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Trabalho Direito Internacional Privado PDF
Trabalho Direito Internacional Privado PDF
IV ANO
1. Introdução ..................................................................................................................................................1
4. Conclusão ...................................................................................................................................................4
1. Introdução
O trabalho vai debruçar-se um caso prático, que envolve uma possível violação de direito de
autor, afim de discutir em torno do assunto e tirar conclusões sobre possibilidade de violação pela
tradução em Moçambique em uma obra publicada em Paris.
2. Caso Prático
Em 1991 Luc Boltanski, um sociólogo francês, lançou um livro intitulado De la Justification pela
Editora Gallimard de Paris. O livro tornou- se uma grande referência da sociologia
contemporânea ao nível global. Com o objectivo de inserir esse livro aos acadêmicos
moçambicanos, em 2022, José Cossa, sociólogo moçambicano, traduziu e publicou o livro pela
editora Galera, da cidade de Maputo. O livro se tornou um sucesso de vendas em Maputo. Porém
a tradução e publicação foi feita sem autorização do autor. Luc Boltanski tomou conhecimento,
através do seu amigo Albino Eusébio, sociólogo moçambicano, da tradução e publicação do livro
em português, em Maputo, e decidiu processar o tradutor José Cossa e a Editora Galera pela
violação dos direitos do autor, à luz dos tribunais moçambicanos.
Em relação a discussão do caso prático acima e necessário de ante-mão perceber que, segundo
MIGUEL REALE (1995), afirma que o Direito é a lei e ordem, isto é, um conjunto de regras
obrigatórias que garante a convivência social graças ao estabelecimento de limites à ação de cada
um de seus membros. Portanto, Direito é um sistema de normas de conduta social assistido de
protecção coativa.
Por outro lado, NORBERTO BOBBIO, regula, geralmente, relações intersubjectivas em que os
respectivos sujeitos são cidadãos do mesmo Estado e o seu objecto (coisa ou prestação) pertence
ao território deste Estado (ou é nesse Estado que a prestação deve ser cumprida).
Neste caso pode se perceber que, o Direito de Autor, ou Direito Autoral, é o ramo do Direito que
regulamenta os direitos relativos às obras científicas, literárias e artísticas, os direitos conexos,
direitos dos produtores de fonogramas, organismos de radiodifusão e direitos dos artistas
intérpretes ou executantes.
Daí que, o autor será aquela pessoa ou aquelas pessoas indicadas ou identificadas nas obras como
criadoras intelectuais das mesmas, seja de forma explícita, através de seu nome completo, seja de
forma reservada, através de suas iniciais, ou ainda de forma presumida, através de atitudes ou
sinais evidentes de autoria, (Ascenção 1994).
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Logo, de acordo com o nr. 1 do Artigo 48 do CC, estabelece que, direitos de autor são regulados
pela lei do lugar da primeira publicação da obra e, não estando esta publicada, pela lei pessoal do
autor, sem prejuízo do disposto em legislação especial. Isto significa que, se o autor publicou, a
conexão determinante é a do país onde se fez a primeira publicação e, se não publicou, mas a
obra foi objecto de cópia, é aplicável a lei pessoal do autor da obra e aqui a conexão é pessoal.
Embora concordar que, a luz da alínea a) do nr. 5 do Artigo 8 da Lei n.º 9/2022 de 29 de Junho, é
garantido o direito de reivindicar, a qualquer tempo, a autoria da obra.
Neste caso, verificado o nr. 1 do Artigo 48 do CC, tendo em conta que Luc Boltanski, um
sociólogo francês, ter lançado o livro pela Editora Gallimard de Paris, isto significa que em
direito de autor, deveria recorrer junto ao tribunal do paris, como lugar da primeira publicação.
Se não estivesse publicada, estaria coberto pela lei pessoal do autor, que não é o caso.
Não obstante que, na situação em que José Cossa, sociólogo moçambicano, traduziu e publicou o
livro pela editora Galera, da cidade de Maputo, pode ser movido um processo em resultado de
violação de direito de autor, a responder no país da primeira publicação. Neste caso, Paris.
Pode-se compreender que, não é reservado a este direito ao Luc Boltanski, por ser de
nacionalidade estrangeira, que coincide com o lugar da primeira publicação, sendo de conexão
determinada, este devia intentar uma acção judiciária junto ao país da primeira publicação.
Em suma, tendo esta argumentação, conclui-se improcedente de qualquer acção judiciária pela
violação dos direitos do autor, à luz dos tribunais moçambicanos. Portanto, neste caso, estamos
perante a conexão o domicílio e a nacionalidade, sendo a ordem jurídica, deve ser do país da
primeira publicação.
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4. Conclusão
Chegou-se ao fim do trabalho e concluiu-se que, o autor tem o direito de reivindicar, a qualquer
tempo, a autoria da obra, bem assim, como exigir a divulgação de seu nome junto à sua obra,
poderá também proibir a utilização de seu nome junto à mesma. Aos autores é facultado o direito
de manter a sua obra inédita, isto é, podem levá-la ao conhecimento do público ou não, sem que
para isso tenham que se justificar ou se explicar. Desta forma, se alguém divulgar uma obra, sem
a devida autorização, poderá o criador exigir a aplicação das penalidades previstas na Lei de
Direitos Autorais.
Portanto, para intentar uma acção judiciária de violação de direitos do autor, deve-se ter em
consideração os aspectos de domicílio e nacionalidade do autor da obra, como também, verificar
se a violação consistiu em uma obra pulicada ou não, de modo a ajudar a aplicação da ordem
jurídica e a respectiva conexão.
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5. Referências Bibliográficas
REALE, Miguel. Lições Preliminares de Direito. 22ª ed. São Paulo. Saraiva, 1995.
ASCENÇÃO JO. Direito de Autor, hoje - publicações periódicas e obra coletiva. Revista da
Ordem dos Advogados, 1994.