto com expectativa.

— O quê? — Jay encolhe os ombros e olha para mim e Victor.

— Por que vocês mudaram de ideia? Por que você está me devolvendo meu
cartão? — giro o cartão entre meu polegar e meu dedo indicador. — Quero dizer,
não me entenda mal, estou super feliz por recuperá-lo — sorrio para ele. — Eu só
quero saber a quem agradecer — eu rio.

Jay respira fundo e se levanta.

— Recebemos uma ligação de 'cima' — ele deixa a frase no ar e se move


para a porta. — Tchau, caras, eu vou sair — Jay nos dá um aceno.

— Tchau — Victor acena de volta e sorri para mim.

— Isso é tudo que você vai me dar? — eu grito para Jay. — Vamos lá, nem
mesmo uma pequena pista?

Jay abre a porta e sai, fechando-a bem atrás dele.

— Isso é tão incrível, cara! — Victor me dá um tapa de congratulação nas


costas.

Coloco distraidamente o cartão sobre a mesa, sem prestar atenção. Eu nem


mesmo me importo com o que isso representa agora, e o fato de tê-lo de volta
significa merda nenhuma para mim neste momento.

Eu olho para ele sem expressão, sem dizer uma palavra.

162
— Uh, Owen...? — ouço, Victor chamando meu nome. — Você está bem aí,
amigo?

Ele me dá um olhar interrogativo.

— Eu estou bem — dou de ombros. — Quer voltar a beber no seu porão?

Victor olha para mim como se eu estivesse perdendo o juízo.

— Cara, você está remotamente excitado?

— Por quê? — pergunto.

— Hum, vamos ver… por ter seu cartão de volta? Você está oficialmente de
volta como membro Gold, isso é épico!

— Eu poderia me importar menos, realmente — eu dou de ombros com


desdém.

— Eu pensei que o ponto inteiro era marcar o raro encontro com Crystal? —
Victor pega o cartão e estuda. — Tem seu nome nele... é realmente seu — diz ele
sem olhar para cima.

— Sim... — eu paro.

— Owen, me escute.

Encontro os olhos com Victor, que está usando uma expressão séria.

— O quê? — pergunto, me sentindo desconfortável com o seu olhar


assustador.

— Não cometa os mesmos erros que cometi na vida — Victor confessa com
firmeza. — Você tem estado ansiando por Crystal por meses.

163
— Eu não estou cometendo nenhum erro — eu minto.

Eu fiz um enorme, porra de erro, ao enganar Molly.

Victor sacode a cabeça.

Ele não acredita em mim, mas me conhece melhor do que ninguém, então
por que deveria?

— Homens como você não se acalmam — afirma.

— Eu não estou tentando me acalmar — eu protesto.

— Você gosta de Molly — Victor finalmente faz o seu ponto e me confronta.

— Talvez — não finjo, não nego.

— Então, só estou dizendo, não é uma boa ideia. Você vai acabar como eu.

Eu olho para Victor como se ele fosse um idiota.

— Victor, você tem uma ótima vida, e sei que você ama sua família — eu
atiro de volta.

— Sim, eu as amo, mas faria qualquer coisa para ter um encontro com
Crystal. Você não sabe o quão sortudo você é, Owen. Ela é quase intocável e
totalmente fora do alcance de um cara casado como eu.

— Eu machuquei Molly — eu digo em um sussurro.

— Ela vai superar isso — Victor revira os olhos.

— Você acha que eu ainda deveria manter meu encontro com Crystal? —
pergunto, apesar de Victor já estar vendendo seu caso muito duro agora.

164
— Absolutamente — diz ele, assentindo com a confirmação. — Ela é foda,
ouro, irmão, o pilar da masculinidade, a razão pela qual todo cara no Exposé Club
paga um alto valor para ter essa associação.

— Eu acho que você está certo... — eu paro.

Ele pode estar me convencendo, mas ainda tenho o rosto lindo de Molly em
minha mente, enquanto imagino suas pernas esbeltas em volta da minha cintura
e cavando em minhas bochechas.

— Droga, estou certo — Victor ri. — Crystal é gostosa pra caralho. Uma
oportunidade como essa não se apresenta todos os dias, Owen, meu cara.

— Todos os outros caras que ainda não a tiveram vão ficar com ciúmes. —
eu sorrio.

O quê? Não me julgue, eu posso saborear esse poder por alguns segundos.

— Exatamente — Victor bate nas minhas costas. — Ela é o prêmio final, o


destino final, a porra do jackpo, cara!

Victor se levanta e bate as mãos como se estivesse se preparando para uma


maratona.

— Bem, Molly me odeia agora de qualquer maneira — eu digo, finalmente


admitir esse fato em voz alta, me faz sentir desanimado.

