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Matemática Na História e Etnomatematica - Figuras Monolineares e Traçado de Esteiras Rectângulares
Matemática Na História e Etnomatematica - Figuras Monolineares e Traçado de Esteiras Rectângulares
QUELIMANE
(MAIO, 2024)
Estudante: Jorge João Veloso
QUELIMANE
(MAIO, 2024)
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Classificação
Indicação correta da
Actividades por fórmula
Conteúdo 17.0
unidade
Passos da resolução
Resultado obtido
Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação 1.0
gerais paragrafo, espaçamento
entre linhas
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 6
3. CONCLUSÃO ........................................................................................................ 15
1.1. Objectivos
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1.2. Metodologia de pesquisa
Para a concretização dos objectivos específicos deste trabalho usou-se como metodologia de
pesquisa, a pesquisa bibliográfica, pois o presente trabalho foi de revisão de literatura,
portanto, efectuou-se uma pesquisa, através da consulta em Livros, artigos científicos,
apostilas didácticas relacionados com o tema em análise.
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2. SIMETRIA E MONOLINEARIDADE DOS LUSONAS
Os lusonas, são figuras monolineares compostas por um único traço contínuo, revelando uma
simetria bilateral perfeita. Essa característica os torna visualmente atraentes e
matematicamente intrigantes. Segundo Gerdes (2008), apesar de muitos Lusonas
representarem lendas, animais e fábulas o interessante já se percebe no início com a marcação
de pontos constituindo uma malha ortogonal para facilitar posteriormente a construção, ou
seja, até para preparar o terreno para realização do desenho já encontramos um traço do
pensamento matemático, como ilustrado nas figuras seguintes.
Ainda o mesmo autor, salienta que muitos Sona são simétricos e são traçados com apenas
uma linha. O livro analisará esta simetria e monolinearidade como valores culturais salientes.
Geometria Sona estudará as particularidades de classes de sona e os algoritmos geométricos
correspondentes para a sua construção. Revelar-se-á a construção sistemática de padrões de
base monolineares, tal como as regras de encadeamento e de eliminação para a construção de
sona monolineares. Supõe-se que os especialistas dos sona que inventaram estas regras
provavelmente soubessem por que elas são válidas, quer dizer, eles sabiam provar, duma
maneira ou doutra, a veracidade que as regras expressam (Gerdes, 2008, p. 15).
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Segundo o desenhador, é possível que um desenho seja simétrico sem ser monolinear, assim
como pode ser monolinear sem apresentar eixos de simetria. Para os Akwa Tuka Sona, a
monolinearidade e a simetria têm uma importância significativa, indicando que quem domina
ambas é considerado um mestre habilidoso na arte de desenhar nas areias. É plausível que os
desenhos contemporâneos que não seguem a monolinearidade possam ser resultado de uma
eventual perda nas técnicas tradicionais (D'Ambrósio, 2008).
Figura 3: Transformação
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Ao atravessar a grelha, o raio de luz reflecte-se tanto nos espelhos pequenos que encontra no
seu percurso como nos lados do rectângulo:
Segundo Mualacua (s/d, p. 44), os sona podem ser categorizados conforme o algoritmo
geométrico empregado em sua criação. Por exemplo, a disposição (9,10) na figura seguinte
ilustra o algoritmo utilizado para representar as marcas deixadas no solo por uma galinha em
fuga.
Conforme este procedimento, a galinha selvagem é identificada como fugitiva quando todos
os pontos da rede estão contidos dentro de uma única linha fechada. Caso contrário, a galinha
é considerada não fugitiva. Em termos gerais, a galinha selvagem é classificada como fugitiva
da rede se atende aos critérios a seguir:
1.
2. { }
3. { }
4.
5.
6.
10
Observa-se que a rede (9,10) acima satisfaz as condições mencionadas, daí que a galinha pode
ser considerada fugitiva na rede.
Existem diversas técnicas para o traçado de esteiras rectangulares, cada uma com suas
particularidades e desafios. Uma técnica comum envolve a utilização de uma grade
quadriculada, na qual os pontos de intersecção servem como base para a construção dos
padrões geométricos. Outra técnica utiliza réguas e compassos para desenhar linhas rectas e
ângulos precisos, criando formas geométricas complexas. Portanto, o etnomatemático Paulus
Gerdes (2008) concebeu um método para compreender o procedimento:
I. Começando com a primeira figura, observa-se que se trata de uma rede entrelaçada
composta por m linhas e n colunas.
