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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação a Distancia

Estudo comparativo Nacionalismo totalitário de Mussoline e Hitler

Francisco Jorge Matambo:708226165

Curso: Licenciatura em Ensino de História

Disciplina: História das Instituições Politicas II

Ano de frequência: 2°

Chimoio, Setembro, 2023


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a) Estrutura Aspectos Capa 0.5
organizaciona Índice 0.5
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Discussão 0.5
Conclusão 0.5
Bibliografia 0.5
Contextualização
(indicação clara do 1.0
problema)
Metodologia
adequado ao do 1.0
trabalho
Introdução Articulação e
domínio do discurso
académico
(expressão escrita, 2.0
cuidada, coerência/
coesão textual)
b) Conteúdos Revisões
bibliográficas
nacionais e
internacionais 2.0
Analise e relevantes nas áreas
discussão de estudo
Exploração dos
dados 2.0
Conclusão Contributos teóricos
práticos 2.0
Paginação, tipo e
tamanho de letras,
c) Aspectos Formatação parágrafo, 1.0
Gerais espaçamento entre
linhas
d) Referências Normas APA Rigor e coerência
bibliográficas 6ᵃ edição em das
citações e citações/referências 4.0
bibliografia bibliográficas
Folha para recomendações de melhorias:
INDICE

1.INTRODUÇÃO 5

1.1.OBJECTIVOS 5
1.1.1.GERAL 5
1.1.2.ESPECÍFICOS 5
1.2.METODOLOGIAS 5

2.REGIMES TOTALITÁRIOS 7

2.1.SURGIMENTO DO TOTALITARISMO 7
2.2.CARACTERÍSTICAS DO TOTALITARISMO 8
2.3.O NACIONALISMO TOTALITÁRIO: MUSSOLINI 9
2.3.2.ESTADO TOTALITÁRIO 11
2.4.O NACIONALISMO TOTALITÁRIO: HITLER 13
2.4.1.ESTADO NACIONAL 13
3.CONCLUSÃO 19

4.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA 20
1.INTRODUÇÃO
O presente trabalho é da cadeira de História das Instituições Políticas II, aborda sobre Estudo
comparativo Nacionalismo totalitário de Mussoline e Hitler sobretudo dos aspectos convergentes
divergentes.

Os regimes totalitários foram muito fortes durante o período entre as guerras mundiais e
evidenciaram o enfraquecimento dos ideais da democracia representativa nesse período.

Os regimes totalitários foram regimes políticos que existiram na primeira metade do século XX e
baseavam-se no totalitarismo, um sistema político fundamentado no controle absoluto de um
partido ou de um líder sobre toda nação. Dentro do sistema totalitarista, o líder ou o partido
político detém amplos poderes sobre a vida pública e privada e, assim, representam o Estado.

Os três grandes regimes totalitários da história foram o fascismo, o nazismo e o stalinismo. Esses
foram os grandes regimes totalitaristas do século XX, embora existam estudiosos que apontem a
existência de outros governos totalitaristas ao longo da história, como o Khmer Vermelho, que
governou o Camboja de 1975 a 1979, e o actual regime da Coreia do Norte.

1.1.OBJECTIVOS

1.1.1.GERAL
 Compreender sobre regime totalitários;

1.1.2.ESPECÍFICOS
 Mencionar os aspectos divergentes e convergentes dos regimes totalitários;

 Caracterizar nacionalismo totalitário de Mussoline e Hitler;

 Descrever os principais ideias dos regimes totalitários;

1.2.METODOLOGIAS
Para materialização do presente trabalho, o autor recorreu vários endereços electrónicos e
manuais existentes o que culminou com a selecção dos que são importantes para o nosso estudo.
Em seguida foram compiladas detalhadamente para dar sentido o texto. Os autores apresentados
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ao longo do texto estão devidamente citados nas referências bibliográficas.

