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Dimitri

Máfia Vermelha
Carolina Dalcomuni
Sinopse
Ser o herdeiro de uma das famílias mais ricas e influentes do mundo não
é um problema para mim, da mesma forma que ser o capo da Máfia Vermelha,
é o que mais desejo no momento. O único problema é meu pai a beira da morte
e suas exigências patéticas, ele quer que eu me case, isso seria uma tarefa fácil
se a única mulher que eu pretendo me casar não dificultasse tanto a minha
vida.
Allyssa e eu temos um passado, não do tipo divertido, e o do tipo eu a
deixei depois de tomar sua virgindade. Em minha defesa, eu não queria que
alguém como ela se envolvesse no mundo. Mas as coisas mudam, e estou farto
de me manter longe dela.
Dimitri acha que pode voltar para a minha vida atirando ordens, e eu vou
acatar tudo como uma boa garota. O que ele não aprendeu é que as pessoas
mudam, eu não sou mais a mulher boba que ele abandonou depois de tomar a
virgindade. A perda me ensinou a ser forte, e está na hora dele ver o quão forte
eu sou.
Amar dói, e amar o Dimitri pode te matar.
Nesse jogo de gato e rato, vamos ver quem tem o poder.
Prólogo
Allyssa
De pois de um dia cansativo de trabalho tudo o que eu quero é me jogar
na farra e poder aproveitar ao máximo a minha noite. Ao contrário de muitas
garotas eu gosto de viver intensamente e isso se aplica em todos os sentidos.
A verdade é eu gosto de sexo, quente e bruto, mas também gosto de
ganhar carinho, no entanto sou mais de um homem com pegada do que do tipo
de cara que fica preocupado em me quebrar quando meter em mim com força.
Admito que nem sempre fui assim, eu acho, a minha primeira vez não
está no topo da minha lista como minha noite favorita, não ajuda muito que eu
estivesse bêbada como um gambá para me lembrar a fisionomia do homem com
quem eu estive. Mesmo assim, minha primeira vez me ensinou como homens
são fracos e desprezíveis quando conseguem o que querem.
Hoje tudo o que eu preciso é me jogar na farra e arrumar um homem que
me foda de mil formas diferentes e me deixe absolutamente louca de tanto gozar.
— Aí gatinha. — Um idiota que está rodeado de amigos mexe comigo.
— Quer ver o meu pau? Ele está louco para te conhecer. — Provoca.
O examino de cima a baixo, geralmente não gosto desse tipo de cara e
ele, com certeza, tem pau pequeno. Fato um, homens que se acham como esse
idiota, normalmente não tem muito conteúdo dentro de suas calças.
— Eu não tenho certeza se tem algo relevante para ver aí. E mesmo que
tenha, não faria meu tipo. — Falo com desprezo.
— A bonequinha gosta de um ken?
— Eu acho que o único aqui que gosta de um ken é você. Deixe me
adivinhar, você paga de machão e pegador na frente de seus amigos e no final
fica com rabo entre as pernas. Agora se terminamos essa conversa patética eu
gostaria de poder seguir para o bar, longe de vocês idiotas. — Depois dessa os
três saem da minha frente e eu vou para o bar.
Preciso dar um jeito em todo esse tesão acumulado, e como sempre vou
sair daqui acompanhada do cara certo. O homem que sabe que é gostoso, mas
ainda assim não banca o idiota, que é misterioso e discreto. A verdade é, gosto
de caras que atiçam a minha curiosidade e desejo.
— Oi Ally, o de sempre? — pergunta Brad, o bar tender que já me viu
sair daqui acompanhada algumas vezes.
— Sim. — Ele é rápido e logo estou com meu copo de uísque puro em
minha mão e me viro, para olhar a entrada.
A multidão entrando e saindo, rindo e conversando sobre sua vidinha
monótona é entediante. Mas algo me chama a atenção, na verdade um homem.
Ele é alto e moreno, musculoso e tem uma barba que faz minha calcinha ficar
molhada imediatamente.
— Quem é aquele cara? — Pergunto.
— Não sei, ele tem vindo bastante aqui nos últimos dias, e até onde sei, é
barra pesada. Até mesmo as mulheres o evitam.
— Evitam? — pergunto surpresa, geralmente as mulheres se atiraram
em um homem assim, com jeito perigoso e boa aparência.
— As que têm juízo, sim. — diz.
Que pena, para elas. Eu gosto de um bom jogo de risco.
Vejo que ele olha para o bar e seus olhos param em mim, ele anda até
onde estou em passos decididos e firmes. A intensidade dele me faz ficar imóvel
e levo alguns segundos para fechar a minha boca. Esse homem não é o tipo que
brinca em serviço e eu aposto que o serviço dele é de qualidade.
— Um uísque puro e do melhor que você tem. — Late para o pobre
rapaz.
Essa voz não me é estranha, se ao menos eu fosse boa com fisionomias.
— Eu pago. — Falo, e me afasto.
Por mais curiosa que eu esteja com ele e seu familiar fisionomia, sinto
que é melhor me afastar. Ando em direção a pista de dança que fica atrás no bar
e está tocando Summer, uma das minhas músicas favoritas e sem conseguir
resistir me enfio no meio da pista de dança.
Movimento meu quadril de maneira sexy, as aulas de dança que fiz
quando nova valeram muito a pena e ainda mais depois que minha professora me
comparou a Shakira. Claro que duas semanas depois ela foi substituída por um
professor gostoso pra caralho que eu acabei fodendo no estacionamento da
academia.
Infelizmente para mim o homem queria algo sério demais e eu não estava
pronta, relacionamentos exigem que ambos estejam envolvidos, e eu não me
envolvo fácil. Talvez o homem da minha vida esteja por ai e apenas ele vai ter
meu coração e meu compromisso assim como a minha fidelidade. Palavras como
“eu te amo” não são para ficar gastando por ai atoa.
Sinto mãos em meus quadris e um corpo forte e firme me apertar e se
colar ao meu, uma onda de calor e eletricidade corre por mim e me deixa a ponto
de um orgasmo, posso sentir a ereção dele contra a minha bunda e seja ele quem
for é grande.
— Posso saber seu nome? — Ele pergunta em meu ouvido, fico
arrepiada.
— Sem nomes. — Falo. Se ele quer uma noite comigo, essa é a regra
principal, assim como a do número de telefone, eu não dou o meu e não espero o
dele. Sem complicações e sem drama.
— Você pode tentar esconder seu nome, mas aposto que sua boceta está
ensopada e tudo isso por mim, você quer que eu te foda com força contra a
parede mais próxima. Mas isso não vai acontece hoje, quero que esteja pronta
pra quando isso acontecer, porquê depois disso não terá mais volta. Você vai ser
minha! — Ele beija meu pescoço e se afasta, fico esperando algo mais vir dele,
mas quando me viro estou sozinha.
Depois dessa conversa estranhamente excitante vou pagar a minha conta
e em seguida ir para a minha casa descansar, tentar tirar esse homem misterioso
de mim.
— A conta. — Peço.
— S ua conta já foi paga pelo homem com quem estava dançando. Na
verdade, fiquei surpreso que ele foi atrás de você depois que saiu.
— Era o cara do bar que estava dançando comigo? — Se era ele então
o cara além de gostoso e um pouco sinistro tem uma pegada que…
— Sim e ele deixou isso aqui para você. — Me entrega um pedaço de
papel com uma letra elegante e um número de telefone. Eu não leio o que está
escrito apenas coloco na minha bolsa e saio do bar.
Indo para meu apartamento, durante o caminho alguma coisa me leva ao
passado, a noite em que eu perdi a minha virgindade, a noite que não passa de
um borrão.

***
Passado
Estou em uma festa, cercada por meus amigos e com um copo de bebida
nas mãos, eu já devo ter bebido umas três ou quatro dessas e devo dizer que as
filhas da mãe são fortes como a porra. Eu já estou toda solta e rindo a toa de
qualquer coisa idiota que meus amigos falam. Olho para o outro lado da sala e
vejo minha prima ao lado do meu avô e eles estão em uma conversa animada.
— Ally, aquele homem que está te olhando. — Comenta uma amiga.
— Deve ser impressão sua. — Falo, sem perder tempo olhando o
homem.
— Se é impressão minha, então me explica por que ele está vindo pra
cá? — Diz.
Eu estou meio tonta e quando me viro, acabo me desequilibrando e sou
amparada por mãos fortes que me apertam contra um corpo definido, o tipo de
corpo que qualquer mulher adoraria ser apertada contra.
— Você está bem? — pergunta uma voz grossa e sensual.
— Si… Sim. — Falo depois de gaguejar um pouco.
Mas que droga penso. Não sou o tipo de mulher que faz isso perto de um
homem bonito, ainda mais para um borrão como esse. Tudo o que sei sobre esse
cara é que ele tem um corpo musculoso e definido beirando a perfeição.
— Quer que te acompanhe lá fora? — Pergunta.
— Não, vou para o meu quarto, não estou me sentindo bem. —
Admito. — Não costumo beber dessa forma.
— Deixe que eu te acompanho, antes que acabe se ferindo. — Fala,
por mais que eu queira dizer não, não consigo andar em linha reta que dirá
subir as escadas para o quarto.
— Tudo bem. — Aceito a gentileza.
Foi assim, no caminho para o meu quarto que tomei a decisão mais
estúpida que poderia pensar, e agarrei um homem a qual eu nem fazia de ideia
de quem era, entregando a ele a minha virgindade e acredito que um pouco de
quem eu era também.
— Você tem certeza? — Pergunta ele enquanto eu abro o zíper de sua
calça e puxo o pau dele para fora.
— Nunca tive tanta certeza de algo na minha vida. — Me ajoelho na
frente dele, tomando seu pau em minha boca.
Eu nunca fiz algo do tipo, e admito que o álcool me deu mais coragem do
que quero acreditar. Quado vejo ele duro, minha boca saliva de vontade de
prová-lo, quando menos espero, estou dando o meu primeiro boquete.
— Porra, que boca gostosa você tem, acaricie meu saco. — Pede com
um jeito bruto. — Agora envolva sua outra mão em volta dele e me masturbe
com ela, enquanto chupa a ponta do meu pau. — Me instrui e eu faço o que ele
manda. — Isso. — Elogia.
Tomo meu tempo com seu pau, até que ele me afasta e me joga na cama,
meu vestido é rasgado e ele está entre as minhas pernas, seu rosto a centímetros
da minha buceta, seu hálito quente me deixando mais excitada.
— Você tem um cheiro maravilhoso, essa sua bucetinha está louca para
ter o meu pau dentro dela. — Diz, enquanto passa os dedos pela minha
calcinha. — Olha só como está molhadinha. — Ele rasga a minha calcinha e
cheira ela, então volta a atenção para a minha boceta e passa a língua pelo meu
clitóris
Gemo, enquanto ele prende meu clitóris entre os lábios, sua mão subindo
pela minha barriga e parando nos meus seios, e aperta. O tesão é tanto que ergo
meu quadril em direção ao seu rosto e entrelaça meus dedos em seu cabelo.
— Minha putinha tá doida pra ser fodida. — Diz, depois que gozei em
sua boca.
— Sim. — Falo.
— Então é isso o que vou te dar. — Ele sobe em cima de mim e me
beija, entrando na minha buceta com força.
Sinto muita dor, mas logo é substituída por prazer e me pego gemendo.
Na hora não penso em como ele me fode sem proteção, só consigo pensar em
como esse homem está me dando prazer.
Ele afasta a boca dele da minha e enterra a cabeça em meu pescoço,
gemendo enquanto me fode. Logo que nós dois gozamos ele cai em cima de mim
ofegante e eu pego no sono.
Penso que talvez tenha encontrado o homem da minha vida, mas esse
sentimento termina na manhã seguinte, quando acordo sozinha em uma cama
com a cabeça confusa sobre o que aconteceu, a única coisa evidente é a dor
entre as minhas pernas e o bilhete agradecendo pela noite.
***
Allyssa
Quando chego em casa não consigo deixar de pensar é o que essas
memórias tem a ver com o cara do bar? Por que ele fez com que essas
lembranças voltassem a me assombrar de um jeito tão intenso?
Talvez tudo não passe de um reflexo do meu tesão acumulado, afinal
desde de que perdi a minha virgindade, nenhum homem me interessou de uma
forma tão intensa como ele fez. Isso se ele for real e não uma invenção da minha
mente, o tipo de invenção que te deixa desidratada de tanto gozar
No momento que agarro o pedaço de papel na minha bolsa, percebo que
era real e que eu poderia o reencontrar em algum momento, talvez dar a ele um
pouco de diversão para a noite assim como ele me daria e em seguida partir. Mas
o fato é que não me envolvo com homens que tem uma chance de me machucar,
e esse cara tem um seria chance.
Meu celular toca e é uma mensagem da minha prima Lara, a coitada está
metida até o pescoço na investigação da empresa. Não quero ser grossa e nem
insensível, mas meu avô foi um idiota, levando em conta seu caráter duvidoso, o
que influenciou o meu primo imbecil.
— Oi Lala. — F alo atendendo o telefone.
Não sou essa mulher de aço, insensível com o sentimento dos outros, que
não dá bola para a família e amigos.
— Oi, você já terminou de fazer o projeto da marca de perfume francês?
Não é que estou querendo ser chata, mas aqueles franceses estão no meu pé e
você sabe como o vovô fica quando as coisas não dão certo. — Estou com esse
trabalho pronto há uma semana apenas esqueci de enviar.
— E le está pronto, apenas esqueci de enviar.
— Tudo bem, quando terminar seu novo trabalho, tire umas férias. —
Aconselha. — Você sabe que não podemos te deixar sem férias, até eu vou tirar
um tempo.
— Isso seria fantástico, será que posso tirar essa semana? Te envio os
meus dois projetos finalizados ainda hoje em seguida férias. Talvez eu vá viajar.
— Falo com o papel que o homem me deixou nas mãos, ainda não tive coragem
de ler.
— Pode, me mandar em duas horas?
— Claro, só falta adicionar a nova fonte e tudo pronto. — Nos
despedimos rapidamente e abro meu notebook, termino o projeto e clico em
enviar.
Projeto finalizado vou para o meu quarto, deixo o bilhete em cima da
mesa de cabeceira, e vou tomar banho. Estou cansada e meu dia hoje pareceu
sem fim. Amo meu trabalho, mas às vezes sinto falta de ação, perigo, gosto da
intensidade e do risco.
Qualquer garota daria a vida para ter tudo o que tenho, dinheiro, fama no
que faço e todos os homens aos meus pés, mas a verdade é que quero algo que
seja real, perigoso, mas que me prenda a atenção. Acho que é por isso que estou
sozinha até hoje, busco tudo isso em um homem.
Me seco e vou me deitar, não me julgue por gostar de dormir nua.
Me deito e abro o bilhete, ao contrário do que eu esperava só estava
escrito o nome do hotel e com ele o nome do meu anfitrião, Dimitri Petrov.
"Hotel Plaza as 20:00h
Não chegue atrasada, pergunte por Dimitri na recepção do hotel ou vá
até o bar.
Te espero!
Dimitri Petrov "
Agora a dúvida que fica é o que devo fazer com isso?
O cara me passa um endereço com um nome, uma data e horário para
que eu esteja lá e não sei se devo ir. Sei que se procurar por seu nome na internet
vou encontrar o perfil de um homem de negócios bem-sucedido e não o perfil de
um assassino.
De qualquer forma não é um assunto para essa noite, amanhã decido o
que fazer.
Pela primeira vez em muito tempo, a dor do meu passado não me
assombra durante os meus sonhos. Acordo as dez da manhã, mais relaxada do
que nunca, quem diria que um homem misterioso faria isso comigo?
Faço todas as minhas atividades do dia, e então decido correr no Central
Park, quando meus habituais dez quilômetros não surtem o efeito desejado,
decido correr mais um pouco. Quando estou terminando a última volta bato em
alguém, olho para ver quem é e me deparo com Dimitri.
— Praticando atividades físicas, Allyssa? — Não me lembro de ter dito
meu nome.
— Olá estranho. — Admiro seu corpo descaradamente . — Acho que é
meio obvio o que estou fazendo aqui, e quanto a você?
— Apenas admirando a beleza do parque, acho que acabei de encontrar
algo surpreendentemente belo.
— Engraçado, achei que você fosse o tipo de cara que age e não espera.
— Respondo. — Embora, seja muito desligado, quase me derrubou .
— Peço desculpas pela minha falta de jeito, mas quando te vi fiquei
curioso para saber a sua resposta sobre o nosso compromisso hoje à noite.
— Eu não tenho certeza, você pode ser um maluco psicopata que planeja
me matar durante o sexo?
— Quem disse que teríamos sexo? — sorri de maneira presunçosa.
— Não sei. — Finjo pensar. — Talvez possa ter sido a minha calcinha
encharcada ou seu pau duro de ontem à noite e… — Olho para o meio das
pernas dele e vejo que ele está de pau duro novamente. — De hoje também.
— Vejo que você gosta do que vê, vai dizer que não quer? — Ele me
encara.
— Nunca digo não para um bom sexo. Isso deduzindo que você seja
bom de cama, espero que não me decepcione. — Falo e o deixo ali parado
olhando para a minha bunda enquanto me afasto.
— Isso quer dizer que vou te ver esta noite? — Grita.
— Quer dizer para você não me fazer perder meu tempo. — Grito de
volta.
Retorno para casa.
É estranho ele saber meu nome e essa é uma das perguntas que vou a ele
essa noite, afinal não vou só para brincar com seu pau.
O tempo passa rápido durante o dia, quando dou por mim está na hora de
me arrumar para encontra-lo.
Enquanto a banheira enche, vou até a cozinha e como alguma coisa,
passei quase o dia todo sem comer nada, e não quero correr o risco de passar mal
na rua. Depois de comer volto ao banheiro, meu lugar favorito do apartamento,
mesmo o meu quarto perde a preferência para ele.
Quando comprei esse apartamento enorme, precisava de espaço para
construir e deixar tudo confortável, no entanto o acidente mudou a minha vida.
Agora esse é apenas o lugar onde durmo, todo o calor e amor que tinha naquela
época se foi e hoje fica trancado dentro do último quarto, um quarto que jamais
deixei alguém entrar.
A dor daquele dia volta para mim e balanço a minha cabeça para afastar a
sensação de vazio e desespero. Ninguém fora da minha família sabe o que
passei, e nem mesmo eles sabem como é doloroso e desesperador.
Retomando o controle sobre as minhas emoções entro tiro minha roupa, e
vou para a banheira quente. Os sais aromáticos me ajudam a relaxar, talvez deva
procurar meu velho terapeuta, ele disse que flashes do meu passado poderiam
me atormentar e talvez fosse a minha depressão voltando.
Esqueça isso Ally... Esqueça isso Ally... Esqueça isso.... Deixe no
passado.
Repito meu mantra em uma tentativa de retomar o controle sobre as
minhas emoções e focar no momento, Dimitri. O homem que consegue me
excitar apenas com provocações e seu mistério.
Coloco um vestido preto que vai até meu joelho, com uma fenda na perna
e um cinto pequeno, ele é colado e me faz sentir sensual e desejado. Mas meu
visual só fica completo quando coloco meu salto preto, prendo meu cabelo em
um coque alto e passo uma maquiagem escura e um batom nude.
Antes de sair tomo um copo de uísque, para me preparar para noite
intensa que vou ter hoje. Esses hábitos de sair à noite já me trouxeram
consequências as quais mesmo não me lembrando direito, estava muito feliz com
o resultado.
Saio do meu apartamento e cumprimento meu porteiro, que me avisa que
meu táxi está me esperando. Eu poderia atravessar o parque, mas não fico feliz
com a ideia de ser roubada, e a essa hora, é algo que acontece muito.
Passo o endereço do Dimitri e durante o caminho todo, não consigo
deixar de pensar o que a família falaria se me vissem nesse momento. Eles com
seu falso moralismo e sua fachada feliz, com toda certeza me renegariam, ou
ficariam felizes em saber que já dormi com a maior parte dos homens bem-
sucedidos da cidade.
Tenho pena da minha prima Lara, ela não faz ideia das coisas que
acontecem na nossa família, muito menos do quanto minha tia teve que lutar
para tê-la. Pelo meu avô ela teria feito um aborto, a criança do homem, que
segundo meu avô era menos digno do que um verme. Por ironia, hoje em dia ela
é o orgulho do velho, que mente para ela sobre a morte da sua mãe, mas não sei
muito a esse respeito e contar para a Lara apenas tornaria tudo pior.
Não me dou conta de que chegamos, até que o motorista pigarreia para
atrair minha atenção. Sem demora atiro uma nota para ele e saio do carro,
caminhando em direção ao hotel, onde um grupo de homens que está saindo para
me observar, os ignoro. Na recepção do hotel sou informada de que o senhor
Petrov está me aguardando.
Enquanto caminho ao seu encontro controlo as minhas emoções, me
nego a mostrar que estou com medo, não quero que alguém como ele me veja
fraquejar, ele vai tomar isso como uma brecha e aproveitar.
Entro no restaurante do hotel e logo vejo Dimitri, que se levanta para me
cumprimentar, em seguida puxa a cadeira para que eu me sente. Ele faz um sinal
para a taça de vinho na minha frente e tomo um gole.
— Você está encantadora essa noite. — Fala.
— E você acredito que está mantendo o cavalheirismo de sempre, no
entanto não sou o tipo de mulher que tem paciência para cantadas baratas e todo
o blá blá blá, quero saber como sabe meu nome? — Vou direto ao ponto.
— Você é uma garota muito curiosa e sabe o que quer, admiro isso e
devo concordar que não tenho paciência para esse tipo de coisas. Quanto ao seu
nome, pensei que no momento em que me visse no bar se lembraria de quem
sou. — Responde.
Olha se não é o senhor arrogante de mais, pensa que todos sabem quem
ele é e vão o reconhecê-lo imediatamente.
— Já ouvi seu nome, embora devo te dizer que ouvir seu nome da boca
do meu primo não é algo que qualquer pessoa se orgulharia. — Rebato.
— Está enganada se pensa que apenas o seu primo não presta. — Ele
toma seu vinho sem tirar os olhos de mim.
— Sei que meu avô não presta, tanto que tenho algumas provas contra
ele. — Dou de ombros. — Acredito que não me trouxe aqui para me falar coisas
que já sei.
— Não, você veio aqui para saber como sei seu nome, e também porquê
espera ter uma noite de sexo. — Ri. — Ainda não consigo acreditar que não se
lembra de mim.
— Me lembro de você? — Estou confusa com isso.
— Eu te contaria, mas isso estragaria a surpresa. — Diz. — Vamos
deixar que descubra por si só.
Suas palavras me deixam intrigada, não me lembro de tê-lo visto antes,
como disse sou péssima em lembrar de pessoas.
A não ser que…
Capítulo 2
Dimitri

Detesto perder tempo com jogos de sedução, e até onde sei sobre Allyssa,
ela não é muito fã deles também. No entanto, ela não se lembra de mim e da
noite que passamos juntos há alguns anos, onde infelizmente eu era o idiota que
caiu fora na manhã seguinte.
Agora que meu pai está quase morrendo vou assumir o lugar como capo,
e vou levá-la comigo mesmo contra sua vontade. Na minha família a virgindade
de uma garota é uma coisa importante e como eu tirei a virgindade dela, Allyssa
passou a ser minha.
Minhas palavras fizeram com que ela ganhasse um semblante pensativo,
posso ver que está buscando em sua memória quem sou e o que fizemos juntos.
Oh gatinha, não achou que eu iria te dar tudo de bandeja, achou?
— Enquanto você tenta se lembrar, devemos ir comendo, isso pode levar
algum tempo.
— Deixe me simplificar isso para você. — Ela toma um pouco da bebida
dela e mantém seu olhar sensual colado em mim. Sua boca carnuda me faz
lembrar dela em volta do meu pau. — Você é um dos homens com quem passei a
noite, não me culpe por não lembrar de você já que foram tantos. — Ela está
mostrando as garras novamente, qualquer homem com bolas menores poderia ter
corrido nesse momento, mas não eu.
Um Petrov nunca foge!
— Deveria lembrar do homem que tirou a sua virgindade. — Vejo ela
ficar tensa quando digo isso.
— Isso não vai dar certo. — Gesticula entre nós. — Se veio aqui rir de
quando tirou a minha virgindade, está perdendo seu tempo. E se veio em busca
de algo mais, não vai acontecer, não vamos voltar aquele tempo. — Ela se
levanta e pega sua bolsa.
— Foi ruim assim perder a virgindade comigo? — Provoco. — Ontem no
bar você estava mais do que disposta a foder comigo.
— Eu não me lembrava de você, como pode ver. — Diz com raiva. —
Na noite que dormi com você eu estava bêbada e você também, ao menos era
isso que estava escrito no bilhete.
— Aquele bilhete foi coisa de um garoto mimado que não queria nada da
vida. — Me defendo.
— Deixe-me adivinhar, agora você se acha um “homem” e está tentando
reparar seus erros do passado? De qualquer forma não importa, eu dispenso tanto
o jantar quanto o sexo. — Diz, se virando para ir embora.
Me levanto e a sigo.
— E agora o homem quer algo da vida ou está apenas tentando reparar
um erro do passado? Nos dois casos passo a oferta do jantar e do sexo. — Se
vira para ir embora.
Ela pensa que vou facilitar?
— Pensa que vou deixar você ir embora tão fácil? — Seguro seu braço e
a levo até o elevador.
— Você só gosta de coisas fáceis. — Declara. — A propósito, você tinha
razão, é muito melhor ter vários sabores do que se acostumar a um só. — Ri. —
Você é tão patético que nem me preocupei em tentar te encontrar quando
descobri que estava grávida.
Sua revelação me faz soltar seu braço como se estivesse em chamas.
Eu tenho um filho?
— Não posso acreditar que temos um filho e você sai à noite como
uma…
— Como uma? — Ela me desafia a terminar. — Deixa de ser um idiota
de bosta, aproveite que estou aqui e disposta a te contar sobre ele.
A forma como ela fala faz o meu corpo arrepiar.
— O que isso significa? — Questiono. — Não vai me deixar conhecê-lo,
ou você abortou, talvez até tenha o dado para a adoção.
Seus olhos se enchem de lágrimas, arruinando sua postura defensiva.
— Eu nunca faria isso com o meu filho! — Rosna. — Ele foi a melhor
coisa que me aconteceu até que um bêbado bateu no meu carro, ele tinha três
anos quando morreu. Perdi tudo e não tinha ninguém ao meu lado que
entendesse a dor. E sabe o porquê?
— Não. — Murmuro.
Meu peito dói e parece que meu coração foi arrancado do peito.
Desespero toma conta de mim, como posso sofrer por um filho que nem
conheci? Queria ter visto ele andar pela primeira vez, seu primeiro sorriso, suas
primeiras palavras, o primeiro dente nascer. É como se minha vida estivesse
incompleta.
Um filme passa pela minha cabeça, como era o meu filho? Será que ele
tinha os meus olhos, meu cabelo, ou ele se parecia com a Allyssa?
— Escondi a minha gravidez o máximo possível da minha família, sabia
que eles não aceitariam que tivesse um filho, até tentaram me convencer a
abortar. — Admite. — Me neguei, e durante alguns anos fui a mulher mais feliz
do mundo com meu bebê. Aí o acidente aconteceu, e quando acordei o médico
me disse que o meu bebê estava morto.
— Sinto muito.
— Sente mesmo? — Ri sem humor. — Você não faz ideia! Quando
soube que meu filho tinha morrido eu desejei morrer junto com ele, como
poderia viver sabendo que nunca mais veria o sorriso dele? Que ele não ia mais
me acordar com beijos no rosto e me chamando de mamãe, sem ter que virar a
noite em claro o protegendo dos monstros que se escondiam em seu armário?
Pela primeira vez na minha vida rezei, rezei para morrer todos os dias por um
ano, vivi a baixo de remédios, em uma tentativa de amenizar a dor dilacerante no
meu peito, mas ela nunca foi embora.
Allyssa desaba a chorar, e me sinto impotente. Como consolá-la se estou
sentindo o mesmo tipo de dor agora?
— Quem estava dirigindo o outro carro? — Pergunto, precisando me
apegar a raiva.
— Não sei, me disseram que ele estava bêbado e fugiu. — Ela se
recompõe. — Sei que deve estar curioso para saber mais, só que não consigo
dizer mais nada hoje. Todas essas lembranças do tempo que perdi me fazem mal.

***
Passado
Allyssa
Estou no carro com meu filho, estamos indo para casa depois de um dia
no parque. Meu pequeno ama parque e chuva, ele estava brincando e pulando
em poças d’água. E está encharcada e com as roupas sujas de lama.
— Mamãe, por que temos que ir embola? — Pergunta, acho tão fofo o
jeito que ele fala.
— Porquê está ficando tarde e nós temos que tomar um banho e jantar.
— Mas eu não estou com fome. — diz e faz biquinho, olho pelo
espelho retrovisor e dou risada.
— Sei que você está Zack, e amanhã a mamãe te leva de novo. —
Ofereço, sabendo que é fácil de convencê-lo.
— Oba. — Grita animado.
Por um breve segundo olho para trás, e quando me viro vejo faróis vindo
em direção ao carro, giro o volante em uma tentativa de evitar uma batida de
frente e acabo capotando com o carro, ficando inconsciente.
Meu último pensamento antes de apagar é meu filho.

***
Acordo com a minha prima ao meu lado, minha cabeça está doendo
muito e quando tento me mexer sinto fios presos nos meus braços, todo o meu
corpo dói. Aos poucos o que aconteceu volta a mim, e o desespero se instala.
— Meu filho? — Grito, e Lara se levanta rápido e vem ao meu lado.
— Ally, você tem que ficar calma, vou chamar o médico. — Diz.
— Eu quero o meu filho, cadê ele? — Choro. — Ele estava no carro e…
— Allyssa calma, o médico vai vir falar com você. — Meu vô diz.
— Não me importo com o médico, eu quero ver o meu filho. — Luto para
me sentar e começo a tirar a agulha do meu braço.
Vi a expressão em seus rostos, sei que algo muito ruim aconteceu.
— Ally, por favor. — Lara chora.
— O meu filho, ele…ele morreu?
Não sei de onde tiro coragem para completar a frase. Algo dentro de
mim me dá forças, mesmo que seja por um breve segundo. Nunca pensei que um
dia teria que verbalizar essa frase, não é o certo uma mãe perguntar isso.
Eles não me respondem, e respiram aliviados quando o médico entra no
quarto.
— Vejo que está acordada e…
— Onde está o meu filho. — Grito, a dor rasgando a minha garganta.
— Allyssa, eu lamento te informar que seu filho faleceu. — O médico diz.
Em algum momento paro de escutar tudo a minha volta, o meu peito está
doendo e não é por causa dos meus ferimentos. A dor dos ferimentos não é nada
comparado ao que estou sentindo nesse momento. É como se meu coração
tivesse sido arrancado do peito, o mundo perdeu a cor, e só quero gritar minha
dor, fazer com que todos sintam o que estou sentindo.
Como é possível existir esse tipo de dor?
O meu filho era um bebê, ele devia estar vivo! Nós íamos ao parque
amanhã.
Se eu tivesse feito o que ele pediu, ficado mais alguns minutos no parque,
ele ainda estaria aqui, ele estaria feliz e eu ainda teria o meu filho em meus
braços. De que adiantou eu querer levá-lo para casa e colocá-lo na cama, se
agora ele nunca mais estará nela? Vai ser apenas mais um cômodo vazio em um
quarto frio, um quarto que antes era cheio de vida e alegria.
— Ele não pode, o meu filho não… — Não sei se estou chorando ou
gritando.
— Aceite Allyssa, não terne esse momento mais difícil do que já é. —
Meu avô diz.
— Você não sabe como estou me sentindo! — Rosno.
Como ele se atreve a se meter na minha dor? A me dizer que estou
tornando tudo pior sofrendo pelo meu filho? O pedaço mais importante de mim!
— Eu perdi a minha filha também…
— Você nunca se importou! — Grito. — Saiam do meu quarto.
— Ally. — Lara pede, mas eu a corto.
— SAIAM AGORA! — Meu grito sai quebrado, como a minha alma está.
Sei que estou sendo injusta com a minha prima, mas ela não sabe como é
perder um filho. Ela não sabe porra nenhuma sobre ter algo tão importante em
sua vida, algo a qual você não consegue se imaginar vivendo sem.
Quando todos eles saem me enrolo na cama, chorando.
Não quero estar viva, só quero fechar meus olhos e nunca mais acordar.
Mas sempre que os fecho, imagens dos meus últimos momentos ao lado do meu
filho, quando o meu mundo era um lugar seguro, vem.
Por que Deus teve que ser tão cruel comigo? Que mal fiz a ele?

***

Meu filho acaba de ser enterrado.


Durante os últimos dias tenho mergulhado na minha dor, não deixando
que ninguém se aproxime. Eles não fazem ideia de quanto tenho pensado em me
matar, a constante dor no meu peito não é algo com que acho que vou me
acostumar, ainda mais enquanto assisto o pequeno caixão com o meu filho ser
pouco a pouco coberto.
As poucas pessoas que vieram acompanhar o enterro foram embora, me
deixando com a minha avó, que tem se negado em me deixar sozinha por medo.
— Calma minha filha, vai passar. — Diz, para me acalmar.
— Não vai passar! Ele não está mais aqui, como vou viver sem ter o
meu filho? — Pergunto desesperada.
— Tudo tem um motivo.
De todos que estiveram por perto nos últimos dias, ela é a que mais tem
me dado apoio. Meu avô me olha de canto, agindo como se eu estivesse
exagerando e dizendo que preciso passar por isso e ser forte. Ele nem me
permitiu abrir o caixão, disse que não seria bom para o meu estado físico e
mental.
Tenho ignorado suas palavras, focando nos meus últimos momentos com
o meu filho, enquanto ele ria e brincava, feliz depois de se divertir.
— Vamos para casa querida. — Minha avó me chama, passando a mão
no meu ombro.
— Vou ficar aqui mais um tempo. — Falo.
— Allyssa. — Ela tenta, mas meu vô acaba interferindo.
— Vamos querida, se ela quer ficar, não tem nada que possamos fazer.
— Diz, mostrando sinal de impaciência.
E assim os dois saem, me deixando sozinha.
Pensei em me matar aqui, morrer ao lado do meu filho.
Mas quem sou para fazer isso com ele? Desonrar seu lugar de descanso.

