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Universidade Técnica de Lisboa

Faculdade de Motricidade Humana

Da Comunicação à Intrução
Pedagógica

Disciplina: Pedagogia do Desporto I


Docente: António Rosado
Considerações gerais

„ “ (…) Uma organização humana é simplesmente


uma rede comunicacional, se a comunicação falha,
uma parte da estrutura organizacional falha” (Wiio,
1995).
AS DIMENSÕES DO PROCESSO DE
COMUNICAÇÃO
“Troca de informação entre o emissor e o receptor/audiência e a influência
(percepção) de significado entre as pessoas envolvidas no processo” Bowditch
& Buono, 1994; Kreiner & Kinicki, 1998

“Acção de transmitir e receber mensagens, usando os meios e códigos


convencionados”. Dicionário de Língua Portuguesa Contemporânea

“Processo através do qual as pessoas se compreendem mutuamente”


Diciopédia
Codificação/descodificação
Mensagem
Meio
Contexto
SIGNIFICADO
Ruído Subjectivo

EMISSOR RECEPTOR
Funções da Comunicação
„ 1.Informação (facilitar as
aprendizagens).
„ 2.Motivação (ex:
apresentação de objectivos...)
„ 3. Controlo (Controlo do
comportamento dos atletas. Ex:
apresentar regras)
„ 4.Expressão
emocional (expressão de
frustrações ou satisfação).
Modos de abordar a comunicação
- O emissor é capaz de, clara e precisamente, traduzir os seus
pensamentos em palavras.
Unidireccional - O receptor pode atribuir a essas palavras o mesmo significado
que o emissor pretendeu imprimir- lhes.
- Não há necessidade de ligar ao feedback
Expressão Eficaz = Comunicação Eficaz
- Processo de dupla via envolvendo a interacção dinâmica do
emissor e receptor.
Circuito - Atender ao feedback, ouvir os receptores, ser aberto.
compreendê- los, adaptar as mensagens às suas características.
- A consideração das características, pontos de vista e reacções
dos receptores permite a compreensão entre as partes.
Compreensão entre Emissor e Receptor = Comunicação
Eficaz
Dança - Linguagem ambígua, várias interpretações da mesma palavra,
Metáfora da Dança – trata-se
de uma image m relativa aos
sedução.
jogos de comunicação que - Comunicação 100% pura impossível. Contextos similares,
recorre m à linguagem verbal e
não-verbal compreensão mínima.
- Os significados perfilados pelo emissor e receptor podem
divergir mas não impede a coordenação entre ambos.
Formula: Contexto x Conteúdo da mensagem = Significação
Dimensões do Processo de Comunicação

„ Emissor
„ Codificação
„ Mensagem
„ Canal
„ Descodificação
„ Feedback
„ Contexto
„ Ruído
Emissor

Pessoa, grupo ou organização que deseja ou pretende comunicar com


um determinado receptor.
- Emissores podem ser imaginados ou inferidos.
- Qualquer acontecimento, comportamento ou objecto pode ser
percepcionado como contendo uma mensagem. “Não se pode não
comunicar.”
“ (…) Tampouco podemos dizer que a comunicação só acontece quando
é intencional, consciente ou bem sucedida, isto é, quando ocorre uma
compreensão mútua.” (Walzlawick, 1967).

Paradigma da comunicação transparente: centrado sobre a fiabilidade e a eficiência


técnica, este paradigma dedica especial atenção à identificação dos bloqueios que
inibem a perfeita transmissão, elegendo como “boa” a comunicação em que o receptor
recebe exactamente a mesma mensagem que foi transmitida pelo emissor.
Codificação

A comunicação enceta-se quando o emissor traduz a sua ideia para


um código ou linguagem, que possa ser compreendido pelo
receptor. O código é um sistema de significados, comum aos
membros de uma cultura ou subcultura.

Algumas situações que contrariam o paradigma da transparência:


- O emissor recorre a um determinado código no pressuposto erróneo de que ele é
partilhado pelo receptor
- A ambiguidade verbal é intrínseca a determinadas culturas

- O código pode ele próprio constituir mensagem.


- Uma determinada palavra pode ter significados distintos.
Mensagem
O resultado da codificação é a mensagem – seja ela verbal ou
não verbal.