— Olha, Owen, eu sei que você está em conflito, mas tudo vai dar
certo. Você sempre pode pedir desculpas a Molly depois.

— Esse é um bom ponto — eu digo, mas me pergunto se é uma causa


perdida. Eu fodi regiamente com Molly.

165
— Então, você vai resgatar seu prêmio? — Victor sorri maliciosamente.

— Talvez devêssemos trocar de papéis — eu brinco. Às vezes acho que Victor


é mais aventureiro do que eu e que está preso.

— Foda-se — ele ri.

— Eu acho que vou manter o meu encontro — eu digo, ainda um pouco


cauteloso.

— Eles reintegraram sua associação. É um sinal do universo — Victor acena


com orgulho, como se ele tivesse a chave para todas as respostas.

— Ok, ok, não torça meu braço. Eu vou ver Crystal — eu rio, provocando-o.

— Excelente escolha, meu cara — afirma Victor.

Eu só queria que meu coração fosse todo o caminho pra Crystal. Embora eu
esteja esperando que, talvez, uma vez que eu a veja, tudo se torne
cristalino. Talvez eu possa acertar minha cabeça, parar de pensar sobre uma
garota. Porque não sou eu, não por um maldito tiro.

Ainda assim, quando saio da casa de Victor, Molly é o único rosto que vejo.

166
CAPÍTULO 22

OWEN

Meus pés, parecem ter pesadas bolas de chumbo presas a eles, quando eu
ando pelos ladrilhos familiares do Exposé Clube.

Há alguns minutos, quando todos os sons reconfortantes e cheiros do clube


me atingiram, por um breve momento, senti que estava onde
pertencia. Endireitei meus ombros e pensei, eu sou o rei deste lugar, e estou me
preparando para mostrar a todos que estão por perto, para testemunhar isso,
enquanto eu ganho minha coroa metafórica...

Mas então acabou por ser... não muitos.

O lugar está surpreendentemente morto, mas quando olho para o relógio


percebo que ainda é o começo da tarde.

Meu coração bate no peito quando me aproximo da atendente encarregada


de juntar o talento, com os homens em sua agenda.

— Olá — eu digo com um ar de confiança enquanto eu ando até o stand.

— Boa tarde — a recepcionista é uma mulher magra, com longos cabelos


negros e sedosos. Eu não a reconheço e me pergunto se ela é nova no clube. O
crachá dela diz, ‘Heather’.

Eu limpo minha garganta.

— Eu estou, hum, aqui para o meu encontro com Crystal.

167
— Crystal? — A mulher pede confirmação, e eu aceno com a cabeça
terminantemente.

— Sim, meu nome é Owen Wolfe. Eu deveria estar no calendário de reservas


para este mês.

— Hmm, deixe-me ver — Heather olha para um computador, enquanto seu


cabelo cai suavemente sobre o lado do rosto.

Eu começo a suar, imaginando se meu nome não está mais no sistema por
causa da minha proibição temporária. Faz apenas algumas horas que Jay removeu
minha suspensão, então não tenho a menor ideia do que esperar, mas continuo
esperançoso e calmo.

— Está tudo bem? — eu não aguento mais a incerteza, e tenho que


perguntar.

Heather clica em outra tela.

— Deixe-me ver aqui... — ela sussurra e se afasta.

— Eu tenho a data errada? — eu começo a duvidar de mim e da minha


memória.

— Oh, aqui está você! — sussurra Heather e depois se vira para mim. —
Parabéns, eu vejo você no sistema e você tem tudo certo.

— Uau, ok, obrigado — levo a mão no meu peito. — Você realmente me deu
um susto — eu brinco.

— Eu sinto muito por isso, Sr. Wolfe — ela soa sinceramente apologética e
um pouco séria demais.

168
— Por favor, me chame de Owen — lhe mostro meu sorriso de bilhões de
dólares. — Meu pai é o Sr. Wolfe.

— Sim, certo... — ela ri. — Owen.

— Então, eu deveria ir para o terceiro andar agora? — pergunto com


expectativa.

— Sim — Heather acena com a cabeça em aprovação. — Por favor, leve essa
chave e faça o seu caminho para o andar de cima. Você verá que a porta de
Crystal é a primeira à esquerda, quando você sai dos elevadores.

— Muito obrigado — dou um tchau para Heather e faço minha caminhada


ansiosa para o andar de cima.

O elevador chega no terceiro andar e me mostra um corredor suavemente


iluminado. A decoração da área é muito parecida com o andar de baixo, com
cortinas de veludo vermelho sobre as janelas e corrimão dourado contra as
paredes.

O tapete também é vermelho com pequenas formas de diamante. Tudo é


quente, convidativo e sexy pra caramba.