***

Presente
Dimitri
— Vamos continuar essa conversa amanhã. — Digo, olhando em seus
olhos.
— Tudo bem, só preciso ir para casa e descansar. — Ela se solta e sai,
não acredito que demos esse show no lobby do hotel.
— Você vai dormir aqui. — Não quero que ela saia nesse estado.
— Não! — Protesta.
— V ocê vai dormir aqui e não adianta discutir, não te quero fora da
minha vista.
Ela pode tentar me ignorar e fugir.
— Prometo que não vou fugir, confie em mim, só preciso ir para a
minha casa e ficar sozinha. É lá que estão as coisas do meu filho. — A dor em
seus olhos me faz recuar um pouco .
— Posso ir com você? Por favor, quero ver fotos dele e me sentir perto
por apenas um momento. — Peço. — Nem sei o nome dele.
— Ele se chamava Izack e era a melhor criança do mundo, era gentil e
amava brincar nas poças de lama do parque, e dizia que eu era sua “princesa”.
— Sorri com as lembranças.
Como eu queria poder voltar no tempo e não ter sido um babaca, poder
cuidar dela e do nosso filho.
— Queria muito ter o conhecido, não estou feliz com a situação, mas
entendo seus motivos para não me contar, lamento sua perda.
— Obrigada, quero que saiba que me arrependo de não ter contado. Tive
medo, talvez se eu tivesse contado isso não teria acontecido. — Funga.
— P osso ir ou não? — Allyssa está em um momento frágil, e temo que
ela possa fazer algo.
— Tudo bem, vamos.
Sigo silenciosamente atrás dela, e quando noto que indo pegar um táxi,
faço sinal para o meu motorista, enquanto pego ela pela cintura e a levo em
direção ao carro.
— Vamos no meu carro, meu motorista vai nos deixar e voltar para o
hotel. — Falo e ela concorda.
Allyssa fica em silêncio durante todo o caminho até o apartamento, sei
que ela está lutando contra tudo o que me contou, eu também estou abalado e
nem estive ao lado dele. Além disso estou concentrado em encontrar quem
causou o acidente, alguma coisa nessa história está estranha de mais.
— Você sabe se a polícia descobriu alguma coisa? — Eles devem ter
descoberto algo e posso usar meus contatos lá dentro para ter uma pista e
encontrar esse cara.
— Eles não falaram nada depois de um tempo, até param com as
investigações, simplesmente desistiram de encontrar quem matou meu filho. —
O apartamento dela não era longe, na verdade era muito perto do hotel.
Quando chegamos o porteiro acenou para ela, mas logo parou quando viu
o olharem seu rosto. Ela apenas deu um sorriso triste para ele e então entramos
no elevador e subimos até seu apartamento.
Seu apartamento ocupava o andar inteiro, um lugar bonito, sofisticado e
ainda assim acolhedor. Não perco tempo olhando o lugar, não quando de cara
vejo uma foto dela com um menino pequeno.
Ele é lindo, tem olhos grandes e castanhos, um cabelo escuro, seu sorriso
é bonito e tem covinhas, o que o torna ainda mais fofo. O garoto é a mistura
perfeita da Allyssa e minha, imagino como seria pegar ele no colo e brincar.
— Esse é ele? — Pego a foto.
— Sim, ele tinha um ano e meio. — Diz com um sorriso.
— Ele parece muito com você. — Falo.
— Ele se parecia com você também. — Responde. — Olhando bem
agora, ele se parecia mais com você do que comigo. Quer ver o quarto dele? —
O ferece.
— Adoraria. — E la me guia ao longo de um corredor e para em frente
a duas portas, uma deve ser o quarto dela. A outra é branca e tem uma girafa
entalhada na madeira.
— Ele gostava de bichinhos, me fez arrumar o quarto dele de novo com
a decoração que queria. As coisas aqui estão do jeito que ele deixou. —
Quando ela abre a porta vejo um quarto com tema de bichinhos.
A cama está desarrumada como se eles estivesse ali e o cheiro suave de
criança ainda está presente, os animais pintados na parede e os brinquedos
espalhados no chão junto com lápis de colorir e todos os rabiscos na parede me
desestabilizam.
Eu perdi tudo isso.
— Não consegui mexer em nada, é como se ele estivesse aqui ainda.
Sempre que me sinto mal venho aqui. Ajuda um pouco a matar a saudade dele
em alguns momentos, já em outros apenas piora. Vou te deixar sozinho por um
tempo, tem uma gaveta com fotos dele ali, e no DVD tem um vídeo.
Quando ela me deixa sozinho no quarto, pego as fotos e começo a ver.
Seu sorriso alegre de bebê, em várias fases da vida até que de repente as fotos
param e aí eu choro. Choro pelo que ele poderia ter se tornado, todos os abraços
que não vou dar nele, choro por não poder pegar ele no colo e nem poder ensinar
a andar de bicicleta.
Sempre tive medo de ter um filho e ser um péssimo pai, como o meu pai
foi para mim e meus irmãos, mas agora sinto falta de tudo o que não tive, cada
momento perdido. E esse sentimento é o que me dá força para ir atrás de quem
quer que seja e o matar.
Ou eu não me chamo Dimitri Petrov.
Capítulo 3
Allyssa
Dimitri deve ter pensado que eu ia ficar irritada e nervosa com sua
presença, acho que ele não esperava a carga emocional que atirei nele. E
por mais que o tenha perdoado, e seja grata pelo melhor presente que já
ganhei na vida, não vou cair no mesmo erro do passado.
O deixar no quarto do Zack foi uma coisa boa, vi que ele ficou
abalado em saber da morte do nosso filho, e sinceramente rezo para que
ele encontre o lixo humano que causou toda essa merda. Se a polícia
desistiu eu não vou desistir e deixar a morte dele passar em branco.
Entro no banheiro e limpo meu rosto, minha maquiagem está um
caos e preciso me limpar para me livrar dessa sensação. Não consigo
acreditar em como demorei para perceber a semelhança entre ele e Zack.
Tiro minha roupa e entro no chuveiro, a água fria me ajuda a
relaxar um pouco.
Fico tão distraída que não escuto o barulho da porta ser aberta e
Dimitri ficar parado lá me olhando, quando o vejo dou um pulo e desligou
o chuveiro puxando uma toalha para esconder o meu corpo.
— O que está fazendo aqui? — Pergunto.
— P reciso falar com você, surgiu um imprevisto e tenho que sair.
— S e desculpa.
— Dimitri, não se sinta preso aqui porquê descobriu que tivemos
um filho, não sou nada sua e nosso único vínculo se foi. Pode pegar uma
foto da Izack se quiser, tenho cópias de todas elas. — P asso por ele.
— Nós precisamos ter uma conversa muito séria quando eu voltar
e isso vai ser logo. Agora preciso mesmo ir. — D iz e para a minha
surpresa me dá um beijo na boca.
Eu não estava preparada para esse tipo de beijo, tudo com esse
homem é intenso e sedutor, e me deixa confusa, perdida, e ao mesmo
tempo excitada. O que o torna tão sedutor, que mesmo com raiva me sinto
atraída por ele? Talvez seja a barba que dê a ele esse tipo de poder.
Minhas mãos vão para sua nuca, onde deslizo os dedos pelo seu
cabelo curto, ele corre sua mão pelo meu corpo parando atrás na minha
coxa, erguendo a toalha e apertando a minha bunda. A próxima coisa que
sei é que a minha toalha se foi e estou nua, sentindo a ereção dele pelo
tecido fino da calça. Estou louca de desejo e só piora quando ele me ergue
e envolvo minhas pernas em sua cintura.
Seu pau pressiona meu clitóris de forma provocante, ele me leva
até a cama e me coloca deitada, seu olhar corre pelo meu corpo. Ele solta o
sinto e abaixa a calça devagar, poso ver o volume de sua ereção.
— V ou te foder bem devagar e você vai implorar por mais. —
Diz. — Vou marcar a sua buceta como minha, você não vai conseguir
andar, e sempre que se mexer vai se lembrar que estive dentro dela. —
Suas palavras me deixam louca. — Vai se lembrar de quem te fez gozar
como uma putinha.
— Me foda, quero que você me foda como uma puta. — Imploro.
— Eu vou te foder. — P romete. — E vai ter que ser rápido,
tenho que ir logo.
Ele abaixa a cueca libertando sua enorme ereção, mas não me
penetra imediatamente. Antes disso ele ergue meu quadril para ficar na
altura do seu rosto e mete a cara na minha buceta. Ele chupa meu clitóris e
então mete a língua dentro de mim.
Esse homem definitivamente sabe como levar uma mulher a
loucura. Quando penso que não tem como melhorar, ele suga meu clitóris
enviando uma corrente elétrica de prazer pelo meu corpo, e me fazendo
gozar em sua boca.
— Seu gosto é delicioso. — F ala e mete um dedo dentro de mim,
quando tira leva a boca dele, novamente ele coloca o dedo dentro de mim
mas dessa vez quando tira, ele traz até a minha boca e me faz chupar.
O gosto do meu orgasmo é adocicado e me faz ficar mais excitada,
o que esse homem pode fazer comigo. Chupo seu dedo como se fosse seu
pau, meus olhos fixos nos seus, ficamos nos encarando loucos de desejo
um pelo outro.
— Minha putinha está louca o para ter meu pau em sua boca, não
é? — P ergunta. Normalmente eu não sou a pessoa que é controlada e
subjugada pelos homens, por mais que goste, não me via me entregando
desse jeito. Com Dimitri as coisas mudam, ele me deixa toda molhada e
louca para foder como um coelho. — Responda.
— Sim, eu quero você dentro de mim, me fodendo. Também quero
chupar seu pau e engolir toda a sua porra. — Falo e fico surpresa que isso
é verdade.
— Boa garota, no entanto hoje você só vai ter sua boceta fodida
por mim, vamos deixar outro dia para ter essa sua boquinha linda em volta
do meu pau. — Ele se arruma entre as minhas pernas e mete seu pau em
mim com tudo.
— Ohhh… Sim… Isso… Me fode. — Mando entre gemidos.
Sinto ele moer seu quadril contra mim. Ele esconde sua cabeça no
meu pescoço e sinto ele chupar e morder a pele do meu pescoço, ele me
vira de barriga para baixo, sem nem sair de mim. Dimitri me dá um tapa na
bunda com força o suficiente para deixar marca, então puxa meu cabelo
com força.
O ritmo das estocadas é rápido e firme, ele enterra a cabeça no meu
pescoço e morde a minha orelha devagar.
— Tá gostando é minha putinha, sua safada gosta de ter meu pau
dentro de você? Arrombando essa sua boceta apertada? Algum outro te
fodeu como eu? — Ele está metendo em mim com força e eu mal posso
raciocinar enquanto ele me fode. — Responda Allyssa, ou vou parar de te
foder e você vai me ver gozar, e não vai ser dento de você. — Ele liberta
meu seio e da mais um tapa na minha bunda.
— Sim… ohhh… Eu gosto de ter seu pau em mim… me fodendo
e ohhhh… ninguém me fodeu como você…nunca. — F ico surpresa em
pensar que realmente é verdade.
— Então, goza pra mim. — Manda e é como se meu corpo fosse
dele, assim que ele ordena eu gozo e sinto os jatos de porra dele dentro de
mim. — Porra eu vou foder essa sua bunda da próxima vez, arrombar
esse seu cu de uma vez e você vai me pedir mais. Vou deixar você viciada
no meu pau e na minha porra. — Ele diz no meu ouvido e me vira de
frente para ele, desabando em cima de mim.
Depois dessa foda eu fico tão exausta que caio no sono com ele
ainda dentro de mim. Pela primeira vez em muito tempo me sinto saciada e
bem fodida. Geralmente os homens com quem saio não fazem muito pelo
meu apetite sexual, eu sempre fico insatisfeita.
Por alguma razão Dimitri matou a minha sede de sexo e me deixou
esgotada, com suas promessas e palavrões. Estou tão exausta e isso é uma
coisa boa, há muito tempo não tenho uma noite de sono tão tranquila,
relaxada e sem pesadelos.
O único problema de se ter sexo como esse, é que homens como o
Dimitri são do tipo que tem muitas mulheres e não se apegam a ninguém,
eles não dão esperanças e o nosso passado é a prova disso. Em que mundo
um homem que considera o que fizemos como uma rapidinha, fica sem
variedade?
É por isso que misturar as coisas só nos dão problemas, vou manter
essa situação com o Dimitri o mais simples possível, vamos foder quando
der vontade, e eu serei a mãe do filho falecido dele.
Quando acordo me sentindo dolorida, há muito tempo meu corpo
não tinha uma noite boa como essa e se isso é o que Dimitri considera uma
rapidinha, imagina o que é uma noite de sexo? Eu provavelmente não
andaria. Ele é enorme e definitivamente honra o equipamento que tem.
Pensei que os movimentos de quadril do Mike de Magic Mike, fossem
apenas movimentos de dança e não que eu fosse encontrar um homem que
realmente faz aquilo.
Quando tomo coragem de levantar da cama, ando com as pernas
um pouco abertas, um lembrete de como tenho que tomar cuidado com
homens de pau grande. Aquilo lá tá mais para um braço do que um pênis.
Vou até a cozinha, ainda nua e ligo a cafeteira, enquanto meu café
fica pronto vou para a lavanderia e pego meu roupão de seda, que para na
altura do joelho e coloco. Meu telefone escolhe esse momento para tocar,
ótimo, mal humorada eu indo até o telefone e vejo que é minha prima
ligando.
Faço uma careta quando vejo que ainda é de madrugada.
— Oi priminha, desculpa a hora. — Diz.
— Sem problema. — Respondo. — O que aconteceu?
— Vou fazer uma viagem urgente e preciso de você.
— Aonde você vai? — P ergunto.
— Preciso relaxar e tirar uma folga de tudo, e antes de ir, quero
passar um tempo com a minha prima, aproveitar que me livrei daquela
acomodada.
Lembro da colega de apartamento da minha prima, que amava se
aproveitar da Lara e levar homens aleatórios para foder lá. Me admira que
a minha prima tenha tido paciência para aguentar a vadia por tanto tempo.
— Fi nalmente você criou juízo e, colocou aquela aproveitadora
par correr. — Falo. Se eu ficar no apartamento dela vai ter uma chance a
menos do Dimitri me encontrar quando voltar e isso vai ser muito bom.
— Fique me esperando, vou aproveitar as minhas férias. — Isso não
poderia acontecer em hora melhor.
— OK, vou ficar te esperando. — Ela manda beijos, mas antes de
desligar diz; — O vovô ficou bravo de você ter pego férias, embora isso
não seja assunto para agora. Desligamos o telefone e vou pegar meu café.
É claro que meu vô ficou bravo, ele acha que vou entregar as
provas que tenho contra ele para a polícia e fuja. Mesmo com esse não
sendo um mau plano, não posso abandonar tudo agora, não consigo deixar
para trás a vida que eu tinha junto com o meu filho. Não vou permitir que
ele e nem ninguém me tire isso!
Tomo um café rápido e corro para o quarto tomar um banho e me
arrumar. Por mais excitada que eu esteja, me nego a fazer algo a respeito,
ainda mais pensando no Dimitri. Quando saio do banho vejo as marcas de
chupão e mordidas no meu pescoço, quem diria que ele gosta de marcar
durante o sexo, que surpresa, só que não. Só não estou irritada com ele,
porquê deixei a minha também.
O que me leva ao ponto que mais tenho medo, me sentir bem
deixando a minha marca nele e vendo a sua no meu corpo, me lembra que
preciso ficar atenta, não estou pronta para me apaixonar e nem acredito
que Dimitri seja esse homem.
Capítulo 4
Dimitri
Dimitri precisa falar comigo e eu só espero que ele tenha a notícia de que
alguém está morrendo, caso contrário quem vai morrer é ele. Só algo muito sério
para me convencer a não matar quem me tirou da cama da Allyssa, foi uma
tortura sair vendo a bunda dela nua na cama.
Assim que chego no hotel um dos meus homens vem avisar que meu
irmão está me esperando no bar do hotel. Quando me aproximo vejo que a cara
do meu irmão não é nenhum pouco boa.
— Foi muito difícil largar aquela bunduda? — P ergunta, seu
comentário me deixa irritado.
— Olha como fala irmãozinho, não quero começar nossa conversa com
a sua cara mais feia do que já é, por falta de respeito. — O lembro que sou o
mais velho e forte.
— Relaxa mano.
— Vá direto ao ponto Dominic, tenho muita coisa pra fazer. —
L embro.
— E a primeira delas é voltar para aquela mulher. — Declara com um
sorriso e toma sua bebida. — Tenho que admitir que estou surpreso pela chave
de boceta que você levou.
— Não levei uma chave de boceta, até por que eu a comi por trás. —
Dou de ombros. — Vamos direto ao assunto, quem está morrendo? — Brinco,
e pela cara do meu irmão o assunto é sério.
— Nosso pai, ele quer todos nós lá o mais rápido possível.
— Isso levou algum tempo. — Falo, lembrando do nosso acordo.
Parece que o plano está dando certo.
— Nossas irmãs não pensam assim. — Responde. — T em algo que
descobri, e não acho que o velho goste de seus segredos espalhados por aí.
Isso vai ser interessante.
— E que segredo é esse? — Meu irmão é ótimo em descobrir segredos
enterrados.
— T emos dois irmãos. — E u congelo.
— E? — Não deixo transparecer surpresa nem curiosidade.
— Eles não parecem gostar do nosso velho, na verdade acho que estão
planejando uma festa depois da morte dele.
— Se eles fizerem espero ser convidado, aprecio uma boa
comemoração, ainda mais se o motivo for esse. — Não acredito que meu irmão
me tirou de perto da Allyssa por isso.
— Você aprecia, mas as nossas irmãs não. O velho foi um filho da puta,
mas elas se importam, mesmo com ele longe de concorrer a um troféu de pai do
ano. — Defende.
— Isso me surpreende? Sabe quantas vezes as meninas foram dormir no
meu quarto de medo que algum idiota as estuprasse, ou quantas vezes eu as
protegi? Aquele velho desgraçado não merece nada. Não vou deixar as minhas
irmãs estarem presentes. — Falo.
Minhas irmãs mais novas são as coisas mais importantes da minha vida e
eu as tenho como filhas, mesmo não tendo idade pra isso. Willow é a mais velha
depois de mim, somos muito próximos já que enfrentamos a barra e sabemos de
coisas que os mais novos não sabem. Não que isso interfira no relacionamento
com Dominic e Abby, eles são os que sempre tentamos proteger.
— Entendo seu ponto, porém elas ainda vão querer estar lá. — Avisa.
— Vou falar com elas. — N ão digo a ele que vou fazer de tudo para
convencê-las a não ir.
— Conheço esse olhar.
— Então sabe que não vou deixar minhas irmãs perto dele.
— Tudo bem. — Ergue as mãos dizendo que se rende. — E quanto aos
nossos irmãos?
— Vou dividir a herança e se eles forem dignos de fazer parte da família
então manteremos contato.
— Tudo bem, a escolha é sua.
— Sim a escolha é minha. — Respondo em um tom de voz que não
abre espaço para discussão. — Onde está a Abby? — Minha irmã caçula é uma
encrenqueira de primeira, e sempre que fica sozinha por muito tempo acaba com
problemas, como atrás das grades.
— Ela está na piscina. — Dominic fala como se fosse normal uma
garota de 25 anos na piscina a essa hora.
— E você acha normal isso?
— Mano, ela é minha irmã gêmea se eu posso por que ela não pode?
— Porquê ela é minha irmã e eu tenho que cuidar dela, já você é um
marmanjo. — Brinco.
Ficamos conversando por mais um tempo, então subo para o meu quarto.
Não vou mentir que considerei a ideia de voltar para o apartamento da Allyssa,
mas sei que mesmo depois do que aconteceu entre a gente, ela não vai deixar
entrar. Ela precisa de um tempo sozinha, e vou dar isso a ela, hoje, em breve ela
não vai ter essa opção.
Dormir sem ela me deixa nervoso e me faz pensar na nossa primeira
noite juntos. Eu fui um cafajeste que estava tão bêbado que não pensou nas
consequências dos seus atos, até que acordou e foi embora.
Abro a porta da suíte e encontro o lugar em sua mais perfeita ordem, as
coisas estão organizadas até demais o que é muito suspeito, já que deixei meu
quarto com ordens para que ninguém do hotel entrasse aqui, e me hospedo aqui
há muito tempo e nunca desacataram as minhas ordens.
Pego minha arma e saio do quarto, cuido para que ninguém perceba a
minha movimentação. Quem entrou no meu quarto deve estar por perto, abro a
porta que leva palas escadas de emergência e desço até o bar do hotel.
Procuro meu irmão e o encontro no canto, falando com a minha irmã que
está vestindo muita pouca roupa. Não sei o que me deixa mais irritado, se ver a
minha irmã vestida dessa forma com todos esses homens loucos por aí, ou se
algum idiota ter entrado no meu quarto.
— Já voltou? — Dominic pergunta ao mesmo tempo que toda a cor é
drenada do rosto da minha irmã.
Ignoro ela, preciso focar em uma coisa por vez.
— Permitiu que alguém entrasse no meu quarto? — Vou direto ao
assunto.
— Não. — Responde. — Me certifiquei que o hotel não deixasse
limpar os nossos quartos.
— Aconteceu alguma coisa? — Abby pergunta.
— Sim, mas nada que você deva se preocupar. — Tiro meu blazer e
passo por cima dos ombros dela, que faz cara feia pra mim.
— Que fique claro que só estou aceitando porque estou com frio. —
Ela fala e sei que não é brincadeira. Cada irmã minha tem uma personalidade e
enquanto Willow é doce e me ajuda a Abby é teimosa e impulsiva.
— Acha que não sei disso? — Falo então viro pro Dominic. — Não
quero nenhum de vocês nos quartos. Eu vou dar um jeito e arrumar um lugar pra
passarmos a noite enquanto nossos homens fazem uma verificação de segurança.
— Não sei vocês meninos, mas eu já tenho uma cama pra passar a noite.
— Minha irmã fala.
— Não. — Digo determinado a não deixar minha irmã problemática
fora minha vista.
— Foi mal maninho, mas você não manda em mim, sou maior de idade
e já tenho lugar para ficar. No lugar de vocês procuraria um corpo quente para
aquecer a cama de vocês. —D iz e sai.
O segurança sai atrás dela, mas sabemos que ela vai se livrar dele em
menos de dois minutos.
— Não sei porque você paga guarda-costas para ela, ela sempre dá um
perdido neles. — Dominic fala.
— Vou ver o que faço sobre isso. — Não quero me preocupar com a
minha irmã agora, tenho muita coisa na cabeça. — E você tem um lugar pra
passar a noite? — S e ele tiver eu volto para a casa da Allyssa.
— Se está tão interessado no meu bem-estar a ponto de querer dividir a
cama comigo, tudo bem por mim, do contrário pode voltar para seu casinho.
— Primeiro; foda-se! Segundo; vou voltar para a casa dela, enquanto os
homens fazem uma varredura por todo o hotel, e o mais importante, Allyssa não
é um caso, ela é a minha mulher e vai fazer parte das nossas vidas. — Me afasto
dele, mas antes digo; — se descobrirem alguma coisa me avisem.
Fico com um pouco de medo da reação de Allyssa com a minha volta,
quer dizer depois da nossa rapidinha tenho certeza que ela jamais dispensaria
esse pedaço de homem que eu sou, no entanto, ainda corre o risco de ela resistir.
De todas as mulheres que conheci a Allyssa é a mais linda, sexy e imprevisível
que já vi.
Onde as outras queriam me satisfazer e ser meus animais de estimação,
fazendo tudo o que eu mandava e querendo me dar golpes para ter o dinheiro da
minha família. Allyssa é totalmente diferente, tanto que teve um filho meu e não
me contou. Ela não aguenta as minhas merdas, na verdade ela joga de volta pra
mim, ainda é sexy e sabe flertar comigo como ninguém.
Chego no lugar da Ally rápido, não quero admitir que peguei uma chave
extra do apartamento dela quando sai. Felizmente o porteiro não me causa
nenhum problema ao me deixar entrar no prédio, não depois da gorjeta generosa
que dei ele. Infelizmente, o meu maior problema acaba não sendo o porteiro e
sim o fato de que, quando entro no quarto esperando encontrar a minha morena
bunduda deitada e toda pelada me esperando, me deparo com uma cama vazia e
um bilhete.
Bilhete esse que diz:
“Caso você volte, pode passar a noite, mas quero você fora da minha
casa e da minha vida assim que clarear o dia.
Ps; me deixe em paz.”
— Morena, morena.
Se ela pensa que desisto cedo das coisas que quero, está muito enganada.
Pego uma foto dela na mesa ao lado da cama, ela está com uma saia lápis justa, e
uma camisa branca com um decote sexy. Resumindo, está gostosa pra caramba.
— Você não vai conseguir escapar de mim. — Digo, me deitando na
cama dela. — Está enganada se pensa que desisto do que é meu.
Puxo seu travesseiro para dormir, e seu perfume nele me deixa com uma
ereção.
Por mais louco que eu esteja para bater uma aqui e marcar o meu
território em sua cama, me obrigo a me controlar, não quero parecer um tarado
aos seus olhos. Sem contar que meu dia vai ser longo, convencer a Allyssa a
embarcar comigo para a Rússia parece ser uma tarefa impossível.
Capítulo 5
Allyssa
— O que te fez aceitar tão rápido vir pro meu apartamento? — L ara
pergunta. — Ainda mais a essa hora.
— O fato de que você está prestes a viajar?
— Não mocinha, não me venha com essa história. — Estreita seus
olhos.
—Reencontrei alguém que desempenhou um papel importante na minha
vida, e agora que ele está de volta tivemos uma transa e ele está querendo
conversar. — Resumo tudo, ocultando o detalhe dele ser o pai do meu filho.
Lara some dentro do Closet, voltando um tempo depois com um vestido
em suas mãos e o guardando em sua mala.
— Você está fugindo de um cara? — Diz.
— Sim, e parece que é coisa de família. — A ponto para sua mala.
— Não…
— É isso que estou pensando… — Completo a frase dela com um
olhar cético, ela sabe que não caio em mentiras.
— Tudo bem é, mas…
— Corta essa, às vezes acho que você gosta de se fazer de vítima. —
Digo.
— Não me faço de vítima. — Rebate.
Sim, minha prima sempre se faz de vítima. Ela torna um tapa de
cumprimento no ombro um espancamento violento e caso de polícia. Mas não
sou eu quem vai explicar isso para ela, é o jeito dela e eu não gosto de me meter
em sua vida e cutucar suas feridas.
— Faz sim, mas não vou ficar aqui e discutir isso. Como você mesma já
percebeu, tenho meus problemas e não tenho tempo pra bobeiras como essa. —
Me levanto e vou até o banheiro passar uma água no meu rosto.
Olho para o meu pescoço e vejo um enorme chupão ali. Como Dimitri
pode me deixar marcada dessa forma, agindo como se eu fosse dele?
Infelizmente por mais que esteja com raiva dele, as memórias do que
fizemos e de como o meu corpo celebrou cada segundo de tudo o que aconteceu,
vem com força e minha buceta logo começa a pulsar, ainda dolorida. Não vou
negar que só de lembrar a forma como ele me pegou e me fez gemer seu nome,
enquanto me chamava de nomes depravados enquanto me fodia, me deixa doida.
— Ei, morreu aí? — Grita minha prima.
— Ainda viva, apenas pensando. — Me recomponho e saio do
banheiro.
— Deixe-me adivinhar, estava pensando no cara misterioso? — Se joga
na cama com um sorriso no rosto.
— Ele não é desconhecido. — Protesto. — Seu nome é Dimitri Petrov
e ele é um idiota do caramba, mas me fez gozar como louca naquele pau. —
Respondo vendo a minha prima corar, o que me faz dar risada. — Não acredito
que você não fala palavrões durante o sexo e nem geme dizendo “vai meu
gostoso mete esse cacete enorme em mim, mete isso Ahhh ”
Lara fica vermelha com a minha imitação, eu dou risada. Será que
ninguém contou a ela que os homens gostam dessa merda na cama? Aumenta o
desempenho deles! Toda mulher sabe disso, não é? Relacionamentos que se
baseiam em sexo é uma via de mão dupla, eu elogio e também digo o que espero
dele, ninguém é obrigado a adivinhar as preferências do outro.
— V ocê não vai me dizer que quando faz sexo fica naquela lenga-lenga
de boceta, pau e deixa o cara te dominar. — Quando vejo que ela desvia os
olhos tenho a certeza que é. — Puta merda! Você devia tentar ser mais ousada
na cama, seco divertido é muito bom, assim ninguém precisa ir buscar fora o que
tem em casa.
— Nem todo mundo é tão aberta nesse quesito como você! — Protesta.
— Tá me chamando de arregaçada? — Não posso acreditar que ela
falou isso.
— Não, mas você é…
— Sou o tipo de mulher que garante que seu homem esteja satisfeito e
deseje estar em casa toda hora, porquê quando ele está comigo nós estamos
tendo sexo quente e selvagem em cima dos armários, na parede onde quisermos.
Ao contrário de me fazer de santa, mostro que gosto de foder! Se isso me faz
uma puta, então sim eu definitivamente sou! Não espere que um dia eu seja
traída, mulheres como eu não ficam solteiras por falta de opção.
— E por que está sozinha agora?
— Mulheres como eu Lara só se apegam ao homem certo e se divertem
com os errados. — Me afasto dela e saio do quarto indo até a cozinha.
— Então você está me dizendo para…
— Em vez de fugir e agir como a covarde dramática de sempre, fique e
lute, aja como uma mulher e não uma adolescente boba. — Aconselho. —
Mostre quem você é, sem esses medos e inibições. — Bebo um pouco de água e
passo pela Lara, indo para o meu quarto. — Boa noite, durma bem e pense no
que eu te falei, talvez role até um pedido de casamento no fim das contas.
Fecho a porta e deixo minha prima parada com a boca aberta no corredor,
ela tem que pensar em tudo o que eu disse, suas atitudes de menina fujona
podem ser legais em romances clichés, não na realidade. Espero que um dia
alguém tenha coragem de falar na cara dela o quanto ela pode ser um pé no saco
de tão dramática que ela é. Até lá, vou me deitar e ficar pensando no Dimitri e
como foi bom ter aquele homem dentro de mim!
Me deito, e a primeira lembrança que me vem é dele. Talvez eu deva
fantasiar um pouco com ele, imaginar ele me pegando de jeito de novo. Fecho os
olhos e começo a acariciar meus seios e apertar meus mamilos, uma mão vai
descendo até o meu clitóris e começo a me tocar, até mergulhar três dedos dentro
de mim, e tudo isso pensando em como seria se ele estivesse ali.
***
"Dimitri entra no quarto, estou vestida com uma lingerie vermelha sexy,
posso ver pela sua ereção que aprova a minha escolha para essa noite.
— Minha putinha está pronta para ser fodida? — Ele pergunta.
— Sim, me foda com esse pau grande, mas antes me deixe chupar ele
um pouco. — Imploro e começo a me aproximar dele.
O quarto é banhado por uma luz fraca, que cria uma atmosfera sensual.
— Não, fique exatamente parada aí. — Manda. — E u quero admirar a
minha safada antes de prová-la.
Dimitri se aproxima de mim e fica parado na minha frente, ele está tão
lindo. Mas sei que se o tocar, nossa brincadeira vai parar e eu preciso que isso
continue.
Ele se movimenta e para atrás de mim, sua mão afasta meu cabelo e
deixa meu pescoço exposto para. Ele tira alguma coisa do bolso e o sinto
passando na minha pele. O toque macio da pena me deixa arrepiada.
— Está gostando? — P ergunta.
— Estaria gostando mais se seu pau estivesse na minha boca. —
Provoco e lembro ele do que gosto.
— Eu também gostaria, porém, as coisas seriam rápidas de mais e eu
quero tomar o meu tempo com você. — Ele abre o meu corpete por trás, quando
termina o joga no chão aos nossos pés e os meus seios saltam livres, meus
mamilos duros de excitação.
Sou pega de surpresa quando ele cola seu corpo ao meu, sua ereção
pressionada contra a minha bunda, enquanto suas mãos correm pela minha
cintura.
— Levante os braços. — Manda, e imediatamente obedeço, suas mãos
vão para os meus seios e os aperta, ele belisca os meus mamilos e os prende
entre os dedos.
— Vai me provocar por muito tempo? Minha calcinha não vai aguentar
de tão molhada que está. — Falo e não consigo conter meu gemido quando ele
desliza a mão dentro da minha calcinha e começa a brincar com a minha
boceta, dedilhando meu clitóris. — Ahhh mete seu dedo em mim por favor. —
Imploro.
— Tudo a seu tempo, minha putinha. — Dito isso ele tira os dedos da
minha buceta e leva a minha boca. — Chupe ele como faria com o meu pau. —
Ordena.
Como estou me sentindo generosa e muito excitada, obedeço e faço um
grande trabalho em dar ao seu dedo o melhor boquete de todos. Não tenho
vergonha de admitir que adoro chupar um pau, aumenta o meu prazer saber que
tenho o controle da situação, e que seu prazer depende de mim. Rodo a minha
língua na ponta do seu dedo, como faria com o seu pau, em seguida sugo com
força dando um show com a minha boca.
Dimitri percebe o que estou tentando fazer aqui, e tira seu dedo da
minha boca.
— De joelhos, agora! — Manda irritado. — G osta de ser uma puta
provocadora? Quer meu pau dentro de você, dentro dessa sua boquinha?
Fodendo sua bucetinha apertada?
— Sim mete esse cacete enorme dentro de mim, me pega de jeito por
trás. — Peço.
Ele abre o zíper da calça e seu pau salta pra fora ereto e pronto pra que
eu o chupe.
— Abra a boca. — M anda e no momento em que faço isso, ele mete o
pau com tudo na minha boca e vai até fundo da minha garganta, luto contra a
ânsia e relaxo meus músculos pra que ele consiga ir mais fundo. — Era isso
que você queria? Meu pau na sua boca? Então toma chupa, chupa tudo. —
Enquanto o chupo, minha mão está dentro da minha calcinha acariciando meu
clitóris que está pulsando.
— Masturbe meu pau, você não está levando tudo na sua boca. — Diz
e eu obedeço. Começo a trabalhar nele do jeito certo. Sinto que Dimitri está a
ponto de gozar, então para minha surpresa ele sai da minha boca e me faz ficar
de pé. — Estou gostando muito de tudo isso Allyssa. — A forma como ele fala
meu nome, deslizando em seu soque perfeito e dando uma entonação russa, é
sexy, e mostra seu descontrole. — Mas agora, quero que você se deite na cama.
Está na hora de me fartar nessa sua bucetinha apertada. Você quer isso, não é?
— Sim, quero você dentro da minha boceta, me fazendo sua puta. Me
fodendo de todos os jeitos que quiser. — Gemo.
— Eu vou fazer isso, na verdade eu vou… —
***
— Ally, você está bem? — Escuto a voz da minha prima no corredor e
não acredito que ela empatou a minha foda imaginária.
Que tipo de monstro interrompe as fantasias de outra pessoa justamente
na hora que essa pessoa está prestes a gozar?
— Estou bem sim, apenas um pesadelo. — A mentira escapa pela
minha boca como se estivesse pronta.
— Tudo bem, se precisar de alguma coisa me avise.
Talvez eu precise que você esconda as armas em potencial da casa, assim
eu não corre o risco que eu te mate por ser uma pessoa horrível empatando a
foda dos outros. Claro que não falo isso, Lara veio com boas intenções,
infelizmente é dessas que o inferno está cheio.
— Estou bem mesmo, qualquer coisa você sabe que pode me chamar
também. — Respondo.
— Ok, durma bem. — Escuto os passos dela se afastando no corredor e
a porta do seu quarto se fechando.
— O que Diabos Dimitri fez comigo? — Me levanto e vou até o
banheiro me limpar.
Quando termino volto para baixo das cobertas e durmo pensando no que
mais de uma noite com Dimitri Petrov pode fazer com uma mulher.
Capítulo 6
Allyssa
Lara está decidida a sair e viajar para fugir do cara que ela gosta, e eu
como uma boa prima estou sentada no balcão da cozinha comendo uma maça,
enquanto ela carrega as malas. Não demora muito e nos despedimos e ela vai
embora. Ainda estou comendo a minha maça, quando alguém bate na porta, de
duas uma, ou a Lara esqueceu alguma coisa, ou o homem de quem ela está
fugindo, que é seu vizinho de porta percebeu que ela foi embora.
Infelizmente quando abro a porta não é nenhum deles do outro lado, e
sim Dimitri.
— Como me achou? — Pergunto.
— Te conheço muito bem, e no momento que fodemos, eu ganhei alguns
direitos sobre você, e um desses direitos é por um segurança na sua cola. — Ele
me dá um sorriso de canto e se apoia no batente da porta.
— Você não tem direito nenhum quando eu sou o assunto. — Ignoro
seu sorriso. — Se uma foda te dá direitos a alguma coisa, então muitos caras por
ai tem também. — Ele sabe só precisa dessa lembrança de que não sou a mesma
virgem que ele fodeu e em seguida foi embora.
— Sabe o que me admira em você? Você não toma a minha merda
Allyssa, e isso faz com que me vicie em você cada vez mais. — Ele provoca e
tenta passar por mim.
— Talvez eu deva conseguir uma ordem judicial contra você. — Falo.
— Posso começar chamando a polícia. — A meaço.
— Não vamos ser tão radicais, sabe que vai gostar das coisas que tenho
planejadas para você, a para o seu corpo. Sua boceta não fica encharcada só de
me ver?
— C hama aquilo que aconteceu no meu apartamento de foda? Já tive
vibradores que fizeram mais por mim do que seu pau. — Minto.
— Não minta para mim, garanto que anda se masturbando pensando em
tudo o que posso fazer com você. Não é? Sua boceta fica molhada e você não
consegue tirar da sua cabeça a fantasia de ter meu pau dentro da sua boca, de ser
submissa a mim. De me deixar te foder de todas as formas possíveis.
— Na… Não. — Gaguejo por um momento.
Ele sabe que é verdade, minha vagina está pingando agora com suas
palavras ridículas.
— Você é uma péssima mentirosa, no entanto não posso provar o
contrário nesse momento, temos que ir para Rússia.
— Temos que ir? — Questiono sem acreditar no que ele está dizendo.
— Não Dimitri, você tem que ir, eu não vou ir a lugar nenhum.
— P ensei que diria isso, mas posso te convencer em dois minutos, se
você me deixar entrar e me convidar para tomarmos alguma coisa. — F ico
pensativa por um tempo, então permito sua entrada.
— O que você quer beber, água, suco de laranja, refrigerante? —
Ofereço.
— Um suco de laranja. — Escolhe, e vendo que pego apenas um copo
ele diz; — Não vai ser mal educada e me deixar beber sozinho, vai? Por favor,
me acompanhe.
Sem alternativas pego outro copo e me sirvo um pouco. Não sei aonde
ele quer chegar com tudo isso, mesmo assim vou dar a ele essa chance. Duvido
que ele vá conseguir me convencer, não mudo de opinião fácil.
Coloco os nossos copos no balcão, no entanto somos interrompidos pelo
toque do meu celular.
— Pode atender a sua ligação. — M e dá um sorriso.
Considero não atender, então lembro que pode ser algo importante e
decido por atender.
— Alô? — Falo, não reconhecendo o número na tela do meu celular.
— Alô? — R epito e nada.
Seja quem for é um filho da puta penso e desligo o telefone voltando para
cozinha.
— Algo importante? — Dimitri pergunta.
Nego com a cabeça, estranhando o sorriso em seu rosto.
— Não, deve ter sido engano. — Me sento no banco do outro lado do
balcão e ele me surpreende pegando a bebida dele e erguendo em um brinde.
— Vamos brindar? — Propõe.
— Brindar a que? — Pergunto curiosa.
— A reencontrar pessoas importantes. — Fala e mantém o copo dele
levantado esperando que eu o acompanhe.
— E desde quando você é uma pessoa importante para mim?
— Talvez eu ainda não seja essa pessoa para você, mas você é para mim.
— A intensidade do olhar dele me faz levantar meu copo e depois de um gesto
eu tomo meu suco em um gole só, sentindo um gosto um pouco estranho no
final. Esse suco não deve estar bom. — Algo errado? — Ele fala com um
olhar presunçoso.
— Não. — Vou me levantar do banco quando me sinto um pouco tonta
e me apoio no balcão. — Não sei, quero dizer como…
— Acha que não sei o tipo de mulher que você é, Allyssa? Sei bem o
quanto é decidida e que não me daria uma chance para te convencer, a não ser
que…
— A não ser? — Estou começando a pensar que uma grande merda
está prestes a acontecer.
— Quando você vai na balada ou em bares você confia em alguém com
a sua bebida?
Desgraçado!
— Você me dopou, seu filho da puta, desgra…
N ão tenho certeza se consigo terminar a frase, tudo o que sei é que
minha vista escurece e sinto o meu corpo leve começar a cair.
***
Dimitri
Quando sai da casa da Allyssa eu já estava planejando dopá-la. Sou um
homem esperto e seu que ela não aceitaria viajar comigo. Posso ver que mesmo
louca por mim como ela está, não cederia, e isso diz muito a respeito dela.
Nenhuma mulher resistiu a mim até hoje.
Tiro meu celular do bolso e envio uma mensagem para o meu segurança,
ele vai me esperar na garagem do prédio.
Pego a Allyssa antes que ela caia no chão e se machuque, não me
perdoaria se ela se ferisse por causa da minha ideia. Quem diria que a bunda dela
pesaria tanto? Sua sorte é que eu amo essa bunda e posso me fartar com ela.
Deito ela no sofá e vou até o quarto, pego uma manta e volto para a sala.
Cubro Allyssa com a manta e pego ela no colo, demoro um pouco mais do que o
previsto para fechar a porta do quarto e ir para o elevador, não me pergunte
como consegui apertar o botão para a garagem.
Graças a Deus o elevador chega rápido e corro para o carro, preciso sair
daqui antes que alguém chame a polícia. Meu segurança me dá um olhar curioso
e questionador. Ele quer saber o que está acontecendo.
— Conseguiu o visto que pedi? — Pergunto.
— Sim senhor, embora não saiba se devo me preocupar com isso? —
Q uestiona.
Para a sorte dele estou muito ocupado tentando sair do país antes que a
Allyssa acorde e me mate, para me importar com seu questionamento.
— Isso não é da sua conta, na verdade não é da conta de ninguém. —
Corto. — Meus irmãos já estão no aeroporto?
— Eles estão te esperando no jato. — Responde. — Embora eu deva
alertá-lo que a senhorita Willow está um pouco nervosa por ter que voltar para o
país.
— Espero que meus irmãos não tenham falado nada para ela. — Puxo a
Allyssa para deitar em meu ombro e seu cheiro me ajuda a ficar calmo.
— Acha que ela vai ficar feliz em saber que o pai está morrendo? —
Diz. — Ou que ela tem possível noivo a caminho de casa? Seu pai a deserdaria
se ela não agisse de acordo com as ordem dele.
— Meu pai não vai fazer isso, ele está morrendo. — Lembro.
— Porém as ordens dele se ouvidas por outros membros da máfia,
devem ser seguidas. — Ele liga o carro e sai do estacionamento, a conversa
ainda não está encerrada.
— Então vou ter que me certificar que ele morra sozinho. — Murmuro.
— Vai matar seu próprio pai?
— Ele já está morrendo, seria apenas acelerar o processo.
— Sabe o que isso faria de você?
— Exatamente o que meu pai me criou pra ser, um monstro.
Por isso preciso dela, da Allyssa ao meu lado. Ela traz à tona o meu lado
bom, o lado humano.
— Não precisa ser assim. — Aconselha.
— Precisa, tenho que começar a ser para os outros o que meu pai me
criou para ser sempre. — Dou de ombros. — Só assim vou conseguir pistas
sobre meu filho.
— E seus irmãos, vai ser assim com eles?
Eu odeio que ele me lembre que ainda tenho fraquezas, que por mais que
eu lute para me tornar alguém forte as pessoas vão sempre tentar usar aqueles
que amo para me atingir.
— Meus irmãos e Allyssa serão as únicas pessoas a verem meu
verdadeiro eu. — Digo. — Você já preparou os arranjos que pedi?
— Sim, embora ainda esteja duvidando da sua lucidez.
— Nunca estive tão lúcido em toda a minha vida.
— Espero que essa garota tenha as mesmas certezas que você, caso
contrário isso pode se voltar contra você.
Ele está se referindo ao meu sequestro e até mesmo a minha obsessão
com Allyssa, ele acha que ela pode me odiar quando perceber o quão longe eu
fui para tê-la e impedir que ela saia da minha vida.
— E s ua esposa? Até onde eu saiba vocês se viram duas vezes antes de
se casarem. — Lembro a ele.
— Nós dois nos damos bem hoje, nós nos amamos e não foi uma
decisão de apenas um dos lados. — Rebate.
— Minhas decisões não são da sua conta. — Falo e dou por encerrado
o assunto.
Encosto meu rosto no topo da cabeça da Allyssa e me acalmou inalando
seu cheiro.
Minha!
Quando chegamos na pista de decolagem a pego em meus braços,
deixando meu segurança retirar o que resta das minhas coisas da porta-malas. No
momento em que entro no jato, todos os meus irmãos me olham curiosos e
divertidos ao mesmo tempo.
— Não falem nada, vou deixá-la na cadeira até que o avião decole e
depois vou a levá-la para o quarto, só aí vocês podem perguntar. — Aviso e
todos concordam com a cabeça. Não Demora muito e levantamos voo em
direção a nossa cidade.
Cumpro o que eu prometi e depois de arrumar Allyssa no quarto, volto
para falar com meus irmãos.
— Dimi, você sabe que eu te amo e tudo mais, mas sequestrar uma
garota é demais! — Abby diz, ela está se divertindo com a situação.
— Cara você tá maluco? Ela vai te matar quando acordar, não podemos
ter a polícia em nossos pés agora. — Sempre Dominic com a merda da boca de
bueiro dele.
— N o seu lugar tiraria tudo o que ela pode te ferir, de vista. — Minha
irmã Willow aconselha.
— É tudo o que tem para me dizer? — Pergunto, esperando por mais
dos seus conselhos.
— D ecidi que você sabe o que está fazendo e estou deixando tudo nas
suas mãos. Vamos te ajudar no que precisar. — Algo me diz que ela está se
referindo a muito mais do que apenas apoio moral com a Allyssa.
— Você sabe! — Não é uma pergunta, Low é esperta.
— Sim e não vou deixá-lo me obrigar a nada, é minha vida e aquele
velho desgraçado não vai me dizer o que fazer.
Respiro aliviado, com meus irmãos ao meu lado e Allyssa em minha
vida, todas as escolhas que tenho que fazer vão ser mais fáceis.
— Que porra estou fazendo aqui? — Ouço a voz da Allyssa vindo do
quarto e solto um suspiro.
— Vai começar a guerra.
Capítulo 7
Allyssa
Dimitri é definitivamente um filho da puta de marca maior. Não acredito
que ele me dopou e me fez viajar com ele na marra, típico homem que não aceita
um não como resposta!
No momento em que acordo em um quarto que não é o meu e que
aparentemente pertence a um avião, eu surto. Levanto da cama em um pulo e
começo a minha busca pela saída. Talvez tenha escondido por aqui um
paraquedas ou até mesmo um daqueles tênis com asas que vi no filme do Parcy
Jackson.
Aquele filho de uma cadela no cio, não tem o que fazer a não ser
sequestrar garotas inocentes e ingênuas? Tá não sou nenhum dos dois, mas puta
merda, eu mereço isso? Não! Até onde sei, devo ter colado chiclete, feito poli
dance e imitado a Anitta na música show das poderosas em frente à cruz.
Depois de uns cinco minutos, tempo o suficiente pra fazer a minha raiva
triplicar de tamanho, decido que está na hora de atrair Dimitri aqui. Esperei que
a minha raiva estivesse lá no alto, assim não teria o risco de querer brincar de
elevador no pau dele!
— Dimitri — G rito, acho que estamos acompanhados nesse avião pelas
vozes que eu ouvi.
— Me chamou madame? — O desgraçado aparece com o maior sorriso
do mundo.
— Chamei você? — Bufo. — Sim, chamei de filho da puta, filho de
uma cadela no cio, praga do Egito, merda e muitos outros nomes que existem e
outros que inventei. — Pego um tipo de sabonete em forma de pedra que fica
em uma mesinha ao lado da cama e atiro nele. Não sei se foi sorte ou eu que sou
uma puta ninja, mas a pedra acerta seu olho. Não exatamente o olho, mas um
pouco a baixo.
— Você bebeu? Maluca, poderia ter me deixado cego! — Ele está
nervoso o que é ótimo, prefiro lidar com sua raiva.
— Bebi? Você é um idiota de marca maior. — Grito. — Posso te
processar e por toda a maldita polícia do mundo atrás dessa sua bunda psicopata
e dopadora de pessoas. — Aponto o dedo em frente ao seu rosto.
— Dopadora? Essa palavra existe? — Me pergunta.
— Se não existe agora passou a existir, e não tente mudar de assunto.
Quero ir para minha casa, minha cama e fingir que você não existe. — Me
sento na cama, em algum momento, a minha raiva se foi e o desespero ficou. —
S ó quero estar na minha casa, deitada na minha cama.
— Infelizmente isso não vai acontecer, sua casa é onde eu estou e a sua
cama é a cama que eu durmo. — Ele não demonstra nenhuma emoção enquanto
diz isso.
— N ão vou dormir com você, não vou falar com você e não vou olhar
na sua cara. — Afirmo. — A primeira coisa que vou fazer quando esse avião
pousar vai ser pegar um voo de volta para a minha casa e tomar medidas
protetivas contra você! — Finalmente a minha raiva está de volta.
Quem esse cara pensa que é para agir como se fosse o meu dono, e eu um
gato que ele acha na rua e quer controlar.
— Você não vai voltar para sua casa, não se quiser informações sobre as
buscas que estou fazendo atrás do homem que matou nosso filho. — Diz. —
Muito menos sobre o rumo que essa investigação pode tomar.
— Como assim?
O que Dimitri pode ter descoberto em tão pouco tempo que o faz ter tanta
certeza de que vou me arrepender de partir?
— T enho um encontro com um amigo que é investigador. — Conta. —
E le é o melhor no que faz e tenho certeza que se alguém pode descobrir algo vai
ser ele.
— Q uero estar junto quando você for se encontrar com esse homem.
— Vai poder ir onde quiser, desde que seja minha mulher. — Dimitri
sabe que estou a ponto de mandá-lo a merda, mas antes que eu diga algo, ele
completa; — Antes que reclame ou proteste, minha família é muito tradicional,
nós seguimos regras, e uma dessas é não arrastar uma desconhecida para o nosso
mundo. — Explica.
Lembro do que o cara do bar me contou, que ele pertence a uma família
muito poderosa de criminosos.
— N ão sei se posso…
— Não faça isso por você, faça pelo nosso filho Allyssa. — Pede. — E
mais uma coisa, quando estava enterrando nosso filho, você viu seu corpo?
Sua pergunta me faz franzir a testa ao lembrar da reação do meu avô a
possibilidade de o caixão ser aberto. Ele não queria de jeito nenhum que
retirassem a tampa do caixão, na época não pensei que fosse ser tão estranho,
achei que ele queria me proteger da imagem do meu filho sem vida. Mas
pensando por outro lado, meu avô era uma pessoa muito vil e nojenta que nunca
se importou com o sentimento dos outros, talvez seja só uma forma de me
machucar ao não me permitir ver Zack pela última vez.
— Não, o caixão foi fechado. — Digo, me lembrando da desculpa
usada por ele. — D isseram que a batida foi muito forte.
— E você não achou estranho? — P ergunta, seu olhar acusador.
— Achei estranho? — Dou um sorriso de escárnio. — Queria ver você
tendo que enterrar seu único filho por causa de um idiota, enquanto as pessoas
diziam que o caixão estava fechado devido ao estado do corpo. — Me levanto