As mensagens poderão ser:

- Imaginadas ou inferidas

- Emitidas e/ou interpretadas independentemente da vontade

- Dependentes da sua forma de transmissão.


Selecção de um canal/Meio

Todas as mensagens atravessam algum tipo de canal. Meio através do


qual a mensagem é transmitida permitindo que o emissor e receptor
comuniquem. Exemplos: fax, correio electrónico, telefone,
comunicação directa, videoconferência, cartas,
telegramas, mensagens SMS, etc.
Diferentes tipos de Canais
Vantagem Desvantagem
Emitir e receber mensagens verbalizadas, Inexistência de um suporte
postura corporal, gestos e olhares. Entender duradouro, falhas nas informações
Comunicação o receptor. Transmissão de informação mais detalhadas.
cara a cara complexa, potencialmente emocional e
confidencial. Negociar, transmitir feedback.
Permite o rápido e privado contacto entre Não recebem sinais visuais da
pessoas geograficamente distantes. postura corporal, gestos e olhares.
Telefonemas Comportam a paralinguagem (entoação de Não apropriados para mensagens
voz, volume, acentuação, ritmo, suspiros). complexas e feedback mais
Apropriados para mensagens curtas e profundos.
confidenciais.
Maior formalidade. Adequadas para enviar Não comportam as mensagens
informação detalhada e ou mensagens de emitidas pela linguagem corporal,
Cartas toque pessoal. gestos e expressões faciais.
Exigentes tecnicamente
Endereçar mensagens rapidamente e a baixo Não comporta a linguagem
custo (mesmo de grande volume) a um corporal, o tom de voz, os gestos e
Correio grande numero de destinatários. Som e expressões faciais. Exigentes
electrónico imagem tecnicamente. Pouco apropriado
para influenciar, persuadir ou
vender. Pouco formalismo.
Combina imagem e som, sinais verbais e Não comporta a energia
não verbais, permite o feedback rápido, presencial, pelo que os níveis de
Videoconferência facilita o contacto de pessoas interacção social e participação
geograficamente dispersas. Economia espontânea são inferiores.
considerável em tempo de viagem.
Descodificação - criação do
significado
Consiste na tradução pelo receptor/audiência dos aspectos
verbais e não verbais da mensagem do emissor (efectivamente
efectuada por este ou presumida pelo receptor).

É através dela que o receptor interpreta a mensagem e lhe


atribui um significado.

RECEPTOR
(Padrões mentais,
valores, cultura, estado de
espírito)
+ MENSAGEM
= SIGNIFICADO
Várias situações podem acontecer no
processo de Descodificação:

- Interpretações diferentes para diferentes receptores


- Simulação de compreensão da mensagem
- Dificuldade de recepção pela vontade do emissor
- Significação criada pelo receptor sem que haja verdadeira mensagem
- Culturas nacionais
- Os efeitos da mensagem são opostos aos pretendidos, principalmente
quando não agradam aos receptores
- As emoções afectam o modo como as pessoas recebem e transmitem
as mensagens.
Feedback (retroinformação)

O feedback consiste na mensagem de retorno que o receptor


(transformando-se ele próprio em emissor) envia ao emissor de
origem.

Emissor Mensagem Receptor

CANAL

Feedback
Contexto

Totalidade das circunstâncias e dos factores históricos, sociais,


culturais, etc., que possibilitam ou determinam a produção ou
recepção de uma comunicação.

- As pessoas só podem “verdadeiramente” compreender-se se


partilharem contextos similares; Princípio do etc.

“Imagem auto-construída do mundo”

- A diferença de contextos pode gerar dificuldades comunicacionais


assinaláveis.

- Os comunicadores não podem presumir que as suas mensagens por


serem claras dão origem a interpretações inequívocas.
Ruído e Barreiras à Comunicação

O ruído representa tudo aquilo que interfere na


transmissão e recepção das mensagens, reduzindo a
fidelidade destas.