Eu lambo meus lábios e bato meus dedos contra a porta com a palavra
‘Crystal’ espalhado no meio de uma placa banhada a ouro.

Tudo o que eu queria até este momento vem correndo de volta à minha
cabeça enquanto o sangue enche meu pau endurecido. Eu sinto meu coração
batendo nos meus ouvidos, fazendo um som esmagado.

169
Quando a porta se abre, fico surpreso por não ser a Crystal do outro lado,
mas um homem careca de aparência crescente.

— Hum — olho para o corredor. — Eu acho que posso estar no quarto


errado — eu rio nervosamente.

— Você está no lugar certo — ele balança a cabeça rudemente e gesticula


para eu entrar.

— Você é Owen Wolfe, certo? — pergunta ele.

— Sou eu, culpado da acusação — eu pulo nos meus calcanhares e tento


brincar com esse idiota, mas ele claramente não está preparado para a minha
besteira hoje.

— Mmm-hmm — ele murmura e clica em algo em um laptop ao lado dele


que eu estou assumindo que tem o meu nome nele.

— Há muita segurança para chegar a Crystal — eu observo.

Baldy25, (sim, isso é o que eu estou apelidando ele, uma vez que não sei seu
nome real) e nem sequer me dá atenção ou me apazigua com uma resposta.

— Então, o que foi? — pergunto, me sentindo impaciente.

— Este quarto está designado a você — Baldy diz sem rodeios e gesticula
uma mão entediada do outro lado do caminho. — Vá lá, e Crystal estará em
breve.

— Ok... obrigado — eu digo e fico lá por alguns segundos.

25
Careca.

170
Quando percebo que está claro que ele não está saindo de sua vigília e não
vai me envolver em mais nenhuma conversa, eu discretamente me afasto e fecho
a porta do quarto designado, atrás de mim.

Respiro fundo e olho ao redor da sala, observando o lugar.

Há uma cama com corda de veludo ao redor e cortinas de


privacidade. Suponho que eu deveria me despir e ficar lá, enquanto espero por
Crystal, que é o que faço.

Eu tomo respirações medidas e lentas, e tento me convencer de que isso é o


que queria o tempo todo, e que Crystal é o ‘grand finale’, o prêmio que causará
inveja de todos os meus amigos e companheiros de clube.

Se envolver com Molly foi um erro, e eu nunca mais deveria tentar investir
meu tempo em uma mulher que quer algo mais de mim que não estou
comprometido em retribuir.

Crystal aparece alguns momentos depois, e ela literalmente me tira o fôlego


com sua beleza impressionante.

— Uau — eu digo, mais para mim do que para ela, e simplesmente deito lá,
nu e exposto, mas também sentindo o atordoamento de um milhão de volts de
eletricidade quando ela começa a se despir na minha frente.

Crystal pode ser descrita como o clone perfeito de Afrodite, mas pode ser
ainda mais espetacular do que isso.

Ela tonificou os músculos, embora não seja exagerado. Seu tom de pele é
bronze e glorioso. Seus longos cabelos caem abaixo de seus ombros como uma
nova seda fiada.
171
Tenho que piscar duas vezes para ter certeza que ela é mesmo real e está de
pé, diante de mim, não apenas uma fantasia sensual da minha imaginação.

Quando ela tira a camisa, seus peitos enormes revelam mamilos rosados e
suculentos de uma cor rosa apetitosa.

— Você é realmente gostosa — eu digo, mesmo que saiba que minha frase
idiota é uma que ela ouviu antes e, sem dúvida, vai ouvir depois de mim.

Ela não fala ou responde ao meu elogio, mas lentamente rasteja para cima
de mim, e sobe para um beijo.

Ela cheira como uma mulher feminina e florida, mas não posso focar nela
como eu quero. Seus lábios são macios e deliciosos, mas a química não está no
mesmo nível. Há algo faltando.

Minha cabeça gira ao redor e começo a imaginar o rosto de Molly em vez de


Crystal.

Este é um encontro de uma hora com Crystal, mesmo que valha a pena, me
fará perder Molly? Não é como se Crystal lembrasse meu nome.

Eu sou apenas mais um número para ela, outra carga útil.

Molly e eu temos verdadeira química e paixão juntos que não pode ser
igualada ou espelhada, e certamente não vou encontrá-la em Crystal.

Eu balanço minha cabeça, então percebo que estou falando. Eu estou


dizendo não, mais e mais.

Crystal pára brevemente e fala comigo pela primeira vez.

172
— Sinto muito, o quê? — sua expressão tem manchas de aborrecimento
nela.

— Eu não posso fazer isso — eu digo e a empurro de cima de mim.

— Que porra, cara? — Crystal parece profundamente ofendida.

