Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Introdução
Introdução
Introdução
Nas sociedades atuais, aprender a ler e escrever é um objetivo que se espera que todas
as crianças atinjam com a sua entrada para a escolaridade pois trata-se de uma
aprendizagem principal. Verifica-se, no entanto, que para um grande número de alunos
esta tarefa representa um percurso com inúmeras dificuldades, havendo mesmo alunos
que não conseguem compreender a natureza da tarefa e corresponder às exigências que
a escola faz em termos de aprendizagem. (Azevedo, 2000; Correia, 1999, 2003, 2008,
2014; Cunha, 2011; Fonseca, 2008; Hulme & Snowling, 2011; Lopes, 2014; Pereira,
2009; Rebelo, 1993, e Sim-Sim, 2009).
Problema: Dificuldades de leitura e escrita por parte dos alunos do ensino primário.
Hipóteses:
Objectivos:
Específicos:
- Promover actividades que incentivam o hábito e gosto pela leitura, na escola, em casa
e na comunidade;
Justificativa: Escolhi este tema, pois nos últimos anos têm se verificado graves
problemas de leitura por parte dos alunos do ensino primário, daí que surge a
pertinência do estudo deste problema que preocupa a nação inteira, uma vez que, a
leitura é a porta de entrada dos outros horizontes.
Referencial teórico
A Declaração Mundial sobre Educação para Todos, de Jomtien (1990) preconiza como
direito de todos, crianças e adultos, a satisfação das “necessidades básicas de
aprendizagem”, cuja amplitude e maneira de satisfazê-las variam com o tempo e
dependem do contexto sociocultural e económico de cada sociedade.
Se nos primeiros anos de escolaridade uma atenção particular é devida aos processos de
descodificação e automatização, há que desenvolver, nos anos subsequentes, técnicas de
consulta e estratégias de estudo, proporcionando, ao longo de todo o percurso escolar,
situações que fomentem o gosto pela leitura e que sedimentem os hábitos que
caracterizam os leitores fluentes. É importante que o aluno aprenda a ler fluentemente,
isto é, a extrair o significado do material escrito de forma precisa, rápida e sem esforço
(POCINHO, 2007, p. 08).
Segundo Nhampule, & Tovela (2009, pp.38-39) o tipo de dificuldades que alunos do 1.º
Ciclo (1.ª-5.ª classes) enfrentam, apresentam as seguintes situações:
Relativamente aos alunos do 2.º Ciclo (6.ª e 7.ª classes), os mesmos informantes
apresentam as seguintes situações:
• Escrevem sequências de letras e palavras sem sentido. (Nhampule, & Tovela, 2009:39-
40)
• Selecionar obras diversas e textos literários para leitura e escrita na sala de aula, tendo
em conta a idade e o nível dos alunos, bem como a sua competência linguística em
línguas moçambicanas, língua portuguesa, língua de sinais e sistema Braille;
• Usar recursos locais (papel, garrafas, latas, cordas, pétalas, palha, conchas e outros)
para a produção de materiais (quadro silábico, quadro de pregas, letras móveis, sopa de
letras, sopa de palavras, dominós de palavras, e outros) de leitura e escrita;
Segundo MINEDH (2017, p.9), É importante olhar para as condições que propiciam a
criação de hábitos de leitura. Deve-se, para o efeito, criar e desenvolver o hábito de ler e
escrever, com a colaboração activa da sociedade e outros intervenientes. Eis algumas
formas que podem ser aplicadas na criação de hábitos de leitura:
Leitura em Casa: O contexto familiar de cada aluno influencia a sua atitude perante a
leitura. Assim, é preciso criar, no ambiente familiar, o gosto e o interesse pelos hábitos
de leitura. Para o efeito, deve-se sensibilizar os pais e encarregados de educação sobre a
importância do livro, para além de incentivá-los a lerem obras de autores
moçambicanos, tanto em Português como nas línguas moçambicanas.