A comunicação ideal é aquela em que os significados


criados por emissor e receptor coincidem.
Comunicação
„ Inclui transferência de
significados de uma
pessoa para outra e,

„ Compreensão dessa
mensagem.
Algumas das principais barreiras “obstrucionistas” que
condicionam a transparência dos desejos e intenções na
comunicação:
Barreira Breve explanação Ilustração/causas
Percepção As pessoas tendem a desconsiderar Um estudante habituado a ser repreendido
selectiva as mensagens que colidem co m a pelo professsor tende a interpretar
sua perspectiva de vida. negativamente um elogio.
Diferenças As pessoas de diferentes culturas No Brunai é considerado obsceno apontar
culturais interpretam distintamente as com o dedo indicador.*
palavras e a linguagem não-verbal.
Ocorre frequentemente na - Para não prejudicar a sua imagem o
Filtrage m comunicação ao longo da cadeia professor não comunica o elevado nível
hierárquica. Distorção (nem sempre de indisciplina.
deliberada) da informação. - “Quem conta um conto acrescenta-lhe
um ponto”.
Sobrecarga de Excesso de informação, não é Os alunos têm dificuldade em captar as
comunicação possível absorver ou responder mensagens de um professor que fala
satisfatoriamente a todas as mu ito e ou depressa.
mensagens.
O mo mento que a mensagem é - O elogio é mais eficaz se realizado após
Contexto comunicada pode interferir nos seus o acto.
efeitos. - Chegar atrasado pode ser
temporal contraproducente, mas também revelar
poder e status.

Alguns costumes do Brunai:


Nunca cruzar as pernas, evitar mostrar a solas dos sapatos.
Nunca usar firmeza ao apertar a mão a alguém.
Evitar tocar alguém na cabeça ou dar palmadas nas costas e braços.
Evitar movimentos excessivos com braços e mãos.
Nunca assoar ou espirrar em público.
A Comunicação Não-Verbal
Mensagens não-verbais

São mensagens silenciosas que se


consubstanciam em aspectos como os
gestos, expressão facial, contacto
visual, modo de vestir, tom de voz, etc.
Pesam cerca de 90% na impressão
que se dá aos outros (Keenan, 2000).

“As pessoas altamente expressivas comunicam por intermédio


das suas expressões faciais, da voz dos gestos – de todo o
corpo. Esta capacidade permite-lhes emocionar, inspirar e
cativar os outros.” Goleman, 1998.
Mensagens não-verbais
Funções (Fiske, 1999)

„ Veiculam indícios acerca do comunicador

„ Permitem gerir o tipo de relacionamento com os


outros

„ Contribuem na troca de sinais acerca das emoções

„ Podem ser usadas para gerir impressões


Mensagens não-verbais
Complexidade

„ As mensagens não-verbais podem ser intencionais ou não

„ Podem estar fora do controlo da pessoa

„ As palavras seguem pensamentos enquanto a linguagem


corporal expressa as emoções e sentimentos
inconscientes
“as pessoas deixam fugir os seus sentimentos reais através das pernas, pés, mãos
e dedos e particularmente através dos olhos” - Lindstone (1995)
A Comunicação Não-Verbal
„ Podemos obter informação acerca dos outros
fazendo-lhes perguntas...
„ Resistência, auto-monitoragem,
enviezamentos da percepção....
„ Ou, atendendo ao seu comportamento não-
verbal.
„ Os outros obtém informação nossa também
desse modo (é impossível não comunicar).
A comunicação Não-Verbal
„ Códigos Naturais
„ Expressão facial
„ Movimento ocular
„ Gesticulação
„ Postura corporal
„ Cheiro
„ Entoação da voz
„ Códigos Artificiais
„ Modo de vestir
„ Ornamentação
„ Etc.
Canais Básicos de Comunicação Não-verbal

„ A face
„ 44 acções podem ser individualizadas sendo
visivelmente distintas e, em combinações,
constituem a mímica da face.
„ 6 expressões emocionais universais: ira,
raiva, fúria; medo, tristeza, desagrado,
repugnância; felicidade, satisfação; surpresa.
Canais Básicos de Comunicação Não-verbal

„ Os gestos

„ A postura

„ Os movimentos
Canais Básicos de Comunicação Não-verbal

„ O Contacto Ocular
„ Elevado – associação a sentimentos positivos;
é sinal de interesse e de atenção.
„ Excepção: hostilidade, se fixo durante muito
tempo.
„ Reduzido – associação a sentimentos
negativos, inimizade, timidez.
Canais Básicos de Comunicação Não-verbal

