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Processual Civil – Parte Geral

Professora Samantha

09 de agosto 2023

Aula Magna
14/08 – 19:30
Gatilhos para o sucesso do estudante de Direito
Palestrante: Dr. Antônio Alberto do Vale Cerqueira
Auditório Sobradinho
5 horas de atividade complementar
(verificar a possibilidade de ser remota para os demais locais)

Edital de Monitoria
Inscrição 07 a 25/08
30% desconto mensalidade
Horas complementares

Iniciação Científica

Biblioteca

NAPES
- Oficina da oratória

Plano de Ensino
Bibliografia:
Didier
Humberto Theodoro Jr
Provas
A1 27/09
. trabalho
. prova – questões objetivas e subjetivas
A2 22/11 – questões objetivas e subjetivas
Prova substitutiva – 29/11
Prova final – 06/10

2 atividades complementares – vale presença + pontuação (a ser atribuída na


A1)

Plano de Ensino
Conteúdo programático
1) Princípios do Direito Processual Civil
2) Normas de Direito Material x Direito Processual
3) Sujeitos do processo
4) Litisconsórcio (cai muito em prova OAB e Concursos)
5) Intervenção de Terceiros (cai muito em prova OAB e Concursos)
6) Formação do processo
7) Suspensão do processo
8) Extinção do processo
9) Atos processuais
10)Competências

Lide – Sujeito A x Sujeito B com interesse em um objeto único. Existe um


conflito de interesse.
Lide é o conflito de interesse qualificado por uma pretensão resistida.
Sempre que tenho uma lide posso dizer que existe um problema de conflito de
interesse.
Processo – é um instrumento, por meio do qual, o juiz resolve a lide aplicando
a lei em um caso sub judice. Instrumento.
Jurisdição – é o poder que o Estado-Juiz tem de resolver as lides. Poder de
solucionar.

Lide – conflito
Processo – instrumento
Jurisdição – Poder de solucionar – a jurisdição é exercida em partes, de
acordo com a competência que lhe foi designada.
Competência – é a medida da jurisdição.
Processo – surge de propositura de uma ação inicial. O processo nasce com
uma petição inicial (em meio físico seria a pasta contendo os altos)
A ação judicial é o primeiro ato processual.
Procedimento é a sequência de atos processuais ordenada, concatenada e
realizadas dentro da marcha processual.
Procedimento a sequência é a regra: comum / ordinário –
Procedimento Rito Comum:
Ação Indicial (1 ato) __ Juiz recebe a Inicial (2 ato) ___ Citação do Réu (3 ato)
___ Audiência de conciliação/Mediação (4 ato)___ Acordo (sentença) ou sem
acordo – Contestação do Réu (5 ato) ___Réplica do autor (6 ato) ___ provas
(testemunha, depoimento pessoal, inspeção judicial, exibição de
coisa/documento, confissão, prova emprestada) (7 ato) ____ audiência de
instrução e julgamento (partes e testemunhas) (8 ato) ____ Sentença (9 ato) –
o processo terminou no Juízo do 1° grau.
Procedimento especial: (criado especialmente para este fim) – rito sumaríssimo
(corre muito rápido)
Ação de divórcio consensual (1 ato) ____Juiz (2 ato) ____ Ministério Público (3
ato) ____ sentença (4 ato)

Petição inicial = ação inicial

Ação judicial – propor / promover / ajuizar

16 de agosto 2023
Princípios
É um direcionar para aquele que vai fazer uso do direito. Princípio é um
norteador
1) Princípio da legalidade – CF, Art 5° inciso II
Conduta escrita na norma, diz o que fazer ou deixar de fazer.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
II - Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
virtude de lei;

2) Princípio da Igualdade – CF, Art 5° inciso I


As pessoas estão no mesmo nivelamento. Atribuir o mesmo direito para todos.
Nem sempre responde as nuanças da sociedade, por isso é necessário o
tratamento das diferenças para garantir a posição de igualdade entre todos
(Isonomia).
Também conhecido como Princípio da Isonomia

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos


desta Constituição;

3) Princípio da Isonomia – CF, Art 5° inciso LIV


Reconhecer que embora o direito tenha que ser os mesmo para todos, devo
considerar as diferenças e dar o tratamento diferenciado.
Exemplos: Estatuto de pessoas com deficiência / Código de Defesa do
Consumidor / Estatuto do Idoso
- Formal – seguir o processo
- Substancial – razoabilidade

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:

LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido


processo legal;

4) Princípio do Contraditório e ampla defesa – CF, Art 5° inciso LV e CPC,


arts 9° e 10°

CF
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos


acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa,
com os meios e recursos a ela inerentes;

CPC

Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja
previamente ouvida.

Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:

I - à tutela provisória de urgência;

II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e


III ;

III - à decisão prevista no art. 701 .

Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base
em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade
de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de
ofício.

Contraditório – dizer contra o que foi falado nos autos processuais. Estabelecer
a possibilidade de que a parte dentro dos autos processuais possa rebater tudo
aquilo que está sendo falado contra ele.

Ampla defesa – usar todos os mecanismos possíveis para se defender.


- Formal – participação processual – participar de todas as partes do processo
- Material – influência na decisão – poder me defender ao ponto de estruturar
uma defesa que possa influenciar a decisão do juiz. Trazer aos autos peças
que possam influenciar na decisão do juiz.
Ex: Maria morreu – Inventário (Herdeiros) – irmão de Maria diz que a casa não
é de Maria, portanto a casa não pode ser inventariada.

5) Princípio da Motivação – CPC art 11


Todos os atos públicos devem ser motivados (explicados de forma clara o
motivo das decisões)
Motivar é trazer as razões de decidir. O agente público (juiz) deve motivar sua
decisão. Decisão – Motivação – Razão de como firmou sua convicção --- se
não tenho essa motivação o advogado não consegue entender o que não está
sendo cumprido.

CPC Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão
públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.

Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a


presença somente das partes, de seus advogados, de defensores públicos ou
do Ministério Público.

6) Princípio da publicidade – CPC art 11 e 189


Os atos devem ser públicos para trazer lisura, autenticidade e probidade.
Todos os atos são públicos, mas existem as exceções: ex. casos processuais
de família.

CPC Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão
públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.

Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a


presença somente das partes, de seus advogados, de defensores públicos ou
do Ministério Público.

CPC Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em


segredo de justiça os processos:

I - em que o exija o interesse público ou social;

II - que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio,


separação, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e
adolescentes;

III - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à


intimidade;

IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta


arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja
comprovada perante o juízo.

§ 1º O direito de consultar os autos de processo que tramite em segredo


de justiça e de pedir certidões de seus atos é restrito às partes e aos seus
procuradores.
§ 2º O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer ao juiz
certidão do dispositivo da sentença, bem como de inventário e de partilha
resultantes de divórcio ou separação.

7) Princípio da imparcialidade – CF, art 95, &único


O juiz e auxiliares da justiça (perito, oficial de justiça Chefe de Gabinete), têm
que ser neutros, postura de afastamento aos envolvidos.

Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:

I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos


de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do
tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial
transitada em julgado;

II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art.


93, VIII;

III - irredutibilidade de vencimentos, observado, quanto à remuneração, o


que dispõem os arts. 37, XI, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.

III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI,


39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I

Parágrafo único. Aos juízes é vedado:

I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo


uma de magistério;

II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em


processo;

III - dedicar-se à atividade político-partidária.

IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de


pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções
previstas em lei;

V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de


decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou
exoneração.

8) Princípio do duplo grau de jurisdição


É um princípio constitucional implícito, ele está subentendido na norma.
Duplo Grau de Jurisdição - É poder dizer para a parte que caso tenha um
resultado negativo ela tem todo direito de reclamar para uma estância superior.

9) Princípio da duração razoável do processo – CPC, art 4°


O processo não deve demorar. Que o processo dure o tempo que seja razoável
para sua realização.
CPC Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução
integral do mérito, incluída a atividade satisfativa.

10)Princípio da Inafastabilidade da jurisdição


Violação ou ameaça de violação a direito a pessoa tem que ser respeitada em
seu acesso à tutela jurisdicional. Arbitragem é o mecanismo que não viola o
princípio da inafastabilidade da jurisdição.

