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Técnicas e Práticas de Comunicação e Relações Públicas

(TPCRP)

Módulo 1

A Comunicação

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CONTEÚDOS

1. Introdução ao estudo da comunicação

1.1 Estudo do processo de comunicação.

1.2 Questões em torno do sistema de comunicação.

1.3 Modelo de comunicação de Lasswell.

1.4 Os efeitos cognitivos da comunicação de massas.

1.5 Tipologia dos efeitos da comunicação de massas.

1.6 Comunicação organizacional.

1.7 Que Públicos para o efeito de agenda.

1.8 Agendas dos diferentes Mass Media.

1.9 Natureza e processos de Agenda-Setting.

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1.1 ESTUDO DO PROCESSO DA COMUNICAÇÃO

" A natureza deu-nos dois ouvidos e dois olhos, mas só


uma língua - com o fim de ouvir e ver mais do que
falar"
                                                         "Socrates, 469 - 399
ac"

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1.1 ESTUDO DO PROCESSO DA COMUNICAÇÃO

Vejamos o seguinte texto:

“ Um morador de uma cidade do interior de Minas me deu


conhecimento do fato: diz ele que há tempos um cientista local
passou telegrama para outro cientista, amigo seu, residente em
Manaus:
“Obsequio providenciar remessa 1 OU 2 macacos”.
Ficou aguardando, e o chefe da estação veio comunicar-lhe:
– Professor, chegou sua encomenda. Aqui esta o conhecimento
para o senhor assinar. Foi preciso trem especial.
E acrescentou:
– É macaco que não acaba mais!

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1.1 ESTUDO DO PROCESSO DA COMUNICAÇÃO

Ficou aterrado: o telégrafo errara ao transmitir “1 ou 2


macacos”, transmitira “1002 macacos”! E na estação, para
começar, nada menos que seiscentos macacos engaiolados
aguardavam desembaraço. Telegrafou imediatamente ao
amigo:
“Pelo amor Santa Maria Virgem suspenda remessa restante”.
Ia para a estação, mas a população local, surpreendida pelo
acontecimento, já se concentrava ali, curiosa, entusiasmada,
apreensiva:
– O que será que o professor pretende com tanto macaco?
(...)

http://www.litcult.net/os_escritores/fernandosabino

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1.1 ESTUDO DO PROCESSO DA COMUNICAÇÃO

Vamos analisar a situação de comunicação do texto

Quem enviou a mensagem?

Qual o meio que utilizou?

Para quem era a mensagem?

Qual era a mensagem?

A mensagem foi compreendida?

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1.1 ESTUDO DO PROCESSO DA COMUNICAÇÃO

Comunicar é transmitir/enviar aos outros as nossas ideias,


pensamentos, sensações, informações, através de diversos
meios de expressão. Para comunicar é necessário estar
disponível para ser capaz de receber e compreender.

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1.1 ESTUDO DO PROCESSO DA COMUNICAÇÃO

Quando penso em silêncio... posso não estar a comunicar


mas... se

Estou a utilizar meios de expressão

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1.1 ESTUDO DO PROCESSO DA COMUNICAÇÃO

Comunicar é transmitir mensagens, é informar.

Hoje a comunicação é fundamental para aproximar as


pessoas.

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1.1 ESTUDO DO PROCESSO DA COMUNICAÇÃO

Para haver comunicação é necessário haver um emissor, um


recetor e uma mensagem a ser enviada através de um

determinado código.

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1.1 ESTUDO DO PROCESSO DA COMUNICAÇÃO

Elementos do processo de Comunicação

11
 
1.1 ESTUDO DO PROCESSO DA COMUNICAÇÃO

Elementos do processo de Comunicação

Emissor Mensagem Receptor Código Canal

É aquele que Ou É um É o meio


A informação
envia a destinatário conjunto de físico ou
transmitida
mensagem é aquele sinais e técnico por
que recebe regras onde circula
a organizados a mensagem
mensagem

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1.1 ESTUDO DO PROCESSO DA COMUNICAÇÃO

•Emissor / Fonte / Codificador


•Código
•Mensagem
•Canal
•Recetor / Descodificador

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1.1 ESTUDO DO PROCESSO DA COMUNICAÇÃO

Emissor – Sujeito (individual ou colectivo) que envia a mensagem ou o


mecanismo que emite ou transmite a mensagem.