2.REGIMES TOTALITÁRIOS

Os regimes totalitários foram muito fortes durante o período entre as guerras mundiais e
evidenciaram o enfraquecimento dos ideais da democracia representativa nesse período.

Os regimes totalitários foram regimes políticos que existiram na primeira metade do século XX e
baseavam-se no totalitarismo, um sistema político fundamentado no controle absoluto de um
partido ou de um líder sobre toda nação. Dentro do sistema totalitarista, o líder ou o partido
político detém amplos poderes sobre a vida pública e privada e, assim, representam o Estado.

Os regimes totalitários baseavam-se em um forte militarismo, que servia muito para intimidar e
calar as vozes dissidentes. Junto do poder de intimidação, o totalitarismo apoiava-se em uma
intensa propaganda ideológica com o objetivo de doutrinar a população e ressaltar as supostas
benfeitorias realizadas pelo regime. Outra marca importante, muito em associação com o
militarismo, era o terror. Dentro dos regimes totalitários, o terror era utilizado para perseguir os
opositores.

2.1.SURGIMENTO DO TOTALITARISMO
O auge do totalitarismo aconteceu nas décadas de 1920 e 1930, na Europa, e o surgimento desse
sistema político está diretamente relacionado com as consequências do pós-guerra. A Primeira
Guerra Mundial foi um acontecimento marcante na história mundial e, ao fim desse conflito, o
saldo deixado foi de destruição, morte e muita crise – tanto política quanto econômica.

Após a Primeira Guerra, a destruição material e a quantidade de mortos tinham alcançado níveis
sem precedentes. Além disso, o desfecho do conflito havia deixado uma série de ressentimentos,
o crescimento do comunismo atemorizava as classes médias e altas da Europa Ocidental, e as
crises econômicas afetava a todos e levava países à falência.

Todos esses elementos levaram muitos a questionar as qualidades da democracia liberal e, com
isso, o autoritarismo passou a ser visto como a solução de todos os problemas que acometiam o
mundo. Essa defesa do autoritarismo fez com que inúmeras democracias ruíssem na Europa, e
pouquíssimos países conseguiram sustentar suas instituições políticas democráticas naquele
6
período.

O termo “totalitarismo” surgiu na década de 1920 e foi criado, a princípio, para referir-se ao
fascismo italiano, o primeiro regime totalitarista que foi implantado. Foi a partir do sucesso do
fascismo italiano é que o fascismo conquistou força para espalhar-se como alternativa política
em toda a Europa.

O ápice do totalitarismo na Europa aconteceu quando os nazistas ascenderam ao poder na


Alemanha em 1933. A partir daí, movimentos de apoio a ideais totalitários da extrema-direita
espalharam-se pelo mundo e chegaram, inclusive, no Brasil – o integralismo. No espectro
político da esquerda, o totalitarismo manifestava-se por meio do regime político de Josef Stalin.

2.2.CARACTERÍSTICAS DO TOTALITARISMO
Os três grandes regimes totalitários da história foram o fascismo, o nazismo e o stalinismo. Esses
foram os grandes regimes totalitaristas do século XX, embora existam estudiosos que apontem a
existência de outros governos totalitaristas ao longo da história, como o Khmer Vermelho, que
governou o Camboja de 1975 a 1979, e o atual regime da Coreia do Norte.

Apesar das diferenças ideológicas, existem algumas características em comum entre os três
regimes totalitários citados, mas é importante frisar que cada um dos regimes totalitários
enfocados neste texto possuíam características que eram peculiares a si exclusivamente. As
características em comum eram:

Culto ao líder: o líder era reverenciado em todos os três regimes, e imagens deles eram
espalhadas em todo o país.

Censura: os meios de comunicação não podiam emitir opiniões que não fossem aprovadas pelo
governo. A existência de opositores também era proibida e eles eram calados à força.

Supressão dos partidos políticos: nos três regimes, somente existia o partido do governo. Todos
os outros eram proibidos.