„ O contacto físico
„ Depende de quem toca
„ Da natureza do toque (prolongado, gentil ou rude)
„ Significa: afecto, entusiasmo, dominância, agressão....
„ Manipulações corporais
„ Toque ou manipulação do próprio corpo durante a
comunicação
„ Tensão, ambiguidade, conflito.
Comunicação Não-verbal
„ As expressões não-verbais estão mais perto de um
registo expressivo-emotivo, involuntário, ou
dificilmente interferível pela vontade.
„ São mais dificilmente falsificáveis.
„ São muito importantes na área da relação
interpessoal.
„ São vistas como mais autênticas, com maior
validade geral.
„ A interpretação fica, muitas vezes, dependente do
contexto em que ocorre.
„ Mensagens verbais e não-verbais devem ser
congruentes.
Escuta Activa
“Pedra de Toque” da eficácia comunicacional

„ Alguns autores sugerem que as competências no acto de


escutar representam a “pedra de toque” da eficácia
comunicacional – incluindo a dos professores e treinadores.

„ A competência em escutar é, no entanto, muito pouco


ensinada, sendo mais comum a formação em escrever e falar
(Nichols & Stevens, 1988; Rice, 1998).

“ Escutar envolve muito mais do que ouvir uma mensagem. Ouvir é


simplesmente a componente física do escutar. Escutar é o
processo de descodificar e interpretar activamente as
mensagens verbais. Escutar requer atenção cognitiva e
processamento de informação: ouvir não requer tal.Kritner &
Kinicki (1998)
Escuta Activa

„ Demonstrar interesse e concentração no que diz o


interlocutor.
„ Mostrar interesse genuíno na pessoa e suas ideias.
„ Actuar com empatia.
„ Afastar o desconforto usualmente gerado pelos silêncios.
„ Ser cuidadoso com a semântica.
„ Controlar os filtros emocionais.
„ Evitar ingressar na conversação com ideias pré-
concebidas.
„ Cultivar uma mente aberta
„ Colocar questões corteses e assertivas.
„ Prestar atenção à ideia que está a ser transmitida.
„ Focalizar a atenção
Da comunicação à instrução

António Rosado
Técnicas de Instrução
„ Técnica de instrução: Comportamentos de
ensino que fazem parte do repertório do
professor/treinador para comunicar
informação substantiva (Siedentop, 1991).
Dela fazem parte todos os comportamentos, verbais ou
não verbais (e.g. explicação, demonstração, feedback, entre
outras formas de comunicação acerca do conteúdo) que estão
intimamente ligados aos objectivos da aprendizagem.
„ Determinados modelos de ensino,
estratégias e métodos utilizam
preferencialmente diversas técnicas
instrucionais.
Técnicas de Instrução
„ Como transmitir os conhecimentos aos praticantes?
„ Que tipo de linguagem utilizar?
„ Como comunicar com eficácia?
„ Os professores e treinadores mais experientes
distinguem-se dos inexperientes no domínio das
estratégias de comunicação (Martens, 1999).
„ Clareza da informação e fornecimento de feed-back
apropriado são essenciais na eficácia do ensino (Werner e
Rink, 1987).
Técnicas de Instrução
„ Sinopse
„ Garantir a qualidade e a pertinência da informação.
„ Na apresentação da sessão
„ Na apresentação das tarefas motoras
„ Na reinstrução
„ No balanço final da sessão
„ Na construção de exposições orais
„ Na demonstração
„ Na gestão das intervenções dos atletas
„ Na utilização de meios auxiliares
„ Na comunicação não-verbal
„ No questionamento
„ No feed-back pedagógico
Da instrução à aprendizagem
„ As perdas de informação
podem chegar aos 40%.
„ Afunilamento instrucional
„ O que quero dizer
„ O que digo
„ O que o outro ouve
„ O que o outro
compreende
„ O que o outro retém
„ O que o outro responde
Recordamo-nos:
Scony-Vacuum Oil Co. Studies