— Sinto muito — começo a me vestir novamente, não posso sair daqui


rápido o suficiente. — Realmente não é você. É só… quero dizer que você é
gostosa, não me entenda mal. Eu pensei que você era o que eu queria, mas
acontece que há outra garota por quem quero lutar mais.

— Você está brincando comigo? — ela zomba.

— Eu sinto muito — continuo a pedir desculpas profusamente, mas


realmente, por que diabos eu estou? Não é como se eu estivesse realmente
machucando ela aqui. Aquela que eu machuquei é Molly, e preciso fodê-la agora
mesmo.

— Você ainda tem que pagar por sua hora — Crystal cuspiu.

— Tudo o que você precisar que eu faça — eu digo, enquanto vou para a
porta e saio do quarto.

Eu não me importo. Eu vou pagar o dobro da taxa normal dela. Estou


aliviado por não ter cometido o maior erro e realmente ter transado com ela.

Corro pelo elevador e saio pela porta do clube para a movimentada rua de
Manhattan, onde posso finalmente receber um pouco de ar em meus pulmões.

Eu só espero que minha decisão de escolher Molly não tenha chegado tarde
demais.

173
CAPÍTULO 23

MOLLY

O único som na sala é o tilintar de garfos e facas de prata esterlina, roçando


delicadamente os pratos de porcelana branca pretensiosas.

A área de jantar é iluminada apenas pelo brilho suave das chamas


bruxuleantes das velas.

A cena deve ser serena e pacífica, mas a companhia com a qual estou,
infelizmente amortece qualquer esperança de conseguir tal façanha.

Estou na sala de jantar do meu pai, onde estive pela última vez há três
semanas e saí correndo depois que meu pai me insultou, dizendo que eu não era
boa o suficiente para sentar à direita dele.

Estou encarando meu irmão mais velho, Harry, enquanto jantamos. Nós dois
flanqueamos meu pai, sentado em seu prestigioso lugar à cabeceira da mesa.

— Então, como estão as coisas, Molly? — Harry pergunta.

— Hmm? — olho distraidamente quando percebo que estou apenas


brincando com as ervilhas no meu prato, não realmente trazendo-as à minha
boca para consumo.

— Como você está? — Harry diz.

Eu tento sair dessa.

174
— Bem — aceno com a cabeça. — Muito bem — trago meu copo de água
até a boca e tomo um gole da bebida refrescante.

— Tem certeza disso? — Harry ri como se o maldito idiota tivesse


descoberto tudo.

— Eu estou bem — insisto com firmeza e dou uma mordida no meu salmão.

— Um dos meus amigos mencionou para mim que você é uma frequente
visita no The Avalon ultimamente — Harry sorri.

Eu engulo em seco, mas não revelo meu rosto de pôquer.

— Quem é seu amigo?

— Ninguém — Harry encolhe os ombros.

Eu sei que é uma causa perdida tentar tirar essa informação dele.

— Bem, eu estou feliz que você se importe o suficiente sobre mim, para ter
um espião em minhas atividades diárias — digo com satisfação presunçosa.

— Bem, o que é isso? — Harry pressiona, nunca sendo capaz de restringir


habilidades ou saber quando parar.

Eu juro, ele não tem esse gene em seu corpo, onde se preocupa com
discrição ou fica constrangido sobre qualquer coisa.

Porra, gostaria de poder viver minha própria vida com essa mentalidade,
mas não vou admitir isso para ele ou para qualquer outra pessoa, muito menos
para meu pai na sala.

— Talvez você devesse se importar com seu próprio maldito negócio —


afirmo com firmeza.
175
— Linguagem, Molly — meu pai me repreende como se eu fosse uma
criança. Ele não falou até este momento.

— Oh, desça desse altar moralista, papai — eu replico, sabendo que ele não
é santo.

— Eu só estou tentando ter uma conversa amigável — diz Harry


defensivamente, como se suas perguntas não fossem nada demais, o que, claro,
para ele, não são.

— Não vale nem a pena mencionar — dou de ombros, tentando minimizar


meu tempo no Avalon como nada. — Então, como estão as coisas com você? —
pergunto, desesperada para mudar o maldito assunto de mim.

Eu sou a ovelha negra não oficial desta família, e aproveito qualquer


oportunidade para lançar os holofotes em outra pessoa, se isso for conveniente
para mim.

— As coisas estão ótimas comigo — Harry diz, orgulhosamente.

— Bom para você — aceno e dou uma mordida na minha salada.

— Eu devo estar no trabalho amanhã e no resto da semana — Harry observa


como se eu devesse ficar de joelhos e elogiá-lo por tomar a iniciativa de manter
interesse em seu trabalho.

— Estou feliz em ver você fazendo um esforço — lhe dou um sorriso


forçado.

176
Eu noto uma mudança em mim desde a última vez que vim aqui para comer
com meu pai. Bem, primeiro de tudo, Harry não estava aqui, mas isso não é
realmente importante.