Fonte – Pessoa singular ou plural que se empenha na comunicação; é ela


que inicia, dá origem ao processo comunicativo e procede à codificação
das suas ideias, objectivos.

Codificação – Operação efectuada graças ao conjunto de habilidades


motoras do codificador que lhe possibilita construir mensagens segundo
um código compreendido pelo emissor e pelo receptor. Operação que
permite ao emissor escolher um código, seleccionar e combinar os
respectivos signos.

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1.1 ESTUDO DO PROCESSO DA COMUNICAÇÃO

Código – Conjunto de símbolos com significado, organizados segundo


certas regras, aceites pelo emissor e pelo receptor. O código tem que ser
comum a ambos.

Mensagem – Conjunto de informações agrupadas e estruturadas que o


emissor transmite, sob a forma de sinais ou signos, a um receptor. É o
objecto da própria comunicação.

Canal – Suporte físico que assegura a passagem da mensagem do


emissor para o receptor, através do tempo e do espaço.

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1.1 ESTUDO DO PROCESSO DA COMUNICAÇÃO

Receptor – Sujeito (individual ou colectivo) que recebe a mensagem ou


o mecanismo que recebe a mensagem e procede à respectiva
descodificação.

Descodificação – Operação efectuada graças ao conjunto de


habilidades sensoriais e nervosas do descodificador que lhe possibilita
decifrar a mensagem enviada pelo emissor. Operação que permite ao
receptor compreender e interpretar, com base num código comum ao
emissor e recetor, os signos que compõem a mensagem que recebeu.

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1.1 ESTUDO DO PROCESSO DA COMUNICAÇÃO

Feed-back – Informação de retorno ao emissor sobre o efeito que a


mensagem está a causar no receptor e sobre as condições de recepção
da mensagem.

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1.1 ESTUDO DO PROCESSO DA COMUNICAÇÃO

Esquema Físico da Comunicação

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1.1 ESTUDO DO PROCESSO DA COMUNICAÇÃO

Esquema Psicológico da Comunicação

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1.1 ESTUDO DO PROCESSO DA COMUNICAÇÃO

A mensagem é como uma moeda tem sempre duas


faces:

Existe a mensagem tal como é vista pelo emissor


codificador e a mensagem tal como é vista pelo receptor
descodificador.

As duas não são necessariamente iguais.

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1.1 ESTUDO DO PROCESSO DA COMUNICAÇÃO

Todo ato de comunicação tem um objetivo principal (geral):

informar algo a alguém. Entretanto, as diversas situações

comunicacionais atendem a objetivos específicos, que

cumprem funções distintas, a depender da ênfase dada a

cada um dos elementos da comunicação.

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1.1 ESTUDO DO PROCESSO DA COMUNICAÇÃO

A mensagem é uma expressão quase sempre imperfeita e

incompleta das intenções de comunicação do emissor. O

ajustamento entre os conteúdos que o emissor pretendeu

pôr na mensagem e aqueles que são percebidos pelo

receptor nunca é perfeita, pelo que de tudo o que é

comunicado apenas uma parte é correctamente entendida.

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1.1 ESTUDO DO PROCESSO DA COMUNICAÇÃO

oral
Linguagem verbal
escrita

sons
gestos
Linguagem não verbal
sinais
imagens

Linguagem mista Associação da comunicação verbal


com a não verbal, i.é, utiliza-se ao
mesmo tempo a imagem e a palavra

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1.1 ESTUDO DO PROCESSO DA COMUNICAÇÃO

Linguagem verbal
A linguagem verbal, pode ser falada ou escrita.

"Se falares a um homem numa linguagem que ele compreenda,


a tua mensagem entra na sua cabeça. Se lhe falares na sua
própria linguagem, a tua mensagem entra-lhe diretamente no
coração."
Autor - Nelson Mandela

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1.1 ESTUDO DO PROCESSO DA COMUNICAÇÃO

Linguagem não- verbal

A comunicação gestual é um meio que possibilita


pessoas com deficiência auditiva de comunicarem
entre si.