„ 10% do que lemos


„ 20% do que ouvimos Abstrato
„ 30% do que vemos
„ 50-70% do que vemos e ouvimos
„ 80% do que dizemos Edgar
„ 90% do que fazemos. Dale
„ O que ouço esqueço
„ O que vejo recordo APZ
„ O que faço compreendo

Concreto
Taxa de esquecimento
„ Coisas ouvidas:
„ Ao fim de 3 horas: 30%
„ Ao fim de 3 dias: 90%
„ Coisas vistas:
„ 3 horas: 28%
„ 3 dias: 88%
„ Vistas e ouvidas:
„ 3 horas: 15%
„ 3 dias: 35%
A memória humana no processo de treino

„ Tudo envolve filtragem e processamento de


informação.
„ A teoria de George Millers “7±2”
„ A capacidade de processar informação é
reduzida.
„ O contexto é uma variável importante sobre a
memória.

Somos melhores a reconhecer do que a recordar as coisas.

Recordamos melhor imagens do que palavras.


O processo de persuasão das
mensagens instrucionais
„ A informação envolve
elementos informativos
mas, também, um efeito
persuasivo.
„ A sua influência
depende destas duas
dimensões.
A persuasão pode ser definida como uma sequência de fases

„ 1. Fase de exposição à informação


„ 2. Fase de atenção à informação
„ 3. Fase de compreensão
„ 4. Fase de aceitação ou rejeição
„ 5. Fase de persistência da mudança ou
retenção.
„ 6. Fase de acção

(McGuire, 1969)
Garantir a persuasão das
mensagens instrucionais
O processo persuasivo é determinado por cada um
dos elementos do processo de comunicação.

Fonte Canal Mensagem Receptor

Feed-back
A Persuasão das Mensagens
„ 1.Compreensibilidade
„ Muito complexa
diminui a
probabilidade de
compreensão e de
persuasão...
„ 2.Tamanho da mensagem
(nº de argumentos).
„ Quanto mais

argumentos mais
persuasiva
„ Evitar desconfiança
Persuasão das Mensagens
„ 3. Apelo ao Medo
„ Se existe alternativa a
dar.
„ 4. Bi-lateral ou Uni-lateral
„ Apresentar argumentos
contra e a favor tende a
ser mais persuasivo. Não
é regra.
„ 5. Retirar, ou não, conclusões
„ Levar a tirar conclusões é
mais persuasivo.
„ Só se não forem óbvias é
que devem ser incluídas.
Mensagens Mais Persuasivas
„ Enquadramento
„ Positivo vs negativo (negativo é mais
eficaz).Caso do Medo.
„ Questões retóricas
„ Questões implicam mais envolvimento cognitivo.
„ Vividness
„ Grau de vida que uma mensagem contém:
imagens, letras redondas, estilo de
apresentação...
Mensagens
„ Ordem de apresentação
„ Efeitos de primazia.

„ Efeito de recência.

„ Recorda-se melhor as
primeiras informações e
as últimas.
Outras fontes de acreditação da
mensagem
„ Credibilidade do Treinador
„ Expertise
„ Atractibilidade Física
„ Agradabilidade
„ Uma ou Várias Fontes
„ Semelhança com o receptor
„ Intenção de persuadir
„ Status/poder
Influência do canal na persuasão
„ Pessoal vs específicos
„ O canal pessoal é mais eficaz (mais atenção,
mais pistas, factores emocionais).
„ Atributos dos canais
„ Se é complexa é melhor escrita; audio-visual
tem mais aceitação que escrita.
Comunicar Melhor
„ Usar múltiplos canais (redundância através de canais diferentes reduz a
probabilidade de má compreensão).

„ Adaptar a mensagem aos praticantes.


„ Empatia (sensibilidade às necessidades, percepções, atitudes e emoções dos receptores. Pôr-se
no lugar deles).

„ Escuta Activa (atenção, interpretação e memorização das mensagens).