da cama e começo a andar de um lado para o outro. — É fácil me acusar, me
tornar a vilã dessa história quando você nem ao menos estava lá. — Eu quero
gritar, irritada por ele tentar me fazer culpada quando eu estava no meu pior
momento. — Você quem fugiu, enquanto eu tive que lidar com toda a bagunça
sozinha. Criei meu filho sozinha e fiz de tudo para protegê-lo. Desculpe se
estava muito abalada para questionar o porquê de o caixão do meu filho estar
fechado. — Grito. — Agora saia daqui e me deixe em paz, espero não ter que
olhar na sua cara por um tempo. — Falo, indo em direção à porta e abrindo.
Dimitri excita um pouco, mas acaba saído e me deixando sozinha com
meus sentimentos ameaçando me sufocar. Qual é o problema dele? Por que ele
teve que aparecer depois de todo esse tempo e trazer de volta todos os
sentimentos e lembranças que levei tempo para enterrar no fundo da minha alma.
Deito na cama e choro, por quanto tempo fico assim não faço ideia.
Nunca vou me livrar da dor de ter perdido meu filho, assim como nunca vou ter
ele de volta ao meu lado. E estar ao redor do Dimitri só torna tudo isso pior.
No meio do meu choro a porta se abre, estou virada em direção à parede
por isso não sei quem entra no quarto. Me preparo para mandar Dimitri sair
quando me viro e dou de cara com uma garota. Ela é morena, alta e tem um
sorriso gentil no rosto, mas quando se é boa em encobrir sentimentos, a gente
reconhece um sorriso de dor.
— Espero que não se importe, eu trouxe um pouco de comida para você.
Dimitri está pensando com a bunda por isso não de muita bola ao que ele diz.
— Levo uns segundos para assimilar o que acabou de sair da boca da garota e
tento me segurar para não rir.
Essa família definitivamente sabe como me deixar louca.
— N ão vou discutir com você.
— Ótimo! Posso me sentar? — Pergunta um pouco receosa.
— Claro! Preciso de um pouco de companhia feminina. — Admito.
— Seu irmão é mais do que estou acostumada a lidar.
— Não se preocupe, ele não é tão ruim quanto o resto do nosso clã. —
Ela se senta nos pés da cama e cruza as pernas de forma elegante.
É engraçado como ela se parece com o Dimitri em sua forma calma,
elegante e direta.
—Em quantos irmãos vocês são?
— Éramos 4, agora ficamos sabendo que temos mais dois irmãos por
parte do meu pai. —P arece empolgada.
— Já se conhecem? Está empolgada em saber deles?
— Não nos conhecemos, e se depender do Dimitri eles nem chegariam
perto de nós. — Dá de ombros.
— Medo de ter que dividir o dinheiro? — Típico de pessoas assim.
— Não, Dimitri não tem medo disso, temos muito dinheiro. Ele apenas
está com medo pela nossa segurança. — Admite.
— Acha que seus irmãos podem machucar vocês? — Essa garota sabe
muita coisa, me pergunto se Dimitri divide tudo com ela.
— Sim, eles foram criados de forma diferente. — Admite. — Nós
tivemos um começo difícil com tudo o que meu pai jogou em nós, mas esses
nossos irmãos também tem tido um começo ruim.
— Espero que seja apenas engano.
— Eu também. — Ela fala como se soubesse de mais alguma coisa. —
Enquanto não conhecemos Ahmar e o Alex, vou te apresentar ao resto do clã.
Claro se você quiser dar uma volta pelo avião. — Oferece.
— N ão sei, talvez depois. — Dispenso, estou muito nervosa.
— Bem sobre o que quer falar? — Muda de assunto.
— M eu sequestrador.
— Tudo bem, o que quer saber? Sabe, você está falando com a pessoa
certa, sei tudo sobre o Dimitri.
— Como ele é? — Começo, mas logo paro. — Não sei direito que
perguntas fazer. — Admito, onde foi para a mulher confiante que habita em
mim?
— Tudo bem, eu vou falando aleatoriamente. — Oferece. — Dimitri é
um homem bom, ele tem muitos defeitos que na verdade são qualidades. Ele é
protetor como uma merda com todos nós e sempre acha que sabe o que é melhor
para todos. Ele praticamente nos criou e sempre que aprontávamos, ele assumia
a culpa para que nosso pai não nos punisse. Ele é um péssimo jogador de
videogame, mas sabe usar uma arma perfeitamente. Ele é tão bom com as
pessoas que ele ama, quanto é ruim com aqueles que machucam quem ele se
importa. Não deixe ele te enganar quanto a essa imagem de homem frio e sem
coração, ele é um amor.
— Isso foi um tipo de venda? — Pergunto.
— Não. — Ri. — Não tenho culpa se meu irmão é um homem
fantástico.
— Disse que tem um irmão novo, é por isso que estão voltando para a
Rússia?
— Em parte sim, a verdade é que nosso pai está morrendo e exigiu nossa
presença. — Admite.
— Por que essa cara?
— Talvez eu seja culpada do meu irmão fazer uma das piores coisas da
vida dele.
— Para te proteger?
— Sim, essa é uma das coisas de ser próxima aos seus irmãos. Somos
muito protetores uns dos os outros. Você não é assim com seus irmãos? —
Pergunta franzido a testa.
— Não tenho irmãos, apenas primos e ainda assim não somos muito
próximos. Minha prima Lara é como se fosse minha irmã, mas somos muito
diferentes. — Explico.
— Como assim?
— Na personalidade, ela é doce e eu sou selvagem digamos assim. Ela
gosta de fugir dos problemas e eu os enfrento, embora Dimitri seja um problema
que eu gostaria de fugir.
Porra!
Talvez eu devesse ter fugido com a Lara, no mínimo devo ligar e pedir
desculpas pra ela por tudo o que eu disse.
— Se acha que isso é ser diferente deveria conhecer minha irmã mais
nova, Abby. Ela é o meu oposto e ainda assim somos próximas e protetoras uma
com a outra. — Dá de ombros.
— Seu pai fez um ótimo trabalho com vocês.
— Deve ter sido, ele nunca tratou a gente com carinho de mais, apenas
Abby e eu, mas, ainda assim, as coisas não eram fáceis. Dimitri foi a pessoa
mais forte do mundo desde criança, ele nos manteve unidos. Se não tivéssemos
um ao outro para apoiar, não teríamos mais ninguém.
— Acho que seu irmão é um homem completamente diferente do que
ele me mostra. — Será que se eu ficar conhecerei esse lado dele?
— Você já deu uma chance para ele mostrar quem é de verdade? Meu
irmão me contou como foram os encontros de vocês e pelo que pude ver, vocês
não conversaram muito ou melhor se conheceram de verdade. De a ele uma
chance antes de fazer qualquer coisa! — Pede.
— Tudo bem, vou tentar. — Ou, pelo menos, me esforçar.
— Ótimo, agora vamos lá para eu te apresentar os nossos outros irmãos.
— Ela está animada e estende a mão para mim, acabo demorando um pouco
com receio, mas aceito e juntas saímos do quarto.
Assim que saímos dou de cara com Dimitri sentado ao lado de uma
garota loira, ela parece uma roqueira e tem tatuagens nos braços, mas isso não a
deixa menos feminina. Eles estão ouvindo música, enquanto dividem um fone,
eu não esperava sair do quarto e já me depara com esse lado dele.
Pouco a frente tem outro garoto, ele se parece um pouco com a garota,
mas onde ela tem cabelos loiros, ele tem castanhos claros, ambos têm tatuagens
por todo o corpo e são bem diferentes de Willow e Dimitri. Claro que eu vi
algumas tatuagens no Dimitri, mas nada comparado ao garoto.
— Huhumm… — Willow chama atenção, dos irmãos, que
imediatamente olham pra ela. — Esses são Dominic e Abby, pessoal essa é
Allyssa. — Ambos me dão um sorriso.
— É ótimo conhecer a garota que colocou meu irmão na coleira. — A
garota fala.
— Não esqueça, o olho roxo. — Dominic acrescenta.
— Ele me sequestrou, o que você queria que eu fizesse? — Dou de
ombros.
— É assim que se faz garota. — Abby elogia. — Embora, eu não sou
muito fã de ver meu irmão machucado.
— Não gosto de sair machucando as pessoas, mas o seu irmão mereceu.
— Isso é um fato.
Espero não ter problemas com ela.
— Acho que vocês duas vão se dar muito bem. Está com fome? —
Willow pergunta.
É engraçado ver como eles se tratam e se respeitam, mesmo com as
provocações típica de irmãos, eles têm respeito pelos mais velhos.
— Morrendo de fome, ser dopada por um maluco faz isso com as
pessoas. — Acrescendo.
— Vamos comer e espero que vocês se comportem. - Dimitri avisa os
irmãos.
— Sim senhor. — Abby fala sarcástica.
Uma coisa eu tenho que admitir, estar aqui com eles me mostra um lado
do Dimitri que jamais pensei que existisse. E é esse lado que me faz lamentar
que meu filho não tenha o conhecido.
Capítulo 8
Dimitri
Não sei o que Willow falou para tirar a Allyssa do quarto, mas seja o que
for sou grato por ela ter feito. Ally está confortável conversando com minhas
irmãs e mesmo com o idiota do meu irmão fazendo piadas sobre a situação, está
tudo perfeito!
— V ocê e meu irmão já se conheciam? — Pergunta Abby.
Não nego que estou considerando costurar a boca dessa garota.
— Sim, seu irmão e eu somos breves conhecidos. — Admite. — O
problema é que ele tem uma memória melhor do que a minha já que não o
reconheci. — Conta Allyssa. Sei que se ela tivesse me reconhecido teria saído
correndo e não estaríamos aqui.
— Meu irmão pode seu um filho da puta quando quer. — Abby deixa
escapar um palavrão e eu fico grato por Ally não saber falar russo.
Meu país é do tipo que se orgulha por falar muito palavrão, infelizmente
para aqueles que gostam, temos uma lei que os proíbe de ser ditos em público,
agentes disfarçados costumam dar multas para quem comete um deslize.
Infelizmente para a minha família, minha irmã mais nova é a rainha das multas,
vamos acabar indo a falência um dia.
— Controle sua língua pirralha. — Aviso. — Sabe que não deve falar
palavrões na frente das pessoas e muito menos em público. Estamos perto de
pousar e não quero pagar mais uma multa.
— Vocês pagam multa por falar palavrões? — Pergunta Allyssa
horrorizada.
— Infelizmente sim, nosso país gosta de falar palavrões e até se orgulha
de ter uma boca suja. É uma forma de controlar isso. — Explico.
— É diferente, ainda bem que posso falar palavrões a vontade. —Dá
risada.
— Abby não deveria falar tantos palavrões assim. — Willow diz e olha
com um olhar feio para nossa irmã. — Porém, ela tem o Dominic que é uma
das piores influências nesse assunto. O idiota não diz uma frase completa sem ter
palavrões no final.
— Ei Printsessa[1], não me insulte. — Ele tem a cara de pau de fazer
biquinho para minha irmã, que dá um sorriso para ele.
— Não de bola para eles Allyssa, são todos uns loucos. — Pisco para
ela.
— G osto disso, vocês são próximos. — Dá de ombros. — Bem mais
próximos do que já sonhei em ser de qualquer membro da minha família.
— Lara falou sobre seu avô ser um homem legal, não entendo por que
vocês têm opiniões diferentes sobre ele. Quer dizer ele não mostrava o mesmo
carinho com as duas? — Pergunto.
Eu sei muito bem o tipo de gente que seu avô é, mas não cabe a mim
quebrar a fantasia que sua prima tem do velho.
— Meu vô não presta, e minha prima não percebe isso. — Allyssa
responde.
Minhas irmãs não estão acostumadas a ter mulheres estranhas por perto,
eu nunca quis apresentar a elas alguém não fosse permanecer ao meu lado. Sou o
mais próximo que eles têm de um pai de verdade, assumi isso quando nossa mãe
decidiu que não éramos bons o suficiente para se manter por perto e fugiu com
um homem.
Infelizmente para ela meu pai não gostou da ideia de ser traído. De
qualquer forma, não falamos sobre ela e tudo o que meus irmãos sabem é que ela
está morta.
— Lamento por isso, ela parece ser uma pessoa legal. — Willow diz.
— Tenho que mandar um e-mail para o clube com uma lista de medicamentos
que Bradox tem que comprar e manter em estoque caso precise. Já volto. —
Minha irmã e esse maldito clube MC.
Se eles a machucarem vou matar todos eles.
Sei que no começo ela estava lá por causa do clube, era uma forma de se
manter na vida próxima da que fomos criados. Willow se formou em medicina e
cuidou de cada um dos homens que trabalham para nossa família, quando se
mudou para os Estados Unidos gostou de estar ao redor do clube.
— Tudo bem. — Falo a contragosto.
Quando Willow se afasta Allyssa me encara.
— Ela é médica? Como ela conhece a minha prima? — Allyssa
pergunta meio confusa.
— Willow ajuda o clube Realeza MC, eles se metem em muita encrenca
e quem cuida deles quando se machucam é a Low. — Conto. — Sua prima está
envolvida com o Alek, ele é um dos membros do clube.
— Você está falando que o cara do FBI que vive no apartamento em
frente ao da minha prima, é membro da mesma gangue de motociclistas que o
pai da minha prima?
— Sim, e não um simples motoqueiro, ele é um Realeza MC. —
Corrijo. — Eles são um clube grande que lida com muito dinheiro, desde
cassino a armas e drogas.
— Em que merda a minha prima se meteu? Preciso falar com ela.
— Graças às novas tecnologias, é possível você ligar para sua prima
durante o voo. — Sorrio. — Vou deixar vocês se falarem enquanto cuido de
alguns negócios antes de pousamos. Vamos pousar na nossa pista particular em
Moscou dentro de duas horas, sugiro que seja rápida e se levante para se trocar,
não vai querer ficar de pijama no frio que está fazendo. — L embro e me
levanto.
Pego meu telefone e ligo para um amigo meu, quero convidar ele para
um jantar essa semana. Assim aproveito e peço sua ajuda para buscar uma coisa
que talvez nem mesmo exista, mas que sinto ser real.
— Preciso da sua ajuda. — Falo no momento que ele atende.
— Por que está falando comigo em inglês? — P ergunta.
— Preciso me habituar, e não quero que as pessoas saibam do que
estamos falando.
— Mano, você fala 7 línguas diferentes e quer usar justamente o inglês
que é conhecido como língua universal? Vamos lá você é mais esperto. —
Zomba.
— Não vou falar sobre isso agora, por isso estou ligando para convidar
você e a Francesa para jantar lá em casa amanhã a noite.
— Seria uma honra. — Debocha.
— Vou esperar vocês, só um aviso tenho companhia.
— Como assim? Você está com alguma prostituta?
— Não, Allyssa vai ser a minha mulher. — Confesso.
— Não acredito que vivi o suficiente para ver meu amigo ser pego por
uma boceta.
— Foda-se idiota. — Amaldiçoo. — Tenho que ir, ela já está
terminando de falar com a prima e tenho que falar com a Low.
— Mande um beijo para a Low.
— Sobre seus beijos para a Low, não posso acreditar que você se
insinuou para ela com a sua mulher perto. — Lembro desse fato e fico puto.
— A Francesa não dá a mínima, estou a ponto de meter o pé na bunda da
vadia, só não fiz isso até agora por causa dos meus pais.
— E o que seus pais têm a ver com isso?
— Ao que parece o velho filho da puta gosta de foder a minha mulher e
não quer que eu a deixe. Mas tudo bem, ela sabe que não vai conseguir me levar
para a cama.
Meu amigo é casado com uma vadia que não dá a mínima com o fato
dele dormir com toda boceta que passa na frente dele. Mas ela também não é fiel
e eles estão por um fio há muito tempo. Ele sempre deu em cima da Willow, mas
minha irmã nunca mostrou interesse em estar com ele e isso fez eles serem
amigos.
— Precisa conversar com eles, talvez com seu velho sabendo que apoio o
fim do casamento ele facilite para você. — Tento ajudar.
— Vamos ver, tudo o que sei é que preciso dar um basta nessa situação.
— Diz, e depois disso desligamos.
Não sei como posso agradecer minha irmã por ter separado algumas
roupas dela para a Allyssa, quando sequestrei ela não pensou no que vestiria
quando a gente chegasse em casa.
— S eparei uma calça de montaria para ela, não achei que ela fosse
querer um vestido no frio que está fazendo. E essa calça vai se encaixar na bunda
dela. — Willow pisca. — O que você quer?
— Te agradecer por ter me ajudado hoje.
— Não foi nada. — Balança a mão. — Realmente gostei dela e vou
ficar muito feliz se você levar as coisas para outro nível. Ela está com medo
então sugiro que vá devagar e não pise na bola, ela só está esperando você fazer
alguma merda para te dar um pé na bunda. — Ela passa por mim e pega um
casaco.
— E você descobriu tudo isso em uma conversa de cinco minutos? —
Provoco.
— Não, eu sei tudo isso pelo fato de ser uma mulher que sabe do que
está falando e faria a mesma coisa. — Batendo no meu ombro ela passa por
mim e leva as roupas que separou para Allyssa que está sentada pensativa,
olhando para o chão.
— Ally, te trouxe essas roupas, caso não goste eu tenho a minha mala lá
no quarto e pode pegar qualquer uma delas. — Allyssa pega as roupas e
agradecendo vai em direção ao banheiro.
Qual é o problema agora? Não vou atrás dela agora, como minha irmã
mesmo disse tenho que dar um tempo e ir devagar.
— O que aconteceu com ela? — Pergunta Abby.
— N ão faço ideia, mas deve ter sido algo com a prima. — M e sento em
uma das poltronas confortáveis.
Mulheres são tão complicadas as vezes que chega a cansar. Fico quieto
pensando por algum tempo, até que Ally sai do quarto vestida, e se eu posso
dizer uma coisa ela tá muito gostosa, mesmo com o olhar chateado em seu rosto.
— Como estou? — P ergunta, minha irmã faz sinal pra ela dar uma
volta, coisa que Ally faz sorrindo para Abby.
— Você está linda, só tem um problema. — Ela se levanta e vai até
uma das bolsas da Willow e pega uma toca. Minhas irmãs são obcecadas por
toucas, sapatos, óculos e bolsas. Elas simplesmente não conseguem se satisfazer
com as muitas que tem e estão sempre comprando mais. — Você não quer que
seu cérebro congele e elas são charmosas. Agora sobre os calçados, tenho uma
bota igual a que a Low está, elas são quentes e você vai me agradecer quando
pousarmos. — Abby pega uma sacola, e tira a bota e traz para a Ally.
— Obrigada. — Diz, pegando e vestindo.
- Você não precisa agradecer, é da família.
Minhas irmãs são minha vida, praticamente criei elas e vendo como estão
tratando a Allyssa fico grato por elas serem pessoas boas. Afinal elas são ótimas
julgadoras de caráter e se gostam dela é de verdade e não apenas para me deixar
feliz.
— Ela é legal, as meninas gostam dela. — Dominic se senta ao meu
lado e fala olhando para a Ally. Não é um olhar com desejo que meu irmão dá a
todas as mulheres, é um olhar de respeito.
— Nós tivemos um filho. — Admito vejo meu irmão ficar confuso.
— E cadê ele? Por que não está aqui?
— Ele morreu em um acidente, vou encontrar com Nicolau amanhã a
noite para pedir que ele investigue isso.
— Acha que…
Faço sinal para ele falar baixo.
— N ão quero dar esperanças para a Allyssa, mas a forma como tudo
aconteceu às desculpas dada me fazem pensar que ele está vivo. — Digo,
sentindo um aperto no meu peito. — Eu pedi para um dos seguranças checar
tudo enquanto eu estava no quarto dele, na casa da Allyssa, na época não houve
entrada de um corpo de criança com as características dele, na verdade nenhuma
criança tinha morrido naquela semana.
— Pode ter sido uma falha no sistema de armazenamento.
— Não é! E para deixar essa coisa mais estranha ainda, o avô dela
enviou pagamentos regulares para um internato na Inglaterra.
— Então você está achando que o velho armou tudo? Por que ele faria
isso, o que ele tem contra a sua mulher?
— A credito que seja a forma dele mostrar para ela que: se ela contar o
que sabe para qualquer um sobre a empresa, ele vai ferir quem ela ama. Ele
conseguiu ter o controle sobre ela quando disse que o filho tinha morrido. —
Explico.
— Se for isso temos um grande problema com esse velho, ele pode ser
perigoso. — Avisa.
— Acha que não sei? Vou matar esse desgraçado e fazer ele pagar por
tudo, por toda a dor que ele a fez passar.
Não sei descrever como estou me sentindo, é como se toda a raiva que eu
já senti na minha vida, não tivesse sido nada comparado ao que estou sentindo
agora.
— Sabe que pode contar comigo irmão, vamos fazer isso juntos.
— Obrigada. — Agradeço e logo somos avisados pelo piloto que
vamos pousar.
Todos nós sentamos e prendemos os cintos, em poucos minutos o avião
pousa e as portas do jato se abrem. Allyssa é a primeira a se levantar e ir para a
porta, não adianta ela tentar fugir caso esse seja o motivo pelo qual ela está lá,
tenho seguranças preparados para impedir sua fuga. Mas ela não sai, é como se
estivesse com medo.
Me aproximo e passo o braço em volta dela, está muito frio.
— Bem-vinda a Moscou, essa é sua nova casa!
Capítulo 9
Allyssa
Estou nervosa quando anunciam que estamos prestes a pousar, não sei o
que esperar desse lugar. Muito menos do Dimitri. Ele é uma caixa de surpresas
que sinceramente não sei se estou pronta para abrir e descobrir o que a dentro.
Mal me lembro da nossa primeira noite juntos, e a impressão que fiquei
não foi a melhor. Agora Willow vem e me diz que ele é um homem diferente do
que mostra para as pessoas de fora, e por mais que eu queira acreditar, quem me
garante que eles não estão apenas me enganando para que eu dê ao Dimitri uma
outra chance?
Meu subconsciente brinca comigo, seja qual for a desse cara vou
simplesmente fazer um sexorcismo. Deixa-me adivinhar o nome não é sugestivo
o suficiente para você? Vou deixar tudo mais claro; sexorcismo é quando você
fode seu ex com a intenção de tirar ele do seu sistema, coisa que preciso muito
fazer nesse momento!
— Não sei aonde você quer chegar com essa baboseira de que Moscou é
minha nova casa. — Digo, observando-o descer as escadas.
— Quero chegar em casa, e se possível, resolver algumas coisas com
merda do meu pai.
— Achei que não podia falar palavrões em público aqui. — Lembro
com um sorriso debochado.
— Existe uma diferença entre mim e os cidadãos desse país, quer saber
qual? — Pede não esperando minha resposta. — Minha família tem essa cidade
na palma da mão, somos poderosos e temidos.
— O que isso significa? — Pergunto.
— Você não quer saber, printsessa. — Dominic passa por mim e me dá
uma piscadela, suas irmãs passam logo atrás dele e me puxam com delicadeza
pelo braço.
— Não de bola para esses dois, prometo te mostrar todos os lugares
legais da cidade e quem sabe nós não viajamos no fim de semana? Vamos
aproveitar enquanto estou aqui, fazer compras e beber. — Willow e Abby
propõe.
— Já que estou aqui vou encher a cara. — Respondo dando de ombros.
Saio do avião com as meninas e caminhamos para uma limusine que está
estacionada próximo a saída da aeronave.
Um homem alto e musculoso abre a porta para a gente, ele nem mesmo
olha na nossa direção quando o faz. Quando passo por ele vejo uma arma em
sua cintura, Willow percebe que fiquei tensa e logo tenta me tranquilizar.
— É por motivos de segurança, somos uma família importante aqui e
muitos querem nos fazer mal.
— Achei que fosse porque vocês são uma família de mafiosos. — Falo
lembrando do que o cara do bar falou na noite em que Dimitri reapareceu na
minha vida.
— Você sabe! — Abby fala e pela primeira vez desde que a conheci
vejo ela cair na gargalhada.
Nas outras vezes que interagimos, parecia que ela estava desconfortável
na minha presença, se forçando a ser simpática comigo.
— Me falaram, na verdade me alertaram sobre seu irmão. Maldita a hora
que aceitei encontrar ele. — Murmuro.
— Acho que você não vai mais pensar assim quando descobrir o que
meu irmão está fazendo. Uma dica, seja boa com ele e ele vai te surpreender.
Dimitri entra no carro e nós três o encaramos, cada uma com um tipo
diferente de olhar. Abby sorri com malícia para o irmão, enquanto Willow tem
um olhar carinhoso e compreensivo, quanto ao meu, dúvida, desejo e medo,
muito medo.
— O que foi? — Pergunta confuso.
— Nada. — Falamos em uníssono e caímos na gargalhada, pela
primeira vez me sinto confortável perto de outras pessoas, como se fizesse parte
da família deles.
Isso é engraçado de certa forma. Nunca me senti confortável perto da
minha família, era como se não pertencesse aquela família. Com a família do
Dimitri isso parece certo, divertido e tranquilo, sem cobranças e sem pressão.
— No que eu me meti. — Murmura e isso faz com que nossa risada
fique maior a ponto de doer minha barriga.
— Acho que estar aqui não vai ser tão chato ou desconfortável como
temi, na verdade pode ser o contrário. — Admito. — Eu vou adorar te fazer
sofrer um pouco, Dimitri.
— P osso aguentar isso se você dormir comigo. — Responde.
— Quem sabe, vamos ver seu comportamento. — Flerto.
— Me comportarei. — Diz rapidamente.
— Isso é um pouco decepcionante, já que espero você no seu pior
comportamento, ainda mais no quarto. — Me inclinou e colo a mão em sua
coxa, subindo até perto do seu pau.
— Não comecem essa merda comigo aqui dentro. — Willow solta,
pegando a todos de surpresa e quebrando a onda de luxúria que me dominou.
— Caramba Low, você está virando uma marginal perto desses
motoqueiros gostosos. Isso é influência de qual deles? Bishop ou o gostoso do
Erick? — Abby comenta, nos salvando ao mudar de assunto.
— Como sabe do Erick? — Willow pergunta, ela não me parece o tipo
de garota que anda com motoqueiros, ele é sofisticada e gentil.
— Dimitri e Dom estavam falando sobre sua queda por ele, então fui dar
uma pesquisada. — Admite a mais nova. — Acha que vou deixar você sair com
um homem sem saber quem ele é, onde vive, e se tenho chance de acabar com
ele, se te magoar? — Essa foi a Abby, não me admira que ela faça isso, seu
visual de garota que não está nem aí para o que vão pensar diz muito sobre ela.
Seus cabelos loiros, olhos claros e roupas de grife rasgadas e de couro
com saltos muito altos e maquiagem pesada me fazem pensar que ela é mimada
e que não leva merda dos outros para casa. Uma defensora, é isso que ela é. E
qualquer um que tente prejudicar seus irmãos vai se dar mal.
Foi por isso que ela me encarou por tanto tempo, ela está esperando que
eu magoe o irmão dela.
— Espero que você não faça nada, Erick e eu não somos um negócio.
— Willow diz. — Ele nem sequer sabe que eu existo ou pensa em mim dessa
forma, na verdade, ele quer que vá embora do clube.
— Irmãzinha do meu coração, você não deve deixar tão na cara que quer
ele. Os homens gostam daquilo que não podem ter. Torne o jogo difícil e ele vai
correr atrás de você como um cachorro carente. — Diz me pegando de surpresa
com o concelho. Esse é o tipo de conselho que eu daria. — Allyssa concorda
comigo, não é?
— Sim! — Admito. — Isso funciona muito bem. Sempre consegui o
que queria dos homens a minha volta desse jeito. Claro que para isso precisa
saber o equilíbrio entre sensual provocativo e uma vadia.
— Ela poderia ser sua professora e eu poderia te ajudar também. —
Abby se anima. — Vamos mudar a Low.
— Pare com isso Abby, Low está perfeita assim. Não precisa mudar
nada e virar uma megera, você sozinha já me dá muitos problemas. — Dimitri
fala, se metendo na conversa.
— Chato. — Ela faz uma careta para ele.
Não percebi que já estávamos chegando na casa Dimitri, até que o carro
para em frente a portões enormes, e um segurança abre o portão de dentro da
guarita. A casa mais parece um castelo, com guardas armados por toda parte,
câmeras de segurança que tem armas acopladas a elas e se movem juntas.
— Faça de conta que eles não existem, se apegar aos detalhes torna as
coisas assustadoras. — Willow me aconselha.
Me sinto em um daqueles filmes onde a pessoa é tirada da sua realidade e
precisa se adaptar as novidades de um novo mundo. Onde tudo é novo, é
assustador e se pensar demais torna-se sufocante.
— Vou tentar, mas tem que admitir que isso não é fácil.
— Te entendo. — Responde, o carro para e a porta é a aberta por outro
cara enorme que está nos esperando.
O estranho me dá um olhar hostil, até que Dimitri sai do carro e passa a
mão na minha cintura, então o olhar se vai e ele me dá um aceno de cabeça.
— Senhor, seu pai está esperando por você e seus irmãos em seu quarto.
— V ou deixar Allyssa acomodada em meu quarto e em seguida irei. Não
deixe que meus irmãos entrem lá sem mim. — Ordena em um tom de voz que
eu nunca ouvi antes. O homem acena e Dimitri sai me levando para o andar de
cima, sem me dar tempo para ver ao redor da casa. — Fique aqui até que eu
venha te buscar. — Manda.
— Não acredito que me tirou da minha casa, do meu país, contra a
minha vontade, só para me tornar seu segredo sujo, e me deixar presa nesse
quarto. — Estou com raiva desse idiota, quem ele pensa que é para me tratar
assim?
Entro no quarto e estudo tudo com atenção. Seu quarto é masculino, tem
uma cama enorme no centro, com lençóis escuros de ceda, e tudo aqui grita bom
gosto de sofisticação. Sem contar que o lugar está impregnado do cheiro
masculino do Dimitri.
— Não saia, mandei comprar algumas roupas e produtos de higiene
pessoal. — Ele aponta para o closet e para o banheiro.
Dimitri me pega de surpresa quando me puxa para seus braços e me dá
um beijo rápido, antes que eu perceba o que ele está fazendo, ele se afasta e sai
do quarto, me deixando sozinha em um lugar que mal conheço.
— Filho da puta. — Grito furiosa.
Quem ele pensa que é para me sequestrar e me trazer para esse lugar?
Minha raiva no avião tinha diminuído, que mãe não se sentiria assim com
a possibilidade de ter seu filho novamente? Esperança essa que não sei se devo
ter. Agora, a raiva está de volta. Posso ficar aqui e me divertir um pouco com
ele, mas não vai passar disso, de diversão e sexo.
Entro no banheiro e me olho no espelho, minhas olheiras estão profundas
e nem sei exatamente porque, já que dormi horas devido ao calmante que o
imbecil me deu. Me inclino sobre a pia e quando olho no espelho novamente
percebo que tem uma banheira enorme no canto do banheiro.
— Se aquele desgraçado pensa que vou ficar aqui parada esperando ele
voltar, está enganado, já que tenho que ficar na casa dele e dividir sua cama, pelo
menos que eu tire proveito.
Ligo a banheira e espero ela encher enquanto ando até um som no canto
do banheiro e ligo uma música. Drunk in love é a escolhida e não posso imaginar
uma música mais fora de hora do que essa!
Puxo meus cabelos em um coque bagunçado no topo da cabeça e tiro a
minha roupa, danço de um lado para o outro, até que a banheira esteja cheia e
então despejo sais de banho. Quando eu entro me sinto no paraíso, a água está
quente e ao som da música passo espuma pelos meus braços e pernas até que
sinto que estou limpa e fecho os olhos, aproveitando a música e o ambiente a
meia luz.
Acho que acabei pegando no sono pois acordo com Dimitri encostado na
porta me olhando com um sorriso no rosto. Ele se aproxima da banheira e
mergulha sua mão na água.
— O que você está fazendo? — Pergunto.
— Apenas tocando a minha mulher. — Diz com um sorriso estúpido no
rosto.
— E stá tocando a mulher errada. — Falo. — Quer saber um segredo
Dimitri? — Sussurro em seu ouvido, e contenho a vontade de sorrir quando
vejo seu corpo tenso. — O fato de você me querer não significa que você me
tem. Talvez a gente possa se divertir juntos na cama, mas não pense que isso o
torna o meu dono. Foder bem não faz de você o meu homem. — Me levanto da
banheira e me afasto dele.
Sinto seu olhar preso no meu corpo enquanto caminho, mas me
mantenho firma e o ignoro. Esse é o meu jogo, e ele vai descobrir que meu
manual de mulher vai muito além do que disse para Willow hoje no carro.
Enquanto me arrumo, começo a listar as regras que criei para eu seguir;
1 Se valorize: se você não se valoriza que homem vai te valorizar?
2 Não se rebaixe para nenhum homem: na cabeça dos homens se
demonstra interesse nele, você se torna automaticamente algo fácil e todos
gostamos do que não podemos ter.
3 Ciúmes: diga não ao ciúme, eles vão fazer isso para te provocar, e se
perceberem que não está te afetando, vai fazer com que pensem que você não
está mais interessada e comecem a trabalhar para merecer sua atenção.
Nunca fui o tipo de mulher que contém o ciúme, e depois de descobrir
tudo isso na prática, percebi que se eu quero um homem de verdade que não vá
me trair, tenho que manter o interesse dele em mim. Não importa o que aconteça.
Dimitri será menos convencido quando eu terminar meu trabalho.
Capítulo 10
Dimitri
Deixo Allyssa no quarto e vou ver o que meu pai quer. Duvido que seja
coisa boa, sempre que vemos o velho, alguma merda vem à tona.
Antes de entrar no quarto vejo que o médico da família está conversando
com Willow, passando informações sobre seu estado de saúde. Ao que parece
meu pai teve um Infarto do Miocárdio, resultado dos seus maus hábitos. Mas
ainda que ele esteja em mau estado, ele consegue me tirar do sério com suas
ordens, feitas para me tirar do sério.
— Miguel está esperando por vocês. — O médico fala, certamente
passando uma ordem do velho desgraçado.
Não falo nada, no momento em que Abby e Dominic chegam na porta do
quarto, nós quatro entramos. A situação do meu pai é deplorável, ele nem sequer
consegue limpar a própria merda e isso para um cara como ele é a pior coisa do
mundo. Talvez seja por isso que ele está passando tudo para nós, está pensando
em morrer em breve e o querido doutor sabe exatamente como fazer para parecer
que foi seu corpo que desistiu.
— Oi papai. — Willow fala ao se aproximar dele, quem vê minhas
irmãs não sabe do que são capazes e tudo isso graças a ele.
Ele não fala, tudo o que sai de sua boca são resmungos. Ele tem seu
testamento ao seu lado e faz sinal com a cabeça para que eu o pegue.
— Você quer que eu leia? — Pergunto, no mesmo tom de voz que ele
usou comigo tantas vezes.
Nega com a cabeça.
— Seu pai quer que você leia o bilhete que está do lado. — O
advogado dele entra na sala.
— E o que diabos tem esse bilhete?
— Ele diz que seu pai está te passando o poder dentro da família.
Parabéns agora você é o novo capo, porém todas as vontades de seu pai que
estão no testamento devem ser mantidas e cumpridas. Alterações só podem ser
feitas com ele ainda em vida.
— E que vontade é essa? — Pergunto.
— Sua irmã Willow, deve se casar com o capo da Máfia italiana, todos
os acertos já foram feitos.
— É apenas isso? Agora toda a máfia está sob meu poder? —
Questiono.
— Exatamente, devo me reportar a você quando se trata aos assuntos da
família. — O advogado fala.
— Será que podemos falar um minuto a sós? — Pergunto para o
advogado.
— Claro. — Fala demonstrando respeito.
Saímos do quarto e eu decido esclarecer alguns pontos com ele. Preciso
saber se posso mudar a exigência do casamento da Willow. Não vou condenar
minha irmã a se casar com algum idiota que só quer poder e provavelmente irá
fazê-la infeliz a longo prazo.
— Se é referente ao seu lugar na máfia e alguma questão como…
— Não é sobre mim que quero falar. — Interrompo de forma brusca.
— P reciso saber se podemos anular a exigência do casamento da minha irmã, se
ela já estiver casada?
Talvez eu tenha um plano para mudar essa merda e impedir que minha
irmã sofra.
— Sim, claro. — Responde. — No entanto, se ela não estiver casada
com o marido que seu pai escolheu você pode ter problemas, até mesmo
começar uma guerra com a família do noivo escolhido. — Avisa. — Não
preciso lembrar que no seu mundo, as palavras velem muito, e os italianos não
ficarão felizes se quebrar sua promessa. E antes que diga mais alguma coisa,
pedi para um amigo meu investigar o futuro marido da senhorita Willow.
— O que descobriu? — Não vou deixar a minha irmã se dar mal
casando com um homem que vá a machucar.
Não precisa ser um gênio para entender o tipo de homens que fazem
parte da máfia. Todos achando que podem fazer o que querem e que as mulheres
são apenas brinquedos que podem ser usados e descartados. Todos os abusos
cometidos por esses homens, tornam tudo ainda pior. A exigência de submissão
complica tudo.
— Sua irmã estará segura com ele. — Garante. — Não posso dar mais
detalhes, mas lhe garanto que não poderá achar um marido melhor para ela
nessas circunstâncias. — Diz, por mais que eu queira o questionar, meus irmãos
escolhem esse momento para sair do quarto e enquanto Abby e Dominic vão em
direção aos seus quartos, Low fica ao meu lado.
— S e vocês me dão licença, tenho outras pendências para resolver. —
O advogado diz, mas antes ele para e se vira. — Há, mais uma coisa que eu
devo lhe dizer, caso queira ganhar tempo. Seria uma ótima ideia dispensar os
serviços do doutor Carrik. — Depois de dizer isso ele se afasta e me deixa
sozinho com a minha irmã.
Decido não contar para ela o teor da minha conversa com o advogado,
não quero minha irmã mais preocupada e para baixo do que já tem estado.
Não é novidade que meu pai é um filho da puta, o velho está obrigando
Willow a se casar com um capo da Máfia italiana e tudo isso para manter
alianças. Mal posso esperar para que ele morra, talvez faça isso com as minhas
próprias mãos. Infelizmente, preciso dele vivo por mais um tempo, então
contenho minha fúria.
— Não vou permitir que faça isso. — Falo para minha irmã, que me
assiste andar de um lado para outro. — Ele está te usando!
— Dimi, não tenho escolha! É isso ou você herdará uma guerra, e não
permitir que corram riscos por minha casa. — Willow está fazendo isso por
medo de nos ferir, é clara a dor em seus olhos.
— Low…
— Dimitri, não. — Me corta. — Erick e eu não vai acontecer, chega de
ficar presa nessa fantasia ridícula de que ele vai acordar e vamos nos casar e ser
felizes. Não vou prejudicá-los por isso, e se não me casar, a próxima pessoa da
lista do papai será você. Eu n ão posso ter quem quero, e não é justo prejudicar a
você, vejo como olha para Allyssa. Se eu não fizer isso a próxima pessoa da lista
do papai é você. — Lembra. — Se esqueceu que ele pode exigir que se case
com a filha do homem para manter o acordo? — Low segura meu rosto. — Não
vou deixar você desistir da Allyssa e nem do seu filho por causa do nosso pai.
— P osso dar um jeito nisso. — Garanto. — Vamos demorar um tempo,
podemos prolongar a vida do velho o máximo possível até que encontremos uma
saída ou que ambos estejamos com quem queremos. — Falo, soando
desesperado.
— Se é isso que quer fazer. — Dá de ombros. — V ou passar essa
semana aqui e te ajudar com a adaptação da Ally, depois tenho que voltar, o
clube precisa de mim.
Willow está nesse clube por causa do Erick, não acho que seja uma boa
ideia que ela volte para aquele lugar. Não quando seu coração está tão ferido por
causa desse imbecil de Erick. O idiota está no topo da minha lista de pessoas
para matar, só lidei com ele ainda por causa da minha irmã.
— Por falar nela, v ou ver como ela está. Fui um idiota e deixei ela no
quarto. — Admito dando risada.
— Isso não foi gentil da sua parte. — Ri. — No seu lugar usaria um
colete a prova de balas.
Assisto minha irmã descer as escadas e só então caminho de volta para o
meu quarto.
Quando entro no quarto posso escutar uma música vindo do banheiro, a
cena que vejo quando entro me tem duro em questão de segundos. Não entendo
o que Allyssa e eu temos, é só eu chegar perto dela e meu pau quer estar dentro
de sua buceta e fodê-la de todas as formas possíveis.
Fico alguns minutos a olhando na banheira, até que vejo que ela está
acordada e vou até lá.
Infelizmente Allyssa não me recebe pronta para sexo, muito pelo
contrário. Ela está furiosa, me insultando e gritando para o mundo que ela não
vai facilitar as coisas para mim, quando ela se cansa de seu discurso de ódio,
levanta da banheira e passa por mim balançando sua bunda deliciosa.
Luto contra a vontade de ir atrás dela, se ela quer lidar com essa situação
desse jeito, é o que vamos fazer. Ela vai descobrir que sou bom nesses jogos.
Tiro minhas roupas e entro no chuveiro, não uso muito a minha banheira
e até me perguntei por um tempo porquê foi instalada, mas depois de ver Allyssa
deitada nela e relaxando, agradeço quem a instalou.
Começo a me lavar, mas as imagens de Allyssa nua na banheira e de
como ela se aproximou de mim vem com força novamente e meu pau dá sinal de
vida novamente, não vejo outra opção se não bater uma no chuveiro. Coisa que
não faço desde que era um adolescente com tesão.
Imagino sua boca carnuda em volta do meu pau, sua boceta encharcada
de tanto tesão e de com me senti quando estava dentro dela, fazendo ela gozar
em volta do meu pau, e de como ela gemeu cada vez que entrei com força dentro
dela. É com essas lembranças que gozo com força, fazendo uma bagunça no
banheiro.
— A chei que garotos de 14 anos batiam uma no banheiro, não homens
de 37 anos e com barba na cara. — Allyssa fala, me provocando ao entrar no
banheiro e por mais que tente disfarçar, posso ver seu olhar de desejo correndo
pelo meu corpo.
— E eu achei que você fosse uma mulher objetiva que não tinha medo
de pegar o que quer. — Respondo, me virando em sua direção e dando a ela a
vista completa do meu corpo e pau.
Ela pode se divertir com tudo isso, basta deixar de ser boba.
— Acha que eu te quero? — D á uma risada e se aproxima, noto que
está usando uma das minhas camisetas.
— Baby, eu tenho certeza que você me quer e por mais que tente
disfarçar, sei que seus mamilos estão duros esperando que eu os chupe e sua
boceta está encharcada a espera do meu pau para fodê-la. — Respondo. — Mas
tão bem como sei disso, eu também sei que você vai me deixar na mão hoje. Não
tem problema eu sou um homem paciente. — Termino de me lavar e saio do
chuveiro, passando por ela nu e indo para o closet com a toalha nos meus
ombros, posso sentir seu olhar na minha bunda. — Sabe o que é engraçado?
Ambos temos uma queda pela bunda do outro.
— Sabe o que é mesmo engraçado? Você querer ser mais do que uma
boa foda para mim. — Provoca e eu fico com raiva. — Isso que temos aqui
Dimitri, não é especial. Eu posso ter qualquer pau que eu quiser.
Largo minha roupa e toalha no chão e me aproximo dela, empurrando-a
contra a parede. Minhas mãos vão para seu pescoço e a prendo lá, seus olhos
estão arregalados, mas posso ver que ela não está com medo.
— Repita isso. — Ordeno furioso. — Repita o que disse olhando nos
meus olhos.
— E…eu… — gagueja.
— Sabe por que não pode dizer isso Allyssa? — Aproximo meu rosto
do seu pescoço e chupo a pele abaixo da orelha. — Porque por mais que sua
boca negue o quanto me deseja, seu corpo diz o contrário. E por mais que lute
Allyssa, você é minha e não tente se iludir negando. — Olho em seus olhos e
vejo desejo tomar conta dela, agora ela quer ser fodida, e mesmo querendo fodê-
la, não vou fazer isso, vai ser seu castigo. — Você é minha! — Me afasto. —
Will ow está te esperando para saírem, ela está com meu cartão de crédito. —
Sei que ela precisa comprar algumas coisas para usar. — Alguns dos meus
homens vão cuidar de você, para que não tente fugir.
— Você é um idiota. — S e afasta e pega o vestido que foi umas das
coisas que consegui para ela.
— Vamos ver se vai continuar dizendo isso quando eu estiver dentro de
você. — Provoco e vejo ela bufar e voltar para o banheiro.
Rindo e balançando a cabeça eu termino de me vestir e desço para a
cozinha. Meu irmão está lá sentado com um olhar pensativo no rosto.
— O que aconteceu? — Pergunto, já que pela primeira vez em muito
tempo não escuto um comentar sarcástico.
— A cho que vi alguém do meu passado.
— E seria quem? Uma amante abandonada? — Brinco.
— O único abandonado nessa história foi eu. — Murmura e sai.
Escuto o barulho das minhas irmãs e Ally descendo as escadas e vou em
direção a elas parando uns metros antes para ver a forma como Allyssa está
vestida. Essa mulher quer me matar, só pode.
— Onde diabos você pensa que vai vestida assim? — Pergunto bravo.
Esse vestido não devia ter um decote desse tamanho, se eu tivesse visto
antes ela, com certeza, não teria se aproximado dele.
Capítulo 11
Allyssa
Dimitri é muito idiota se pensa que vou seguir todas as suas demandas
ridículas. Não vou me curvar para as vontades dele, quando pego o vestido que
estava em cima da cama, percebo que o idiota não viu como ele era, esse babaca
vai sofrer.
É um vestido curto que tem um decote generoso e realça todas as
melhores partes do meu corpo, alguém definitivamente sabe escolher roupas.
Não deixo de notar a etiqueta de uma loja cara e exclusiva muito famosa entre
ricos. Essa família não brincou quando disse que tinha muito dinheiro e isso me
deixa apreensiva com Dimitri.
Caras como ele tem tudo o que querem e enquanto estão entretidos em
uma caçada pela mulher do momento, até que são fiéis. Mas quando a caçada
termina eles partem para outra. Se eu ficar com ele, talvez deva tornar nosso
possível relacionamento uma caçada eterna, onde ambos temos o que queremos,
mas sem deixar que as coisas fiquem sem graça.
— Estou pronta. — Saio do banheiro e encontro Abby e Willow me
esperando sentadas na cama. — Só preciso saber onde seu irmão guarda o
pente. — Lembro do estado que meu cabelo se encontra.
— Segunda gaveta, ele mandou que deixassem tudo que uma mulher
precisa no banheiro para você, tem desde secador, chapinha, a maquiagem e
acessórios. — Conta Willow.
— Perfeito, só vou arrumar meu cabelo e passar um pouco de
maquiagem. — Falo e volto para o banheiro, e realmente encontro tudo o que
Low falou que havia no lugar que ela falou.
Me arrumo rápido, não quer rápido seja sinônimo de mal feito. Abby e
Willow são bonitas e estão bem-vestidas, não quero ser a pessoa desleixada que
anda como a terceira roda das duas socialites. Sem contar que isso também vai
me ajudar a torturar o Dimitri.
— Prontinho. — Falo e saímos todas juntas do banheiro.
Enquanto descemos as escadas Dominic passa pela gente um pouco
tenso, isso é o contrário do homem que vi mais cedo no avião. Algo aconteceu
com ele, mas decido não me intrometer, não temos intimidade para discutir sua
vida pessoal, mesmo que eu queira ajudá-lo.
Dimitri ouvindo nossas conversas e risos aparece dá um chilique por
causa da minha roupa. Qual é o problema dele? Não sou uma propriedade de
merda que ele pode mandar, por mais que eu goste do seu lado possessivo.
— Dimitri, não confunda o fato de eu estar aqui aceitando essa situação
numa boa, vai fazer com que eu siga suas ordens. O corpo é meu, quem decide
se alguém vai ver alguma coisa ou não sou eu. — Coloco minhas mãos na
cintura em uma posição de ataque.
— Pensa mesmo isso? — Ele acha engraçado. — Você não sabe de
nada, mas por enquanto, vou deixar que pense isso.
— Isso o que? — Pergunto.
— Pensar que está no controle. — Se aproxima de mim. — Também
sou bom em jogos. — Ele sussurra contra o meu pescoço, e eu ignoro o arrepio
que percorre meu corpo. — Antes que eu me esqueça, dois seguranças vão
acompanhá-las. — Avisa, mudando o tom de voz para um sério e decisivo.
— Se é isso que você quer. — As meninas concordam com ele, aí tem
coisa.
Dimitri me ajuda a vestir um casaco de pele lindo, e logo atrás dele Abby
e Willow parecem com outros casacos parecidos.
Somos guiadas por Dimitri até o carro onde as meninas recebem ordens
para não sairem de perto dos seguranças, e se algo estranho acontecer seguir
todas as ordens e protocolos de emergência.
Quando saímos da mansão e eu me viro para elas.
— Vamos mesmo seguir as ordens do seu irmão?
— Espere um pouco e você já vai ver. — Abby fala e as duas dão
risadas.
Estamos paradas em uma rua de trânsito intenso, quando de repente
Abby e Willow se entre olham e me puxam para fora do carro, correndo entre os
carros que buzinam para nós, e nos escondendo em uma loja.
— Vocês sempre fazem isso? — Pergunto rindo.
— Só quando queremos ensinar uma lição para o nosso querido irmão.
— Abby fala.
— E só quando não tem nenhuma ameaça contra a nossa segurança. —
Willow completa.
— Aonde vamos? — Olho em volta.
— Vamos comer, já que não fizemos isso desde hoje de manhã.
— Não acredito que não paramos pra descansar um minuto sequer
depois de nove horas de viagem. — Willow reclama.
— Ei, mas vale muito a pena não descansar, e como um prêmio vamos
levar a Ally em uma balada. — Abby praticamente salta animada.
— Dimitri nos mata se a levarmos em uma balada. — Willow fala
como se eu não estivesse aqui.
— Eu estou bem aqui. — Chamo a atenção delas. — E Dimitri merece
sofrer um pouco depois de ter me trazido até aqui sem minha autorização. —
Falo, não acredito que faz poucas horas que estivem em Nova York, decidida a
mantê-lo longe. — Então vamos fazer o nosso pior e depois eu aguento as
consequências. — S e essas consequências acabarem com Dimitri me fodendo,
melhor ainda.
— Ótimo. Primeiro vamos te levar em alguns lugares turísticos, já que
para chegar onde vamos comer temos que passar pela Praça vermelha. — Abby
conta.
— Praça vermelha? — Pergunto curiosa, em todos os anos e viagens
que fiz, eu nunca planejei visitar a Rússia.
— Sim, lá fica a catedral de São Brasilio. — Elas me puxam e vamos
para o metrô.
Não estamos muito longe e assim que chegamos elas me mostram todos
os pontos turísticos e lugares impressionantes que a cidade tem.
— Por que é assim? — Me refiro a estrutura do lugar.
— O arquiteto simbolizou chamas que vão em direção ao céu. —
Explica e até que faz sentido, o lugar é mágico.
— Por que esse lugar é o centro turístico da cidade?
— Mais adiante, no lugar que vamos comer ficam os melhores
restaurantes e as melhores grifes da cidade. E aqui, — faz um gesto falando da
praça. — É o lugar onde tinham desfiles militares durante a união soviética e
onde tem shows. As vezes passam helicópteros pela cidade com a bandeira do
