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(Res)silenciamento

Quando calar é mais do que falar:


Um processo em
Análise de Discurso Crítica
Sandro Xavier – Núcleo de Estudos de Linguagem e
Sociedade (UnB)
(Res)silenciamento - Quando calar é mais do que falar:
Um processo em Análise de Discurso Crítica

• Pesquisas em ADC:
– Narrativas da Violência: violência contra mulher conforme jornais
– As vozes de mulheres profissionais do sexo sobre a legalização do seu
trabalho: discurso e gênero
– Violência sexual contra crianças e adolescentes: uma análise de
discurso crítica no âmbito terapêutico
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Um processo em Análise de Discurso Crítica

• Em Narrativas, percebe-se o medo que gera silêncio:


A necessidade de colocar os verdadeiros agentes da violência em seus
devidos lugares é grande. Em muitas situações, as mulheres foram
colocadas como agentes dos processos que as levaram à morte. Sobre
isso, podemos perceber que estar no centro nem sempre é uma colocação
positiva:

“Quando alguém é o protagonista numa narrativa cotidiana, são


colocadas suas experiências e preocupações no refletor. Há aspectos
positivos e negativos para isto. Significa ser o centro da atenção,
certamente. Mas isto pode não ser uma coisa tão boa. Não é só uma
preocupação com receber elogios; alguma atenção que se receba pode ser
bem menos satisfatória.” (Mary Talbot)
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Um processo em Análise de Discurso Crítica

• No discurso das prostitutas, a necessidade de esconder-se é


ainda maior:
- Lidam com temas interditados como:
SEXO
VIOLÊNCIA
SEGREDO
COMÉRCIO ILEGAL
DROGAS (muitas vezes)
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Um processo em Análise de Discurso Crítica

• Para crianças envolvidas em abuso, há várias outros fatores:

– Crianças têm a obrigação de respeitar um adulto por ser criança e o


outro adulto. O tema, muitas vezes, não importa.
– A questão de gênero também atinge às crianças, mas em esferas
diversas.
– O tema da violência e do sexo traz interdição para falar do abuso.
– O violentador sabe e conta com isso tudo.
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Um processo em Análise de Discurso Crítica

• Uma conclusão:
Em primeira análise, entendo que o ressilenciamento poderia ser a volta
ao silêncio daquele que, estimulado por situações ou instituições diversas,
acreditou que sua situação poderia ser modificada por meio de sua voz,
com denúncias, explicações e relatos de fatos encobertos. Ao perceber a
impunidade e a volta da ameaça, o indivíduo pode considerar o fato de
calar-se mais vantajoso para sua integridade física, para proteção de seus
parentes ou para a simples manutenção da sua vida.
Esse processo pode gerar, sem dúvida, uma situação de poder, seja pela
identidade da criança ou adolescente, no sentido de ser alguém sem voz,
ou mesmo pela característica daquele que abusa dessa condição.
Resultado que pode se aplicar a quaisquer pessoas que tentam buscar sair
do silêncio, vítimas de abusos de poder diversos.

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