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1.1 ESTUDO DO PROCESSO DA COMUNICAÇÃO

Linguagem mista

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Funções da Comunicação

1. Função de Informação
As pessoas sentem necessidade de obter conhecimentos e também de os
transmitir. É necessário difundir os conhecimentos para que seja possível
formular opiniões e juízos acerca da realidade que nos rodeia e que vai
evoluindo.

2. Função de Persuasão e de Motivação


Na relação interpessoal é vulgar querer-se que os outros ajam como se quer
que ajam ou pensem de determinada maneira. Esta função está, de certo
modo, ligada ao controlo social e à necessidade de ajustar atitudes e

comportamentos, entre os membros de determinado grupo social .

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1.1 ESTUDO DO PROCESSO DA COMUNICAÇÃO

3. Função de Educação
Todo o ser, quando nasce, fica integrado numa sociedade, que está interessada
em dar, ao novo ser, a sua herança social e cultural. Esta vai-lhe sendo
comunicada e ele experimenta-a, ao longo da sua existência, estando sujeita a
controlo e vigilância, pelos transmissores.

4. Função de socialização
Esta função, bastante ligada à anterior, permite a integração de sujeitos nos
grupos. Permite a troca e a difusão de informações, assim como dos dados da
experiência. Através desta função, o sujeito aprende a vivência das regras e das
normas da sociedade, fazendo-as suas.

5. Função de distração
Esta função varia com as culturas e será tanto mais diversificada e utilizada
quanto mais elevada for a qualidade de vida dos grupos.
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1.2 QUESTÕES EM TORNO DO SISTEMA DE
COMUNICAÇÃO.

No dia-a-dia são inúmeras as vezes que, embora nos tenhamos


expressado claramente, usando o código adequado, não conseguimos
estabelecer comunicação real e efetiva.

Porquê?
Porque existem fatores pessoais, psicológicos que facilitam ou
dificultam a comunicação

Na sociedade, situamo-nos em regra dentro de grupos. Esses grupos


geram tensões emocionais: simpatia ou antipatia pelo orador, pelo
assunto, dúvidas, ansiedades, suspeitas, invejas, essas tensões,
favoráveis ou desfavoráveis, facilitam ou dificultam a comunicação.
Essas tensões transformam-se em fatores favoráveis à comunicação
ou em barreiras inultrapassáveis à comunicação.
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1.2 QUESTÕES EM TORNO DO SISTEMA DE
COMUNICAÇÃO.

Os fatores de índole pessoal assumem importância excecional na


comunicação oral. Há pessoas com mais facilidade que outras em
expor as suas ideias, a defendê-las ou fazer com que os outros as
aceitem.

A aparência pessoal, postura e o movimento corporal, o contacto


visual, a expressão facial, a voz, são fatores de índole pessoal do
orador que facilitarão, ou dificultarão a receção e aceitação da
mensagem por parte dos recetores.

Por outro lado, os fatores de ordem psicológica também afetam a


comunicação, tais como: educação, cultura, crenças, normas sociais,
religião, a deformação profissional e o medo

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BARREIRAS À COMUNICAÇÃO

Podemos concluir que:


Em todo processo da comunicação existem barreiras que servem
como obstáculos ou resistência à comunicação entre as pessoas.

Barreiras variáveis indesejáveis que intervêm no processo e


que o afetam negativamente, fazendo com que a mensagem tal
como é enviada se torne diferente da mensagem tal como é
recebida.
Barreiras Pessoais
Barreiras Internas
Barreiras Semânticas

Barreiras Físicas Barreiras Externas

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Barreiras Pessoais: são as interferências que decorrem das
limitações, emoções e valores humanos de cada pessoa.

Exemplo: sentimentos pessoais, motivações pessoais, pouca atenção, hábitos


pessoais

Barreiras Físicas: são as interferências que ocorrem no ambiente


em que acontece o processo de comunicação.

Exemplo: espaço físico, ruídos ambientais, distância física, ambiente


de trabalho

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Barreiras Semânticas: são as limitações ou distorções
decorrentes dos símbolos por meio dos quais a comunicação é feita.

Exemplo: interpretação e significado de palavras, interpretação do idioma,


significado de sinais e símbolos, descodificação de gestos, gírias e expressões
populares

Estes três tipos de barreiras podem ocorrer simultaneamente,


fazendo com que a mensagem seja filtrada, bloqueada ou
distorcida.

