Você está na página 1de 7

TÍTULO

Autor (Alessandra Gaia de Assunção da Silva)


Orientador Local – Marcia Helena Lobato Teles
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Curso de Bacharelado em Serviço Social (TURMA 0694/6) – Estágio I
10/12/2020

1 INTRODUÇÃO

A atuação do Serviço Social na FASEPA, na execução de medidas socioeducativas


no estado do Pará tem a missão de coordenar a política estadual e executar o
atendimento sócio educativo a adolescentes e jovens a quem se atribui a prática de ato
infracional. No Polo UASE III de Ananindeua, o atendimento e o cumprimento das
medidas socioeducativas, tem recebido jovens entre 16 a 18 anos incompletos tanto da
área metropolitana, como do interior do estado.
A realização do trabalho conta com uma equipe técnica interdisciplinar de duas
Psicólogas, três Assistentes Sociais e uma Pedagoga, as quais acompanham o
desenvolvimento e o comportamento dos socioeducandos em relação ao cumprimento
das medidas. Dessa forma o Serviço Social tem uma função muito importante que é de
atender e acompanhar as demandas dos adolescentes e suas especificidades, realizar
visitas domiciliares e institucionais procurando fortalecer os vínculos da família com o
adolescente e atendimento com as redes de serviço, analisar e escolher o tipo de medida
socioeducativa de acordo com o ato cometido por cada adolescente (PIA), elaborar os
relatórios de intervenção e apresenta-se ao judiciário juntamente com o adolescente.
Estar atento a tudo que se refere ao socioeducando no espaço, seja na questão física,
nos recursos oferecidos para desenvolvimento das medidas, no tratamento referente a
monitoria e outros funcionários da unidade.

2. RELATO E ANALISE DO PROCESSO DE TRABALHO

Na Unidade de Atendimento Socioeducativo III, a estrutura física conta com três


blocos de QCs (quartos cela), onde em cada quarto moram dois adolescentes e
atualmente a unidade conta com 18 jovens em regime de internação. Na sala dos
técnicos fica em evidencia um quadro com os principais dados dos socioeducandos, data
de entrada na unidade, data de nascimento,origem, escolaridade,se já possui o PIA, entre
outras informações...
Na oportunidade pude ter acesso aos relatórios onde existem as principais
informações a respeito do adolescente para facilitar o trabalho em desenvolvimento.

1.1. SOCIOEDUCANDO: Data de Idade:


Nascimento:
Pai: Pessoas de Referência:
Filiação:
Mãe:
Endereço: Nº: Bairro:
Município/Estado: Fones: Filhos: 00 Companheiro (a): 00
Belém/PA

1.2. EQUIPE DE REFERÊNCIA:


Psicólogo:
Pedagoga: Outras Integrantes:
Documentos apresentados à Unidade: Falta documentação: Título.
Originais: Certidão de Nascimento (x) Documentação providenciada pela UASE:
RG (x) CPF (x) CTPS (x)

2. SITUAÇÃO PROCESSUAL/HISTÓRICO:

Ato Infracional: Art.157, §2º, II e Comarca de origem: Sentença de MSE:


V, do CPB Capital Internação
Medida Protetiva:
Data de entrada na UASE: Processo de Origem: Nº do Processo de Execução:
27/04/2020
Data de apreensão:

Tempo de cumprimento de Fase de Atendimento: Unidade de origem: UASE


MSE: Aproximadamente seis Intermediária ANANINDEUA
meses
HISTÓRICO INSTITUCIONAL:
Entrada Unidade Comarca Motivo Saída Destino
SAS
Art.157, §2º, II e 10/03/202
09/03/2020 Apreensã Capital CIAM Sideral
V, do CPB 0
o
10/03/2020 CIAM Capital Art.157, §2º, II e 27/04/20 UASE III
Sideral V, do CPB Ananindeua
27/04/20 UASE III Capital Art. 157, §2º, II, - -
Ananinde do CPB
ua

