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Durkalec-Michalski et ai. Jornal da Sociedade Internacional de Nutrição Esportiva

(2019) 16:38
https://doi.org/10.1186/s12970-019-0305-8

ARTIGO DE PESQUISA Acesso livre

Efeito dose-dependente da suplementação

de cafeína no desempenho específico
do judô e na atividade de treinamento:
um estudo cruzado randomizado
controlado por placebo
Krzysztof Durkalec-Michalski1.2 * , Paulina M. Nowaczyk1 , Natalia Gÿówka1 e Aleksandra Grygiel1

Abstrato
Antecedentes: A suplementação de cafeína (CAF) pode ter um impacto positivo no desempenho físico e nas habilidades esportivas. No
entanto, a influência dependente da dose induzida por CAF no desempenho específico da disciplina e na atividade de combate em esportes
de combate não foi suficientemente investigada. O objetivo deste estudo foi examinar o efeito da ingestão única de 3, 6 ou 9 mg/kg de peso
corporal de CAF e placebo (PLA) no desempenho específico do judô e nas atividades de combate de sparring.

Métodos: Em um desenho cruzado randomizado duplo-cego controlado por placebo, a suplementação aguda pré-exercício com CAF (3, 6
ou 9 mg/kg de peso corporal) e PLA placebo em 22 judocas altamente treinados do sexo masculino foi examinada. O protocolo do estudo
envolveu cinco sessões de testes separados usando o Special Judo Fitness Test (SJFT) com monitoramento da frequência cardíaca, três
lutas de judô e avaliação da taxa de esforço percebido (RPE) usando a escala de Borg.

Resultados: Seis e 9 mg/kg de CAF melhoraram o desempenho do SJFT, enquanto 9 mg/kg aumentaram a atividade de combate. Três mg/kg
de CAF não apresentaram qualquer efeito ergogênico positivo aparente. Entre os atletas, que incluem produtos contendo CAF em sua dieta
habitual (consumidores), apenas 9 mg/kg de CAF melhoram efetivamente o desempenho do SJFT, enquanto naqueles que não consomem
produtos contendo CAF regularmente (não consumidores), o efeito potencializador foi alcançado mesmo a 6 mg/kg.

Conclusões: Em relação aos esportes de combate, as dosagens de CAF mais altas (6–9 mg/kg) do que as atualmente recomendadas (3–6
mg/kg) são aparentemente mais eficazes em termos de desempenho específico do judô. No entanto, o efeito ergogênico do CAF não é
apenas dose-dependente, mas também está relacionado ao consumo habitual de CAF.

Registro do teste: Clinical Trials Gov, NCT03822663. Registrado em 28 de janeiro de 2019 - Registrado retrospectivamente

Palavras-chave: Cafeína, Esportes de combate, Judô, Desempenho físico, Special Judo Fitness Test

Antecedentes De acordo com a declaração de consenso do Comitê Olímpico

O uso de suplementos alimentares é altamente prevalente em
atletas, principalmente para aumentar a capacidade física, o
desempenho no exercício e alcançar outros benefícios
ergogênicos. Essas ações estimulam a adaptação e a
recuperação ou apoiam as habilidades de treinamento/competição [1].
* Correspondência: durkmich@up.poznan.pl
1
Instituto de Nutrição Humana e Dietética, Universidade da Vida de Poznaÿ
Ciências, Wojska Polskiego 31, 60-624 Poznaÿ, Polônia
2
Departamento de Alimentação e Nutrição, Universidade de Educação Física de Poznan,
Królowej Jadwigi 27/39, 61-871 Poznaÿ, Polônia
Internacional [1], existem poucos suplementos com um nível
adequado de suporte baseado em evidências para sugerir que
eles têm um impacto positivo no desempenho físico e nas
habilidades esportivas. Um dos suplementos ergogênicos mais
pesquisados
De acordoécoma cafeína (CAF) [1].
CAF (1,3,7-trimetilxantina) é um estimulante encontrado no
café, chá, bebidas energéticas, chocolate e suplementos como
guaraná, cola e noz bissey [2]. O CAF é absorvido pelo trato
gastrointestinal e metabolizado pelo fígado . Cerca de 15 a 45
minutos após a ingestão, CAF no sangue