país. — Willow explica.
— Vocês são boas guias turísticas. — Brinco.
— Temos que saber tudo sobre onde moramos, assim como atirar e lutar,
são ordens do nosso pai. — Abby fala.
— Vocês sabem atirar? — Estou curiosa para saber mais delas.
— Nosso pai não queria elos fracos na família, recebemos o mesmo
treinamento que meus irmãos tiveram e posso te garantir que apanhamos muito
antes de chegarmos onde estamos. — Willow fala.
— L amento por isso. — Murmuro.
— Não lamente, nós gostamos de nos defender. — Abby me dá um
tapa no ombro e passam por mim. — Agora vamos às compras ou encher a
barriga. Estou mais do que disposta a ganhar alguns quilos. — Ela suspira
batendo na barriga pensando na comida.
Willow me dá o braço e vamos, a rua onde ficam as grifes e restaurantes
é linda, e mais linda que a rua, é o lugar que elas me levam para comer. Elas não
mentiram quando falaram que a rua era cheia de boutiques famosas.
— Vamos gastar uma nota aqui. — Abby fala como se fosse uma coisa
boa.
— Vamos comer antes de pensar em gastar. — Willow diz e o
atendente nos guia até a nossa mesa.
— Estive em muitos restaurantes ao redor do mundo, mas esse lugar é
lindo. — Confesso.
— Não posso acreditar que você nunca veio para Rússia. — Abby
provoca.
— Eu não sabia que vocês eram um país tão lindo e tão…
— Boca suja? — A mais nova brinca, fazendo um falso sotaque.
— Vocês são hilárias. — Digo, me sentindo em casa com elas. — Estou
morrendo de fome. — Admito, e por sorte o garçom chega com as nossas
comidas e bebidas.
Na primeira garfada sinto o sabor fantástico da comida e não quero mais
conversar e sim comer. Fico quieta comendo e quando estamos pagando a conta
do restaurante o telefone das meninas começa a tocar e pela cara que elas fazem,
sei que é Dimitri.
— Eu que não vou atender. — Abby fala. — Não sou boba e nem
suicida.
— V ou seguir seu exemplo e deixar que a Ally resolva as coisas com ele
na cama. — Willow pisca pra mim.
Reviro os olhos para as covardes na minha frente.
— Vocês são o orgulho de toda a nação feminina. — Provoco.
— De toda a nação não, mas da nação que conhece o Dimitri somos as
presidentes. — Willow se defende.
— Seu irmão não é um monstro. — Digo enquanto espero elas
pagarem a conta.
— Você sabe exatamente como ele é. — Abby me cutuca no quadril. —
Ele é turrão! Mas vamos deixar isso para outra hora, e vamos para a balada.
— As senhoras não vão para nenhum lugar que não seja o meu carro. —
Uma voz grossa vem e nós viramos com medo de ser Dimitri.
Não posso dizer que respiramos aliviados quando vemos que é Dominic,
que está ostentando um sorriso provocador no rosto.
— Que susto seu idiota. — Abby briga.
— No seu lugar eu me controlaria, Dimitri está que nem louco pela
cidade atrás de vocês, e não contei onde vocês estão. — Avisa. — Embora, devo
acrescentar, que ele está puto com vocês.
— Jura? — Perguntamos as três ao mesmo tempo, com o mesmo tom
de ironia.
— Para aonde vamos? — Pede, estendo o braço para suas irmãs e eu.
— Fazer compras, e como um bom menino, você vai carregar as nossas
sacolas. — Willow dá um beijo em sua bochecha.
— Por vocês eu faço qualquer coisa, minhas princesas.
Dominic nos acompanha em todas as lojas que entramos, e como
prometido, carrega a maior parte das nossas sacolas. Quando terminamos as
nossas compras, as únicas coisas que estão abertas na rua, são as baladas e
restaurantes. Não preciso dizer que estamos tão cansados que deixamos a balada
para outro dia.
Na nossa pequena rebelião contra Dimitri, todos desligamos os nossos
celulares. Abby, Willow e Dominic, deixaram nas minhas costas a missão de
acalmar o irmão mais velho. Que por acaso, está nos esperando na porta da casa
junto com dois seguranças que mais parecem montanhas.
— Eu esperava mais de vocês, desligar o celular foi idiotice. — Ele ruge
para seus irmãos.
— Qual é, Dimi? Estamos todos de volta e em segurança. — Willow
fala, ignorando sua fúria, dá um beijo em seu rosto.
— Depois eu falo com você. — Diz, enquanto Abby e Dominic fogem
na cola da Willow e nos deixam sozinhos.
— Achou divertido? — Me encara, e faz um sinal para os seguranças
irem embora, esses desaparecem em questão de segundos. — Sabe quantas
horas passei procurando por vocês? — M e prende contra a parede da entrada da
casa.
— Tudo isso é medo de que fuja e mande a polícia atrás de você? —
Provoco.
— Talvez. — Murmura contra o meu pescoço. — Não posso deixar que
vá embora. Hoje eu tive uma conversa com meu pai e ele me fez jurar que
casaria com você. Na verdade, ele já começou a preparar o nosso casamento. —
Encaro ele confusa. — N ão o meu pai e sim o advogado.
— Fez isso sem a minha permissão.
Dimitri faz uma careta e então se afasta, ele meche no cabelo por um
tempo, como se estivesse pensando em uma forma mais tranquila de me dizer
algo sério.
— Um amigo veio aqui hoje, ele me confirmou que seu avô paga um
internato na Inglaterra. — Conta. — Me m ostrou fotos de um menino, menino
esse que acredito que seja nosso filho.
— Mas isso… isso…
— Tenho elas aqui. — T ira do bolso uma foto, quando vejo a foto não
consigo respirar e minhas pernas param de funcionar.
— Dimitri é ele, é o nosso filho!
Capítulo 12
Dimitri
Estou além de irritado com a fuga das minhas irmãs e da Allyssa. Minhas
irmãs sabem muito bem os riscos que correm sempre que saem sem seguranças,
mas em vez de me ajudar, preferem me deixar maluco, piorando a situação ao
levar Allyssa. Minha esperança é que Dominic as encontre e cuide delas.
Enquanto espero que voltem para casa, peço para que Czar Nicolau, o
amigo que convidei para jantar amanhã, venha para conversarmos.
Logo que meus irmãos saíram hoje mais cedo, mandei um e-mail com
toda a situação para ele, e como o filho da puta tem contatos em Londres, me
mandou uma mensagem dizendo que conseguiu algumas informações.
— Senhor, seu amigo Nicolau está aqui. — O mordomo da casa entra
no meu escritório avisando.
— Mande-o entrar.
— Não precisa. — Interrompe ele já na porta. — E pelo amor de
Deus, me chame de Czar. — Pede, e le odeia o nome Nicolau.
— Tudo bem. — Dou de ombros, sem me importar como o chamo. —
Agora as informações.
— Calma meu amigo. — Diz, se servindo de um pouco de uísque e
voltando para se sentar na cadeira em frente à mesa.
— Acha que eu tenho calma? É do meu filho que estamos falando e não
de um brinquedo. — D igo irritado.
— Eu sei, mas ter pressa não vai fazer com que as coisas fiquem melhor
para o seu lado. — Rebate. — Tem um menino morando nesse internato, ele
está registrado como beneficiário de pagamentos, vindos de uma conta registrada
no nome do avô da sua garota.
— Então tem chance de ser meu filho.
— Sim. — Responde. — Sua mulher sabe muito a respeito dos podres
do velho. — Ele coloca os pés em cima da mesa, mas logo tira quando percebe
meu olhar irritado.
— P reciso que você me ajude investigar o velho. Se ele forjou a morte
do próprio neto, para manter Allyssa calada, imagine do que ele não é capaz. —
Isso resume o que estou pensando e sentindo. — Não quero deixa o filho da puta
de lado agora e ter que me preocupar com ele lá na frente.
— Concordo, por via das dúvidas, mantenha sua mulher em casa por um
tempo. — Diz.
Tenho que me segurar para não rir do que ele está me dizendo.
— Você não conhece Allyssa, se eu pedir para ela ficar em casa e
explicas o que está acontecendo, ela vai fazer o contrário do que eu pedir. —
Conto. — Preciso de algo que a mantenha em casa e que a ajude a me aceitar
mais fácil. — Minha mente procurando por algo bom o suficiente para mantê-la
em casa, e a única coisa que sei é o nosso filho. — Quanto tempo até ter todas as
informações para resgatar meu filho?
Czar me encara como se eu fosse um tipo de louco.
— Não temos certeza…
— Porra, se não. — Rebato. — Sabemos que esse menino é meu filho.
Precisamos resgatá-lo.
— Resgatar? O garoto está bem, ele estuda em uma das melhores
escolas do país e ao que parece o velho não deixa faltar nada pra ele. — Czar
conta, mas quando olho em sua direção fica quieto e retira o celular do bolso. —
V ou fazer algumas ligações e já te passo as informações de quando podemos
pegar o garoto.
Quando Czar se levanta para fazer suas ligações, eu seguro a fotografia
do menino que ele me entregou. Sentindo uma sensação de alívio que jamais
pensei ser possível, toda a tristeza que senti quando a Allyssa me contou sobre
sua morte, se transformando em raiva. Enquanto Allyssa estava mal pensando na
morte do nosso filho, ele estava seguro e escondido.
A única coisa que está me mantendo de matar o desgraçado do avô dela,
é que preciso saber mais sobre o filho da puta e no que ele está metido.
Mais uma vez encaro a foto e penso e como meu filho vai agir quando
me conhecer, será que ele vai gostar de mim? Talvez eu deva levar Allyssa
comigo para que ele não fique assustado, por outro lado as coisas podem dar
errado, e não posso arriscar.
— Se você oferecer a tecnologia que eles precisam para desativar todas
as câmeras de segurança, bloquear todos os sinais e ligações da área para a
polícia, podemos fazer isso amanhã a noite. — Diz quando volta a se sentar.
— Considere feito, — digo enviando uma mensagem para um velho
amigo que pode me fazer esse favor. — Preciso de outra coisa sua.
— Diga.
— Quero um avião particular registrado no nome de outra pessoa. —
Falo.
Viajar no meu jato para a cidade onde o meu filho está e de onde ele vai
ser raptado, seria dar muita bandeira, e não quero alertar ninguém que
descobrimos a verdade sobre sua falsa mote.
— Fica tranquilo, meu velho tem um avião que sempre pego
emprestado. — Ele pisca. — Ninguém vai saber que Dimitri Petrov saiu da
cidade.
Czar se levanta e começa a sair do meu escritório quando me lembro que
temos mais um assunto pendente para resolver. Antes de viajar para a América,
mandei construir um laboratório com tudo o que precisava para lidar tanto com a
saúde em casos de emergência, como com armas e equipamentos.
— P reciso de informações sobre o nosso outro assunto pendente. —
Falo antes que ele feche a porta.
— Amanhã a gente se fala, ou talvez hoje de madrugada. — Ele diz.
— Como assim?
— H omens festeiros curtem viagens fora de hora. — Avisa. — É a
prova de que esbanjamos dinheiro a toa.
— Tudo bem, hoje às 4 da manhã. — Digo.
— Relaxa, eu já tenho tudo coberto. — Me tranquiliza. — Vou mandar
alguns amigos te buscarem em casa e te levar até o lugar combinado, só não diga
para ninguém. Se bem que, se quiser levar a Low junto. — Me provoca.
— Controle seu pau, e fique longe da minha irmã. — Aviso e ele sai
rindo.
Já são nove da noite e nada da Allyssa e nem das minhas irmãs, elas já
deviam estar em casa. Só espero não receber nenhuma ligação de que estejam
em uma casa noturna com algum idiota se esfregando nelas. Me levanto e vou
falar com um dos seguranças da casa, todos estão nos portões e uma equipe está
nas ruas atrás deles.
Não deve ser tão difícil encontrar três garotas e um idiota.
— Vocês já encontraram meus irmãos e a senhora Allyssa? — Pergunto
em tom sério, esses idiotas estão testando o pouco de paciência que me resta.
— Ainda não senhor, lamento.
Com raiva eu olho ele de cima a baixo, esse cara vai lamentar a hora que
eu chutar sua bunda, e fazer com que ele não encontre emprego em lugar
nenhum.
— Você vai lamentar a hora que eu…
Sou interrompido pelo barulho do portão se abrindo e vejo que
finalmente estão todos em casa. A vontade de estrangular minhas irmãs só passa
depois que vejo o sorriso na cara de Allyssa. Pelo menos esses três fizeram ela se
divertir, mas quanto?
Vejo que o olhar do meu segurança está no decote de Allyssa e com raiva
o dispenso e peço que me espere em meu escritório, por mais que queira o
despedir, ele é útil e até hoje eu não tinha do que reclamar dos seus serviços.
Meus irmãos passam por mim como se não tivessem feito nada, essas
duas vão ver o que é bom. Mas Ally para na minha frente e eu em um surto de
desejo e necessidade a empurro contra a parede. Essa mulher gosta de me
provocar, e é uma pena que nesse momento não posso ter distrações.
Pego a foto do nosso filho e mostro pra ela, que fica em estado de choque
e acaba desmaiando em meus braços. Levo ela até meu quarto, deixo que
descanse e fique calma. Não posso imaginar como a cabeça dela está nesse
momento. Se eu que quase tive um ataque quando vi a foto, ela deve estar mil
vezes pior.
Fico sentado em uma cadeira nos pés da nossa cama, esperando que ela
acorde. Liguei para o médico da família quando ela demorou para acordar e ele
disse que é normal em situações dramáticas ou de emoções muito fortes.
Passa das onze quando ela finalmente recupera a consciência.
— Dimitri, por favor me diga que não foi um sonho, me diga que meu
filho está vivo. — É a primeira coisa que ela diz quando acorda.
— Nosso filho está vivo. — Respondo. — Porém, preciso que me conte
tudo o que descobriu sobre seu avô.
Ela fica tensa com meu pedido.
— Dimitri, isso é complicado.
— Não comece com essa merda. Preciso saber de tudo sobre ele e
preciso saber disso agora! Eu poderia pesquisar a vida dele toda, mas isso vai
levar um tempo que não tenho, então você tem que falar.
Começo a ficar irritado com as desculpas que ela me dá para não falar
sobre o velho. Ela não entende que é isso que está faltando para que eu consiga
proteger ela e nosso filho do desgraçado? Ou ela acha que alguém como ele não
vai tentar atacar novamente?
— O que vou te contar aqui é uma história longa que ninguém sabe, nem
mesmo minha prima. — Diz. — Quando eu era pequena, minha família estava à
beira da falência, e meu avô estava desesperado, ele veio do dinheiro e nunca
soube como era ficar sem ele. Um dia ele saiu e voltou feliz, depois desse dia as
coisas mudaram para nossa família, e voltamos a ter muito dinheiro. Foi nesse
tempo que ele começou a receber visitas de uns homens estranhos e
assustadores, o engraçado era que eles aceitavam ordens do meu avô. Quando
fiquei mais velha descobri alguns esquemas de desvio de dinheiro, empresas
falsas e investimentos que nunca foram feitos. Descobri sem querer, e quando ele
percebeu isso começou a me ameaçar, e agora estamos aqui. Lidando com o
quão nojento ele é, como ele pode fingir a morte do meu filho, me ver sofrendo e
se divertir com isso? Não sei se é uma boa ideia entrar em uma briga contra ele.
Fico feliz por ela ter entendido que foi o avô quem forjou a morte do
nosso filho, e que ele fez tudo isso para mantê-la sob o controle dele. Uma
mulher sofrendo não vai ter cabeça para ficar de olhos em seus negócios sujos.
— Você tem alguma prova? — Preciso saber mais sobre isso.
— Alguns papéis estão em um cofre fora do país. — Conta e boceja.
— Durma um pouco, nós vamos ter muito tempo para conversar. —
Falo entrando no banheiro.
Por disposto a ir para a cama e fazer amor com ela, tenho uma missão
para cumprir e espero que o resultado dessa missão influencie na forma como
Allyssa me vê e em sua decisão de ficar comigo.
Saio do banheiro um tempo depois e encontro Allyssa, que se livrou do
vestido, dormindo nua na nossa cama. O vestido maldito jogado no chão do
outro lado do quarto. Ando até ele e o pego, ela não vai usar essa merda a não
ser que eu esteja do lado dela, na verdade, ela não vai usar essa merda fora do
nosso quarto.
Assim que desço as escadas vejo meu motorista está me esperando, não
disse para ele onde estamos indo.
— O carro está preparado. — F ala.
— Ótimo deixe tudo organizado, vamos sair em algumas horas. —
Respondo e ando até a cozinha, onde me deparo com a minha irmã sentada
comendo bolo. — Achei que depois da viagem e das compras estaria cansada.
— Me sento ao lado dela e Low me oferece uma garfada do seu bolo de
chocolate.
— Eu estava sem sono. — Dá de ombros. — Ally está bem? Os
funcionários estavam comentando que ela passou mal logo que chegamos e eu
fiquei preocupada. Por que não me chamou?
No desespero me esqueci que ela era médica.
— Acabei me esquecendo que você era médica. — Falo mastigando o
bolo.
— Não gosto quando isso acontece, eu sou médica e é meu dever cuidar
da família. — Repete a mesma baboseira que meu pai disse para ela durante
anos.
— Low, você não pode se sentir assim. — Falo. — Nosso pai quis
jogar responsabilidades em você que não são suas. — Ela não estará sempre
aqui para servir como médica.
— A inda assim, eu gostaria que tivesse sido chamada para olhar ela. —
T ermina de comer o bolo.
— Quando ela acordar, você pode verificá-la. — Ofereço.
— Você vai viajar? — P ergunta.
— Tenho que cuidar de algumas coisas, e preciso que não conte para
ninguém. — Peço.
— Ally sabe que está indo?
— Não, ela não sabe e…
— Deveria falar para ela, se você quer que ela confie em você e tudo
mais. — M e interrompe.
— Eu quero falar com ela, mas nesse momento não posso esperar.
— É algo ruim?
— Não, é algo que vai deixar Ally e todos aqui muito felizes. Por isso eu
tenho que ir. — Falo e meu celular apita, retiro do bolso e quando vejo que é
uma mensagem de Czar eu logo abro.
Czar: Vamos?
Eu: Tudo já está resolvido?
Czar: confie em mim.
Não reclamando da mudança de planos, me levanto e depois de dar um
beijo na testa da Willow, saio correndo e me deparo com meu motorista já com o
carro ligado.
— Para onde senhor? — Pergunta quando entro no carro.
— A pista de pouso particular da família do Nicolau. — Digo, quando
saímos da propriedade da minha família.
Com essa frase já me sinto mais perto do meu filho. Se tudo der certo,
amanhã será a primeira noite do meu filho dormindo na nossa casa.
Capítulo 13
Dimitri
Depois de três horas e poucas de voo, e muita discussão sobre a sala de
reuniões subterrânea, que mandei ser construída em baixo do meu jardim;
equipada com a melhor tecnologia e armamento disponível no mercado, assim
como dinheiro, identidade e passaportes para toda a minha família. Finalmente
chegamos em Londres e vamos direto para um apartamento que tenho na cidade,
para minha sorte ou talvez destino ele fica à duas quadras da escola que meu
filho está.
— Willow vai mesmo se casar? — Czar pergunta.
Essa queda dele pela minha irmã é muito patética.
— Cara a Low não vai ficar com você, ela gosta de outro e infelizmente
ele não está nem aí pra ela. — Falo e ando em direção às escadas.
— E la pode gostar de mim. — Ele diz.
— E ela gosta, mas como um irmão. — Explico. — E ela é ótima em
separar as coisas. — Ignoro seu olhar ofendido pela minha resposta. — Vou
dormir até dar a hora, essa é a minha segunda viagem em menos de vinte e
quatro horas.
O que me deixa tranquilo nessa situação toda, é que Allyssa pode ir
dormir sozinha esta noite, mas amanhã, quando ela acordar, eu já estarei com o
nosso filho em meus braços.
O plano no início era pegar o avião para Londres, ir para o meu
apartamento e quando desse o horário, eu levaria o meu filho embora, sem
passar muito mais tempo longe de casa. Mas chegamos de madrugada, e ainda
tinha muito trabalho para ser feita, então eu passo o dia dormindo, e cuidando de
alguns problemas do trabalho, até que comece a escurecer novamente.
Meus irmãos me mandam mensagens me atualizando sobre como Allyssa
está, e como estão distraindo-a enquanto estou longe.
A noite estamos reunidos na cozinha passando o plano para o resgate do
meu filho. Pensei que entraríamos todos no prédio da escola, mas por ser um
lugar cheio de crianças e não quero que nada aconteça com elas, apenas eu vou
entrar lá e pegar meu filho. Se Allyssa estivesse aqui seria mais fácil, ela me
ajudaria a acalmar o nosso filho, porém corria o risco de sua presença complicar
ainda mais a situação.
— Tem certeza de quer entrar lá sozinho? — Pergunta Czar.
— Claro que sim! É o meu filho que está lá, minha responsabilidade e
também não quero correr o risco que as coisas fujam de controle e crianças
inocentes se machuquem.
— Tem razão. — Concorda.
— Que horas saímos daqui? — Olho no meu relógio e vejo que são dez
para as quatro.
O segurança que vai assumir o turno na escola e vai me dar livre acesso,
claro que em troca de uma boa quantia em dinheiro. É por isso que ele está aqui,
sentado na minha frente agindo como se pertencesse ao lugar, ele está contando
seu dinheiro.
— Minutos antes de assumir seu turno, quero que me consiga uma cópia
da planta do lugar. — Peço e ele não diz nada, tirando um papel do bolso.
— Esse aqui é o terceiro andar, seu filho está nesse quarto aqui na ala 2.
— Eficiente ele me mostra.
— Ótimo. — Digo e seguro as roupas que ele me trouxe de segurança
da escola e vou me vestir.
Essa foi a única forma de entrar na escola sem colocar a vida de crianças
em risco que encontrei, os bloqueadores de sinal estarão ativados depois da fuga,
para nos ganhar tempo. Também consegui uma marcara que se adere ao rosto e
modifica a minha imagem, quando entrar na escola terei a aparência de um idoso
de olhos claros que tem uma cicatriz na testa.
Na hora marcada estamos na frente da escola.
O outro funcionário da escola que ficou de nos ajudar, abre o portão e
entramos. Em seguida me entrega uma lanterna e as chaves das salas que
teoricamente terei que fazer rondas.
A cada porta que abro, cada passo que dou fico mais perto dele, do meu
filho.
Terceiro andar, ala dois e a porta que está na minha frente é a do quarto
dele. Quando passo por ela, me deparo com mais dois garotos dormindo no
mesmo quarto que ele. Ando até a primeira cama e não é ele, na segunda cama,
quando abaixo a coberta, reconheço a criança deitada.
É Izack.
Eu o pego no colo e ele meio que começa a acordar, mas ele passa os
braços em volta do meu pescoço e volta a dormir. Pelo menos é isso que eu
acredito até que escuto ele falar, ainda meio sonolento.
— Vai me levar para a minha mamãe princesa? — Ele pergunta e é
como se eu levasse um soco no estômago, a vontade de chorar vem forte.
— Claro meu filho, vamos ver a mamãe princesa. — Prometo e antes
de sair do quarto abro a porta e dou uma verificada em volta. As câmeras de
segurança estão desativadas e não tem nenhum outro vigia por perto.
Todas as portas estão abertas, eu não queria complicações na hora de sair
e por isso deixei ela assim. Quando estou perto da saída, sou chamado por
alguém.
— Ei espere. — Me viro e dou de cara com um dos seguranças que me
ajudaram.
— Quer me matar do coração? — Falo, segurando a cabeça do meu
filho.
— Desculpe. — Diz. — Quero saber sobre a segunda parte do dinheiro.
— Pergunta enquanto estou a um passo do portão de saída da escola, basta um
passo e volto para casa com meu filho em meus braços.
— Seu dinheiro foi entregue para sua mulher no momento em que entrei,
pode ligar para ela e confirmar e não se preocupe com o tratamento do seu filho.
— Falo, lembrando que ele fez isso tudo para salvar a vida do filho que precisa
fazer um tratamento que custa muito dinheiro. — Já me encarreguei disso
também.
— Obrigado. — A gradece, posso ver lágrimas nos olhos dele.
— Eu que te agradeço por me ajudar a recuperar o meu filho. —
Agradeço e corro de volta para o carro preto e sem placa me esperando do outro
lado da rua.
É um sentimento estranho ser grato a alguém por fazer algo tão simples
como me dar um molho de chaves. Mas foram essas chaves que me devolveram
algo que eu nem sabia que precisava ter de volta, até que vi deitado naquela
cama.
— É ele? — Pergunta Czar que está ao volante.
— Não, eu entrei lá e decidi pegar o filho de outra pessoa. — Falo
irônico. — Claro que é!
Arrumo meu filho deitado em meus braços e arranco a máscara que eu
estava usando. Essa merda dói na hora de tirar. Enquanto tiro a máscara Czar
arranca com o carro e vamos para o aeroporto, onde embarcamos rumo a
Moscou.
Quero ver a cara da Allyssa quando ver que nosso filho está ao lado dela
na cama.
Ao contrário do que pensei que aconteceria, quando estamos voando meu
filho acorda e decide que quer conversar comigo. Meu medo de que ele não
gostasse de mim se vai imediatamente.
— Você é meu papai? — P ergunta.
— Sim. — Espero sua reação, mas ele não demonstra nada.
— Por que a mamãe não veio me buscar? — Ele está curioso.
— Sua mãe não podia, seu vô não falou onde você estava. — Decido
falar a verdade, não dando bola para a expressão “ele é só uma criança”.
— Vovô sempre vinha me visitar, ele dizia que eu estava ali para me
tornar uma pessoa melhor do que mamãe. — Ele diz e eu fico com raiva do
velho filho da puta. — Ele disse que ela fazia muitas coisas erradas e que
merecia sofrer.
Que tipo de merda de pessoa fala isso para uma criança?
— Sua mãe não fez coisas erradas, ela te ama muito e ficou muito, mais
muito feliz mesmo quando soube que eu viria te buscar. — Me sento ao lado
dele, mas decido que passei tanto tempo ficando de lado, que a melhor parte
agora é ter ele em meu colo.
— Mas por que ela não veio? — P ergunta decepcionado.
— Eu queria fazer uma surpresa para ela. — Admito.
— Eu sou a surpresa? — Pede ficando animado.
— Claro, você é meu presente de casamento para sua mãe e também
para eu mesmo.
— Incrível. — Diz. — Mas eu não quero entrar no casamento vestido
teno. — Acho que ele quis dizer terno, se referindo a roupa que as crianças
usam quando são pajens.
— Você pode se vestir do jeito que quiser. — Falo.
— Posso ir só de cueca? — Ele pergunta animado. — Será que a
mamãe vai deixar?
— Cueca? — Repito s urpreso e caio na gargalhada.
— Mamãe dizia que temos que usar roupas todas as horas e que cuecas
são apenas para cobrir as minhas partes de menino. — Ele gesticula com as
mãos.
— Talvez a mamãe não reclame, mas onde vamos morar é frio.
— Muito frio? — Franze a testa.
— Um pouco, e se andar só de cueca é capaz de congelar.
— Eu poderia ser descongelado no futuro, ou virar o Olaf. — Diz
animado.
Será que toda criança é assim? Tão animada com a ideia de ficar
congelado e ao mesmo tempo tão inocente sobre não morrer? Eu convivi com
meus irmãos e eles nunca quiseram ser congelados. E quem diabos é Olaf?
Durante nossa conversa eu percebo que tenho que aprender muito sobre o
universo do meu filho, e vou fazer isso. Quero estar presente em cada pequena
aventura que ele tiver, vou ser o melhor amigo dele e também a pessoa que ele
pode confiar para sempre estar ao seu lado.
Zack, salta do meu colo e começa a mexer nas coisas em volta e em Czar
que está dormindo em uma cadeira na nossa frente.
— Ele dorme sempre de boca aberta? — Pergunta e pega um canudo
para colocar na boca do Czar. Eu poderia falar alguma coisa, mas meu amigo
bem que merece e eu estou tão fascinado com meu filho aqui, que não falo nada.
Pra minha surpresa e espanto, meu filho coloca o canudo na garganta do
Czar e este nem se mexe.
— Ele tem uma boca muito grande, um só não vão dar. — Volta e pega
mais um canudo do bar a nossa frente. E dessa vez meu amigo acorda fazendo
careta de ânsia.
— Que porra está acontecendo?
— Por que sua boca é tão grande? — Zack pergunta.
— Porquê eu sou adulto.
Eles entram em uma discussão sobre o tamanho de bocas e eu sinto que
estou no avião não com uma, mas duas crianças. Para minha sorte meu filho
sobe no meu colo e acaba pegando no sono e minutos depois pousamos em
Moscou.
— O moleque é especial. — Fala Czar olhando para meu filho
dormindo em meus braços.
— Muito, não sabia que poderia ser assim. — Eu sempre tive medo da
paternidade e agora estou aqui, todo bobo com meu filho nos meus braços.
— Parece como alguém que ganhou um brinquedo novo.
— Pareço com alguém que pretende ter mais filhos e já sabe como vai
manter a sua mulher por perto. — Allyssa toma comprimidos, foi uma das
coisas que peguei em suas sacolas de compras ontem.
— Minha mulher? Chefe eu me separei da Francesca e não recomendo
chegar perto da puta.
O idiota diz.
— Estou falando da minha mulher, e não da sua. — Explico.
— Certo.
O avião pousa e as portas se abrem, desço correndo e entro no carro que
está me esperando. Meu motorista me encara, estranhando a criança em meus
braços, mas fica em silêncio, e assim vamos para casa.
Quando chegamos, Allyssa está dormindo tranquila em nossa cama. Sem
perder tempo, deito o nosso filho ao lado dela e depois de me trocar, deito na
outra ponta da cama e passo meu braço por cima de ambos.
Essa é a minha família, e vou fazer de tudo para mantê-los seguros.
Não vejo a hora de acordar e ver como ela vai reagir ao ver nosso filho
dormindo ao seu lado.
Capítulo 14
Allyssa
Não sei o que mais me incomoda em toda essa situação toda, saber que
meu filho está vivo e que está em algum lugar, mantido pelo meu avô, ou que
Dimitri sabe de tudo isso e viajou no meio da noite e não me disse para aonde
estava indo.
Ele não percebe que o nosso filho precisa da gente para pegá-lo de volta?
Ou sua prioridade é outra?
— Idiota, estúpido imbecil. — Digo enquanto entro no banheiro e
começo a escovar meus dentes com a escova dele.
— Falando sozinha? — Willow entra no banheiro.
— Sim, seu irmão é um idiota. — Declaro. — O homem que trouxe
meu café disse que ele foi viajar no meio da noite. — Falo com a boca ainda
cheia de pasta de dentes. — E nem sequer me avisou, como ele quer que eu
confie nele se ele faz coisas desse tipo?
— Eu sei, ele falou comigo antes de sair. — Conta. — E não pense que
ele se preocupou em falar comigo em vez de você, eu estava na cozinha e ele
estava saindo — Se defende de uma acusação que eu não faria. — Acho que
algo grave estava pedindo a atenção dele, deve se acostumar, coisas assim são
frequentes no ramo da nossa família.
Entendo que Dimitri é muito próximo dos irmãos, e vejo isso como uma
qualidade dele, uma que eu jamais usaria contra eles. Entrei na vida deles a
pouco tempo, e não posso exigir que ele me conte tudo, pelo menos enquanto
estamos nesse limbo do relacionamento. Quando a gente estiver junto, as coisas
vão ser diferentes, vou esperar que ele me conte tudo, não sou uma princesa que
aceita o silêncio, e fica a sombra de um homem.
— Meu irmão falou que ia trazer uma surpresa para todos, algo que ia
deixar a casa mais feliz. Você sabe o que pode ser isso? — Willow não soa
curiosa, apenas pensativa.
Meus pensamentos começam a correr para a lembrança do meu filho e
como Dimitri disse que iria me trazer ele. Será que ele foi fazer isso? Mas se foi
por que ele não me levou junto?
— Ele disse isso mesmo?
Estou lutando contra a esperança de que tudo vá dá certo. Tenho medo
dele estar me dando uma falsa esperança, e quando chegar em casa me dizer que
não era o nosso filho, que ele se enganou. Meu coração não vai aguentar outro
baque.
— Sim, disse que era algo que você queria muito, e que com sorte
perceberia que ele está realmente interessado, que não é algo temporário. —
Explica.
— Talvez ele esteja falando do meu filho. — Confesso terminado o que
estava fazendo.
As sacolas de roupas se foram e quando abro o closet do Dimitri, vejo
que em meio as roupas dele estão as minhas, misturadas. Procuro em meio as
sacolas, as minhas pílulas anticoncepcionais, não quero correr o risco de
engravidar agora.
— Meu irmão gosta de você. — D iz vendo as minhas roupas lá. — E
vou esperar até que você me conte sobre meu sobrinho.
— Você diz isso com base em um armário? — Rio sem humor. — E
sobre o meu filho, sim posso contar para você sobre ele.
— Não, digo isso com base em que ele te trouxe até nós. — Fala. —
Ele nunca trouxe uma namorada aqui em casa e muito menos sequestrou uma
garota para trazê-la para casa. Você é especial. E quanto ao meu sobrinho
podemos falar sobre isso mais de noite, o que acha?
— Se isso é ser especial, não quero nem saber o que é ser desprezada. E
sim posso te contar esta noite. — Mesmo com o tom de brincadeira que uso,
m e sinto ótima com o que ela disse. — E quanto ao resto do dia o que vamos
fazer?
Tomara que ela não me venha com a história de fazer mais compras, não
estou com ânimo para sair de casa e se tiver qualquer chance de Dimitri voltar
ainda hoje, quero estar aqui.
— Podemos ficar em casa e tomar um banho de piscina e depois ver um
filme.
— Parece bom e a Abby, ela não vai se juntar a gente? — Pergunto
lembrando que ela sempre está por perto.
— Não, ela saiu com alguns amigos e acredite em mim quando falo que
eles não são o tipo de pessoas que você quer sair. — Low fala como se eles
fossem monstros.
— Faz parecer como se fossem monstros.
— Talvez sejam ou talvez não, o fato é que eles dão medo, pelo menos
em mim. — Dá de ombros.
— Seu irmão disse que você vai voltar para os Estados Unidos. —
Mudo de assunto.
— Sim, eu ajudo o clube que o pai da sua prima, Lara, faz parte. — Diz.
— Ele sempre fala muito dela.
O pai da Lara é um homem legal, com quem convivi muito pouco. Ele
foi mais uma das vítimas do meu avô, e minha prima é a pessoa que sofre as
consequências de ter que viver longe do pai.
— Lara está viajando, fugindo de um homem chamado Alek. Ele é do
FBI, e estava investigando a empresa. — Conto enquanto coloco uma calça e
uma blusa, só então percebo que ela me chamou para tomar banho de piscina
esta tarde. — Espera, você me chamou pra tomar um banho de piscina e está
muito frio pra isso.
— Temos uma piscina interna que é aquecida. — Ela pisca para mim
enquanto saio do closet. — E quanto a fuga dela, não acho que vai parar esse
cara de ter o que ele quer, não se ele é um homem que vale a pena.
— Acho melhor pulamos na piscina. — Não confiando que não sentirei
frio. — Minha prima age como uma garota mimada a maior parte do tempo; e
por isso em vez de enfrentar ela foge. — Explico.
Estamos falando dois assuntos diferentes ao mesmo tempo e isso ajuda a
tirar um pouco da minha atenção do meu filho.
— Tudo bem, vamos então assistir filmes e séries o dia todo e evitar
passar perto do quarto do meu pai. — Resmunga.
— O que sei pai fez para conseguir o ódio de todos vocês? — O pouco
que lembro do meu pai, ele era um homem fantástico e tudo o que eu queria era
passar um tempo com ele. Já esses irmãos querem fazer tudo ao contrário.
Willow dá de ombros.
— Meu pai nos criou para sermos soldados fortes e não nos abalar,
somos treinados para lutar qualquer tipo de arte de luta e também para atirar e
matar. Infelizmente para ele, todos nós nos tornamos pessoas que não usam a
violência a não ser em caso extremo. — Olhando para a Low, não vejo como
ela pode ter um osso ruim em seu corpo.
— Como assim seu pai treinou vocês?
— Exatamente como você imagina, como nos filmes só que no nosso
caso, na vida real.
— Vocês têm uma academia aqui? Será que eu posso treinar nela?
— Claro, se quiser usar, posso ir com você. Preciso perder um pouco dos
meus quilos extras do chocolate de ontem. — Brinca.
— Você está perfeita assim. — Sou sincera.
— Obrigada, — sorri. — Pena que quem eu quero não pense assim.
— Homens só dão valor para tudo o que não podem ter. — Pisco para
ela. — É só uma dica.
— Obrigado, vou ver o que faço com esse homem em especial, estou à
beira de desistir. — Ela se levanta da cama e saímos do quarto.
Vamos até a cozinha, tomamos o café que mais parece ter sido preparado
para um batalhão do que para duas mulheres, e em seguida entramos em uma
sala escura. Não posso acreditar que eles têm um cinema em casa. Tem um bar
ao lado da entrada e um tipo de sofá enorme e confortável.
— Um cinema? — Confirmo.
— Foi uma das recompensas que ganhamos, sempre que éramos
obedientes e ganhávamos uma luta nosso pai nos deixava escolher um prêmio.
— Vocês ganhavam recompensas quando se saiam bem, mas e quando
não iam bem?
— Éramos punidos, uma surra ou castigo sem ir à escola. — Diz
enquanto liga o filme. — As pessoas aqui não gostam de afrontar meu pai ou
qualquer pessoa da nossa família.
— Meu avô sempre punia e nunca recompensava quando me saía bem
em qualquer coisa que fazia.
— Não entendo o porquê seu avô é assim com você, tudo bem ser uma
pessoa ruim, mas com a própria família?
É engraçado isso vindo de uma pessoa que há pouco estava me dizendo
que não gosta do próprio pai. Tem alguma coisa nessa história que não se
encaixa, e posso não descobrir agora, mas vou em breve.
— Meu pai era negro. — Reviro os olhos. — E caso você não viu
minha prima pessoalmente, ela é loira. Meu avô nunca aprovou o casamento dos
meus pais e nunca deu muita bola para mim. Qualquer coisa que ele possa fazer
para me atingir e prejudicar ele vai fazer e é isso que eu tenho medo.
- Dimitri não vai deixar que nada aconteça com vocês. Agora vamos ver
um bom filme de terror pra alimentar nosso instinto mulherzinha. — Convida e
nos sentamos com as pernas esticadas em cima do sofá. — Esquecer toda essa
merda com homens e família que não presta.
Durante duas horas assistimos a um filme sobre uma fada do dente do
mau, que mata todos os que olham em seu rosto. E quando o filme termina
Dominic entra na sala e senta ao lado da irmã. Ele está desanimado e parece que
tem o mundo em seus ombros. É estranho ver um rapaz de 24 anos assim, mas
novamente lembro que sou pouca coisa mais velha que ele e tenho uma carga
emocional de uma pessoa de 100 anos que viveu durante a guerra e tudo mais.
— O que aconteceu? — Low perguntou quando ele colocou a cabeça
no colo dela.
— Preciso resolver uns problemas. — Conta. — Mas preciso de
informações para resolvê-los.
— E por que não está atrás dessas informações? — Ela pergunta
mexendo no cabelo dele.
— Simples, preciso que Czar me ajude, mas quando eu liguei para a casa
dele, os empregados disseram que ele foi viajar. Acho que Dimitri foi com ele.
— Eles devem ter ido resolver algum problema. — Fala Low e eu fico
quieta escutando, ambos estão focados um no outro.
— Acha mesmo isso? Czar viaja sempre atrás de mulheres e festas.
Se Dimitri foi fazer algo como ir atrás de mulher, enquanto eu estou aqui,
sofrendo com vontade de ter nosso filho de volta, ele que esqueça que tem
qualquer chance comigo.
— Eu não acredito, falei com ele antes de sair e ele estava preocupado
com alguma coisa.
— Que coisa é essa?
— Não faço ideia do que seja, mas ele estava meio tenso e feliz ao
mesmo tempo. - Low Explica.
Agradeço a ela por não falar do meu filho, preciso me preparar para ter
essa conversa com a família do Dimitri.
— Huhumm. — Chamo a atenção deles, que olham para mim culpados
por estarem falando tudo na minha frente.
— Ally quer treinar um pouco na academia. — Fala Low mudando de
assunto.
— P odemos ajudar você nisso. — Dominic diz, deixando de lado seu
drama pessoal.
— Vamos nos trocar. - — Willow estende a mão para mim e quando
subimos, cada uma vai para seu quarto e em questão de minutos estamos com
roupas de ginástica e descemos para a academia, onde Dominic já está malhando
e ao som de uma música do Drake.
Rapidamente nos aquecemos e começamos com a esteira e em seguida
musculação até chegar por fim ao box, Dominic segura enquanto eu desfiro
socos e chutes em um saco de areia, extravasando toda a minha raiva e
frustração no objeto indefeso.
Quando é a vez da Low ele dispensa todas as proteções que me fez usar e
ambos estão lutando, não brincando, mas sim lutando de uma forma que eu só vi
em filmes. Eles trocam Socos, chutes e rasteiras, ambos parecem máquinas de
lutar e certamente ninguém gostaria de enfrentar nenhum deles. Quando a luta
acaba eles estão no chão, respirando com dificuldade e rindo, como se aquilo
não fosse nada.
— Não fique com essa cara Ally. — Abby chega e fica ao meu lado.
— Eles estão apenas brincando um com o outro.
— Vocês brincam desse jeito?
— É o que a mente distorcida do meu pai fez com todos nós. — Ela
bate de leve no meu braço e eu olho no relógio vendo que já é tarde e Dimitri
não ligou nenhuma vez.
— Dimitri nunca da notícia quando viaja?
— Só quando algo é grave ou urgente que ele não dá, talvez ele esteja
tendo muitas reuniões e por isso não tenha tempo.
— Espero que seja isso mesmo, se ele foi em alguma festa, eu vou capar
ele e ter certeza que engula as próprias bolas. — Digo. — Então vou deixar
claro que é melhor que não apareça mais na minha frente.
— Calma garota, não recomendo você escutar o Dominic ele pode ser
meu gêmeo, mas toda a inteligência ficou comigo. — Brinca.
— Algumas pessoas diriam o contrário. — Fala se aproximando.
— Quem? Dimitri diz que você é idiota e eu sou sua favorita. — Abby
rebate orgulhosa de ser a irmã favorita do Dimitri.
— Vocês dois são tão infantis e não percebem. — Low se intromete na
briga. — Eu tenho que fazer uns telefonemas e organizar algumas coisas, vocês
podem fazer o que quiserem, mas eu vou descansar... E Ally está me devendo
uma história, não é? — Ela me olha.
— Claro, eu vou tomar um banho e quando terminar suas ligações pode
ir até o quarto do Dimitri. — Me despeço deles indo para o quarto.
Assim que passo pelas portas do quarto, tiro a roupa e entro no chuveiro,
a água quente me ajuda a relaxar e acalmar a dor em meus músculos. Não sei
quanto tempo fico em baixo d’água, mas quando saio me deparo com Willow
sentada na cama, ela está vestindo um pijama e mexendo no celular.
— Está aí há muito tempo?
— Não, cheguei agora pouco.
Entro no closet, me visto com uma calcinha e camisola e me sento na
cama. Quando começo a contar a história toda de como Dimitri e eu dormimos
juntos sem que eu soubesse quem ele era e como engravidei e pensei ter perdido
meu filho até descobrir que ele estava vivo e que tudo não passou de um plano
do meu avô.
Willow escuta tudo silenciosamente, ela não me julga por não ter
suspeitado da lealdade da minha família, apenas escuta tudo e me apoia. Quando
eu termino a história toda já passa das dez da noite e nada de Dimitri dar
notícias. Cansada dou boa noite para Low que está saindo do quarto e caio no
sono.
De madrugada eu sinto uma movimentação na cama, porém, como estou
irritada com Dimitri, finjo que ainda estou dormindo. Ele passa os braços em
volta de mim, espero mais um tempo e quando ele começa a roncar, abro meus
olhos e não posso acreditar no que estou vendo.
Meu filho está aqui!
Zack está vivo, e seguro, dormindo entre seu pai e eu, enquanto Dimitri
passa o braço por cima de nós e nos segura como se estivesse com medo de que
a gente fuja.
Meu filho, meu menino está aqui!
Capítulo 15
Dimitri
Sinto um movimento na cama e abro meus olhos, mesmo cansado de
toda a agitação da madrugada, não me sinto mais tão miserável como estava há
algumas horas. Talvez sejam as horas de sono que tive em Londres, ou talvez
seja o fato de ter meu filho e minha mulher na cama ao meu lado.
— Ele vai demorar muito para acordar, mamãe? — Escuto uma
vozinha baixa e meio rouca falando com Allyssa.
— Ele está cansado meu amor. — Allyssa diz com a voz chorosa. —
Agora venha me dar um abraço que eu estou com muita saudade de você.
— Por que você não foi me visitar? — Zack fala.
Não sei o que estão fazendo já que mantenho meus olhos fechados para
não interferir no momento deles. Não sei como Allyssa vai deixar para trás o
trauma que o velho causou quando mentiu para todos que nosso filho estava
morto.
— A mamãe teria ido se soubesse onde você estava. — Diz e eu
acredito que esteja chorando.
— O vovô disse que você era má e que por isso não merecia que eu
estivesse em sua vida. Ele disse que era um castigo. — Cada palavra que meu
filho diz alimenta mais o meu ódio pelo velho.
— Ele não é seu avô. — Allyssa fala de forma brusca. — Vamos nos
manter longe dele de agora em diante, eu vou proteger você. — Promete. — E
se eu falhar, você sempre vai ter o seu pai.
Não sei nem dizer o quanto fico feliz pela forma como Allyssa está
falando de mim para o meu filho. Saber que ela me reconhece como seu pai,
mesmo que eu tenha passado toda a vida do meu filho longe dele, é muito
importante. Me abstenho de dizer que darei a minha vida para mantê-los seguros,
e que vou fazer o avô dela pagar por tudo o que fez.
Sem conseguir me conter abro o olho e vejo que Ally está sentada no
meio da cama com nosso filho abraçado a ela. Quando ela olha na minha
direção, sussurra:
— Obrigada.
— Não tem de que. —Uso o mesmo tom de voz que ela, e nosso filho
se agita e se afasta dela, se atirando em cima de mim.
— Papai, a mamãe disse que vamos ficar aqui. — Sorri feliz.
— Claro que sim, nunca vou deixar que fiquem longe de mim. —
Prometo.
— Será que podemos sair? — Pergunta. — Eu sempre quis ir dar uma
volta pela casa.
Não consigo conter o meu riso, pela forma como ele fala.
— Você sempre quis dar uma volta pela casa? — B rinco com seu
sempre.
— Sim, a mamãe disse que eu não deveria sair daqui até que você
estivesse acordado, ela quer falar com você. — Ele me olha como se eu fosse
ganhar uma bronca da Allyssa. — Eu disse para ela que você não fez nada de
errado.
Zack é muito parecido comigo, não apenas em suas características
físicas, como sua personalidade. Mesmo que Allyssa negasse que ele é meu
filho, bastava uma conversa, um olhar e eu saberia.
— A mamãe não quer brigar comigo.
— Eu não sei, ela sempre faz essa cara quando pulo em poças d’água.
— Diz e a Ally não aguenta ficar sem rir.
Essa é primeira vez que vejo Allyssa sorrir de verdade, não os sorrisos
forçados e sem emoção que ela normalmente dá para as pessoas. Dessa vez, é
como seus olhos sorrissem junto, e sua alma brilhasse.
E é lindo!
— Seu pai não vai levar uma bronca se é isso que você tem medo. —
Ally tranquila ele depois de um tempo observando nós dois. — Até acho que ele
merece uma recompensa. — Murmura, me fazendo ficar duro.
Porra mulher nosso filho está aqui!
— Acho que devemos levantar e comer alguma coisa, já passa das onze
horas. — Falo sem acreditar que tenho eles ao meu lado.
— Ótima ideia, vamos lá baixinho. — Ela se levanta e vejo que está de
camisola, o que é uma tortura, eu poderia fodê-la agora. — Vamos deixar seu pai
se trocar.
Observo os dois saírem do quarto e me levanto colocando uma calça e
fazendo a minha higiene matinal rapidamente, estou ansioso para passa mais
tempo com eles. Quando chego na cozinha escuto um monte de vozes e risos, e
vejo que todos estão reunindo na cozinha e curiosos com a presença do Izack.
— Ele é a sua cara. — Low chega perto de mim e fala.
Fico cheio de orgulho em pensar que meu filho se parece comigo.
— Eu sei, ele é tão bonito. — Digo e recebo um tapa no meu braço.
— - Convencido. — Low diz.
— Que tal deixarem meu filho tomar café em paz? Vocês estão
distraindo-o. — Sem que eu espere Zack se joga em mim e pego ele no colo,
fazendo cócegas nele enquanto o baixinho se contorce em meus braços.
— E o que vocês acham dele tomar café da manhã logo, para a gente se
trocar e passar a tarde na piscina? — Abby propõe, e estro ela se oferecer para
ficar perto de uma criança.
— Oba — Grita Zack animado e pula do meu colo. — Podemos ir.
— Você não tem roupas para nadar, temos que comprar. — Ally fala e
Zack olha com um olhar assustado em sua direção.
Ele vai até ela é faz uma cara de inocente.
— Mas mamãe eu odeio fazer comprar, é coisa de meninas.
— Mas…
— Não vai precisar, mandei que arrumassem roupas para ele e o quarto
também. — Falo. Com uma xícara de café na mão ando até o balcão e como
umas torradas que estavam em um prato.
— Se é assim então tudo bem. — Allyssa sede.
— V ou pedir para que algum dos funcionários o levem até lá. —
Começo, mas logo me corrijo. — A não ser que você o queira levar…
— Eu mesma faço isso. — Willow pega a mão do Zack e sai com ele
sem que eu possa dizer mais alguma coisa.
— Vou junto, eles podem precisar de alguma coisa. — Abby pula da
cadeira onde está, e dá um tapa no braço do Dominic. — Você não tem uma
coisa urgente para falar com Czar?
Dominic resmunga alguma coisa, mas segue minha irmã para fora da
cozinha, me deixando a sós com Allyssa. Sem entender o comportamento deles,
entro na dispensa, e quando me viro, percebo que Allyssa está bem atrás de mim.
— Quer alguma coisa? — Pergunto.
— Falar com você. — Diz. — Eu queria te pedir desculpas pela forma
como te tratei, não estou dizendo que você não é um idiota e que as coisas vão
ser fáceis, mas prometo dar o meu melhor. — Ela chega mais perto.
— Entendo que é difícil se adaptar a um país que não é seu e com um
homem que você fodeu duas vezes e teve um filho, mas prometo que vou me
empenhar em ser o melhor homem pra você e para o Zack.
Observo sua expressão mudar, ela está surpresa com as minhas palavras.
Talvez ela esperasse que eu fosse o idiota que tinha me pintado antes, e que não
fosse reconhecer essa trégua que ela me ofereceu. Posso ser o que for, mas não
vou perder a chance de provar para ela que seriei o melhor marido, amante e
amigo, para ela.
Sua surpresa não dura muito tempo, e logo quem está chocado sou eu.
Allyssa me beija, e não é um beijo comum e sim um cheio de necessidade e
desejo. Nossas línguas criam uma dança sensual e selvagem, e eu amo a
necessidade que emana de seu corpo.
***
Allyssa