2. Aspectos Sociais:

Nº de Visita da Família na UASE: 01


Nº de Visita domiciliar: 01
Nº de contatos telefônicos do SE com a família: 17
Nº de contatos telefônicos da ET. com a família: 04
Nº de reunião com a família: 00
Nº de atendimento a família: 02
N° de Encaminhamento a rede de serviços: 01 - CREAS
Nº de articulações com a rede: 01 – CREAS Comércio
Práticas Restaurativas:02

3. Área de Saúde:
Nº de consultas clínicas:
Nº de consultas especializadas:
Nº de atendimentos odontológicos:
Uso de drogas: Não
Nº de atendimentos no CAPS III: 00
CARTÃO SUS:
Espiritualidade:

2.1 PROCESSO DE INSERÇÃO E ATIVIDADES REALIZADAS


No dia 27 de Outubro, me apresentei como acadêmica para a realização de estágio
na UASE III e fui recebida pela Coordenadora da Instituição que logo me apresentou para
a equipe técnica que se fazia presente na ocasião, no momento foram assinados os
documentos de apresentação e Termo de Compromisso. Daí em diante passei a realizar
o estágio sempre sob orientação das Assistentes Sociais, Sheila Freitas de Sousa e
Juliana, as quais me ensinavam acerca dos documentos e instrumentais utilizados por
elas, bem como o quadro com as informações dos 18 socioeducandos internos na
unidade.
Através de uma tabela existem os dias de visita nos blocos, e nessa oportunidade
sempre acompanhada da Assistente Social Sheila Freitas de Souza ou Juliana, pude
verificar as condições de cada QC, das demandas solicitadas pelos adolescentes aos
técnicos, da salubridade, da questão da alimentação e o comportamento de cada um dos
socioeducandos. Pude perceber que após cada visita nos blocos todas as demandas
eram imediatamente repassadas para o livro de ocorrências diárias da equipe técnica
para viabilização de cada demanda.
Um momento importante do estágio foi poder participar de Estudos de Caso,
quando a equipe técnica toda se reúne para avaliar o relatório de um socioeducando, seu
comportamento no cumprimento da medida, sua evolução, e após toda uma avaliação,
uma sugestão através de um parecer social para apresenta-lo ao juizado no dia da
audiência do adolescente.
Outra atividade exercida pelo Assistente Social em que participei e pude avaliar,
foram os atendimentos individuais com os adolescentes, os quais relatavam suas queixas,
suas expectativas sobre o futuro, a respeito do ato cometido, sobre sua família e a
pretensão de cumprir suas medidas.
Nesse momento a escuta e observação são precisos.
A utilização das Práticas restaurativas com o socioeducando e família, traz uma
reflexão ao adolescente e ajuda no fortalecimento dos vínculos familiares.
Esses atendimentos são muito importantes para a progressão dos adolescentes internos
que juntamente com os cursos e oficinas realizados na UASE contribuem para uma
ressocialização.

Um ponto negativo que pude perceber, era justamente o fato de várias famílias
não terem acesso às visitas na unidade e perderem as atividades conjuntas com o
socioeducando por motivos da distancia do endereço da família para a unidade, bem
como a dificuldade na locomoção para que isso aconteça e da mesma forma o acesso a
visita domiciliar do Profissional de Assistência até o endereço da família do
adolescente,pois em sua maioria são provenientes do interior do estado, como
Tailândia,Tucuruí,Castanhal entre outros. Dessa forma quanto menos visita, menos
referencia de família, menos fortalecimento de vínculos e dificulta o desenvolvimento e
progressão do socioeducando.