© O(s) Autor(es). 2019 Open Access Este artigo é distribuído sob os termos da Licença Creative Commons Atribuição
4.0 Internacional (http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/), que permite uso irrestrito, distribuição e reprodução em
qualquer meio, desde que você dê os devidos créditos ao(s) autor(es) original(is) e à fonte, forneça um link para a licença
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concentração aumenta, com seu pico observado após (em
média) 60 min (15–120 min) [3, 4]. A meia-vida para
A eliminação de CAF varia entre 2,5-10 h para doses
inferior a 10 mg/kg [3]. Vários estudos propuseram vários mecanismos
para explicar os efeitos da suplementação de CAF no desempenho
esportivo [5-12], incluindo sua ação
como um antagonista do receptor de adenosina [8, 13, 14], central
modulação da atividade do sistema nervoso (SNC), acoplamento
excitação-contração muscular [13, 15] e recrutamento de unidades
motoras [4, 16]. Também pode reduzir a fadiga induzida
sintomas psicofísicos [8, 17-19]. Ao elevar o sangue
concentração de catecolaminas [4, 20, 21], CAF aumenta
atividade glicolítica e aumenta a capacidade de produção de energia
muscular [4, 22, 23]. A Sociedade Internacional de
Nutrição Esportiva propõe 3–6 mg/kg de consumo de CAF
15 a 30 minutos antes do exercício. Doses > 9 mg/kg podem não
conferem benefícios adicionais [5].
Todas as melhorias relacionadas ao CAF mencionadas aparecem
ser valioso em esportes de combate onde os esforços são caracterizados
por exercícios intermitentes de alta intensidade [4, 5].
Entre os esportes de combate, o judô é uma disciplina olímpica
estimada. Para os judocas, é crucial alcançar altas habilidades físicas
como desempenho, potência e força muscular, agilidade
e resistência, mantendo o peso adequado e/ou
ou capacidade de exercício ideal se a massa corporal pré-competição
devem ser reduzidos com urgência [24-26]. Além disso, no judô, curta
períodos de ações intensas, poderosas e dinâmicas, intercaladas com
ações de baixa intensidade, exigem
habilidades técnicas e táticas [4]. Normalmente, os judocas realizam de
5 a 7 partidas durante competições internacionais, cada
deles com duração de até 4 min, de acordo com
regras [27]. Durante cada partida um atleta realiza inúmeras ações
(ataques e/ou defesas). Explosões curtas de atividade são cobertas
energeticamente principalmente por
metabolismo, mas a manutenção do trabalho intermitente
durante toda a competição e a recuperação efetiva entre as partidas
requer alta capacidade de metabolismo aeróbico
[24]. Levando em conta a característica dos esforços em
judô, as habilidades técnicas e táticas exigidas e a exposição das
condições físicas e psicológicas durante
a competição, a cafeína com seus mecanismos de ação
e propriedades ergogênicas parecem ser um suplemento promissor
para melhorar o desempenho no judô.
No entanto, quase não existem dados sobre o indivíduo
Alterações induzidas por CAF e dependentes da dose no desempenho
específico da disciplina em esportes de combate. De acordo com o nosso
observações científicas e práticas, levantamos a hipótese
que haveria uma relação dose-dependente entre a suplementação de
CAF e o desempenho. Em um
dose mais alta, os benefícios atléticos aumentariam, o que
pode ser afetado pelo uso habitual de CAF. Portanto,
este estudo teve como objetivo examinar o efeito da FAC aguda na
ingestão (3, 6 ou 9 mg/kg de peso corporal) em
desempenho do exercício e atividades de combate.
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Métodos
Participantes
Trinta judocas treinados do sexo masculino foram inicialmente inscritos neste
estudar. No entanto, 22 judocas completaram o estudo e
foram incluídos nas análises (Fig. 1; Tabela 1). Os atletas
eram membros dos clubes poloneses de judô de Wrocÿaw,
Poznan e Jarocin. Ocuparam cargos de liderança em
competições nacionais e também representou a Polônia em
competições internacionais.
A principal estratégia de recrutamento foi entrar em contato com o
treinadores responsáveis pela formação de atletas de judô. Eles
possibilitaram a identificação, inclusão e confirmação de
os aspectos dos critérios de inclusão declarados pelos participantes.
Eles também apoiaram o controle de treinamento e a conformidade com
a suplementação. Os critérios de inclusão foram: bom
saúde, um atestado médico válido e atualizado que
confirmou a capacidade do atleta de praticar esportes, pelo menos
4 anos de experiência de treinamento e participação em um
mínimo de quatro sessões de treino de judô por semana. Os critérios
de exclusão foram: lesão atual, qualquer
contraindicação, declararam sensação geral de mal-estar e relutância
em seguir o protocolo do estudo. o
desistências eram predominantemente independentes do
protocolo de estudo (Fig. 1). Os motivos das desistências foram:
pessoais, infecções e/ou ferimentos leves durante o treinamento
habitual. Todo o protocolo do estudo para cada participante durou 5
semanas. Todos os atletas declararam que antes
e durante o protocolo do estudo não introduziram
quaisquer mudanças em seus estilos de vida, elementos de treinamento,
nutrição ou suplementação, e que não tenham sido
uso de quaisquer medicamentos e/ou suplementos com potenciais
efeitos ergogênicos, além daqueles fornecidos pelo
autores deste estudo. Para este estudo, os atletas também foram
dividido dependendo do consumo diário regular de cafeína
em - “consumidores de cafeína” - atletas que consumiram
mais de 160 mg de CAF por dia, e “não consumidores de cafeína” -
aqueles que consumiram menos de 160 mg de
CAF diariamente ou produtos consumidos contendo
CAF com menos frequência. A quantidade de 160 mg de CAF refere-se
à quantidade média de CAF encontrada em duas xícaras
(240 ml por cápsula) de café [28]. Durante o estudo, o
participantes estavam no treinamento habitual e não inicial
período em que não regularam o peso corporal ou
não fazer nenhuma alteração específica nos procedimentos de treinamento. Dentro
de acordo com a Declaração de Helsinque de 1975, todos
os participantes consentiram em participar dos procedimentos de
pesquisa antes do início do estudo. Este estudo foi aprovado
pelo Comitê de Bioética da Universidade de Poznan
Ciências Médicas e foi registrado em ClinicalTrials.gov
(NCT03822663). O estudo foi registrado retrospectivamente, uma vez
que o registro não era necessário no momento do início da inscrição no
estudo. Os autores confirmam que todos os
e ensaios relacionados associados a esta intervenção são
registrado. O julgamento foi realizado de maio a junho
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Fig. 1 Um fluxograma do desenho do estudo. Abreviaturas: SJFT, Special Judo Fitness Test; T1, 1ª série de procedimentos de teste; T5, 5ª série de procedimentos de teste; Tori,
o judoca estudado que realiza um teste de arremesso SJFT; PLA, placebo; Uke, parceiros (na mesma categoria de peso e de altura semelhante) lançados pelo Tori

Tabela 1 Características antropométricas e experiência de treinamento de atletas de judô do sexo masculino

Indicador Tudo Consumidores de cafeína Não consumidores de cafeína

n = 22 n = 10 n = 12

Anos de idade) 21,7 (3,7) 22,8 (4,8) 20,8 (2,4)

Altura do corpo (cm) 178 (7) 177 (8) 179 (7)

Peso corporal (kg) 76,4 (11,1) 76,6 (10,1) 76,2 (12,4)

IMC (kg/m2 ) 24,0 (2,1) 24,4 (1,8) 23,7 (2,3)

Experiência de treinamento (anos) 11,0 (4,5) 10,9 (4,7) 11,2 (4,6)

Os valores são expressos como médias (± SD)

