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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 3ª VARA

ESPECIALIZADA EM DIREITO BANCÁRIO DA COMARCA DE CUIABÁ


- MT

Processo nº 1039315-48.2019.8.11.0041

COOPERATIVA MISTA “JOCKEY CLUB” DE SÃO


PAULO, já qualificada nos autos da ação que lhe move JESSICA
ARAUJO SILVA, por seus advogados que esta subscrevem (procuração
anexa), vêm, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência,
apresentar

CONTESTAÇÃO

com fundamento no artigo 335 e seguintes do Código de


Processo Civil, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

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1. DOS FATOS

A Autora narra que celebrou contrato de consórcio com a


Ré, para aquisição de imóvel, que previa o adiantamento da 1ª parcela e
taxa de administração no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais).

Alega em exordial, que a Representante da Ré a informou


que caso celebrasse o contrato seria contemplada na primeira
assembleia.

Com isso, a Autora pactuou o instrumento e realizou o


pagamento solicitado, todavia, a suposta promessa de liberação do
crédito não fora cumprida.

Lastreado nestes fatos, socorre-se do Poder Judiciário para


(i) ver declarada a rescisão do contrato implicado e (ii) obter a
condenação da Ré na restituição do valor pago a título de adiantamento
da 1ª parcela e no pagamento de indenização por suposto dano moral.

Entretanto, como será demonstrado a seguir os fatos


apresentados na exordial não coadunam com a verdade integral do
ocorrido, sendo que o pleito Autoral não encontra embasamento legal
para se consubstanciar.

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2. DOS VALORES JÁ RESTITUÍDOS À AUTORA

Veja Excelência, antes de adentrar a temática da


demanda, cumpre informar que a Ré é administradora de consórcios e
não atua como instituição financeira apta a efetuar empréstimos. Ainda,
deve-se destacar que a empresa Ré está no mercado de consórcios há
mais de 25 (vinte e cinco) anos, sendo uma empresa consolidada e que
preza pela total satisfação de seus clientes.

A atuação da Ré ocorre por intermédio de seus


representantes, sendo esta pautada em consonância com os ditames
legais, buscando sempre a perfeição nos atos de vendas realizadas,
independente do meio ou local em que atua.

Conforme disposição expressa do artigo 10, §3º da Lei nº


11.795/2008, para ingressar em um grupo de consorcio há duas fases
distintas:

A primeira é uma fase preliminar, pré-contratual, na qual


o interessado, por meio de “Proposta de Participação em Grupo de
Consórcio” formaliza a sua intenção em participar do grupo de consórcio.

Já a segunda fase, constitui a aceitação, ou não, da


referida proposta pela administradora de consórcio, que após análise da
capacidade econômica do interessado, pode aprovar ou reprovar a
proposta.

Assim, a proposta, que consiste na 1ª (primeira) fase, é


considerada uma materialização do interesse do contratante em
ingressar em um grupo de consórcio.

Desta feita, a adesão do contratante em um grupo de


consórcio só será efetivada após a aprovação desta proposta pela
administradora.

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É bem verdade que a Autora detém uma via da proposta
de participação assinada bem como o comprovante de pagamento em
razão da Ré, conforme Id. 23567298 e 23567302.

Dessarte, que ainda que haja o preenchimento da


proposta, o contrato que a Ré atua só é efetivado após a realização do
pagamento e uma ligação chamada de pós-venda, onde o consorciado
confirma de forma verbal e expressa que contratou o consórcio nos
termos do contrato e, que conhece todas as regras inerentes a este.

Entretanto, no caso da Autora a ligação pós-venda não


aconteceu, desta forma, o que precisa se depreende é que a restituição
já fora realizada.

Isto é, atendendo à solicitação da Autora, a devolução dos


valores foi realizada em 20 de maio de 2019, através de transferência
bancária feita em seu benefício. Ou seja, a Autora já recebeu o valor pago
integralmente (comprovante anexo).

Neste momento, é importante ressaltar que a restituição


fora feita em nome de Ronaldo Vinicius Campos, CPF: 061.790.661.08,
pois, conforme carta da Autora também anexa, esta solicitou a
transferência na conta da pessoa especificada acima.

Isso demonstra que, no caso em tela, a Ré agiu


adequadamente, pois assim que solicitado o ressarcimento pela Autora,
foi dado o regular prosseguimento para efetivar o quanto requerido.

Por todo o exposto, imperioso se faz destacar que não há


interesse de agir da parte Autora para o ajuizamento da presente
demanda, visto que toda sua argumentação se baseia em um contrato
que já se encontra cancelado e restituído de maneira integral, não tendo
havido qualquer prejuízo à Autora decorrente desta contratação.

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Sendo assim, o pleito de indenização por danos morais, o
qual é almejado pela Autora, não deve ser acolhido, pois trata-se de
pedido voltado para o enriquecimento ilícito, visto que assim que
solicitado a Autora teve restituída a quantia integral dos valores,
conforme estabelecido em contrato, não havendo assim dissabores
decorrentes destas.

Ora, o pedido da Autora é inócuo por si. Veja quão genérico


e absurdo é o pedido, na medida que ele pleiteia danos morais sem
fundamentar adequadamente ou demonstrar tal dano.

Resta claro que a Autora não sofreu nenhum abalo


psíquico com o contrato firmado com a Ré, que sempre agiu de forma
transparente e dotada da boa-fé contratual. E ainda, quando requisitada
pela Autora, diligenciou de todas as formas a sanar suas dúvidas ou
resolver qualquer problema referente a sua contratação.

Ressalta-se que não houve juntada de qualquer


documento que comprove que a Autora tenha sofrido abalo psíquico ou
dano moral, conforme alegado, cuja rasa argumentação nem sequer
demonstrou a motivação para tal pleito.

Além disto, a Autora já recebeu o que é seu de direito há


meses e não fez qualquer comunicação ao juízo sobre o ocorrido,
deixando o processo transcorrer de forma completamente indevida.

Nesse sentido, deve a presente demanda ser


imediatamente extinta sem resolução do mérito, conforme inteligência do
artigo 485, inciso VI do CPC.

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3. DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Ante o exposto, requer seja a presente ação extinta sem


julgamento do mérito, conforme artigos 485, inciso VI, do CPC, visto
que a Ré já realizou a devolução dos valores à Autora e não há qualquer
interesse de agir na presente ação.

Ainda, protesta provar o alegado por todos os meios de


prova em direito admitidos, ainda que não especificadas, ficam desde já
requeridas.

Por fim, requer que todas as futuras publicações e


intimações sejam feitas EXCLUSIVAMENTE em nome da advogada
NATHÁLIA GONÇALVES DE MACEDO CARVALHO, OAB/SP 287.894,
com escritório na Rua Helena, nº 335, conjunto 82, Vila Olímpia, São
Paulo – SP, CEP 04552-050, sob pena de nulidade.

Termos em que,
Pede deferimento.

São Paulo, 18 de junho de 2021.

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