Não sei o que deu em mim, mas quando percebi estava seguindo Dimitri
para dentro da dispensa e no impulso o beijei, um beijo selvagem e sensual que
logo se tornou algo mais. Eu queria que ele percebesse que o desejava e que essa
noite ele seria bem recompensado por tudo o que fez para mim.
Me afasto ofegante dele e então fico na ponta dos pés, tomo cuidado para
que ele perceba que meu objetivo não é sua boca e sim sua orelha. Chupo sua
orelha e percebo que ele fica arrepiado e solta um tipo de grunhido sexy e
masculino. Sem parar meu ataque ao seu corpo, vou abrindo os botões de sua
camisa e a mão dele logo me para.
— O que está fazendo? — Ele está com o pau duro e ainda assim quer
ter o controle do que vou fazer.
— Apenas relaxe, não quer que os empregados que estão na cozinha
saibam que você está recebendo um boquete na dispensa. — Provoco e ele
imediatamente solta as minhas mãos.
Volto a abrir os malditos botões e enquanto faço isso vou deixando uma
trilha de beijos pelo seu peito e barriga definida, até que chego no cós da sua
calça e desabotoo bem devagar, não tenho pressa e isso o faz ficar cada vez mais
excitado. Não vou negar que estou pingando de vontade de ser fodida por esse
homem que tem um mastro no lugar do pau, mas agora é sobre como nossa noite
vai ser se ele manter seu bom comportamento.
— Você vai, pelo amor de Cristo, me chupar? — P ergunta, ficando
nervoso.
Dou risada da sua falta de paciência, mas acabo tomando seu
comprimento em minha mão e passando a minha língua por ele todo, o deixando
molhado com a minha saliva então desço e chupo suas bolas. Passo minha língua
por toda a extensão de seu pau e então o tomo na boca, não o levo
profundamente em minha garganta e sim uso a minha mão para o masturbar,
faço movimentos circulares indo da base até a ponta e quando chego na ponta,
acaricio.
Minha mão livre está em suas bolas, puxando levemente para baixo, mas
não muito para ser doloroso e mantenho os movimentos firmes em seu pau.
— Porra Allyssa, você vai me fazer gozar na sua boca. — Puxa meu
cabelo, tomando controle dos meus movimentos sobre o seu pau. — Você quer
engolir minha porra é? Minha putinha quer beber porra? — Olho em seus olhos
e vejo que consegui deixar Dimitri do jeito que eu queria, extremamente
excitado.
— Goza pra mim. — Falo rapidamente e volto a chupar ele.
Não leva muito mais tempo ele começa a estocar minha boca e foder ela
com vontade, mas não tenta fazer com que me sufoque com seu pau. Ele goza na
minha boca e eu bebo cada jato de seu prazer, o deixando limpo e só depois me
levantando.
— Isso foi apenas uma amostra do que vamos fazer esta noite. — Falo
me recompondo, e saindo da dispensa o deixando sozinho lá e indo atrás do
nosso filho.
Capítulo 16
Dimitri
O boquete que Allyssa me deu, tornou difícil me concentrar na tarde em
família. Ela literalmente consegue foder comigo e ainda me deixar de boca
aberta com as suas atitudes, agora são dez horas da noite e meu filho está
dormindo. Não tenho palavras para expressar como me senti quando o coloquei
para dormir e ele me pediu para ler uma história.
Dou um beijo em sua cabeça, e quando me viro dou de cara com Allyssa
na porta, ela está nos olhando e posso ver que está emocionada com a cena. Me
levanto e passo os braços em volta dela, sem deixar de perceber como está mais
aberta ao meu toque e em relação ao nosso relacionamento. Se bem que mesmo
sendo uma questão de dias desde que nos reencontramos, todos os
acontecimentos fazem parecer que foi há muito tempo.
Coloquei meu pessoal para trabalhar que nem loucos para trazer o meu
filho de volta, e estou feliz que consegui, agora posso dormir mais tranquilo
sabendo que recuperei minha mulher e meu filho e tudo na mesma semana.
— Venha. — Puxo ela para o nosso quarto, assim que entro a prendo
contra a parede.
Eu beijo ela e faço os mesmos truques que ela fez comigo na dispensa
hoje cedo, a diferença é que eu rasgo o vestido que ela estava usando e deixo ela
apenas de calcinha, sem dizer uma palavra a jogo na cama e ela fica lá, me
olhando enquanto tiro a minha camisa e minha calça, não estou usando cueca.
Subo na cama e fico entre suas pernas abertas, no meu bidê ao lado da
cama, tem óleo de massagem, pego o frasco, viro em cima dela e começo a
esfregar sei quadril, sua barriga, seus seios e até mesmo o vale entre seus seios.
Essa brincadeira pode durar muito tempo já que ela está gostando e soltando
pequenos gemidos sexy.
A minha intenção com tudo isso, é deixá-la excitada e pronta para minha
pequena vingança.
Trilho beijos por toda sua barriga, até chegar na sua buceta, que está
encharcada esperando para ser fodida por mim. Como parte da tortura, vou
descendo por suas pernas, dando mordidas e deixando um chupão no interior de
sua coxa, deixando minha marca ali, um aviso de a quem essa buceta pertence.
Allyssa geme quando acaricio sua buceta, e em seguida mergulho um dedo
dentro dela, fazendo com que ela dê gritinhos de prazer.
Seus gritos me deixam louco, e caio de boca na sua buceta, traçando seu
clitóris com a minha língua, sugando-o em meus lábios e mudando de ritmo
frequentemente. Paro o que estou fazendo e subo em cima dela, dando um beijo
e fazendo com que ela prove o próprio sabor. Allyssa geme contra a minha boca,
enquanto ainda a exploro com meus dedos, fodendo-a com dois, enquanto
provoco seu clitóris com outro.
— Humm — geme fazendo cara de safada.
Tomo isso como um incentivo para continuar, enquanto chupo seus e
brinco com seus seios, mordendo seus mamilos. Me mexo na cama pressionando
meu pau contra sua buceta e esfregando ele contra seu clitóris.
— Você quer isso? — Pergunto, deixando um chupão em seu seio. —
Minha putinha quer que eu a foda? Quer meu pau dentro de você? — Estou
louco para meter nela e fazê-la gritar para quem quiser ouvir a quem ela
pertence.
— Sim, me fode. — Ela implora e sua mão desce entre nossos corpos,
ela começa a acariciar o clitóris, mas afasto sua mão, não permitindo que ela se
toque. — Dimitri por favor.
— Diga a quem você pertence. — Mando.
— V ocê, só você, agora me foda por favor. — Implora.
— Agora sim. — Elogio e meto nela com força. — Coloque a tua
perna em cima do meu ombro. — Mando e ela obedece imediatamente.
Com sua perna no meu ombro meu pau consegue ir mais fundo nela.
— Ohh… Ah meu deus… — Ela grita.
— Não se atreva a gozar ainda. — Aviso e ela volta a tentar acariciar o
clitóris em um ritmo mais rápido do que estou fazendo, mas o que ela não
entende é que estou fazendo isso de propósito para que ela fique sempre a beira
de ter um orgasmo.
— Você gosta de ser uma menina impertinente e me desobedecer. —
S aio dela.
Indo até a cômoda do outro lado do quarto e pegando uma algema, e no
meu caminho de volta, pego um copo com gelo que mandei deixarem no meu
frigobar. Deixei toda essa noite planejada logo após ela ter me deixado na
dispensa.
— Vamos ver por quanto tempo você consegue segurar o orgasmo. —
P rendo ela na cama, depois disso, paro e admiro a vista da minha mulher
exposta e pronta para ser fodida.
Pego o gelo e passo em suas pernas, ela geme e eu continuo meu ataque
contra seu corpo, deslizo o gelo até chegar em sua boceta e quando chego, passo
em cima do seu clitóris e ela mais uma vez resmunga. Sua boceta está tão
molhada e pronta para ser fodida.
— Dimitri por favor, me foda de uma vez. — Pede desesperada para ter
meu pau dentro dela.
Não vou fazer sua vontade agora, primeiro quero que ela aceite me dar
algo e não é apenas a boceta ou a mão dela em casamento. Quero um outro filho,
eu poderia ser um idiota e apenas jogar suas pílulas, como já fiz, mas preciso que
ela esteja nisso comigo. Quero viver tudo o que perdi durante a gravidez do
Zack, e dessa vez, talvez, compensar a minha ausência.
— Não vai ser tão fácil assim. — Brinco com ela pressionando meu
pau contra seu clitóris. — Antes de te foder, quero que me dê uma coisa. —
Meto nela e dou algumas estocadas, saindo antes que ela goze. — Eu quero
outro filho.
— O que? — Pergunta confusa.
— Você quer gozar, e eu quero outro filho. — Simplifico. — Posso
fazer você gozar como uma louca no meu pau, e te garanto que vai ser melhor
quando você estiver grávida.
Ela para, petrificada pelas minhas palavras, e não me dou por vencido.
Ela não pode deixar que nosso momento esfrie, não se ela está tão perto de gozar
que me daria a porra da vida dela se eu pedisse.
— Vai… — estocada. —Me… — estocada… — Dar… —
estocada. — O que eu quero? — estocada.
— Por favor Dimitri. — Pede sem me responder. — Prometo pensar no
assunto, mas me faça gozar. — Implora e vejo que talvez essa seja a melhor
coisa que eu vá ter no momento.
Entro nela e combino o ritmo das minhas estocadas com a fricção em seu
clitóris e ela logo está gemendo perto de gozar. Porém, eu não estou nem perto
de terminar e a viro de quatro em cima da cama metendo nela por trás.
Mesmo com todas as merdas que eu já fiz na cama, e olha que foram
muitas, eu nunca me senti tão louco e alucinado como me sinto quando estou
com Allyssa.
— Goze. — Mando, sentindo que estou prestes a gozar e então sinto
que ela começa a contrair a boceta em volta do meu pau e com uma última
estocada gozamos juntos.
Não quero me afastar dela, mas preciso soltar seus pulsos e me certificar
de que ela não está machucada. Faço tudo rapidamente e me deito, puxando-a
para os meus braços.
— Tem certeza que quer ter outro filho? — Pergunta, esfregando os
dedos no meu peito.
— Eu sei o que quero Allyssa. — Garanto. — E eu quero você, o nosso
filho e mais quantos filhos você quiser me dar. Quero ter a chance de te
acompanhar em suas consultas médicas e estar lá quando chegar a hora do
nascimento. — Divago, enquanto esfrego suas costas.
— Estou disposta a tentar isso com você Dimitri, mas me assusta te dar
tanto poder sobre mim e sobre a minha vida. — Admite. — C onheço homens
como você e logo que se cansar de mim vai correr para o próximo rabo de saia,
enquanto isso vou ter dois filhos para cuidar e arrumar desculpas sobre o fato do
pai deles não estar presente.
Me irrita que ela pense isso de mim, eu não sabia que ela estava grávida
quando deixei ela no quarto há anos.
— N ão sei o que aconteceu na sua infância ou na sua vida para que
pense assim, talvez tenha sido eu ter ido embora sem falar com você, mas eu
mudei! — Garanto. — E preciso que me dê uma chance de te provar que posso
ser esse homem. Quero tudo com você e quero agora. É estranho ter você de
volta na minha vida há uma semana e me sentir assim?
Estou abrindo meu coração para ela, podemos não estar juntos há muito
tempo, mas não posso controlar o meu coração.
— Talvez. — Faz uma careta. — Eu gosto de estar com você, mas
quero ir com calma.
Não acho que precise de resposta para o que ela me disse, entendo que
ela está me dando a abertura que preciso e que é a minha hora de provar que sou
o homem da vida dela.
Capítulo 17
Allyssa
De alguma forma durante a noite subi em cima do Dimitri, e a verdade é
que estou muito confortável. Esse homem é absolutamente incrível e estou
rezando para que ele não pise na bola comigo e com Izack. Meu pequeno levou
muito tempo pra voltar para mim e também para ter o pai perto dele.
Me mexo, uma tentativa vã de me levantar já que Dimitri aumenta seu
aperto sobre meu corpo.
— Não vai me usar e abandonar na manhã seguinte sem uma palavra.
— B rinca e beija o topo da minha cabeça.
Me mexo de forma que eu consiga olhar em seus olhos.
— Quem tem experiência em fugas na manhã seguinte é você. —
Provoco e tento não me abalar com esse pensamento.
— Talvez eu deva me algemar a você, assim não te deixo e não corro o
risco de que me deixe. — Propõe e beija minha boca.
Nosso beijo é interrompido por uma batida na porta que me faz pular da
cama e correr para o banheiro, deixando Dimitri rindo da minha cara.
Me enrolo no roupão que está atrás da porta do banheiro e prendo o
cabelo, volto para o quarto e vejo que Zack está sentado na cama em um pijama
do Homem-Aranha, e está falando animadamente com Dimitri.
— N ão posso acreditar, papai, que vou tirar férias. — Fala, se referindo
a escola.
— Não vai tirar férias coisa nenhuma. — Volto para o quarto e me
sento atrás dele.
— Mas mamãe, tenho que passar mais tempo com você. — A rregala os
olhos, eu conheço esse joguinho dele e por mais que o ame, não vou cair.
— S ei muito bem o que está planejando. — Digo e ele se afasta de
mim indo para Dimitri.
— N ão gosto de você agora. - Ele fala, e eu sinto uma pontada no meu
peito.
— Não fale assim com a sua mãe. — Dimitri o repreende com uma
calma que me pega de surpresa.
— Mas…
— Mas nada! — Interrompe. — Quero que peça desculpa para sua
mãe. Você não pode ficar sem ir para a escola. — Z ack obedece, mostrando que
quer a aprovação do pai de qualquer forma.
— Desculpe mamãe.
— Tudo bem. Vamos ver uma escola para você estudar. — Digo
esperando que Dimitri possa me ajudar nisso, já que eu não conheço o lugar.
— Por enquanto é melhor que ele estude em casa, já entrei em contato
com os melhores professores e eles vão vir para uma entrevista hoje à tarde. Vou
deixar que você cuide disso tudo. — Ele diz e eu fico grata por ele ter deixado
isso na minha mão.
— Vai sair hoje? — Pergunto.
Estou nervosa sobre nosso primeiro dia como um casal.
— R ecebi uma mensagem e só vi agora pouco, tenho uma reunião de
negócios e não posso faltar. Se quiser ir comigo eu adoraria te apresentar um dos
negócios da família. — Oferece e eu percebo que estou sendo uma idiota,
mimada que está muito insegura para deixar seu homem ir na esquina.
Sou uma mulher confiante e vou provar isso a mim mesma, já que parece
que acabei esquecendo.
— Não, vou ficar em casa e cuidar do que precisa para o Zack voltar as
aulas o mais rápido possível. — Crianças precisam aproveitar que suas
pequenas e fofas cabeças trabalham rápido e absorvem conhecimento.
— Ok, eu também pedi ajuda para a Willow, ela vai te ajudar com os
preparativos do casamento. — Diz, e me lembro da conversa que tivemos ontem
de noite.
Dimitri deixou claro que quer ter mais filhos, e ele está com pressa de
provar que pode ser um bom pai e um bom homem para nosso filho e eu. O
problema de tudo isso é que estou com medo do que pode acontecer, e não sei se
estou pronta para ter mais um filho.
Mas esse não é o momento para discutir.
— Tudo bem, vou levar Zack para tomar café da manhã, enquanto isso
você se troca. — Digo, lembrando que ele está pelado em baixo das cobertas.
Pego Zack, que sai bufando e revirando os olhos e o levo para a cozinha.
— Mamãe, você sabe que sou homem e tenho o que papai tem. — Ele
diz quando o levo escada abaixo até a cozinha.
— Eu sei, mas quero passar um tempo com o meu menino, sabe que
gosto de ganhar os meus beijos pela manhã. — Brinco com ele, enquanto o
sento no balcão e começo a preparar torradas para ele.
Essa casa está tão silenciosa, completamente diferente da manhã de
ontem. Os irmãos do Dimitri abraçaram Zack dentro da família e fizeram de tudo
para que ele soubesse que eles estavam aqui para ele. Tanto que até mesmo
Abby, que segundo Low, não se aproxima de muitas crianças, ficou com ele na
piscina e brincou o dia inteiro.
Acho que a Abby ama crianças, mas não se aproxima por algum motivo
diferente.
— Cadê todo mundo? — Pergunta olhando em volta.
— Acho que estão todos ocupados, vamos tomar nosso café e em
seguida vou te dar um banho. — Entrego a ele um copo de suco de laranja
enquanto espero a torradeira preparar suas torradas.
— Eu já sei tomar banho sozinho mamãe. — Diz.
Tudo tem sido tão bom com a volta dele, que por um momento me
esqueci do tempo que passamos afastados. Meu coração se aperta só de pensar
no meu filho sozinho em uma escola, recebendo visitas do babaca do meu avô.
— Está na hora de me contar o que aconteceu com você enquanto estava
longe da mamãe. — Me apoio na ilha, de frente para ele, enquanto bebo meu
café.
Dá de ombros.
— Eu estudava e tinha muitas professoras maus, elas brigavam muito
porque eu coloquei tachinhas no acento do professor. — D iz como se colocar
tachinhas no acento do professor fosse algo normal.
— Isso é errado. — Repreendo.
— Eu sei que não, por isso fiz um bolo para o professor, usando a
cozinha da escola, mas acho que coloquei pouco açúcar porquê ele disse que
estava duro como pedra. O açúcar que derrete e faz ficar bom.
Me seguro para não rir do olhar confuso do meu filho.
— Quantas xícaras de açúcar você colocou? — Pergunto curiosa dos
dotes culinários que meu filho desenvolveu.
— Não usei xícaras, coloquei meio pacote e dez ovos. — M e fala e eu
quase cuspo meu café, meu filho está querendo me matar do coração.
— Bom, é…
Ele não me deixa terminar, saltando animado de sua cadeira.
— Eu já sei mamãe, vou fazer um para o papai e você pode ser a minha
assistente.
— Vou ficar muito feliz ganhando um bolo das minhas duas pessoas mais
importantes no mundo. — Dimitri diz, ouvindo apenas o final da conversa.
— Sim papai, a mamãe vai ser a minha assistente e prometo que vou pôr
mais açúcar para ficar bom. — Ele promete e eu abaixo a cabeça para não rir.
— Esperarei ansioso. — Ele diz e me dá um beijo. — Agora tenho
que resolver alguns problemas e depois volto para mostrar um lugar para vocês.
— P romete, se despedindo de nós com um beijo e saindo.
Alguma coisa está atrapalhando o Dimitri, talvez o problema que eles
vão cuidar nessa reunião seja mais grave do que ele deixa transparecer.
— Ei, o que estão fazendo? — Pergunta Abby entrando na cozinha. Ela
para ao lado do Zack e bagunça o cabelo dele. — O que está aprontando seu
pestinha?
— Vamos fazer um bolo para o papai. — Fala entre risos das cócegas
que Abby faz nele.
— Eu quero muito ver isso. — Responde ela.
— Você pode ajudar também, vou ter dois assistentes. — Ele salta do
balcão, quase me dando um ataque cardíaco, e começa a correr pela cozinha.
— Zack pare com isso. — Mando.
— Ele sabe usar seu charme para manipular as mulheres. — Abby ri. —
E vai arrasar corações.
— É disso que eu tenho medo, dele acabar se machucando por isso. —
Penso.
— Ele é inteligente, e não vai se apaixonar por uma pessoa fraca que não
fique ao seu lado.
Observo meu filho e começo a temer por quando ele crescer e se
apaixonar. Ele é um bom garoto e vai ser um bom homem um dia, o tipo que luta
e faz as coisas por merecimento, porquê é esse tipo de homem que quero criar.
Só espero que ele encontre uma mulher que o ame de forma tão intensa como ele
vai amá-la.
— Esse seu olhar está me deixando com dó da garota que namorar ele.
— Abby interrompe meus pensamentos e dou risada.
— Se vou ser uma sogra, tenho que desempenhar o meu papel. —
Pisco, entrando na brincadeira.
Vou tratar a namorada do meu filho da mesma forma que ela o tratar, não
vou ser uma megera que controla os filhos.
Dando de ombros para esse pensamento, reúno os ingredientes para o
bolo, colocando no balcão.
— O p apai vai amar. — Ele diz quebrando os ovos.
— Tenho certeza que vai. — Sorrio.
Quero falar com a Abby e perguntar se ela sabe o que fez o Dimitri sair
correndo de casa, mas acho melhor ficar quieta, não quero estragar seu bom
humor.
Felizmente, ela mesma traz o assunto a tona.
— N ão sei o que deu em Dimitri hoje de manhã, ele disse que tinha uma
reunião e saiu levando Dominic e Czar com ele. — Seu olhar está tenso e pelo
que percebi ela sabia quase tanto quanto eu.
— Ele disse que tinha uma reunião e eu não quis perguntar nada. —
Admito.
— Espero que esteja tudo bem.
Nesse momento um alarme de segurança toca e Abby me leva para uma
passagem secreta que fica na cozinha.
Que tipo de casa tem passagens secretas dentro da dispensa?
Capítulo 18
Dimitri
Assim que Allyssa saiu do quarto com o nosso filho, meu telefone tocou.
Um dos meus contatos descobriu coisas a respeito de algumas pessoas que
ajudaram a forjar a morte do meu filho. Com pressa para saber mais sobre o
assunto, me arrumei e sai de casa, inventando uma falsa reunião para todos.
— Aonde vamos, senhor? — O motorista pergunta.
— Para a empresa. — Respondo.
Meu pai é o dono de uma das maiores empresas de exportação de toda a
Rússia, e uma das mais importantes no mundo. Foram os contatos dele que
tornaram a minha família o que ela é hoje nessa cidade, e todos esperam algo de
nós.
Como a família mais rica do país, vivemos em uma das melhores áreas
da cidade. Isso nos deu espaço para construir uma casa enorme que garante a
todos nós espaço pessoal, longe do caos uns dos outros. Aproveito o caminho
para responder alguns e-mails, e também pensar. Em alguns meses tenho uma
viagem marcada para os Estados Unidos, e até lá pretendo estar casado com a
Allyssa e ter ela grávida.
Quando chego na empresa uso minha chave de acesso e vou direto para o
meu escritório, que fica no último andar. Como ele é um dos menores andares,
aproveitei o espaço para adaptar para os dias que tenho que trabalhar até mais
tarde, também coloquei um sistema de vigilância, que me permite monitorar a
minha casa e a empresa, junto com um arsenal de armas.
Vou direto para os monitores e assisto Allyssa e Abby ajudarem o Zack a
preparar o que me parece ser um bolo. Eles estão se divertindo e conversando,
toda a atenção das duas está focada no meu filho e em suas brincadeiras.
— Senhor? — O interfone sob a mesa apita, e sem esperar uma
confirmação de que estou aqui, minha secretária fala. — A senhorita Alice está
aqui, devo mandá-la entrar?
Alice é uma Hacker que desenvolveu os principais servidores da minha
empresa, ela é quem garante que tudo esteja em ordem, e que nenhuma
informação se perca ou vaze. Preciso que ela e Czar trabalhem juntos, e é
importante que eles se deem bem.
— Pode deixá-la entrar, e quando Czar chegar, libere sua entrada direto.
— Mando.
Assim que entra na minha sala, Alice me avalia dos pés à cabeça.
— Olá Dimitri.
— Alguma notícia sobre o vírus que quero implantar no computador dos
mercenários? — Pergunto.
O avô da Allyssa está ligado com alguns mercenários barra pesada, ou
seja, a minha mulher não faz ideia do perigo que correu quando conseguiu
informações sobre o avô, e deu sorte que o que ela conseguiu não era nada tão
grave.
— Estamos apenas esperando que algum idiota o acione . — Responde.
Czar entra na sala me interrompendo, ele e Alice trocam alguns olhares.
— Quando os dois pararem de se encarar, eu gostaria de saber quais os
próximos passos. — Digo, sem paciência.
Dou a volta na minha mesa e me sento.
— Achei que você fosse homem a ponto de dizer “foder com os olhos”.
— Alice provoca. — Porém, não tem muita coisa aqui para foder, então vamos
ao assunto.
— Posso te mostrar como tem muitas coisas para foder. — Czar rebate a
provocação dela, e mais uma vez sou esquecido e tenho que assistir ao show dos
dois.
— Que bom, pois eu sou o tipo de pessoa que só acredita vendo. — Pisca
para ele que mais uma vez cai na armadilha dela.
— Posso te mostrar agora.
Quando ele começa a abrir o zíper da calça, eu decido que já tive o
suficiente dessa merda.
— Não se atreva a abaixar suas calças no meu escritório, não quero ver
seu pau. — Aviso, calculando a chance de dar um tiro nos bens dele. — Vamos
trabalhar, antes que eu os demita.
Alice me encara como se quisesse me dizer alguma coisa, um desafio,
mas ela fica em silêncio. É bom que ela saiba que existem limites aqui, uma vez
que todos os funcionários são substituíveis.
— Você pode me mostrar depois. — Diz e com uma piscada para ele,
anda em direção ao computador central. — Tem certeza que quer fazer essa
simulação? No lugar da sua família, eu ficaria puta.
Entendo o que ela quer dizer, mas não tenho outra escolha. Preciso que
todos estejam prontos para emergências, e quanto a arrependimentos, me
arrependo de não ter avisado a Allyssa ou mostrado a ela algumas passagens
secretas, que levam para a sala blindada em baixo da propriedade.
Estou distraído, perdido em pensamentos, quando escuto o alarme tocar,
olho para Alice que me encara sem entender.
— Me diga que foi você que começou essa simulação. — Peço.
Assisto pelas câmeras de segurança as portas e janelas sendo trancadas
em toda a casa, enquanto Allyssa pega Zack no colo e eles seguem a Abby.
— Infelizmente não posso te dizer isso, assim como não sou eu quem
está controlando os mecanismos de defesa da sua casa, alguém invadiu o
sistema. — Alice diz.
Corro para o elevador e coloco a minha chave, preciso chegar em casa o
mais rápido possível, mas quando giro a chave, nada acontece.
— Que merda é essa, Alice? Te contratei porque achei que era a melhor
no que fazia. — Digo. — Mas ao que parece me enganei.
Volto para a mesa de controle, tentando pensar em uma saída para essa
situação.
— Vou ignorar o que está me dizendo, você está com raiva e não pensa
isso de verdade. — Alice ignora a minha raiva. — Também vou aproveitar seu
chilique e dizer que implantei dois tipos de defesa separados na sua casa. —
Explica. — Eles recebem o comendo do esconderijo blindado. Quem chegar lá,
está seguro, enquanto os que não chegarem… bem, alguém deve chegar lá.
Essa filha da puta só pode estar de brincadeira com a minha cara, falando
desse jeito quando a situação é grave e o que está em jogo é a minha família.
— ME diga que isso é brincadeira. — Rosno, e ela solta. — Estamos
falando da minha família aqui, sua idiota.
— Eles estão na central. — Czar me tranquiliza. — Abby me mandou
uma mensagem avisando que todos estão seguros, incluindo o seu pai.
— Por que ela não me ligou?
— Você quebrou seu telefone. — Responde, me lembrando. — A porta
principal da sua casa foi arrebentada com uma bomba, essas pessoas têm
armamento pesado a disposição deles. — Czar mexe em alguns botões. — Olha
só isso, não é um ataque e sim um teste de defesas.
Foi uma péssima ideia deixar a Allyssa e o Zack longe de mim, os dois
estão presos na minha casa, enquanto eu estou aqui, longe e desesperado
tentando lidar com esse problema. Alice com sua incompetência colocou em
risco a vida da minha família, ela é paga para estar sempre dois passos a frente
dos meus inimigos.
— Estou correndo um novo programa de defesa, vou te colocar de volta
no controle. — Ela diz. — A boa notícia, é que estaremos no controle em uma
hora, a má é que teremos que redefinir toda a segurança.
Quando conheci Alice, ela estava tentando invadir uma das minhas
contas para desviar dinheiro, em vez de matá-la eu dei a ela a oportunidade de se
redimir e trabalhar para mim, ganhando um bom salário. Em troca disso, ela
garantiu que ninguém me incomodaria no mundo tecnológico. Mas o que vou
fazer agora que seus sistemas falharam?
— Você tem quinze minutos para conseguir o controle, e dois para
religar o sistema da central subterrânea. — Mando, preciso saber que eles estão
bem.
— Não acho que seja uma boa ideia abrir as câmeras de onde eles estão
escondidos, podem estar seguindo os nossos passos e tendo acesso à sua família.
— Czar interfere.
Que mal eu fiz a Deus, para estar cercado de idiotas?
— Acha que eu me importo com isso? — Me controlo para não gritar
com eles. — Você devia ter se encarregado para que isso não tivesse acontecido!
— Alice se encolhe. — Eu te pago para garantir que merda assim não aconteça,
e não para ficar impotente sem saber como a minha família está, por causa dos
seus sistemas inúteis. Resolva essa merda, ou a sua cabeça vai rolar. — Alice
começa a trabalhar, enquanto me viro para o Czar. — Me diga o que descobriu
sobre o avô da Allyssa.
— O avô dela é um mercenário aposentado, ele não perdeu seus contatos
dos tempos de guerra e agora que tem dinheiro, ele tem esses contatos
trabalhando para ele. — Diz. — Criminosos do tipo que colocam medo em
outras pessoas, estamos atrás de um deles, mas não temos tido muito sucesso.
— Não me importo com o que você tenha que fazer, encontre ele nem
que seja necessário usar o projeto Zeus. — Mando.
— Isso é muito extremo. — Alice fala.
Zeus é um vírus criado para acessar todos os computadores, câmeras de
segurança e redes, para localizar e rastrear pessoas em qualquer lugar que ela
esteja, se tiver um celular ou computador no lugar, o vírus o encontrará.
— Não me importo.
— Estou no controle de novo. — Anuncia Alice, e poucos segundos
depois consigo ver a minha família, Allyssa está em um canto com Zack em seu
colo e um olhar assustado assombra seu rosto.
Abby já não está assustada e sim puta.
— Será que pode me explicar que merda foi essa? Se não fosse por mim,
todos aqui estariam mortos.
— Eu não sabia que essa merda aconteceria. — Me defendo. — E não
saia dai, esse é o lugar mais seguro no momento.
— Não me importa onde é o lugar mais seguro, só quero que você vá se
foder. — Rebate.
— Quero falar com a Allyssa.
— Ela não está se sentindo bem, e eu acho que você merece ficar de
castigo. — Abby encerra a ligação e desliga a câmera.
— Eu vou matar minha irmã. — Grito. — Abra essa porta e pegue
alguns dos nossos homens, vamos tirar a minha família de lá.
Pego uma arma no arsenal e sigo para o elevador, que já está recebendo
os meus comandos.
Eu nunca mais quero passar por algo assim, me sentir impotente ao ver a
minha família sendo atacada e não poder fazer nada. Zeus vai me ajudar a caçar
esses filhos da puta e eliminar um por um.
— Estamos prontos, senhor. — Meu segurança anuncia assim que entro
no carro.
— E os outros? — Pergunto, vendo mais dois carros atrás de nós.
— Vão no encontrar na sua casa.
Capítulo 19
Dimitri
Sou o tipo de homem que gosta de estar no controle, pelo menos na
minha vida profissional, o problema é quando a vida profissional se mistura com
a pessoal, e eu acabo me sentindo impotente, ai sim é quando perco a calma e
deixo o monstro que existe dentro de mim vir a tona. E não tem nada que traga
esse monstro a tona com tanta força, como a minha família em perigo.
— Os homens já chegaram e estão verificando todo o perímetro da casa.
— Avisa o motorista.
Quando se faz parte da Máfia, ou no meu caso é o chefe da máfia, sua
família não inclui apenas as pessoas que dividem laços sanguíneos ou de criação,
mas também todos aqueles que dariam a vida por você.
A máfia é sua família!
— Alguma notícia? — Pergunto, vendo que ele está checando o
celular.
Estamos no portão principal da minha casa e quando entramos vemos um
grupo de homens reunidos no jardim. Seja quem for que entrou aqui não os
matou apenas os amarrou em frente a casa.
— Já checamos a área e está tudo tranquilo, mas temos um problema.
Mais um problema? Esse dia está indo de mal a pior.
O dia mal começou e já tive tudo isso de problemas, sem contar que
duvido que a Allyssa vá me deixar dormir com ela depois de tudo o que ela e o
Zack passaram por minha causa. Eu os arrastei para essa vida, e cabe a mim
resolver esses problemas.
— Que problema? — Peço.
— Sua família não está na central de comandos. — Czar fala,
interrompendo a resposta do homem.
— Repete. — Digo irritado, o sentimento de raiva só aumentando.
Talvez não precise de um interrogatório ou de uma sessão de tortura, eu
vou matá-los com as minhas próprias mãos.
— O sistema foi corrompido quando a Alice fez a chamada por vídeo, o
Hacker invadiu o sistema e conseguiu localizá-los. — Conta. — A nerd tinha
razão quando te avisou.
Alice me avisou sobre o risco de entrar em contato com eles, mas eu
estava desesperado, precisava falar com elas e saber que estavam seguras.
— Onde ela está? — A garota não deu notícias desde que sai da empresa.
— Ela foi checar o sistema da casa. — Responde. — E a sua família?
— Eu dei de presente para Willow e Abby pulseiras com rastreador, e o
Zack tem um calor com um pingente de leão, que era meu e eu coloquei um
rastreador nele. — Digo, fazendo uma nota mental para dar um para a Allyssa
também. — Rastreie e descubra onde eles estão.
Deixo Czar com a função de localizar a minha família, enquanto caminho
até a entrada da casa, que foi arrebentada pela bomba. Caminho pela casa, e
quando chego na sala de estar encontro Alice, sob a mira de uma arma. Ela não
está chorando, mas está tensa, enquanto um homem de cabelos na altura do
ombro, e com uma barba grande, observa tudo o que está acontecendo com um
olhar entediado.
— Estava esperando por você. — Ele fala.
— Pois bem, estou aqui. — Respondo tranquilamente. — Você vai se
arrepender de ter se metido comigo. — Paro mais perto dele. — Se fosse um
homem esperto, estaria se escondendo de mim.
O homem parece divertido com a minha declaração.
— Eu sou muito esperto, tão esperto que cheguei aqui sozinho passando
por toda a sua segurança. — Apoia a cabeça no pescoço da Alice. — Você
precisa melhorar a sua segurança.
— Admito que é surpreendente. — Digo. — Porém, isso só complica
mais a sua situação.
O homem ri, e eu aperto o meu punho, para controlar o meu
temperamento que ameaça tomar o melhor de mim. Esse homem está me
testando, e não vou dar o que ele quer, mesmo que esteja passando pela minha
cabeça mil formas diferentes de arrancar esse sorriso estúpido do rosto dele.
— Qual é Dimitri? Nós dois sabemos que de burro você só tem a cara. —
Provoca. — Não estou aqui para ferir ninguém, a prova disso é que seus homens
incompetentes estão vivos.
— Estou te ouvindo.
— Quero te propor um acordo. — Fala, se sentando no sofá e levando
Alice com ele.
— E quem disse que quero fazer um cordo com você? — Rebato, então
finjo pensar um pouco. — Posso ser gentil e te deixar decidir onde vai levar o
primeiro tiro.
— Digamos que nós dois temos um inimigo em comum, e assim com
você quero a cabeça do filho da puta. — Diz. — E caso não tenha percebido suas
defesas não são tão boas, elas tem algumas falhas, e eu poderia ajudar a corrigir.
Tenho muitas informações que seriam úteis para você.
— Sobre?
— O avô da sua mulher. — Diz. — E que mulher em.
— Se você tocou nela, vou te matar. — Aviso.
— Ela é gostosa, mas não faz o meu tipo. —Dá de ombros.
— Que informações você tem?
Não nego que qualquer informação que me ajude a acabar com o avô da
Allyssa, é tentadora.
— Eu vou te dar tudo o que eu tenho, mas em troca quero ser aceito na
sua família. — Diz. — Te ajudo a se livrar da mira que está sob sua família,
principalmente sua mulher e filho, e ganho trabalho e seguranças.
— Do que você está falando? — Sei que o avô dela não sabe sobre a
nossa ligação com o sumiço do Zack.
— Você sabe muito bem que ele está ligado a um grupo de mercenários,
pessoas muito perigosas que passariam suas barreiras de defesa rapidamente,
sem alguém como eu na sua equipe.
Esse homem está querendo se vingar de alguém, e está tentando me usar
para conseguí-la. Ter dois hackers que trabalham tão bem na minha equipe seria
um trunfo, que eu adoraria ter. Me cercar do melhor é algo que gosto, mesmo
que esse melhor tenha rendido meus seguranças e invadido minha casa.
— Se você é tão bom, por que quer entrar para a família?
— Isso é simples. — Sorri. — O inimigo do meu inimigo é meu amigo.
— Controlo o meu revirar de olhos para o uso do velho ditado. — Aquele velho
desgraçado acabou com a minha família e fodeu com a minha vida. Agora é a
minha vez de acabar com ele. — Ele solta Alice e se levanta, deixando a arma
na mesa de centro. — Rendi seus guardas, passei pelo seu sistema e ainda estou
te oferecendo informações preciosas, e uma boa vantagem em relação ao seu
inimigo. Você seria idiota por não aceitar.
Eu realmente seria idiota por não aceitar o que ele está me oferecendo,
ele é direito e está com raiva de uma pessoa que eu também não gosto. Juntos
poderíamos acabar com o velho, e seguir as nossas vidas sem preocupações.
— Quero as informações antes de responder. — Digo, meu tom de voz
firme.
Ele pega o globo de vidro que fica na mesa de centro, e começa a andar
pela sala jogando ele dê uma mão para a outra, enquanto observa os quadros.
— São belas obras de arte. — Ele diz e então pega algo do lado do
quadro e me mostra uma minicâmera. Jogando no chão ele quebra e tira um
dispositivo do bolso, colocando-o na mesa de centro o dispositivo começa a
piscar.
— O que é isso?
— Sua casa precisa de uma varredura, tem pontos de escuta como esse
por todo lugar. O único motivo para conversarmos em segurança aqui, é porquê
esse dispositivo bloqueia o sinal. — Avisa. — Seus inimigos têm alguém
infiltrado na sua casa, tenho um dos homens suspeitos no porão. Também tenho
uma lista de pessoas quem um preço em sua cabeça, e adivinha quem está no
topo? Sua mulher e filho, e os mercenários contratados para executar esse
serviço estão na cidade, tenho uma lista com a localização deles, mas sugiro que
espere as coisas se acalmarem um pouco.
— Preciso saber mais sobre isso. — Admito.
— T enho uma pasta com os documentos, eles estão na moto que usei
para entrar aqui. — É resposta dele. — Tenho muitas informações e tudo o que
quero é um trabalho, segurança e dinheiro. Você paga um bom salário não?
O cara é bom, tenho que admitir isso.
— Tudo bem, preciso pensar nisso. — Falo. — Você pode ficar na casa
de hóspedes e se quiser começar esclarecendo para a senhorita Alice como
conseguiu passar por todas as merdas dela eu agradeceria.
— Sua garota da tecnologia é esperta, mas precisa de prática. — Ele
pisca para ela. — Eu tenho algumas manhas da rua e treinamento.
— Tanto faz, ajude ela a resolver isso. — Digo sem paciência. — Cadê
a minha família? — Pergunto.
— N o escritório, e devo acrescentar que sua mulher e irmãs estão putas
com você. — As três escolhem esse momento para entrar na sala, Zack vem
logo atrás delas e quando me vê corre para os meus braços.
— Papai você perdeu, tem uma caverna igual à do Batman dentro da
cozinha, e lá tem câmeras e muitas coisas maneiras. Podemos ir lá de novo? —
P ergunta animado e mesmo distraído não perco o olhar que o homem e Allyssa
trocam.
— É mesmo? — Finjo surpresa. — Vamos brincar lá qualquer dia
desses. — Faço cócegas em sua barriga. — Qual é o seu nome? — Pergunto
ao homem, lembrando que não perguntei.
— Eu me chamo Apolo. — Diz e sai seguindo a Alice.
Eu faço um sinal para que Allyssa se aproxime de mim e quando ela
obedece imediatamente, eu envolvo meu braço livre em volta dela, apertando-a
contra mim. Preciso ter certeza que os últimos acontecimentos não afetaram
nosso relacionamento, e nem a forma como ela me vê.
— Você está bem? — Pergunto.
— Estamos bem, foi apenas um susto. — Allyssa me fala, pegando
Zack do meu colo. — Susto esse que vamos discutir sozinhos. — Ela se afasta
de mim, subindo para o nosso quarto.
Czar chega pouco tempo depois, com uma cara infeliz ao observar a
saída da Alice e do Apolo, caminha até a mesa e pega o dispositivo deixado por
Apolo em cima da mesa e o estuda com atenção.
— Reúna alguns homens e faça uma vistoria em toda a casa, não quero
que deixem passar nada sem ser verificado, e quero saber quem instalou as
escutas.
— E quanto ao guarda no porão? — D iz sem emoção.
— Vou deixar que você cuide dele.
— Vai mesmo confiar nesse cara? — Se refere ao Apolo.
— Preciso confiar nele Czar. — Admito. — Só e spero que essa merda
não me torne um mal líder.
— Na verdade faz de você um bom líder, disposto a passar por cima de
questões pessoais em troca do bem de todos. — Responde e sai, me deixando
com Abby.
Ela se deita no sofá e faz uma cara de poucos amigos, Low subiu para o
quarto e Dominic, nem sinal dele também.
— Não comece com as suar merdas agora. — Falo sem paciência. —
Cadê o Dominic?
Ele não pode ser tão estúpido a ponto de ficar na rua o tempo todo,
enquanto nossas irmãs e casa eram atacadas. Não quando o alarme de pânico
envia uma mensagem para todos os nossos celulares.
— Ele tinha coisas para resolver. — Responde. — Problemas pessoais.
— Se Dominic tem problemas, então não quero nem saber o nome do
que eu tenho. — Debocho irritado.
— Pare de agir como um idiota, e veja que o mundo não gira em torno de
você e da sua arrogância.
— Acontece que ao contrário dele, eu sei o que precisa ser feito, e a
ordem de prioridades. — Rebato. — Família em primeiro lugar.
— Foda-se, o problema dele envolve a família também.
— Tanto faz, quando ele chagar, mande ele me encontrar.
Deixo a Abby e seu humor insuportável de lado, e vou para o meu
quarto. É hora de enfrentar Allyssa, e escutar quieto tudo o que ela tem para me
dizer. Não posso imaginar como ela deve ter se sentido hoje.
— Vamos conversar. — Ela fala, fazendo sinal para eu me sentar.
Capítulo 20
Allyssa
Não vou dizer que não senti vontade de matar o Dimitri, quando todos os
alarmes da casa tocaram e a Abby nos levou para a sala secreta com todos
aqueles equipamentos tecnológicos, câmeras e segurança que mostravam a casa
toda, e armas. Ainda mais quando um homem que eu nunca vi na vida,
conseguiu passar pelas barreiras de segurança e entrar na sala.
Acontece que quando olhei bem o rosto do homem, vi algo familiar nele.
E a forma calma que ele falou com a gente, garantindo que não nos faria mal, e
nos levou para o escritório. Até mesmo a forma como ele falou comigo, me
trouxe uma sensação de familiaridade, me lembrou de alguém que não está vivo.
Quando Dimitri entrou, senti uma sensação de alívio e ao mesmo tempo,
sobrecarregada, então fui para o quarto e fiz o nosso filho dormir.
— Eu não tive culpa do que aconteceu, não posso prometer que não vai
ocorrer novamente, mas eu posso prometer que vou fazer de tudo para que nada
de ruim aconteça com nenhum de vocês. — Garante.
Eu não ia falar nada a respeito disso com ele, então me aproximo dele,
precisando de um pouco da segurança que apenas ele me transmite. Engraçado
como o homem que me sequestrou, é o mesmo que me transmite segurança e
conforto.
— Eu sei disso, sei que vai nos manter seguros, e sou grata por isso. —
Digo, e ele me aperta mais contra ele. — Mas não nego que pensei em te matar.
— Ele ri da minha declaração e beija a minha cabeça.
— Seria divertido ver você tentando me matar, ainda mais se estiver por
cima de mim nua. — Me provoca. — Percebi a forma como olhou para o Apolo,
você o conhece?
Me afasto dele e ando pelo quarto, quero que ele confie em mim e saiba
que seja o que for que aconteceu, eu não tive nada a ver com isso.
— Se continuar agindo assim, vou assumir o pior. — Ele me diz.
— Não tenho certeza, mas ele me lembra muito o meu irmão. —
Confesso. — Mas isso é impossível, ele morreu faz muito tempo.
— Deixa eu adivinhar, ele morreu em um acidente de carro? —
Pergunta.
— Minha mãe perdeu um filho quando ele tinha sete anos. — Conto.
Os meus pais não me deram muitos detalhes, eu era uma criança e eu não
entendia o que estava acontecendo. E na época, eu não sabia do que a minha
família era capaz de fazer contra aqueles que deviam amar.
— V ou ficar de olho no Apolo, não quero que nada de ruim aconteça.
— Ele beija minha cabeça e o celular dele apita com uma mensagem. — Por
mais que eu queira ficar com vocês dois e encerrar meu dia, ainda tenho algumas
reuniões que não posso faltar.
Eu não quero que ele vá, mas também não quero que ele pense que estou
desesperada e grudenta.
— Tudo bem, ainda tenho professores para entrevistar. — Lembro.
Olho para Zack que está deitado na cama e sorrio. É como se o tempo
longe dele nunca tivesse existido.
— Odeio ter que sair e deixar vocês dois. — Me dá um beijo.
Ele enrola mais um tempo no quarto até que eu o expulso. Ficar grudado
um no outro o dia inteiro não vai funcionar.
— As professoras do Zack já chegaram. — Low fala quando desço até
a cozinha. — Elas estão esperando na sala. — Indica, e então fica tensa. —
Acho que elas estão esperando pelo meu irmão, pelo menos duas delas, a outra
tem idade para ser nossa avó.
— Tanto faz, vamos lidar com elas.
Na sala tem quatro mulheres me esperando, duas delas tem uma
aparência profissional e agem de forma profissional, enquanto as outras duas,
estão vestidas como se estivessem saido de uma casa de prostituição.
— Olá senhoras. — Falo e vejo a animação das duas cadelas se esvair.
— Olá. — Respondem todas em uníssono, e se levantam para me
cumprimentar.
Estudei o currículo de todas, sei exatamente quem vou contratar.
— Devo admitir que dei uma boa analisada no currículo de todas, sei as
habilidades de cada uma, e como a equipe do meu marido é muito competente,
tenho informações dos antigos empregadores de vocês. — As duas vestidas
como prostitutas, ficam tensas. — Falei com sua antiga patroa e ela me disse que
você, Maggie, é uma péssima professora, e uma boa puta.
— Eu posso garantir que isso é...
— Vai negar que não veio aqui para ver o Dimitri? — Pergunto, não sei
de onde vem toda essa possessividade.
— Eu...
— Chega! Você está dispensada, não quero você perto do meu filho. —
Aviso, e ignoro Willow que está segurando o riso. A outra garota está assustada e
com medo do que posso falar a respeito dela. — Tenho a impressão de que você
vai querer ir embora, antes que eu comece a citar nomes e contar tudo o que sua
antiga chefe me contou. Recomendo que a próxima vez que estiverem
procurando um emprego, leiam o anuncio com atenção, queremos professoras e
não putas.
Assisto as duas mulheres indo embora, e volto a minha atenção para as
outras duas professoras que ficaram. Penso que assustei as duas mulheres, mas
elas me surpreendem ao rir da situação.
— Peço que me desculpem, eu perdi a paciência quando vi aquelas duas
vestidas daquele jeito, para uma entrevista de professora infantil.
— Eu me diverti horrores. — Low fala.
— Não posso negar que eu também, elas estavam super confiantes que o
emprego já era delas. — Uma das professoras conta.
Me sento em frente a elas e começamos a conversar, uma é especialista
em línguas, história e geografia, e a outra é uma professora de exatas. Estou feliz
com a nossa conversa e contrato as duas.
— Espero que comecem a dar aulas amanhã, o Dimitri já preparou o
contrato e podem chegar mais cedo para assinar. — Aviso. — Não quero que
meu filho fique muito tempo sem aula.
— Claro. — Concordam.
Nós nos despedimos e uma empregada vem e as acompanha até a porta.
— Não posso acreditar em como agi com aquelas duas. — Comento com
Willow.
— Não se preocupe, elas estavam pedindo por aquilo, quem em sã
consciência se veste daquele jeito para uma entrevista
— Não conte para o Dimitri o que aconteceu hoje. — Peço.
— E deixar o meu irmão todo convencido? — ri. — Eu amo meu irmão
Ally, mas me divirto muito vendo ele tentar te ganhar de volta. Por isso não torne
as coisas tão fáceis para ele. — Ela me dá um aperto no ombro. — E antes que
eu me esqueça, ele deixou isso aqui para você. — Me entrega um telefone de
última geração. — Nele tem todos os nossos números e os da segurança.
Ela mal me entrega o telefone a tela dele se ilumina com uma mensagem
do Dimitri.
Dimitri: Que tal a gente jantar junto sozinhos essa noite?
Eu: Ok.
Respondo, pensando no que Willow me disse, não vou facilitar nada para
ele. Dimitri é o tipo de homem que tem tudo fácil, é hora dele aprender que um
pouco de dificuldade torna as coisas mais divertidas.
Com um sorriso no rosto, me parabenizo mentalmente por ser uma garota
esperta.
— Deixa eu adivinhar é meu irmão. — Low fala rindo.
— Quem mais poderia ser? Ninguém tem esse número da minha família
eu acho, e se tivessem, minha família ou é maluco ou não está nem aí pra mim.
— Lembro.
- Essas são as famílias mais emocionantes. — Ela pisca e me deixa
sozinha na sala.
Dimitri: Eu fiz alguma coisa errada que te deixou irritada?
Dimitri está com medo, e eu gosto que ele se sinta assim, sabendo que
nada comigo é garantido. Ele se sente em uma corda bamba, o que ele não sabe,
é que se ele cair dela, tem uma rede de segurança lá em baixo.
Eu: Não que eu saiba, quer me contar algo?
Dimitri: Não fiz nada de errado e estou louco para te ver hoje à noite.
Eu: Tudo bem, a gente se vê.
Aperto o celular contra o meu o peito e logo escuto uma buzina na frente
da casa. Um caminhão enorme está entrando e vários homens descem para
descarregar. Penso que seja algum tipo de equipamento de segurança, mas
quando a porta de trás se abre e os homens começam a descarregar flores eu fico
congelada no lugar.
— Acho que meu irmão está mais apaixonado por você do que pensei. —
Abby me pega de surpresa com seu comentário
Todos da casa se reuniram na porta para ver eles descarregarem o
caminhão, e eu fico ali, admirando todas aquelas flores sendo espalhadas pela
casa. O funcionário me entrega um único cartão e eu o leio várias vezes com um
sorriso idiota.
“Allyssa,
Não sei o que aprontei que te deixou desse jeito, mas espero que um
caminhão de flores resolva a ira da minha garota.
Com amor
Do seu
Dimitri
PS: Vista algo sexy esta noite, te espero na piscina, atrás da casa de
hóspedes.”
Capítulo 21
Dimitri
Eu sei que não foi legal da minha parte jogar com a Allyssa, ainda
colocando duas professoras com fama de puta, para a minha mulher entrevistar.
Mas, em minha defesa, Allyssa não é de demonstrar muito o que sente, e por
mais que eu a ame, isso me irrita um pouco.
— A gente vai ajudar a transportar toda essa mercadoria? — Minha
assistente pergunta, me afastando dos meus pensamentos sobre Allyssa.
— Se foi isso que eu disse. — Falo, sem prestar atenção ao que ela diz.
— Tudo bem, mas não acho que isso seja uma boa ideia. — Argumenta.
— Não estou perguntando o que você acha ou não! — Corto. — Eu sou o
dono dessa empresa, e não tenho que me justificar para uma empregada.
— Eu peço desculpas. — Ela diz e se retira da sala correndo.
Pedi para ela comprar flores para mandar para a Allyssa, e como eu não
fazia ideia de quais eram suas favoritas, mandei todas as que tinham na loja.
Minha irmã me mandou uma mensagem falando sobre as flores, e como Allyssa
gostou.
Quero jantar a sós com Allyssa, ter um momento nosso, sem a
interferência dos outros. Por isso pedi para que Alice tirasse o Apolo da casa de
hospedes e o levasse para sua casa esta noite, depois pedi para a minha secretária
mandar uma equipe para o local e preparasse a casa e a piscina.
Mandei também investigar a morte do irmão da Allyssa, espero
conseguir uma resposta rápida, se o Apolo for mesmo o irmão da Ally, vou
compreender mais fácil essa busca por vingança dele.
— Senhor. — O interfone apita com a voz da secretária.4
— Sim? — Respondo.
— A organizadora de cerimônias está aqui para te ver.
— Não pedi que ela viesse aqui, e sim para ela ir para a minha casa falar
com a Allyssa. — Puxo nas câmeras de segurança a imagem da mulher.
Ela está vestida de forma sensual, como o tipo de mulher que gosta de
jogar com os homens e ver se consegue algo a mais do que apenas um contrato.
Infelizmente para ela, eu sou bom em lidar com essa merda de jogo.
— Ela disse que o recado dizia para falar com o senhor.
— Pois diga a ela para limpar os ouvidos, ou então demitir quem passou
o recado. — Digo, sabendo que está no viva-voz. — Ela vai cuidar do meu
casamento, e vai ser direto com a minha noiva, não comigo! Ela que esteja na
minha casa amanhã para falar com a Allyssa. — Dispenso.
Essas mulheres de hoje em dia!
Passo o dia todo atolado em reuniões e trabalho, quando dá sete horas da
noite, saio da empresa, mas não vou direto pra casa. Antes disso tenho que pegar
um presente para Ally. Um que espero que faça ela se atirar em meus braços e
me beijar.
— Fiz exatamente do jeito que você pediu. No entanto você me deu
pouco tempo para criar algo exclusivo e deixar tudo pronto para hoje. — O
designer de joias e velho amigo diz.
— Eu sei que você adora um desafio. — O conheço dos velhos tempos, e
sei que é parecido comigo.
— Sim, eu gosto de um desafio, mas não um que envolva uma família
tão importante como a sua. — Fala. — Sei que sua família é muito exigente e
todas as joias que criei para suas irmãs estão em sites de moda. — Lembra.
Sorrio para a lembrança das minhas irmãs.
— Minhas irmãs adoram suas criações, desde as mais sofisticadas as
mais simples. — Minhas irmãs são pessoas que amam joias, e como eu as amo,
dou tudo o que elas querem.
Agora Allyssa vai receber muito presentes assim.
— Mas esse é seu anel de noivado, tem que ser fantástico. — Fala e
quando me entrega a caixa.
Não me surpreendo quando abro a caixa e me deparo com um anel
perfeito para Allyssa.
— Ela vai amar. — Agradeço. —Tenho que ir, minha mulher está me
esperando e tenho que convencê-la a se casar comigo.
Durante o caminho, penso em todas as formas que posso pedir Allyssa
em casamento, mas nenhuma delas aparece boa o suficiente, preciso me superar
e dar o meu melhor. Depois de todo o nosso passado e tudo o que ela passou com
o nosso filho, ela merece isso.
— Senhor, chegamos. — O motorista chama minha atenção e eu saio do
carro.
Ele parou em frente à casa de hospedes, quando entro, vejo que a equipe
ainda está trabalhando colocando adereços em volta da piscina. Começo a ficar
mais nervoso, falta vinte minutos para Allyssa me encontrar aqui
— Vão demorar muito? — Pergunto, não reconhecendo minha voz
tomada pela ansiedade.
— Não senhor, já estamos saindo. — E em menos de cinco minutos eles
se foram.
Penso em esperar Allyssa sentado na cadeira em frente à piscina, ou até
mesmo sentado à mesa que foi preparada para o jantar, mas não consigo ficar
parado. Meu pai debocharia se me visse agindo dessa forma desesperada e
nervosa por causa de uma mulher. Ainda mais vindo dele, um homem que
sempre disse que “um capo não demonstra fraquezas”.
Ando de um lado ao outro até que Allyssa chega. Ela está linda, vestindo
uma camisa preta e uma saia justa em seu corpo.
— Você fez alguma coisa de errado hoje? — Ela pergunta desconfiada e
eu franzo a testa.
— Não, eu deveria ter feito? — Me aproximo dela.
— Não, apenas estou surpresa com todo esse empenho para jantar
comigo.
— Quem disse que isso aqui é apenas um jantar Allyssa? — Pergunto.
— Você me disse! E agora estou muito confusa para pensar em qualquer
coisa que não seja a forma como tem agido hoje o dia todo. — Fala enquanto eu
a ajudo a se sentar à mesa.
— Você tem razão, não fiz tudo isso por um simples jantar. — Admito.
— Quero conversar com você e ter um tempo só nos dois, sem minha família ou
qualquer pessoa tentando foder com o nosso momento. — Pego a garrafa de
vinho e me aproximo dela. — Quer? — Ofereço.
— Sim, obrigado. — Agradece enquanto eu a sirvo. — Acho que essa é a
minha chance de conversar com você e te conhecer melhor.
— Vou responder tudo o que você quiser saber. — Me sento ao lado dela,
preciso tocá-la de alguma forma.
— O que te fez sair correndo na nossa primeira noite juntos? — Ela me
surpreende com sua pergunta.
— Eu não era um homem inteligente naquela época. — Digo depois de
limpar a garganta.
— Defina. — Cruza os braços e me encara, sem tocar na comida que o
garçom, nos serve.
— Fiz aquela viagem para fugir do meu pai, meus irmãos estavam
viajando e eu tive que lidar com a ira do meu velho, ele não foi nem um pouco
gentil enquanto me ensinava uma de suas lições — Falo, não querendo entrar em
detalhes sobre como meu pai me socou por horas sem me dar a chance de me
defender.
— Lamento.
— Não lamente, se não fosse por isso eu não teria viajado para Nova
York, nem ido aquela festa e te conhecido.
Allyssa cora e fica desconfortável, e isso é a última coisa que quero que
aconteça essa noite. Preciso que ela se sinta confortável comigo, que ela se abra
para mim e acima de tudo, preciso que aceite ser minha esposa.
— Eu tinha acabado de sair do meu inferno pessoal, e te encontrei, linda
e tímida, dançando e sorrindo com os seus amigos. Você era tudo o que eu queria
na minha vida e que eu não podia ter, sabia que se me aproximasse você se
assustaria, fui bebendo e tomando coragem, no fim das contas conversar não foi
o suficiente. — Conto.
— Não me lembro de você estar com hematomas no rosto. — Diz.
— Meu pai sempre foi cuidadoso, minha família tem uma fama e somos
seguidos por paparazzi. — Lembro. — De madrugada, recuperei um pouco dos
meus sentidos e não acreditei no que tinha feito, no que tomei de você. Me
arrependo de muita coisa daquela noite, a principal delas é ter te deixado e
perdido tanto tempo com você.
— Por muito tempo me perguntei o que tinha acontecido naquela noite,
eu não me lembrava de nada então comecei a fingir que ela não tinha desistido,
até que, descobri que estava grávida. — Ela bebe seu vinho e então sorri, sem
humor. — Ter engravidado do Zack mudou minha vida de muitas formas, foi a
primeira vez que parei de me curvar pelos outros e passei a me erguer e lutar
pelo meu filho e por mim.
Será que Allyssa não percebe que aquela noite mudou tudo para nós dois,
e que foi tudo para melhor?
— Só crescemos e nos tornamos pessoas melhores depois que nos
conhecemos. — Seguro sua mão. — Fui burro em te deixar no passado, não