„ Contacto visual, expressões faciais adequadas e

meneios de cabeça afirmativos, evitar acções ou


gestos de distracção, fazer perguntas, usar
paráfrases, evitar interromper a pessoa que fala, não
falar ao mesmo tempo.
Qualidade da informação
„ 3 etapas básicas:
„ 1. Instrução
„ 2. Controlo
„ 3. Reformulação

„ 2 Tipos de instrução sempre presentes (ainda que


implícitas).
„ Informação sobre o conteúdo/matéria p.d.
„ Informação de organização.
Três passos principais

1. Estratégias de abertura ou actividades introdutórias


2. Estratégias e actividades de desenvolvimento ou estudo
3. Estratégias de Encerramento
Estratégias de Abertura
„ Diagnóstico da situação;
„ Criar motivação ou predisposição para a
tarefa ou aprendizagem;
„ Orientação no assunto a estudar ou aptidão a
desenvolver.
Introdução

Prontidão induzida: Técnica utilizada no início das sessões de modo a


preparar os atletas para a aprendizagem e estabelecer o elo de
ligação entre o conhecimento anterior dos alunos e a nova informação.

Organizador Prévio: Afirmações que o treinador faz antes da sessão de


modo a introduzir o novo assunto aos atletas.
A introdução de uma sessão
Possibilidades:
Enquadramento (prontidão induzida/motivação...)
1. Objectivo (utilidade, interesse, contributo para os objectivos
mais gerais...)
2. Relação com as sessões ou aprendizagens anteriores e/ou
posteriores
3. e/ou referir os pré-requisitos
Sumário (organizadores prévios/orientação no assunto a estudar
ou treinar)
1. Apresentação do conteúdo - Aspectos fundamentais
Introdução
5 Apresentação das condições de realização da
sessão
• Normas organizativas/ e… demonstração
• Combinar relembrar sinais, por ex.
• Constituição de grupos
• Combinar/relembrar sinais e regras de intervenção
dos estudantes.
6 Questionamento - Controlo do nível de
compreensão/ reformulação
7 Apresentação da 1ª actividade
2. Estratégias e actividades de desenvolvimento ou estudo

Análise e estudo/treino dos vários conteúdos


Organização do trabalho
Organização de ideias -Apresentação do conteúdo
ou componentes da tarefa
-Prática apropriada
-Prática gradual
-Orientação contínua
-Feedbacks
-Variação de estímulos
A apresentação da tarefa motora
„ Informação transmitida pelo professor aos alunos
acerca do que fazer e como fazer durante a prática
motora (Rink, 1994).

„ Influência os resultados da aprendizagem (Silverman et al.1995).

„ Informação referente ao que fazer e como fazer.

„ Indicar o significado da tarefa, importância e aplicação no


contexto do jogo ou competição.

„ Conteúdo informativo: explicito e conciso.

„ Indicar o essencial dos aspectos mais importantes de realização


da tarefa.
Apresentação da tarefa
„ Utilizar demonstração ou informação visual.

„ Utilizar palavras-chave:
„ Frases concisas, constituídas por uma ou duas
palavras...
„ Evitar a retenção de informação irrelevante
„ Condensar a informação e focar a atenção nos
elementos críticos.
Apresentar exercícios ou tarefas
motoras
„ 1. Explicar o objectivo, interesse, utilidade
„ 2. Identificar os critérios de êxito/avaliação
„ 3. Demonstrar (simultaneamente ou imediatamente a
seguir).
„ 4. Apresentar/demonstrar as condições de realização
(regras organizativas).
„ Planear as transições
„ Regras de segurança
„ Manipulação do material, etc.
„ 5.Apresentar variantes de facilidade / dificuldade.
„ 6.Verificar se compreenderam/ reformular se…
3. Estratégias e actividades de conclusão

Consolidação e revisão do aprendido


Integração do aprendido num âmbito mais
geral
Motivação
Encerramento da Sessão
„ Possibilidades:

„ 2 Funções: Cognitiva e Motivacional


„ Função Cognitiva
„ Indicadores:
„ Rever/consolidar os conteúdos leccionados
„ “Repetir”/sintetizar o essencial da aprendizagem da aula
consolidando as aprendizagens anteriores.
„ Destacar informação crítica para as aprendizagens que se
seguem.
„ Por instrução directa ou por questionamento sobre a
matéria dada
„ Verificar a compreensão - Questões directas/ tempo para
retirar dúvidas
„ Reformular aspectos essenciais
„ Fornecer FB técnicos colectivos/individuais
„ Procurar fazer balanços globalmente positivos.
Encerramento da Sessão
„ Função de Motivação
• Possibilidades:

• Solicitar apreciação da sessão. ” Correio dos leitores”.

