Introdução ao Direito

Aula 02
Fontes do Direito

Objetivos Específicos
• Identificar quais são os modos de formação das normas jurídicas.

Temas

1 FONTES DO DIREITO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS

Professor
Jorge Boyajan
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Nesta aula, estudaremos qual é a origem do Direito e como ele se apresenta perante a
sociedade. Daremos ênfase à maior fonte do Direito que é a lei, sua hierarquia, e como as
demais fontes suprem suas lacunas.

1 FONTES DO DIREITO
A palavra fonte tem sua origem no latim “fons, fontis”, ou seja, nascente de água, e
metaforicamente significa ORIGEM. Para Martins, “O estudo das fontes do direito pode ter
várias acepções, como sua origem, fundamento de validade das normas jurídicas e a própria
exteriorização do Direito” (2009, p.11). E, complementando, Diniz afirma que “fonte do direito
equivale ao fundamento de validade da ordem jurídica” (2003, p.326).

Assim, usando a metodologia da segmentação para melhor entendimento do componente,

vamos dividir as fontes do direito em duas espécies:

• Fontes Diretas – Leis e Costumes

• Fontes Indiretas – Doutrina1 e Jurisprudência2

1.1 Fontes Diretas

1.1.1 Lei

A Lei é, sem dúvida, a maior fonte do Direito Positivo, aquele que, em contraponto ao
Direito Natural, é o Direito criado pelo homem para organização da vida em sociedade, como
vimos na primeira aula.

A palavra Lei não representa apenas as regras do Direito Positivo, ou seja,

normas jurídicas, mas pode também ter como significado regras científicas,
religiosas, entre outras.

1 Doutrina: sf (lat doctrina) 1 Ensino que se dá sobre qualquer matéria. 2 Conjunto de princípios em que se baseia um sistema religioso, político
ou filosófico. 3 Instrução. 4 Opinião em assuntos científicos. 5 Opinião de autores. 6 A doutrina cristã, exposta em catecismos. (MICHAELIS,
2012)

2 Jurisprudência: sf (lat jurisprudentia) 1 Ciência do Direito e da legislação. 2 Maneira especial de interpretar e aplicar as leis. 3 Doutrina
assentada pelas decisões das autoridades competentes, ao interpretarem os textos pouco claros da lei ou ao resolverem casos por esta não
previstos. J. euremática: a que se ocupa dos euremas. (MICHAELIS, 2012)

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A Constituição Federal (1988), em seu art.18, nos informa que a Lei emana das três
esferas da administração pública (Federal, Estadual e Municipal), e também determina que a
criação da lei é um processo FORMAL, devendo seguir todos seus trâmites para que produza
efeitos, e seja considerada tecnicamente uma fonte do Direito.

1.1.2 Formação da Lei

A forma de criação de uma lei no sentido amplo engloba vários tipos de normas, previstas
na Constituição Federal, e leva o nome de Processo Legislativo, conforme reza o art. 59. No
seu processo de criação, passa por diversas etapas previstas na própria Constituição Federal.
Esse processo abrange, de forma simplificada:

a. iniciativa,

b. discussão e votação,

c. aprovação,

d. sanção,

e. promulgação e

f. publicação e vigência.

Os vários tipos de normas previstas na Constituição Federal obedecem à

seguinte ordem de importância:

1. Constituição Federal

2. Emendas a Constituição

3. Leis Complementares

4. Leis Ordinárias

5. Leis Delegadas

6. Medidas Provisórias

7. Decretos Legislativos

8. Resoluções

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É importante sabermos a ordem hierárquica das leis, pois sempre que houver conflito
entre as normas (uma lei contradizendo outra), prevalecerá a de maior hierarquia.

1.1.3 Costumes

Na Ciência do Direito, os costumes são considerados fontes quando ocorrer uma prática
social que é reiterada várias vezes, e que a sociedade tem como obrigatória.