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2017 e maio a junho de 2018. Atende aos
declaração CONSORT para estudos randomizados, como mostrado em
Fig. 1 e arquivo adicional 1: Tabela S1.
O software G*Power (versão 3.1.9.4, Universität Düsseldorf,
Alemanha) foi usado para calcular o tamanho da amostra necessária
obter uma potência de aproximadamente 80% (ÿ = 0,05) e
grande tamanho de efeito parcial eta quadrado 0,14 na análise de
variância (ANOVA) com medidas repetidas (RM) dentro
fatores. A análise indicou que um tamanho de amostra de 9
ser adequado para detectar uma diferença entre cinco medições. Em
um estudo anterior, uma amostra de 18 foi adequada para detectar
diferenças significativas nos resultados do SJFT
após suplementação aguda de CAF em jovens judocas [29].
Desenho e protocolo do estudo
O protocolo do estudo consistiu em suplementação aguda
com três doses de CAF ou PLA de forma randomizada
desenho cruzado duplo-cego controlado por placebo. o
desfechos primários foram mudanças no exercício específico de judô
desempenho e atividades de combate subsequentes. Entre
tratamentos, um período de washout de 7 dias foi introduzido. este
período foi provavelmente suficiente, dada a cinética da excreção de
CAF do corpo [3]. Os participantes foram informados sobre os
procedimentos de testagem, protocolos e
equipamento antes do início do estudo.
Os participantes foram inicialmente inscritos pelos autores e
em seguida, atribuído aleatoriamente (randomização estratificada) para o
grupos de suplementação com códigos específicos por um bioestatístico
parcial. O principal protocolo de estudo envolveu
cinco visitas separadas (T1-T5) e testes de esforço incluídos
(combates SJFT e sparring de judô (Randori)) realizados
em condições naturais nos centros de treinamento de judô. o
participantes realizaram testes de exercício antes (linha de base)
e após cada tratamento (CAF ou PLA). Todos os testes foram
realizado no mesmo horário do dia (tarde).
Além disso, 3 horas antes dos testes de exercício, os participantes
consumiam pequenas refeições padronizadas. Eles também foram
instruídos a evitar exercícios extenuantes nas 24 horas anteriores a
cada sessão de teste.
Suplementação
O procedimento experimental para cada atleta incluiu
uma suplementação aguda de CAF de 3, 6 ou 9 mg/kg de peso corporal
e tratamento com PLA em um regime cruzado. CAF
(cafeína farmacêutica pura, KFD Nutrition, Polônia)
e PLA (maltodextrina) foram administrados dissolvidos em
350ml de água. Nos dias de teste, os suplementos foram
tomado 60 minutos antes da sessão de teste de capacidade de exercício
(Fig. 1). As preparações foram administradas a cada
participante em contêineres marcados com um código único. Dentro
de acordo com o procedimento cego recomendado, o
os preparativos foram feitos com antecedência (depois da manhã uma
medição antropométrica) pela equipe de pesquisa
membro que não participou diretamente do
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investigações. Em relação ao duplo-cego, nem os pesquisadores nem
os participantes sabiam se CAF ou
PLA foi administrado. Apenas o chefe do departamento
teve acesso à informação de randomização, que foi
somente revelado após a interrupção do protocolo. Os preparativos
foram administrados em um horário estritamente especificado antes da
testes de exercício, e a adesão ao consumo foi controlada pelos
investigadores juntamente com os treinadores do
atletas estudados.
Medidas antropométricas
As medidas antropométricas foram feitas com os participantes em jejum
durante as horas da manhã em cada
Visita. A massa corporal e a estatura foram medidas por meio de uma
balança médica profissional com estadiômetro (WPT-60/150OW,
RADWAG®, Polônia). Além disso, o nível de hidratação adequado
foi verificado através da medição da gravidade específica da urina, com
URYXXON® Relax (Macherey-Nagel, Alemanha), e resultados < 1,020
indicaram hidratação adequada.
Testes de exercício
Durante cada sessão de exercício (T1–T5), todos os atletas realizaram:
1) aquecimento padronizado de 18 minutos; 2) um SJFT
e 3) três combates poupadores (Fig. 1). Todos os procedimentos de teste
(combates SJFT e Randori), foram avaliados em tempo real
por dois treinadores independentes. Além disso, foram
registrada visualmente, e a avaliação e verificação final foi feita por um
membro da equipe de pesquisa (judô
treinador faixa preta). Este triplo controle permitiu precisão
contagem de todos os lançamentos e tacadas tecnicamente bem
executados. No final de cada sessão de teste (4,5 min após
o combate final), os atletas foram solicitados a avaliar sua
esforço percebido (PSE) usando a escala de Borg (9-20) de acordo com
as recomendações publicadas [30]. RPE foi
avaliados no final da sessão de teste para minimizar os efeitos da coleta
de dados sobre o desempenho do exercício.
SJFT
O SJFT clássico foi realizado de acordo com todas as
as recomendações descritas anteriormente [31-33]. SJFT
consiste em 3 rodadas consecutivas (1 × 15 s e 2 × 30 s
com intervalos de recuperação de 10 s entre eles) de arremessos “Ippon-
seoi nage” realizados pelo judoca estudado (Tori) em
dois parceiros (Uke) (Fig. 1). O objetivo principal do assunto é
realizar o maior número possível de arremessos; o desempenho do
atleta é avaliado pelo número total de
arremessos (TOTthrows) completados durante o SJFT e durante
cada rodada separada. Além disso, a frequência cardíaca do Tori foi
monitorada continuamente durante o exercício e registrada imediatamente
após (HRRA) e 1 min após (HR1minAF) o SJFT
usando um sistema telemétrico (Polar, Finlândia), e um
SJFTIndex ((HRRA + HR1minAF)/TOTthrows) foi calculado
[25, 31-33]. Os judocas estavam familiarizados com o SJFT por causa
de pesquisas e treinamentos anteriores.
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Atividade de combate
Durante o Randori, os judocas realizaram três exercícios de judô de 4 min.
partidas [27] separadas por intervalos de descanso de 4,5 minutos. Durante
essas lutas, os atletas estudados competiram com adversários em
a mesma categoria de peso e com um nível esportivo semelhante
em relação à sua classificação. Se a luta foi vencida por ippon,
não foi interrompido, mas continuou a manter o
repetição da duração da luta. Durante a atividade de combate
análise, apenas ataques reais (não fingidos) realizados no
posição em pé foram considerados. Os judocas eram
obrigados a lutar no estilo usual focado na efetividade real e na vitória final
com um oponente (por pontos ou
por ippon).
Análise estatística
Todas as variáveis foram verificadas quanto à distribuição normal usando
o teste de Shapiro-Wilk. Para variáveis com dados normais
distribuição, os efeitos da dosagem de CAF ou PLA em SJFT
e desempenho de luta foram testados por ANOVA com RM.
ANOVA de duas vias com RM foi realizada para avaliar
o efeito do consumo habitual de CAF no efeito da suplementação
(dosagem de CAF x consumo habitual de CAF). Um ajuste de Huynh-Feldt
foi feito quando
a esfericidade foi violada (como indicado pelo teste de Mauchly).
As comparações post-hoc foram realizadas pelo menor
teste de diferença significativa (LSD). Os tamanhos de efeito foram
calculados usando eta quadrado parcial (ÿ2 p ; 0,01 - pequeno efeito,
0,06 – efeito médio e 0,14 – efeito grande [34–36]).
Para variáveis não normalmente distribuídas, o método de Friedman
ANOVA, seguido por classificação sinalizada de Wilcoxon aos pares
teste, foram aplicados. Os tamanhos de efeito foram calculados usando
Coeficiente de concordância de Kendall W (0 - sem concordância
e 1 – acordo completo). A mesma abordagem foi
implementado para verificar o efeito do número de ataques nos resultados
de combate Randori dentro
Doses de CAF. As diferenças entre os resultados SJFTR2 e SJFTR3
foram testadas com um teste T para variáveis dependentes
ou teste de postos sinalizados de Wilcoxon aos pares, com tamanho de efeito
expresso como d de Cohen ou coeficiente de correlação de posto rc.
Com relação às variáveis não normalmente distribuídas, verificou-se o
efeito do consumo habitual de CAF dividindo-se todo o grupo estudado em
subgrupos “consumidores” e “não consumidores”. Análises adicionais
nestes dois
subgrupos foram realizados de acordo com o descrito acima
esquema, começando pela verificação da distribuição dos dados.
Além disso, a análise estatística foi complementada por
comparando todas as variáveis entre os 'consumidores' da CAF
e 'não consumidores', por meio de um teste T para variáveis independentes
(para dados normalmente distribuídos; tamanho do efeito expresso
como d de Cohen; 0,20 – efeito pequeno, 0,50 – efeito médio
e 0,80 – efeito grande [34]) ou o Mann-Whitney U
teste (variáveis não normalmente distribuídas; tamanho do efeito
expresso como o coeficiente de correlação bisserial de Glass
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(rg); interpretação de acordo com o coeficiente de correlação).
HR (robusto para violações da normalidade) e RPE (ordinal
escala) foram analisados com teste paramétrico e não paramétrico,
respectivamente, independentemente da distribuição dos dados. A
significância estatística foi estabelecida em P < 0,05, e os dados
foram analisados usando o software STATISTICA-13.3
programa (StatSoft Inc., EUA).
Resultados
TOTthrows em SJFTs foram significativamente melhorados pelo CAF
2
doses (x = 28,03, P < 0,001, W = 0,32). Os 6 e 9 mg/kg
doses melhoraram substancialmente os resultados em comparação com 3 mg/
kg, PLA ou linha de base (BASE). Além disso, os TOTthrows foram
superior a 9 mg/kg em comparação com 6 mg/kg (Fig. 2a).
Concomitantemente , HRRA (F = 3,72, P = 0,008, ÿ2p = 0,15; Fig. 2b)
e HR1minAF SJTFs (F = 3,06, P = 0,02, ÿ2 p = 0,13; Fig. 2b)
aumentaram significativamente após 6 mg/kg e 9 mg/kg
Ingestão de CAF. A ingestão de 6 mg/kg de CAF aumentou
substancialmente HRRA e HR1minAF em comparação com 3 mg/kg e
PLA, e após 9 mg/kg CAF, as medidas de FC foram
adicionalmente significativamente maior em comparação com BASE. No
entanto , não houve diferenças no SJFTIndex entre CAF
dosagens (Tabela 2).
Considerando os resultados da rodada SJFT separadamente, a CAF
melhorou substancialmente o 1º (R1) e o 3º (R3), mas não o
2ª (R2) rodada (Tabela 2). Para SJFTR1, o maior número de arremessos
foi observado em 9 mg/kg; foi significativamente maior em comparação
com 3 mg/kg, PLA e BASE, mas
comparável ao efeito de 6 mg/kg. Durante SJFTR2, 6
e 9 mg/kg CAF foram mais eficazes em comparação com 3
mg/kg, PLA ou BASE. No geral, além de 9 mg/kg de CAF,
o número de arremessos foi significativamente maior no SJFTR2
comparado ao SJFTR3 (Tabela 2).
O número total de ataques (TOTattacks) em três combates foram
significativamente melhorados pela suplementação de CAF
(F = 2,81, P = 0,047, ÿ2 p = 0,12). Nove mg/kg de CAF foi mais
eficaz e levou a um número maior de ataques em comparação
para BASE ou PLA (Figura 3). Seis mg/kg de CAF foi mais eficaz do que
o PLA, mas comparável ao BASE. No entanto, o
efeito da suplementação de CAF não foi observado quando
analisando os resultados dos combates particulares em toda a CAF
dosagens separadamente (Tabela 3). Da mesma forma, não houve
diferença no número de ataques entre as lutas 1, 2 ou 3 para
qualquer dosagem testada de CAF ou BASE e PLA (Tabela 3).
A suplementação da CAF também não teve efeito na classificação
de esforço percebido após todos os procedimentos (Tabela 4).
Em geral, o consumo habitual de produtos contendo CAF
produtos reduziram a responsividade da suplementação de CAF. Entre
aqueles que costumavam consumir produtos contendo CAF (F = 3,17, P
= 0,02, ÿ2 p = 0,12), apenas
a dose de 9 mg/kg aumentou consideravelmente os TOTthrows em
SJFT em comparação com BASE ou 3 mg/kg (Figura 4a). Lá
não houve diferenças entre nenhuma das doses estudadas e
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abc
Fig. 2 Número total de arremessos no SJFT (a) e frequência cardíaca logo após (HRRA) e 1 min após (HR1minAF) o SJFT (b). - inscrições de letras diferentes
referem-se a diferenças estatísticas entre dosagens de CAF; P < 0,05