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Aspetos fundamentais a serem observados na
comunicação
Cuidados com a voz: a voz é o veículo da linguagem falada e
portanto deve merecer especial atenção por parte do emissor da
comunicação;

Usar vocabulário adequado (comunicar não é falar palavras


difíceis);

Respeitar a correta pronúncia das palavras;


Controlar a intensidade da voz;

Evitar erros de concordância verbal;


Evitar erros gramaticais;

Diminuir o número de gírias;

Observar postura corporal;

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Tomar atenção à gesticulação como forma de complemento da
linguagem falada;

Comunicar não é falar muito, mas sim, falar na ocasião oportuna


de maneira clara e precisa;

Comunicar não é só falar continuamente, mas também ouvir o


que os outros têm a dizer.

Saber ouvir implica:

Demonstrar interesse;

Manter contacto visual;

Estar consciente de sua linguagem corporal;

Participar oportunamente da conversa;


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1.3 MODELO DE COMUNICAÇÃO DE LASSWELL

O cientista político Harold Lasswell desenvolveu um modelo


comunicativo.

Para Lasswell, compreender o alcance e efeito das mensagens


transmitidas pela imprensa requer responder às seguintes questões:
Quem? - Diz o Quê? - A Quem? - Através de que Meio? - Com
que Finalidade?

A importância deste modelo reside no facto de fazer uma referência a


todos os ingredientes do processo de comunicação e de sugerir o
modo como se inter-relacionam.

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1.3 MODELO DE COMUNICAÇÃO DE LASSWELL

Quem – Refere-se àquele que inicia a comunicação, o Emissor.

Diz o Quê – É a Mensagem, elemento indispensável ao processo de


comunicação. A comunicação só tem sentido se o emissor tiver algo a
comunicar ao recetor.

A Quem – Refere-se àquele que se constitui no mais importante dos


elementos do processo de comunicação, o Recetor.

Através de que Meio – Constitui a referência direta do modelo ao


Canal, isto é, ao veículo utilizado na transmissão da mensagem.
A utilização/escolha do canal é condicionada por inúmeros fatores,
nomeadamente, os relacionados com as características do emissor e do recetor e
com o próprio conteúdo da mensagem.
37
1.3 MODELO DE COMUNICAÇÃO DE LASSWELL

Com que Finalidade – Traduz o Objetivo do emissor.


Ao iniciar a comunicação, o emissor pretende afetar o recetor, levando-o a realizar
determinadas ações ou a adotar certos comportamentos.
Nesta ação de “produtos-atitudes” reside, exatamente, o objetivo ou efeito
pretendido pelo emissor ao enviar a sua mensagem até ao recetor.

A análise do modelo de Lasswell mostra bem como a comunicação é um processo


cujo resultado depende da interação dos vários ingredientes que para ele
concorrem.

O sucesso da comunicação depende da correção das operações de


codificação e de descodificação, da escolha do canal adequado, das
capacidades do emissor e do recetor, do conteúdo da mensagem e também
da eliminação dos ruídos que afetam a sua fidelidade em relação à ideia do
emissor.
38
A comunicação é um processo cujo resultado depende da
interação dos vários ingredientes que para ele concorrem.

39
1.4 EFEITOS COGNITIVOS DA COMUNICAÇÃO DE MASSAS
e
1.5 TIPOLOGIA DOS EFEITOS DA COMUNICAÇÃO DE MASSAS

A comunicação interpessoal e a comunicação de massas

A comunicação interpessoal é uma forma de comunicação em que


a troca de mensagens se realiza entre duas ou um número reduzido
de pessoas. É a comunicação predominante entre grupo de amigos,
entre familiares e pequenas comunidades locais.

A comunicação de massas é a forma de comunicação em que as


mensagens são difundidas a partir de um centro emissor,
destinando-se a uma infinidade de pessoas cuja reação ou resposta
não é conhecida do emissor.