estou disposto a abrir mão de você, de nós! E preciso que perceba que eu te amo!
Eu nunca disse essas três palavras para nenhuma mulher que não fosse
minha irmã.
— Dimitri eu...
— Eu não disse isso para que você se visse obrigada a me dizer de volta.
— Interrompo. — Estou te dizendo isso porque toda vez que eu estou perto de
você meu peito parece que vai explodir e não sei como lidar com isso. Eu não
quero nenhuma outra mulher, só você.
Ela olha pra mim, nossa comida intocada. Isso não era o que planejei
para esta noite, um tipo diferente de discussão acalorada onde eu me exponho e
rezo para que ela me aceite, e não me mande para o inferno. Nós nem tocamos a
comida e eu já coloquei todo meu coração para fora.
— Não entendo isso, você não é o tipo de homem que se apaixona fácil,
por que eu? —Pergunta.
— Por que você? — Dou risada, debochando e me levanto da mesa
andando de um lado para o outro. — Porque você é a mulher mais íntegra e
difícil que conheço, tirando as minhas irmãs. Eu não tenho respostas para todas
as perguntas relacionadas ao amor, não mando no meu coração, e mesmo que
mandasse, eu escolheria você! — Paro ao seu lado e me ajoelho, tiro o anel do
meu bolso, não perdendo quando ela prende a respiração. — Você pode não
confiar em mim, e me cobrar respostas sobre coisas que eu não sei, a verdade é
que; eu te amo e não quero viver sem você. Allyssa você aceita ser a minha
mulher e se casar comigo
Capítulo 22
Allyssa
Eu estaria mentindo se dissesse que não estou surpresa com o pedido de
casamento do Dimitri. Ele se empenhou tanto esta noite, todo o lugar e a
atmosfera, e o fato dele estar demonstrando que se importa comigo, caindo de
joelhos na minha frente com um olhar ansioso em seu rosto, enquanto espera
pela minha resposta.
Dimitri começa a ficar tenso e quando ele vai se levantar coloco minha
mão em seus ombros e o mantenho no lugar.
— Preciso da sua resposta.
— Sim. — Respondo, tentando me acalmar.
— Como? — Me olha confuso.
Admito que é bom ver um homem como Dimitri, inseguro e ansioso e
tudo por minha causa. É bom saber que eu tenho esse efeito nele, e que afetamos
um ao outro mutuamente, não falta interesse de nenhum dos lados.
— A minha resposta pra você é, sim.
— Mesmo? — Me olha inseguro.
— Dimitri, até parece que você ia me deixar dizer não, e mesmo que
quisesse, eu não poderia. — Sorrio. — Acho que eu estou apaixonada por você.
— Confesso.
A forma como tem agido esta noite, e como ele me disse que me ama,
foram lindas e são importantes para mim. Se eu não tivesse visto o amor em seus
olhos e sentido em suas palavras, eu poderia ter corrido e não dito nada, não
quero um homem preso a mim porque tivemos um filho.
— Estou feliz que trazer meu lado mulherzinha à tona tenha surtido o
efeito desejado. — Diz, deslizando o deslumbrante anel no meu dedo
— Onde você arrumou esse anel?
— Você não gostou? —Pergunta. — Se não gostou posso mandar fazer
outro.
Seguro seu rosto em minhas mãos, e o beijo, essa é a minha forma de
tentar acalmá-lo.
— Eu amei. — Digo, olhando em seus olhos, para que ele veja que estou
falando a verdade.
Será que é normal ficar se sentindo doente de felicidade? Meu estomago
está revirando, minha cabeça está girando e eu não me aguento de tanta alegria.
O anel que ele me deu é em forma de gota e tem uma pedra vermelha
enorme no meio, envolta por vários diamantes. Deve ter custado muito, e dado
muito trabalho para quem fez, sem contar que é perfeito.
— Falo sério, se você não gostou eu mando fazer outro.
—Eu já disse que amei o anel.
Que mulher em sã consciência não amaria?
— Preciso agradecer ao meu amigo. — Ele murmura.
— Como assim? — Peço curiosa.
— Ele é designer de joias, Low e Abby amam o trabalho dele. — Conta.
— Você deve se levantar, deve estar com dor no joelho de tanto ficar
assim. — Aponto para o chão. — Vamos comer.
Eu quero aproveitar esta noite ao lado do meu noivo.
— Antes que eu me esqueça, a planejadora virá amanhã para começar a
planejar o casamento. Espero que de tempo de conseguir tudo o que você deseja
até sábado da semana que vem.
— Não quero um casamento grande, apenas amigos e família, e é claro
que a minha não vem. — Dou de ombros, não gosto de pensar na minha família
arruinando algo importante para mim.
— Eu tenho uma família grande, e algumas pessoas vão querer
presenciar esse momento, vamos nos limitar a duzentas pessoas. — Pede.
— Tudo bem, vou pedir ajuda para as suas irmãs.
Admito que a pressa com a qual estamos nos casando, me assusta. Mas
quando vejo a determinação, ansiedade e animação do Dimitri, esse medo toma
uma proporção menos assustadora e mais romântica.
Tendo resolvido o assunto do casamento, Dimitri e eu jantamos
tranquilamente, e durante o jantar, aproveitamos para nos conhecer melhor.
Acabo descobrindo que Dimitri é apaixonado por fotografia e música, e que tem
algumas galerias de arte na cidade. Quando terminamos o jantar ele pega minha
mãe e me guia para a casa de hóspedes.
— O cara que invadiu não está ficando aqui? — Pergunto.
— Não se preocupe com ele, eu cuidei dessa parte. — Responde.
A casa de hóspedes dos Petrov é enorme, parece mais uma mansão do
que um lugar feito para pessoas passarem algumas noites. Ela também está
decorada, com velas espalhadas por toda a casa, e pétalas que criam um caminho
que nos leva até o segundo andar. A escadaria em espiral cheia de rosas, nos leva
até o andar superior, onde tem mais rosas e buquês de flores. Entramos na porta
no final do corredor, a maior porta do andar, quando Dimitri abre a porta, me
deparo com uma cama de dossel, com lençóis pretos, que está quase coberto por
pétalas vermelhas.
— Gostou?
— Para um cara que não se considera romântico, seus funcionários
conhecem muito bem o seu gosto. — Provoco.
— Você me vê como um homem romântico? — Ele ri.
— Você sabe o que quer, e as pessoas fazem do seu jeito não só por
temer a sua reação, mais para te agradar também.
Dimitri vai para trás de mim, suas mãos deslizam pela minha cintura
enquanto ele apoia a cabeça no meu ombro. É como se ele quisesse ver as coisas
do meu ponto de vista, ou se necessitasse essa proximidade.
— Você quer a minha aprovação? — Sua voz rouca sussurra no meu
ouvido, ele morde a ponta da minha orelha, enviando uma onda de arrepios pelo
meu corpo.
— Não preciso de algo que já tenho, Dimitri. — Respondo de forma
convencida.
— Bom, porque a única coisa que você precisa é do meu pau na sua
buceta. — Suas palavras sujas trazem à tona a mulher selvagem dentro de mim.
— Senhor Petrov? Faça mais e fale menos. — Mando, pego a mão dele
da minha cintura e começo a guia-la pelo meu corpo, passando por todos os
lugares que desejo que ele me toque. Começando pelos meus seios e descendo
pela minha cintura, até a minha buceta. — Preciso de você, Dimitri. Eu quero
que me foda.
Ele se afasta de mim.
— Hoje eu vou fazer amor com você, vamos deixar a parte de foder para
outro dia. — Ele entra no banheiro e me deixa só no quarto.
Sem perder tempo, tiro minha roupa, ficando apenas de calcinha e sutiã e
subo na cama, me posicionando de forma que ele tenha uma bela vista. Dimitri
não me decepciona, entrando no quarto com uma toalha em volta de sua cintura,
e com água escorrendo por seu peito.
Lambo meus lábios com o pensamento de trilhar aquela gota escorrendo
por seu peito, com a minha língua. Dimitri é o tipo de homem que devia vir um
tipo de aviso de segurança.
— Que bom que já se despiu. — Seu olhar corre pelo meu corpo,
enquanto faço o mesmo, admirando sua ereção enorme.
Engatinho pela cama e paro em sua frente.
— Posso ser obediente, de vez em quando. — Puxo a toalha de sua
cintura e jogo ela no chão do quarto. — Principalmente quando isso inclui nós
dois e um quarto. — Começo a masturba-lo devagar, e ele solta um gemido.
— Você é perfeita para mim. — diz acariciando meu rosto, em seguida
ele segura minha nuca com força e me beija.
Por mais que ele esteja me distraindo, continuo acariciando seu pênis.
Não tenho palavras para dizer o quanto esse jogo me excita e o quanto gosto do
que estamos fazendo.
Dimitri força seu corpo em cima do meu, subindo em cima de mim,
enquanto caio de costas na cama. Sua mão corre pelo meu corpo, passando pelas
minhas pernas e quando ele chega perto da minha buceta, ele muda seu ataque e
continua subindo, pela minha barriga e seios. Minha buceta incendeia com seu
toque, e a forma suave como ele está me tocando, me deixando arrepiada e
pronta para ser tomada.
— Ohh... Deus ... — Gemo, quando puxa meu sutiã para baixo e chupa
meu mamilo.
— Silêncio Allyssa, você só pode falar quando eu deixar. — Avisa.
— Por favor. — Imploro.
Ele me pega de surpresa colocando um dedo na minha boca.
— Mandei ficar quieta. — Avisa. — Chupe. — Manda e eu obedeço.
Sem aviso, ele tira o dedo da minha boca e com um puxão firme, rasga
minha calcinha jogando-a do outro lado do quarto. Seu dedo entra na minha
boceta, enquanto ele estimula meu clitóris com um, outro está entrando e saindo
de mim.
— Tá gostando, é? Imagina quando meu pau tiver dentro de você, o
quanto você vai gostar. — diz aumentando o movimento dos seus dedos dentro
de mim.
— Por favor, Dimitri.
— Por favor o que? — Pede com um sorriso safado.
— Me foda!
— Não! Não sem antes te fazer gozar nos meus dedos e na minha boca.
— Fala.
Os planos dele esta noite são de me enlouquecer de prazer.
—Sinto a sua buceta se contraindo em torno dos meus dedos, ela está
pronta para gozar. — Diz com o mesmo sorriso safado e malvado em seu rosto.
— Não resista, quanto mais você lutar contra esse prazer, mais tempo vai
demorar para ter meu pau dentro dela.
Gozo em seus dedos e ele espera até a última onda de prazer deixar o
meu corpo para só então, tirar os dedos de dentro de mim e leva-los a boca,
provando meu gosto.
— Boa menina. — Elogia. — Você tem um gosto tão bom.
— Agora podemos ir para a sua boca. — Provoco, não vendo a hora de
ter seu pau dentro de mim.
— Isso tudo é pressa para ter o meu pau dentro dela, ou você está ansiosa
para ter a minha língua fodendo essa bocetinha deliciosa? — Pergunta e vai
descendo pelo meu corpo deixando uma trilha de beijos por toda a minha barriga
até chegar na minha boceta.
Os movimentos que ele faz com a língua no meu clitóris, me deixam
louca e me fazem erguer o quadril e emaranhar meus dedos em seus cabelos.
Mais uma vez não demoro muito para gozar em sua boca. Esse homem deveria
ser considerado um perigo para a sanidade feminina, ainda bem que ele é só
meu.
— Nunca provei nada tão delicioso como você, e acredito estar ficando
viciado em seu gosto. — Fala e se aproxima de mim, me beijando e me fazendo
provar meu gosto em seus lábios. — Agora sim, eu vou te foder. E quando
estiver gritando de prazer, vou gozar dentro de você e te engravidar. — Dimitri
entra em mim sem aviso, me fazendo dar um grito surpreso.
Ele me fode com força e rápido, e em alguns momentos ele diminui o
ritmo, indo lendo e me beijando, tocando meus seios e deixando uma trilha de
mordidas pelos meus seios e pescoço. Essa mistura de lento e rápido, bruto e
suave, me deixa louca.
— Por favor Dimitri, mais rápido. — Peço, necessitando que ele me foda
com força.
Essa necessidade intensa que ele tem por mim, me fazendo perder o
controle, me excita, e não preciso que ele me diga, eu mesma posso ver que
tenho o mesmo efeito sobre ele. Somos loucos um pelo outro, e temos uma
química que é difícil de se encontrar
— É isso o que você quer? — Aumenta o ritmo, metendo em mim com
força.
— Sim...Ohhh...Deus sim. — Grito, prestes a gozar pela terceira vez em
um curto espaço de tempo
— Ainda não, Allyssa. — Diminui o ritmo.
— Por favor, Dimitri, eu preciso gozar.
Será que esse homem não tem noção do que ele faz comigo? Se ele
soubesse não estaria tentando me fazer conter meus orgasmos
— Eu sei Baby. — Fala, e como se soubesse que eu não conseguiria me
segurar por mais tempo, ele enterra a cabeça no meu pescoço e ordena, com um
gemido, que eu goze. Me seguindo pouco tempo depois. — Isso foi incrível! —
Elogia, e então diz: — Eu amo fazer amor com você.
— Eu também amo fazer amor com você, mesmo que o nosso jeito seja
bruto. — Brinco, ele está caído em cima de mim e por mais pesado que ele seja,
não quero que ele se afaste e quebre o nosso momento.
— Não somos brutos, apenas temos o nosso próprio jeito. — Morde meu
pescoço de forma provocativa.
— Dimitri! — Dou um tapa de leve nele, ele rola de cima de mim. Um
pensamento me ocorre e não consigo evitar perguntar a ele. — Por que não
conheci o seu pai? — Sei que ele é um homem difícil, mas se vou me casar com
o filho dele, preciso ao menos conhecê-lo.
— Meu pai é uma pessoa ruim, mas se você quiser conhece-lo, e do jeito
que te conheço, sei que quer, vou providenciar isso.
— O jeito que vocês falam dele, me parece mais um monstro do que um
homem.
Dimitri me aperta contra ele, tenso.
— Não se engane pela aparência dele, mesmo a abeira da morte, ele
aparenta ser forte e bonito, mas no fundo, é um monstro. — Explica.
— Vendo você e seus irmãos, o estrago que ele fez em vocês, a última
coisa que farei é confundir um rosto bonito. — Digo. — Muitas vezes são os
rostos bonitos que escondem o mal. — Não gosto do clima que fica, então mudo
de assunto. — Precisamos voltar para casa hoje?
— Apenas se você quiser, Willow estava mais do que feliz em cuidar do
Zack esta noite.
Dimitri sobe em mim, e logo estamos fazendo amor mais uma vez.
Capítulo 23
Alice
Como um favor para o meu chefe, trouxe Apolo para minha casa,
surpreendentemente, Czar nos acompanhou. Eu ainda não entendi qual é a
desses dois, e sinceramente? Nem quero. Revirando os olhos, pego meu
computador e vou para o meu escritório, em uma tentativa de evitar as brigas
entre os dois homens loucos.
Preciso trabalhar para corrigir as falhas no sistema dos Petrov, Dimitri
pode até ter deixado passar essa falha sem muito alarde, mas seu que ele não vai
perdoar uma próxima, e é minha cabeça que está em risco aqui.
— Posso entrar? — Czar pergunta, depois de dar uma leve batida na
porta.
— Já entrou. — Respondo, sem desviar meus olhos do meu computador.
— Se bem me lembro, fiquei de te mostrar uma coisa, hoje mais cedo. —
Provoca.
— Você me mostrou uma coisa sim, e não foi seu pau, e sim sua
personalidade estúpida — Digo. — E sendo sincera, sinto que sei o suficiente
sobre os dois.
— Gosto desse jogo e de provocação que estamos sempre jogando, mas
não quero que essa briga de homem te afaste, essa situação não me agrada. — Se
aproxima. — Estou nervoso com esse cara, e não entendo o que está
acontecendo comigo
Czar está nervoso, embora ele seja um mestre em esconder seu
nervosismo, e algumas de suas reações, consigo ver na forma como ele passa a
mão pelo cabelo, e como ele anda de um lado para o outro a cada pouco tempo.
— O que você acha que pode ser? — Finalmente quebro meu silêncio.
— Se eu descobrir, prometo que será a primeira a saber. No momento
tudo o que sei é que não gosto das provocações do Apolo, e odeio que fique
perto dele.
— Não sou sua propriedade, faço o que eu quero a hora que eu quero. —
Me levanto. — Você não é meu dono!
— Seu dono? — Repete exasperado. — Não sou seu dono! Sou um
homem esperto, que jamais cometeria o erro de pensar que posso te controlar
fora do quarto, mas lá dentro as coisas mudam de figura.
Sou pega de surpresa por suas palavras, e demoro um tempo para
entender o que ele acabou de dizer, nesse meio tempo, Czar sai do escritório e
me deixa sozinha com meus pensamentos, e com o trabalho que precisa ser feito.
Ainda estou pensando no que Czar me disse, quando Apolo entra com
um sorriso arrogante. Eu admito que Apolo é um homem lindo, mas eu não me
atreveria a comparar sua beleza comum, com a beleza exótica do Czar, com sua
pele negra e olhos verdes claro, seu corpo musculoso e cheio de tatuagens, a
cicatriz que ele tem no canto no olho.
— O que você quer? — Peço, sem paciência.
— Falar com você sem que o seu cão de guarda tente me atacar. — Ele
se aproxima de mim, para ver meu o meu trabalho. — Não me leve a mal, ele
gosta de você e eu gosto de provoca-lo.
— Então, só ele se sente atraído por mim? — Provoco, lembrando de sua
reação ao me tocar mais cedo.
— Admito que sou atraído por você, gostaria de te foder e saber como
essa sua buceta se sente em volta do meu pau. — Fala e me mexo de forma
desconfortável na cadeira. — Mas não me leve a mal, não sou o homem certo
para ninguém, e nem quero me prender. E sendo sincero, vejo que você está
nessa fase, também vejo como se olham.
— Eu nunca disse que estava atraída por você, assim como nunca disse
que estava atraída pelo Czar. Mas ele tem uma coisa diferente que me deixa sem
ação. — Admito. — Mudando de assunto, quero sua ajuda para blindar meu
sistema. Como você passou por ele? — Pergunto curiosa.
Passamos quase toda a noite trabalhando no sistema de segurança e não
deixei de perceber que Czar não chegou perto do escritório. Onde ele foi? Me
levanto e enquanto Apolo resolve alguns negócios, vou procurar por ele.
— Você viu Czar? — Pergunto a um dos seguranças que Dimitri enviou.
O homem faz uma careta antes de me responder.
— A ex dele ligou, ela estava ameaçando vir aqui. — Responde. — Ele
disse que não a queria perto de você.
A vida do Czar é uma caixa de surpresas que eu não me canso de
descobrir.
— Posso saber qual era a emergência?
— Não é da minha conta o que está rolando entre vocês dois, Alice. — O
homem começa. — Tudo o que eu sei é que, Czar era casado com a Francesca e
então, ele descobriu que ela o traia com o pai dele, então ele terminou cm ela e a
jogou mandou embora. Todos sabemos que ele nunca a amou, então não tem
razão para se preocupar, se quiser saber mais, fale com ele.
Por que eu discutiria isso com ele?
— Não tenho o que perguntar. — Volto para o escritório.
— Encontrou ele? — Apolo pergunta assim que entro.
— Ele saiu, foi resolver um problema com a ex.
Não quero pensar ou admitir o quanto o fato dele ter sido casado com
outra pessoa me deixou irritada e até mesmo um pouco chateada.
— Quer fazê-lo pagar pelo que fez ou não fez?
— Como assim?
Apolo me puxa para seu colo, e antes que eu perceba o que está
acontecendo, ele está me beijando. Logo escuto um pigarreio atrás de nós e
quando me viro, encontro Czar parado na porta nos encarando.
— Talvez devêssemos fazer uma festa a três, assim fica mais fácil para
você decidir qual o melhor.
A ideia de fazer um trio com esses homens não deveria me deixar tão
excitada, mas só com o pensamento de estar entre eles, minha boceta ficou
molhada.
— Você parece bem excitada com a ideia. — Apolo comenta.
— Vamos fazer um teste. — Propõe Czar e logo a mão do Apolo que
antes estava na minha cintura, começar a subir minha camiseta, revelado minha
barriga e então ela entra na minha calcinha. Seus dedos habilidosos brincam com
meu clitóris, sentindo os sulcos da minha buceta. —Ela está encharcada com a
ideia de nos ter dentro dela.
Czar fecha a porta e entra no quarto, ele se aproxima de mim e logo
tenho dois pares de mãos correndo pelo meu corpo, meus seios e minha bunda.
Sinto a ereção de Czar contra a minha barriga e a de Apolo contra a minhas
costas. Eles estão me provocando e não sei se tenho chances de lutar contra o
que estou sentindo.
— Sente-se na mesa e abra as pernas. — Czar dá a ordem, e só então
percebo que minha calça se foi e que estou apenas de calcinha. Faço o que eles
mandam e quando abro as minhas pernas eles arrancam a minha calcinha e
jogam ela no chão.
Czar aproxima o rosto dele da minha boceta e começa a passar a língua
em meu clitóris, enquanto isso Apolo está lambendo meus seios e chupando
meus mamilos. A fome que Czar mostra ao chupar meu clitóris, prendendo-o na
boca, me deixa louca, e logo estou gozando em sua boca.
Nunca pensei que ficaria tão confortável entre dois homens. Ainda mais
quando ambos são tão diferentes entre. Apolo parece uma pessoa desesperada
pelo toque e desejo, ele não quer nada além de contato físico, é apenas sexo e
desejo. Enquanto Czar está prestes a me devorar, não meu corpo como minha
alma, ele me quer para si. Seus olhos estão famintos, e seu olhar está preso ao
meu, enquanto ele suga meu clitóris.
— Eu quero ambos dentro de mim. — Falo sem me importar com as
consequências das minhas palavras.
— Calma, delicia. — Czar se afasta e Apolo toma seu lugar.
— Que boceta gostosa. — Diz Apolo e então retoma seu ritmo em meu
clitóris.
Czar admira a cena de longe e então se senta na cadeira e alisa seu pau.
Eu não posso creditar que estou em uma cena como essa, estou prestes a ter meu
segundo orgasmo na boca de outro homem.
- Venha na minha língua, Alice. — Apolo manda e meu corpo o obedece.
Ele continua até me deixar limpa e então eu me levanto e fico de quatro
em frente a Czar, que de alguma forma consegue meter o pau dele dentro da
minha boca e me faz chupar ele enquanto, abre minha bunda dando acesso ao
Apolo.
— Você já deu essa sua bundinha empinada para alguém? — Pergunta.
Concordo com a cabeça, sem conseguir formular uma frase. — Ótimo. — Fala e
mete na minha boceta para lubrificar, então tira e mete na minha bunda.
— Isso. — Gemo.
Sem querer parar de chupar o pau do Czar fico decepcionada quando ele
se afasta e se senta em uma cadeira.
— Monte meu pau. — Manda e eu me sento em seu colo com aquele
monumento que ele chama de pau, o homem é enorme e mesmo Apolo sendo
grande, não chega aos pés do Czar.
Monto Czar que prende meus seios em suas mãos, Apolo chega por traz e
me fode na bunda. Esses dois homens vão me deixar desidratada de tanto gozar.
— Então já fez sua escolha? — Czar pergunta, comigo caída em cima
dele. — Qual dos dois você prefere?
Ele não sabe que eu o escolhi, antes disso tudo?
Capítulo 24
Dimitri
Faz cinco dias desde o pedido de casamento, estou muito ansioso para
que chegue logo o dia do casamento. Sempre que pensei em casamento, era uma
função, um cargo que eu teria que ocupar em nome dos negócios, agora, faltando
três dias para o meu casamento com a mulher que eu amo, percebo que eu nunca
seria capaz de me casar pelo bem da família.
— Aonde você pensa que vai? — Pergunto vendo Abby passar pela sala
com um vestido colado e curto.
— Aonde eu vou? — Me olha debochada, mas não responde minha
pergunta.
Minhas irmãs e Allyssa se uniram, na verdade, a aliança feminina aqui
em casa está tão forte, que elas ignoram o fato de eu ser o irmão delas, e estão
dando uma festa de despedida de solteiro.
— Não se faça de idiota.
— Lamento maninho, mas não vou te contar onde vai ser a festa da Ally.
— Responde, se sentando ao meu lado e colocando a mão no meu ombro. —
Você vai ter sua festa, e a Ally vai aproveitar a dela, e se pensar em me irritar,
vou tornar esse evento dez vezes pior. — Depois da ameaça, Abby se afasta, me
deixando sozinho com meus pensamentos.
Não posso deixar Allyssa na mão das minhas irmãs, em dias normais,
Willow e Abby são terroristas, mas quando elas querem me fazer infeliz,
terroristas se tornam santos perto delas.
Assustado com a possibilidade das minhas irmãs desviando Allyssa, me
levanto e corro para o meu quarto. Allyssa me disse que quer falar comigo antes
de sair, se eu tiver sorte, consigo prendê-la no quarto comigo, e nós dois teremos
nossa festa privada.
Infelizmente meus planos são arruinados, quando entro no quarto, a única
coisa que encontro é um papel em cima da cama. Abby estava me distraindo na
sala, era tudo um plano para levar minha mulher.
Pego o papel e leio:
Dimitri,
Suas irmãs não me deram tempo pra me despedir de você, elas
disseram que não me deixaria sair de casa. Mas fica tranquilo, eu prometo me
comportar, e não faça nada que vá se arrepender depois.
Com amor
Sua Allyssa.
PS: acha que minha bunda fica grande nesse vestido?
O tablet em baixo do papel tem como papel de parede a foto da Allyssa,
usando um vestido colado que tem uma abertura enorme nas costas, como se isso
não bastasse, a bunda dela parece perfeita nessa foto. Eu quase tenho um infarte
olhando essa foto, todo maldito homem vai olhar o que é meu.
— Gatinha sua bunda sempre fica grande. — Penso em todas as vezes
que fizemos amor essa semana e em todas elas a minha mão acabava apertando
sua bunda gostosa.
— Falando sozinho? — Meu irmão entra no quarto acompanhado do
Czar.
— Você sabe a merda que me meteu? Se eu for em um clube de strip
como você planeja a Allyssa também vai em um maldito clube. — Digo,
passando por ele. — E sabe o quando vou odiar ter que matar uma pessoa antes
do meu casamento? Ainda mais um irmão? — Pergunto com raiva, Dominic
passa por mim no corredor, ignorando minha raiva. — Por que você está com
essa cara? — Encaro meu amigo.
— Por que? Mal consegui minha garota e o puto do seu irmão a manda
para uma despedida de solteiro com a sua mulher. — Reclama.
— Que garota? — Pergunto, torcendo para que não seja minha irmã, ou
terei que mata-lo.
— Alice, a gente está junto. — Explica. — Eu não fazia ideia da fera na
cama que ela é, sem contar que ela gosta de ir a clubes.
— Gostam de assistir os outros?
— Não, nós gostamos de ser assistidos.
— Interessante. — Respondo. — Não sei se gosto da ideia de alguém me
assistindo.
Na verdade, eu odeio a ideia de alguém me assistindo enquanto fodo
minha mulher.
— E quanto a assistir? Já pensou em ir assistir?
— Não. — Entro no carro.
Preciso de novos amigos, o que está acontecendo com o Czar? Só me
falta agora ele me chamar para assisti-lo fodendo com a minha funcionária. Uma
funcionária um tanto quanto incompetente que me deu uma puta dor de cabeça
com a falha de segurança.
Pego meu celular e tento ligar para Allyssa, talvez descubra onde ela
está, e consiga convencê-la de fugir comigo para longe desses idiotas. Para
minha surpresa o lugar não fica nem dez minutos longe de casa, minha cabeça
imediatamente começa a dor quando vejo o lugar onde estamos. Os dois idiotas
me trouxeram para Kamaratã, que é uma casa noturna muito badalada e tem
shows com strippers.
Assim que paramos na frente um dos seguranças vem e abre a porta,
enquanto meu motorista leva o carro de volta nós estramos e somos levados para
a área VIP. Esse Club é usado por empresários já que oferece a privacidade em
salas exclusivas e longe da vista de curiosos, isso mantém a bunda casada deles
longe de problemas.
— Eu vou matar você. — Me sinto no dever de avisar ao Dominic.
— Não vai. — O bastardo sorri, e sai com Czar, me deixando sozinho.
Me sento e as luzes do palco se apagam, uma música começa a tocar. Eu
já frequentei lugares assim, nunca por entretenimento, e sempre por negócios.
Dominic deveria saber que algo assim não me chama atenção. Não quero ver
esse show, então tateio meu bolso em busca do meu celular, estou curioso para
saber se Ally respondeu minha mensagem.
Quanto mais eu procuro meu celular e não encontro, mais tenho certeza
que criei um irmão trombadinha.
Em meio a minha busca pelo celular, algo me chama atenção no palco e
quando uma meia luz acende, uma morena começa a mexer o quadril de forma
sensual, rebolando. Ela passa a mão pelo corpo e ergue os cabelos mostrando o
pescoço, quando ela se vira e solta a máscara que está usando meu sangue ferve.
A mulher no palco é Allyssa, tirando a roupa no palco como uma
stripper.
Por que ela está fazendo isso?
— ALLYSSA... — Grito, mas ela não me escuta. Me levanto e vou até a
porta que está trancada. Não posso acreditar que isso está acontecendo. —
Dominic? — Chamo. — Czar? — Mais uma vez nada. — Vou matar vocês dois!
Seus filhos da puta.
Cansado dessa merda de situação, chuto a porta, é quando percebo que as
salas são feitas com isolamento acústico. Esses filhos da puta estão mortos!
Volto para o vidro, e vejo Allyssa tirando a roupa, o olhar dela fixo onde estou.
Será que ela sabe que estou aqui e não liga que outros homens estejam
vendo o que me pertence?
Volto para a porta e atiro na maçaneta, finalmente a porta se abre, e como
um furacão, corro na direção do palco. Não tenho certeza se as outras salas estão
cheias ou não, quem quer que esteja nelas, pode se considerar morto. Quando
paro em frente ao palco, Ally está ajoelhada, nua.
— Você demorou. — Engatinha pelo palco, vindo na minha direção.
— Sabia que eu estava aqui? — Pergunto. — Fez tudo isso de propósito?
— Claro que sim, festamos só nós dois aqui. — Finalmente olho em
volta e percebo que estamos apenas nós dois aqui, tirando o barulho da música
alta, tudo está quieto. — Eu não queria passar minha última noite de solteira
longe do meu futuro marido, embora, eu ache que você não apreciou o show.
Não corrijo ela, como eu apreciaria o show enquanto tinha um ataque do
coração?
— As câmeras de segurança? — Pergunto, deixando que ela me empurre
para a cadeira em frente ao palco.
— Seus irmãos me ajudaram, o que significa que as câmeras estão
desligadas. — Ela sorri. — Eles gostam de ver o irmão mais velho desesperado.
Allyssa se afasta antes que eu possa dizer alguma coisa, ela volta ao
palco e começa a dançar de forma sensual. Suas mãos correm por seu corpo
enquanto ela mexe o quadril de um lado para o outro, seu olhar me provoca e me
instiga.
A tensão de antes é esquecida e meu pau fica duro em antecipação do que
vem pela frente, eu nunca me senti tão excitado como estou nesse momento, e é
tudo graças a essa mulher maluca que tem como objetivo me deixar louco.
É bom que ninguém além de mim a veja desse jeito, se outra pessoa a
tivesse visto desta forma, eu teria caçado e matado com minhas mãos.
Enquanto dança, Allyssa vai se aproximando aos poucos e quando chega
na minha frente ela rebola e se senta no meu colo. Coloco minhas mãos em sua
cintura dela e a seguro, mas ela se solta com um movimento rápido se vira e
acaba de frente para mim.
— Gostou do show? — Sussurra no meu ouvido.
— É difícil não gostar, ainda mais quando você rebola desse jeito. —
Falo e passo minhas mãos pela cintura dela, descendo até sua bunda a apertando.
Ao mesmo tempo ela vai abrindo os botões da minha camisa enquanto dá beijos
no meu pescoço.
No momento que as mãos da Allyssa abrem minha calça, e ela puxa meu
pau para fora, prendo a respiração, ansioso pelo seu próximo movimento.
— Gosta de estar no controle? — Pergunto.
— Eu sempre estou no controle. — Se afasta de mim, saindo do meu
colo e caindo de joelhos na minha frente.
Allyssa desliza a língua pela ponta do meu pau, me provocando e não
consigo conter o gemido que me escapa. A visão da mulher que eu amo,
ajoelhada na minha frente chupando meu pau, é maravilhosa. Ela acaricia
minhas bolas com uma mão, enquanto com a outra ela masturba a base do meu
pau, quando estou prestes a gozar, Ally se levanta e se senta no meu colo,
guiando meu pau dentro de sua buceta, ela me cavalga, enquanto seu belo par de
peitos balançam em frente ao meu rosto.
— Você vai acabar me matando assim. — Falo quando ela gira o quadril
e me toma mais fundo dentro dela.
— Está gostando? — Pergunta entre gemidos.
Não acredito que ela está me perguntando isso.
— Estou amando.
Nós gozamos juntos, pouco tempo depois.
— Isso foi incrível. — Diz, escondendo seu rosto no meu pescoço.
— Sim foi, mas ainda não acabou. — Pego ela e coloco deitada em cima
do palco. — Abra suas pernas, eu quero ver sua boceta.
Allyssa me obedece como uma boa puta faria, ela abre suas pernas e dou
um tapa em sua buceta, o som do ato seguido de seu grito é música para meus
ouvidos. Levanto suas pernas nos meus ombros e chupo sua buceta, fodendo-a
com a minha língua, em seguida sugando seu clitóris, até que ela goza. Quando
se trata da Allyssa meu corpo reage de forma animalesca, não consigo me conter
até que ela goza pela segunda vez. Só assim eu me afasto, subindo em cima dela
e deixando uma trilha de beijos por sua barriga, até que chego em sua boca e a
beijo, fazendo com que ela prove do seu próprio gosto.
Ofegante ela fala:
— Se essa foi a punição pelo que fiz hoje, lamento te informar que isso
me deu vontade de fazer mais vezes.
— Não se atreva, ou da próxima vez vou foder sua bunda. — Ameaço.
— Se você se comportar bem, quem sabe ela não é seu presente de
casamento? — Pisca para mim. — Agora, se levante, temos que nos arrumar
antes que eles cheguem.
— Eles quem? — Pergunto enquanto ela se levanta e corre pegar suas
roupas atrás do palco.
— Nossos amigos e família. — Responde, e gosto de como ela me
aceitou na vida dela a ponto de considerar meus amigos, como os dela.
— Eu te amo. — Falo, observando enquanto ela se veste.
— Eu também, agora recolha seu pau e se arrume. — Manda com a mão
na cintura. — Não quero compartilhar você com os outros.
— Agora você sabe como me sinto sobre você dançando.
— Não seja chato, essa surpresa foi só para você.
Nós nos arrumamos e ficamos prontos bem a tempo dos nossos amigos e
familiares chegarem, melhor despedida de solteiro de todas.
Capítulo 25
Allyssa
Depois da nossa noite incrível, onde além de comemorar com Dimitri,
nos reunimos com as pessoas que são importantes para nós, as coisas ficaram
malucas. No dia seguinte, nossa agenda estava uma loucura, além de ter a última
prova do meu vestido, Dimitri está me levando para conhecer seu pai.
Todas as pessoas que conheci temem Miguel Petrov, não sei como vai ser
estar cara a cara com o homem que fez tanto mal ao meu homem e seus irmãos.
Sem contar em como ele fodeu o relacionamento entre os filhos do casamento e
os de fora, que não tem interesse em conhece-lo.
— Respira, não tem motivo para se preocupar. — Dimitri me abraça. —
O velho mal fala direito, se isso te ajuda.
— Ele é seu pai, não fale assim. — Tento observar seu rosto, mas ele me
prende e não consigo uma vista.
— Ser pai vai muito além de doar esperma, e de bancar luxos. — Fala.
— Exige sacrifícios, e estar dentro da máfia faz com que isso seja ainda maios.
— Isso não responde nada. — Digo.
— É complicado, nossa relação se perdeu há muito tempo. — Explica.
— Não quer tentar se aproximar dele? Ele está morrendo.
— Você faria as pazes com seu avô depois de tudo o que ele te fez? —
Pergunta e eu sei exatamente onde ele quer chegar.
— Seu pai te afastou do seu filho e fez acreditar que ele estava morto? —
Rebato.
— Não, mas ele matou a minha mãe. — Me pega de surpresa. — Ou
talvez ela só tenha fugido dele e abandonado os filhos na mão desse monstro.
Fico quieta, não estamos aqui para competir qual dos dois teve a vida
mais fodida e merece odiar mais seus responsáveis. Não quero que Dimitri fique
de mau humor, então o puxo para mim e o beijo. Não vou ser tola e deixar que a
podridão das nossas famílias acabe com nosso momento.
Quando estamos sem fôlego me afasto dele.
— O que foi isso?
— Minha tentativa de evitar uma briga. — Sorrio. — Funcionou?
— Sim. — Sorri, mas o olhar preocupado logo volta. — Não tenho medo
de te deixar perto dele, meu pai mal fala, mas vou ter um problema se ele tentar
machucar você.
Paramos em frente a porta do quarto de seu pai, e eu concordo com ele.
Não sou tola em pensar que o homem dentro deste quarto é totalmente
inofensivo, um homem que ensinou seus filhos a matar desde crianças, é alguém
que não é inofensivo.
— Tudo bem. — Murmuro, quando entramos no quarto.
— Allyssa, esse é o meu pai, Miguel Petrov. — Apresenta.
Fico um pouco chocada ao me deparar com um homem bonito e que não
aparenta ter a idade que tem. Se não fosse pelas coisas que Dimitri me disse a
respeito do seu estado de saúde, eu jamais pensaria que ele é mais velho que o
filho.
Dimitri querendo ou não, puxou o pai em sua beleza.
— É um prazer te conhecer. — Me aproximo.
Miguel não me responde, apenas me encara com um brilho diferente no
olhar. O homem, que a essa altura não consigo chamar de velho não responde,
apenas faz alguns sons e resmunga. Não o conheço o suficiente para afirmar,
mas posso jurar que ele me pareceu feliz? Talvez eu apenas esteja louca em
busca de aprovação.
Dimitri se afasta de mim por um segundo, se virando para o homem que
está parado ao lado da porta.
— Como meu pai está?
O homem assume uma postura respeitosa, parecendo nervoso.
— Tendo seus altos e baixos, mas está muito bem.
Tudo o que vejo aqui me parece um pouco ensaiado, é como se estivesse
vendo um teatro bem ensaiado. A forma física do Miguel, o jeito como seus
olhos brilham cheios de vida e expressivos, parece um pouco ensaiado. Ele está
fazendo esse teatro para mim, ou estou ficando maluca e vendo coisas onde não
tem?
O homem continua conversando com Dimitri, desviando minha atenção
do seu pai.
— Acredito que a presença dos filhos ajudaria seu quadro, assim que
soube que tem um neto ele insistiu em vê-lo.
O pedido não me parece nada de mais, Miguel está curioso sobre o neto,
é seu direito conhecer o neto.
— Não. – Dimitri protesta. — Não vou discutir isso com Dimitri aqui,
ele é a autoridade nesse lugar. Mais uma vez volto minha atenção para seu pai.
— Nós devemos ir, temos um dia cheio.
Claro, o casamento que vai acontecer amanhã e que está me tirando do
sério.
— Seu pai vai comparecer? — O enfermeiro pergunta.
Dimitri dá de ombros.
— Se ele quiser comparecer, tudo bem. — Ele estende a mão para
sairmos. — Veja como ele se sente, não quero força-lo a nada.
— Ele quer. — Garante o empregado.
Dimitri não se dá ao trabalho de responder o homem, e quando estamos
do lado de fora decido que é hora de conversar com ele.
— Dimi... — Ele me cala com um beijo, quando nos afastamos levo um
tempo para nos recompor, só então volto ao assunto. — Sei que ele não foi um
bom pai para vocês, mas espero que você seja superior a ele. Não se engane em
pensar que não o odeio pelo que ele fez, porém, por mais que eu não o conheça,
vi em seus olhos que ele está arrependido.
— Como pode dizer algo assim tendo o visto por apenas alguns minutos?
— Acho que o observei por tempo suficiente, vocês não olham para ele,
eu fiz isso. — Dou de ombros. — Você fez perguntas sobre meu avô, agora é
minha vez.
Dimitri me leva até o nosso quarto, depois de entrarmos, ele tranca a
porta e se senta na cama.
— Faça suas perguntas.
Tento lembrar de tudo que ele me disse, colocando meus pensamentos
em ordem.
— Primeira pergunta, você disse que seu pai passou mal duas vezes, e
que em nenhuma delas vocês estavam aqui, isso é verdade?
— Ele não fazia muita questão de nos ter por perto, meus irmãos e eu
sempre viajamos quando tínhamos tempo livre. — Responde. — Então a reposta
é sim.
— Seu pai pode estar fingindo?
Dimitri franze a testa.
— O que te fez pensar isso?
— Não sei — dou de ombros — vi a forma como te olhou, algo me diz
que ele se arrependeu do que fez e que está com medo de não conseguir se
aproximar de vocês, então inventou essa doença.
— Meu pai não teria me passado o cargo de capo, se fosse fingimento. —
Diz. — E eu já teria percebido.
— Talvez ele queria te presentear, achando que era algo que você queria.
— Continuo. — E como teria percebido isso? Vocês ficam distantes, esperando a
morte dele.
Dimitri finalmente entende o que estou tentando dizer.
— Vou ver o que faço, você está certa, não passei muito tempo com ele
para ter certeza disso.
— Basta ficar de olho nele e ver o que acontece. — Me sento ao seu lado
na cama. — E sobre o Zack, acho que seria bom ele conhecer o avô. Se seu pai
estiver doente mesmo, quero que ambos tenham a chance de se conhecer, não
vamos tirar essa chance deles. — Dimitri me surpreende me deitando na cama e
subindo em mim. — Infelizmente, querido, não temos tempo para isso.
— Tem certeza?
— Sim, não quero correr o risco do meu noivo me abandonar no altar. —
Brinco. — E suas irmãs podem entrar aqui e me arrastar.
— Acho impossível ele sair correndo de você, só se ele for maluco. —
Me dá um beijo, e se afasta. — Só vou te deixar ir, porque não quero minhas
irmãs me irritando.
Um barulho na porta chama nossa atenção, logo Abby aparece na porta.
— Já estamos aqui, portanto faça o favor de deixa-la sair. — Avisa.
Dimitri reclama.
— Eu odeio minhas irmãs.
— Não odeia. — Me levanto e começo a me recompor. — Precisa levar
Zack para conhecer seu pai.
Dimitri não discute, o que é uma boa coisa, sinal de que ele entendeu
onde quero chegar com a nossa conversa.
—Allyssa Petrov, você anda muito mandona ultimamente.
— Ainda não sou uma Petrov. — Respondo. — Você sabe que está nas
minhas mãos.
— Quem disse? — Seu sorriso é divertido.
— Não sei, talvez seja seu pau que sempre está pronto para me foder. —
Aponto para sua ereção.
— Não sou tolo e discutir quando se tem evidências. — Pisca.
Saio do quarto e me deparo com Willow e Abby me esperando na porta,
claro que a mais nova dos Petrov estava com o ouvido colado na porta ouvindo
descaradamente nossa conversa. Ela me espera sair para começar com sua
bronca.
— Qual é o problema seu e do meu irmão? Não precisam foder toda
maldita hora como coelhos. — Briga.
— Não é culpa minha que seu irmão saiba foder bem. — Provoco.
— Preciso dizer que isso foi desnecessário? Não quero saber como meu
irmão fode, nem preciso saber que ele fode. — Abby faz uma careta, enquanto
Willow cora. — Prefiro pensar que meus irmãos são eunucos.
— Meio difícil com Dominic saindo sempre. — Dico, então me viro para
Willow. — Vai dizer que nunca fodeu com ninguém, Low?
— É claro que a Low já deu essa periquita, a diferença é que ela gosta de
enganar e manter a pose. — Willow não concorda e nem discorda da irmã, e
como o ditado diz que quem cala consente, vou interpretar como um sim, e me
manter quieta. — Se já acabamos com essa conversa toda, vamos ao SPA,
preciso ficar gata e pegar algum gostoso, ando numa seca danada.
Willow se atém em silêncio acho que ela está escondendo alguma coisa,
ou quem sabe, apenas fugindo do que aconteceu no passado.
— Tentando conquistar alguém? — Peço para Abby quando saímos.
— Olhe para mim, sou uma mulher que não preciso me produzir para
conquistar homem nenhum. — Ela ri. — Na verdade, os homens que deviam se
produzir para nos agradar, ainda mais levando em conta seu cérebro limitado.
— Homens só aprendem isso quando nos perdem, — Concordo.
Sem querer percebo que atingi um ponto doloroso para Willow, não sou
cega a sua história com o motociclista quente, que agiu como um idiota, mesmo
não sabendo muitos detalhes, acho que nem mesmo Dimitri, que é o irmão mais
próximo dela sabe.
Saímos da casa e nos deparamos com três seguranças, eles abrem a porta
do carro e depois que entramos, Willow e eu nos sentamos contra o assento do
motorista, enquanto Abby se senta próximo as portas, os seguranças a fazem ir
para o meio do banco, e se sentam perto das portas, impedindo nosso acesso a
elas.
— Meu irmão não quer correr o risco de você fugir. — Low diz, rindo.
— Eu jamais fugiria de uma massagem.
— Por que tanta dor nas costas? — Abby comenta, mexendo em seu
celular.
— Acredite, não vai querer saber.
— Você e meu irmão são a notícia do momento. — Conta, sem desviar
os olhos do celular.
— Como assim?
— Algo sobre você ter fisgado o bilionário mais desejado. — A forma
como ela diz mostra que tem mais coisa que ela não está me dizendo.
— Está mentindo.
— Não estou. — Nega, mas eu já puxei meu celular do bolso.
Tudo bem se ela não quiser me dizer, eu mesma vou descobrir isso.
Quando abro um site de notícias, quase tenho um ataque cardíaco quando vejo o
vídeo do Dimitri e eu na dispensa da casa, quando eu paguei um boquete para
ele.
Como isso foi parar lá?
Tremendo, ligo para ele.
— Eu já sei sobre o vídeo, estou tentando resolver essa situação. — Diz,
parecendo desesperado. — Por favor, não cancele o casamento.
Tem um vídeo intimo nosso solto por aí, e a preocupação dele é que vou
cancelar o casamento.
— Não vou cancelas, mas o que as pessoas vão dizer?
— Desde quando minha garota liga para o que vão dizer? — Responde.
— Não ligo para o que vão falar de mim, e quanto a você, o que eles vão
dizer?
— Que eu tenho a mulher mais perfeita do mundo? — Bufa do outro
lado. — Amor, se você não liga para o que vão dizer, por que eu faria? E outra,
somos um casal, esse vídeo foi divulgado ilegalmente, usando fitas de segurança
da nossa casa. Minha maior preocupação é tirar isso da rede e descobrir quem
invadiu o sistema de segurança.
— Tudo bem, será que podemos só tirar isso da rede e deixar o resto para
depois? — Pergunto.
— Eu também te amo, vou resolver isso, não se preocupe.
— Espero que resolva mesmo, caso contrário será conhecido como o
marido da boqueteira. — Ele ri do outro lado da linha.
— Te amo. — Diz e desligamos.
Sua declaração de amor mexe comigo, mesmo não sendo a mais
romântica. O engraçado é que nunca me importei com isso antes, e agora, essas
simples palavras fazem meu coração palpitar. Como a mulher esperta que sou,
ignoro os problemas e foco no meu casamento, não vão conseguir acabar com o
meu momento feliz.
Capítulo 26
Dimitri
Eu quero matar o filho da puta que invadiu os vídeos de segurança e o
vazou na internet, como se a ideia de ter nossa intimidade exposta, ainda tive que
lidar com os comentários que um monte de filhos da puta estava deixando no
vídeo. Tentei não deixar que a repercussão disso tomasse grandes proporções,
quanto mais demonstramos nos afetar, pior as pessoas ficam, e assunto leva mais
tempo para desaparecer.
Liguei para o meu advogado e exigi que ele desse um jeito em tudo isso,
desde compartilhamentos até comentários, quem chegar perto desse vídeo vai ser
processado. Quando ele perguntou sobre o que farei com quem vazou o vídeo,
disse que ele não precisava se preocupar com isso, bastava tirar o vídeo.
A próxima coisa que fiz foi ligar para Alice e Apolo, os dois tem muito
trabalho a fazer, ainda mais quando essa merda não devia ter acontecido. Ambos
me garantiram que o problema de segurança estava resolvido, mas ao contrário
do que pensamos, alguém entrou, e quero saber o que mais foi roubado.
— Vamos cuidar disso, Dimitri. — Alice diz.
— Cuidar disso? — Luto para controlar minha fúria. — Você devia ter
feito uma varredura no sistema.
— Eu fiz...
— Não, você não fez, se tivesse feito não teria um vídeo da minha
mulher solto na internet. — Rosno as palavras. — Cuidem disso, não vou aceitar
mais falhas.
Passei o dia e a noite observando os dois trabalharem e resolvendo alguns
problemas que surgiram. Quando o momento de me preparar para o casamento
chegou, eu fiz tudo rapidamente, para voltar e conferir o trabalho dos dois.
— Você ainda está aqui? Vai se casar em uma hora. — Dominic fala.
— Estou indo para a capela no jardim. — Respondo.
Um dos charmes da casa da minha família é a pequena capela que se
encontra em um canto mais distante da casa. Por sorte, o lugar não foi infectado
pelo casamento fracassado dos meus pais, na época do casamento deles, minha
mãe insistiu em se casar em uma capela italiana.
No caminho até o altar cumprimentando alguns amigos e familiares,
muitos estavam ansiosos para comparecer ao casamento, segundo os noticiários
ele será o evento do ano, devido sua exclusividade. O que mais chama minha
atenção no cenário, é meu pai em sua cadeira de rodas sorrindo com meu filho
em seu colo. Por um momento tenho o impulso de correr e tirar meu filho dos
braços dele, mas lembro do que Allyssa me disse.
Será que ela está certa e ele está fingindo?
Willow também está encarando meu pai com a testa franzida, sua
confusão me faz pensar que; ou ela sabe mais do que eu, ou ela está tão confusa
quanto estou.
— Nosso pai está muito feliz com Zack, será que tudo o que precisava
era dar um neto a ele? — Debocha.
— Algo me diz que ele está mudando. — Digo.
— Talvez ele sempre foi assim e nunca percebemos. — Respondo.
Não entendo de onde isso veio, mas sou um homem agora, se ele quiser
mudar vou aceitar essa mudança, como Allyssa disse, não posso privar meu filho
desse contato. E se ele estiver morrendo, vou tentar me aproximar dele, ser
superior e perdoar.
— Perdoou ele por tudo o que ele nos fez? — Dominic pergunta.
— Estou tentando, não sou mais criança, e quero ser superior, perdoar e
não odiar. — Dou de ombros. — Vamos mudar de assunto, não quero estragar o
que deve ser um dia feliz.
— Tudo bem. — Concorda.
Estou um pouco irritado conforme as pessoas vão entrando na capela,
muitas mulheres que tentaram de tudo para estar na minha cama estão aqui.
Espero não ter problema com elas hoje, isso pode se tornar um show e tanto.
— Quem diria que se casaria com uma Americana daquele tipo. — Uma
das convidadas se aproxima e passa a mão pela lapela do terno.
Afasto suas mãos de mim e a empurro, não ligando para quem assiste ou
se ela vai se machucar.
— No seu lugar, eu acreditaria. — Faço um sinal para os seguranças.
— Isso é por que ela chupa seu pau? — Debocha, criando uma cena. —
Ela não passa de uma vagabunda.
— Chupar o pau de um homem não faz de uma mulher uma vagabunda.
Agora, ser uma pessoa mesquinha e nojenta como você torna uma pessoa
desprezível, e se a gente for contar aqui, quantos paus nessa sala você já chupou
para tentar se casar? — Assisto com prazer quando a desgraçada arregala os
olhos.
— Você não pode fazer isso comigo! — Grita.
— Tire esse lixo daqui, e pela porta dos fundos, não quero meu
casamento arruinado por causa dessa puta. — Falo para todos ouvirem, minha
voz carregando um aviso. — E se mais alguém aqui fizer uma cena, não vou ser
cordial, vou resolver isso com um tiro.
Por sorte os seguranças a levam para fora, faço um sinal para Dominic
adicionar essa cadela na lista de pessoas que Apolo e Alice vão dar um jeito. Ela
devia saber que é errado se colocar no caminho de um Petrov.
Depois do drama as coisas se acalmam, meu pai não desgruda do Zack, e
preciso descobrir a razão por isso me afetar tanto. Por que o fato dele aceitar e
ser carinhoso com o meu filho parece ser mais importante para mim do que tudo
o que ele me fez?
Quando chega a hora marcada para Allyssa entrar na igreja, ela se atrasa
vinte minutos. O que não é um problema, não fico com medo porquê sei que ela
me ama e que não faria algo assim. Nos últimos tempos me peguei confiando
cegamente nela, algo que sempre foi difícil para mim.
— Ela está aqui. — Me avisam.
A marcha nupcial se inicia, não a comum, e sim música Mirrors.
Allyssa caminha graciosamente até o altar, seu vestido branco a fazendo
parecer um anjo. Ela está acompanhada do Czar, Zack e sua amiga loira estão
jogando flores pelo caminho, atraindo a atenção de todos com o quão bonitinhos
ambos estão, quando Zack para na minha frente, ele me entrega as alianças e sai
correndo, me surpreendendo ao ir direto para o colo do meu pai.
Quando finalmente Allyssa se aproxima de mim, pego sua mão e a puxo
para os meus braços, beijo-a devagar. Mesmo com todas essas pessoas nos
encarando, não deixo que isso me abale, aproveito cada momento do nosso
beijo, até que a música acaba e o ministro começa a cerimônia.
— Estamos reunidos aqui hoje para testemunhar a união deste belo casal
em matrimônio. — Ajusta os óculos. — Dimitri e Allyssa me pediram para ser o
mais direto possível. — Brinca. — E como eu normalmente costumo acatar os
pedidos dos noivos, vou deixar que ambos troquem seus votos, demonstrando
seu amor e selando sua união com suas próprias palavras. Estão com seus votos?
— Pergunta, e Allyssa e eu confirmamos com a cabeça.
Com um gesto de mão ele faz sinal para que Ally comece.
— Dimitri, eu não tenho certeza em qual momento da nossa história me
apaixonei por você. Pode ter sido há seis dias ou seis anos, talvez tenha sido no
caminho até aqui. — Provoca. — A verdade é que quando me apaixonei não
importa, o que importa é que o amor que sinto por você é tão grande, tão intenso,
que eu morreria por você aqui e agora. Você não tem apenas o meu corpo, o meu
coração e minha alma também te pertencem. E espero que nunca me deixe ir,
porque eu jamais vou querer sair do seu lado.
Uma lágrima solitária rola por seu rosto, em um gesto de carinho estendo
a mão e capturo a lágrima antes que ela cause algum estrago em sua maquiagem.
— É sua vez, senhor Petrov.
Eu nunca me senti tão nervoso em toda minha vida.
— O caminho que percorremos até esse momento foi longo, complicado
e cheio de imprevistos. — Falo, me virando para encarar os convidados. — Você
não é apenas a mulher que eu amo, você é a minha vida toda, meu coração,
corpo e alma. Há seis anos eu fui idiota, me assustei com o quão poderoso os
meus sentimentos por você eram, e cometi o maior erro da minha vida, erro esse
que vou morrer tentando reparar. Jamais te deixarei partir, você me deu tudo o
que jamais sonhei em ter, o nosso filho e o seu amor. — Olhando em seus olhos
digo: — Prometo diante de todas essas pessoas, diante de Deus e de todo o
universo, que serei seu melhor amigo, seu parceiro, seu amante, serei seu porto
seguro em todos os momentos que precisar, mesmo quando não precisar de mim
ou quando estiver irritada. Prometo ser um bom marido, bom pai não só para o
Zack, mas para todas as crianças que virão. — Levo um segundo para prender o
choro na minha garganta e concluir meu discurso. — Eu respiro e vivo você, e
qualquer pessoa que tentar te afastar de mim eu irei matar e fazer sofrer, mostrar
a todos que a minha família não é uma fraqueza e sim minha força.
Algumas pessoas fungam ao fundo, enquanto o ministro diz:
— O casal optou por ir direto para a parte do sim. — Explica mais uma
vez. — Allyssa...
— Sim! — Responde, sem dar tempo para o homem terminar suas
palavras, fazendo todos darem risada.
— Dimitri Petr...
— Sim! — Respondo, mais uma vez os convidados dão risada.
— Podem trocar as alianças. — Allyssa e eu não perdemos tempo.
A aliança que escolhi para ela é fina e delicada, com uma pedra de
diamante no centro, o meu nome está gravado na dela, assim como dela está na
minha.
— Se alguém nesta sala for contra...
— Sugiro que pule essa parte também. — Aviso irritado.
— Com o poder a mim investido eu os declaro marido e mulher, pode
beijar a noiva. — Puxo Allyssa em meus braços e a tomo em um beijo cheio de
promessas, não apenas para essa noite mais para a vida toda.
Aos gritos e aplausos saímos da pequena capela, caminhando por um
corredor de amigos e familiares que atiram pétalas de rosas em nós. Da capela
seguimos para o salão da casa que foi preparado para acomodar os convidados
não só do casamento como da festa.
A regra para a organizadora era garantir a qualidade do serviço e dos
produtos, e vendo a decoração do lugar, vejo que tem muito da Allyssa nos
detalhes. A decoração é clássica, luxuosa e simples, com uma cascata de flores
caindo em forma de cascata do teto, os lustres pendurados dando um toque
mágico ao lugar.
Enquanto as mulheres estão ansiosas esperando pelo buquê, os homens
estão sentados conversando e esperando a hora de ir embora. Não os julgo, se eu
fosse apenas um convidado provavelmente teria ido embora, mas como não sou,
estou muito feliz por ser o cara de sorte que está se casando com a mulher dos
sonhos.
— Vamos começar a festa! — Allyssa fala animada, me puxando para a
pista de dança.
Como homem eu nunca sonhei com o dia do meu casamento, nunca fez
parte dos meus planos, mas Allyssa tornou tudo melhor, ela me fez um homem, e
me completou de formas que jamais sonhei.
Capítulo 27
Dimitri
Aproveito a festa com Allyssa, passando por alguns conhecidos, entre
eles Irina, irmã da Alice, ela está próxima do Apolo e ambos parecem estar em
uma conversa profunda, talvez exista algo entre eles. Minha atenção fica neles
por uma questão de segundos, Allyssa e Zack estão dançando e rindo um para o
outro. Ver minha esposa e nosso filho juntos faz com que um sorri enorme surja
no meu rosto.
— Mandou bem chefe. — Um dos homens de confiança da família fala.
— E desde quando faço alguma coisa errado?
— Tem razão. — Seus olhos vagam pelo salão e param na minha irmã
Abby.
— Abby não é a garota para você. — Aviso.
— Eu sei, porém, não pode me impedir de apreciar sua beleza.
— Controle seus olhos ou vamos ter problemas. — Não deixo espaço
para discussão, ele sabe o que vai acontecer caso se aproxime da minha irmã.
Correndo meus olhos pelo salão encontro meu pai conversando com a
planejadora de casamentos, ela deve ter idade para ser minha irmã. A conversa
animada deles me deixa curioso, o que será que eles estão conversando que
parece ser tão interessante? Sem contar que para alguém que mal conseguia falar
há pouco tempo, ele parece muito bem.
Estou prestes a ir confrontá-lo quando Zack corre em sua direção, Ally se
aproxima e passa os braços em volta da minha cintura.
— Zack não para de falar do seu pai. — Diz. — Te avisei que seria bom
os dois tendo esse relacionamento de avô e neto. — Olho em seus olhos em
seguida a beijo.
— Talvez eu deva te escutar mais. — Provoco beliscando seu traseiro.
— Deve mesmo, eu sempre estou certa.