PLA. Entre os não consumidores de CAF (F = 7,79, P < 0,001, Considerando os resultados das rodadas SJFT separadamente, tanto para
h2
p = 0,41), doses de CAF de 6 e 9 mg/kg aumentaram Consumidores e não consumidores de CAF, o efeito ergogênico da
suplementação de CAF foi observado apenas em
acentuadamente o desempenho de SJFT em comparação com BASE, 3 mg/kg
ou PLA (Figura 4b). Na suplementação de consumidores CAF SJFTR1 (Tabela 2). Entre os consumidores da CAF, os 3 e 9
não teve efeito sobre HRRA ou HR1minAF (Figura 4c). Dentre doses de mg/kg aumentaram o número de arremessos em comparação
não consumidores 9 mg/kg CAF, em comparação com 3 mg/kg, basear. Nenhuma das doses foi mais eficaz do que
BASE ou PLA, HRRA consideravelmente aumentado e 6 mg/ PLA. Entre os não consumidores as doses de 6 e 9 mg/kg
kg HRRA elevado em comparação com 3 mg/kg e PLA (F = aumentou o número de arremessos em relação ao BASE, mas
3,99, P = 0,01, ÿ2 p = 0,27, Figura 4d). Além disso, em 6 e 9 não ao PLA. A 3 mg/kg CAF, o resultado SJFTR3 foi
mg/kg CAF, HR1minAF foi maior em comparação com 3 mg/kg, maior em não consumidores em relação aos consumidores. Dentro
BASE ou PLA (F = 3,63, P = 0,01, ÿ2 p = 0,25, Figura 4d). consumidores da CAF o número de arremessos a 3 mg/kg e
A 3 mg/kg CAF HR1minAF também foi maior nos consumidores PLA foi significativamente maior em SJFTR2 em comparação com
comparados aos não consumidores (Tabela 5). SJFTR3. Nos não consumidores as diferenças correspondentes
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abc
Fig. 3 Número total de ataques para 3 combates consecutivos.
foram observados em BASE e PLA (Tabela 2). Mais longe,
TOTataques (F = 0,04, P = 0,98, ÿ2 p = 0,002) em cada combate
separado não foi afetado pelo consumo habitual
de produtos contendo CAF, conforme determinado por
ANOVA com RM (Tabela 3).
Discussão
Este estudo é o primeiro a investigar o efeito da suplementação de
CAF variável aguda em comparação com PLA no desempenho
específico da disciplina e atividade de combate no judô.
Os resultados do nosso estudo suportam a hipótese de que o efeito
ergogênico do CAF é dose-dependente na faixa de
dosagens estudadas, e que o consumo habitual regular
de produtos contendo CAF altera o efeito da suplementação de CAF.
A principal constatação é que, em geral, 6 e
9 mg/kg CAF melhorou TOTthrows em SJFT em comparação com 3
mg/kg, PLA ou BASE. É importante ressaltar que o 3 comumente usado
A dosagem de mg/kg não melhorou substancialmente o desempenho
comparado ao PLA ou BASE. Nove mg/kg CAF exclusivamente
aumento da atividade de combate em comparação com PLA ou BASE.
Entre os não consumidores de CAF, 6 mg/kg foi tão eficaz quanto
9 mg/kg para melhorar o desempenho do SJFT. Entre os judocas
que habitualmente consumiam produtos contendo CAF, apenas
9 mg/kg CAF foi mais eficaz do que 3 mg/kg ou BASE.
Assim, concluímos que no que diz respeito aos desportos de combate,
mais alto (6-9 mg/kg) do que o CAF atualmente recomendado
dosagens (3-6 mg/kg) [1, 2, 5] são aparentemente mais eficazes
em termos de desempenho específico da disciplina.
A CAF atravessa facilmente a barreira hematoencefálica e atua na
o SNC [13, 15]. Também atravessa membranas celulares de
outros tecidos [9], assim muitos mecanismos explicando sua
ação ergogênica foram descobertos [3, 5, 7-10, 37-39].
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- inscrições de letras diferentes referem-se a diferenças estatísticas entre dosagens de CAF; P < 0,05
Os possíveis mecanismos de ação da CAF incluem: competição
com receptores de adenosina [8, 13, 14]; um aumento na liberação de
íons cálcio do retículo sarcoplasmático [13,
15]; elevação da norepinefrina [4, 20, 21] e aumento
HR [4, 8, 40, 41]; estimula a secreção de beta-endorfina
e diminuindo a percepção da dor [42] ou alterando
e funções neuromusculares [15, 43, 44] e promover
uma resposta termogênica [45]; interferência no substrato
utilização durante o exercício, diminuindo a dependência de
utilização de glicogênio e aumento da oxidação de gordura [10].
A suplementação de CAF supostamente aumenta o tempo até a
exaustão [10, 46, 47], modula a fadiga central [37], reduz o RPE [38],
melhora a agilidade e a tomada de decisão [4,
11, 12, 19] e aumenta o estado de alerta e o desempenho cognitivo [8,
17, 18]. CAF exerce efeitos ergogênicos significativos na força e
potência; mesmo assim, existe uma
necessidade de estudos futuros que explorem o CAF ideal
forma e dosagem para maximizar seu efeito nos músculos [48].
Os esportes de combate exigem altos níveis de potência, força,
dinâmica e agilidade [4]. Efeitos CAF em alta intensidade
exercícios intermitentes de esportes de combate não são altamente
reconhecidos. Supõe-se que em esportes de combate o CAF pode
contribuir diretamente para o aumento do lactato sanguíneo
concentrações após testes específicos e combates simulados
[25, 44, 49]. Este efeito é provavelmente devido à estimulação do SNC
[23, 44], maior disponibilidade de energia para os músculos [44]
e/ou percepção de dor reduzida [23, 44]. Todos os mecanismos
mencionados podem levar a uma maior capacidade de exercício
com maior intensidade e a um maior volume de
esforço. Estas podem ser as razões diretas para o aumento da
concentração de lactato no sangue. Também é possível que o CAF
potencializa as contrações musculares, aumenta o desempenho técnico
e/ou retarda a fadiga durante os combates [44].
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Durkalec-Michalski et ai. Jornal da Sociedade Internacional de Nutrição Esportiva (2019) 16:38 Página 8 de 14