11)Princípio do Juiz natural


Só pode exercer quem está investido no cargo / na jurisdição. Não é permitido
criar tribunal de exceção.

12)Princípio da ação / disponibilidade


Dispor – renunciar ao direito. O direito de acionar alguém judicialmente é uma
faculdade.
Princípio da ação - Trata-se de uma faculdade daquele que sofreu a violação
de um direito material, ou seja, ele só exerce se o quiser.

13)Princípio da inércia
O juiz preciso ser provocado pelas partes. O juiz não dá início ao processo,
precisa ser provocado pelas partes.
Para que o processo venha a nascer exige provocação das partes por meio do
agendamento da ação.

14)Princípio do impulso oficial


Uma vez iniciado o processo, o juiz passa a conduzi-lo de ofício. O juiz conduz
os atos de forma espontânea.
Existindo processo, o juiz age de ofício, ou seja, independe de provocação.
15)Princípio da lealdade – CPC art 77 e 80
Os atos praticados em juízo devem ter probidade, honestidade e retidão.

CPC Art. 77. Além de outros previstos neste Código, são deveres das
partes, de seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer forma
participem do processo:

I - expor os fatos em juízo conforme a verdade;

II - não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de


que são destituídas de fundamento;

III - não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à


declaração ou à defesa do direito;

IV - cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza


provisória ou final, e não criar embaraços à sua efetivação;

V - declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o


endereço residencial ou profissional onde receberão intimações, atualizando
essa informação sempre que ocorrer qualquer modificação temporária ou
definitiva;

VI - não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito


litigioso.

VII - informar e manter atualizados seus dados cadastrais perante os


órgãos do Poder Judiciário e, no caso do § 6º do art. 246 deste Código, da
Administração Tributária, para recebimento de citações e
intimações. (Incluído pela Lei nº 14.195, de 2021)

§ 1º Nas hipóteses dos incisos IV e VI, o juiz advertirá qualquer das


pessoas mencionadas no caput de que sua conduta poderá ser punida como
ato atentatório à dignidade da justiça.

§ 2º A violação ao disposto nos incisos IV e VI constitui ato atentatório à


dignidade da justiça, devendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis
e processuais cabíveis, aplicar ao responsável multa de até vinte por cento do
valor da causa, de acordo com a gravidade da conduta.

§ 3 o Não sendo paga no prazo a ser fixado pelo juiz, a multa prevista no §
2º será inscrita como dívida ativa da União ou do Estado após o trânsito em
julgado da decisão que a fixou, e sua execução observará o procedimento da
execução fiscal, revertendo-se aos fundos previstos no art. 97 .

§ 4º A multa estabelecida no § 2º poderá ser fixada independentemente


da incidência das previstas nos arts. 523, § 1º , e 536, § 1º .
§ 5º Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa prevista
no § 2º poderá ser fixada em até 10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo.

§ 6º Aos advogados públicos ou privados e aos membros da Defensoria


Pública e do Ministério Público não se aplica o disposto nos §§ 2º a 5º,
devendo eventual responsabilidade disciplinar ser apurada pelo respectivo
órgão de classe ou corregedoria, ao qual o juiz oficiará.

§ 7º Reconhecida violação ao disposto no inciso VI, o juiz determinará o


restabelecimento do estado anterior, podendo, ainda, proibir a parte de falar
nos autos até a purgação do atentado, sem prejuízo da aplicação do § 2º.

§ 8º O representante judicial da parte não pode ser compelido a cumprir


decisão em seu lugar.

CPC Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que:

I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato


incontroverso;

II - alterar a verdade dos fatos;

III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;

IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo;

V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do


processo;

VI - provocar incidente manifestamente infundado;

VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.

16)Princípio da Adstrição – CPC, art 492


Também conhecido como Princípio da Congruência.
O juiz só resolve a lide se ele apreciar o conflito de interesse.
Adstrito – o juiz está preso aos pedidos formulados pelo autor, ele não pode
julgar coisas que forem adversos ao pedido da lide.
Extra petita – julgar fora
Ultra petita – julgar além

CPC Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da


pedida, bem como condenar a parte em quantidade superior ou em objeto
diverso do que lhe foi demandado.
Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda que resolva relação
jurídica condicional.

17)Princípio da Primazia – CPC, art 488

CPC Art. 488. Desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a
decisão for favorável à parte a quem aproveitaria eventual pronunciamento nos
termos do art. 485

Sentença terminativa 485 Sentença definitiva art 487


Não há análise de mérito, sem O juiz julga procedente ou
apreciar os pedidos do autor. improcedente. Define a lide – resolve
Indeferir o processo. o problema com análise de mérito
(pedidos do autor)

Desde que possível o juiz sempre analisará o mérito (art 488 CPC)

18)Princípio da economia processual


Ex.: Lei 9099/95 - Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá
outras providências.

19)Princípio da oralidade
Posso fazer o ajuizamento de uma ação de forma oral.
Ex: lei 9099/95 - Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá
outras providências.

20)Princípio da Cooperação
As partes devem cooperar buscando maior proveito na dinâmica processual.

21)Princípio do devido processo legal


- Formal – seguir o processo com os atos processuais com retidão
- substancial – razoabilidade – as decisões devem ser justas.
23 de agosto 2023

1) Direito Material – Direito Substancial


É o direito de indenização. É o direito pretendido pela parte em juízo
(bem da vida buscado)

2) Direito Processual
É a ferramenta necessária para alcançar o Direito Material. São as
regras de como os atos devem ser realizados no processo. O Direito
Processual serve o Direito Material.
3) Competência (42/CPC)
Competência é a medida da jurisdição. É o limite da atuação do
magistrado no exercício da sua função.

4) Espécies de competência
a. Concorrente (artigos 21 e 22/CPC)
Ex.: tanto o Brasil quanto o país estrangeiro podem processar e
julgar demandas.

Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as


ações em que:

I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no


Brasil;

II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;

III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil.

Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se


domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial
ou sucursal.

Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e


julgar as ações:

I - de alimentos, quando:

a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil;

b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de


bens, recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos;
II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver
domicílio ou residência no Brasil;

III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à


jurisdição nacional. (Fórum de Eleição. Foro = Fórum.).

b. Exclusiva (Artigo 23/CPC)


São competências exclusivas da jurisdição brasileira. O Brasil
julga de forma exclusiva estas causas.

Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de


qualquer outra:

I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;

II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de


testamento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil,
ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha
domicílio fora do território nacional;

III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável,


proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de
nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional.

5) Litispendência internacional (24/CPC)


Posso ter duas ações idênticas no Brasil e em outro país. Ter uma
causa processada e julgada em um país estrangeiro. E esta mesma
causa ser idêntica no território brasileiro (julgada e processada).
A sentença estrangeira para ser cumprida no Brasil (o devedor se
encontra no território nacional) precisa ser homologada pelo STJ. A
homologação é o ato de nacionalizar a sentença estrangeira.
OBS: o STJ só homologará a sentença estrangeira se observar os
requisitos legais e não pode ter tido julgamento desta mesma causa no
Brasil, com trânsito em julgado no Brasil.
Litispendência - A litispendência ocorre quando duas ações idênticas se
encontram em curso ao mesmo tempo. Nesse caso, uma delas será anulada
para evitar decisões diferentes para um mesmo caso.

Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz


litispendência e não obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça da
mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições em
contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil.
Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não
impede a homologação de sentença judicial estrangeira quando exigida para
produzir efeitos no Brasil.

6) Exclusão da competência brasileira (25, parágrafos 1 e 2; 63 Parágrafos


1 ao 4)

Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento


e o julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro
exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na
contestação.

§ 1º Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de competência


internacional exclusiva previstas neste Capítulo. (neste ponto se aplica a
competência exclusiva CPC art 23)

§ 2º Aplica-se à hipótese do caput o art. 63, §§ 1º a 4º

Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do


território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e
obrigações.

§ 1º A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento


escrito e aludir expressamente a determinado negócio jurídico.

§ 2º O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes.

§ 3º Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser


reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao
juízo do foro de domicílio do réu.

§ 4º Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição


de foro na contestação, sob pena de preclusão.