Criação de inimigos internos e/ou externos: a retórica totalitária criava inimigos


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internos/externos, e o combate a esses grupos justificavam a tomada de medidas extremamente
autoritárias.

Os regimes totalitários, além disso, promoviam a centralização do poder no líder ou no partido,


doutrinavam ideologicamente sua população, promoviam o terror para intimidar os opositores etc.

2.3.O NACIONALISMO TOTALITÁRIO: MUSSOLINI

2.3.1. ESTADO NACIONAL

Benito Mussolini (à esquerda) foi o grande líder do fascismo italiano.¹

O fascismo foi o primeiro movimento totalitário a ser implantado na Europa. Ocuparam o poder
da Itália, em 1922, quando Benito Mussolini foi nomeado primeiro-ministro após a realização da
Marcha sobre Roma. O fascismo, por sua vez, surgiu em 1919 quando foi fundado os Grupos
Italianos de Combate (Fasci Italiani di Combattimento).

A ascensão de Mussolini ao poder aconteceu em um contexto de crise política e econômica na


Itália e de crescimento do comunismo no país. Assim, no começo da década de 1920, as forças
fascistas começaram a agir violentamente contra grupos, como os comunistas, e angariaram o
apoio dos liberais. Por meio da pressão dos fascistas, o rei italiano acabou nomeando Benito
Mussolini como primeiro-ministro, em 1922. Em 1925, Benito Mussolini autoproclamou-se
ditador da Itália e consolidou o sistema totalitário na Itália.

O fascismo é entendido como o regime precursor de movimentos conservadores na Europa e


dentro do fascismo pode ser destacado a exaltação de valores conservadores e tradicionais,
romantização e construção de um passado heroico, desprezo pelo socialismo, antiliberalismo etc.

O fascismo foi o grande aliado do nazismo na Europa e, durante a Segunda Guerra Mundial, foi
parte do Eixo junto de alemães e japoneses. O regime fascista governou a Itália entre 1922 e
1945 e foi derrubado do poder como resultado da derrota do Eixo, na Segunda Guerra.

Os problemas económicos, os partidos de esquerda, comunistas e socialistas, bem como os


anarquistas, ganhavam cada vez mais adeptos entre os italianos, o que preocupava a elite
capitalista; o tratado de Versalhes, a crise socioeconómica; todos estes acontecimentos fizeram

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com que surgisse o movimento fascista.

A Marcha sobre Roma foi uma vasta manifestação fascista, com característica de golpe de estado,
ocorrida em 28 de Outubro de 1922 na capital da Itália, com o afluxo na cidade de dezenas de
milhares de militantes fascistas que reivindicavam o poder político no reino. Este evento
representou a ascensão ao poder do Partido Nacional Fascista (PNF) e o fim da democracia
liberal, pela nomeação de Benito Mussolini como chefe de governo pelo Rei Vítor Emanuel III.

Em 1928 proibiram-se todos os partidos, excepto o PNF, funda-se as milícias das camisas negras
criando um clima de Terror.

O fascismo se apropriou do símbolo de poder dos magistrados da Roma Antiga, o feixe de varas,
que representava a união do povo em torno da justiça do Estado. O objectivo era evidente:
retomar a história do povo italiano, sugerindo que a Itália poderia voltar a ser o Império Romano
da Antiguidade.

Esse movimento, fundado em Milão, em Março de 1919, não tinha ainda o perfil
políticoideológico que iria assumir anos depois. Nas palavras do próprio Mussolini: "Não temos
uma doutrina pronta; nossa doutrina é a acção.

Em Junho de 1919 foi publicado o programa oficial do movimento, e algumas de suas


reivindicações eram: jornada de trabalho de 8 horas; sufrágio universal extensivo às mulheres;
representação proporcional no Parlamento; abolição do Senado do Reino; formação de uma
milícia que actuasse paralelamente ao Estado; e maior actuação da Itália no cenário internacional.