Tabela 2 Análise de dados do Special Judo Fitness Test (SJFT)

Tudo Consumidores de cafeína Não consumidores de cafeína U ou t P rg ou d
n = 22 n = 10 n = 12

SJFTR1

Linha de base 5,3 (0,7)a 5,1 (0,9)a 5,5 (0,5)a 45,0 0,34 0,25

3 mg/kg 5,6 (0,6)ab 5,7 (0,5)b 5,6 (0,7) b 51,5 0,60 -0,14

6 mg/kg 5,9 (0,6)bc 5,7 (0,5)ab 6,0 (0,6) b 45,0 0,34 0,25

9 mg/kg 6,0 (0,6)c 6,0 (0,5)b 6,0 (0,7) b 60,0 0,97 0,00

Placebo 5,6 (0,6)ab 5,6 (0,5)ab 5,6 (0,7 ) b 57,0 0,87 -0,05

X2 21.46 12,85 11,67

P < 0,001 0,01 0,02

W de Kendall 0,24 0,32 0,24

SJFTR2

Linha de base 10,0 (1,2)B 9,9 (1,3)A 10,1 (1,1)B 0,36 0,72 0,16

3 mg/kg 10,1 (1,0)B 9,9 (1,1)B 10,3 (1,0)A 0,98 0,34 0,42

6 mg/kg 10,4 (0,8)B 10,2 (0,6)A 10,5 (1,0)A 49,0 0,49 0,18

9 mg/kg 10,5 (0,8)A 10,7 (0,7)A 10,3 (0,9)A 41,0 0,22 -0,32

Placebo 10,3 (0,9)B 10,3 (0,8)B 10,3 (1,0)B 57,0 0,87 -0,05

ÿ2 ou F 6,93 6,84 0,97

P 0,14 0,14 0,43

W ou ÿ2 de Kendallp 0,08 0,17 0,08

SJFTR3

Linha de base 9,2 (1,3)aA 9,1 (1,4)A 9,3 (1,2)A 0,42 0,68 0,18

3 mg/kg 9,5 (1,0)aA 8,9 (0,9)A 9,9 (0,9)A 26,0 0,03 0,57

6 mg/kg 9,9 (1,1)bA 9,6 (1,0)A 10,2 (1,1)A 43,5 0,22 0,28

9 mg/kg 10,2 (1,1)bA 9,9 (1,1)A 10,4 (1,0)A 42,0 0,25 0,30

Placebo 9,4 (1,1)aA 9,5 (1,1)A 9,3 (1,2)A 55,0 0,77 -0,08

X2 19,58 6,79 19,93 – ––

P 0,006 0,15 < 0,001 – ––

W de Kendall 0,22 0,17 0,42 – ––

Índice SJFT

Linha de base 13,2 (2,2) 13,9 (2,3) 12,6 (2,0) – ––

3 mg/kg 12,7 (1,8) 13,5 (1,9) 12,0 (1,4) – ––

6 mg/kg 12,6 (1,4) 13,1 (1,2) 12,3 (1,4) – ––

9 mg/kg 12,5 (1,3) 12,7 (1,3) 12,3 (1,3) – ––

Placebo 12,6 (1,7) 13,0 (1,4) 12,2 (1,9) – ––

Efeito de dosagem

F 2,38 – –

P 0,06 – –

0,10 – –
h2p

Dosagem x efeito do consumo de cafeína

F 1,51 – –

P 0,21 – –

0,07 – –
h2p
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Durkalec-Michalski et ai. Jornal da Sociedade Internacional de Nutrição Esportiva (2019) 16:38 Página 9 de 14