• Dar indicações sobre a próxima sessão, ou as próximas


aprendizagens, destacar a progressão, convidar para
novas aprendizagens, propor novos desafios, destacar
situações futuras agradáveis e interessantes.

• “Cenas dos próximos capítulos” ou “no Próximo número”.


Encerramento
• Sublinhar as relações com sessões ou aprendizagens
anteriores, destacando o enquadramento, o sentido mais
geral, a progressão, os objectivos mediatos e a longo prazo.

• Realizar a “extensão dos conteúdos”: Enriquecimento


cultural e Extensão à realidade social. Curiosidades.

• Modelar comportamentos sociais (FB+, enc., interacções


pessoais, conversas particulares)

• e, preparar a próxima sessão (questões organizativas).


Um plano sequencial de aprendizagem deve considerar
estratégias e actividades de:
Motivação
Clarificação ou percepção
Verificação dos pré-requisitos necessários
Apresentação do conteúdo ou componentes da tarefa
Prática apropriada
Prática gradual
Orientação contínua
Feedbacks
Variação de estímulos
Método demonstrativo
(ou de instrução directa do Arends).
„ Privilegia o saber-fazer.
„ 3 Fases:
„ 1. Informação Inicial (verbal).
„ 2.Demonstração (execução).
„ 3.Realização pelos Praticantes (prática)
„ 4.Correção.
Método Demonstrativo
„ Decompor a tarefa em partes/operações
elementares.
„ Ordenação lógica (pedagógica) dessas
operações.
„ Informação anterior clara.
„ Competência na demonstração.
„ Qualidade do feed-back.
A demonstração como técnica de
ensino
„ Dirigido à aprendizagem no domínio do saber-fazer.
„ Um excelente meio para fornecer uma imagem motora.
„ Variáveis a gerir:
„ Escolha do modelo:
„ o treinador (imagem positiva de si e da atitude face às
práticas).
„ Um praticante: ef. de modelação e motivação.
„ Nível do modelo: um bom modelo
„ bom ou médio, nem sempre os muito bons.
„ passar por muitos estudantes, se possível.
„ “Se não sabe fazer não demonstra”
„ Demonstrar erros: um bom executante ou o treinador.
Destacar que se trata de demonstrar um erro. Evitar chamar os
maus praticantes a demonstrar.
A demonstração
„ Informação anterior: preceder a demonstração de uma explicação -
focalizar a atenção ou demonstrar e explicar simultaneamente.

„ Foco verbal: dizer antes para onde olhar.

„ Quantidade de informação: centração sobre poucos aspectos /


“uma coisa de cada vez”.

„ Relevância da informação: aspectos críticos.

„ Posição de observação: planear a posição dos observadores.


Todos vêem?

„ Distância de Observação: planear a distância de observação.


A demonstração
„ Perspectiva: decidir sobre a perspectiva de
observação/diferentes perspectivas/
„ Ex: de perfil, de frente, etc.

„ Âmbito: demonstrar o “todo” e/ou as “partes”.


Alternar total/parte/total.

„ Quantidade de repetições: nº de vezes a repetir a


demonstração.
A demonstração
„ Velocidade da Demonstração: realizar a
velocidade normal e, eventualmente, reduzida.
„ Local: de preferência, demonstrar no local onde se
vai concretizar a prática.
„ Condições materiais: planear os materiais
necessários e tê-los no local onde vão ser
necessários.
„ Segurança: Salientar as regras de segurança,
treiná-las.
„ Controlo:Retirar dúvidas no final.
Construir uma Exposição Oral

„ Objectivo: delimitar o objectivo.