Desse programa inicial, somente as duas últimas propostas seriam levadas a cabo durante o
período em que os fascistas controlaram a Itália, pois o Fascismo de Combate era, na realidade,
um grupo de pessoas que tinham formações políticas e opiniões diferentes sobre o futuro da
Itália, mas que se uniram no calor da hora, em função da grande crise do pós-guerra.

O fascismo perpétua-se com uma Nação submissa, sem espíritos críticos, sem vontades
individuais, mas com “uma alma colectiva”. Os ideais fascistas, eram inculcados, primeiramente,
nos jovens, pois considera-se que as crianças, antes de pertencerem às famílias, pertenciam ao
Estado.

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Na Itália, a partir dos 4 anos, as crianças ingressavam nos “Filhos da Loba” e usavam já
uniforme; dos 8 aos 14 faziam parte dos “balillas”, aos 14 eram vanguardistas e aos 18 entravam
nas Juventudes Fascistas. As raparigas eram inseridas em organizações específicas, como a das
“Jovens Italianas”

A educação fascista era, obviamente, complementada pela escola, através de professores


profundamente subservientes ao regime, ao qual prestavam juramento, e de manuais escolares
impregnados dos princípios totalitários fascistas. Uma vez adultos, continuava a regimentação de
Italianos, dos quais se procurava obter a total adesão.

As bases de apoio social do fascismo foram, com efeito, heterogéneas e nelas podemos encontrar:

 As classes médias dos pequenos comerciantes e industriais, arruinados pela concentração


capitalista, e dos funcionários e detentores de rendimentos fixos, proletarizados pela
inflação;

 Os quadros dirigentes da economia, grandes agrários e grandes industriais (do Ruhr e da


Lombardia) aos quais o fascismo se alia desde que chega ao poder, do exército, da Igreja
e da cultura, que aceitam o regime em troca da sua estabilização conservadora e da
garantia dos seus privilégios de classe;

 As próprias classes laboriosas, cujo bem-estar e dignidade se procurava promoverem,


através da absorção do desemprego e da integração em associações de tempos livres.

 Grandes programas de obras públicas e de militarização foram então, responsáveis pela


diminuição do desemprego na Itália.

2.3.2.ESTADO TOTALITÁRIO
O estado totalitário fascista vai se apresentar estruturada da seguinte maneira:

 A filiação no partido único (Nacional Fascista). Todos os funcionários, oficiais e


professores eram recrutados no Partido, pelo que se fala da classe média como de uma
nova elite fascista;
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 A inscrição obrigatória dos trabalhadores na Frente do Trabalho NacionalSocialista e nos
sindicatos fascistas e corporações mistas, após a extinção dos sindicatos livres;

 O Partido Fascista (único) cria a sua própria formação paramilitar: a Milícia

Voluntária para a Segurança Nacional, Outro órgão de repressão contra os antifascistas, era a
Polícia política apelidada de Organização de Vigilância e Repressão do Antifascismo (O.V.R.A.).
A censura foi ampliada: a educação, as artes, os desportos, as rádios, o cinema e, até mesmo, o
lazer da população seguiam as orientações fascistas. Foi criado o Tribunal Especial de Defesa do
Estado, responsável pelo julgamento de "crimes" políticos;

Centralização do estado: A economia passou a ser firmemente controlada pelo Estado, com o
apoio dos capitalistas italianos. O povo é o corpo do Estado, e o Estado é o espírito do povo. Na
doutrina fascista, o povo é o Estado e o Estado é o povo: Tudo no Estado, nada contra o Estado,
nada fosse do Estado

O culto do Chefe; encenação e propaganda - Mussolini, dizia que a força do Estado fascista
exigia aos italianos: “Acreditar, obedecer, combater”.