7) Princípio da “Perpetuatio Jurisdiciones” – Kompetinz-Kompetenz


(43/CPC)
Princípio da perpetuação da jurisdição – Uma vez que ajuizei a ação e ela
foi distribuída, o juiz da vara é competente para julgar a causa. Quem
recebeu primeiro a causa é o juiz competente.
Obs: Uma vez ajuizada uma ação e distribuída a um órgão jurisdicionado
competente, esta demanda deve por ele ser julgada diante a perpetuação
da sua competência para julgar aquela demanda. (artigo 43 do CPC)
Ex: ação de Divórcio – 1° Vara de Família / BSB – a distribuição é feita de
forma aleatória entre os juízes competentes para aquela ação. A partir do
momento que a causa é distribuída somente o juiz que recebeu a ação passa a
ser competente, os demais perdem a competência. O juiz competente é o
primeiro que recebeu a ação, ele se torna competente pela prevenção (artigo
59 do CPC) – Competência pela Prevenção – a vara escolhia será exclusiva
para aquela ação.

Exceções:
1. Quando um órgão do poder for excluído. As ações pertencentes ao órgão
suprimido serão redistribuídas.
Supressão de órgão judiciário
2. Poder Judiciário.
Alteração de competência absoluta.

30 de agosto 2023

4) Competência:
Absoluta Relativa
Regras são normas imperativas Normas dispositivas – normas que eu
(poderá ser ajuizada uma ação posso abrir mão ou não.
rescisória)
Se dá em razão do território e do
a) Em razão da matéria valor da causa.
Vara Civil – D Civil
Vara Criminal – D Penal
J do Trab – D do trabalho
b) Em razão da pessoa (ex:
artigo 45 do CPC e artigo 109
da CF, incisos e I e II). Ex:
entes, União
c) Funcional pela função
exercida pelo magistrado

Imodificável A competência pode ser modificada.


1 hipótese – por vontade das partes.
Ex cláusula de foro de eleição, muda
de VC/Guará para VC/BA muda-se o
local.
2 hipótese – conexão (art 55 CPC)
Ex: várias ações sobre o mesmo
objeto em várias varas. Causa de
Pedido – fatos alegados e direito
buscada. As ações têm a mesma
causa de pedido e o mesmo objeto.
As ações são conexas.
Conexão – possibilidade de reunir
ações que estejam tramitando dentro
do fórum, com o mesmo pedido e
objeto. Os sujeitos das ações são
diferentes.
3 hipótese – continência (art 56
CPC). Os sujeitos são os mesmos.
1AJ x 2 AJ – na ação 2 o pedido era
mais amplo, tem algo a mais que na
ação 1.
OBS: Na Continência se a ação mais
abrangente tiver sido distribuída
primeiramente, a segunda ação será
extinta. Se a ação menos abrangente
tiver sido distribuída primeiramente, a
segunda ação será reunida a ela.

Juiz “de ofício” (de ofício sem ser Juiz não pode conhecer de ofício,
demandado por ninguém) pode precisa ser provocado pelas partes
reconhecer sua incompetência / ou (réu) por meio da Contestação.
por provocação da parte (Ré) por
meio da peça Contestação
Pode ser alegada em qualquer tempo Não pode ser alegada após a
e grau de jurisdição. Contestação. Se não houver a
contestação o juiz se torna
competente.

Tipos de competência relativa:


a) Territorial
1 grau – Justiça Federal, Justiça Comum Estadual, J Trabalho, J Eleitoral e J
Militar.
Divisão da Justiça Comum nos Estados e DF:
Justiça Estadual – Estados/DF – cada Fórum é chamado de Circunscrição
Judiciária
Nos Estados cada Fórum é chamado de Comarca
Divisão da Justiça Federal nos Estados e DF
1° Grau - Só existe o Fórum nas capitais e atende o Estado.
Está subdivida em Seção Judiciária.
2° Grau – Tribunais
JCE – Justiça Comum Estadual – Tribunais de Justiça do estado –
competência abrange Estado e DF
JF – Justiça Federal – Tribunal Regional Federal – Tribunal Regional Federal
3° Grau – Tribunais Superiores – STJ, STF
Abrange todo o território nacional.
Critérios para definição da competência Territorial:
. Para ações que versarem sobre bens reais o Fórum deve ser o endereço de
domicílio do réu.
b) Em razão do valor da causa – causa que dizer demanda/ação
JEF – Juizado Especial Federal (10.259/01) – o valor da causa não
ultrapassa o valor de 60 Salários-mínimos
JEC – Juizado Especial Civil (9.099/95) – o valor da causa não
ultrapassa o valor de 40 salários-mínimos.
JEFP – Juizado Especial de Fazenda Pública (12153/09) - o valor da
causa não ultrapassa o valor de 60 Salários-mínimos

05 de setembro 2023
Ajuizar ação:
01) Verificar se a competência é do Brasil
02) Qual é a temática (competência absoluta em razão da matéria) preciso
saber qual órgão que irá receber a ação. Ex: tema Direito
Previdenciário (INSS) – o órgão competente para tratar esta matéria é a
Justiça Federal. Ex2: Direito Civil
03) Territorial – é o CPP que define onde a ação vai correr. As regras estão
definidas nos artigos 46 do CPC (direito pessoal ou sobre bens
móveis)
Capitais – seção judiciária
Justiça Comum Estadual:
- Comarca (Estados)
- Circunscrição judiciária (DF)

Artigo 47 do CPC – Direito real sobre imóveis – grifar: Direito real sobre imóveis
e de situação da coisa
Grifar no parágrafo 1° - se o litígio não recair sobre o direito de propriedade,
vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra.
(para estas hipóteses o fórum é único da situação da coisa – caput do artigo) a
competência territorial de regra é relativa, neste caso ela é ABSOLUTA.

Artigo 46 do CPC
Artigo 48 do CPC – foro de domicílio do autor da herança.
Artigo 53 do CPC – É competente o foro:
Inciso I – para a ação de divórcio, separação, anulação do casamento e
reconhecimento ou dissolução de união estável:
Inciso II – de domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que se
pedem alimentos
Inciso III – do lugar:
Inciso IV – do lugar do ato ou fato para a ação:
Inciso V – de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação
de dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive
aeronaves.

13 de setembro 2023
Processo – precisa existir
Para o processo poder existir ele tem elementos
Pressupostos processuais – elementos mínimos que o processo precisa conter:
-São requisitos necessários ao desenvolvimento válido e regular do feito.
- Pressupostos processuais:
a) De existência – subjetivos e objetivos.
Subjetivo vem da palavra sujeito – está preocupado com a pessoa do
processo
Objetivo – é o objeto do processo
b) De validade – subjetivos e objetivos.

a) Pressupostos processuais de Existência:


subjetivos:
1. juiz  investidura;
2. parte  capacidade de ser parte (personalidade jurídica); poder ser
autor ou réu no processo – capacidade de direito dentro de um processo
é a capacidade de ser parte
3. Citação: existência em relação ao réu.
objetivos:
existência de demanda  demanda (ação judicial que tenha sido proposta)

b) PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS DE VALIDADE:


subjetivos:
- Juiz: imparcialidade e competência (está relacionada ao juízo);
- Partes: capacidade processual e capacidade postulatória.
- Capacidade processual
objetivos:
-intrínsecos: respeito ao formalismo processual;
- extrínsecos (ou negativos): perempção, litispendência, coisa julgada,
convenção de arbitragem e etc.

 CAPACIDADE DE SER PARTE/CAPACIDADE DE DIREITO - sujeitos


que podem titularizar direitos e obrigações. Logo, para se ter capacidade
jurídica deve-se primeiro verificar se este possui personalidade jurídica.
(Menor de 17 anos tem a capacidade de ser parte porque tem
capacidade jurídica)
 CAPACIDADE PROCESSUAL (PARA ESTAR EM JUÍZO) - é a aptidão
da parte para praticar atos processuais independente de assistência ou
representação. O sinônimo da capacidade processual é a capacidade de
estar em juízo, e ela diz respeito à prática e a recepção eficaz de atos
processuais. (o menor de 17 anos não tem capacidade processual, ele
precisa de um representante legal para estar em juízo)
Ex: um bebê tem a capacidade de ser parte (autor), mas não tem capacidade
processual (suprida por representação). Também não tem a capacidade
postulatória.
 CAPACIDADE POSTULATÓRIA (ART.103 E SEGUINTES CPC): é a
capacidade especial para o exercício da parte em atos judiciais, visto
que alguns atos processuais, além da capacidade processual exige-se
uma capacidade técnica, que na prática é exercida pelo advogado.
Advogado dativo – representação da parte num ato processual.

