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PUC LL Seminário 10 2023 - Direito Probatório - FERNANDO FERREIRA
PUC LL Seminário 10 2023 - Direito Probatório - FERNANDO FERREIRA
Coordenação: Prof. Dr. William Santos Ferreira e Prof. Dr. Everaldo Augusto Cambler
1.1. Que estratégia acional sugeriria à Denilda a fim de que ela recuperasse a posse direta
do imó vel sem ferir direitos da inquilina e, eventualmente, de terceiros?
Previamente, lavraria ata notarial quanto à desabitação e provável existência de
bens e mó veis no local, segundo as testemunhas e local circunstanciado.
Na sequência, ingressaria com açã o de despejo, explicitando a inviabilidade de
notificaçã o premonitó ria por sumiço do locatário. Postularia a realização de constatação
liminar do imó vel, por Oficial de Justiça, inclusive com ordem de arrombamento e
autorização de remessa dos bens e mó veis ao depositário.
1.2. Como se procederá, nesse caso, a prova do abandono? Por que dita prova é
importante?
A prova do abandono pode ser documental (ata notarial) e testemunhal, e é
importante porque justifica a falta de notificação premonitó ria e delimita a cessação da
locação, aluguéis e encargos.
1.3. Imagine que Denilda tenha obtido autorização para adentrar no imó vel cujo acesso,
inclusive, tivera sido tolhido pelo inquilino que modificara a fechadura e, ao fazê-lo,
notado danos provocados ao bem (azulejos danificados, lustres e interruptores
substituídos, pintura em péssima condiçã o, tacos removidos, rede elétrica
comprometida). Que direitos lhe assistiria e como poderia demonstrar em Juízo referidos
prejuízos?
Poderá a locadora pleitear indenizaçã o, provando os danos e os prejuízos por meio
de perícia, a ser requerida em produção antecipada de prova, medida que tem como um
dos reflexos a liberação do bem, para conserto e nova locação.
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Para comprovação dos fatos alegados pela locadora, julgo pertinentes a prova
documental das locaçã o/quitação de encargos/atos do senhorio, além de prova
testemunhal acerca do animus e da qualidade da posse.
(b) Já como advogada de João Benedito, arguiria a usucapião como defesa na ação
de despejo, devendo demonstrar eventual nulidade do contrato, seu animus domini e a
posse ad usucapionem, por meio de prova documental e testemunhal.
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3ª questão: Associaçã o Vale das Rosas aluga imó vel construído em área de terras de sua
titularidade, sito no município de Conceição do Rio Verde, MG. Tendo em vista que a
Associação tem por objetivo precípuo a plantação de rosas e flores para ornamentaçã o em
geral, surpreende-se ao saber que um dos associados, justamente o referido locatá rio,
vem utilizando o imó vel para atender pacientes seus, sendo ele especialista em
massoterapia, rolfing e constelação familiar. Tal informação chegou ao conhecimento da
Associação por visita ao sítio eletrô nico do tal locatá rio que tem anunciado seus serviços
em sua página web indicando o endereço do imó vel por ele locado da Associaçã o onde,
supostamente, funciona sua clínica. Você é contratado (a) como advogado (a) da
Associação e quer provar não só o desvio da finalidade evidente no encaminhamento da
locação justificando o despejo, como também, pleitear danos morais e a imediata retirada
do ambiente virtual de qualquer indicação ou referência envolvendo o endereço do
imó vel de propriedade da Associaçã o. Que estratégia utilizaria? Explique.
Não entendo cabível danos morais, a menos que a atividade do locatário tenha
agredido o bom nome da empresa locadora.
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4ª questão: Robert Henry locou por intermédio de uma administradora de bens imó vel
de sua propriedade situado na cidade de Cotia- SP. Robert Henry falece e seus herdeiros
procedem ao Arrolamento dos Bens. Não obstante constatam a falta de pagamento dos
alugueres e promovem a competente ação de despejo por falta de pagamento. O Sr. Oficial
de Justiça dirige-se ao local para citação dos requeridos e é informado pelo porteiro do
Condomínio que nunca residiu ninguém com os nomes dos requeridos e ao bater à porta
é informado que o imó vel pertence a terceiros e que seria a pessoa uma funcionária da
residência. Pergunta-se: a) Como deve proceder o Sr. Oficial de Justiça? b) O Juiz
determina “Manifeste-se a autora e requeira o que seja de direito”. Na qualidade de
advogado(a) da Autora, como proceder
a) O Sr. Oficial de Justiça deve nã o só citar o réu, mas também dar ciência da açã o a todos
à queles que forem encontrados no imó vel. Se nã o for feita essa ciência aos ocupantes, o
processo será nulo e sem efeitos em relaçã o a eles.
Para o STJ: “Em ação de despejo cumulada com cobrança de aluguéis, proposta com
fulcro no art. 62, inciso I, da Lei nº 8.245/91, o desalijo é requerido em relação
aos ocupantes do imóvel, ao passo que o pleito referente à cobrança de aluguéis e encargos
se dirige contra os inquilinos e fiadores.” (REsp 263779/SP).