— Eu realmente gosto do estágio em que estou na minha vida — eu deixo


escapar, embora ninguém se importe o suficiente para perguntar.

Harry e meu pai trocam um olhar e olham para mim, imaginando onde toda
essa autoconfiança proclamada, está se originando de repente. Quer dizer, eu
não posso culpá-los. Eu tenho sentimentos intrigados sobre tudo isso também.

— É mesmo? — Harry sorri para mim, como se não estivesse convencido e


vai fazer o seu melhor para provar isso e me fazer quebrar.

— Sim — aceno com firmeza. — Eu estou farta de tentar agradar outras


pessoas e isso inclui você e papai — afirmo.

— Você tenta me agradar? — Harry sorri de satisfação.

— Mais papai do que você — eu dou de ombros, porque não quero fazê-lo
se sentir especial.

Meus pais já fazem o suficiente para mim.

— Estou virando uma nova página — proclamo.

Meu pai ri e toma um gole de conhaque.

— Me desculpe, é algo divertido? — me viro para olhar para o meu pai.

— Não — ele balança a cabeça e sorri enquanto olha para o prato.

177
— Estou cansada de ninguém me levar a sério, então não vou fazer qualquer
coisa. Então você verá o quanto você precisa de mim. Eu vou provar isso, não
estando onde você precisa que esteja.

Meu pai levanta uma sobrancelha e não responde.

— Você está louca? — Harry pergunta do nada.

— Não, não realmente — olho para ele.

— Você parece o cara daquele filme de Natal — Harry atesta.

— O Wonderful Life? — pergunto.

— Sim, é esse — Harry admite com um aceno de cabeça.

— Isto não é cinema, é a vida real — afirmo.

— Nem pensar — diz ele e dá uma mordida em sua salada.

— Cheguei a uma decisão que você provavelmente se orgulhará —


acrescento.

— Oh sim? Qual é?

Harry se apoia nos cotovelos ansiosamente. Estamos conversando um com o


outro, nos engajando a conversar como se meu pai não estivesse na porra da sala.

— Bem — eu limpo minha boca com o guardanapo e coloco na mesa ao lado


do meu prato. — Estou tirando uma licença por tempo indeterminado da
empresa — eu digo.

— Sério? — Harry ri. — Quando isso vai começar?

178
— Amanhã — aceno bruscamente. — Eu não vou aparecer para trabalhar
amanhã — eu confirmo, mais para mim do que para eles.

— Isso é ótimo — diz Harry, e se inclina para trás em sua cadeira. Ele na
verdade começa a bater palmas devagar em aprovação.

— Eu tenho que dizer, irmãzinha, eu te aplaudo — ele continua a bater


palmas.

— Sério? — olho para ele como se ele estivesse perdendo sua porra de
bolas de gude.

— Sim— diz ele com um sorriso. — Você finalmente está vendo a luz. A
realidade está atingindo você. Agora você percebe que a merda não é tão
importante quanto você pensa.

— Eu não sei se você está tirando sarro de mim, mas estou me sentindo
desconfortável agora — eu digo e me levanto.

— Você está indo para algum lugar? — Harry para de rir e me olha.

— Sim, longe de você idiota — eu digo.

— Molly, volte aqui agora — a voz do meu pai explode e brilha através da
sala silenciosa.

— Eu não vou voltar, papai — eu nem sequer olho duas vezes antes de sair
pela porta.

Chamo meu motorista que rapidamente me pega para me levar de volta


para o meu apartamento.

179
Na viagem inteira para casa, eu repasso a conversa com Harry em minha
mente. Não me arrependo das coisas que disse, nem quero retomar minha
decisão de ter uma pausa do trabalho por um tempo.

Eu preciso de um tempo, uma pausa para me encontrar, e isso é exatamente


o que vou fazer.

Fecho a porta do meu apartamento atrás de mim alguns minutos depois de


subir no elevador. Estou com sono e tudo o que quero fazer é tomar um bom
banho quente e refletir sobre meus erros passados e como corrigi-los para um
futuro melhor. Agora que não vou trabalhar, tenho todo o tempo do mundo.

Infelizmente, tudo em que consigo pensar enquanto afundo na água quente


do banho é foder com Owen. Ugh!

180
CAPÍTULO 24

MOLLY

Eu não quero sair da minha banheira de porcelana branca com os pés de


garra, mesmo que a minha pele esteja murchando neste momento e a água já
esteja fria contra o meu corpo nu.

Eu nem me importo mais, esse é o sentimento mais livre que surge em


minhas veias, e não quero apenas abraçá-lo, mas saborear cada momento em que
permaneço descompromissada com qualquer coisa ou com alguém. Eu realmente
tirei Owen da minha cabeça assim que entrei no banho.