A comunicação de massa é a comunicação feita de forma industrial, ou


seja, em série para atingir um grande número de indivíduos, a sociedade
de massa. 40
1.4 EFEITOS COGNITIVOS DA COMUNICAÇÃO DE MASSAS
e
1.5 TIPOLOGIA DOS EFEITOS DA COMUNICAÇÃO DE MASSAS

O Homem dispõe de vários instrumentos naturais de comunicação,


através dos quais emite e recebe mensagens faladas e escritas,
que são:

•Os instrumentos de comunicação individuais

Os principais são:
são A fala; a escrita; a audição; a leitura.

Mas existem outros:


outros O riso ou o choro; o gesto; uma forma pouco
usual de vestir; um esfregar de mãos, etc.

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1.4 EFEITOS COGNITIVOS DA COMUNICAÇÃO DE MASSAS
e
1.5 TIPOLOGIA DOS EFEITOS DA COMUNICAÇÃO DE MASSAS
• Os instrumentos de comunicação nas empresas
Seminários;
Reuniões;
Entrevistas;
Cartas;
Relatórios;
Circulares;
Ordens de serviço;
Mails;
Etc

• Os instrumentos de comunicação em massa


Jornais;
Revistas;
Rádio;
Televisão;
Cinema;
Painéis de estrada;
Anúncios luminosos
Internet
Etc.
42
1.4 EFEITOS COGNITIVOS DA COMUNICAÇÃO DE MASSAS
e
1.5 TIPOLOGIA DOS EFEITOS DA COMUNICAÇÃO DE MASSAS

Os instrumentos/meios de comunicação de massa podem ser usados


tanto para fornecer informações úteis e importantes para a
população, como para alienar, determinar um modo de pensar,
induzindo certos comportamentos e aquisição de certos produtos.

Em geral, os meios de comunicação dos "mass media" tornam-se


agentes que participam na formação das nossas atitudes.

Os meios de comunicação de massa são veículos, sistemas de


comunicação num único sentido. Esta característica distingue-os da
comunicação pessoal, na qual o comunicador conta com imediato e
contínuo feedback do recetor.

43
1.4 EFEITOS COGNITIVOS DA COMUNICAÇÃO DE MASSAS
e
1.5 TIPOLOGIA DOS EFEITOS DA COMUNICAÇÃO DE MASSAS

Efeito cognitivo da comunicação de massas

Conjunto das consequências que derivam da ação mediadora


dos meios de comunicação de massas sobre os conhecimentos
partilhados por uma comunidade.

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1.4 EFEITOS COGNITIVOS DA COMUNICAÇÃO DE MASSAS
e
1.5 TIPOLOGIA DOS EFEITOS DA COMUNICAÇÃO DE MASSAS

A Teoria Hipodérmica
Mais do que um modelo sobre o processo de comunicação é uma teoria
elaborada segundo a psicologia behaviorista (cujo objetivo era o estudo
dos conteúdos psicológicos através das manifestações observáveis).

Segundo esta teoria, o sistema de ação que distingue o comportamento


humano deve ser decomposto, pela ciência psicológica, em unidades
compreensíveis, diferenciáveis e observáveis.

“Estímulo e resposta parecem ser unidades naturais em cujos


termos pode ser descrito o comportamento”.
A unidade estímulo/resposta exprime os elementos de qualquer forma
de comportamento.
45
1.4 EFEITOS COGNITIVOS DA COMUNICAÇÃO DE MASSAS
e
1.5 TIPOLOGIA DOS EFEITOS DA COMUNICAÇÃO DE MASSAS

Assim:
A teoria hipodérmica estudou o fenómeno dos media a partir de
premissas behavioristas. O seu modelo comunicativo é baseado no
conceito de "estímulo/resposta":

Quando há um estímulo (uma mensagem dos media), este atinge


o indivíduo sem encontrar resistências.

A teoria hipodérmica, ligada em 1924 à arte de influenciar, defendia


uma relação direta entre a exposição às mensagens e o comportamento:

se uma pessoa é apanhada pela propaganda, pode ser controlada,


manipulada, levada a agir.

46
1.4 EFEITOS COGNITIVOS DA COMUNICAÇÃO DE MASSAS
e
1.5 TIPOLOGIA DOS EFEITOS DA COMUNICAÇÃO DE MASSAS

Principais aspetos da teoria hipodérmica

•Abordagem positivista da comunicação.

•Desenvolvida durante o período das duas grandes guerras.