Tabela 2 Análise de dados do Special Judo Fitness Test (SJFT) (Continuação)

Tudo Consumidores de cafeína Não consumidores de cafeína U ou t P rg ou d

n = 22 n = 10 n = 12

Significância estatística entre SJFTR2 e SJFTR3 na mesma dosagem de cafeína

Z ou t (linha de base) 2,56 1,56 3,00 – ––

P 0,01 0,15 0,01 – ––

rc ou d 0,66 0,60 0,65 – ––

Z ou t (3 mg/kg) 2,83 2,37 1,57 – ––

P 0,005 0,02 0,12 – ––

rc ou d 0,79 0,89 0,64 – ––

Z ou t(6 mg/kg) 2.13 1,52 1,83 – ––

P 0,03 0,14 0,07 – ––

rc ou d 0,64 0,57 0,66 – ––

Z ou t (9 mg/kg) 1.13 1,84 -0,69 – ––

P 0,26 0,07 0,50 – ––

rc ou d 0,30 0,61 -0,18 – ––

Z ou t (Placebo) 3,29 2.03 2,67 – ––

P 0,001 0,04 0,008 – ––

rc ou d 0,80 0,72 0,89 – ––

abc abc
Os valores são médias (SD). – inscrições de letras diferentes referem-se a diferenças estatísticas entre dosagens de cafeína; diferenças – inscrições de letras diferentes referem-se a estatísticas
entre as rodadas SJFT (R2 e R3) dentro das mesmas dosagens de cafeína. SJFT, Teste Especial de Aptidão de Judô

SJFT [50]. No presente estudo, mostramos que as doses de CAF de

Alguns estudos examinaram os efeitos da CAF no desempenho 6 e 9 mg/kg resultaram em melhor desempenho SJFT em
em esportes de combate. No entanto, não há estudos que comparação com BASE, PLA ou 3 mg/kg. Além disso, a 9 mg/kg
compararam diferentes estratégias de suplementação (doses) em CAF o número de lançamentos entre SJFTR3 e SJFTR2
judo. Um estudo anterior em atletas de resistência sugeriu que era comparável. Astley et ai. [29] observaram que a ingestão
aumentos significativos de desempenho só podem aguda de 4 mg/kg de CAF aumenta o número de arremessos em
ser alcançado por doses baixas a moderadas de CAF (3-6 mg/kg), SJFT comparado ao PLA em judocas jovens, enquanto Lopes
enquanto altas doses (9 mg/kg) podem superestimular o SNC Silva et al. [25] e Felippe et al. [51] não observou nenhum
efeitos de 6 mg/kg CAF sozinho no número de lances.
Tabela 3 Número de ataques durante os combates Randori Inconsistências entre os achados no supracitado
LUTA1 LUTA2 LUTA3 F P h2p
estudos podem surgir de diferentes abordagens metodológicas,
por exemplo, diferentes categorias de peso do atleta, preparação
Dosagem
pré-suplementação alternativa (por exemplo, peso de 5 dias
Linha de base 12,0 (3,9) 10,8 (3,5) 12,1 (2,6) 2.03 0,14 0,09
perda de peso [25]) ou pequenos tamanhos de amostra [25, 51].
3 mg/kg 12,2 (3,5) 11,3 (4,1) 12,0 (4,0) 0,45 0,64 0,02 Outros estudos que investigaram os efeitos de 5 mg/kg
6 mg/kg 12,3 (4,7) 12,6 (3,8) 13,4 (4,4) 0,76 0,47 0,04 da suplementação de CAF no desempenho do judô [44, 52]
9 mg/kg 12,9 (4,4) 12,5 (4,1) 13,6 (4,7) 1,36 0,27 0,06 utilizamos medidas que não implementamos, ou seja, a
Placebo 0,08 0,92 0,00 Teste anaeróbico de Wingate [52], salto de contramovimento
11,5 (3,9) 11,2 (3,2) 11,5 (3,5)
teste, teste de força de preensão manual ou teste de força de preensão de judô
Efeito de dosagem
[44]. Athayde et ai. [44] não observaram nenhum efeito positivo
F 0,61 1,97 1,79 –––
significativo da suplementação de CAF em testes neuromusculares.
p 0,66 0,11 0,14 ––– Souissi et ai. [52], no entanto, observou que a CAF
h2p 0,03 0,09 0,07 ––– a ingestão melhora a potência máxima e média após a manhã
comparado com a suplementação da tarde. A eficácia do CAF
Dosagem x efeito do consumo de cafeína
–
também foi investigada no wrestling [53, 54], taek wondo [55, 56],
F 0,81 0,25 0,19 – –