Você sabe a expressão ‘não dou a miníma?’

Bem, sou eu. Olhe em um dicionário e você verá meu rosto e o corpo
submerso nesta banheira agora.

Quero dizer, mesmo o gosto no ar é diferente. Isso é realmente possível? Eu


acho que sim, porque estou vivendo agora.

Não me chame de louca ou espasmódica.

Chama-se perspectiva, e finalmente estou vendo isso claramente pela


primeira vez na porra da minha vida.

Eu finalmente saio da banheira e seco minha pele. Meu peito parece mais
leve e o peso do mundo está desaparecendo rapidamente da minha memória.

Já não me sinto presa ou como se eu estivesse desmoronando, à beira de


perder o controle. Eu não sou dramática, estou apenas chateada.
181
Bem, talvez eu não esteja mais com raiva. O novo ‘eu’ não se importa o
suficiente. Não dar a mínima, lembra?

Passo uma loção na minha pele ainda úmida, umedecendo-a até que eu
esteja radiantemente brilhando, enquanto olho para o meu reflexo no espelho.

Eu posso parecer a mesma do lado de fora, mas por dentro, grandes


mudanças estão ocorrendo em minha mente e espírito.

Coloco um confortável robe branco de feltro, ao redor do meu corpo e o


seguro bem fechado.

Ando até à sala para pegar o copo de água, que lembro ter deixado na mesa
de café. É refrescante quando engulo, bom até à última gota legal e saborosa.

Eu pulo em pé, quanto a campainha toca dentro do meu apartamento,


assustando-me. Quem diabos está na minha porta a esta hora?

Agarro meu robe mais apertado, a cabeça apreensiva olhando para a porta
da frente.

Olho primeiro através do olho mágico, querendo avaliar quem está do outro
lado.

É muito escuro no corredor por algum motivo. Devo abrir a porta para
revelar o visitante? O velho eu provavelmente diria não, mas o novo eu é muito
cheio de curiosidade para não arriscar.

Eu inalo nitidamente e abro a porta de uma só vez. Minha boca se abre em


choque quando vejo quem está do outro lado.

— Oi, Molly, espero que não seja tarde demais para ver você.

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— Owen? — eu fico lá, apenas olhando para ele e tentando compreender o
que está fazendo aqui.

Percebo sua mão atrás das costas, enquanto ele lentamente puxa para
frente e revela uma enorme quantidade de rosas brancas de haste longa em um
buquê perfeito.

— Estas são para você — ele diz suavemente, e as empurra para mim.

Eu as pego, cheirando seu aroma floral. Eu não posso evitar, a cor delas
simboliza a pureza, e sinto um puxão no meu coração, embora provavelmente
deva resistir. Não, eu sei que devo resistir.

— Obrigada — eu digo. — O que foi? — Eu tenho que segurar as flores com


as duas mãos porque elas ficam tão pesadas.

Sem dúvida, estou confusa como sempre.

— Essas rosas são o começo do pedido de desculpas que quero lhe pedir —
diz Owen.

Ele está vestido todo de preto, jeans preto, suéter preto e um casaco preto.

Ele pigarreia para começar o que suponho ser um discurso sobre seus erros.

— Molly, eu apresento estas rosas para você como uma maneira de me


desculpar sinceramente — diz ele.

Então estou certa, posso sentir essas coisas. O cara da casinha quer voltar
para dentro.

— Molly, há cem rosas brancas aqui, e cada uma delas representa o quanto
eu realmente sinto muito por machucar você.

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Não sei porquê, mas tudo que posso fazer é olhar fixamente para ele. Eu não
tenho uma reação... ainda não de qualquer maneira.

— Posso entrar? — ele gesticula em direção a minha sala de estar.

Ainda não consigo falar, então continuo a olhar um buraco na parede em


frente a ele.

— Por favor, Molly...

Finalmente recupero algum controle sobre minha atividade


muscular. Simplesmente aceno, mas ainda não digo nada.

Ele passa por mim e pega as rosas, colocando-as na minha mesa da cozinha.

— Elas vão ficar bem aqui — ele oferece.

Eu fico lá sem jeito, esperando que ele diga outra coisa.

— Molly — ele levanta as mãos — eu estou tão arrependido, sinto


muito. Sim, é verdade que meu plano começou com a tentativa de conquistá-la
para que você levantasse minha suspensão do Exposé. Eu realmente queria foder
Crystal no começo.

Eu recuo em suas palavras.

Ele faz uma pausa aqui, esperando para ver se eu vou contrariar, discutir ou
voar em seus braços. Eu não faço nenhuma dessas coisas, simplesmente olho
para o chão e permaneço em silêncio, imóvel.