Capacidade para estar em juízo - Representante judicial dos Incapazes


 Aqueles que não podem agir sozinhos em feitos judiciais têm de ser
representados ou assistidos por seus representantes legais, pais,
tutores, curadores.
 Contudo, pode ocorrer que esses incapazes não tenham quem os
represente ou assista-os, ou ainda, que os seus interesses colidam com
os daqueles. Nessas situações, a representação ou assistência judicial
se fará por meio de um curador especial, também chamado de curador à
lide.
 CURADOR ESPECIAL é o representante especial que o juiz nomeará,
em determinados casos de incapacidade ou revelia, à parte para atuar
em seu nome no decorrer do processo.
Art. 72. O juiz nomeará curador especial ao:
I - incapaz, se não tiver representante legal ou se os interesses deste colidirem
com os daquele, enquanto durar a incapacidade;
II - réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital ou com hora certa,
enquanto não for constituído advogado.
Parágrafo único. A curatela especial será exercida pela Defensoria Pública, nos
termos da lei.
Revelia – quando a pessoa que está sendo demandada tem que contestar, se
ele não contesta decide a revelia, onde o juiz presume que todos os fatos que o
autor apresentou são verdade.

Integração da capacidade processual das pessoas casadas (outorga


uxória)
As pessoas casadas sofrem uma restrição na sua capacidade processual
quando vão a juízo que envolvam ações imobiliárias. Nessas situações exige-
se para completa integração da capacidade processual o consentimento do
outro cônjuge.
A essa exigência denomina-se outorga uxória ou outorga marital:
“exprime a qualidade de todo ato que provém, ou que se refere a mulher
casada”. (Dicionário Jurídico. Plácido e Silva, 27ª ed.) e, ainda, “more uxório”
significa “costumes de casado”.
Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação
que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de
separação absoluta de bens.
§ 1º Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação:
I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime
de separação absoluta de bens;
II - resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato
praticado por eles;
III - fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família;
IV - que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de
ônus sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges.
§ 2º Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu
somente é indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos
praticado.
§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprovada nos autos.
Art. 74. O consentimento previsto no art. 73 pode ser suprido judicialmente
quando for negado por um dos cônjuges sem justo motivo, ou quando lhe seja
impossível concedê-lo.
Parágrafo único. A falta de consentimento, quando necessário e não suprido
pelo juiz, invalida o processo.

Falta de Capacidade para estar em juízo


A capacidade para estar em juízo é um dos pressupostos processuais de
validade. Nessa situação, a ausência da capacidade processual gerará
consequências distintas a depender da parte, na forma do art.76 do CPC, a
saber:
 ausência de capacidade para autor  extinção do processo, se for único
autor; se for em litisconsórcio, excluir-se-á o incapaz. Se não
regularizada a tempo = juiz fixa prazo.
 ausência de capacidade para réu  prosseguimento do processo à sua
revelia;
 ausência de capacidade para o terceiro  exclusão do processo
nulidade do processo não for sanada a tempo.

Falta de Capacidade para estar em juízo


Se na fase recursal, ocorrer, teremos:
 Não conhecimento do recurso pelo relator do tribunal recorrente.
 Desentranhamento das contrarrazões recorrido;
 (cpc/76, § 2º, incisos I e II).
DISTRIBUIÇÃO

o Fundamentação legal: 284 ao 290/CP

o Registro de todos os processos.

o Distribuição onde houver mais de um juiz.

o Distribuição: alternada, aleatória, igualitária, publicada no Diário de


Justiça e pode ser eletrônica.

Podem participar da distribuição dos processos para de modo a fiscalizar:


 as partes,
 o Ministério Público,
 a Defensoria Pública,
 os Advogados das partes.

 Juiz (de ofício ou a requerimento do interessado); corrigir o erro ou


compensar a falta de distribuição.
 Cancelamento da distribuição: ausência de pagamento das custas e
despesas de ingresso em 15 (quinze) dias.

Petição inicial:
Acompanhada de procuração (endereços do advogado, eletrônico e não
eletrônico).
Dispensa-se a juntada da procuração:
I - no caso previsto no art. 104 (evitar preclusão, decadência ou prescrição, ou
para praticar ato considerado urgente);
II - se a parte estiver representada pela Defensoria Pública;
III - se a representação decorrer diretamente de norma prevista na Constituição
Federal ou em lei. Ex.: HC.

Distribuição por dependência


Art 286 CPC
I - quando se relacionarem, por conexão ou continência, com outra já ajuizada;
II - quando, tendo sido extinto o processo sem resolução de mérito, for
reiterado o pedido, ainda que em litisconsórcio com outros autores ou que
sejam parcialmente alterados os réus da demanda;
III - quando houver ajuizamento de ações nos termos do art. 55, § 3º , ao juízo
prevento.
Parágrafo único. Havendo intervenção de terceiro, reconvenção ou outra
hipótese de ampliação objetiva do processo, o juiz, de ofício, mandará proceder
à respectiva anotação pelo distribuidor.

Resumo simples para diferenciar conexão, continência, litispendência e coisa julgada.


Ver arts. 55, 56, 57, 337, do CPC/15.

Obs.: em todos os casos há 2 ou mais ações envolvidas!

 Conexão: Pedido ou Causa de Pedir = ;


 Continência: Partes e Causa de Pedir = / 1 Pedido abrange o outro;
 Litispendência: Partes, Pedido e Causa de Pedir = / SEM trânsito em julgado;
 Coisa Julgada: Partes, Pedido e Causa de Pedir = / COM trânsito em julgado.

SUSPENSÃO DO PROCESSO

PROCESSO: AÇÃO JUDICIAL (PROPOR/AJUIZAR/PROMOVER).

SUJEITO + LESÃO : DIREITO AÇÃO


JURISDIÇÃO: É O PODER QUE O ESTADO JUIZ POSSUI DE DIZER O
DIREITO; APLICANDO A NORMA NUM CASO SUB JUDICE DE MODO A
SOLUCIONAR A LIDE.
LIDE: CONFLITO DE INTERESSE QUALIFICADO POR UMA PRETENSÃO
RESISTIDA.
COMPETÊNCIA: É A MEDIDA DA JURISDIÇÃO.
PROCESSO: É O INSTRUMENTO POR MEIO DO QUAL O JUIZ
SOLUCIONA A LIDE.
PROCESSO: AÇÃO JUDICIAL (PROPOR/AJUIZAR/PROMOVER).
20 de setembro 2023

JURISDIÇÃO: É O PODER QUE O ESTADO JUIZ POSSUI DE DIZER O


DIREITO; APLICANDO A NORMA NUM CASO SUB JUDICE DE MODO A
SOLUCIONAR A LIDE.
LIDE: CONFLITO DE INTERESSE QUALIFICADO POR UMA PRETENSÃO
RESISTIDA.
COMPETÊNCIA: É A MEDIDA DA JURISDIÇÃO.
PROCESSO: É O INSTRUMENTO POR MEIO DO QUAL O JUIZ
SOLUCIONA A LIDE.
PROCESSO: AÇÃO JUDICIAL (PROPOR/AJUIZAR/PROMOVER).
O processo se inicia por meio da propositura da ação judicial.
Protocolada a petição inicial, considera-se proposta a ação – 312.

Relação linear: autor- juiz. (estão em um reta, vinculados, relação linear)


Com a propositura da demanda o autor se vincula à relação jurídica
processual, sujeitando-se aos efeitos da sentença e o juiz fica obrigado a emitir
pronunciamento jurisdicional.
Autor e juiz estão vinculados em uma relação linear, vinculados.

