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SUMÁRIO

1. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA...................................................................3

1.1. O Administrador Público.............................................................................4

1.2. A Administração Pública.............................................................................4

2. ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS............................................5

3. CONTRATOS ADMINISTRATIVOS........................................................6

CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................7

REFERÊNCIAS .................................................................................................8

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AULA 7 – DIREITO ADMINISTRATIVO

Vamos estudar, nesta aula, as regras que norteiam a administração pública. Esta é regida , entre outros, pelo
princípio da legalidade, ficando o administrador adstrito1 ao cumprimento da lei.

Consequentemente, vamos explorar de que forma são celebrados os contratos e parcerias com a iniciativa
privada.

1. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Para entendermos o tema desta aula, devemos conceituar Administração Pública que, segundo Branchier e
Tesolin “(...) é a gestão de bens e interesses qualificados da comunidade no âmbito federal, estadual ou municipal,
segundo os preceitos do direito e da moral, visando ao bem comum” (2006, p.41). E, complementando “A
administração pública pode ser entendida como Poder Executivo ou como todos os órgãos pertencentes a esse
poder”. (MARTINS, 2009, p.112)

Pelos conceitos acima, explicitamos a íntima relação da administração pública com o Poder Executivo em
todas as suas esferas. Portanto, os princípios do Direito Administrativo devem ser respeitados, para que haja um
regular desempenho das funções dessas esferas.

Ressaltamos, em seguida, os princípios do Direito Administrativo mais relevantes, conforme o tema desta aula,
com base na Constituição Federal (CF, 1988):

a. Legalidade: Todos os atos praticados pela administração pública devem estar em consonância com lei,
sob pena de serem inválidos;

b. Moralidade: É pressuposto dos atos da administração pública que a moral administrativa está intimamente
ligada ao interesse público;

c. Impessoalidade: Impõe ao administrador público que só pratique atos de acordo com os fins legais
previstos na legislação que o autoriza, devendo servir a todos, sem preferências ou aversões pessoais ou
partidárias. Estes atos não devem conter nomes, símbolos ou imagens que configurem promoção pessoal
(BRASIL, CF, art. 37 parágrafo primeiro, 1988).

d. Publicidade: O ato deve ser divulgado oficialmente através de publicações em diários oficiais, para
conhecimento público e para que os mesmos iniciem seus efeitos;

e. Eficiência: É dever do agente público prestar com qualidade suas atividades e atender às necessidades
para as quais foi convocado;

f. Supremacia do interesse público: O interesse público prevalece sobre o interesse do particular,

1 Submetido.

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resguardados seus direitos à indenizações previstos na carta magna (CF);

g. Finalidade: A administração pública agirá sempre com o fim de atender aos interesses públicos colimados
na lei;

h. Controle judicial: Todos os atos administrativos estão sujeitos ao controle do poder judiciário, porém
sempre em relação a sua legalidade, e não em relação à escolha entre duas ou mais alternativas, perante o
direito, que o administrador faz.

1.1. O Administrador Público

No exercício de suas funções administrativas, o administrador público goza das seguintes prerrogativas legais:

a. Poder Vinculado: A lei confere a administração pública para atos de sua competência, elementos e
requisitos necessários à conveniência e oportunidade, ficando a estes vinculados, ou seja, os atos praticados
devem estar em consonância com a lei sob pena de ser inválido;

b. Poder Discricionário: Permite a administração pública praticar atos com liberdade na escolha de sua
conveniência, oportunidade e conteúdo, desde que de acordo com a lei;

c. Poder Disciplinar: Faculdade de punir através de repreensão, multa, suspensão, destituição da função,
demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, os servidores que não desempenharem suas
funções de acordo com o que determina a lei (essa desobediência é apurada em processo administrativo);

d. Poder Regulamentar: Faculdade de aplicar a lei para sua correta execução, ou de expedir decretos
autônomos sobre a matéria ainda não regulamentada;

e. Poder de Polícia: Conjunto de atribuições concedidas à administração para disciplinar e restringir, em


favor do interesse público adequado, direitos e liberdades individuais. (MEIRELLES, H. L., ALEIXO, D. B., BURLE
FILHO, J. E., 1990.)

1.2. A Administração Pública

Segundo MARTINS (2009, p.112), podemos dividir a Administração Pública em:

a. Direta: É feito por meio da própria administração pública, dos órgãos que compõe o Poder Executivo, e
dos Ministérios, Secretarias etc.

b. Indireta: É feita através de entidades onde o governo tem participação, como empresas públicas e de
economia mista, fundações e autarquias públicas.

Também devemos considerar como formas de administração pública indireta:

a. Autarquias: São órgãos criados por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receitas próprios, para
executar atividades típicas da Administração Pública que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão
administrativa e financeira descentralizada. Ex.: Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e Universidade de
São Paulo (USP).

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b. Empresas Públicas: São entidades de Direito Privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo do
Poder Executivo, criados por lei para a exploração de atividade econômica. Ex.: Infraero.

c. Sociedade de Economia Mista: São entidades de Direto Privado, criadas por lei para exploração de
atividade econômica, sob forma de sociedade anônima, em que a maioria do capital pertence ao Poder
Executivo. Ex.: Petrobras.

d. Fundações Públicas: São pessoas jurídicas de Direito Privado, sem fins lucrativos, desde que autorizadas
por lei, compostas de patrimônio próprio e destacado do fundado, para determinada e específica finalidade.
Ex.: Febem.

2. ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS

Para os autores, Meirelles, Aleixo e Burle (1990) os atos administrativos podem ser divididos em:

a. Decreto: De competência do chefe do Executivo, visa esclarecer o conteúdo das leis;

b. Regimento: É a regulamentação interna de órgãos públicos;

c. Instrução: É ordem escrita relativa ao funcionamento de certo serviço;

d. Circular: Ordens internas uniformes, ordenando determinado serviço;

e. Portaria: Ato administrativo que vincula o servidor a área na qual foi destinado;

f. Ordem de serviço: São normas técnicas emitidas pela Administração sobre o modo e forma de realizar
obras ou serviços;

g. Autorização: O Poder Público faculta ao particular o exercício de certa atividade;

h. Permissão: Ato administrativo unilateral, discricionário e precário, gratuito ou oneroso, em que a


Administração faculta ao particular a execução de serviço público ou a utilização de bem público;

i. Licença: Ato administrativo unilateral e vinculado em que a Administração faculta ao interessado o


exercício de uma atividade;

j. Alvará: É o instrumento pelo qual a administração concede licença ou autorização ao administrado para
a prática ou exercício, de certo ato, estado ou direito. Por exemplo, é expedido por autoridade competente,
para se construir uma casa, funcionamento de qualquer tipo de empresa ou comércio, realização de eventos,
soltura de preso etc.

Todos os atos administrativos se enquadram em uma das espécies supra, e através deles o Executivo realiza
sua função de executar a lei, aliás, expressão esta que condiz com o maior princípio da Administração Pública que
determina: todo ato administrativo seja feito de acordo com a lei (princípio da legalidade), sob pena de serem inválidos.

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3. CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

Segundo Martins,

Contrato administrativo é o ajuste que a Administração faz com um particular (pessoa física ou jurídica,
pública ou privada), visando a realização de fins públicos, de acordo com o regime jurídico de Direito Público
(2009, p.117).

Ainda para Martins (2009) os Contratos Administrativos são:

a. De obra pública

b. De empreitada de obra pública

c. Concessão de serviço ou uso de bem público

d. Fornecimento ao poder público de materiais

e. Contrato de serviços técnicos ou especializados com pessoa física ou jurídica

f. Parceria público privada

A Parceria público privada ocorre porque nem sempre a administração pública dispõe de numerário para
fazer frente a todas as obras e serviços necessários para o bem-estar social. Devido a isso, o Congresso Nacional
criou um novo tipo de contrato administrativo que deve seguir as seguintes diretrizes da Lei 11.079 de 2004.
Resumimos esse contrato com os Art. 4º. e 5º onde é possível encontrar:

1. Eficiência no cumprimento das missões de Estado e no emprego dos recursos da sociedade;

2. Respeito aos interesses e direitos dos destinatários dos serviços e dos entes privados incumbidos de sua
execução;

3. Indelegabilidade das funções de regulação, jurisdicional, do exercício do poder de polícia e de outras


atividades exclusivas do Estado; o que significa que as regras que regulam a atividade da Administração
Pública e seu controle, são prerrogativas do Estado, são indelegáveis.

4. Responsabilidade fiscal na celebração e execução das parcerias;

5. Transparência dos procedimentos e das decisões;

6. Repartição objetiva de riscos entre as partes;

7. Sustentabilidade financeira e vantagens socioeconômicas dos projetos de parceria;

8. Prazo da parceria entre cinco e trinta e cinco anos;

9. Será feito mediante licitação, na modalidade de concorrência.

Você observou que a abertura desse tipo de processo se dá por meio de licitação. Está lembrado de ter

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notado esse termo em algum local?

Agora, preste atenção nos informes relacionados às construções e prestações de serviços públicos de sua
cidade e verifique a forma de administração existente.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta aula pudemos aprender:

• Como se dá a administração pública;

• Quais os princípios que norteiam a administração pública;

• Quais são os mecanismos e ferramentas do administrador público no exercício de suas funções;

• Quais os tipos de administração, direta e indireta;

• Quais são atos administrativos e, por fim,

• Quais são as várias espécies de contratos administrativos, incluindo os da iniciativa privada.

Para pensar
Você observou que a abertura desse tipo de processo se dá por meio de licitação. Está lembrado de
ter notado esse termo em algum local? Agora, preste atenção nos informes relacionados às construções
e prestações de serviços públicos de sua cidade e verifique a forma de administração existente.

Para saber mais


Para um melhor entendimento desta aula sugerimos que você acesse a Biblioteca Digital e leia as
páginas 6 a 8, 12 a 17 e 50 a 59 do livro Direito Administrativo de Miriam V. Fiaux Horvath.

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REFERÊNCIAS

HORVATH, M. V. F. Direito Administrativo. Barueri: SP: Manole, 2011.

BRANCHIER, A. S., TESOLIN, J. D. Direito e Legislação Aplicada. 20. Curitiba: IBPEX, 2006.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da Republica Federativa do Brasil. Brasília, DF, Senado, 1988.

______. Lei nº 11.079, de 30 de dezembro de 2004. Institui normas gerais para licitação e contratação de
parceria público-privada no âmbito da administração pública. Brasília, Congresso Nacional, 2004.

MARTINS, S. P. Instituições de Direito Público e Privado. 9 Ed. São Paulo: Atlas, 2009.

MEIRELLES, H. L., ALEIXO, D. B., BURLE FILHO, J. E. Direito administrativo brasileiro. 30 ed. São Paulo:
Malheiros, 1990.

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