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EXERCÍCIO

TERAPÊUTICO
PARA A CULPA
PATOLÓGICA
FRINÉA BRANDÃO
NEUROFOCUS PSICOTERAPIAS
1. Objetivo

2. Sobre a culpa

3. O exercício

4. Explicações
1. OBJETIVO

• Reduzir os sintomas da culpa


patológica através do exercício
terapêutico proposto.
O que acontece com esse sentimento de culpa, que surge com
tamanha constância, quer o mal tenha sido praticado, quer tenha
permanecido em estado de intenção? Na verdade, ele tem uma
origem dupla. Para começar, é produto da angústia sentida pela
FREUD criança diante da autoridade paterna (origem externa): temendo
não mais ser amada, a criança é levada a renunciar a satisfazer as
pulsões, guiadas unicamente pela busca do prazer.
Freud, S. (1969). O ego e o id
REICH, W.

No auge de seu desenvolvimento, uma pulsão não pode ser completamente recalcada. Uma frustração
nesse momento tende muito mais a criar um conflito indissolúvel entre proibição e pulsão. Se a pulsão
inteiramente desenvolvida encontra uma frustração imprevista e repentina, estão dadas as condições
para o desenvolvimento de uma personalidade impulsiva'. Nesse caso, a criança não aceita
inteiramente a proibição. Não obstante, ela desenvolve sentimento de culpa, que por sua vez
intensificam as ações impulsivas até se tornarem impulsos compulsivos.
Reich, W. (1995). Análise do caráter pp. 165-185
KLEIN, M.

O sentimento de culpa resulta do conflito entre o empenho amoroso e o impulso


destrutivo. O supereu ao mesmo tempo em que possibilita uma aliança psíquica
com a cultura, a civilização, os pactos sociais, as leis e as regras, é também
responsável pela culpa, pelas frustrações e pelas exigências que o sujeito impõe a
si mesmo, muitas delas inalcançáveis.
KLEIN, M. Amor, culpa y reparación. obras completas de M. Klein. Barcelona: Ediciones
Paidos, v. I, p.311. 1989
CULPA PATOLÓGICA

KLEIN
Afirmei acima que o sentimento de culpa e a necessidade de fazer reparação estão intimamente ligados à emoção do amor. Se, no
entanto, o conflito arcaico entre amor e ódio não for trabalhado de forma satisfatória, ou se a culpa for forte demais, isso pode levar a um
afastamento da pessoa amada ou à sua rejeição. Em última análise, é o medo de que a pessoa amada — de início, a mãe —possa morrer
por causa dos danos que lhe são infligidos na fantasia, que torna intolerável dependência em relação a essa pessoa. É fácil observar a
satisfação que a criança pequena obtém de seus primeiros êxitos e de tudo aquilo que pode aumentar sua independência. Há vários
motivos óbvios para isso, mas um dos mais importantes e profundos, de acordo com a minha experiência, é o ímpeto da criança para
enfraquecer sua ligação com essa pessoa tão importante: a mãe. Ela originalmente cuidava de toda a sua vida, satisfazia todas as suas
necessidades, dava-lhe segurança e a protegia; passa a ser vista, então, como a fonte da vida e de toda a bondade; na fantasia
inconsciente, ela se torna uma parte inseparável da própria criança; sua morte implicaria, portanto, a morte do próprio sujeito. Quando
esses sentimentos e fantasias são fortes demais, a ligação com as pessoas amadas pode se tornar um fardo insuportável.
CULPA PATOLÓGICA: ONDE APARECE?

• CID 11
Transtorno de luto prolongado (6B42) é um distúrbio no qual, após a morte de um parceiro, pai, filho ou outra pessoa
próxima ao enlutado, há uma resposta de luto persistente e abrangente caracterizada por desejo pelo falecido ou
preocupação persistente com o falecido acompanhada de intensa dor emocional (por exemplo, tristeza, culpa, raiva,
negação, culpa, dificuldade em aceitar a morte, sentir que perdeu uma parte de si mesmo, incapacidade de experimentar
humor positivo, entorpecimento emocional, dificuldade em se envolver com atividades sociais ou outras).
Transtorno de ajustamento (6B43) é uma reação desadaptativa a um estressor psicossocial identificável ou múltiplos
estressores (por exemplo, divórcio, doença ou deficiência, problemas socioeconômicos, conflitos em casa ou no trabalho)
que geralmente surge um mês após o estressor. O transtorno é caracterizado pela preocupação com o estressor ou suas
consequências, incluindo preocupação excessiva, pensamentos recorrentes e angustiantes sobre o estressor ou
ruminação constante sobre suas implicações, bem como pela incapacidade de adaptação ao estressor que causa prejuízo
significativo na vida pessoal e familiar , social, educacional, ocupacional ou outras áreas importantes de funcionamento.
CULPA PATOLÓGICA: ONDE APARECE?