Relação jurídica angular – juiz, autor e réu


Feita a citação, é estabelecido o vínculo jurídico entre autor, réu e juiz, e a
relação passa a ser angular – é a angularização da relação jurídica processual.
(Teoria de HELLING – a mais aceita).
Juiz
Autor Réu

Uma vez que o réu foi citado (citação é para o réu ser chamado para
integrar a lide), uma vez que tiver a citação válida, teremos algumas
consequências:
Os efeitos do artigo 240 do CPC são:
 induzir litispendência
 tornar a coisa litigiosa e
 constituir o devedor em mora. (é calculada a partir da citação do réu)

Suspensão do Processo

Após o nascimento do processo, podem ocorrer situações que levam à sua


momentânea paralisação.
 É a paralisação momentânea da marcha processual, mas a relação
jurídica processual continua a produzir efeitos jurídicos.
 Enquanto estiver suspenso: é vedada a prática de qualquer ato.
 Exceção: prática de atos considerados urgentes. Ex.: evitar um dano
irreparável (art. 314 do CPC). Mesmo o processo suspenso será
possível a prática do ato. Ex: ouvir uma testemunha que está prestes a
morrer.

Decretação de Nulidade - Ao ato praticado durante a suspensão do processo

REGRA
Suspensão do processo conduz: suspensão do prazo processual.
Se o processo está suspenso o prazo para que a parte pratique o ato também está
suspenso.
ATENÇÃO: nem todo caso de suspensão do prazo se trata de suspensão do
processo.
Por exemplo, tem-se o artigo 220 do CPC que aborda a hipótese de suspensão do
prazo, mas não da atividade jurisdicional específico.
CPC/Art. 220. Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendidos
entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive.
1º Ressalvadas as férias individuais e os feriados instituídos por lei, os juízes, os
membros do Ministério Público, da Defensoria Pública e da Advocacia Pública e os
auxiliares da Justiça exercerão suas atribuições durante o período previsto no caput .
§ 2º Durante a suspensão do prazo, não se realizarão audiências nem sessões de
julgamento.
Regra: Processo suspenso – prazo suspenso, o inverso não é uma regra ( prazo
suspenso – processo suspenso)
Exceção: evitar perecimento do direito
Nem sempre a suspensão do prazo significa a suspensão do processo. (art 220) – O
prazo está suspenso de 20 dezembro a 20 janeiro
São hipóteses de suspensão (Art 313)

I - pela morte ou pela perda da capacidade processual de qualquer das


partes, de seu representante legal ou de seu procurador;
I - pela convenção das partes;
III - pela arguição de impedimento ou de suspeição;
IV- pela admissão de incidente de resolução de demandas repetitivas;
V - quando a sentença de mérito:
a) depender do julgamento de outra causa ou da declaração de existência ou
de inexistência de relação jurídica que constitua o objeto principal de outro
processo pendente;
b) tiver de ser proferida somente após a verificação de determinado fato ou a
produção de certa prova, requisitada a outro juízo;
VI - por motivo de força maior;
VII - quando se discutir em juízo questão decorrente de acidentes e fatos
da navegação de competência do Tribunal Marítimo;
VIII - nos demais casos que este Código regula.
IX - pelo parto ou pela concessão de adoção, quando a advogada
responsável pelo processo constituir a única patrona da causa;
X - quando o advogado responsável pelo processo constituir o único
patrono da causa e tornar-se pai.

I - pela morte ou pela perda da capacidade processual de qualquer das


partes, de seu representante legal ou de seu procurador;
 Morte da parte autora – haverá a extinção do processo, se o direito for
intransmissível – art. 485, IX, do CPC. Ex.: ação de alimentos.
 Morte da parte ré –direito transmissível. Haverá a habilitação nos autos
principais dos sucessores - §1º, 313 e 689.
Os sucessores têm que ser habilitados, dependendo do direito em questão.
• Morte da parte autora – direito disponível e se não for ajuizada a ação
de habilitação:
• o juiz suspende o feito e determina a intimação de seu espólio; de que
for sucessor ou dos herdeiros para que manifestem interesse e
promovam a habilitação no prazo por ele designado, sob pena de
extinção do feito sem resolução de mérito (art. 313, §2º, II, do CPC).
• Se não o fizer o autor: extingue-se o feito sem mérito.
• Morte da parte ré – não for ajuizada a ação de habilitação:
• o juiz suspende o feito e intima o autor para citar o espólio, de quem for
o sucessor ou dos herdeiros, fixando um prazo de 2 a 6 meses. (art.
313, §2º, I, do CPC).
• Se a inércia for do réu: enseja revelia e o processo prossegue seu curso
– 313, §3º. Revelia – o Juiz aceita como verdade tudo o que for dito
pelo autor da ação
• Morte do procurador de uma das partes - o processo é suspenso, ainda
que iniciada a audiência de instrução e julgamento, concedendo o prazo
de 15 dias para constituir novo advogado:
• Suspende-se o processo desde o falecimento da parte, a decisão que
suspende o processo tem efeito ex tunc, ou seja, retroativo à data do
óbito. Efeito retroativo (ex tunc)
• Todavia, não se decreta a nulidade, caso não haja prejuízo. (se foi feito
o ato, sem poder, mas o ato não causou prejuízo para nenhuma das
partes, o juiz não decreta nulidade)

III - Pela arguição de suspeição ou de impedimento


• Se o juiz não reconhecer a arguição, deve autuá-la em autos apartados
e o relator decide a respeito da suspensão ou do impedimento.
• Se houver a arguição de suspeição ou impedimento, o relator deverá
declarar se foi recebida com ou sem efeito suspensivo. Se com efeito
suspensivo, o processo só volta a correr após o julgamento do incidente,
mas se recebida sem efeito suspensivo, o processo não sofre a
suspensão – art. 146, §2º, II.
Ex: Juiz irmão ou amigo íntimo do réu (suspeição do juiz). Se o juiz não
reconhece que está em suspeição, o processo sobe para o 2 grau.
Quem decide se o processo entra em suspensão é o Relator.
Suspensão do processo para manifestação do juiz.

II - Convenção das partes;


• Prazo máximo: 6 meses.
IV - Pela admissão de incidente de resolução de demandas repetitivas
(976/CPC); (ações repetidas, onde se discute o mesmo direito)
• Admitido o incidente, ficam suspensos os processos pendentes, no
prazo de até 1 ano, a princípio – 980 e 982. Tenho vários processos
sobre o mesmo direito, puxo um processo como paradigma e julgo este
processo. A sentença será replicada em todos os outros processos que
discutem a mesma questão. Enquanto o processo paradigma estiver
sendo julgado, todos os outros processos serão suspensos por um
prazo de 1 ano.
CPC/ Art. 976. É cabível a instauração do incidente de resolução de
demandas repetitivas quando houver, simultaneamente:
• I - efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a
mesma questão unicamente de direito;
• II - risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.
Art. 977. O pedido de instauração do incidente será dirigido ao presidente
de tribunal:
• I - pelo juiz ou relator, por ofício;
• II - pelas partes, por petição;
• III - pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública, por petição.
Art. 980. O incidente será julgado no prazo de 1 (um) ano e terá preferência
sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os
pedidos de habeas corpus .
• Parágrafo único. Superado o prazo previsto no caput , cessa a
suspensão dos processos prevista no art. 982 , salvo decisão
fundamentada do relator em sentido contrário.

V - Quando a sentença de mérito:


I - Depender do julgamento de outra causa ou da declaração da existência ou
da inexistência de relação jurídica que seja objeto principal de outra ação
pendente; (Ex: União Estável)
II - Tiver que ser proferida somente depois de verificado determinado fato ou de
produzida certa prova, requisitada a outro juiz; Ex.: incêndio.
• Prazo máximo de 1 ano .

VI - Por motivo de força maior;


É a razão que torna impossível o funcionamento do órgão jurisdicional.
Ex.: greve dos serventuários judiciários, calamidade pública. Eventos
imprevisíveis; impossíveis de se evitar.

VII - Quando discutir sobre ação e fatos decorrentes de acidentes e fatos


de navegação de competência do Tribunal marítimo;
• De acordo com a Lei nº 2.180/1954, no seu artigo 18, as decisões do
Tribunal Marítimo que abordem matéria técnica sobre acidente e fatos
da navegação possuem valor probatório e se presumem certas, mas
passíveis de serem revistas pelo Poder Judiciário. (Caráter de parecer
técnico, punição administrativa).
• TRIBUNAL MARÍTIMO: um órgão administrativo e vinculado ao
Ministério da Marinha e auxilia o Poder Judiciário. Está vinculado ao
Comando da Marinha, cabendo a ele julgar os acidentes e fatos da
navegação marítima, fluvial e lacustre, bem como manter o registro geral
de embarcações e armadores. Condena como juízo arbitral.