Consagrador de dogmas, avesso à crítica e à contestação, o totalitarismo fascista repudiava o


legado racionalista da cultura ocidental. Pelo contrário, exaltava o fanatismo e o sentimento
excessivo. Não só para com o Estado e a Nação, que idolatrava, mas também para com o Chefe
(duce), símbolo do Estado omnipotente, encarnação da Nação e guia dos seus destinos, é o
homem excepcional, o super-homem, a quem se deve prestar uma obediência cega e seguir sem
hesitações, tornando-se o duce com poder absoluto eis o lema do nacional-socialismo: “Um Povo,
um Império, um Chefe”,

Expansionismo e militarismo: Uma das primeiras atitudes expansionistas do Estado italiano foi
incentivar a fundação de Fascismos em países onde imigrantes italianos tinham se instalado,
propagando o ideal do partido pelo mundo. Além disso, o serviço secreto italiano auxiliava
grupos simpáticos ao fascismo em várias partes da Europa.

2.3.ESTADO CORPORATIVO
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O fascismo italiano desenvolveu, em especial, a teoria do regime corporativo, ou corporativismo.
Corporativismo era uma doutrina que vinha de século anteriores, mas que no final do século XIX
tinha sido recuperada pela doutrina social da igreja. Mussolini vai lançar mão dessa doutrina,
depurada de alguns dos elementos acentuados pelo pensamento católico, e faz dela a doutrina
oficial do Estado italiano.

De acordo com estas doutrinas, todas as forças económicas e sociais devem ser organizadas
oficialmente em associações. Assim o faz, agrupando-os em 22 corporações, cada uma dirigida
por um conselho formado por patrões e trabalhadores.

Em 1929, Mussolini discreta a abolição da câmara dos reptados e põe nos seu lugar a Câmara
dos Fascistas e das corporações: era a abolida o sufrágio individual, muito criticado por ser o
sufrágio típico da democracia parlamentar, e que agora ficava substituído pelo sufrágio
corporativo ou institucional.

Mas, ao contrário da tradição medieval e da doutrina da igreja, o corporativismo do estado


fascista não é um corporativismo de associação, é um corporativismo de Estado. Não representa
a auto direcção da economia, mas sim o controlo total da economia pelo poder político.

2.4.O NACIONALISMO TOTALITÁRIO: HITLER

2.4.1.ESTADO NACIONAL
O nazismo surgiu na Alemanha, em 1919, com o nome de Partido Nacional-Socialista dos
Trabalhadores Alemães. Adolf Hitler foi um dos primeiros membros do partido e com o passar
do tempo tornou-se líder do partido. Atribui-se o crescimento de Hitler nos quadros do nazismo
como resultado da sua capacidade de mobilizar multidões a partir de sua capacidade retórica.

O nazismo ganhou força na Alemanha, ao longo da década de 1920, e o fortalecimento desse


partido está relacionado com a derrota do país na Primeira Guerra Mundial. A derrota espalhou
uma sensação de que o país havia sido vítima de um complô que forçou a rendição dos alemães.
Além disso, a opinião na sociedade alemã era de que o país tinha sido humilhado com os termos
do Tratado de Versalhes.

A situação da Alemanha no pós-guerra, associada com a retórica nazista, empurrou muitas


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pessoas na sociedade alemã para a defesa de medidas autoritárias. Com o crescimento do
nazismo, as tropas de assalto (SA) nazistas ganharam força e passaram perseguir os comunistas e
social-democratas.

A ideologia nazista foi resumida por Adolf Hitler em seu livro escrito durante o período em que
esteve preso – o Mein Kampf. Um dos pilares da ideologia nazista era o antissemitismo, nome
pelo qual conhecemos o ódio contra os judeus. O antissemitismo era uma ideologia já difundida
na sociedade alemã, desde o século XIX, e foi explorado pelos nazistas.

O crescimento do antissemitismo dentro da sociedade alemã acabou resultando no Holocausto


durante a Segunda Guerra Mundial. O Holocausto causou a morte de 6 milhões de pessoas, dos
quais a maioria eram judeus. Os mortos durante o Holocausto foram mortos de diversas maneiras,
destacando-se fuzilamentos e morte nas câmaras de gás.