•É um modelo que surge muito influenciado pelo desenvolvimento das


telecomunicações e vai refletir a importância que é atribuída à noção de
massa – sociedade de massa.

•Reflete sobre o papel da propaganda na comunicação.

•Os media são o estímulo que provocam determinadas respostas 


têm um grau de manipulação muito elevado.
47
1.4 EFEITOS COGNITIVOS DA COMUNICAÇÃO DE MASSAS
e
1.5 TIPOLOGIA DOS EFEITOS DA COMUNICAÇÃO DE MASSAS

A teoria hipodérmica é muito simplista porque não

tem em conta que as pessoas são individuais e

recebem as mensagens de acordo com seu grau de

instrução, cultura , conhecimentos e vontade de as

receber.

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1.4 EFEITOS COGNITIVOS DA COMUNICAÇÃO DE MASSAS
e
1.5 TIPOLOGIA DOS EFEITOS DA COMUNICAÇÃO DE MASSAS

Podemos concluir que:

Nenhuma teoria sobre a comunicação será definitiva.

A cada novidade surgida nos meios de comunicação, podemos ter uma


nova teoria, que será substituída por outra, mais nova, contestando a
anterior.

 Nada em comunicação será definitivo, principalmente nos dias atuais


em que a tecnologia existente torna-se obsoleta em questão de dias e a
comunicação torna-se cada vez mais ágil, atingindo as pessoas com
toneladas de informação sobre um mesmo assunto.

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COMUNICAÇÃO
ORGANIZACIONAL
A comunicação organizacional envolve a transferência de informações
através de hierarquia.

Pode assumir um caráter :


• informal
• formal e escrito.

Este é um processo através do qual a informação é transmitida numa


organização e também do qual surgem as relações entre os indivíduos
que dela fazem parte.

A comunicação entre os diferentes elementos de uma organização


fazem com que a informação circule e as relações sejam criadas.
50
1.6 COMUNICAÇÃO
ORGANIZACIONAL Comunicação Formal
Na comunicação formal a mensagem é enviada, transmitida e
recebida através de um padrão de autoridade determinado pela
hierarquia da empresa, conhecido por “cadeia de comando”.
Neste tipo de comunicação não se tem em conta os sentimentos e
valores inerentes à organização social através dos quais os indivíduos
ou grupos são diferenciados e integrados de maneira informal.

Existem três trajetos de comunicação formal:


Comunicação descendente
Comunicação ascendente
Comunicação horizontal e lateral

51
Trabalho de pesquisa:

1 – Diga o que entende por comunicação organizacional.

2 – Distinga comunicação formal de comunicação


informal.

3 – Distinga os diferentes tipos de comunicação formal.

52
Trajeto Descendente

A comunicação descendente segue a linha de informação desde o


topo hierárquico até ao centro, ou seja permite aos superiores
serem uma referência, exemplo no desenvolvimento da empresa.

Este tipo de comunicação relaciona-se muitas vezes com a


orientação e o controle do desempenho, onde os superiores
atribuem tarefas, instruem e avaliam os subordinados.

Interessa em particular à interpretação da política dos diretores


através dos vários departamentos, em relação aos executores que
desempenham as tarefas.
53
1.6 COMUNICAÇÃO
ORGANIZACIONAL

A comunicação descendente visa dar informação geral sobre


cultura, o negócio e a estratégia da empresa.

Nesta última década houve um crescimento na utilização da


comunicação descendente, este crescimento nota-se mais nas
empresas de pequenas dimensões.

54
1.6 COMUNICAÇÃO
ORGANIZACIONAL
Trajeto Ascendente

Na comunicação ascendente a informação circula no sentido dos


empregados, ou seja, circula da base para o topo, quer
individualmente ou em grupo.

 É um tipo de comunicação que permite aos níveis hierárquicos


inferiores intervirem na resolução de problemas encontrados no seu
trabalho, dando a conhecer as suas necessidades, desejos,
sentimentos, opiniões.

55
1.6 COMUNICAÇÃO
ORGANIZACIONAL
O fluxo ascendente garante que as boas ideias, as queixas e
outras questões importantes vindas de baixo sejam devidamente
consideradas quando se entra em ação nos níveis competentes.