VIII - Nos demais casos previstos no Código;


• Ex. no processo de execução, quando não se encontram bens
penhoráveis (art. 921, III, e parágrafos, do CPC).
• Para verificação de fato delituoso: suspensão do feito e aguardo do
julgamento da ação penal em até 1 ano. Mas, se após 3 meses da
suspensão do feito não for proposta a ação penal, segue a cível (art.
315/CPC). (Ação Penal x Ação cível sobre mesmo evento, neste caso o
processo cível fica suspenso por um ano, esperando o processo penal
ser julgado. Se após 3 meses a ação penal não tiver sido protocolada,
volta a correr com o processo cível.)

IX - pelo parto ou pela concessão de adoção, quando a advogada


responsável pelo processo constituir a única patrona da causa;
• período de suspensão será de 30 (trinta) dias, contado a partir da data
do parto ou da concessão da adoção, mediante apresentação de
certidão de nascimento ou documento similar que comprove a realização
do parto, ou de termo judicial que tenha concedido a adoção, desde que
haja notificação ao cliente.
X - quando o advogado responsável pelo processo constituir o único
patrono da causa e tornar-se pai.
• período de suspensão será de 8 (oito) dias.

Término da Suspensão do Processo


- Automático: nos casos em que as partes ou a lei fixam o limite.
- Depende de intimação judicial: se o termo for indefinido. Por sentença – art.
316 do CPC. Ex: atualizar o endereço do réu, sem êxito, pode-se pedir a
suspensão do processo.

Extinção do Processo
Com e sem resolução de mérito.

Sentença

 É o ato que põe fim ao processo no primeiro grau de jurisdição – 316.


(ainda que ele continue no 2° grau)
 É o ato jurisdicional em que o juiz põe fim à fase cognitiva do
procedimento comum ou da execução com base nos artigos 485 e 487
do CPC.
 Artigo 485 – sentença terminativa – julga a causa aplicando as
hipóteses deste artigo. Ela não resolve a lide, não analisa o
pedido do autor.
 Artigo 487 – Sentença definitiva – julga a causa aplicando as
hipóteses deste artigo. (É analisado o pedido do autor e resolve
apreciando. O Juiz entra no problema e resolve ele de vez)

A sentença extingue o processo (na 1ª instância):


• Com julgamento de mérito – 487 - sentença definitiva. Faz coisa
julgada material – torna imutável a sentença.
• Sem julgamento de mérito – 485 - só admissível nas hipóteses
previstas na lei - sentença terminativa. Faz coisa julgada formal, cujos
efeitos são: a preclusão que impede discutir das questões já decididas
naquele processo, mas não impede a sua apreciação em outra ação,
salvo nas hipóteses de: litispendência, coisa julgada e perempção.

Coisa julgada – as partes não recorrem mais.


Na sentença definitiva a coisa julgada é material
Na sentença terminativa a coisa julgada é formal
_________________________________________________FIM DA A1
27 de setembro 2023

Nulidade dos Atos Processuais

o Fundamentação legal: 276 ao 283/CPC.

o Princípio da instrumentalidade das formas: Art. 277. Quando a lei


prescrever determinada forma, o juiz considerará válido o ato se,
realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade. Ex.: réu não citado,
mas compareceu à audiência de conciliação espontaneamente.
O ato é praticado sem observar a forma, mas alcança o resultado
pretendido.
o Parte que dá causa à nulidade do ato e a requer: vedação de
aproveitamento + vedação de decretação da nulidade.
o Ex.: réu que após ser citado, muda de endereço sem comunicar ao juiz.

ATO INVÁLIDO / NULO


1. “Para que o ato seja considerado invalido, este deve concomitantemente
ser defeituoso processualmente e ocasionar em prejuízo”.
2. “Entende-se por prejuízo a capacidade do defeito de impedir que a
finalidade do ato seja atingida, tradicionalmente denominado na doutrina
como o princípio da “pas de nullité sans grief”, isto é, princípio de que
“não há nulidade processual sem prejuízo”.
3. Efeito ex tunc: invalida o ato desde a sua origem e, por isso não pode
ser reaproveitado.
4. Ex: sentença sem citação do réu.
AÇÃO JUDICIAL DE COBRANÇA (1) – JUIZ (2) – CITAÇÃO DO RÉU -
A. CONCILIAÇÃO (3) – CONTESTAÇÃO (4) – PROVAS (5)- A. INST (6)
– (SENTENÇA-7) – (SURGE O RÉU – SIMPLES PETIÇÃO-8)
DECISÃO: NULIDADE (9) -
OBS> RÉU NÃO FOI CITADO.
5. O ato nulo pode ser reconhecido de ofício pelo juiz ou mediante
provocação das partes até o trânsito em julgado, após somente
mediante ação rescisória.
6. OBS.: é considerado nulo o processo que o Ministério Público não
tenha sido intimado nas hipóteses em que deva intervir no feito, devendo
o juiz invalidar os atos praticados a partir do momento em que ele
deveria ter sido intimado e não o fora, porém o juiz só realizará a
decretação da invalidação após a intimação do Ministério Público, a
fim de que este se manifeste a respeito da existência ou não de
prejuízo.
Art. 279. É nulo o processo quando o membro do Ministério Público não
for intimado a acompanhar o feito em que deva intervir.
§ 1º Se o processo tiver tramitado sem conhecimento do membro do
Ministério Público, o juiz invalidará os atos praticados a partir do
momento em que ele deveria ter sido intimado.
§ 2º A nulidade só pode ser decretada após a intimação do Ministério
Público, que se manifestará sobre a existência ou a inexistência de
prejuízo.
7. Quando o juiz decreta a nulidade do ato, os atos subsequentes que
dele dependam também são considerados sem efeitos, não
atingindo apenas os atos que deles sejam independentes.

Art. 282. Ao pronunciar a nulidade, o juiz declarará que atos são


atingidos e ordenará as providências necessárias a fim de que sejam
repetidos ou retificados.
§ 1º O ato não será repetido nem sua falta será suprida quando não
prejudicar a parte.

ATOS
NULOS ANULÁVEIS
JUIZ DECRETA A NULIDADE JUIZ DECRETA A ANULIDADE
VÍCIO É GRAVE VÍCIO DE MENOR GRAVIDADE
EFEITO EX TUNC EFEITO EX NUNC
O ATO NÃO PODE SER O ATO PODE SER CORRIGIDO
CORRIGIDO

ATO ANULÁVEL (NULIDADE RELATIVA)

1. nulidade relativa, tem-se um ato praticado que inobserva a norma, mas


com menor gravidade do que o ato nulo, porque na nulidade relativa,
temos um ato praticado que inobservou a norma, mas tal vício pode ser
sanado. O ato pode ser convalidado.
2. vício que diz respeito a norma dispositiva, produzindo efeitos ex nunc,
somente do momento em que é decretada a sua anulabilidade para
frente, sem efeito retroativo.
3. JUIZ DEPENDE DE PROVOCAÇÃO DAS PARTES NO PRIMEIRO
MOMENTO ( RÉU NA CONTESTAÇÃO), SOB PENA DE PRECLUSÃO.
4. ATO PERMANECE VÁLIDO, ENQUANTO NÃO RECONHECIDA A SUA
ANULABILIDADE.
5. juiz deve pronunciar quais atos foram atingidos e devem ser refeitos.
Porém, não necessitará de ser refeito e nem corrigido, quando não
trouxer prejuízo à parte ou quando o mérito puder ser proferido em favor
daquele a quem aproveita a decretação da nulidade.

ATO INEXISTENTE

- nele faltam os elementos nucleares de sua formação, a fim de que pudesse


vir a existir.
-Ex.: sentença que não possui a parte dispositiva ou assinada.

LITISCONSÓRCIO

o Fundamentação legal: 113 ao 118/CPC.