Leitura na Escola: A escola desempenha um papel relevante no desenvolvimento de
práticas de leitura. É no âmbito deste contexto que o Currículo prevê três tipos de
leitura, a saber: (1) a leitura obrigatória, cujo objectivo é, no ambiente de sala de aula,
ensinar o aluno a ler e a interpretar diferentes tipos de textos propostos no livro do
aluno, tais como: histórias, cartas, poemas, textos didácticos, textos jornalísticos, etc.;
(2) a leitura complementar que tem como objectivo complementar e consolidar a leitura
obrigatória; e, finalmente, (3) a leitura de lazer que visa criar o gosto pela leitura através
do encorajamento dos alunos à leitura de textos do seu agrado, dentro ou fora da escola.
Perante as dificuldades de leitura e da escrita, Arends (2004), sustenta que para o aluno
poder aprender e estar activamente envolvido no processo de Ensino e aprendizagem, o
professor deve usar uma variedade de metodologias participativas, de modo a estimular
os alunos na sua tarefa de construção do conhecimento e no desenvolvimento das suas
habilidades da leitura e da escrita.
Ainda neste facto, recorrendo à Freire de Carvalho e Mendonça (2006), onde abordam
sobre as dificuldades de ensino e aprendizagem da leitura e da escrita nos níveis iniciais
de escolaridade, sustentam que os alunos precisam familiarizarem-se com as marcas de
segmentação da escrita e da leitura, fundamentando que esta aprendizagem deve ser
acompanhada pelas leituras em voz alta, apontando-se cada letra ou palavra lida e os
sinais de pontuação no final das frases.
Para Coutinho e Lisboa (2011), cada professor ainda tem muito a fazer, este deve mudar
as práticas, reforçar as formas alternativas de contribuir para a formação de cidadãos
responsáveis na sociedade da informação, do conhecimento e da aprendizagem. De
acordo com Barros (2013), cabe ao professor procurar e utilizar recursos educativos
diversos tendo como finalidade o desenvolvimento de atividades de aprendizagem e
experiências ricas, de forma a minimizar as dificuldades, e a aproximar os conteúdos
escolares das vivências e contextos reais dos alunos.
Buscando Reis (1995) na sua discussão sobre "Oralidade e Escrita", inclui no seu debate
metodologias de ensino e aprendizagem da escrita, onde defende que deve haver uma
formação numa atitude multicultural nos professores, capacitando-os sobre a
heterogeneidade social e cultural que se metamorfoseia no processo de ensino e
aprendizagem.
Metodologia:
O presente estudo irá se centrar numa pesquisa qualitativa na qual para Minayo (2002,
pp.21-22); Chizzotti (2008, pp.49-50), responde à questões particulares em ciências
sociais, preocupando-se com um nível de realidade que não pode ser quantificado, como
a subjectividade dos sujeitos envolvidos.
Segundo Bogdan & Biklen (1994), “o objectivo dos investigadores qualitativos é o de
melhor compreender o comportamento e experiência humanos. Tentam compreender o
processo mediante o qual as pessoas constroem significados e descrever em que
consistem esses mesmos significados.” (p. 70). Este estudo tem um carácter qualitativo,
orientando-se pelas características gerais que identificam este tipo de abordagem
metodológica, ele permitirá captar as percepções dos (as) professores (as); pais e
encarregados de educação e as práticas em torno da aprendizagem da leitura e da escrita
nas classes iniciais (1ª e 2ª) e 5ªclasse (onde o aluno é encarado como quem já tem o
domínio da leitura e da escrita) dentro do sistema de ensino e aprendizagem.
Bogdan & Biklen (1994) referem também que a investigação qualitativa é um plano
flexível, na medida em que os investigadores se baseiam em hipóteses teóricas e na
recolha de dados, que pode ser feita através de inquéritos por entrevista e relatórios de
observações diretas, e tem como último objetivo fazer uma análise de conteúdo com
base nos dados obtidos, dando respostas às questões formuladas inicialmente.
Atendendo a que a recolha de dados deste tipo de investigação é feita através de
entrevistas, definimos a mesma com base neste paradigma, pois uma investigação
qualitativa “implica uma ênfase sobre as qualidades e sobre os processos e significados
que não são examinados nem medidos experimentalmente” (Denzin & Lincoln, 2006, p.
23).
De forma a preservar a identidade dos participantes desta pesquisa, irá se optar por
omitir os respectivos nomes dos entrevistados e usar-se-á pseudónimos para se referir
aos participantes deste estudo.