jiu-jitsu brasileiro (BJJ) [49, 57] e

0,53 0,91 0,94 – – –
p boxe [58]. Quatro [54] e 5 mg/kg [53] doses foram ineficazes;
h2p 0,04 0,01 0,01 – – –
apenas 10 mg/kg de CAF [54] melhora o desempenho
Os valores são expressos como médias (± SD) em lutadores. Além disso, a suplementação com 5 mg/kg
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Durkalec-Michalski et ai. Jornal da Sociedade Internacional de Nutrição Esportiva
Fig. 4 Número total de arremessos em SJFT (ab) e frequência cardíaca logo após (HRRA) e 1 min após (HR1minAF) os testes (cd) em atletas que consomem (a,
abc
c) ou não consomem CAF (b, d ) em uma base regular. dosagens, -Pdiferentes
<0,05
A CAF produziu resultados mistos em atletas de taekwondo
[55, 56]; 3 mg/kg aumenta a intensidade de combate e
desempenho muscular no Jiu-Jitsu [49, 57] e 6 mg/kg induz
maior duração de ações de alta intensidade no boxe [58].
Atividade de
combate O combate de judô é dependente da estratégia de
ataque e defesa do oponente e é composto por tarefas
acíclicas, fatores que dificultam a identificação do efeito da
CAF durante os combates. No entanto, esforços de alta
intensidade levam à fadiga central e muscular (relacionada
ao acúmulo de metabólitos, depleção do substrato energético,
falha da junção neuromuscular e distúrbio do potencial
contrátil muscular) [59]. Esses fenômenos aparentemente
explicam porque durante partidas consecutivas o número de
ataques diminui [44]. No entanto, em nosso estudo não
observamos diferenças substanciais no número de ataques
em três lutas consecutivas de judô em qualquer dose de
CAF, PLA ou BASE. Existe apenas um estudo anterior [44]
que mediu o número de ataques durante uma luta de judô.
(2019) 16:38 Página 10 de 14
inscrições de letras referem-se a diferenças estatísticas entre CAF
A ingestão de 5 mg/kg de CAF não aumentou o número de
ataques [44]. Este achado é contrário aos nossos resultados,
onde observamos aumento de TOTattacks em 3 combates
a 6 e 9 mg/kg CAF em relação ao PLA.
RH
A ingestão de CAF pode influenciar tanto a FC em repouso
[8, 40] como durante o exercício [4, 41], nomeadamente
devido à ativação do SNC (p. sistema [60]. Doses baixas de
CAF (3 mg/kg) não alteram a FC em repouso [29, 50]. Em
nosso estudo, 6 e 9 mg/kg de CAF aumentaram HRRA e
HR1minAF em comparação com 3 mg/kg, e 9 mg/kg
adicionalmente em comparação com PLA. Entretanto, 3 mg/
kg de CAF não afetou a FC, e esse resultado está de acordo
com a literatura atual [29, 50]. Em contraste, dois estudos
anteriores que mediram a FC no judô não observaram
diferenças significativas na FC após a suplementação de 4
[29] ou 6 mg/kg [25] CAF.
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Durkalec-Michalski et ai. Jornal da Sociedade Internacional de Nutrição Esportiva (2019) 16:38 Página 11 de 14

Tabela 4 Avaliação do esforço percebido (PSE) após todos os procedimentos (escala de Borg)

Indicador Tudo Consumidores de cafeína Não consumidores de cafeína U Prg

n = 22 n = 10 n = 12

EPR

Linha de base 13,8 (2,2) 14,3 (2,6) 13,4 (1,8) 45,00 0,34 -0,25

3 mg/kg 14,2 (2,3) 14,5 (1,4) 13,9 (2,9) 50,50 0,55 ÿ0,16

6 mg/kg 13,6 (1,7) 13,7 (1,4) 13,5 (2,0) 59,50 1,00 0,01

9 mg/kg 13,5 (1,3) 13,9 (1,3) 13,2 (1,3) 46,00 0,35 -0,23

Placebo 13,0 (2,6) 13,6 (2,5) 12,6 (2,6) 47,00 0,41 -0,22

X2 3,22 3.16 1,46 – ––

P 0,52 0,53 0,83 – ––

W de Kendall 0,04 0,08 0,03 – ––

Os valores são expressos como médias (± SD). RPE, Taxa de Esforço Percebido

EPR RPE reduzido em judocas que ingeriram 6 mg/kg de CAF, mas

A ingestão de CAF pode reduzir o EPR, o que pode ser causado por nenhum aumento no desempenho.
a capacidade do CAF de atravessar a barreira hematoencefálica e
competem com os receptores de adenosina [8, 13, 14]. Este mecanismo
Consumo habitual de cafeína
também é responsável pela redução da percepção da dor e
É importante notar que, até onde sabemos, há
sonolência [25]. Por um lado, nosso estudo atual
não há dados sobre a influência do consumo habitual de CAF na
não mostram nenhum efeito direto significativo da suplementação de
eficácia da suplementação de CAF em
CAF no RPE medido pela escala de Borg e estão em linha
Esportes de combate. Este aspecto foi investigado em atletas
com estudo de Fellipe et al. [51], que utilizou 6 mg/kg
que representavam outras disciplinas esportivas [20, 61, 62].
CAF. Por outro lado, deve-se enfatizar que, em
Além disso, nenhum dos estudos mostrou diferenças significativas no
no estudo atual, as doses de CAF de 6 e 9 mg/kg melhoraram
desempenho entre usuários de CAF e não usuários
desempenho específico do judô. Um aumento no desempenho é
[20, 61, 62]. No entanto, em não consumidores de CAF, o efeito pós-
inerentes, entre outros, ao maior trabalho realizado. Dentro
ingestão durou 3 horas a mais em comparação com o habitual.
Na prática, os participantes conseguiram realizar de forma mais eficaz
consumidores [61]. Em nosso estudo, mostramos que a CAF
sem perceber maior esforço. Assim, deve
consumidores precisavam ingerir 9 mg/kg para obter melhor
afirmar que a suplementação com CAF afetou positivamente
resultados SJFT, enquanto em não consumidores a dose de 6
EPR. Contrariamente, o relato de Lopes-Silva et al. [25] mostrou
mg/kg foi igualmente eficaz como 9 mg/kg. Além disso, em
Os consumidores da CAF, ao contrário dos não consumidores, o
Tabela 5 Resumo das comparações entre consumidores de cafeína suplementação implementada não afetou a FC após
e não consumidores entre os participantes do estudo no SJFT exercício. O consumo habitual de CAF também não teve efeito da
Indicador Linha de base 3 mg/kg 6 mg/kg 9 mg/kg Placebo atividade de combate.
n = 22

Número total de arremessos em SJFT

Implicações para o desempenho
t 0,70 1,47 1,31 0,08 -0,23
Conhecimento do impacto de diferentes dosagens de CAF na
P 0,49 0,16 0,21 0,94 0,82
O desempenho do judô pode ter implicações benéficas significativas
d 0,30 0,63 0,56 0,03 -0,10 para atletas que competem em competições internacionais.
fósforos. Nossos dados podem, portanto, ser traduzidos em um
HR imediatamente após SJFT (HRRA)

t -1,80 ÿ1,63 -0,52 -0,42 ÿ1,83 configuração do mundo real e têm implicações para melhorar
desempenho e eficiência geral da competição. Informações sobre se
P 0,09 0,12 0,61 0,68 0,08
doses mais altas de CAF promovem mais
d -0,77 -0,70 -0,22 - 0,18 -0,78
arremessos e/ou ataques podem ser importantes para estabelecer
FC 1 min após SJFT (FC1minAF) recomendações dependentes de disciplina para uso CAF.
*
t ÿ1,94 ÿ2,36 -0,99 ÿ1,84 - 1,93 É importante ressaltar que, dada a natureza fisiologicamente semelhante
P 0,07 0,03 0,33 0,08 0,07 do esforço, nossos resultados também poderiam ser usados em

d -0,83 ÿ1,01 - 0,43 - 0,79 -0,83 suporte de suplementação ergogênica de atletas em

