Introdução ao Direito

Aula 14
Direito Previdenciário ou da Seguridade Social

Objetivos Específicos
• Estabelecer noções básicas sobre a seguridade social.

Temas

1 CONCEITO DE SEGURIDADE SOCIAL

2 PRINCÍPIOS DA SEGURIDADE SOCIAL
3 CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL
4 BENEFÍCIOS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS

Professor
Jorge Boyajan
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Vamos estudar o instrumento do Estado que visa a proteger as necessidades sociais,

individuais e coletivas, de cunho preventivo, reparador e recuperador, a seguridade social.
Esta existe em praticamente todos os países do mundo, e vem sofrendo constante processo
de evolução.

1 CONCEITO DE SEGURIDADE SOCIAL

O Direito Previdenciário ou Direito da Seguridade Social é a ramificação do direito que
trata das questões legais da seguridade social e que abrange saúde, assistência social e
previdência social.

Direito da Seguridade Social é o conjunto de princípios, de regras e de

instituições destinado a estabelecer um sistema de proteção social aos
indivíduos contra as contingências que os impeçam de prover suas necessidades
pessoais básicas e de suas famílias, integrado por ações de iniciativa dos Poderes
Públicos e da sociedade, visando assegurar os direitos relativos à saúde, à
previdência social e a assistência social. (MARTINS, 2009, p.176)

1.1 Assistência Social

Assistência Social é conjunto de princípios, regras e instituições destinado a estabelecer
uma política social aos hipossuficientes, por meio de atividades particulares e estatais,
visando a concessão de pequenos benefícios e serviços, independentemente de
contribuição por parte do próprio interessado. (MARTINS, 2009, p.183)

1.2 Saúde
A Saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e
econômicas que visem a redução do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
(MARTINS, 2009, p.184)

1.3 Previdência Social

A Previdência Social é o segmento da Seguridade Social composto de um conjunto
de princípios, de regras e instituições destinado a estabelecer um sistema de
proteção social, mediante contribuição, que tem por objetivo proporcionar meios

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indispensáveis de subsistência ao segurado e a sua família, quando ocorrer certa

contingência prevista em lei. (MARTINS, 2009, p.178)

2 PRINCÍPIOS DA SEGURIDADE SOCIAL

Todo brasileiro pode se beneficiar da seguridade social ao se tornar um segurado da
Previdência Social. Para isso, deve contribuir com os pagamentos dos benefícios previstos.
Contribuintes ou não, todos os brasileiros que necessitarem de tratamento, inclusive
preventivo de saúde, ou se enquadrarem nas situações e condições previstas nos benefícios
da assistência social têm esse direito.

Os princípios que regem essa seguridade e constam na Constituição Federal (CF) de

1988 são:

a. Universalidade da cobertura e do atendimento (Art. 194, I): significa que todas as

pessoas são protegidas em situações de risco, previstas pela legislação pertinente
infraconstitucional.

b. Universalidade e equivalência das prestações (Art. 194, II): significa que tanto os
trabalhadores urbanos quanto os rurais estão protegidos pelo sistema, o que não
ocorria até 1971.

c. Seletividade e Distributividade das prestações (Art. 194, III): significa que a seleção
das prestações será feita de acordo com as possibilidades econômico-financeiras do
sistema da seguridade social.

d. Irredutibilidade dos Benefícios (Art. 194, IV): significa que o poder aquisitivo dos
benefícios não pode ser onerado, e será corrigido conforme a lei.

e. Equidade no Custeio (Art. 194, V): significa que somente aqueles que estiverem em
iguais condições contributivas é que terão de contribuir da mesma forma, ou seja, de
acordo com a capacidade contributiva de cada um.

f. Diversidade da Base de Financiamento (Art. 194, II): A CF prevê diversas formas de

financiamento para a seguridade social, pelo empregador, a empresa, os trabalhadores,
os entes públicos, os concursos de prognósticos, entre outros.

g. Democracia e Descentralização na Gestão (Art. 194, VII): A CF prevê a gestão dos

recursos de forma quadripartite1, com a participação dos trabalhadores, dos
empregadores, dos aposentados e do governo nos órgãos colegiados.

h. Regra da Contrapartida ou da Precedência no Custeio (Art. 195, § 5º): significa

que nenhum benefício ou serviço pode ser criado, majorado ou estendido sem a
correspondente fonte de custeio total.

1 Gestão com participação de quatro categorias distintas.

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3 CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL

A seguridade social é custeada de forma direta por meio das contribuições sociais, e de
forma indireta pelo orçamento da União. Por sua importância para a sociedade, a CF prevê
fontes específicas garantidas para o custeio do sistema, como previsto no artigo 195 CF:

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e
indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições
sociais.

I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei,

incidentes sobre.