Me distraio com nossa brincadeira por um momento, e quando me viro
meu pai e Zack desapareceram de vista. Não saber onde ambos estão me deixa
nervoso.
— Fique aqui.
— Por que? — Pergunta confusa.
— Tem alguma coisa errada. — Deixo Ally no salão e vou para a
cozinha.
A cozinha é o lugar mais próximo de onde eles estavam, talvez Zack e
meu pai tenham se esgueirado para comer outra coisa. Os barulhos de salto atrás
de mim chamam minha atenção, quando me viro noto que Allyssa está me
seguindo.
— Te mandei ficar no salão.
— E desde quando você manda em mim? Sou sua esposa e não sua
cachorra que faz o que você manda. — Diz, colocando a mão no quadril.
— Cachorra?
— Que senta e obedece ao marido. — Revira os olhos. — Vamos
encontrar nosso filho e terminar com essa festa, não vejo a hora de te ter só para
mim. — Ela passa por mim e entra na cozinha, mas o sorriso some do seu rosto
enquanto ela olha para algo no canto.
— O que... — Começo a perguntar o que está errado, quando paro ao seu
lado e olho na mesma direção.
Meu pai tem Zack em seu colo, eles estão no canto da cozinha, enquanto
um homem aponta uma arma para a cabeça deles. O homem está vestido como
um dos funcionários do buffet que contratamos.
— O que diabos está acontecendo aqui? — Não consigo acreditar na
ousadia desse filho da puta.
— Não se aproxime. — O homem com a arma parece assustado.
Ótimo, era tudo o que preciso, um imbecil que não sabe manter suas
emoções sob controle invade o meu casamento e aponta uma arma para meu pai
e filho.
— Abaixe a arma. — Mando, ignorando seu aviso e me aproximando. —
Se você atirar em um deles, vou te matar com minhas próprias mãos.
Em uma situação como essa é preciso manter as emoções sob controle.
Enquanto caminho, cubro a visão dele da Allyssa.
— Allyssa, volte para a festa. — Mando.
— Dimi...
— Agora. — Ordeno, na esperança de que ela perceba pelo meu tom de
voz que estou preocupado com o que pode acontecer.
Eu deveria saber que Allyssa sabe separar as coisas, ela me dá um sorriso
fraco e começa a se afastar.
— Cuide dele. — Pede antes de sair, me deixando sozinho.
Sozinho com o homem decido mudar minha estratégia, ando devagar
pela cozinha, confiante, mostrando para o bastardo quem é dono do lugar, quem
tem o poder aqui. Não importa que a arma esteja em suas mãos, ele é a pessoa
que vai sair daqui em um saco.
— O que está fazendo? — Pergunta, posso ver a mão dele tremer.
— Vou pegar uma bebida. — Falo.
— Mandei você ficar parado.
Dou um sorriso para ele.
— Você não percebeu? Sou eu que mando aqui. — Fico atrás do balcão
da cozinha. — Não me importo com o que te prometeram, vou te matar antes
que consiga puxar o gatilho.
Pego a arma escondida em baixo do balcão, mesmo com seus olhos fixos
em mim, ele não consegue perceber meu movimento.
— Não diga coisas da boca pra fora. — Debocha, voltando sua atenção
para meu pai e Zack. — Olhando por outro lado, acho que vou fazer um favor a
esse velho o matando, meu patrão ao menos pensa isso.
Meu pai acena discretamente então sem pensar duas vezes puxo o
gatilho, meu pai assusta a merda fora de mim, quando se levanta da cadeira de
rodas e agarra a mão do bastardo no momento que ele puxa o gatilho. Os tiros
disparados por ele atingem o teto.
— Mas que...
Não tenho tempo de concluir o que estou falando, Zack que tinha sido
colocado em uma cadeira ao lado do meu pai, se levanta e pula em seus braços.
— Temos que conversar, filho. — Ele fala, se arrumando e ficando em
pé, sem nenhum sinal da paralisia que ele até pouco tempo fingia ter.
— Vovô. — Zack chama sua atenção, meu pai o abraça e sorri para ele,
fazendo cocegas.
O homem que está segurando meu filho não se parece com o homem que
me criou, treinando-me e meus irmãos para sermos soldados, fortes e
independentes. Me pergunto como seria ter crescido mais com esse pai, em vez
do Willow e eu nos sujeitamos, pelo bem de todos. As consequências de proteger
alguém nos roubou esses momentos.
— Vamos conversar no escritório, só preciso encontrar alguém de
confiança para cuidar dele. — Aponto para Zack.
Ando até a entrada da cozinha e me deparo com Allyssa, ela está
andando de um lado para o outro nervosa, quando me vê se aproxima e me dá
um soco no braço, passando por mim e entrando na cozinha.
— Izack? — Chama, fazendo nosso filho sair do colo do meu pai e correr
para ela.
— O papai e o vovô acabaram com o homem mal. — Fala, sem saber
quem atirou no homem. — O papai e ele são super heróis.
— São é? — Allyssa não demonstra nenhuma reação com a revelação
feita por Zack, ela nem mesmo reconhece o corpo no chão. Ela também não
parece surpresa com o fato do meu pai estar em pé. — Eu te disse que ele estava
bem. — Responde, passando por mim com nosso filho em seu colo. — E só para
você saber, a próxima vez que me mandar sair em uma situação como essa, eu
vou te dar uma surra.
Observo ela sair levando nosso filho, só então me volto para meu pai.
— Ela é uma mulher esperta, você não faz ideia do quanto estou
orgulhoso por ter escolhido uma mulher forte. — Elogia, colocando a mão no
bolso da calça. — Tenho que falar com você.
Passando por mim ele sai e caminha até o escritório, é estranho ver ele
em sua boa forma de sempre. Ele deve ter algum traço artístico na família, o
velho deveria ganhar o maldito Oscar por atuar tão bem e enganar a todos nós
durante todo esse tempo.
No escritório paro em frente à mesa, enquanto ele se senta em sua antiga
cadeira. A cena a minha frente me lembra do nosso passado, quando éramos
crianças e tivemos que tomar decisões difíceis, decisões que ninguém deveria
tomar. Também é uma cena familiar de todas as punições que meus irmãos e eu
recebemos.
— Devo muitas explicações. — Fala.
— Não me importo com as suas merdas, o que quero saber é por que
fingiu estar doente? — Vou direto ao ponto. Tudo o que tem a ver com o meu pai
é complicado, ele sempre mantém segredos guardados, alguns desses segredos
causaram ferimentos profundos.
— Há um tempo recebi uma ligação de um informante, era sobre uma
tentativa de assassinato contra nossa família, percebi que se eu fixasse
impossibilitado, nos daria mais tempo para descobrir, você assumiria o meu
lugar e as pessoas estariam de olho em você.
— Conseguiu descobrir quem estava por trás?
Tentar salvar a vida dos membros da nossa família e manter segredo de
quem amamos é uma ocorrência comum entre nós. Parte de ser um Petrov é ter
uma lista longa de aliados, mas ter uma mais longa ainda de inimigos.
— Willow descobriu o que estava acontecendo e me ajudou, ela
descobriu que temo um inimigo grande. — Responde.
As coisas começam a fazer sentido, a pressa para que Willow se casasse
era uma forma de controlar a situação, unindo nossa família a quem quer que
essa pessoa seja.
— Por acaso esse é o cara que você quer casar a Willow? — Peço.
— Sim.
O fato dele nem mesmo abaixar a cabeça para falar me irrita, como ele
pode considerar vender minha irmã para qualquer bastardo? Tudo isso com a
intenção de salvar seu rabo egoísta? Se é um inimigo devemos mostrar que nós
somos fortes, não nos esconder por trás de política e diplomacia.
— Como você pode considerar a possibilidade de permitir que Low se
case com alguém assim? — Estou além da raiva. — Podemos não ser
importantes para você, mas somos um para o outro, e eu jamais vou permitir que
minha irmã seja vítima do seu jogo.
Meu velho está falando há alguns minutos e já sinto falta do tempo que
ele não falava porra nenhuma.
Para acrescentar o drama, Willow entra bem na hora, e como toda mulher
da família, ela tem que lutar contra a pessoa errada.
— Não preciso da sua permissão, Dimitri. — Responde, pelo seu olhar,
sei que não vai aceitar nada que eu diga.
Ótimo trabalho, pai, me torne o vilão e saia como o bom moço.
— E também não precisa dele! — Aponto para nosso pai. — Não sou o
vilão aqui, estou pensando em você!
— Se eu não fizer isso vamos ter uma guerra em nossas mãos, se o que
precisa para acabar com isso é eu me casar, vou fazer isso. — Ela se aproxima,
parando ao meu lado. — Você é o capo agora, precisa pensar no bem de todos.
— Foda-se essa posição, ele está bem para tocar essa merda toda. —
Aponto para nosso pai.
— Não mais, eu te passei o poder. — O velho fala. — Não quero que
deixe algo que faz bem, vi como todos te admiram e respeitam. Também
pretendo viajar depois que essa situação estiver resolvida.
Assisto quando meu pai sai do escritório sem dizer mais nada. Estou
irritado em como ele manipula a situação, em um momento ele está mantendo
segredos e tentando manipular todos nós, e no outro, ele diz que eu sou o capo
dessa porra. Dá para entender?
— Não vou começar uma briga com você no dia do seu casamento. —
Willow levanta as mãos como se estivesse se rendendo. — Sua mulher e filho
estão no quarto dele, e tem muitas mulheres loucas para pegar o buquê, então
você precisa se apressar.
Willow está certa, esse não é o momento certo para ter essa conversa, me
recuso a permitir que minha família maluca arruíne o que deveria ser um dia
especial. Vamos ter tempo para contornar essa situação.
Entro no quarto do Zack e encontro ele dormindo, não sei como ela
consegue controlar ele, sempre que tento o colocar para dormir é uma luta e eu
acabo perdendo e brincando por boa parte da noite.
— Como você consegue fazer isso. — Me sento ao seu lado na cama.
— Falamos sobre como estamos providenciando um irmão para ele, e ele
acaba dormindo.
— Está mesmo disposta a ter um filho meu?
Ela ri e revira os olhos.
— Já tenho um filho seu. — Ri. — Mas entendi sua pergunta, e sim, vou
tentar engravidar de novo, quero uma família grande.
Ficamos em silêncio por um momento, os acontecimentos de antes
pairando sobre minha cabeça.
— Você estava certa sobre o meu pai.
— Sou mulher. — Dá de ombros. — Estou certa 99,9% do tempo, e nos
zero ponto um porcento, você deve concordar comigo, pois mesmo errada eu
estou certa.
Dou risada e me levanto, puxando-a comigo.
— Tudo bem senhora Certa, vamos voltar para a festa e acabar com essa
palhaçada, quanto antes isso terminar, assim eu posso colocar alguns bebês no
forno.
Ela para de caminhar e me segura.
— Se quiser mesmo providenciar o bebê número dois, nunca mais me
chame de forno.
Capítulo 28
Allyssa
Meu casamento com Dimitri me mostrou algumas falhas da minha
personalidade. A primeira é que a gente só sente vontade de vomitar em
casamentos quando se está infeliz, nosso interior vazio nos causa esse tipo de
reação. Em segundo lugar, quando pensei ter perdido meu filho, eu perdi a
esperança e a alegria. Dimitri não me devolveu apenas nosso filho, ele me
devolveu a vida, o amor e a esperança.
— O que seu pai disse? — Pergunto ao meu marido.
Que estranho chamar alguém de marido.
— Que isso foi um plano, e que a Willow sabia de tudo. — Responde
com raiva. — O que mais me irrita é que mesmo sabendo que não será feliz com
quem quer que seja esse bastardo, ela prende se casar.
— Não fique irritado com ela, Willow só quer proteger as pessoas que ela
ama.
— Eu sei, é só que...
— Não seja assim. — Interrompo. — Vamos mudar de assunto, não vejo
a hora de sair daqui. — Mudo de assunto, puxando-o para a pista de dança.
Dançamos e nos divertimos por mais um tempo, mas assim como eu,
Dimitri está louco para acabar com essa festa e ter um tempo a sós. Mesmo rindo
e conversando com alguns convidados a tensão sexual entre nós é forte.
— Será que não podemos jogar logo esse buquê e sair daqui? —
Pergunta.
Faço um sinal para a planejadora de casamentos, essa é a segunda que
contratei, uma vez que a primeira estava mais interessada em dar em cima do
meu marido do que em cuidar da festa. Qual é o problema com algumas pessoas
que não conseguem respeitar o amor dos outros?
— Algum problema? — Pergunta.
— Tudo está bem, só queremos reunir as pessoas e jogar o buquê. —
Explico, ela entende o que quero dizer.
— Me dê um minuto. — Ela se afasta e pouco depois todas as mulheres
solteiras estão reunidas em frente a escadaria.
Jogo o buquê que vai parar nas mãos da Marina, a planejadora de
casamentos, ela tenta desesperadamente passar ele para outra da convidada, mas
nenhuma das desesperadas quer. Quando ninguém pega, ela cora e pedindo
desculpas sai na direção do jardim, o embaraço dela não foi percebido apenas
por mim, Miguel, o pai do Dimitri também nota e sai atrás dela.
— Seu pai conhece a Marina? — Sussurro para meu marido.
— Não, ela é muito nova para ele. — Responde, pegando minha mão e
me levando para o andar de cima.
— Seu pai é gostoso, ela parece gostar dele. — Digo. — E ele também a
seguiu para o jardim, acho que pode ter alguma coisa entre eles.
— Isso não é problema meu.
— As pessoas vão se irritar com o nosso sumiço. — Brinco.
— Isso é problema deles, eu quero ficar a sós com minha esposa. — Ele
diz a palavra esposa com tanto orgulho que chega ser comovente.
— Você vai me chamar assim por muito tempo?
— Claro! E também espero ouvir um “Eu te amo, marido”, sempre.
Sem conseguir evitar dou risada. Quem diria que um homem criado para
ser duro e matar pessoas, seria tão fofo? E que eu sou a mulher de sorte que
conseguiu um homem fodão e sexy ao mesmo tempo? Nada como ter o melhor
dos dois mundos dormindo na sua cama e te dando orgasmos todas as noites.
— Se você mantiver esse seu comportamento fofo, posso até considerar
em te chamar de marido toda hora. — Provoco.
— Me chame de marido e eu te compenso na cama. — Ele me dá um
olhar presunçoso por cima do ombro e minha buceta fica molhada na hora.
— Eu sempre sou uma boa garota, marido.
Estou ansiosa para o que ele planejou para nossa noite.
— Boa menina. — Pisca, abrindo a porta do quarto.
— Sempre sou, você é que não percebe. — Passo por ele entrando no
quarto.
Parada em frente a cama vejo que o quarto está muito diferente, ele foi
decorado para nossa noite de núpcias, me emociona que ele queira fazer algo
especial. Foi uma decisão mutua não nos afastarmos de casa por enquanto,
Dimitri tem muitas coisas para resolver e não pode se afastar.
— Como você fez tudo isso?
— Você não percebeu que esse é um quarto diferente do nosso? — Pede.
— Era um estúdio, mas eu reformei e transformei no nosso quarto, ele é maior
que o outro.
Acho que eu estava bêbada de tesão, só assim para explicar como pude
perder a diferença gritante no quarto, até mesmo a porta é diferente. Nossa
primeira foto de casa é a imagem estampada na porta de correr enorme que
acredito levar ao closet. Na foto nós estamos abraçados nos olhando, ambos com
um tipo de sorriso idiota no rosto. No centro do quarto tem um tapete enorme e
fofo, com um sofá pequeno e confortável posicionado perto da lareira de pedra.
Como se tudo isso não bastasse, a cama é enorme.
— Espero que tenha gostado. — Diz.
Tudo nesse quarto grita Dimitri, os moveis são elegantes e ao mesmo
tempo rústicos, mas mesmo com tudo isso, os pequenos detalhes dão o ar
feminino que o lugar precisa. Como a mesa no canto, com um vaso enorme de
tulipas vermelhas.
— É perfeito.
— Eu queria algo especial. — Observo em volta, tem muitas fotos nossas
espalhadas, algumas que ele roubou do meu antigo apartamento, outras que ele
tirou nos últimos dias. A lareira está acesa, o som da lenha queimando passando
uma sensação aconchegante. — Não sou bom com romance, porém dei o meu
melhor para deixar tudo especial. — Dimitri se aproxima, suas mãos acariciando
minhas costas, sinto-o abrir os botões do vestido. — Lamento que a gente não
possa viajar.
Pela primeira vez estou me sentido tímida, é como se essa fosse nossa
primeira noite juntos.
— Nós entramos em um acordo sobre isso. — Lembro.
Ele finalmente abre todos os botões, deslizando o vestido por meus
ombros até que ele caia no chão aos meus pés. Estou apenas de salto lingerie
branca e cinta liga. Dimitri prende a respiração atrás de mim, fico menos nervosa
em perceber como consigo afetá-lo da mesma forma que ele faz comigo quando
ele me toca, me beija, até mesmo com suas palavras sujas. Suas mãos deslizam
até minha bunda, é quando ele me puxa contra seu corpo, pressionando sua
ereção contra minha bunda.
— Você está linda.
— O mesmo para você, marido.
— Eu te amo. — Diz, abrindo meu sutiã, revelando meus mamilos duros
e excitados.
Suas mãos apertam meus seios, beliscando meus mamilos. Nesse
momento não sei se seu toque é para me provocar ou ele está tentando ir lento,
aproveitar o momento, seja o que for, minha calcinha já era.
— Eu também te amo, não vejo a hora de ter você gravida do meu filho.
Sua mão desliza pela minha barriga, me causando arrepios, até que ele
mergulha seus dedos dentro da minha calcinha, me fazendo gemer quando
provoca meu clitóris.
— Dimitri. — Gemo seu nome, amando a sensação dos seus dedos. —
Por favor... — Imploro, não quero perder tempo com as preliminares.
— Tudo tem seu tempo. — Sussurra no meu ouvido.
— Por favor, não precisamos de preliminares esta noite.
— Essa noite tem que ser memorável.
— Tá dizendo que sem elas não será uma noite boa? — Provoco. —
Preciso que você me foda agora.
— Você é uma provocadora. — Responde, tirando a mão da minha
calcinha e me jogando na cama. Sem me dar um segundo, ele me vira e rasga
minha calcinha. — Se você quer sem preliminares, é o que vou te dar. — Abro
minhas pernas para ele, mas Dimitri aproveita para brincar com meu clitóris,
quando estou prestes a gozar, ele para e fica em pé na cama.
Dimitri começa a se despir, por mais excitada que eu esteja, paro o que
estou fazendo para aproveitar seu show, peça por peça ele vai tirando e as
espalhando pelo chão do quarto. A tatuagem em seu peito chama minha atenção,
ele tatuou o nome do nosso filho e meu em seu peito. Quando vi a tatuagem
fiquei entre surtar e achar romântico, acabei ficando com a segunda opção
quando ele me fodeu loucamente.
— Está me olhando como se fosse me comer. — Se ajoelha entre minhas
pernas.
— E vou, mas antes, preciso que você me foda. Se quiser me engravidar
precisa fazer um bom trabalho. — Seus olhos escurecem mais com a minha
provocação.
— Só vou parar de te foder depois de garantir que esteja gravida. — Ele
me dá um tapa na coxa, e mete em mim com força.
Não consigo conter meus gemidos de surpresa e prazer. Sempre que
assisti Magic Mike, me perguntei se um homem como aqueles de fato existia e
como seria foder com um deles, bem eles existem e para minha sorte, me casei
com um que tem ótimos movimentos.
— Era isso o que você queria?
— Precisa perguntar? — Estou ofegante, é difícil me concentrar em
qualquer outra coisa que não seja seu pau na minha buceta.
— Você merece uma surra por ser uma provocadora.
Ele mal termina de falar quando sai de mim, mais uma vez sou virada de
braços na cama, estou me arrumando na nova posição quando Dimitri entra em
mim com força. A nova posição me traz novas sensações, seu pau entra mais
fundo em mim.
— Preciso gozar. — Aviso, quando me puxa pelos cabelos, colando seu
corpo ao meu, sua outra mão indo para minha buceta.
— Eu disse que você precisava ser punida. — Murmura no meu ouvido.
Me empurra de volta na cama, ajustando minha posição, ele me dá um
tapa na bunda.
— Por favor, marido.
— Só mais um pouco. — Ele não para com sua deliciosa tortura,
combinando seus tapas ardidos com massagens carinhosas na minha bunda. Sua
outra mão provocando meu clitóris, tentando controlar orgasmo, perco a noção
de quanto tempo passamos assim. — Agora. — Diz, e com mais algumas
estocadas ambos gozamos, mas ele não para de se movimentar dentro de mim.
— Você está tentando me matar? — Estou respirando com dificuldade.
— Só de prazer.
Os próximos três orgasmos que tenho são a prova de que ele está
definitivamente tentando me matar com sexo bom.
— Eu te amo. — Sussurro com a cabeça apoiada em seu peito e seus
braços em volta de mim.
— Eu também. — Beija minha cabeça.
— Será que sempre vai ser assim? — Pergunto.
— Vou garantir que seja. — Promete.
— Sabe, nunca pensei que seria feliz. — Confesso. — Você me deu
muito mais do que pode imaginar. — Dou risada. — Quem diria que ser
sequestrada por um russo sexy seria a melhor coisa que aconteceu comigo?
Se eu tivesse lutado com ele e ficado em Nova Iorque, minha vida seria
uma merda, ainda acreditaria que nosso filho estava morto. Jamais quero voltar
ao que as coisas eram, finalmente sinto que estou em casa, minha casa é esse
homem.
— Me arrependo de ter ido embora, se eu não tivesse feito isso
estaríamos juntos há muito tempo. — Me dói ver como sua voz soa machucada.
— As coisas acontecem por um motivo, precisamos passar por tudo
aquilo para nos tornar as pessoas que somos hoje. — Respondo.
Pensar na ligação que tive com meu avô me irrita, aquele homem não
está disposto a cooperar com nada. Em sua cabeça, eu jamais poderei ser feliz,
não quando sou aquela que quebra suas regras e aponta seus erros.
— Sei que esse não é o melhor momento, mas eu descobri que o Apolo...
— Ele é meu irmão?
Desde que vi o homem, fiquei com essa sensação.
Capítulo 29
Dimitri
Desde que Apolo entrou em nossas vidas, fiquei curioso a seu respeito
ele, entrei em contato com os meus melhores homens para descobrir algo sobre
esse estranho, a única coisa que consegui descobrir foi que ele nasceu em Nova
Iorque e os nomes dos seus pais. Coincidência ou não, eram os mesmos nomes
dos pais da Allyssa. Com essas informações em mãos, tentei falar com o
bastardo, mas ele não me ajudou em nada, mantendo-se em silêncio.
Não gosto de surpresas, como consequência, não gosto dele, segredos
não são uma coisa boa, não no meu mundo onde as pessoas guardam aqueles que
podem matar.
— Ele é meu irmão ou não? — Ally pergunta.
— As informações que consegui, indicam que sim, mas elas podem ser
falsas. — Respondo.
— Então preciso conversar com ele. — Ela beija meu peito, seu gesto de
carinho me pega desprevenido, me fazendo sorrir como o idiota apaixonado que
sou.
— Vamos dormir, esse não é um problema que precisa ser resolvido hoje.
Allyssa apoia o queixo no meu peito, olhado em meus olhos.
— Não sei se gosto de você no momento. — Fala. — Sabe que sou
ansiosa, se você não fosse uma tentação tão grande, eu iria atrás dele. Embora,
não acho que você será capaz de fazer algo mais agora.
— Só tem um jeito de saber. — Respondo, meu pau já pronto para mais
uma rodada.
***
— Eu sei que você está acordado. — Allyssa se debate em meus braços.
— Estou, mas não quero que saia daqui.
— Temos que falar com o Apolo, e você tem que ter uma conversa com
sua irmã e pai.
Odeio que nossos momentos sempre são arruinados por algum tipo de
problema, ainda mais que esses problemas sejam sempre ligados à nossa família.
Nós mal nos casamos e já temos que deixar nossa cama.
— Acontece que eu não quero. — Libero a criança que habita em mim
para fazer birra.
— Caso tenha se esquecido, só poderemos viajar em lua de mel depois
que resolver todos os problemas, então quanto antes você acabar com o seu
beicinho, antes poderemos viajar. — Manda, eu gosto desse lado dela. — E caso
tenha se esquecido, seu pai é uma incógnita na terra dos problemas.
Solto ela e me levanto, nós tomamos banho junto e nos arrumamos. Ela
coloca uma calça preta, uma camisa branca, cachecol e casaco, com uma bota
que vai até seus joelhos, não preciso dizer que ela está linda.
— Vamos tomar café da manhã. — Seguro sua mão enquanto descemos.
Quando entramos na cozinha encontro Zack e meus irmãos, eles estão
todos sentados em volta da mesa em uma conversa calorosa.
— Impossível. — Dominic responde, não me surpreendendo por ser ele
quem está discutindo com uma criança.
— Não é, a mamãe já disse que vou ter um irmão em pouco tempo. —
Ele fala, me fazendo olhar para Allyssa que dá de ombros.
— Eu sei que vai, a cegonha vai trazer. — Low diz, passando a mão
carinhosamente pelos cabelos dele.
Zack, no entanto dá risada.
— Tia, a cegonha não traz bebês, eles são muito pesados para um
passarinho carregar. — Zack revira os olhos. — Eu sei de tudo.
— O que você sabe? — Meu irmão pergunta.
— O papai tem sementes especiais, para plantar na barriga da mamãe,
essa semente pode ser uma flor, que vira uma menina ou um cacto se for um
menino. — Não entendo a explicação para homens se transformarem em cactos.
— Por que cactos? — Dominic formula minha pergunta.
Zack revira os olhos como se fosse algo obvio.
— As meninas são delicadas, por isso são flores, e os meninos, eles têm
espinhos e furam elas. — Dou risada, se ele soubesse como nós furamos as
mulheres.
— Não de risada. — Allyssa fala ao meu lado.
— Como você pode dar uma explicação dessas para ele? — Pergunto.
— Foi o pai da Lara que explicou, e não tenho culpa se ele é um idiota.
— Responde irritada.
Dominic é o primeiro a nos dar um sorriso maldoso, o filho da puta está
se preparando para tornar nossas fidas um inferno com suas piadas.
— Meu irmão te furou, Allyssa?
Allyssa tampa os ouvidos do Zack antes de responder.
— Se eu for te contar tudo o que seu irmão fez comigo, vamos ter que
tirar o Zack da sala. — Ally pisca para ele.
— Pessoas inocentes na sala. — Abby comenta, enquanto Willow cora.
— Eu tapei os ouvidos dele. — Allyssa se defende.
— Estava falando de mim.
— Você não é inocente. — Low lembra.
— E nem você, ou você acha que Czar ficaria na sua por tanto tempo?
Sua sorte é que Alice tem mais mel na buceta que você. — Eu quase engasgo
com o comentário da minha irmã mais nova.
— Por favor, me diga que você não dormiu com meu amigo. — Peço.
— Não dormi com ele, nós não chegamos a esse ponto. — Dá de
ombros. — Fique feliz por ele Alice se darem bem.
— Willow...
— Corta essa, Dimitri. — Ela está irritada comigo desde ontem. — Não
me meto na sua vida, assim como espero que não se meta na minha.
Willow não me dá tempo de responder ou de pedir para conversar com
ela sobre os acontecimentos de ontem, ela se levanta e sai, deixando meus outros
irmãos me encarando como se eu estivesse escondendo alguma coisa. Ótimo,
tudo o que preciso é que eles me vejam como o vilão também.
Um dos empregados entra na cozinha.
— Desculpe senhor, mas a professora do Zack está o esperando.
Faço um sinal para ela levar ele, então me sento e encaro a megera que
chamo de esposa. Allyssa está tomando seu suco calmamente, como se não
tivesse provocado um pouco da discussão. Abby e Dominic saem junto com
Zack, nos deixando sozinhos.
— Você está gravida? — Pergunto, achando um pouco difícil depois de
toda a conversa de ontem sobre fazer um bebê.
Não nego que estou esperançoso.
— O que? — Me encara se fazendo de inocente.
— Você me ouviu, não se faça de boba.
— Não é certeza, fiz um teste de farmácia que pedi para Willow comprar.
— Dá de ombros, e começa a picar seu pão em vários pedaços. — Ele deu
positivo, mas decidi não te contar até o resultado do exame de sangue sair.
— Não expressar o quão feliz eu estou. — Me ajoelho na frente dela e
coloco minha mão em sua barriga, onde nosso filho está crescendo.
— Também estou. — Acaricia meu rosto. — Nós podemos buscar o
resultado do exame depois de falar com o Apolo.
— Quando você fez o exame?
— Pouco antes de começar a me arrumar para a cerimônia, ia ser meu
presente de casamento para você. — Ela faz uma careta. — Infelizmente eles
atrasaram e o resultado não pode ser processado ontem.
Agora que ela falou, também estou irritado com eles. Não acho que seja
uma boa ideia levar a Allyssa para conversar com o Apolo, não quero que ela se
estresse e passe mal. Ainda mais se ele for mesmo seu irmão.
— Não faça essa cara.
Pegando uma torrada e colocando na minha boca, Allyssa se levanta,
segurando minha mão e me puxando para a garagem. Parece que nada segura
essa mulher quando ela está determinada a descobrir alguma coisa.
— Eu quero tomar café. — Falo, terminando de comer a torrada.
Não sei de onde, mas ela me entrega um copo de café.
— Você pode tomar no caminho. — Entra no carro e coloca o cinto
enquanto eu dou a volta. — Devia ter mantido ele na casa de hospedes, assim
não seria um caminho tão longo.
Manter o Apolo na casa de hospedes não era uma possibilidade aceitável,
não quando ele esconde tantos segredos e não sei se posso de fato confiar nele
ou não. Confiança não é uma coisa que vem sem um preço, normalmente exige
honestidade. E honestidade é uma coisa que não pode esperar por parte dele.
O motorista nos leva até a casa do Apolo, quando chegamos eu desço e
dou a volta para abrir a porta para Allyssa, mas a teimosa não espera, quando
chego do outro lado ela já está me esperando, enquanto bate o pé de forma
impaciente.
— Se acalme ou vou te arrastar de volta para o carro e te impedir de se
aproximar do Apolo, acredite em mim, não vou dar a mínima para o que quer
que ele seja seu. — Estou irritado quando falo em seu ouvido essas palavras.
— Tudo bem, você também precisa relaxar.
Entramos no elevador e vamos direto para o terceiro andar, dentro do
elevador tem uma garotinha de oito anos, ela está carregando um filhote de
cachorro e parece triste.
— Oi? — Falo com ela, que me olha surpresa.
— Olá.
— Por que você está triste? — Allyssa pergunta, seu lado mãe assumindo
a situação enquanto eu observo.
A menina funga.
— Achei esse cachorrinho, mas mamãe não me deixou ficar com ele. —
Explica. — Meu pai tem alergia.
Ally me encara, pelo jeito que ela está olhando sei que não vou gostar do
que ela vai dizer.
— Podemos ficar com ele? Prometo que vamos cuidar e garantir que
nada aconteça com seu amiguinho.
Por um segundo ela parece com dúvida se aceita ou não a proposta, mas
logo é cativada e aceita.
— Vai cuidar bem dele? — A menina pede, parecendo menos triste.
— Sim, tenho um filho que vai cuidar muito bem dele. — Responde. —
Você pode até visita-lo, Zack vai gostar de ter uma amiga.
— Se eu posso visitar ele, então tudo bem. — Ela entrega o cachorro
para Allyssa, bem a tempo de o elevador abrir as portas no andar do Apolo.
Saímos de lá e batemos na porta do Apolo, mas para minha surpresa
quem atende a porta é a irmã da Alice.
— Dimitri, Allyssa, que surpresa.
Irina não é uma pessoa ruim, mas não estou com disposição e tempo para
jogar conversa fora e fingir que me importo se ela está bem ou não. Estou aqui
para apoiar Allyssa, no momento que o filho da puta abrir o bico, nós vamos até
a clínica para descobrir se vamos ou não ter um bebê.
— Nós queremos falar com o Apolo.
— Entrem.
Irina vai até os quartos e chama Apolo, quando ela volta se despede de
nós e sai. Apolo acompanha seu caminho, sem tirar os olhos dela.
— O que vocês querem? — Se senta no sofá.
— Você é meu irmão ou não? — Allyssa pergunta, indo direto ao ponto.
— Acha que sou? — Ele não nega, o que é mais do que eu esperava que
ele fosse fazer.
— Sei que somos irmãos, o que me pergunto é o que aconteceu com
você?
Apolo ri, satisfeito com a resposta dela.
— É melhor se sentar, irmãzinha, a história é longa.
Capítulo 30
Allyssa
Eu sentia que Apolo era meu irmão, essa foi uma das razões pela qual
lutei tanto para falar com ele ainda hoje. Entender o que aconteceu com meu
irmão é fundamental para entender o quão fodida minha família é e o quão
perigoso é contrariar meu avô.
O filhote de cachorro se debate no meu colo e eu o solto.
— Ele vai sujar o chão. — Apolo diz, me irritando.
— Foda-se o chão, eu quero saber o que aconteceu com você.
Me sento no sofá e Dimitri faz o mesmo, sua mão indo para o meu ombro
em sinal de apoio. Seu gesto carinhoso e preocupado amolece meu coração, me
fazendo desejar ter visto o resultado do exame antes, espero mesmo que dê
positivo o teste.
— É uma história longa.
— Temos tempo. — Dimitri fala, mesmo estando ansioso para sair daqui.
— Nosso avô é pior do que pode imaginar, se pensa que fingir que seu
filho está morto apenas para te afastar dele é ruim, ficará surpresa ao saber
quantas vezes o vi matar crianças para garantir um bom acordo financeiro com
seus pais. — Quando penso que meu avô não pode ser pior, ele me mostra que
consegue com facilidade. — Ele fingiu minha morte, nossos pais sabiam de
tudo, não deve ser uma surpresa saber que a família toda está no negócio, exceto
por Lara e você.
— Por que ele fingiu sua morte?
— Nosso avô gosta de ter seus homens treinados, só os melhores dos
melhores, pessoas quem nem mesmo existem, sem identidade, sem digitais
registradas. Tudo isso para facilitar na hora do trabalho, fui treinado para ser seu
herdeiro. — Apolo bufa irritado. — O que ele não esperava era que eu não
queria nada com ele ou sei dinheiro, então eu sumi, fiquei de olho em você e na
Lara. — Apontando para Dimitri diz: — Quando ele te sequestrou eu o segui, vi
o a ótima oportunidade de me livrar do nosso avô de uma vez por todas.
As últimas revelações feitas por ele não me surpreendem, o velho é capaz
de tudo por dinheiro, ele venderia a própria alma para o diabo se isso o tornasse
mais rico e poderoso. Pessoas como ele não tem outra saída que não seja a
morte.
— Não me orgulho das coisas que fiz, todas as noites quando fecho meus
olhos penso nas crianças e nas pessoas que matei.
— Qual é o plano? — Dimitri pergunta.
Apolo se levanta e fecha as cortinas, no escuro, a parede atrás da TV se
ilumina e a planta de algum lugar aparece.
— Esse é o lugar onde o velho comanda seus negócios. — Explica. —
Ele é cheio de armas e seguranças, seus agentes são treinados. Se quiser invadir
o lugar tem que ser de surpresa.
Apolo explica tudo sobre o lugar, desde as várias salas até as câmeras de
segurança. Os agentes são treinados, foram criados desde jovens para fazer de
tudo por ele, um bando de lunáticos dispostos a matar e morrer por alguém como
ele.
Quem diria que alguém fosse capaz de esconder tão bem seu próprio mal,
criando seus soldados pessoais.
— Por que tudo isso? — Pergunto, tentando absorver as informações.
— Ele é um sádico, isso está em seu sangue, na essência de quem ele é.
Suas contas na Suíça são o reflexo de quanto ele é bom no que faz.
Seu comentário me dá uma ideia.
— Se ele é movido pelo dinheiro, podemos limpar a conta dele, sem
dinheiro ele não vai ter tantos recursos. — Comento.
Apolo se anima com a minha ideia.
— Tá afim de ficar muito rica? Vou dividir o dinheiro dele entre nós e as
famílias que ele prejudicou. — Abrindo o notebook sobre a mesa ele começa a
trabalhar no nosso plano. — Vou cuidar das contas no país, são as mais fáceis em
um primeiro momento.
— Deixe que as da Suíça eu cuido.
Pego meu telefone e ligo para a única pessoa que consegue fazer isso
rápido e de forma que ninguém descubra o que planejamos.
— Preciso da sua ajuda, Derek. — Conto o plano e ele me garante que
em uma hora o trabalho está feito. Oferecer um pedaço desse dinheiro ajuda o
serviço a ser mais rápido e nos dá uma garantia de segurança maior. — Em uma
hora vamos ter tudo resolvido.
— Quando se trata do dinheiro tudo é rápido. — Dimitri comenta. — Por
falar nisso, ele tem algum nesse lugar? Não queremos que ele fuja e se esconda,
sabemos que ele é bom nisso.
— Se ele tiver, não vai mantê-lo por muito tempo. Cedo ou tarde vai ter
que rastejar para fora do seu buraco, e nós vamos pegá-lo. — Garante.
— Tenho meus métodos, ele não vai se esconder por muito tempo.
— Ouvi a respeito da sua fama, mas admito que nunca acreditei. —
Apolo fala, me fazendo perceber que estou sobrando no assunto.
— Será que vocês podem me explicar isso? — Peço, não gostando de
estar por fora.
— Estamos falando de um dispositivo capaz de rastrear e nos dizer a
localização exata de qualquer pessoa. — Dimitri explica.
Reviro os olhos, é impossível existir algo assim, parece mais filme de
ficção do que realidade.
— Esse tipo de coisa não existe.
— Existe, e está a minha disposição. — Meu marido responde, então
pisca para mim. — SE acostume, as coisas ficam mais fáceis quando se é um
Petrov.
Me dando por vencida e não querendo parecer uma idiota completa na
frente desses dois, acabo concordando.
— Tudo bem, vamos deixar ele desprotegido e esperar que ele tente
alguma coisa.
Não ter que ter medo de que meu avô me ataque e tente levar o meu filho
outra vez, é um grande alivio. É como se um peso fosse tirado do meu ombro e
eu posso finalmente respirar mais aliviada.
Apolo mexe no computador mais um pouco, então ele anota algo em um
papel e me entrega.
— Está na hora de vocês partirem. — Ele pega o cachorro e me entrega.
Saio do apartamento e espero até a gente estar no carro para abrir o papel
e ler, quando termino mostro para Dimitri, que me encara preocupado. Eu
também estou nervosa, mas a essa altura, não podemos mudar as coisas.
— Tem certeza? — Me pergunta e eu aceno.
— Se isso ajudar a acalmar as coisas, precisamos fazer.
— Ainda assim, se você estiver gravida? Não quero colocar você ou
nosso filho em risco.
— Eu vou ficar bem, ninguém vai me ferir se acreditar que estou morta.
O papel que Apolo me entregou dizia que a última parte do nosso acordo
tinha sido ouvida, de alguma forma temos olhos e ouvidos em todos os lugares e
um deles conseguiu captar nossa conversa. Agora tenho pessoas planejando
minha morte, junto com atentados contra minha família.
Não vou permitir que eles se machuquem!
— Tudo bem, já tenho tudo planejado. — Dimitri me tranquiliza, ele
estende a mão até o banco traseiro e pega um colete. É estranho, bem diferente
do que vemos na TV, ele é fino, como se fosse uma roupa, e tem um tipo de
liquido em uma de suas camadas. — Coloque isso por baixo.
— De onde você tirou isso?
Estou confusa, estive ao seu lado o tempo todo no apartamento e não
percebi nada.
— Vi quando Apolo escreveu o recado, na hora mandei uma mensagem
para um amigo, ele é atirador profissional, ele vai estar na saída da clínica onde
vamos pegar o resultado. — Explica. — Czar colocou o colete no carro.
Admito que saber que vou levar um tiro, mesmo por cima do colete me
deixa nervosa. Claro que me deixa nervosa, penso, sou uma pessoa normal que
foi ensinada a não reagir quando alguém aponta uma arma para você.
Dimitri é um homem eficiente em tudo o que faz, não é à toa que sua
família é uma das mais famosas chefes do crime. Se depender dele tudo vau dar
certo, e nosso filho não pode nem imaginar que a mãe dele está “morta” para o
resto do mundo.
— Zack...
— Ele está com a Abby, não tem nada para se preocupar. — Segura
minha mão tentando me acalmar.
— Onde vou me esconder? — Penso.
Só a ideia de ficar longe do meu filho e do meu marido é o suficiente
para fazer o aperto no meu peito voltar. Dimitri percebe que estou preocupada
com mais esse detalhe, coloca a mão na minha perna me tranquilizando.
— Não vai precisar sair de casa, é normal que em meio ao “luto” os
empregados ganhem um tempo de folga. — Fala. — As pessoas de fora não
sabem o que se passa na nossa casa.
Chegamos na clínica e as pessoas correm para nos atender, só o melhor
para os Petrov. Isso faz com que nossa estadia no lugar seja rápida. Assim que
tenho o resultado do exame em minhas mãos, abro, ansiosa para confirmar
minha gravidez.
— Positivo. — É tudo o que consigo falar, antes de me jogar nos braços
do meu marido, que me abraça, feliz.
Quando ele me coloca no chão olho em volta, percebendo que tem
muitas mulheres em volta, suspirando e talvez, desejando estar no meu lugar.
Como a mulher esperta que sou, nunca vou deixar um homem como Dimitri
escapar.
— Vamos ter outro filho? — Dimitri não está conseguindo esconder sua
alegria, seus olhos estão implorando para que eu confirme mais uma vez.
— Sim, nós vamos ter outro filho.
— Eu te amo. — Fala, me dando um beijo.
Infelizmente nosso tempo de alegria precisa ser deixado de lado, mais
tarde vamos comemorar minha gravidez, agora temos algo importante para fazer.
Com todas as pessoas a nossa volta, algumas tirando fotos, tenho certeza de que
a imprensa já foi avisada sobre a nossa presença na clínica, e isso nos deixa com
pouco tempo para executar o plano.
— Estou com medo. — Confesso.
— Tudo vai dar certo. — Garante.
Conforme caminhamos para fora, Dimitri segura minha mão com
firmeza, ele deve ter notado que estou tremendo, mas esse não é o único sintoma
de nervosismo que meu corpo manda, junto dele vem o frio na barriga, o coração
acelerado. A única coisa que me mantém firme no nosso plano é saber que a vida
das pessoas que amo depende disso.
Damos alguns passos na calçada quando o tiro me atinge, o impacto da
bala contra o colete vai deixar alguns hematomas. Caio no chão lutando para
respirar, é nesse momento que minha visão escurece e os próximos
acontecimentos não são registrados pelo meu cérebro, pelo menos não até eu
estar em segurança.
— Você está bem? — Dimitri pede, nervoso.
— Sim. — Garanto.
Ele me dá um beijo na testa, demorando um pouco mais do que
normalmente faz.
— Estamos indo para o hospital. — Explica, me entregando um
comprimido. — Esse comprimido vai te fazer dormir, ele vai abaixar sua
frequência cardíaca.
— O bebê...
— Ele não vai prejudicar o bebê, quando a gente chegar no hospital um
velho conhecido vai tornar as coisas fáceis.
Pego o remédio de sua mão e tomo, rezando para que tudo dê certo.
Capítulo 31
Dimitri
Tive que dar o meu melhor no teatro para convencer a família da Ally e
toda a mídia de que minha esposa estava de fato morta. Enviei um buque de
flores para o avô dela, junto com um cartão expressando meus sentimentos pela
perda da neta. Claro que o velho não se incomodou em responder, o que foi algo
bom, já que tivemos o prato cheio com a imprensa acampada na porta da nossa
casa.
Com medo de que eles usassem drones, Allyssa não saiu de dentro de
casa, ela nem mesmo chegou perto das janelas. Ficamos trancados em casa por
um tempo, até que eu tive uma ideia para distrair Allyssa.
— Aonde vamos, papai? — Zack pergunta, quando entramos no jatinho,
animado com a viagem surpresa que planejamos.
Não importa quantas vezes eu tenha dito a ele que era uma surpresa, ele
insiste em perguntar.
— É surpresa. — Seguro ele nos meus braços, dando um beijo em sua
cabeça.
— Isso é por que a mamãe não pode sair de casa? — Ele entorta a
cabeça, me encarando com uma expressão curiosa.
— Não. — Respondo rápido. — E você sabe que não pode falar com
ninguém a respeito da sua mãe.
— Eu sei. — Revira os olhos, se debatendo no meu colo. Quando o
coloco no chão ele vai explorar o avião. — Tem jujuba?
— Nem pense nisso, Izack Petrov, se eu sonhar que o senhor está
comendo doces, vai ficar de castigo por uma semana. — Allyssa diz, saindo do
banheiro.
Allyssa tem tido alguns sintomas da gravides, sintomas que segundo ela
não existiam na gravidez do Zack. Por ser uma gravidez diferente, ela está quase
convencida de que vamos ter uma menina.
— Está melhor?
Dá de ombros.
— Acho que vomitei até a minha alma. — Resmunga. — Isso não
aconteceu na minha primeira gravidez.
— Vamos ter uma menina. — Puxo-a para os meus braços.
— Sua filha vai ser turrona como você. — Provoca.
— Então ela vai puxar você. — Allyssa sabe que entre nós dois, o pior
temperamento é o dela.
Em vez de me responder, Ally me dá um beijo e se afasta, ligando a
televisão e se sentando no sofá. Vendo-a ficar confortável me faz lembrar de
quando comprei esse avião, eu achava que era um desperdício de dinheiro ter
tantos equipamentos quando meus irmãos e eu nem mesmo usamos, era sempre
viagens de negócios. Mas agora, vendo Allyssa e Zack confortáveis, é diferente,
são coisas que tornam esse avião perfeito para uma família.
— Olha papai, tem jujubas. — Zack corre animado, ganhando um olhar
carrancudo da Ally.
— Não se atreva. — Ela movimenta os lábios para que só eu veja, e eu
dou de ombros.
— A mamãe já disse que você não pode comer. — Uso um tom de voz
firme e ele me dá um olhar triste. — Que tal a gente fazer um acordo? Vou pedir
para trazerem nosso jantar, e se comer tudo, pode ter cinco jujubas.
Zack pondera por um tempo, pensando se pode chegar a um acordo
melhor.
— Pode mamãe? — Olha para Ally.
— Se o papai disse que sim, então pode.
Me sinto tão bem quando ela me reconhece como pai dele, e mesmo sem
conversar a respeito, um não passa por cima da ordem do outro. Sempre
entramos em um acordo, quando se trata do nosso filho.
— Oba. — Zack corre e grita com os braços para cima, animado.
Estamos viajando no meio da noite, não queremos levantar suspeitas.
Allyssa e eu sentamos um ao lado do outro, assistindo um filme antigo na
tv, ela apoia a cabeça no meu braço.
— Aonde estamos indo? — Allyssa murmura, usando sua voz sensual.
— Já disse que é surpresa, querida. — Seguro seu queixo obrigando-a a
me encara, então dou um beijo em seus lábios.
— Vai ter muita água?
— Por que? — Fico curioso com sua pergunta.
— Zack adora pular em poças.
— A única água que ele pode pensar em pular é fria. — Minto.
— Todo esse suspense está me deixando irritada.
— Fazer beicinho não vai funcionar, essa não é apenas uma viagem em
família.
— Por mais que eu te ame, momentos como esse me dão vontade de te
matar. — Se afasta, indo para perto do Zack.
Divertido com seu mau humor, fico no meu lugar observando os dois
brincarem, maravilhado que essas duas pessoas são minhas e que em breve nossa
família vai aumentar. Essa viagem vai ser longa, eu quero que esse passeio seja
marcante para ambos, é nossa primeira vigem em família.
— Por mais que eu ame vocês, estou cansada de mais para ficar
acordada. — Me levanto e estendo a mão para ajudá-la a se levantar do chão.
— Obrigado. — Me dá um beijo no rosto. — Você vai ficar com ele ou
vai coloca-lo para dormir?
Olho para o nosso filho que boceja.
— Vamos dormir. — Pego Zack no colo, ele apoia a cabeça no meu
ombro e dorme no caminho até o quarto. — Corrigindo, ele já dormiu.
— Ele sempre foi assim. — Fala, enquanto o arrumamos na cama entre
nós dois. — Quando ele era mais novo ele queria muito ver um show da Disney,
era apaixonado pelos personagens, então eu o levei, na hora do show ele dormiu.
Dou risada da história ignorando a pontada de dor no meu peito por todos
os momentos que perdi ao lado deles. Errei muito em ter saído de suas vidas,
todo o drama que estamos vivendo talvez pudesse ter sido evitado. Porém, não
adianta ficar remoendo o que passou, tenho minha chance agora e não vou os
decepcionar.
— Você assistiu todo o show?
— Tentei ver tudo, mas desisti. — Admite. — Meia hora depois que sai
de lá, Zack acordou e me fez voltar no outro dia, ele dormiu mais uma vez, só
que dessa vez eu não fui embora. Quando ele acordou no outro dia eu falei que
não voltaria lá, ele disse que tudo bem, porque eu não fui embora e podia contar
a história para ele. Fiquei com dó e comprei um DVD do show, o pequeno terror
disse que o show não era legal. Essa foi a primeira vez que eu quis estrangular
nosso filho.
— Eu queria ter estado lá. Não me perdoo por ter perdido tanto tempo da
vida dele, queria voltar no tempo e mudar minhas decisões.
— Fico feliz por você não ter estado, quando pensei ter perdido ele eu
fiquei muito mal, o mundo pesou em cima de mim. A mulher que você conhece
agora? Ela sumiu, e foi assim por um longo tempo. — Allyssa está pensativa,
olhando para Zack. — Podemos recriar todas as memórias com ele agora,
memórias que até mesmo eu não consegui criar.
Ela se levanta e dá a volta na cama, nós dois nos esprememos na ponta da
cama, abraçados.
— Quero recriar essas memórias e ao mesmo tempo criar outras novas,
ainda mais agora que vamos ter outro bebê.
— Vamos fazer isso. — Me dá um beijo.
Nós dormimos por bastante tempo, acordo quando o sol está brilhando
pelas janelas do avião, Allyssa e Zack estão me usando como apoio. Deitado no
meio deles, não consigo imaginar um lugar diferente a qual eu preferisse estar.
— Você está com uma expressão meio assustadora. — Allyssa murmura
com a voz rouca.
— Essa é minha cara feliz e apaixonada. — Dou um sorriso fazendo
minhas covinhas aparecer.
— Por que você é tão bonito? — Resmunga.
— Porque preciso te manter ao meu lado.
— Não precisa ser tão bonito assim, para o seu próprio bem.
Infelizmente o piloto anuncia que vamos pousar em alguns minutos, nos
obrigando a levantar.
— Vamos, eu quero sair logo desse avião. — Passo por cima dela e dou
um beijo em sua boca.
— Não podemos ficar aqui mais um tempo?
— Temos que sair para que vejam a surpresa que preparei.
Allyssa levanta e começa a se arrumar.
— Sabe o quanto eu odeio essa coisa de surpresa?
— Eu sei, mas te garanto que vai ser boa. — Garanto, vendo Zack
acordar e se sentar na cama coçando seus olhos. — Zack já acordou. — Dou um
beijo em sua testa e me afasto.
Me troco no banheiro, quando saio Allyssa já está arrumada e terminando
de vestir Zack. Admito que estou surpreso com o quão rápido ela se vestiu,
nunca pensei que demoraria a me vestir mais do que minha esposa.
— A resposta para sua pergunta é; fui mãe solteira por muito tempo, e
por mais dinheiro que tivesse, eu gostava de cuidar dele. — Responde. — O
flash é lento perto de qualquer mãe.
Zack pula animado, concordando com Allyssa.
— A mamãe é uma heroína.
Vendo como Zack está feliz e animado, me faz questionar o tempo que
ele passou sozinho naquele internato. Como ele consegue esquecer tudo tão
rápido e agir como se o tempo não tivesse passado?
— Eu sei disso, ela pode arremessar sabonetes e vasos com uma precisão
incrível. — Lembro da primeira vez da Allyssa nesse avião e dou risada.
— Foi sem querer. — Ela se defende.
— Mesmo assim, aquilo foi impressionante.
Depois do nosso momento descontraído em família, vamos para nossos
acentos e colocamos o cinto de segurança, logo em seguida somos avisados de
que estamos pousando. Fico feliz em ter escolhido um lugar quente e com um
bom tempo, não sei se meu estômago ia aguentar um pouso problemático com
Zack e Allyssa no avião.
Assim que as portas se abrem e saímos, somos atingidos pelo céu azul e
pelo calor escaldante, um contraste grande perto do clima que estou acostumado
nessa época.
— Não acredito nisso. — Allyssa diz, animada.
— Ainda temos mais algumas surpresas.
Capítulo 32
Allyssa
Dimitri me surpreendeu com nosso destino, mesmo odiando surpresas
tenho que admitir que valeu a pena sofrer de ansiedade. Assim que a saímos do
avião a vista da cidade, mesmo de longe me faz perder o ar por um momento, as
coisas são diferentes de onde estou acostumada, é como se o céu fosse mais azul
aqui.
— Estamos em Recife, vamos pegar o helicóptero e ir para Fernando de
Noronha, sendo mais especifico, Bahia de San Rancho. — Dimitri diz atrás de
mim.
— Esse lugar é lindo, não posso acreditar que nos trouxe aqui. —
Murmuro, tentando controlar minha animação.
— Achei que vocês iam gostar, sem contar que não vamos ter problemas
com as pessoas nos seguindo aqui. — Responde. — Eu queria levar vocês de
barco até nosso destino, mas vai demorar mais, então vamos fazer isso na volta,
assim Zack pode ver os golfinhos.
Dimitri nos ajuda a entrar no Helicóptero, quando ele levanta voo, fico
ainda mais impressionada com a beleza do lugar. Recife é um dos lugares
perfeitos e me sinto um pouco triste por deixar a cidade para trás. Esse
sentimento dura até que começo a ver a água azul, a tristeza logo é esquecida
diante da beleza que temos a frente.
— Eu te amo. — Falo para Dimitri, sem tirar meus olhos da janela.
— Eu amo vocês. — Responde, me fazendo virar para encará-lo e ver o
sorriso em seus olhos.
Mesmo que meu marido não dissesse que nos ama, o amor que ele sente
por nós estaria obvio na forma como nos olha. A felicidade por estar com a gente
também está evidente em seu rosto. Sou grata por ter alguém que me ame como
ele.
— Qual a programação do dia? — Peço, sabendo que ainda é cedo.
— Vamos começar o passeio por Santo Antônio, por isso chegamos aqui
cedo, tudo foi planejado para não perder nem mesmo um segundo de diversão.
— Explica.
— Vamos pegar o barco que costeia a ilha?
— Sim, mas não vou dar mais detalhes sobre nosso passeio. — Pisca
para mim, voltando sua atenção para o Zack.
Passamos um tempo na ilha de San Antônio, conhecemos o lugar e
brincamos um pouco, até chegar a hora e a gente pegar o barco que costeia o
Mar de Dentro. Durante o passeio golfinhos nadam e saltam ao lado do barco,
seu espetáculo deixando Zack eufórico, dando gritos de alegria.
— Olha os golfinhos, papai. — Aponta animado.
Zack e Dimitri conversam a respeito de golfinhos, nosso filho deixando
claro como está decepcionado por não ser um garoto golfinho, assim como
[2]
Shark Boy era um menino tubarão.
— Quem é esse? — Dimitri parece confuso.
— É um menino que foi criado por tubarões, ele vive na terra dos sonhos.
— Explica Zack, e volta a prestar atenção nos golfinhos.
Dimitri me encara, ainda confuso e precisando de ajuda.
— De onde ele tira tudo isso?
— Ele sempre gostou de filmes, o pediatra disse que é bom, ajuda a
exercitar a mente. — Explico. — Ele tem uma coleção de filmes, em Nova York.
— Vamos fazer outra, assim posso assistir com ele e acompanhar quem é
quem. Quais são os favoritos dele?
— Ele gosta de todos os gêneros, mesmo os de terror.
— Permitiu que ele assistisse filmes de terror?
Dou de ombros.
— Quer mesmo falar sobre criação inadequada comigo? São apenas
filmes, assim ele não tem medo.
— Ele era um bebê...
Levanto a mão, interrompendo o que ele está prestes a dizer.
— Dimitri, eu cresci assistindo esses tipos de filmes e não me tornei uma
assassina psicopata. Não acredito em classificação de idade, ele assiste o que
gosta.
— Allyssa...
— Você assistia filmes de terror quando era criança? — Pergunto.
— Não! — Responde rápido.
— E o que você faz mesmo quando alguém te irrita?
Ele parece envergonhado ao perceber o que quero dizer.
— Bom ponto.
— Eu sei. — Dou um tapa em seu ombro. — Não entendo essa mania
chata que as pessoas tem de só colocar Dora, galinha pintadinha ou uma dupla
de palhaços para as crianças assistirem com medo que eles se tornem psicopatas.
Gerações e mais gerações cresceram vendo outras coisas e não se tornaram
malucos, tudo está ligado a educação.
— Apenas fiquei curioso, crianças normalmente tem medo.
— Eu não tenho medo, papai. — Zack se mete. — Sempre me
transformo em um herói.
Dimitri sorri, me fazendo revirar os olhos. Ele pega a mão do Zack, que
estava prestes a se afastar.
— Nós já vamos desembarcar. — Dimitri avisa a ele.
— Papai...
— Sem discutir. — Seu tom é duro, e não abre espaço para discussão.
— Tudo bem.
A próxima parte da programação feita por Dimitri, inclui mergulho com
tartarugas enormes, Zack que estava mais quieto e cansado se anima com a ideia.
Essa foi a primeira vez que fiquei feliz em ter feito todas aquelas aulas de
natação com ele, garantir que meu filho esteja ao menos um pouco preparado
para um momento como esse.
— Onde ele aprendeu a nadar? É tão novinho. — Uma turista que estava
perto de nós pergunta.
Mesmo sendo uma época de baixa temporada de turista, ainda tem
algumas pessoas nos acompanhando, Dimitri não ficou muito feliz com o
arranjo, mas não me importei.
— Aulas para bebês, ele começou assim que o médico permitiu. —
Explico, observando Dimitri conferir o equipamento dele.
— Que tipo de mãe deixa um bebê ter aula de natação? — Seu olhar é
cheio de reprovação.
— O que me surpreende é você não conhecer, embora, vendo como seus
filhos não sabem nadar, acho que está na hora de coloca-los em uma. — Não
deixo meu tom de voz demonstrar irritação. — E só para você saber, são aulas
mamãe e bebê, praticar espertes evita que crianças fiquem acima do peso.
Me assusta o quão obesos os filhos dela estão, coitados dos filhos dela.
— Aconteceu alguma coisa? — Dimitri pergunta, quando me aproximo
dele.
— Aquela mulher decidiu me irritar e me julgar por ter colocado o Zack
na natação ainda bebê.
— Tem pessoas que não se sentem confortáveis com coisas diferentes.
— E quem paga isso são os filhos dela, eles podem ter sérios problemas
de saúde.
— Cada um tem seu jeito, não podemos nos meter.
Dou de ombros.
— Tudo bem, mas não deixa de ser perigoso para eles.
Depois do nosso pequeno desentendimento, nós seguimos o guia e
entramos na água. Pensei que o passeio ia ser tranquilo e que nada podia me
estressar, até que eu vi tubarões. Quando vi o primeiro tubarão meu coração
quase parou, em seguida ele tentou sair pela boca, e eu tive que engolir ele umas
três vezes. Por fim, ele está batendo no meu estômago.
Enquanto eu estava com medo de cagar meu coração em um futuro
próximo, Zack e Dimitri estavam brincando divertidos com os tubarões e
animados com cada maldito peixe. Enquanto alguns deles tinham tamanho para
comer todos nós.
Qual é o problema deles?
Quando o passeio acabou, não consegui sair da água rápido o suficiente,
enquanto isso os dois queriam ficar mais tempo.
— Você viu o tubalão? Ele passou bem perto de mim. — Zack está
animado.
— Eu vi, meu amor. — Passo a mão pelo seu cabelo molhado. — E nós