Owen não tem escolha a não ser continuar com seu pedido de desculpas.

— O que não fazia parte do plano — diz ele — é como eu me sinto sobre
você. Não posso mais negar isso, Molly. Acho que estou apaixonado por você.
184
Whoa, segure o trem.

De jeito nenhum.

Owen fodido Wolfe acabou de dizer a palavra apaixonado?

Suas palavras são poderosas e posso ouvir a vulnerabilidade em sua voz, mas
ainda não estou pronta para me abrir para ele. Não tenho certeza do que pensar,
se posso confiar nele. Eu preciso de um pouco mais.

Owen se aproxima de mim e pega minhas mãos nas suas, as embalando


gentilmente. Eu não protesto ou tento me afastar.

— Molly — ele sussurra baixinho, sua voz como uma oração — eu te


amo. Você é a única coisa em que posso pensar. Eu não posso dormir, não posso
comer, porra. Sem você, eu não estou fodendo nada.

Pondero sua confissão e a digiro, permitindo que ela afunde em cada fibra
do meu ser.

— Você acha que pode me conceder uma segunda chance, para eu consertar
tudo que fodi? — Owen pergunta suavemente.

Eu respiro o perfume inebriante e sexy de sua colônia masculina. Ele está


apenas perto de mim, mas eu posso sentir sua incrível força e segurança, como se
já estivesse envolvida em seus braços.

Finalmente sei como responder a ele e decido ir com a verdade.

— Estou com medo — minha voz racha e meus olhos se enchem de


lágrimas.

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— Do que você está com medo? — ele se inclina e acaricia minha bochecha
com seu polegar.

— Eu não tenho certeza se sou uma tomadora de riscos, afinal — eu admito,


e olho para o chão.

— Você é uma mulher forte e incrível, porra — ele proclama.

Eu finalmente reuno coragem para fazer contato visual com ele.

— Você nem sabe quantas vezes eu fiquei de coração partido — digo a ele.

— Eu sinto muito que sou a razão para o mais recente — diz ele, com os
olhos cheios de verdadeiro arrependimento.

Eu balanço minha cabeça quando a percepção me atingi.

— Eu usei o trabalho como um Band-Aid,26 uma maneira de me distrair de


ser solitária e magoada. Agora, o que eu tenho para mostrar? — dou de
ombros. — Nenhuma maldita coisa.

— Você me tem — Owen gentilmente me abraça perto de seu corpo.

Quero tanto acreditar nele, mas a dor de tudo no meu passado me faz sentir
como se não pudesse deixá-lo entrar.

Me entregar a Owen significaria, finalmente, estar livre das algemas que me


prendem, mas eu preciso que ele prove seu amor primeiro.

26
Band-Aid – marca de esparadrapo

186
CAPÍTULO 25

OWEN

Ter Molly em meus braços me faz sentir tão perfeito. É como tudo que eu
nunca soube que queria. Mas ela ainda não me perdoou.

Não que eu possa culpá-la. Eu fodi regiamente, e ela estaria perfeitamente


dentro do seu direito de me chutar para o meio-fio agora.

Mas eu espero como o inferno que ela não vá.

— Molly — eu digo, colocando sua bochecha na palma da minha mão e


inclinando o rosto para o meu. — Você pode me perdoar?

Ela me olha por um longo tempo, e eu posso ver o medo em seus


olhos. Medo que ajudei a colocar.

— Eu sei que estou pedindo muito — eu continuo. — Mas por favor. Se você
me der uma chance, eu vou gastar cada dia do resto da minha vida provando a
você que realmente amo você. Nada do que aconteceu entre nós foi uma
mentira. Disso você pode ter certeza.

O resto da minha vida. Essas palavras me atingiram com força. Mas eu sei
que são verdadeiras. Não há outra mulher que possa fazer comigo, o que a Molly
faz. Ela é isso. Sei disso agora. Sinto isso com tudo o que está em mim.

— Owen, parecia tão real. Tudo isso. Não posso acreditar que você tentou
me enganar assim. Tudo foi construído com falsos pretextos.

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— Não — balanço minha cabeça inflexivelmente. — Talvez seja essa a razão
que nos uniu, mas nada, nada, você me ouve? Nem cerca de um segundo que
estivemos juntos foi falso. Cada pedaço disso foi real. Incluindo o quanto eu amo
você — desta vez ela me deu um pequeno sorriso.

— Eu também te amo.

Todo o ar sai dos meus pulmões em uma respiração que nem percebi que
estava segurando. Porra. Ela me ama. É quase impossível acreditar.

— Então, você está dizendo que há uma chance? — dou meu sorriso
provocante.

— Estou com medo — diz ela novamente. — Mas eu não quero mais ser essa
pessoa. Eu quero ter uma chance. Quero ver o que tem lá fora para mim — faz
uma pausa. — Ou o que é certo aqui.