Os valores são t-score (t), P-value e Cohen's d. SJFT, Teste Especial de Aptidão de Judô;
wrestling, Jiu-Jitsu e outros esportes de combate “agarrados”
FC, frequência cardíaca disciplinas.
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Durkalec-Michalski et ai. Jornal da Sociedade Internacional de Nutrição Esportiva
Limitações e pontos fortes
Deve-se notar que nossa pesquisa tem algumas limitações.
Primeiro, não analisamos a concentração de marcadores
bioquímicos sanguíneos (por exemplo, CAF) em atletas durante
nosso estudo, o que em nossa opinião valeria a pena realizar em
investigações futuras. No entanto, nosso resultado primário foi
uma avaliação prática das influências finais da CAF na capacidade
de exercício específica da disciplina, o que conseguimos. Em
segundo lugar, o resultado da atividade de combate também
pode estar relacionado ao nível de experiência do oponente e à
carga que o oponente faz durante o combate. Ainda assim, em
nossa opinião, este é, na prática, um problema inevitável nos
esportes de combate. No entanto, para minimizar este efeito, os
judocas que lutam entre si foram selecionados em termos de
categoria de peso e nível de experiência, bem como na mesma
ordem dos adversários (em T1-T5). Além disso, o resultado da
atividade de combate pode ser afetado pela fadiga que ocorreu
após o SJFT. De acordo com a PSE expressa pela escala de
Borg [30, 63], os participantes perceberam o esforço após o SJFT
como algo difícil. Por fim, não consideramos o efeito de arraste.
No entanto, é preciso enfatizar que em cada visita ao laboratório
administramos uma única dose de CAF a cada participante, e
cada participante visitou o laboratório cinco vezes com pelo
menos 7 dias de wash-out. Como a meia-vida de eliminação do
CAF varia entre 2,5 e 10 h [3], acreditamos que este período de
wash-out foi suficiente para remover o CAF dos sistemas do
judoca.
A força inquestionável do nosso estudo é a aplicação de um
protocolo de desenho cruzado de quatro vezes e implementação
em todos os participantes do estudo, cada uma das três doses
de CAF, bem como PLA; tal abordagem nunca foi implantada no
judô antes. Pelo valor científico do nosso trabalho, também são
importantes o mascaramento duplo-cego e o controle total da
conformidade da entrega do suplemento administrado, que foi
tomado no horário estabelecido sob o controle de um membro da
equipe de pesquisa.
Além disso, houve estreita cooperação entre a equipe de
pesquisa e os treinadores para garantir a condução adequada do
protocolo de estudo (por exemplo, esforço e comprometimento
do atleta motivado e análise e avaliação da correção das técnicas
e ataques reais durante os combates). Também vale a pena notar
que usamos o teste de desempenho de judô específico da
disciplina. O SJFT foi desenvolvido para avaliar o potencial
anaeróbico e aeróbico, e pode ser considerado mais apropriado
para avaliar a capacidade de desempenho do judô do que o Teste
Anaeróbio de Wingate [31-33]. Vale também levar em conta o
alto nível de formação dos judocas estudados e a alta
familiarização do grupo estudado para realizar todos os esforços.
Também contabilizamos o consumo habitual de produtos contendo
CAF. Revelamos que as doses recomendadas de CAF no judô
devem variar de acordo com o consumo habitual de cafeína.
(2019) 16:38 Página 12 de 14
Conclusão
Nosso estudo indicou que a suplementação aguda de CAF pré-
exercício apoia efetivamente o desempenho e a capacidade de
exercício no judô. Doses de CAF de 6 e 9 mg/kg melhoraram o
desempenho específico da disciplina, enquanto 9 mg/kg
aumentaram a atividade de combate. A dose de 3 mg/kg de CAF
não teve nenhum efeito positivo. O efeito ergogênico do CAF não
é apenas dose-dependente, mas também relacionado ao consumo
habitual de CAF. Entre os não consumidores de CAF, 6 mg/kg de
CAF foi igualmente eficiente para 9 mg/kg em melhorar o
desempenho, enquanto em consumidores habituais de CAF,
apenas 9 mg/kg foi mais eficaz em comparação com 3 mg/kg ou
PLA. Com base em nossos resultados, concluímos que, no que
diz respeito aos esportes de combate, as dosagens de CAF mais
altas (6–9 mg/kg) do que as atualmente recomendadas (3–6 mg/
kg) são aparentemente mais eficazes em termos de desempenho específico do ju
Arquivo adicional
Arquivo adicional 1: Tabela S1. CONSORTE lista de verificação. (PDF 145kb)
Abreviaturas
BASE: Linha de base; BJJ: jiu-jitsu brasileiro; CAF: Cafeína; SNC: Sistema nervoso
central; FC: Frequência cardíaca; PLA: Placebo; RPE: Classificação do esforço percebido;
SJFT: Teste Especial de Aptidão de Judô
Agradecimentos
Agradecemos aos atletas pela participação e aos seus treinadores pela ajuda na realização
desta pesquisa.
Contribuição dos autores O
estudo foi desenhado por KDM; os dados foram coletados e analisados por KDM e AG; a
interpretação dos dados e a preparação do manuscrito foram realizadas por KDM, PMN e NG.
Todos os autores aprovaram a versão final do artigo.
Financiamento Este estudo foi financiado por fontes internas (fundos estatutários) da
Universidade de Ciências da Vida de Poznaÿ. A publicação foi cofinanciada no âmbito do
programa do Ministério da Ciência e Ensino Superior como “Excelência de Iniciativa
Regional” nos anos 2019-2022 (projeto número 005/RID/2018/19) e fontes financeiras internas
da Universidade de Educação Física de Poznaÿ .
Disponibilidade de dados e materiais Os
conjuntos de dados usados e/ou analisados durante o estudo atual estão disponíveis ao
autor correspondente mediante solicitação.
Aprovação ética e consentimento para participar O
estudo foi aprovado pelo Comitê de Bioética da Universidade de Ciências Médicas de Poznan
(Polônia) foi concedido para este estudo (decisão nº 293/17 de 11 de maio de 2017). De
acordo com a Declaração de Helsinque, todos os participantes assinaram um consentimento
informado.
Consentimento para publicação
Não aplicável.
Interesses concorrentes
Os autores declaram não ter interesses concorrentes.
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Durkalec-Michalski et ai. Jornal da Sociedade Internacional de Nutrição Esportiva
Recebido: 10 de junho de 2019 Aceito: 26 de agosto de 2019
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Nota do editor Springer

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