dois sabemos que se fala tubarão. — Corrigir ele assim que ele fala as coisas
erradas, evita que ele se torne uma criança mais velha que fala errado por mania.
— Tubarão. — Repete baixinho, dessa vez da forma certa.
— Isso aí. — Ergo a mão para um “toca aqui”.
— Estou com fome. — Diz.
— Eu também. — Nós dois olhamos para Dimitri, que está sendo
cobiçado pela mãe irritante.
— Vamos almoçar. — Pega minha mão. Caminhamos para forma do
barco, ele nos leva até um bug. — Essa é a forma mais rápida de viajar pela ilha.
— Explica.
Não vejo a hora de conhecer toda a ilha e de saber tudo o que ele
planejou para nós. Almoçamos em um restaurante chamado Varandão, que fica
na Vila dos Trinta. A comida é ótima, e o fato de termos praticado muitos
exercícios, abriu nosso apetite. Por sorte, a comida daqui agrada o bebê dentro
da minha barriga, e pela primeira vez em algum tempo consigo desfrutar sem
vomitar.
— Essa comida é ótima. — Digo, roubando um pedaço do peixe do
Dimitri.
— Percebi que gostaram, a comida do meu prato está desaparecendo. —
Vejo que Zack também está pegando do peixe dele.
Quando terminamos de comer, vamos para o hotel, que acaba sendo uma
simples pousada no que Dimitri intitulou como Paraiso das trilhas.
— Que lugar é esse?
— Chama de Floresta Nova, aqui tem algumas pousadas e as trilhas mais
bonitas. — Explica, olhando para o nosso filho adormecido. — Trouxe alguns
seguranças para cuidar dele.
— Tem certeza que podemos confiar nele? — Questiono.
Meu coração não aguenta a ideia de um estranho cuidar do meu filho,
ainda mais em um país que não conheço ninguém.
— Eu não deixaria nosso filho nas mãos de alguém em quem não confio.
Aceno com a cabeça, concordando com ele.
Eu queria dizer que o que meu avô fez não me afetou, mas a verdade é
que afetou.
Dimitri pega a chave do nosso quarto com dos seguranças, o quaro é uma
suíte dupla que tem uma porta ligando ao quarto ao lado. Depois de verificar que
a outra porta está trancada, e arrumar Zack na cama, nós voltamos para a suíte.
Já no nosso quarto, corro e tomo um banho, Dimitri tem planos para
nossa noite, e estou louca para saber quais são.
— Pronta?
— Sim, embora eu não goste de surpresas. — Reclamo, quando saímos
da pousada.
Dimitri me surpreende ao me levar para ver o pôr do sol, a vista é linda
tanto do céu, quando da ilha.
— Esse lugar é maravilhoso.
— É mesmo. — Diz, mas seus olhos estão em mim e não na paisagem.
Quem diria que um mafioso fodão conseguiria ser tão clichê?
— Estou falando da vista.
— E eu da mulher da minha vida. — Me dá um beijo leve. — Essa
viagem não foi planejada como uma fuga, e sim como nossa lua de mel.
Acaricio seu rosto.
— Sei disso, e estou amando cada segundo.
— Que bom, porque essa noite você é minha.
Capítulo 33
Dimitri
Ficar um tempo longe de casa e dos problemas foi a melhor coisa para
nós, uma simples viagem aliviou toda a tensão e colocou um sorriso enorme no
rosto da Ally e do Zack. Allyssa sempre me disse que queria passar a lua de mel
em um lugar como esse, longe da nossa vida de luxo, estamos tendo os melhores
dias da nossa vida.
— Não tenho ideia do que você está tramando, mas se todas as suas
surpresas envolverem algo como o dia de hoje, e essa vista? Eu aceito. — Fala,
me fazendo dar risada do seu tom, ela parece uma adolescente animada.
— Pode apostar que sim.
Ver Allyssa feliz estando em um lugar tão simples, me deixa feliz.
Allyssa foi criada tendo uma vida de luxo, ela veio de uma família rica, embora
com problemas, porém isso não a impediu de apreciar as coisas simples, de ser
uma pessoa gentil e generosa.
Puxo ela mais apertado contra meu corpo, beijando-a com paixão.
— Venha. — Puxo-a com carinho a caminho de JEEP, que aluguei.
A ilha é grande, e quero aproveitar o máximo do nosso tempo a sós. Zack
não ia gostar dos lugares que visitamos, achando chato, mas que eu tinha certeza
de que Ally gostaria.
— Está muito cansada? — Peço.
— Estou bem. — Garante. — Se eu sentir alguma coisa te digo e
voltamos para o hotel.
Passamos por alguns pontos turísticos como a igreja Nossa Senhora dos
Remédios, que fica na Vila dos Remédios. O lugar é lindo, um paraíso na terra, é
nítido o quanto as pessoas por aqui amam e cuidam do lugar.
— Estou amando esse lugar, espero voltar aqui. — Allyssa fala.
Estamos em um bar, que tem uma banda tocando músicas típicas da
região. Vejo casais dançando agarrados, algumas pessoas estão tirando fotos do
lugar e conversando com seus amigos. O que mais me chama atenção é um
homem, encarando Allyssa, que assim como os turistas está tirando algumas
fotos.
— Vamos dançar? — Murmuro em seu ouvido.
— Claro.
Tentamos imitar ou outros casais, a forma como dançavam colados um
no outro, no entanto, isso se tornou uma missão impossível uma vez que ter
Allyssa se esfregando contra meu corpo me deixou louco de tesão. Nossa troca
de olhares foi o suficiente para me fazer quebrar e ir pagar a conta, arrastando
minha linda esposa para o beco mais próximo.
— O que você tem em mente? — Pede, sabendo exatamente o que quero,
respondo com ela erguendo minha camisa.
— Você sabe. — Suas unhas cravam na minha pele.
Puxo seu vestido para cima, suas mãos correm pelas minhas costas e meu
peito, até que ela me beija, deslizando seus dedos pelo meu cabelo. Minhas mãos
vão para sua bunda, erguendo-a, que passa as pernas em volta da minha cintura.
Guio meu pau dentro de sua buceta apertada, metendo nele com força, presa
contra a parede.
Algumas pessoas passam na rua, elas estão rindo e conversando, e não
percebem o que estamos fazendo, estamos escondidos pela escuridão. Meu pau
desliza em sua boceta encharcada. É tanto desejo e luxúria que mesmo depois de
gozar não consigo sair de dentro dela e contínuo a meter com força. Allyssa a
abafa seus gritos de prazer mordendo meu ombro, suas mãos puxando mais forte
meu cabelo enquanto a beijo.
Não me sinto completo se não estou com ela e sexo é uma das poucas
vezes que eu me sinto perto o suficiente, fico sem controle e desesperado para
ter essa conexão com minha esposa.
— Você é minha. — Sinto que ela está prestes a gozar em volta do meu
pau.
— Eu sou sua. — Geme.
— Só minha. — Essa necessidade incontrolável de dizer a todos que ela
é minha, é algo que tenho lutado contra, e quem pensa que a gravidez ajudou a
atenuar essa necessidade está enganado.
Depois que ambos gozamos, leva um tempo para a gente se recuperar,
quando a solto no chão, posso ver meu gozo escorrendo de sua buceta. Não
permito que ela se limpe, ver sua buceta toda melada com meu gozo é a
afirmação que necessito de que ela me pertence.
— Hoje você está de volta na zona de possessão extrema. — Brinca, ela
tem feito isso toda vez que tenho meus momentos mais intensos.
Eles tem sido frequentes.
— Você faz isso comigo. — Ajudo ela a se arrumar.
— Preciso me limpar.
— Não, você vai ficar assim até chegarmos no hotel. Vou te foder em
uma cama podendo te comer de todas as formas possíveis. — Ela aperta as
pernas juntas. — Minha mulher como sempre pronta para ser fodida. — Provoco
ela, brincando com seu clitóris.
— Bastardo. — Fala quando tiro para de provoca-la e chupo meus dedos.
— Delicia. — Respondo quando tiro o dedo da minha boca, saboreando
seu. — Vamos voltar para a pousada.
Ela segura o meu braço e saímos do beco indo para nosso carro. Durante
o caminho provoco Allyssa com a mão em sua calcinha, a penetro com meus
dedos e brinco com seu clitóris. Enquanto eu dirijo, ela se baixa com a cabeça no
meu colo e tira meu pau pra fora. Devagar ela passa a língua pela coroa do meu
pau.
— Foda Allyssa, você vai me fazer bater essa merda. — Aperto o volante
com força.
Ela não me escuta e o toma todo na boca, me deixando maluco de tesão.
Passa a língua da base a ponta e o masturba com uma das mãos, com a outra
acaricia minhas bolas só para quando estou prestes a gozar em sua boca, Ally se
afasta e me deixa com o pau duro e escorrendo pré-sêmen.
- O que diabos você está fazendo? — Pergunto. — Se começou termine.
— Ela sabe que pareço um adolescente perto dela e ainda assim me provoca e
depois se afasta.
Meu pinto tá doendo e tenho o pior caso de bolas azuis da história, um
simples toque dela, pode me fazer gozar. Mas não, quem pensa que ela coopera
comigo? Mal posso dirigir nesse estado.
— Não, vamos ficar na mesma página partir de hoje. — Responde com
uma cara safada. — Se você me deixar excitada, vou te deixar da mesma
maneira, se eu não gozo, você também não vai gozar. — Me deixar excitado só
para se vingar é algo maldoso.
Nossa noite tinha tudo para ser um sucesso, até que chegamos no hotel e
a primeira coisa que vejo é a polícia. Eles estão conversando com os seguranças
do Zack, que assim que me veem, vem na direção do carro.
— Eles o levaram.
— Eles quem? Levaram quem?
Meus problemas me seguem por todos os lugares.
— Invadiram o hotel, e levaram o seu filho. — Conta. — Lutei o
máximo que consegui, mas eles me atingiram por trás.
Vou lidar com esse idiota em outra hora, nesse momento preciso focar no
que é importante.
Aquele homem levou meu filho.
Devia saber que ele não cairia na armadilha, ainda mais quando todo seu
dinheiro foi levado. Essa é única forma que ele sabe como tentar reverter a
situação, me pressionando e querendo que eu ceda a suas chantagens.
— Tem alguma ideia de para aonde foram?
— Acredito que vão tentar sair da ilha. — Um dos funcionários do hotel
diz. — Um helicóptero pousou na ilha há mais ou menos uma hora. —
Responde. — Um senhor mais velho saiu carregando um menino.
— Onde eles pousaram? — Allyssa pergunta, desesperada.
— O heliporto fica há uns dez minutos daqui eles devem ter chego lá.
Tanto Allyssa quanto eu, estamos desesperados. Esse homem está
levando parte de nós.
Ele não vai se atrever a machucar Zack, ele não o colocou em um dos
mais caros internatos sem uma boa razão. O velho quer um herdeiro, ele quer
alguém que possa manipular desde cedo, e nesse momento, meu filho é essa
pessoa.
No momento que termino meu pensamento um helicóptero passa
sobrevoando por cima do hotel e dispara tiros por toda a parte acertando o
segurança, que cai morto com um tiro na cabeça. Os hóspedes entram
desesperados no hotel, enquanto manobro o carro para baixo das arvores, fora da
vista. Quando os tiros cessam, saio do carro com a Allyssa.
— Você está bem? — Pergunto preocupado que ela tenha se ferido.
— Eu estou bem, mas nosso filho... — Ela não chega a terminar a frase e
cai no choro, por mais desesperado que eu esteja, faço de tudo para tentar
acalmá-la.
— Vou trazer nosso filho de volta nem que seja a última coisa que faça.
— Prometo.
— Quero que você volte para mim seguro e com nosso filho.
— Eu prometo.
Capítulo 34
Allyssa
Mais uma vez o destino conspira contra a minha felicidade, pensei que
fingindo estar morta meu avô nos deixaria em paz por tempo suficiente para o
eliminarmos. Só que mais uma vez ele está tentando levar meu filho para longe.
E por mais que eu queira ser o porto seguro do Dimitri, e fingir que sou forte,
não consigo. Preciso do meu filho de volta nos meus braços, não vou falhar
como mãe dele mais uma vez.
Quando Dimitri se distrai conversando com um dos funcionários do
hotel, vou para o quarto que Zack estava dormindo. Conhecendo meu avô, ele
deve ter deixado uma pista ou bilhete de para onde ele pode ter levado meu filho.
Entro no quarto e dou uma olhada minuciosa em volta e vejo algo diferente no
chão, no canto da cama do Zack, um pingente. Para qualquer pessoa de fora
poderia ser meu, mas sei exatamente a quem pertence.
Meu filho ainda está na ilha!
Pego o colar lembrando da última vez que o vi, foi no pescoço da mãe
irresponsável do barco, aquela safada tem algo a ver com isso. Por sorte sei onde
encontrá-la.
Pego o pingente e ando até ela, que está falando com o marido no sofá,
na entrada da pousada. Não anuncio a minha chegada ou até mesmo chamo ela
antes de sentar a mão em sua cara.
— Aii... — Grita ela com dor. — Sua loca.
— Louca? —Dando um sorriso sinistro. — Você não viu nada ainda. —
Dou um soco na cara dela, seu nariz quebra, e sangue começa a escorrer por seu
rosto. — Isso aqui é só o começo. — Falo, seu marido tenta me afastar da
mulher, mas Dimitri é mais rápido e impede, dando um soco em sua cara.
— Não toque na minha mulher. — Avisa, os seguranças correm e
seguram o homem. — Allyssa será que você pode por favor me dizer o que está
acontecendo? — Pergunta sem entender nada.
Pego o colar dela e mostro pra ele.
— Isso aqui é dela, vi em seu pescoço quando fomos nadar. — Explico.
— E quem te garante que é meu? — Diz de forma irônica.
Olho no pescoço dela e vejo uma marca vermelha, meu filho não foi
com ela por vontade própria e arrancou o colar dela tentando se soltar.
— Seu pescoço está vermelho. — Aponto, vejo ela ficar branca e levar a
mão até o pescoço. — Como eu pensei. — Dou outro soco em seu rosto. —
Aonde ele levou meu filho?
— Eu não sei aonde ele levou aquela criança insuportável. — Responde,
ganhando mais um soco.
Cansada disso vejo o filho dela do outro lado do salão, se ela quer
brincar vamos brincar. Eu nunca faria a uma criança, mas agora que essa vadia
mexeu com o meu filho, estou disposta a fazer o que for preciso.
— Segure ela aqui. — Mando a um dos guardas.
Me afasto deles indo até o menino e Dimitri me segue.
— O que você vai fazer? — Pergunta.
— Aquela mulher levou meu filho, não há nada mais justo do que usar o
dela para recuperá-lo.
— Vai usar uma criança?
— Ela usou meu filho primeiro. — Vejo a forma como ele me olha. —
Não me olhe assim, você faz parte de uma máfia, você mata pessoas e as tortura
o tempo todo. Não aja como se eu fosse um monstro! Sou só uma mãe que quer
o filho de volta. — Acenando, Dimitri pega o menino.
Andamos com ele até um dos guardas e Dimitri fala algo baixinho para o
homem, que pega o garoto e sai. O menino não chora, nem sequer olha na
direção da mãe desnaturada dele.
— Aonde você está levando meu filho?
— Enquanto você responde as minhas perguntas e reza para eu recuperar
meu filho, o seu vai dar uma volta com um amigo meu. — Dimitri responde em
tom sério.
— Você não se atreveria. — Tenta soar confiante.
— Quer apostar? Não é como se eu já não tivesse feito isso antes. —
Rosna. — Sugiro que comece a falar de uma vez por todas, ou seu filho vai
acabar virando comida de tubarão.
— O ... O que você quer saber?
— Tudo. — Me meto querendo saber logo o que está acontecendo.
— Um senhor disse que queria ver o neto, que tinha sido levado pelos
pais traficantes de drogas.
— Por acaso pareço com traficante? — Dimitri bate irritado.
— Si...Sim. — Gagueja.
— Você está enganada. — Debocha Dimitri. — Eu sou muito pior que
um traficante, e se não falar tudo o que sabe, nem você e nem seu filho vão ver o
dia nascer.
— Por favor, não machuque meu filho. — Implora.
— Por que eu faria isso? Por que teria piedade do seu filho se você
mandou meu filho para a morte? — Dimitri está muito irritado.
— Eu não sabia, juro. — Chora.
— Quem te ensinou a se meter na vida dos outros? Se seu filho não
voltar mais a culpa é sua. Lembre-se, se meu filho não voltar o seu também não
volta.
Dimitri está fazendo exatamente o que combinamos. O filho dela não
está correndo perigo, ele foi apenas dar uma volta e tomar sorvete. Mas essa
vadia não sabe e nem precisa saber.
— Não machuque meu filho.
— Como já disse, não vou machucar ele, você vai.
— Tudo bem, vou contar. — Diz, desesperada. — Aquele senhor disse
que vocês eram traficantes, ele também falou que me daria muito dinheiro se eu
o deixasse passar um tempo com o neto. Mas o menino chorou e lutou um
pouco, um dos homens que veio busca-lo com o senhor, deu um soco nele e o
deixou apagado. Depois disso eles me mandaram sair com o dinheiro e eu fui.
Essa mulher, que também é mãe, viu meu filho ser nocauteado e não fez
nada! Simplesmente pegou o maldito dinheiro dela e saiu. Como ela se atreve?
Como ela pode fazer isso com uma criança?
— Você deixou meu filho ser levado por dinheiro? — Pergunto
horrorizada.
— Não me olhe assim. — Fala, sua voz mudando. — Nós não somos
ricos e não podemos dar tudo ao nosso filho como aulas de natação desde
pequeno, ele não tem roupas de marca, ou as coisas que seu filho tem. — Não
posso acreditar que ela entregou meu filho por inveja das coisas que meu filho
tem.
— Uma boa mãe não precisa de aulas de natação, roupas de grife, não
precisa de nada disso para criar bem um filho. Tudo o que é preciso, é amor
carinho e acima de tudo educação e princípios. Coisa que está na cara que você
não tem. — Dou um tapa na cara dela. — Agora pela última vez, me diga aonde
está meu filho?
— Ally...
— Não, Dimitri. — O corto. — Sei que aquele velho desgraçado não saiu
com ele dessa ilha, seria muito obvio e ele sabe que a polícia o seguiria. Aquilo
foi uma distração. — Revelo.
— Nós não temos certeza.
— Engraçado você era o primeiro a querer ir atrás do nosso filho, e agora
está aqui debatendo comigo se estou sã? — Pergunto com raiva e cansada.
Com raiva dessa situação e do meu avô, e cansada dessa mulher que
mesmo sem me conhecer nutriu um ódio enorme por mim e meu filho, a ponto
de ajudar meu vô a acabar com a minha família.
— Não estou fazendo isso. — Diz, me olhando preocupado. — Vou
colocar meus homens para procurar pela ilha, qualquer movimentação estranha
eles me avisam.
— O que vamos fazer com os dois? — Olho para a mulher e o homem
caídos no chão. Graças a deus o hotel está vazio, os únicos que estão aqui são os
donos, um casal de velhinhos que viu tudo.
Olho para eles, a primeira a falar é a senhora.
— Não vamos falar nada, tirem o que poderem dela para ter o filho de
vocês de volta. Perdemos nosso filho há anos e não queremos que ninguém passe
pela dor que sentimos.
— Obrigado. — Dou um abraço na senhora.
Antes de saber a verdade sobre a minha mãe, me sentia confortada em
seus braços. Mas hoje, ganhando o abraço dessa desconhecida, vejo que tem
mais ternura nesse abraço desconhecido do que no da mulher que me pôs no
mundo.
— Ele está bem, você vai ver. — Me dá um sorriso de leve. — Deus está
o protegendo.
Por que essa mulher me deixou mais confiante? Talvez por ser uma
estranha dizendo que meu filho está bem torne isso real. Me afasto dela e ando
até os braços de Dimitri, olho em volta e percebo que o casal filha da puta não
está mais aqui.
— Para onde eles foram?
– Um porão que o senhor nos deu a chave. — Fala e beija o topo da
minha cabeça.
— Desculpe. — Peço. — Eu não sei o que aconteceu comigo.
— Baby calma, eu sei que você não está bem. — Nosso momento é
interrompido pelo toque de seu telefone.
— Eles os encontraram.
Leva um momento para eu perceber o que está acontecendo, Dimitri me
solta e começa a se afastar de mim, atrás do nosso filho, sozinho. Fico parada por
um tempo, quando finalmente recupero os sentidos, sei que não posso ir atrás do
meu marido sem uma arma.
Busco a arma que ele me deu, ela estava na minha bolsa e corro para o
andar de baixo, para minha surpresa a senhora dona da pousada me espera na
porta com as chaves do carro.
— Tome, minha filha, seu marido foi por ali. — Aponta.
Pego as chaves e saio correndo, de alguma forma chego antes do
Dimitri no lugar e a única pessoa que está lá é meu avô.
— Olá Allyssa, que alegria tenho em ver que não está morta, como seu
marido queria que eu acreditasse.
Olho para ele, estamos frente a frente em um tipo de clareira.
Quem diria que a coisas terminariam assim?
— Agora somos apenas você e eu.
— Deveria ter sido assim desde o começo. Seu marido vai finalmente
poder me enviar uma coroa de flores, em homenagem a sua morte.
— Seu desgraçado... —Seguro a arma, mas antes que eu atire, escuto o
barulho de um tiro ecoando.
— Deve ter sido seu marido. — Diz sorrindo.
— Lamento te decepcionar. — Uma voz de homem vem de trás do meu
avô.
E assim ficamos meu marido e eu, frente a frente com o homem que
mais odiamos.
Capítulo 35
Dimitri
— Esse tiro na verdade foi seu homem que estava de tocaia, não sou
idiota de trazer minha mulher e filho para uma ilha sem proteção, ainda mais
com você a solta. — Vejo Allyssa segurando sua arma, apontando para ele.
— Sei que não, você é um homem esperto Dimitri, assim como Allyssa.
De todos os meus netos você e Apolo são os mais espertos, não que eu me
orgulhe disso, levando em conta que a esperteza de vocês os trouxe até aqui. —
Olha para Ally.
— Achei que você fosse o tipo de velho que gostava de um bom desafio.
— Provoca Allyssa.
— Você e seu irmão são desafios o suficiente. Não vejo como posso ter
um minuto de paz com vocês dois andando por aí com provas contra mim. —
Rosna irritado. — Esperava que fosse mais como sua prima Lara, que se fazia de
sonsa, pelo menos até que o motociclista, que era da porra do FBI. — A última
parte parece o irritar ainda mais. — Já seu primo, é estupido de mais para se
deixar ser pego e ainda por cima me ameaçar. — Diz com raiva e ao mesmo
tempo debochando da situação. — No entanto você percebeu tudo desde o
início, foi por isso que tive que te tirar tudo o que era importante, para manter
sua boca fechada. Infelizmente ao contrário dos outros, seu filho era a única
coisa que te importava de verdade. — Ri. — Quem diria que uma vagabunda
como você se tornaria a esposa de um mafioso, que se não bastasse é o pai do
pestinha. — Ele anda um pouco. — Se tivesse me ouvido e ficado quieta.
Eu queria atirar nele agora, mas sabemos que é o que ele espera. Vir até
essa ilha seria suicídio e ele está esperando uma morte rápida, mas não vou
permitir.
— Você sempre se julgou mais esperto, não é? — Debocha, Allyssa.
— Sou esperto, a prova disso é que posso até não acabar com vocês, mas
o precioso clube da sua priminha, com eles sim vou acabar.
Sei exatamente do que ele está falando, mas em breve Antônio será só
mais uma lembrança desagradável a qual vou fazer questão de lembrar a todos
que tentarem enfrentar a minha Família.
— Duvido disso, seu veneno e seu legado de crime vão ter um fim. —
Falo, sem dar mais detalhes.
— Adoraria ver você tentar. — Diz. — Estou supondo que você já tem
seu filho de volta.
— Não fale do meu filho, sei exatamente onde ele está. —
— Seu filho está na ilha, mas seguro eu não garanto. — Sorri e olha para
Allyssa. — O que você me diz Allyssa? Uma pessoa com uma bomba amarrada
ao corpo está segura?
Vejo a cor do rosto de Ally se esvair e fico tenso. Como vou cuidar
disso? Ele sabia o que estava fazendo, vindo aqui e sequestrando Zack.
— Quando eu pegar meu filho, vou te matar e você vai pagar por tudo o
que está fazendo comigo e com a minha família. — Jura Allyssa.
— Me mostre sua força minha querida, e eu lhe darei seu filho. —
Instiga. — Vou dizer onde seu filho está se você... — aponta para mim, me
desafiando. — Atirar nela e a matar. — Aponta para Ally depois. — O que me
diz? Seu filho ou a sua mulher?
Esse é o tipo de situação que odeio! Odeio não ter controle, e odeio ter
que ficar nessa encruzilhada.
Esse velho desgraçado não sabe o que o espera.
— Não posso fazer isso. — Olho para Ally.
— Dimitri, você sabe o que tem que fazer. — Diz ela e sei que ela não
está se referindo a não atirar nela. — Confie em mim.
Não me movo, não consigo.
Pela primeira vez na minha vida adulta estou travado. Mas quando eu
êxito, escuto um barulho de tiro e Allyssa cai no chão. Olho para frente e vejo
que não foi Francisco quem atirou nela e sim, meu pai que está ao lado do
Apolo.
— NÃO. — Grito desesperado, quero correr até o corpo dela, mas não
posso. — Por que? — É tudo que consigo perguntar.
— Era ela ou meu neto, não foi difícil. — Meu pai diz, e vejo algo
estranho em seus olhos, alguma coisa está acontecendo aqui e não entendo o que
é.
Olho bem para o corpo de Allyssa e percebo algo, que talvez não era
para eu ter percebido, algo a qual talvez eu não devesse saber. Eles me deixaram
de fora de algo, por precisarem que Francisco acredite em mim.
— Seu pai é um homem de visão. — Antônio fala, alegre, sem dar um
segundo olhar para o corpo de Ally. — Deveria aprender a ser mais como ele,
mulheres não prestam para nada além de uma boa foda. — Desdenha. — Quanto
ao Izack, pode busca-lo, ele está no hotel ao lado da pousada de vocês no quarto
12B, dormindo. — Fala para Apolo. — Como pode ver eu nunca coloquei a vida
dele em perigo, se os senhores me dão licença tenho que ir, o que tinha que fazer
aqui já fiz. — Ele faz menção de sair, mas não deixo.
— Quero ver meu filho primeiro. — Dou de que ele vai sair vivo.
Com meu celular em mãos, dou a ordem para um dos seguranças
buscarem Zack no hotel, enquanto isso, Francisco fica aqui.
Meu telefone toca.
— Sim?
— Estamos com seu filho, ele está dormindo e está bem. — Garante. —
Chamamos um médico para garantir.
— Ótimo, qualquer coisa me avise. — Desligo.
— Parece que você disse a verdade, eles já estão com Zack. — Aviso e
nesse momento Ally se levanta do chão com um sorriso nos lábios, meu coração
pula uma batida, confirmando meu pensamento.
— Você é muito estupido. — Ela diz, olhando para o avô, enquanto se
recompõe e tira a sujeira da roupa.
— Você, não está morta? — Pede, parecendo prestes a infartar, seu rosto
vermelho e a mão indo para a gravata afrouxando seu aperto.
— Pareço morta para você? — Ela ri. — Sabe nós sabíamos que você
viria atrás de mim, só não esperávamos que você fosse ser tão idiota a ponto de
sequestrar meu filho.
— Você é mais esperta do que imaginei.
— Infelizmente para você, sim. — Ri dele e vem se aproximando com a
arma apontada para sua cara. — Mas não acho que seja a inteligência que conte
e sim sua burrice, quer dizer sério? Cair duas vezes no truque da morte? Isso é
burrice de mais. Quando sonhei em te matar não esperava que fosse ser tão fácil.
— Tem razão, eu deveria saber melhor sobre os seus truques.
Allyssa está lidando com isso de uma maneira surpreendente, parece até
que foi criada nessa vida, como uma profissional. Enquanto ela assume o
controle da situação, meu pai, Apollo e eu apenas observamos a cena, com
orgulho dela.
— Vocês podem brincar com ele o quanto quiser, mas sou eu que vou
mata-lo. — Diz Ally olhando para nós.
— Allyssa... — Não quero que ela suje as mãos matando esse verme.
— Não, vocês não têm o direito de tirar isso de mim. — Fala firme. —
Tudo o que ele me fez passar, me dá esse direito.
Não sei como explicar que o matar não vai diminuir a dor de tudo que ele
fez contra ela, vai apenas sujar suas mãos, causar pesadelos e fazer com que ela
se pergunte se é igual a ele ou não. Eu já matei muitas vezes, as primeiras são as
mais difíceis. Tive pesadelos por tempos, e não desejo isso para ela.
— Allyssa, isso não vai fazer sua dor passar. — Garanto. — Me deixe
cuidar disso para você. — Peço. — Se mesmo assim não quiser que eu cuide
dele, pelo menos deixe que Apolo cuide disso, afinal foi ele quem armou esse
circo.
— Deixe-o fazer isso, nós sabemos que você não vai puxar esse gatilho.
— O velho, mais uma vez tenta trazer o pior dela.
— É isso o que você pensa? — Ally pergunta com um sorriso macabro
no rosto. — Que eu sou fraca?
— Sei que é. — Sorri. — Você não vai atirar em mim, e seu marido vai
seguir o mesmo clichê de sempre e me torturar, vai ser isso que vai mata-lo. Essa
cede de vingança, essa vontade de ferir é o que vai ferrar com ele, e me dar a
vitória.
Assisto quando Allyssa muda sua postura, ela não vai mata-lo agora,
mesmo sendo o que deseja, o desafio que o velho lançou tornou a tortura mais
interessante para ela. Allyssa não vai nos deixar tortura-lo, porque ela mesma vai
fazer isso.
— Tem razão. — Sorri e puxa o gatilho, mirando em sua perna, ele cai
no chão gritando de dor. — Não quero que eles provem que são melhores que
você, essa função é minha! Por mais que eu queira fazer tudo sozinha, não posso
tirar o desejo do meu irmão e marido de cobrar tudo o que fez a eles, nós vamos
fazer isso juntos.
Allyssa abaixa a arma e caminha até meu pai e Apollo, mas Francisco
deve ter planejado isso. Ele devia ter um atirador preparado, o tiro que era para
acertar Ally, acaba atingindo meu pai, que percebeu a movimentação e se jogou
em cima dela para protege-la. Depois disso, mais tiros são ouvidos, não preciso
investigar para saber que meus homens cuidaram do atirador.
Passando por Francisco dou uma coronhada em sua cabeça, o deixo
desmaiado no chão conforme me aproximo do meu pai, coloco sua cabeça no
meu colo. Allyssa se levanta com a ajuda do Apolo e me garante que está bem,
antes de se ajoelhar ao lado do meu pai.
— Pai? — Chamo.
— Estou bem. — Responde com a voz fraca, eu respiro aliviado. Meu
pai já teve vários ferimentos e sabe quando um deles é ruim.
— Obrigado. — Agradeço por ele ter salvo minha mulher.
— Não precisa agradecer, somos uma família. — Geme de dor.
Pela primeira vez deixo de lado todo o passado conturbado com meu pai,
e o vejo como um líder que queria todos a sua volta fortes e preparados.
—Prometo tentar te perdoar. — Devo isso a ele, não vou sobrepor meu
orgulho a minha gratidão.
— Querido, eles estão aqui para levar seu pai. — Ally chama minha
atenção.
Eu me afasto dele e permito que os paramédicos o levem. Quando eles se
vão puxo Ally para os meus braços e a aperto, preciso desse abraço para me
tranquilizar de que ela está bem e que dana aconteceu.
— Nunca mais me assuste dessa forma, e nunca mais me siga. — Não
deixo espaço para discussão.
Nunca vou esquecer o medo que senti quando entrei nessa clareira e vi
Ally com uma arma na mão frente a frente com Francisco.
— Lamento querido, mas nós dos sabemos que isso nunca vai acontecer.
Eu nunca vou te deixar lutar nossas batalhas, sozinho. — Ficando na ponta dos
pés, ela me beija de leve. — Eu te amo.
— Por que você é assim? — Pergunto exasperado sua teimosia.
— Porque, eu te amo. — Responde simplesmente. — Tenho certeza que
você me ama assim, do jeito que sou.
— Mais uma dessas e sua bunda vai ser espancada. — Tentando ignorar
o desafio em seus olhos.
— Eu adoraria.
Nós ficamos ali por mais um tempo, Apolo ajudou a carregar Francisco
em um dos carros e o levar para o lugar seguro e escondido onde vamos ter
nossa festa particular. Também insisti para que Ally fosse ver um médico da ilha,
mas ela bateu o pé e se negou dizendo que estava bem e que nada a feriu.
— Só quero ver meu filho, isso é tudo. — Fala quando descemos do
carro na entrada da pousada.
— Eu também, ele está no nosso quarto. — Mal termino de falar e ela
corre para o quarto, em busca do nosso filho.
Agora que tenho Francisco sob meu poder, posso relaxar um pouco.
— Chefe? — Me chamam.
— Sim?
— O que vamos fazer com o menino e os pais dele?
— Quero a mulher e o marido na sala de torturas com Francisco, eles vão
ver o que acontece com quem fode com a minha família.
Capítulo 36
Allyssa
Depois da noite que tive, fiquei um pouco ao lado do Zack, não queria
que meu filho tivesse pesadelos e acordasse assustado sem me ter ao seu lado.
Depois de tudo o que meu avô fez, ele não perde por esperar, a Allyssa que
abaixava a cabeça e aguentava tudo numa boa se foi, Francisco vai conhecer
meu lado ruim.
Escuto um barulho no quarto e vejo Dimitri em pé.
— Aonde você está indo?
— Vou ver meu pai e Apolo, quero ver como eles estão. — Responde. —
Depois disso, vou visitar seu avô.
Preciso parar de pensar nele como meu avô, e as pessoas precisam parar
de pensar nele assim também.
— Não se refira a ele como meu avô. — Peço.
— Tudo bem, amor. — Fala se ajoelhando ao meu lado da cama.
— Vou com você. — Decido me levantando.
— Ally...
— Eu disse que vou com você. — Dimitri não discute comigo.
Coloco um vestido de verão e uma rasteirinha, não perco meu tempo com
maquiagem, descemos para recepção de mãos dadas com Dimitri. Quando
chegamos no lobby, encontramos Apolo e Irina, eles estão abraçados.
— Irina? — Pergunto, não a conheço muito bem, mas agora que ela está
com meu irmão, tenho que me aproximar dela.
— Oi, Ally. — Diz vindo me cumprimentar com um aperto de mãos.
— Veio com meu irmão? — Estou curiosa para saber os detalhes.
— Ele não me queria aqui, disse que ia ser perigoso. — Responde, como
se meu irmão a proteger fosse um absurdo.
Dou risada e abraço meu irmão. Ele ficou surpreso com meu abraço
repentino, nunca fiz isso com ele, acho que um tanto era medo de perder ele ou
de ser mentira, meu avô tirou muitas coisas de mim; meu filho, uma família
unida, meu irmão e a felicidade que só agora eu estou tendo.
— Obrigado, por tudo. — Sou sincera com meus sentimentos.
— Estou orgulhoso de você.
— Também tenho orgulho do homem que você se tornou. — Sou sincera
quando digo isso.
Dimitri pigarreia para atrair nossa atenção, Apolo se afasta de mim,
abraçando Irina. Imito seu gesto, indo para os braços do meu marido, o homem
da minha vida.
Levou um tempo ao longo da noite para eu perceber o quanto me sinto
mais leve, Francisco era uma bomba prestes a explodir, e saber que o
desarmamos torna tudo mais leve.
— Vocês vão lá em baixo? — Pergunta Apolo.
— Sim, estou apenas esperando pelo meu pai.
—Ele já está lá em baixo, ele não queria correr o risco de alguém tentar
soltar ele nesse pouco tempo, ainda mais sabendo a cobra que o Francisco é.
— Entendo. — Dimitri concorda.
Fico feliz que Miguel tenha se recuperado tão rápido do tiro que levou
ontem, sou grata a ele não apenas por ter salvo meu filho, mais também por ter
me salvo.
— Vou esperar aqui com a Ally. — Irina sorri para meu irmão.
— Vou descer com eles.
— Ally... —Irina tenta me convencer.
— Lamento Irina, mas não há nada que você possa dizer que vai me
fazer mudar de ideia. — Todos aqui querem que eu mude de ideia, porém, isso
não vai acontecer.
Dimitri bufa em reprovação. Sei que ele não está feliz com isso, e não
me importo, me vingar do Francisco é importante, só vou conseguir dormir a
noite se tiver garantia de que cobrei um pouco do mal que o desgraçado me fez.
— Tudo bem. — Irina entende meu lado, e depois de beijar meu irmão,
ela sobe para o quarto.
— Vamos. — Dimitri me puxa para o porão da pousada.
Não consigo enxergar muito bem aqui em baixo, a iluminação é fraca e
parece um porão de filme de terror onde o assassino vai aparecer a cada minuto e
te matar esquartejado. Se Dimitri não estivesse aqui comigo eu não teria
coragem de vir aqui.
— Onde está ele? — Dimitri pergunta para o pai, que deveria estar em
um hospital e não andando por ai sem camisa só com uma faixa ao redor do
ferimento. Ele também não deveria ser tão delícia assim, Dimitri definitivamente
puxou o pai.
— Ele está lá dentro, eu o amarrei de um jeito diferente, assim temos
mais formas de tortura do que as comuns. — Não sei muitas coisas sobre tortura,
mas algo me diz que vou aprender muita coisa hoje com meu marido e meu
sogro.
— Vai ficar? — Pergunto.
— Vou deixar isso aqui com vocês dois, tenho uma pessoa me esperando.
— Sobe sorrindo.
Dimitri parece surpreso com a atitude do pai, já que fica ao meu lado
observando a delícia que ele chama de pai, subir.
— Você estava encarando meu pai? — Me pega de surpresa com sua
pergunta.
— Não. — Minto. — Só vendo como você vai ficar mais velho. —
Sorrio. — E querido você vai ficar delicioso. Vamos? — Chamo sua atenção
para o assunto principal, o filho da puta do Francisco.
— Vamos. — Abre a porta para mim.
Ele está emburrado e deve ser a somatória do que está prestes a
acontecer, e do seu pai ser um gostoso.
Quando entro na sala encontro Francisco deitado no chão amarrado
como um porco, só de cueca. Perto dele tem uma mesa com facas, correntes,
açoites e um tipo de coleira de metal com pregos dentro dela. A visão desses
objetos de tortura me deixa um pouco enjoada, mas isso aqui é um mal
necessário e esse velho não vai escapar.
— Olha que coisa fofa, o casal veio me ver? — Francisco debocha.
— Para quem está preso e amarrado com um porco, você não sabe a hora
de calar a boca. — Devolvo sua provocação.
— Vamos ver até onde você e seu marido vão aguentar, aposto que só
veio assistir.
— Não. — Falo com sorriso nos lábios. — Vim aqui para literalmente
jogar sal sob suas feridas.
Sei qual é a do Dimitri, mas não vou deixar que ele faça tudo sozinho.
Ando até a mesa e pego um açoite, testo ele devagar no Francisco, como se
estivesse brincando e posso sentir quando o corpo dele fica tenso sob o chicote,
ele finalmente percebe que eu não estava brincando. Quando dou o primeiro
golpe, ele quer gritar, mas se segura.
— Isso é o melhor que pode fazer? — Ele está fazendo uma careta de dor
e ainda assim fica me provocando.
— Não, não se preocupe vou garantir que você sofra. — Dou outra
chicotada em suas costas, dessa vez ele grita de dor.
Francisco não percebeu que ainda não usei toda minha força, meu plano
é começar de vagar, fazendo ele sofrer pouco a pouco, assim como ele fez com
meu filho, meu irmão e eu.
— Sua vagabunda... — Dou outra chicotada em suas costas, impedindo
que ele continue.
— Não teste minha paciência, estou me esforçando ao máximo para
aguentar sua cara feia.
Continuo desferindo golpe após golpe cada vez mais forte até que suas
costas estão sagrando, cheia de cortes. Quando mais ele sofre, mais quero fazer
com que sofra.
— Allyssa... — Dimitri, chama minha atenção.
— Eu disse que você pode mata-lo, mas esse momento é meu.
Ele fica quieto e volta para o canto da sala, me observando. Caminho até
mesa e pego uma faca, passo pelas costas do Francisco, aumentando suas feridas
e abrindo outras, arrancando pedaços de carne. Fico surpresa por ele ter
demorado tanto tempo para fazer xixi nas calças, o velho lida bem com a dor.
— Tão patético e nojento.
— Você não sabe o que está fazendo? — Pergunta entre gemidos sua
respiração ofegante — Está se tornando igual a mim.
— Não estou me tornando igual a você, estou me tornando alguém
melhor que você. — Não sou idiota em cair no seu jogo psicológico. — Nunca
duvide de mim.
Largo a Faca na bancada, pego uma jarra com água, coloco sal e
vinagre, me aproximo outra vez dele, sem esperar jogo a mistura em suas
feridas, a dor o fazendo se desesperar. Por fim, pego a coleira e amarro em volta
do seu pescoço. Dimitri me ajuda, erguendo sua cabeça, a caleira aperta seu
pescoço, dificultando sua respiração e fala.
Quando termino com ele me afasto e olho para o Dimitri, ele percebe
que essa é minha deixa, que estou entregando o controle do que vai acontecer
daqui em diante em suas mãos. Dimitri pega uma corda e passa pela algema que
Francisco está usando, então começa a içar o velho pelos braços, forçando seus
ombros.
— Sabia que quando uma pessoa fica içada por muito tempo pelos pés ou
pelo pulso, essa pessoa tende a perder os movimentos dos membros? —Dimitri
pergunta ao Francisco, para um homem velho, ele até que tá durando muito.
Dimitri me surpreende com um controle, ligando-o, imediatamente sei
para que serve, o botão é de um controle que ativa as algemas e faz com que elas
deem uma descarga elétrica. Francisco começa a se tremer todo.
— Acha que está bom? — Pergunto.
— Sim. — Dimitri pega um saco e coloca na cabeça dele, e assim
Francisco sufoca aos poucos.
Quero dizer que foi uma morte tão rápida quanto um tiro na cabeça, mas
ele merecia cada segundo de dor que teve. Quando ele morre, o soltamos no
chão, seu corpo cai e fica ali, largado à espera dos homens do Dimitri para
limpar toda a bagunça.
Depois de terminar, penso que Dimitri vai subir para a parte de cima do
hotel, mas ele anda até um canto da sala e finalmente vejo a mulher e o homem
que ajudaram no sequestro do meu filho. Dimitri se ajoelha na frente da mulher e
olha nos olhos dela.
— Viu o que aconteceu aqui? — Pergunta e espera a mulher responder,
mas ela não responde e vira o rosto. Dimitri a obriga a olhar para ele. — Quando
eu mandar você olhar nos meus olhos e responder, espero uma resposta imediata.
Me ouviu? — Ela confirma. — Vou deixar você e seu marido viverem, seu filho
está no quarto de vocês e quando sair daqui se abrir a boca vai ser pior para
você.
Não sabia que ele a tinha aqui em baixo, muito menos sabia que ela
estava olhando tudo o que fazíamos. Mas não falo nada, eu queria que ela
sofresse e aprendesse uma lição, no final nós dois demos uma lição nela.
Subindo a escada me encosto nele, e o abraço.
— Finalmente, Dimitri. — Respiro aliviada. — Finalmente podemos ter
uma vida juntos e felizes sem ter que viver com medo.
— Estamos livres dele, amor. — Ele beija minha cabeça. — Nunca mais
vou deixar nada de ruim chegar até você e nosso filho.
Capítulo 37
Dimitri
Ficamos em Fernando de Noronha por mais alguns dias, nossa ideia era
aproveitar o local, só que dessa vez mais tranquilos. Apolo e Irina nos
surpreenderam ao anunciar que se casariam na ilha. Eu nem sabia que eles
estavam juntos. A cerimônia foi organizada pela dona da pousada, ela tinha
todos os contatos necessários para organizar tudo rápido.
— Quem diria que duas pessoas tão mal humoradas se dariam bem? —
Murmuro para Ally.
— Não fale assim do meu irmão. — Ally bate no meu braço.
— Estou mentindo? — Pergunto. — Que culpa tenho se ele é resmungão
e não corta o cabelo?
— Essa cara de inocente não combina com você. — Coloca a mão por
cima da minha, que está espalmada em sua barriga.
— Não vejo a hora do nosso bebê nascer. — Mudo de assunto.
Allyssa apenas concorda com a cabeça, uma vez que ao padre começa a
falar.
— Senhoras e senhores, estamos aqui reunidos para unir esse homem e
essa mulher em sagrado matrimonio... — paro de ouvir qualquer coisa que ele
diga quando Ally coloca a mão na minha perna, sei que a intenção dela não era
me excitar ou coisa do tipo, mas ela me deixou com o pau duro.
Allyssa é um exemplo de como os hormônios da gravidez afetam as
mulheres.
— Por que está fazendo isso? — Pergunto, tentando me aguentar e não
puxar ela para um canto na praia.
— O que? Não posso mais tocar no meu marido?
Uma mulher que está sentada atrás de nós protesta e nos manda calar a
boca.
— Vocês não têm respeito? — Fala com raiva.
Outra parte dos hormônios da gravidez é o humor da Allyssa, basta um
olhar para ela e sei que minha esposa está preparando uma boa resposta para a
mulher.
— Allyssa? — Advirto, tentando evitar que ela brigue com a mulher.
Ela ignora a mulher que faz cara feia e volta a prestar atenção na
cerimônia, quando me dou conta, o padre manda o casal se beijar e os declara
marido e mulher. Todos se levantam aplaudem calorosamente. Pelo casamento
ser na praia, os noivos passam por um corredor enorme de pessoas atirando neles
pétalas de rosas.
Depois dos noivos saírem, todos seguem para um pequeno salão na
pousada que foi preparado para a festa. A meu pedido meu avião foi e buscou
todos nossos parentes e amigos para a cerimônia. Entre eles, Alice e Czar que
estão juntos e felizes provavelmente em breve vamos ter bebês chatos como
Czar.
— Eu sabia que você era um molenga sobre casamentos. — Alice diz
para meu amigo.
Esses dois vivem em um mundinho de fantasia e brigas, é raro um dia em
que não tenha que os expulsar da minha sala, por que ambos estão brigando, em
seguida ambos voltam sorrindo e aposto que eles fodem no meu elevador.
— Por que você está nervoso? —Pergunto.
— Por nada. — Diz desconfortável.
Sei bem o motivo de tamanho desconforto, mas não vou falar, não quero
estragar a surpresa.
Felizmente nenhuma das mulheres me pressiona por informação, ambas
estão distraídas conversando sobre a festa e o vestido usado por Irina. Alguém
sobe no palco, dando início aos brindes e discursos, que por sinal são péssimos,
acho que quem os escrevei foi o organizador.
— Eu conheci Apolo em uma viagem, esse homem não podia ouvir a
palavra sossegar que saia correndo para o outro lado do país, foram muitos
momentos bons e divertidos; como quando você pulou pelado em um rio e uma
velhinha viu. Mas um dia você veio atrás de uma mudança de vida e conseguiu,
encontrou sua metade da laranja e está feliz.
Posso vomitar? Esse cara fez o brinde mais ridículo que já vi na vida,
acho que até o Apolo percebeu isso, porque abaixa a cabeça querendo se
esconder. Quem em sã consciência diz metade da laranja?
— Idiota. — Falo fingindo um espirro, levo uma cotovelada na barriga.
— Dimitri. — Ally me repreende.
Felizmente Alice sobe no palco para falar a respeito da irmã. Não sei
muito sobre a relação das duas, mas elas sempre me pareceram unidas.
— Minha irmã sabe o quanto sou péssima falando em público, sou a
menina por trás dos computares e ...
— De toda sacanagem na minha vida. —Czar grita, fazendo todos rirem.
— Idiota. — Alice mostra o dedo do meio para ele. — Como eu dizia,
não sou boa com esse tipo de situação, no entanto não poderia deixar de falar
sobre a minha irmã. Irina é uma pessoa tão meiga e especial, mais também forte
e decidida. Isso faz eu me perguntar quem é a irmã mais velha aqui. Quando
você se decide de alguma coisa vai até o fim. Não posso descrever o quanto
fiquei feliz por você ter encontrado o Apolo, que é uma pessoa tão decidida
quanto você. Um brinde aos noivos, sei que ambos serão muito felizes. — Todos
levantam as taças e brindam a felicidade do casal.
Depois de Alice é a vez do Czar, não nego que estou ansioso para ver
como meu amigo vai se sair nessa situação. Ele bate no microfone e chama
atenção de todos, ao contrário da Alice, Czar tem outros planos em cima do
palco.
— Gostaria de pedir a atenção de todos por um minuto. — Se tivesse
grilos, a essa hora provavelmente estaríamos os escutando. — Em primeiro lugar
quero parabenizar meu amigo e a minha cunhada, pelo casamento e dizer que
infelizmente é tarde demais para a Irina sair correndo, Apolo foi esperto em se
casar em uma ilha com tubarões e cercada por água, assim você não pode fugir.
— Todos dão risada, menos Apolo que bufa em resposta. — Também quero
agradecer por ter me emprestado o palco por tempo o suficiente para eu dizer o
quanto amo Alice. Não sei mais viver sem essa mulher, quando me separei, não
sabia que ia cair no amor com uma mulher difícil e inteligente. É com essa
mulher que quero passar o resto da minha vida, Alice você quer casar comigo?
Alice não estava esperando por isso, ela coloca a mão no rosto,
deixando Czar preocupado, ele desce do palco correndo e se ajoelha na frente
dela. Alice se atira nos braços dele e fala algo em seu ouvido que faz com que
ele de risada e puxe para fora do bolso o anel. Depois disso a festa segue
animada.
Eu não vejo a hora de ir para o quarto e ter Allyssa só para mim.
Felizmente esse momento não demora e depois do buquê ser jogado nós
subimos para nosso quarto. Zack está com meu pai e com a namorada dele,
fiquei surpreso quando soube do namoro dele, ambos têm uma grande diferença
de idade, mas é nítido que se amam.
— Seu pai parecia tão feliz com a namorada. — Ally comenta, enquanto
para na minha frente para que a ajude a puxar o zíper do vestido. Quando faço
isso, ele cai no chão revelando a roupa intima da minha mulher, uma calcinha fio
dental preta com detalhes em azul e sutiã delicado da mesma cor. — Obrigado,
querido.
— Por nada. — A puxo contra meu corpo. — Mas eu estou com muita
saudade da minha mulher, quero você na cama. — A levo para a cama.
Não dou muito tempo para Allyssa reagir, os seios dela estão maiores e
mais sensíveis, tiro seu sutiã, revelando seus mamilos duros e sensíveis. Quando
eu passo a língua neles ela solta um gemido.
— Oh deus, isso é tão bom. — Fala com as mãos no meu cabelo. Passo a
mão pela lateral do seu corpo, quando chego na calcinha, rasgo com um puxão.
— Minh safada gosta disso? — Já sei sua resposta.
— Preciso de você.
— O que você quer?
— Sua boca, na minha boceta. — Pede e como bom marido, atendo seu
pedido.
Desço devagar até sua boceta, ela está encharcada e pronta para mim
prova-la. Dou leves mordidas no interior de sua coxa, trilhando um caminho até
mergulhar minha língua em sua buceta. Allyssa ergue o quadril na direção do
meu rosto, suas mãos vão para o meu cabelo.
— Tão bom. — Chupo o clitóris na minha boca e prendendo ele entre
meus dentes, quando ela geme, eu solto. — Por favor Dimitri, vou gozar.
Me alimento dedo seu prazer, quando seus espasmos chegam ao fim,
subo até e a beijo, fazendo-a provar seu próprio prazer. Enquanto a beijo puxo
meu pau pra fora e entro em sua buceta, Allyssa grita, de surpresa e prazer.
Fazemos amor devagar, e apaixonadamente, até cairmos exaustos. Me
deito ao seu lado e a observo, sua respiração ofegante, o sorriso safado no rosto.
É tão bom ter alguém ao seu lado, alguém que te complete e seja tudo o que você
precisa.
— Eu te amo. — Declaro.
— Quando você apareceu na minha casa, ou melhor na casa da Lara e me
sequestrou, fiquei puta com você. — Ri nervosa. — Mas eu não poderia estar
mais feliz por ter sido sequestrada por você e também por não ter te matado.
— Estou feliz por isso também. — Brinco.
— Por mais que tenha tentado enganar a mim mesma, nunca tive uma
família de verdade, até te conhecer.
— Você vai me ter para sempre.
Me dói saber que sua família nunca percebeu a mulher incrível e leal que
ela é.
— Me sinto um pouco culpada por estar feliz com a morte do Francisco.
— Não tem motivo para se sentir culpada, livramos o mundo de pessoa
horrível, que matou muitas pessoas inocentes em seu caminho. — Dou um beijo
em sua cabeça. — Agora, descanse. Amanhã nós vamos para casa e finalmente
teremos nosso “felizes para sempre”.
— Sabe que não existem príncipes barbudos como você, né? — Provoca.
—Quem disse que sou o príncipe encantado? — Levanto e fico em cima
dela.
— Posso saber o que você é?
— O lobo mau, talvez até o vilão. — Provoco, já estou pronto para mais
uma rodada de sexo com a minha esposa.
— Os vilões não tem finais felizes. — Diz nervosa.
— Nos contos de fadas não, mas isso é vida real. — Falo, enquanto entro
nela mais uma vez e antes que ela possa argumentar mais um pouco comigo, eu
tomo a boca dela em um beijo.
Não vou deixar ninguém atrapalhar nossa vida!
Nós vamos criar nossos filhos e ser felizes até nosso último suspiro nesse
mundo. Porque a vida é assim, nem tudo é cor de rosa, mas são as outras cores
que tornam a vida mais bonita.
Esse é o meu fim, ao menos por enquanto.
Epílogo
Allyssa
Meses depois
Estou com uma dor dos infernos nas minhas costas e acredito que sejam
apenas as contrações comuns, que me levaram ao hospital 4 vezes só esse mês.
Minha filha está prevista para nascer daqui a duas semanas, por esse motivo
estou quase gritando de dor no banheiro as 4:00 da manhã.
Uma batida na porta me assusta e solto um grito.
— Allyssa, você está bem? — Escuto a voz preocupada do meu marido.
— Estou com muita dor e as contrações estão com pequenos intervalos.
— Porra, vamos para o hospital agora. — Fala, seu tom de voz não deixa
espaço para discussão.
Abro a porta e no momento que faço isso, sinto um monte de água
escorrendo pelas minhas pernas.
— Vamos para o hospital. — Passo por ele.
— Que água é essa? — Pergunta olhando para o chão.
— Minha bolsa estourou, o bebê vai nascer.
Quando essas palavras saem da minha boca ele pega a bolsa do bebê que
está na cadeira no canto do quarto e então vem em minha direção, me pegando
no colo e correndo comigo para a entrada. Por sorte sempre tem um segurança
na porta com um carro esperando, quando chegamos na porta o ele já está nos
esperando.
— Senhor. — Cumprimenta.
— Peça para avisar meus irmãos que estamos no hospital e que minha
filha vai nascer. — Fala enquanto o motorista entra no carro, ele me arruma.
O bom de ser parte de uma família como a minha é que Dimitri pagou o
hospital para deixar um médico da área sempre disponível para me atender em
caso de emergência. No momento em que chego no hospital, meu marido está à
beira de um ataque de pânico, e eu estou com tanta dor que logo peço a minha
peridural e sou levada para o centro cirúrgico.
Durante as minhas consultas eu estava com a pressão muito alta e
algumas complicações, isso fez a médica optar por uma cesariana. Não me
importa como essa criança vem ao mundo, desde que venha com saúde.
— Tem certeza que não posso entrar junto? — Pergunta Dimitri,
enquanto a médica testa se a anestesia começou a fazer efeito.
— Senhor, qualquer coisa que aconteça iremos falar com o senhor. —
Tenta acalmar meu marido.
— Isso aqui é uma cesariana, não uma cirurgia de risco.
Me abstenho de dizer que toda cirurgia tem uma porcentagem de risco,
mesmo que seja baixa.
— Se acalme por favor. — A médica pede.
— Como você quer que me acalme se minha esposa está entrando na sala
de cirurgia e você não me permite acompanha-la?
— Dimitri? — Chamo. — Fique aqui e espere por mim e pela nossa
filha, te prometo que vai dar tudo certo.
Minhas palavras tem o efeito desejado, meu marido me dá um beijo na
testa e depois de sussurrar que me ama, ele se afasta e vai para a sala de espera.
***
Dimitri
Nunca me senti tão impotente como quando vi minha esposa com dor,
Ainda mais sabendo que não posso acompanha-la.
Meus irmãos chegam pouco tempo depois e me abraçam.
— Ela está bem? — Pergunta Abby.
Minha irmã mais nova anda muito quieta, isso nunca é uma coisa boa
quando se trata dela.
— Sim, a médica não me deixou entrar.
— Dimitri, calma. — Willow, que também é médica pede.
— Estou tentando, mas não é fácil.
— Sei que não é, mas você tem que tentar, por ela e pelo bebê. — Fala, e
se senta.
Não consigo parar quieto, fico andando de um lado para o outro, nervoso.
— Senta aí ou você vai fazer um buraco no chão. — Provoca Dominic.
— Cala boca. — Falo, vendo o médico se aproximar.
Nunca fiquei tão feliz na minha vida por ver um médico, finalmente ele
veio falar comigo.
— O marido de Allyssa Petrov. — Chama.
— Sou eu. — Falo e me aproximo, meus irmãos se levantam e me
seguem perto do médico.
— Meus parabéns, você é o pai de uma linda menina, Anuvia está bem,
assim como a mãe. — Ally e eu queríamos nomes que não fossem muito comuns
e esse foi o mais votado por nós dois.
— Quando posso ver minha esposa e filha?
— Allyssa vai para o quarto daqui a pouco. — Diz. — Se o senhor quiser
ver sua filha, uma enfermeira vai o levar até a o berçário.
Pouco tempo depois a enfermeira vem e me leva até o berçário e
imediatamente sei qual bebê é a minha menininha. Ela está no canto e olha para
a luz com certa curiosidade, ela é tão linda quanto a mãe.
— Anuvia Petrov. — Murmuro orgulhoso
— Ela é tão linda. – Minha irmã elogia.
— Minha menininha. — Choro de alegria.
Ficamos ali observando ela até que a enfermeira avisa que vai levá-la
para Allyssa, que já está no quarto. Sigo a enfermeira até o quarto, quando ela
entrega o pequeno pacotinho rosa para Ally, que a alimenta ela, me perco diante
da beleza a minha frente.
Minhas meninas meus amores.
— Zack está lá fora ansioso para ver a irmã. — Willow murmura parada
perto da porta.
— Pode deixá-lo entrar. — Peço.
Assim que Zack entra ele corre para o lado da cama, pego ele e ergo, ele
encara a irmã por um tempo, então se inclina e dá um beijo em sua testa.
— Eu vou te proteger sempre. — Diz, em sua voz infantil.
Da mesma forma que meus irmãos e eu sempre estamos um ao lado do
outro, vou garantir que meus filhos sejam sempre unidos.
Bônus
Dominic – Máfia Vermelha
Faz tanto tempo que estou fugindo dele, tanto tempo que sou obrigada a
olhar por cima do ombro a cada passo que dou, lutando para proteger minha
filha, que se tornou um hábito. Vir para a Moscou foi uma decisão calculada,
uma tentativa desesperada para despistar meu perseguidor e tentar dar uma vida
normal para minha filha.
— Olha que legal, mamãe. — Charlie ri vendo um urso de pelúcia que
canta. — Posso ter um?
— Não, você já tem brinquedos de mais.
É sempre a mesma briga, ela sabe que não pode ter muitos brinquedos,
não podemos nos dar ao luxo de carrega-los sempre que nos mudamos.
— Sinto saudade do vovô. — Faz beicinho.
Sorrio para minha filha e passo a mão em sua cabeça.
Sempre que olho para ela vejo seu pai, ela não puxou nada de mim. Sou
feliz por isso, sempre que olho para ela vejo os traços do homem que roubou
meu coração, mas que sempre deixou claro que não passamos de romance
rápido. Tomei a decisão de partir sem manter contato com Dominic, quando
descobri sobre a gravidez, me perguntei como ele reagiria se eu tivesse ficado e
dito a ele como me sentia, e como seria se ele soubesse que temos uma filha.
Mais uma vez, não posso me dar ao luxo em sonhar com o passado, não
quando meu futuro parece ser tão incerto.
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Realeza MC
Tayler
Alek

Máfia Vermelha
Dimitri

Herdeiros do Crime
Lutando Pelo seu amor

Em Breve:

Realeza MC
Erick

Máfia Vermelha
Dominic

[1]
Princesa
[2]
Referência ao filme Shark Boy e Lava Girl

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