O nazismo incluía, na sua ideologia, o antimarxismo, o antiliberalismo, a exaltação da guerra, o


controle do Estado, o nacionalismo extremado, o culto ao líder e defendiam a ideia da
superioridade da raça alemã (chamavam os alemães de arianos). Outro ponto importante da
ideologia nazista era a defesa de um “espaço inato”, um território supostamente de direito onde
os arianos/germânicos formariam o seu Terceiro Reich.

Em consequência disso, os nazistas passaram a impor um expansionismo territorial, por isso


invadiram e anexaram a Áustria e a Checoslováquia. Quando invadiram a Polônia, em 1939,
franceses e britânicos declaram guerra aos alemães o que deu início à Segunda Guerra Mundial.

Factores como o início da Grande Depressão (1929), desemprego maciço, as humilhações do


Tratado de Versalhes (1919), o descontentamento social com o regime democrático ineficaz, o
apoio do povo alemão aos partidos socialistas e o temor de uma revolução socialista, levou a alta
burguesia alemã, empresários e o clero a apoiaram a extrema-direita do aspecto político, optando
por extremistas de partidos como o Partido Nazista.

As eleições de Julho de 1932, os nazistas tornaram-se o maior partido no Reichstag, com 230
lugares. Porém o Partido Nazista não conseguiu uma maioria parlamentar até a nomeação de
Hitler como chanceler.

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Assim em 30 de Janeiro de 1933 Adolf Hitler foi nomeado chanceler da Alemanha por
Hindenburg o gabinete ministerial em seguida dissolvido por Hitler.

Porém, para triunfar, o nazismo precisava combater seu principal concorrente ideológico, o
socialismo revolucionário ou comunismo, com o qual teria de disputar a adesão popular.

Igualmente totalitário, o comunismo também se arvorava a construir uma sociedade perfeita, não
só na Alemanha, mas no mundo. Durante o mesmo ano de 1933, o Partido Nazista eliminara toda
a oposição.

Inúmeros ministérios deixaram de se reunir no regime nazista — embora continuassem existindo


na teoria — como o Conselho Secreto do Gabinete e o Conselho de Defesa do Reich, cujas
funções passaram a ser executadas por Hitler.

A Alemanha, por fim, transformou-se em um estado nacionalista, onde não-arianos e oponentes


do nazismo eram excluídos da administração, e o sistema judiciário tornou-se subserviente ao
nazismo. Campos de concentração foram criados para receber prisioneiros políticos, judeus,
ciganos e eslavos. A Bandeira da República de Weimar foi substituída pela bandeira da suástica
do partido nazista no dia 15 de Setembro de 1935.

Em 22 de Setembro de 1933 foi criada a Câmara de Cultura do Reich, com a intenção de


“nazificar” a cultura: A fim de levar a cabo uma política de cultura alemã, é preciso unir os
artistas de todas as esferas numa organização coesa sob a direcção do Reich. O Reich deve não
somente determinar as linhas do progresso mental e espiritual, mas também orientar e organizar
as profissões.

As subcâmaras foram criadas para orientar e controlar toda a cultura: imprensa, belas-artes,
literatura, música, cinema e rádio. Todos os profissionais dessas áreas foram obrigados a
associarse às câmaras, que podiam expulsar ou recusar pessoas por “falta de confiança política.

Toda a juventude alemã do Reich está organizada nos quadros da Juventude Hitlerista. A
juventude alemã, além de ser educada na família e nas escolas, será forjada física, intelectual e
moralmente no espírito do nacional-socialismo por intermédio da Juventude Hitlerista. Aos 14
anos o rapaz entrava na Juventude Hitlerista propriamente dita, ficando nela até os 18 anos,

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quando era transferido para a Cooperação pelo Trabalho e o exército. Na Juventude Hitlerista os
rapazes recebiam treinamento em doutrinas nazistas, artes militares. O principal papel das
mulheres era gerarem filhos sadios, propagando a "raça ariana". Aos 18 anos as moças prestavam
um ano de serviço nas fazendas, equivalente à Cooperação do Trabalho dos rapazes.