 Esta comunicação geralmente é menos adequado na grande


maioria das empresas do que as comunicações descendentes.

 Alguns métodos têm sido utilizados para melhorar as


comunicações ascendentes nas empresas, tais como as reuniões
grupo planeadas entre empregados, conversas informais superiores
entre outros.

56
1.6 COMUNICAÇÃO
ORGANIZACIONAL
Trajeto Horizontal e Lateral

A comunicação entre as linhas de departamentos muitas vezes


fornece dados para a coordenação e resolução de problemas.

O trajeto lateral refere-se à comunicação entre diferentes níveis


hierárquicos em diversos departamentos.

O trajeto horizontal refere-se à comunicação com pessoas de igual


nível hierárquico, mas que trabalham em outros departamentos.

57
1.6 COMUNICAÇÃO
ORGANIZACIONAL
Comunicação Informal

As comunicações informais ocorrem fora dos canais formais de

comunicação.

 Este sistema de comunicação dentro de uma empresa é geralmente

denominado “cacho de uva” pelo seu aparente crescimento e

desenvolvimento casual em cadeias de segmentos através de grupos

sociais.

58
1.6 COMUNICAÇÃO
ORGANIZACIONAL

Tem origem na necessidade do indivíduo conviver com os demais

seres humanos. Como, por exemplo, quando alguém entra em um

novo ambiente de trabalho, certamente apresenta elevado interesse

em estabelecer relações satisfatórias informais com os seus novos

companheiros de trabalho. Esta necessidade será realizada através das

ligações que se estabelecem na organização informal e no seio dos

grupos onde estes mesmos se formam.

59
1.6 COMUNICAÇÃO
ORGANIZACIONAL
Este tipo de comunicação é o que mais afeta as organizações.
Restringi-la a canais aceitáveis apenas formalmente, pode
conduzir a uma ausência de transmissão de mensagens.

Através da cadeia formal uma mensagem de uma secção para


outra pode demorar muito tempo até ser transmitida, fazendo
com que o cliente possa vir até a perder o interesse. Por isso
existe a comunicação informal para não existir esses problemas e
para tudo acontecer mais rápido.

60
1.6 COMUNICAÇÃO
ORGANIZACIONAL
A comunicação informal pode tomar uma de quatro formas:

 Pessoa a pessoa (transferência de informação de pessoa a


pessoa);
 Bisbilhotice (transferência de informação pessoalmente e em
rede);
 Ao acaso (transmissão de informação ao acaso sem a preocupação
de quem a recebe, e assim sucessivamente);
 Cachos (transmissão de informação seletiva, ou seja, o emissor
seleciona o recetor).

61
1.6 COMUNICAÇÃO
ORGANIZACIONAL

62
1.6 COMUNICAÇÃO
ORGANIZACIONAL

63
1.6 COMUNICAÇÃO
ORGANIZACIONAL
Em síntese:
A Comunicação não é apenas falar às pessoas, é necessário
compreendê-las. O facto de não usar a palavra e optar pelo silêncio,
também é uma forma de comunicar.
Muitas das vezes a eficácia da comunicação não é conseguida como se
pretende, uma vez que existem diferentes fatores de ruído que
distorcem e interferem na transmissão da mensagem. Para além do
ruído, como problema de comunicação, a interpretação da mensagem
pela pessoa que o transmite torna-se também uma das maiores
barreiras ao cumprimento de um circuito eficaz a nível
comunicacional.

64
1.7 Que Públicos para o efeito de agenda
1.8 Agendas dos diferentes Mass Media.
1.9 Natureza e processos de Agenda-Setting.

 Guardamos em nossa memória uma série de informações que,


repentinamente, lançamos mão.
 Os meios de comunicação influenciam o receptor não a curto
prazo, como boa parte das antigas teorias pressupunham, mas
sim, a médio e longo prazos;
 No fluxo contínuo das informação verifica-se que o processo
de informação e de comunicação não é um processo
fechado;
 As teorias clássicas fazem recorte e fragmentam a realidade;
 As avalanches de informação conduzem-nos ao processo de
entropia;

65
1.7 Que Públicos para o efeito de agenda
1.8 Agendas dos diferentes Mass Media.
1.9 Natureza e processos de Agenda-Setting.