2.2 AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE SUPERVISÃO

2.2.1 Auto-Avaliação
No inicio do estágio apesar da receptividade e profissionalismo por parte das
orientadoras da instituição, foi difícil nos acompanhar devido à unidade dispor de apenas
duas Assistentes Sociais para acompanhar três estagiários. No entanto aos poucos fomos
tomando conhecimento do espaço, da hierarquia nos atendimentos e como proceder,pois
cada Assistente Social estava evoluindo seus relatórios para entregar no prazo
determinado pelo Juiz da vara da Infância. Após a entrega do mesmo, passamos a
receber as devidas orientações e acompanhamento das orientadoras. Vale ressaltar que
quando uma não podia dar atenção, outra já se colocava a disposição e nos ensinava os
procedimentos cabíveis a cada situação.
Todas as ações realizadas por nós estagiários teve a devida orientação da equipe
técnica da Unidade, salvo às vezes em que chegávamos cedo à unidade para ler os
relatórios e conhecer cada ficha, cadastro, carteirinha de visita, cadernos de evolução e
registros e etc...
No mais, apesar de estarmos enfrentando tempos difíceis, o estágio em campo foi
muito produtivo e precioso, pois conhecer uma política publica como as medidas
socioeducativas para jovens em conflito com a lei, é de suma importância para
reintegração desses jovens na sociedade.

2.2.2 Avaliação das Condições Institucionais

Em relação ao espaço físico, tenho a relatar que trata-se de uma boa estrutura, tanto
para os socioeducandos, quanto para a equipe técnica, pois dispõe de bastante salas
para atendimentos com as famílias, visitas,sala refrigerada para equipe técnica e
pedagógica, auditório climatizado para ministração dos cursos Profissionalizantes e
palestras, os três blocos de Qcs todos tem banheiro dentro e colchões, banheiros na
entrada do prédio e na parte superior( 2º andar), secretaria, sala de espera e
Coordenação, refeitório e pátio e na entrada do prédio na portaria, sala com câmeras
dentro e fora do prédio, banheiros e salas de revista.
Geralmente ficamos na sala técnica que dispõe apenas de dois computadores, o
que achei insuficiente para o numero de técnicos e a grande demanda de relatórios e
outros documentos para digitar.

2.2.3 Avaliação da Dinâmica De Supervisão

A Supervisão de Campo foi bem conturbada no inicio , haja vista o difícil


acompanhamento a tantos estagiários e a questão de tantos relatórios para entregar a
curto prazo e ainda a pandemia, porém a comunicação foi sempre respeitosa, sempre
aberta ao esclarecimento das duvidas a respeito de cada situação atendida ou referente
ao saber fazer o trabalho. A supervisora de Campo sempre foi atenciosa e acessível
apesar do curto período para ensinar muita coisa que a instituição tem a oferecer.

3 CONCLUSÃO

A realização do Estágio I na FASEPA, polo da UASE III, foi pra mim uma
experiência única, e pretendo dar continuidade no estagio II e III nessa Instituição,pois
trabalhar com as medidas socioeducativas para mim é de suma importância. Esse estágio
me possibilitou a ter uma maior compreensão das execuções das medidas, um olhar
especial para os jovens em conflito com a lei e de suas famílias fragilizadas pelo reflexo
das expressões da questão social.
Acho superimportante buscar parcerias com empresas, oferecendo mais cursos,
estágios remunerados, serviços de fácil acesso as famílias que apresentam
vulnerabilidade social, oportunizando a mudança do quadro de uma vida fragilizada
dessas famílias e fortalecer os já existentes, buscando também potencializar os
funcionários para estarem capacitados a lidar com esse publico de fato, pois com isso
esses adolescentes tendem a acreditar na possibilidade de mudança de vida ao sair da
Unidade. Vale ressaltar que não cheguei a realizar com a Assistente social a visita
domiciliar o que é primordial nessa situação, porém aguardo a oportunidade de realiza-la
no estágio II.
REFERÊNCIAS

BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente . Lei 8.69/90 de 13 de julho de 1990.

FASEPA.http://www.fasepa.pa.gov.br.acesso em:10 de dez 2020.

GESUAS.A Instrumentalidade na prática do Assistente Social. Disponível


em:>https://www.gesuas.com.br/blog/a-instrumentalidade<acesso em 10 dez 2020.

SINASE.Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo.Conselho Nacional dos


Direitos da Criança e do Adolescente,2006.

Você também pode gostar