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Monday, 29 April y

Teoria Geral do Direito Civil - Casos Práticos

Caso prático n.º 1

António propôs verbalmente a Bernardo vender-lhe um relógio por 250 EUR. Para
convencer Bernardo a comprar o relógio, António entregou-lhe o relógio, afirmando
que, se no prazo de 15 dias Bernardo nada dissesse, se considerava a venda efetuada.

Perante esta proposta, Bernardo sorriu de forma enigmática, colocou o relógio no pulso
e, após um amável «bom dia», retirou-se.

Vinte dias depois, sem que Bernardo nada dissesse, António vendeu, por escrito, o
mesmo relógio a César, por 300 EUR. Por sua vez, Bernardo vendeu-o e entregou-o a
Dimas, por igual quantia.

Quid juris?

1.º identificar o problema juridico:

- Dispensa da “ declaração de aceitação” ( art. 234.º CC )


- Aceitação tácita quanto à convenção sobre o silêncio
- Silêncio como meio declarativo ( art. 218.º )
- Contrato de compra e venda, por escrito, do relógio a César uma vez o objeto na posse do
Bernardo ; ( art. 892.º )
- Duração da proposta contratual ( art 228.º/1 ) / sujeição do proponente ( durante 15 dias )

2.º Identificar-se os pressupostos

- Nos termos do art. 234.º do CC, tem-se que o contrato concluído logo que a conduta da
outra parte mostre a intenção de aceitar a proposta. Ao colocar o relógio no pulso, o
Bernardo aceitou tacitamente a proposta do António. Além disso, nos termos dispostos no
art. 879.º, o contrato de compra e venda do relógio deu-se como celebrado aquando da
entrega do mesmo.
-

Neste caso prático, constatamos vários problema relacionados com o negocio juridico.

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1- Identificamos entre A e B a celebração de um contrato de compra e venda, designadamente
um negócio jurídico típico e dominado, que está regulado no artigo 874.º e seguintes. Para a
formação deste contrato, identificamos uma presumível proposta em que

Caso prático n.º 2 - Negócio mútuo vs. Doação

Forma de aplicação do 217.º, n.º2 conjugado com as regras de forma do Mútuo - 1143.º /
1145.º

Uma conversa entre amigos num grupo, o “A” e o “B”, via wattsapp. “A” estando com
algumas dificuldades económicas afirma “…se ao menos alguém me emprestasse 5 mil
euros”. “B” nada diz, porém, transfere 5 mil euros para a conta de “A”.

Depois de um tempo “B” confronta “A” pelo facto de este ainda não lhe ter devolvido
o empréstimo. “A” afirma : “ Devolver? Foi uma doação.”

- Para “A” houve uma doação, para “B” houve um mútuo.

Quid iuris ?

Aparentemente, está em causa a definição de um contrato de mútuo ou doação, entre A e B,


regulado nos art. 1142.º e segs. do CC e art…. E segs. do CC. Conforme resulta do disposto
no art.º1143 do CC, a forma prescrita para um contrato de mútuo de valor superior a 2500€
corresponde a um documento assinado pelo mutuário. Posto isto, em jeito de comparação
destes pressupostos com o caso em questão, temos que foi celebrado um contrato de mútuo,
entre A e B. A assina o documento via wattsapp em que se pressupõe que o remetente da
mensagem seja o mesmo indivíduo. Temos, então, um facto concludente que corresponde
com a forma legal exigida. A execução do contrato ocorre aquando da disponibilização por
transferência bancária de 5000€ para A, vista como declaração tácita.

Note-se que o negócio entre A e B é, pois, um negócio quod constitucione, no qual se


constitui com a entrega da coisa.

Portanto, nos termos do art. 289.º do CC, o mutuário deve restituir o valor correspondente ao
empréstimo. Logo, A deve restituir os 5000€ a B.

Temos em causa, portanto, um contrato de mútuo pelo que cumpre verificar os requisitos de
que os artigos 1143.º e 289.º do CC faz depender a invalidade, neste caso, validade do
negócio.