• Definição. (SEMPRE QUE EU TIVER PLURALIDADE EM UM DOS


POLOS OU EM AMBOS OS POLOS DA LIDE)
• São partes originárias do processo, ainda que não constem seus nomes
na petição inicial. Ex. quando o juiz determina a citação do litisconsórcio
necessário (CPC, art. 47, § único).
• Consórcio/pluralidade de partes – 2 ou mais pessoas em conjunto
litigam ativa ou passivamente – art. 113, incisos, do CPC.
• Limitação do número – CPC, art. 113, não há.
• Diferença para a intervenção de terceiros – é que o terceiro é pessoa
estranha à relação processual estabelecida entre o autor e o réu.
CLASSIFICAÇÃO DO LITISCONSÓRCIO

Quanto à proteção das partes:


-ativo – vários autores – é sempre facultativo
-passivo – vários réus – pode ser facultativo ou necessário
-misto - vários autores e réus

Quanto ao momento da formação


- inicial – formação é pleiteada na petição inicial. Ação de reparação de danos
com várias pessoas envolvidas em acidente de trânsito.
- incidental/ulterior – ocorre, quando o litisconsorte não é indicado na petição
inicial.

Quanto à obrigatoriedade da formação:


- Necessário ou facultativo
- Facultativo: é não obrigatório.
- Necessário:
- obrigatório/necessário (CPC, art. 114) – decorre de imposição legal ou
da natureza da relação jurídica:
- Imposição legal: ações que versem sobre direito real imobiliário
(art. 73, §1º), ação de usucapião.
- Natureza da relação jurídica: sempre que, mesmo não havendo
disposição legal, a natureza da relação jurídica fizer com que a
decisão possa prejudicar ou afetar o direito subjetivo de terceiro,
impondo-lhe obrigação. Ex.: ação de investigação de paternidade
pos mortem. O juiz deve decidir a lide de modo uniforme para
todas as partes, posto que a eficácia da sentença dependerá da
citação de todos os litisconsortes no processo.

FACULTATIVO OBRIGATÓRIO – NECESSÁRIO


Não é obrigatório Por imposição da lei

Obs: exemplo da LITISCONSORTE PASSIVO NECESSÁRIO


Ex.: o Instituto Brasileiro de Resseguros deve figurar como litisconsorte
necessário nas ações de seguro – “sempre que tiver responsabilidade no
pedido”. Art. 68 do Decreto-Lei Nº 73/66.

Obs.: não há litisconsórcio ativo necessário, posto que ninguém pode ser
obrigado a comparecer em juízo como autor. Daí, porque no caso de ação real
imobiliária, o autor pode instruir a petição inicial com a outorga material do
consorte – CPC/ art. 73.
Obs.: o LITISCONSÓRCIO ATIVO É SEMPRE FACULTATIVO.
O LITISCONSÓRCIO PASSIVO PODE SER: FACULTIVO OU NECESSÁRIO.

Obs.: sobre litisconsórcio passivo necessário e facultativo (CPC, art. 115)

– O juiz deve fixar um prazo, determinando ao autor que requeira a citação de


todos os litisconsortes passivos necessários, sob pena de extinção do
processo.
- Se assim não o fizer, a sentença será nula pela não integração do
contraditório.

-Mas se a não integração do contraditório se der em outros casos


(litisconsórcio passivo facultativo, por exemplo), a sentença será ineficaz
apenas em relação àqueles que não atuaram no feito. A sentença para um não
vai produzir efeito para o outro que não participou da lide.
Litisconsórcio passivo necessário – se não se forma litisconsórcio – sentença
nula
Litisconsórcio passivo facultativo – se não se forma litisconsórcio – não vai
produzir efeito para outra parte.

litisconsórcio facultativo – fica a critério do autor, desde que sejam


preenchidos os requisitos legais:
A) houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à
lide.
Ex.: todos os condôminos ou alguns deles podem demandar o bem comum
em litisconsórcio. Se houver solidariedade passiva (comunhão de obrigações),
o credor pode demandar todos, alguns ou um dos devedores (CPC, art. 113, I);

B) houver conexão entre as causas (CONEXÃO =objeto ou a causa


de pedir forem as mesmas em 2 ou mais ações).
CAUSA DE PEDIR = FATOS (REMOTA) E DIREITO (PRÓXIMA)
CONEXÃO PELO OBJETO: Ex. credor executa o devedor principal e o avalista
(objeto é o crédito).
Conexão pela causa de pedir: Ex.: acidente provocado por mais de um
veículo (mesmo fato). Passageiros de um ônibus de viagem, pleiteiam
indenização contra a empresa, com base no contrato de transporte firmado;
(CPC, art. 113, II);

C) quando ocorrer afinidade de questões por um ponto comum de


fato ou de direito: invasão simultânea de gados (CPC, art. 113, III).
04/10/23
Condições da Ação (artigo 17 do CPC)
- Legitimidade
- Interesse de agir – necessidade e adequação
Necessidade – não há opção, você já tentou de todas as formas e não
conseguiu. Ex: entrar com uma ação para realizar procedimento de troca de
válvula cardíaca
Adequação – utilizar a via eleita adequada para ajuizar uma ação.

Continuação de Litisconsórcio

Obs.: o litisconsórcio facultativo é irrecusável pelo juiz, se preenchidos os


requisitos legais. Porém, – o juiz poderá determinar o desmembramento das
ações, se os números de autores ou réus forem elevados ao ponto de:
 Comprometer a rápida solução do litígio, (1ª hipótese)
 comprometer a realização do exercício direito defesa ou
 o cumprimento da sentença (CPC, art. 113, §1º e 2º).
Litisconsórcio multitudinário - O pedido de limitação interrompe o prazo
para a resposta e recomeça a correr da intimação da decisão que resolver
esta pendenga. O juiz pode fixar de ofício ou a requerimento da parte no prazo
para resposta. Segundo Nery Júnior, somente na primeira hipótese o juiz
poderia determinar de ofício.

Quanto à Uniformidade da Decisão:


- simples – quando a decisão proferida no mesmo processo for diferente
para cada um dos litisconsórcios.
- unitário - pressupõe a discussão de uma única relação jurídica
indivisível. Quando o juiz deve decidir a lide de modo igual para todas as
partes. (CPC, art. 116).
Ex.: quando dois condôminos atuam em juízo na defesa da coisa em comum.

Obs.: na obrigação solidária nem sempre haverá litisconsórcio unitário, pois


pode ocorrer que um dos devedores apresente uma exceção pessoal ao
credor. Neste caso, a sentença lhe será diferente em relação aos demais
devedores.
Autonomia dos Litisconsortes
• Em regra: litisconsortes simples são considerados distintos em suas
relações com a parte adversária, de modo que seus atos e omissões
não prejudicam e nem beneficiam os outros (117).
• Ex.: cada litisconsorte pode ter seu advogado e apresentar a sua defesa
separada do outro.
• Exceção:
 Princípio da aquisição processual ou da comunhão da prova: A
prova produzida por um aproveita aos demais litisconsortes, por ter o
juiz como destinatário e passar a pertencer ao processo, não importando
quem a produziu.
 A revelia não implica presunção da veracidade, quando um dos
litisconsortes contestar, se houver fato comum a ambos (320, I).
 O recurso interposto aproveita o outro litisconsorte simples, se a
matéria discutida for comum a ambos, assim como no caso de devedor
solidário.

Litisconsortes Unitários
Em regra, os atos e omissões de litisconsortes unitários não prejudicam, mas
podem beneficiar os outros (117).

• Quando os litisconsortes tiverem advogados distintos, o prazo para


contestar, recorrer e de modo geral falar nos autos será em dobro (191).
• Súmula 641 do STF – não será contado em dobro o prazo, quando um
dos litisconsortes houver sucumbido. Ex: QUANDO APENAS UM
LITISCONSORTE PERDEU A CAUSA, SEU PRAZO PARA
RECORRER SERÁ SIMPLES.
• Também não há prazo em dobro nos processos eletrônicos (229,
§2º).
25 de outubro 2023

Intervenção de terceiros
Processo
Juiz – sentença (1° grau) – produz efeito entre as partes

Autor Réu
Partes: autor (1)
Réu (2)
Terceiro não é parte no processo (não é autor e nem réu)
Terceiro interessado – é aquele que não é parte no processo, mas tem
interesse no resultado do seu julgamento (sentença). Intervir no processo.
Terceiro não interessado – a sentença não vai atingi-lo de forma nenhuma
Intervenção de terceiros consiste na entrada em um processo daquele que não
parte nele, por ter interesse no resultado no seu julgamento. O processo já
existe e ainda está em andamento (art 119 a 138 CPC)
o Fundamentação legal: 119 a 138/CPC.
◦ Definição.
◦ Terceiro – é aquele que não é parte na lide, mas passa a integrar a lide
como parte ou coadjuvante (assistente) da parte em processo pendente.
É a possibilidade de terceiro intervir num processo para assistí-lo, pelo
interesse que possui de que a sentença seja favorável a uma das partes,
diante da existência de uma causa pendente de julgamento.
◦ Hipótese de não cabimento da intervenção de terceiro – a princípio é
possível, no entanto a lei prevê hipóteses de não cabimento. Ex.: não
cabe no JEC nenhuma hipótese de intervenção (art. 10 da Lei nº
9099/95) no JEC não é admitida intervenção de terceiro; nas ações de
controle concentrado de constitucionalidade não se admite a intervenção
de terceiro, salvo a intervenção do amicus curiae.