• CID 11
6B20 Os transtornos obsessivo-compulsivos e relacionados são um grupo de transtornos caracterizados por pensamentos
e comportamentos repetitivos que se acredita compartilharem semelhanças na etiologia e nos principais validadores de
diagnóstico. Fenômenos cognitivos como obsessões, pensamentos intrusivos e preocupações são centrais para um
subconjunto dessas condições (ou seja, transtorno obsessivo-compulsivo, transtorno dismórfico corporal, hipocondria e
transtorno de referência olfativa) e são acompanhados por comportamentos repetitivos relacionados. O Transtorno de
Acumulação não está associado a pensamentos indesejados intrusivos, mas sim é caracterizado por uma necessidade
compulsiva de acumular bens e angústia relacionada a descartá-los. Também incluídos no agrupamento estão os
transtornos comportamentais repetitivos focados no corpo, que são caracterizados principalmente por ações recorrentes
e habituais direcionadas ao tegumento (por exemplo, puxar o cabelo, arrancar a pele) e não têm um aspecto cognitivo
proeminente. Os sintomas resultam em sofrimento significativo ou prejuízo significativo na vida pessoal, familiar, social,
educacional, ocupacional ou em outras áreas importantes do funcionamento.
CULPA PATOLÓGICA: ONDE APARECE?

• CID 11
6A73 O transtorno depressivo e de ansiedade misto é caracterizado por sintomas de ansiedade e depressão por
mais dias do que não por um período de duas semanas ou mais. Os sintomas depressivos incluem humor
deprimido ou diminuição acentuada do interesse ou prazer nas atividades. Existem vários sintomas de ansiedade,
que podem incluir sentir-se nervoso, ansioso ou tenso, não ser capaz de controlar pensamentos preocupantes,
medo de que algo terrível aconteça, dificuldade em relaxar, tensão muscular ou sintomas autonômicos simpáticos.
Nenhum dos conjuntos de sintomas, considerados separadamente, é suficientemente grave, numeroso ou
persistente para justificar o diagnóstico de outro transtorno depressivo ou de ansiedade ou transtorno relacionado
ao medo. Os sintomas resultam em sofrimento significativo ou prejuízo significativo na vida pessoal, familiar,
social, educacional, ocupacional ou outras áreas importantes de funcionamento.
EXERCÍCIO DO
CACHORRO

• Lembrar dessa imagem facilita a


execução do exercício.
De pé diante de uma pia, expirar com a boca bem aberta e
a língua para fora durante 2 minutos ininterruptos sem
recolher a língua.

Dessa forma é estimulado o reflexo da tosse e/ou do


vômito.

O EXERCÍCIO Importante cuspir a secreção que vier até a boca.

Não há necessidade de vomitar, sendo importante o


reflexo do vômito, assim que ele acontecer o exercício
pode ser interrompido.

Em momentos de pensamentos reverberativos pode ser


repetido várias vezes com o mínimo de 1 minuto e o
máximo de 3 minutos.
RESULTADOS

• Seu resultado é quase imediato. Os pensamentos reverberativos e a angústia diminuem desde a


primeira vez que é usado.
HIPÓTESE

• O vômito e o ato de cuspir minimizam a passagem para o meio


interno de toxinas já ingeridas mas ainda não absorvidas.
• Os pensamentos reverberativos ligados a culpa produzem toxinas
que produzem mais toxinas se não houver uma interrupção do
mecanismo que produz esses pensamentos tóxicos.
• Uma forma de interrompê-los é cuspir ou ativar o reflexo do
vômito.
• Assim colocamos as vias neurais que fazem a mediação dos
diversos estímulos até o centro do vômito para inibir a produção
das toxinas geradas pela culpa patológica quando assumem o
formato dos pensamentos ou quando produzem angústia.
• Emocionalmente é o mecanismo oposto ao da culpa, um ato de
não aceitação da culpa patológica.
REFERÊNCIAS

FREUD, S. (1969). O ego e o id. In S. Freud, Edição Standard Brasileira das Obras
Psicológicas Completas de S. Freud (J. Salomão, trad., Vol. 19, pp. 13-80). Rio de
Janeiro: Imago. (Trabalho original publicado em 1923)
KLEIN, M. Amor, culpa y reparación. Obras Completas de M. Klein. Barcelona:
Ediciones Paidos, v. I, p.311. 1989

REICH, W. (1995). O caráter genital e o caráter neurótico. In W. Reich, Análise do


Caráter (M. L. Branco & M. M. Pecegueiro, trads., pp. 165-185). São Paulo:
Martins Fontes. (Trabalho original publicado em 1933)

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