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Caso prático n.º 3


António fez publicar um anúncio no Olx com o seguinte texto: «vendo apartamento com
4 assoalhadas, 3 casas de banho e cozinha, na Rua das Cerejas, n.º 4, 2.º andar, em
Lisboa, por 250.000 EUR». Bento, amigo de António e que conhece a casa, telefona-lhe e
diz: «Compro a tua casa pelo preço que pedes». «Está feito», responde António.

Diga, fundamentadamente, quem é o proprietário da casa.

Para transmitir um imóvel precisamos de uma escritura pública ou de um documento


particular autenticado.

Insuficiência da declaração da proposta e da aceitação

Insuficiência formal

Exigências da forma legal - Contrato formalmente inválido

Podemos converter um negócio de compra e venda formalmente inválido, num contrato-


promessa de compra e venda. —obrigação de contratar no futuro art 293.º e 410.º, n.º2 e n.º3

Falta firmeza da proposta

6.

C ) A, num grande hipermercado, colocou dentro do seu carrinho de compras uma


embalagem de copos de vidro. Antes de chegar à caixa para proceder ao pagamento, um
dos copos partiu-se. A volta para trás, vai buscar um novo copo e recusa-se a pagar o
copo quebrado, porque “o copo que se partiu ainda não era seu”.

Num supermercado, a celebração do negócio jurídico centra-se, principalmente, no momento


da aceitação. À luz do 217.º, não se pode inferir com toda a probabilidade, essa pessoa quer
celebrar o negócio. A aceitação deve ser deslocada para o momento em que nós permitimos
que o produto passe no código de barras ( trata-se de um negócio quod efectum -ver PPV ) .

Aquando da quebra dos copos, estamos perante um caso de culpa in contrahendo ( 227.º /1 ).
Relacionar com responsabilidade civil.

d. A inseriu 1 EUR numa máquina de café para comprar um café. A máquina não lhe
entregou o café, nem lhe devolveu o dinheiro.

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Compra e venda automática. O titular da máquina é a contraparte do declaratário. Proposta
circunscrita na máquina. Aceitação tácita pelo pagamento do café ( 879.º )

Não há problema de formação do negócio. Trata-se de um problema de incumprimento dos


deveres emergentes de um contrato de compra e venda ( 879.º ).

Decreto-Lei 24/2014, 14 de fevereiro

Artigo 22.º e 24.º

e) A propôs vender o seu automóvel a B por 5000 EUR.

1. B disse que aceitava, “desde que, antes disso, A trocasse os pneus do automóvel por
uns novos”. A nada respondeu e, no dia seguinte, vendeu o carro a C.

Artigo 233.º

2. Uma hora depois, A faleceu de ataque cardíaco. B, de seguida, aceitou.

Artigo 226.º B celebra um contrato com os herdeiros.

3. Uma hora depois, B faleceu de ataque cardíaco. Os herdeiros de B querem agora


aceitar o negócio, mas A opõe-se, afirmando que a sua proposta já caducara.

231.º, n.º2

Caso prático n.º 7

A comprou na Wortin um secador para o cabelo, tendo assinado um contrato de uma


página dactilografado com letras minúsculas que o funcionário da loja lhe apresentara,
e que A (que sofria de cataratas) não conseguira ler.

Na altura, o funcionário da loja escreveu à mão, com o acordo verbal de Amélia, no


verso da página do contrato, os seguintes dizeres: «A Wortin não aceita devoluções nem
reclamações» e «A Wortin não se responsabiliza por danos no cabelo».

1. Uma semana depois, A arrependeu-se e pretende devolver o secador e que o preço


lhe seja reembolsado pela Wortin.

2. Cinco meses depois, A estava a secar o cabelo e o secador incendiou-se, tendo


também queimado o cabelo e couro cabeludo deste. A sofreu dores intensas e
queimaduras em 3.º grau. Ficou para sempre careca numa parte da sua cabeça e
suportou custos no montante de 5000 EUR.

Noção de cláusula contratual geral

Ver deveres de informação e a consequência da exclusão de certas cláusulas ( artigo 8.º ) -


redução e conversão do NJ

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Cláusulas prevalecentes

5 ao 9.º

10 e 11.º

Cláusulas proibidas

Artigo 15.º - boa fé enquanto norma de validade

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