Segundo Martins, “na reiterada aplicação de certo costume pela sociedade é que se pode
originar a norma legal.” (2009, p. 16). Para Nader, por sua vez, os costumes são “(...) um
conjunto de normas de conduta social, criadas espontaneamente pelo povo, através do uso
reiterado, uniforme e que gera a certeza de obrigatoriedade, reconhecidas e impostas pelo
Estado”. (2003, p.150)

1.2 Fontes Indiretas

1.2.1 Doutrina
A palavra Doutrina é originária do Latim “doctrina”, sendo que Doutrinar significa ensinar,
instruir. Para Nader,

A doutrina, ou Direito Científico, compõe-se de estudos e teorias, desenvolvidas pelos

juristas, com o objetivo de sistematizar e interpretar as normas vigentes e de conceber
novos institutos jurídicos, reclamados pelo momento histórico. (2003, p.175)

Já no entender de Mezzomo, Doutrina “pode ser definida como a opinião comum dos
juristas sobre determinada questão jurídica”. (2011, p.123)

Por ser uma fonte indireta do Direito, muitos estudiosos da área entendem que a doutrina
não é uma fonte do Direito, porém é inegável sua contribuição no sistema jurídico pátrio,
conforme leciona Diniz: “...os magistrados usam da doutrina jurídica ao prolatar suas decisões,
para justificá-las ao dar solução razoável aos problemas que lhe são apresentados, sempre
baseados no critério de justiça...” (2003, p. 322).

Na área do Direito, uma doutrina jurídica é um conceito que sustenta os

juristas e que influencia o desenvolvimento da ordem jurídica. Mesmo quando
não origina o Direito de forma direta, é encontrada nos livros, monografias,
artigos, pareceres, arrazoados, etc., escritos pelos operadores do Direito, juízes,
promotores, procuradores, advogados, professores, entre outros.

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1.2.2 Jurisprudência

Palavra também de origem latina, “jurisprudentia” poderia ser definida como o conjunto
das soluções dadas pelos Tribunais às questões de Direito no mesmo sentido em processos
análogos. Para Martins “Jurisprudência é o conjunto de reiteradas decisões dos tribunais sobre
certa matéria.” (2009, p.18), e Diniz leciona “(...) como o conjunto de decisões uniformes e
constantes dos tribunais, resultantes da aplicação de normas a casos semelhantes, constituindo
uma norma geral aplicável a todas as hipóteses similares ou idênticas (...)” (2003, p.292).

Podemos ainda, conforme cátedra de Nader (2003), dividir a Jurisprudência em:

1.2.2.1 Sentido amplo: é a coletânea de decisões proferidas pelos juízes ou tribunais

sobre uma determinada matéria jurídica. Essa matéria pode ser:

• Uniforme: quando as decisões são convergentes, ou seja, a interpretação judicial

oferece idêntico sentido e alcance às normas jurídicas.

• Contraditória: ocorre em face da divergência entre os aplicadores do Direito quanto

à compreensão do Direito Positivo.

1.2.2.2 Sentido estrito: neste caso, a jurisprudência consiste apenas no conjunto de decisões
uniformes, prolatadas pelos órgãos do judiciário, sobre uma determinada questão jurídica.

Todas as outras fontes do Direito têm como função ajudar os operadores do

Direito a aplicá-lo nos casos concretos em que houver lacuna nas normas escritas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
O que foi abordado nesta aula? Acompanhe nos itens abaixo:

• Identificamos onde e como nasce o Direito, suas origens, seus principais formadores.

• Vimos que a principal fonte em nosso sistema jurídico é a Lei em sentido amplo.

• Pudemos compreender que as demais fontes do Direito têm a função de

complementar a compreensão e a aplicação da Lei em sentido amplo, onde
existirem lacunas nas normas.

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Para um melhor entendimento desta aula indicamos a leitura a seguir:

MEZZOMO, C. Introdução ao direito. Caxias do Sul: Educs, 2011.

REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasilia, DF, Senado, 1988.

DINIZ, M. H. Compêndio de Introdução a Ciência do Direito.15 ed. São Paulo: Saraiva, 2003.

MARTINS, S. P. Instituições de Direito Público e Privado. 9 ed. São Paulo: Atlas, 2009.

MEZZOMO, C. Introdução ao direito. Caxias do Sul: EDUCS, 2011.

MICHAELIS. Moderno Dicionário da Língua Portuguesa. Disponível em < http://michaelis.uol.

com.br>. Acesso em: out./ 2012.

NADER, P. Introdução ao Estudo do Direito. 23 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2003.

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