Na Alemanha nazista foram extintos os sindicatos, contratos colectivos e o direito de greve. Os


sindicatos foram substituídos pela Frente Alemã do Trabalho, chefiada, que admitia assalariados
e empregados e também patrões e membros de profissões liberais, tornando-se a maior
organização partidária. Grandes programas de obras públicas e de militarização foram então,
responsáveis pela diminuição do desemprego na Alemanha

2.4..2. Estado totalitário

O estado totalitário organizar-se da seguinte maneira:

 A filiação no partido único (na Alemanha, respectivamente). Cargos de responsabilidade


foram confiados aos membros do Partido, cujos efectivos passam de 3 milhões, em 1934,
para 9 milhões em 1939.

 O culto do chefe: Hitler era venerado como um Deus, para isso concentrou todo o poder
(executivo, legislativo e judicial) tornando-se o chefe absoluto da Alemanha, era chefe do
exército.

 Expansionismo e militarismo: Consagrando todos os seus esforços à conservação dos


seus melhores elementos, o nacional-socialismo teria forçosamente que proceder à
incorporação de todos os alemães numa só Pátria, numa só Nação, num só Povo.

O Programa do Partido Nazi (1920) exigia a reunião de todos os alemães numa Grande
Alemanha, o que equivalia ao empreendimento de uma política belicista desrespeitadora de
tratados e de fronteiras por eles traçados, Hitler anunciou aos colaboradores a sua vontade de
acrescentar ao Reich as minorias alemãs da Europa central, ao que se seguiria o alargamento do
espaço vital alemão.

Em 1935, o Estado nacional-socialista restabeleceu o serviço militar obrigatório, numa clara


infracção ao Tratado de Versalhes, e iniciou o programa de rearmamento no país.
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Em 1938, procedeu-se à anexação da Áustria; um ano depois, a Checoslováquia. A 1 de
Setembro de 1939, Forças Armadas iniciava a expansão do Reich para o Leste com a invasão da
Polónia.

A repressão policial a construção de um Estado policial atingiu a máxima perfeição. Quer as


Secções de Segurança do Partido (S.S.), Secções de Assalto (SA) quer a Gestapo (polícia política)
se encarregavam da vigilância da população e da opinião pública, envolvendo-as numa atmosfera
de suspeita e de delação generalizadas, e da eliminação da oposição, enviada, desde 1933, para
campos de concentração.

A propaganda que, apoiada nas então modernas técnicas audiovisuais, promovia o culto do chefe
e normalizava a cultura segundo padrões nacionalistas e até racistas.

Por sua vez, na Alemanha, o Ministério da Cultura e da Propaganda exerceu uma verdadeira
ditadura intelectual. Por um lado, suprimiu jornais, organizou autos de fé onde se queimavam as
obras dos autores proibidos (Voltaire, Marx, Freud, Proust, …), perseguiu os intelectuais judeus.

A rádio e o cinema armas indiscutíveis para o totalitarismo nazi. Em 1938, estava instalados 10
milhões de aparelhos radiofónicos, através dos quais, e com o apoio de altifalantes nas ruas, nas
escolas e nas fábricas, toda a Alemanha escutava o Fuhrer. Quanto ao cinema, competia-lhe
contribuir para o culto dos heróis nacionais, como Bismarck, e para a denúncia dos inimigos do

Reich: judeus, britânicos e bolchevistas.

O artista separou-se do povo e, desse modo, perdeu a sua fecundidade. Desde aí, sobreveio na
Alemanha uma crise mortal da cultura. A cultura é a expressão superior das forças criadoras de
um povo. O artista é o intérprete inspirado dessa cultura. Seria insensato da parte dele supor que
a sua missão divina se poderia cumprir fora do povo. Ela só existe em função do povo. Se um
artista abandona o terreno sólido que o Povo lhe oferece então encontra-se rasgada a via para os
inimigos da civilização, sob cujos golpes o artista acabará também por cair.