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer

título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;

b) a receita ou o faturamento;

c) o lucro;

II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo

contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de
previdência social de que trata o art. 201;

III - sobre a receita de concursos de prognósticos.

IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.

Para conhecer mais sobre o financiamento da seguridade social,

recomendamos a leitura integral deste artigo (Art. 195). Para isso, consulte na
sua lista de links o acesso a Constituição da República Federativa do Brasil.

4 BENEFÍCIOS
Para todas as pessoas, conhecer seus principais direitos trabalhistas é tão importante
quanto ter contato com as fontes de seus benefícios previdenciários. Os benefícios são
vantagens asseguradas por leis trabalhistas e da seguridade social, que são pagos conforme
requerimento e ou ocorrências das hipóteses previstas no ordenamento jurídico.

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Os benefícios do segurado são garantidos pela Lei 8.213 de 1991 no Art. 18, e especificados
nos artigos seguintes:

a. aposentadoria por invalidez (Art. 25, I): ocorre nos casos em que o segurado ficar
impossibilitado para atividade laboral sem possibilidade de recuperação. Quem a
determina é o médico, e o coeficiente de pagamento é equivalente a 100% do valor
do benefício;

b. aposentadoria por idade,

Art. 48 (...) será devida ao segurado que, cumprida a carência exigida nesta Lei,
completar 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 60 (sessenta), se mulher.

Art. 50 (...) consistirá numa renda mensal de 70% (setenta por cento) do salário-de-
benefício, mais 1% (um por cento) deste, por grupo de 12 (doze) contribuições, não
podendo ultrapassar 100% (cem por cento) do salário-de-benefício. (BRASIL, 1991)

c. aposentadoria por tempo de contribuição,

Art. 98 Quando a soma dos tempos de serviço ultrapassar 30 (trinta) anos, se do

sexo feminino, e 35 (trinta e cinco) anos, se do sexo masculino, o excesso não será
considerado para qualquer efeito. (BRASIL, 1991)

d. aposentadoria especial,

Art. 57 A aposentadoria especial será devida, uma vez cumprida a carência exigida
nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condições especiais que
prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25
(vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei. (BRASIL, 1991)

e. auxílio doença (Art. 59): para a pessoa que ficar incapacitada para o trabalho por mais
de 15 dias, sendo devido a partir do 16º dia do afastamento. O coeficiente é de 91%
do salário-benefício;

f. salário-maternidade (Art. 71): será pago por 120 dias e poderá ter início até 28 dias
antes do parto. Se concedido antes do nascimento da criança, a comprovação será
por atestado médico; se posterior, pela certidão de nascimento da criança;

g. auxílio acidente (Art. 18): é um tipo de indenização ao segurado após comprovadas

lesões decorrentes de acidentes causados em qualquer ambiente que implique em
sequelas que reduzam a capacidade de trabalho exercida.

§ 1º O auxílio-acidente mensal corresponderá a cinquenta por cento do salário-de-

benefício e será devido, observado o disposto no § 5º, até a véspera do início de
qualquer aposentadoria ou até a data do óbito do segurado. (BRASIL, 1991)

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h. salário-família,

Art. 65. O salário-família será devido, mensalmente, ao segurado empregado, exceto

ao doméstico, e ao segurado trabalhador avulso, na proporção do respectivo número
de filhos ou equiparados nos termos do § 2º do art. 16 desta Lei, observado o disposto
no art. 66. (BRASIL, 1991)

i. Além destes, também podemos citar o seguro desemprego (Lei 7.998 de 11 de janeiro
de 1990) que é pago em caso de desemprego involuntário.

Ter conhecimento e domínio de seus direitos e deveres referentes à seguridade social

é uma das formas de garantir que eles sejam cumpridos e exercer a cidadania. Isso é válido
tanto para o profissional em seu ambiente de trabalho quanto para a sociedade em geral, já
que as garantias desse quesito são reivindicadas constantemente por todos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na aula de hoje pudemos aprender o que é o Direito da Seguridade Social e junto a isso:

• como é composto;

• seus conceitos e princípios;

• suas formas de custeio;

• e principais benefícios.

Para um melhor entendimento desta aula sugerimos que você leia as

páginas 176 a 184 do livro “Instituições de Direito Público e Privado” de Sérgio
Pinto Martins.

REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF,
Senado, 1988.
______. Lei nº 7.998, de 11 de Janeiro de 1990. Regula o Programa do Seguro-Desemprego, o
Abono Salarial, institui o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), e dá outras providências.
Brasília, DF, 1990.
______. Lei 8.213, de 24 de Julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência
Social e dá outras providências.. Brasília, DF, 1991.
MARTINS, S. P. Instituições de Direito Público e Privado. 9 ed. São Paulo: Atlas, 2009.

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