Intervenção de terceiros é cabível em qualquer fase processual.


No JEC, não se admite a intervenção de terceiros.
Intervenções de terceiro voluntárias ou espontâneas – assistência, recurso
de terceiro prejudicado.
Intervenções provocadas – denunciação da lide (nela há formulação de um
novo pedido, uma nova pretensão que é a em face de terceiro, é a postulação
do exercício do direito de regresso) e chamamento ao processo (nela há a
ampliação subjetiva da lide, porque passará a ocupar o pólo passivo da lide).
OBS.: o amicus Curiae é diferenciado por ser mais um auxiliar do juízo (nela
não há ampliação subjetiva). É uma hipótese de intervenção de terceiro, para
levantar uma bandeira, ex: aborto.

Hipóteses de intervenção de terceiros:


1 assistência simples
2 assistência litisconsorcial
3 Desconsideração da personalidade
4 Chamamento das provas
5 Denunciação à lide
6 amicus Curiae

1. Assistência Simpres (a pessoa vai ajudar uma das partes, atua como
mera assistente, nunca vai ser parte do processo)
- Fund. Legal: art. 119 ao120 do CPC.
OBS.: a Assistência é admitida em qualquer tipo de procedimento e em todos
os graus de jurisdição, porém o assistente recebe o processo no estado em
que ele se encontra.
Haverá interesse jurídico – se houver o preenchimento de 3 requisitos:
- a existência de uma relação jurídica de uma das partes;
- que haja diferença entre essa relação jurídica e a das partes em litígio e
- que o resultado da sentença atinja a relação jurídica de terceiro.
Art. 119. Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro
juridicamente interessado em que a sentença seja favorável a uma delas
poderá intervir no processo para assisti-la.
Parágrafo único. A assistência será admitida em qualquer procedimento e
em todos os graus de jurisdição, recebendo o assistente o processo no
estado em que se encontre.
Procedimento: o terceiro juridicamente interessado em atuar como assistente
solicitará e se não houver impugnação no prazo de 15 dias, haverá deferimento
do pedido, mas se uma das partes alegar que o requerente não possui
interesse jurídico para intervir no feito, o juiz decidirá o incidente, sem
suspender o feito, podendo inclusive rejeitar liminarmente.

Assistência simples
- Fund. Legal: art. 121 ao 123 do CPC.
- Direitos e deveres do assistente simples:
a) atuação como auxiliar da parte principal
b) possui os mesmos poderes da parte principal (pode praticar os mesmos atos
processuais)
c) possui os mesmos ônus da parte principal
d) no caso do assistido revel ou de qualquer outro modo ser omisso o assistido,
o assistente atuará como seu substituto processual.

OBS.: a existência de assistência simples não impede a parte principal:


reconhecer a procedência do pedido; desistir da ação; renunciar ao direito
sobre o que se funda a ação ou transigir sobre direitos controvertidos.
Na assistência simples
-Terceiro - apenas tem interesse em que a sentença seja favorável a uma das
partes.
-Não é e nem se alega ser titular da relação jurídica discutida em juízo.
-É titular de relação jurídica que tem estreita ligação com aquela que está sob
litígio, de modo que não se atinge esta sem atingir aquela.
-Deve ter o assistente interesse jurídico, não bastando o econômico ou fático.
-Tem relação jurídica distinta daquela que está sob julgamento, mas que será
afetado com o resultado da sentença reflexamente.
-Atuação subordinada aos interesses do assistido.
-Pode praticar todos os atos que não sejam contrários à parte assistida.
-Não pode praticar ato que o assistido tenha desistido expressamente.

ASSISTENTE SIMPLES X ASSISTENTE LITISCONSORCIAL


1) A. LITISCONSORCIAL – SÓ OCORRE NA HIPÓTESE DE QUE A
SENTENÇA INFLUENCIE DIRETAMENTE NA RELAÇÃO ENTRE O
ASSISTENTE E A PARTE CONTRÁRIA.
EX.: SINDICATO (SUBSTITUTO PROCESSUAL) + (SAM)(A. L –
SUBSTITUÍDA PROCESSUAL) X EMPREGADOR
SENTENÇA FAVORÁVEL: PGTO DAS VERBAS TRABALHISTAS EM
ATRASO.
1) A. SIMPLES – A SENTENÇA É PROFERIDA APENAS EM RELAÇÃO
AO AUTOR E AO RÉU, NÃO EM RELAÇÃO AO ASSISTENTE,
APENSAR DO RESULTADO PODER LHE SER CONSIDERADO BOM
OU RUIM.
EX.: AUTOR X RÉU (C. LOCATÍCIO)
COBRA: ALUGUEL + DESPEJO
SENTENÇA FAVORÁVEL: CONDENAR O RÉU NO PGTO DE ALUGUEL EM
ATRASO + DESPEJO.
RÉU + A. SIMPLES (C. SUBLOCAÇÃO)
OK

Assistente Simples Assistente Litisconsorcial


A. SIMPLES – A SENTENÇA É A. LITISCONSORCIAL – SÓ
PROFERIDA APENAS EM OCORRE NA HIPÓTESE DE QUE A
RELAÇÃO AO AUTOR E AO RÉU, SENTENÇA INFLUENCIE
NÃO EM RELAÇÃO AO DIRETAMENTE NA RELAÇÃO
ASSISTENTE, APENSAR DO ENTRE O ASSISTENTE E A PARTE
RESULTADO PODER LHE SER CONTRÁRIA.
CONSIDERADO BOM OU RUIM.

EX.: AUTOR X RÉU (C. LOCATÍCIO)


EX.: SINDICATO (SUBSTITUTO
PROCESSUAL) + (SAM)(A. L –
COBRA: ALUGUEL + DESPEJO
SUBSTITUÍDA PROCESSUAL) X
SENTENÇA FAVORÁVEL: EMPREGADOR
CONDENAR O RÉU NO PGTO DE
SENTENÇA FAVORÁVEL: PGTO
ALUGUEL EM ATRASO +
DAS VERBAS TRABALHISTAS EM
DESPEJO.
ATRASO.
RÉU + A. SIMPLES (C.
Sindicato - Autor (parte 1)
SUBLOCAÇÃO) Empregador – réu (parte 2)
OK Samantha – terceiro (parte 3)
Neste caso, o terceiro se torna
A sentença atinge o terceiro de forma literalmente parte da ação.
indireta (relação jurídica) A sentença atinge o terceiro de forma
direta

2 Assistência litisconsorcial
- Fund. Legal: art. 124 do CPC.
- - Conceito: quando terceiro juridicamente interessado se posiciona na
condição de assistente de uma das partes e a sentença proferida deverá
influir na relação jurídica entre este assistente e (A OUTRA PARTE) o
adversário do assistido.
- Na assistência litisconsorcial –terceiro é o titular do direito material
sob litígio, mas que não está sendo parte no processo. Quem postula
em seu favor é o substituto processual (legitimidade
extraordinária/substituição processual).
Assistente Litisconsorcial
- É um substituído processual que ingressa como assistente
litisconsorcial.
- É atingido pela sentença de forma direta.
- Tem relação jurídica com a parte adversária.
- Tem os mesmos poderes que um litisconsorte só que ulterior.
- Ocorre na hipótese de litisconsórcio facultativo unitário.
- Sua atuação não é subordinada a do assistido.
- O litisconsorcial é atingido pela coisa julgada o que não ocorre na
simples.

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