O Racismo: que estipulava que a raça ariana é a superior - Um Povo, um Império, uma Guia.

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2.4.3.RACISMO HITLERIANO

Na Alemanha acentua-se, sobretudo, o racismo, que se concretiza de um modo particularmente


violento contra os judeus, dando origem a um anti-semitismo militante.

O racismo assenta, como se sabe, na ideia de uma profunda desigualdade entre as raças, julgando
que há uma raça superior a todas as outras, a raça ariana, cujo missão e estabelecer a sua
superioridade e o seu domínio por todo o mundo. Dai que o estado deva ser posto ao serviço
desta concepção: o Estado deve, pois, velar pela pureza da raça e pela sua expansão em todo o
Mundo.

É dentro desta ideia que Hitler escreve o seu livro Mein Kampf, que surpreendentemente
constitui um grande sucesso de livraria na Alemanha, chegando a ter uma tiragem de 6 milhões
de exemplares.

Escreve ele nesse livro a dada altura: Os povos que renunciam a manter a pureza da raça
renunciam, ao mesmo tempo, à unidade da sua alma. A perda da pureza do sangue destrói a
felicidade interior, abaixa o homem para sempre, e as respectivas consequências, corporais e
morais. Daqui retirava Hitler a consequência de que os homens de um mesmo sangue devem
pertencer ao mesmo Reich. E acrescentava: a minha missão e fazer triunfar, contra todas as leis
falsas e artificias, uma lei natural e sagrada: a da comunidade do sangue.

Desta tese decorriam dois corolários:

 Os não arianos que vivem na Alemanha, particularmente os judeus, devem ser


controlados, condicionados e em último termo, exterminados;

 Os arianos que vivem fora da Alemanha devem poder passar a pertencer a grande Nação
alemã, para o que os países onde eles existem devem ser anexos pela Alemanha.

 O primeiro corolário levou, como se sabe, as câmaras de gás e ao Holocausto; o segundo


levou a II Guerra Mundial. Um e outro custaram a Europa, pelo menos 60 milhões de
mortos.

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3.CONCLUSÃO
Conclui-se que apesar das diferenças ideológicas, existem algumas características em comum
entre os três regimes totalitários citados, mas é importante frisar que cada um dos regimes
totalitários enfocados neste texto possuía características que eram peculiares a si exclusivamente.
As características em comum eram:

Culto ao líder: o líder era reverenciado em todos os três regimes, e imagens deles eram
espalhadas em todo o país.

Censura: os meios de comunicação não podiam emitir opiniões que não fossem aprovadas pelo
governo. A existência de opositores também era proibida e eles eram calados à força.

Supressão dos partidos políticos: nos três regimes, somente existia o partido do governo. Todos
os outros eram proibidos.

Criação de inimigos internos e/ou externos: a retórica totalitária criava inimigos


internos/externos, e o combate a esses grupos justificavam a tomada de medidas extremamente
autoritárias.

Os regimes totalitários, além disso, promoviam a centralização do poder no líder ou no partido,


doutrinavam ideologicamente sua população, promoviam o terror para intimidar os opositores etc

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4.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA
KI-ZERBO, J.(1972): História da África Negra Vol II. 3ª ed. Publicações Europa América.

MATTOSO, J.(1994): Historia de Portugal. O Estado Novo. Editorial Estampa. Lisboa.

PRELOT, G.(1999): História das Ideias Políticas. Vol.II. Lisboa: Editorial Presença.

READER, J. (1997): África Biografia de um Continente. Mira Sintra – EuropaAmérica.

RECAMA, C.(2006):História de Moçambique, África e Universal. Maputo: Faculdade de


direito - UEM.

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