II. Uma caixa é então colocada ao redor da figura.
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III. Ao remover o traçado, restam apenas os pontos. Isso pode ser imaginado como olhar
para uma caixa com pregos de cima.
IV. A ideia é emitir um feixe de luz vermelha a um ângulo de 45° a partir do lado,
directamente abaixo do ponto inferior esquerdo.
V. Esse feixe de luz se reflectirá em todos os lados em ângulos de 45°, seguindo um
caminho que define a forma rectangular da rede entrelaçada.
Conforme destacado por D'Ambrósio (2008, p. 7) citado por Mualacua (s/d, p. 54), a
Matemática, na verdade, possui raízes etnomatemáticas que remontam à Europa mediterrânea,
com contribuições das civilizações indiana e islâmica, e alcançou sua forma actual nos
séculos XVI e XVII, difundindo-se globalmente a partir desse período. Actualmente, a
Matemática adquiriu um carácter universal, especialmente devido ao domínio da ciência e
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tecnologia modernas desenvolvidas na Europa a partir do século XVII, influenciando os
currículos escolares em todo o mundo.
A inclusão dos sona na educação matemática e sua integração nos currículos africanos, como
no caso de Moçambique, promoverá a valorização e apreciação da cultura local, fortalecendo
o reconhecimento do valor da herança artística e científica do continente africano. Essa
abordagem reforça a ideia de que a Matemática está intrinsicamente ligada às diversas
culturas africanas (Gerdes, 2014, p. 43).
O etnomatemático Paulus Gerdes (2010), em sua obra “Da etnomatemática e arte - design e
matrizes cíclicas” (2010), destaca um exemplo de conscientização cultural durante a formação
de professores de Matemática. Gerdes propõe aos estudantes de diferentes regiões do país que
expliquem como as bases retangulares das casas tradicionais são construídas em suas regiões,
demonstrando a interconexão entre a prática matemática e as tradições culturais locais.
O desenho das esteiras rectangulares oferece uma rica oportunidade para o ensino e a
aprendizagem de diversos conceitos matemáticos, tais como (Coulon, 2010, p. 47):
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Geometria plana: O estudo das formas geométricas presentes nas esteiras, como
quadrados, triângulos e losangos, contribui para o desenvolvimento da noção espacial e da
geometria plana.
Proporcionalidade: A construção dos padrões geométricos nas esteiras exige atenção às
proporções entre as diferentes formas, desenvolvendo o raciocínio proporcional dos
alunos.
Fracções: As partes que compõem os padrões geométricos das esteiras podem ser
representadas por fracções, introduzindo esse conceito de forma lúdica e contextualizada.
A partir das esteiras rectangulares pode-se provar que a soma dos primeiros n termos de
números naturais é igual a:
, .
Na primeira diagonal tem um ponto. Na segunda dois e na terceira três; em seguida a diagonal
apresenta três, dois e um ponto respectivamente. Calculando temos:
Pode-se concluir através de uma indução matemática que soma dos primeiros n termos de
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3. CONCLUSÃO
Entretanto, a etnomatemática não se limita apenas à sala de aula. Ela pode ser aplicada em
diversos contextos, como museus, bibliotecas, centros culturais e comunidades. Através da
colaboração entre diferentes instituições e profissionais, podemos construir uma educação
matemática mais rica, humana e transformadora. Concluindo, a etnomatemática é um convite
para repensar o ensino da matemática, valorizando a cultura, a diversidade e os saberes dos
povos. Através da sua implementação, podemos construir uma educação matemática mais
significativa, relevante e engajadora para todos os alunos.
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3.1. Referências bibliográficas
D'Ambrósio, U. (2001). Etnomatemática: Lógica, ritmos e geometria do corpo. São Paulo, SP:
Cortez Editora.
D'Ambrósio, U. (2008). Etnomatemática: Raízes e ramos. São Paulo, SP: Cortez Editora.
Gerdes, P. (2008). Sona: A new mathematical model for pattern formation in natural and
artificial systems. Chaos: An Interdisciplinary Journal of Nonlinear Science, 18(3), 033117.
Coulon, A. (2010). Desenho geométrico: esteiras rectangulares. Rio de Janeiro, RJ: Editora
Ao Livro Técnico.
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