A Teoria do Agendamento é uma teoria de Comunicação formulada


na década de 1970.

A Teoria do Agendamento estuda o poder de agenda dos meios de


comunicação, ou seja, a capacidade que estes possuem para evidenciar
um determinado assunto. Para isso, investiga a importância dos media
como mediadora entre o indivíduo e uma realidade da qual este se
encontra distante.

66
1.7 Que Públicos para o efeito de agenda
1.8 Agendas dos diferentes Mass Media.
1.9 Natureza e processos de Agenda-Setting.

A teoria explica a correspondência entre a intensidade de


cobertura de um facto pelos media e a relevância desse facto para
o público. Demonstrou-se que esta correspondência ocorre
repetidamente.

Através dos media, as audiências não só são informadas sobre


assuntos de interesse público, mas também são condicionadas
sobre o grau de importância que devem atribuir a um assunto,
pela visibilidade que os media lhe conferem.

67
1.7 Que Públicos para o efeito de agenda
1.8 Agendas dos diferentes Mass Media.
1.9 Natureza e processos de Agenda-Setting.

 Os meios de comunicação, embora não sejam capazes de impor


o que pensar em relação a um determinado tema, são capazes
de, a médio e longo prazo, influenciar sobre o que pensar e falar,
o que motiva a hipótese de agendamento;

 Dependendo dos assuntos que venham a ser agendados pelas


mídias, a médio e longo prazos, o público passa a inclui-los nas
suas preocupações;

 A agenda da mídia termina por se constituir em uma agenda


individual e mesmo uma agenda social;

68
1.7 Que Públicos para o efeito de agenda
1.8 Agendas dos diferentes Mass Media.
1.9 Natureza e processos de Agenda-Setting.

A função de agendamento é um processo de três níveis:

1.Agenda Mediática – questões discutidas nos media;

2.Agenda pública ou da Sociedade Civil – questões discutidas e


pessoalmente relevantes para o público;

3.Agenda de Políticas Públicas – questões que gestores públicos


consideram importantes.

69
1.7 Que Públicos para o efeito de agenda
1.8 Agendas dos diferentes Mass Media.
1.9 Natureza e processos de Agenda-Setting.

A agenda, é assim, a orientação que os repórteres recebem


descrevendo que tipo de reportagem será feita, com quem deverão
falar, onde e como.

A agenda não é necessariamente escrita e nem sempre é


premeditada.

70
1.7 Que Públicos para o efeito de agenda
1.8 Agendas dos diferentes Mass Media.
1.9 Natureza e processos de Agenda-Setting.

O efeito do agenda-setting:
•Acumulação
capacidade que os media têm de dar relevância a um determinado
tema, destacando-o dos restantes conjunto de acontecimentos
diários;
•Consonância
apesar de suas diferenças e especificidades, os media possuem
traços em comum e semelhanças na maneira pela qual atuam na
transformação do relato de um acontecimento que se torna notícia;
•Omnipresença
um acontecimento que, transformado em notícia, ultrapassa os
espaços tradicionalmente ocupados a ele.

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1.7 Que Públicos para o efeito de agenda
1.8 Agendas dos diferentes Mass Media.
1.9 Natureza e processos de Agenda-Setting.

•Relevância
quando um determinado acontecimento é noticiado por todos os
diferentes media, independente do destaque que lhe seja atribuído;
•Frame Temporal
período de levantamento de dados das duas ou mais agendas (isto é, a
agenda dos media e a agenda pública, por exemplo);
•Time-lag
intervalo decorrente entre o período de levantamento da agenda dos
media e a agenda do público, ou seja, como se pressupõe a existência
e um efeito dos media sobre o público;
•Centralidade
capacidade que os media têm de colocar como algo importante
determinado assunto;
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1.7 Que Públicos para o efeito de agenda
1.8 Agendas dos diferentes Mass Media.
1.9 Natureza e processos de Agenda-Setting.

•Tematização
está implicitamente ligado à centralidade, pois é a capacidade de dar o
destaque necessário de modo a chamar a atenção.
•Saliência
valorização individual dada pelo recetor a um determinado assunto
noticiado;
•Focalização
maneira pela qual os media abordam determinado assunto, utilizando
uma determinada linguagem, recursos de editoração.

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