Isso é tudo que eu precisava ouvir. Vou passar todos os dias mostrando a ela,
que tudo o que poderia querer, está bem aqui. Nós. Juntos.

Eu olho em seus olhos por várias batidas do coração, então eu lentamente


abro minha boca para a dela. Ela não resiste. Na verdade, parece que... se rende.

Dentro de instantes, o que começa como um beijo lento se torna mais


profundo, mais necessitado. É como se nós dois estivéssemos famintos um pelo
outro. Minha mão sobe para o lado dela e para cima do monte firme de seu peito,
então eu estou deslizando o roupão de seus ombros.

Beijo ao longo de seu pescoço e abaixo de sua clavícula, lambendo e


beliscando e revelando o fato de que ela está em meus braços.

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Eu nunca vou deixá-la ir.

Ela tira os ombros para fora do roupão, e então ela está de pé pressionada
contra mim, sua pele macia delicadamente perfumada, me deixando louco.

Em um movimento rápido, eu a levanto contra mim e ela envolve suas


pernas em volta da minha cintura.

Sou um homem em uma missão agora, enquanto vou em direção ao seu


quarto. Nós nos beijamos o tempo todo, não nos separando. Sinto que não posso
chegar perto o suficiente dela.

Eu a abraço na cama e ela deixa os joelhos caírem para o lado, expondo sua
linda e brilhante vagina, para devorar com meus olhos.

Então, estou a devorando com minha boca. Me sinto como um homem


faminto. Eu a devoro com uma paixão ardente, como nunca senti antes, querendo
fazê-la se sentir melhor do que nunca.

— Oh, foda-me, Owen. Oh meu Deus — ela se contorce, enquanto treme e


convulsiona sob minha atenção.

Deslizo dois dedos dentro de sua boceta quente e apertada e suas paredes
escorregadias me prendem. Provoco seu ponto G, enquanto chupo seu clitóris
inchado na minha boca, então ela está desmoronando embaixo de mim.

Orgasmo esguicha, encharcando meu rosto e minha mão, e porra é tão sexy
como o inferno. Meu pau está latejando dolorosamente, desesperado por estar
dentro dela mais uma vez. Bem onde eu pertenço.

— Foda-me, Owen, por favor — ela está implorando, e eu amo isso.

189
— Eu acho que posso fazer isso — eu provoco.

Então, estou subindo e pairando sobre ela, olhando em seus olhos, enquanto
meu pau brinca com sua fenda revestida de orgasmo.

Eu espero, gravando o momento, enquanto me preparo para entrar nela.

— Eu te amo, Molly — digo, mais sinceramente do que eu já disse alguma


coisa na minha vida. E quero dizer isso.

Quando eu deslizo em sua umidade macia e sedosa, mantenho meu olhar


fixo com o dela. Isso é diferente, mais íntimo do que qualquer coisa que eu já
experimentei, e não quero perder a porra de um segundo das expressões que
passam pelo seu lindo rosto, enquanto faço amor com ela.

Sim, isso é certo.

Quer dizer, eu vou transar com ela, não se engane sobre isso. Mas isso é
muito mais do que apenas uma foda.

Molly me fez um novo homem. E eu nunca mais quero ser o mesmo cara de
novo. Eu quero uma vida com ela. Começando bem agora.

— Você é para mim, Molly — eu digo quando a levo com longas e lentas
investidas.

Seus olhos se arregalam e sua respiração vem mais rápida.

— Eu não sei o que tudo isso implica, mas eu sei que cada palavra é
verdadeira — eu sussurro, enquanto encosto minha testa na dela, amando como
é estar tão perto de alguém em todos os sentidos. Quem diabos sabia, certo?

— Só com uma condição — diz ela, um sorriso curvando os lábios.

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Eu bombeio nela com mais força, incapaz de ir mais devagar, mesmo quando
estou desesperado para ouvir essa 'condição'.

— Qual é? — eu prendo minha respiração, indo mais rápido, quando sua


boceta aperta e contrai em torno do meu pau.

— Que você promete me foder todos os dias e me fazer gozar os miolos.

Eu rio, então lhe dou um beijo duro nos lábios.

— Essa é uma promessa que garanto, que nunca vou quebrar. Começando
agora.

Então, eu faço. Faço ela gozar seus miolos, então faço de novo, bombeando
aquela boceta tão cheia do meu suco de homem, que quando terminarmos eu sei
que seremos uma bagunça imunda. Então, eu faço de novo... e de novo.

Sim, toda essa besteira sobre ser um lobo solitário?

Isso é exatamente o que era.

Besteira.

Porque agora eu sei que quando você encontra a mulher certa, não há nada
melhor.

FIM

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