„ Duração:prever a duração
„ Complexidade: Delimitar conteúdos e
profundidade/complexidade do seu tratamento.
„ Diagnóstico: considerar o perfil dos formandos.
„ Fases: 3 Momentos
„ Introdução
„ Explanação
„ Conclusão
Construir uma Exposição Oral

1. Apresentar uma síntese inicial


Introdução Apresentar objectivos e estabelecer a prontidão (predisposição)
2. Apresentar os conceitos a partir de exemplos e não-exemplos.
Apresentação de elos explicativos e novos exemplos
Apresentação de exemplos concretos retirados da experiência.
3. Testar a aquisição.
4. Generalizar a partir dos exemplos.
Explanação Análise do raciocínio e integração da aprendizagem
5. Apresentar novos exemplos ou demonstração
6. Generalizar, sintetizando
7. Sublinhar o interesse e a aplicabilidade

Conclusão
Uso de Exemplos
Apresentação e Sequência de Exemplos;
Métodos :
• - da regra-para-o- exemplo;
• - do exemplo-para-a-regra;
• -Técnica da regra-exemplo-regra

-Uso de melhores exemplos;


Os primeiros exemplos escolhidos deverão ser familiares
para o grupo.
O Ensino de Conceitos

„ Na apresentação directa: „ Na aquisição de conceitos:

„ Nomear o conceito e dar uma


„ Dar alguns exemplos que
definição; representem o conceito e
„ -Identificar atributos críticos e outros que o não façam;
dar exemplos e não-exemplos; „ Formular hipóteses sobre os
atributos do conceito e
„ Testar a compreensão do registar as suas opiniões
conceito
„ Quando conhecem o conceito
podem nomea-lo e descrever
o processo que usaram para o
identificar.
Qualidade das Prelecções
- 2 caminhos:
- Partir do particular, da experiência vivida, do concreto, para o
geral, para o abstracto (indução).
- Partir do geral para o particular (dedução).

„ Quantidade de Informação:Pouca informação de


cada vez.
„ Duração:Ser breve/ Só a informação mais
relevante/Focado nos objectivos
„ Linguagem: adaptada ao nível de compreensão
„ Personalização: ser pessoal (nomes e exp.
pessoais).
„ Vivacidade (grau de “vida” de uma mensagem)
Qualidade da Informação

- Retenção:
- Enfatizar os aspectos essenciais (entoação e
repetição/redundância).
- Marcar bem as partes da prelecção
- Controlo:
- Procurar ser visto, ver todos e ser ouvido por todos.
„ Prever a posição dos praticantes e do treinador.
„ Todos devem ser visíveis pelo treinador.
„ Dirigir o olhar regularmente para todos os praticantes
/auditório.
„ Todos devem ver o treinador
„ Colocação da voz
Qualidade da Informação

„ Velocidade de exposição ajustada.


„ Fluidez:Falar de forma fluida, sem pausas ou
interrupções desnecessárias.
„ Altura e tom de voz ajustados.
„ Linguagem clara e terminologicamente correcta
„ Gestão: Planear os momentos de exposição e a sua
duração (início da sessão, períodos de repouso e
transição, fim da sessão).
„ Gestão:Planear as condições necessárias
„ Espaço e material necessário...
„ Gestão: Combinar sinais de sinalização prévia de
intervenção (ex: levantar o braço).
Qualidade da Informação
„ Ser interessante, para manter a atenção...
„ Técnica do “Biquini” (pequenos, interessantes, cobrindo o
essencial).
„ Movimentação:Movimentar-se de forma dinâmica pelo
espaço.
„ Controlo da qualidade da informação:
„ Verificar o grau de compreensão da informação
• Reservar tempo para dúvidas e discussão
• Utilizar o questionamento.
Qualidade da Informação
„ Controlo Intermédio:fazer balanços intermédios – ponte entre a
matéria anterior e a que se vai seguir.

„ Ordenação da informação: Trabalhar a matéria principal, de cariz


teórico e intelectual logo no início.
„ 1º Conteúdo, 2º organização.
„ Ex: Se sabe logo que é preciso um parceiro vai logo à
procura...
„ Deixar para mais tarde a informação acessória.

„ Recorrer às fontes, explicar as diversas concepções e as razões


porque opta por uma no caso de opiniões divergentes.
Qualidade das Comunicações
„ Redundância q.b.

„ Remover distracções do ambiente

„ Garantir a atenção

„ Mensagens verbais congruentes com as mensagens não-


verbais.

„ Entusiasmo do treinador (discurso variado, rápido e com


inflexões vocais, exemplos demonstrativos, energia,
exuberância, movimentos com o corpo...)
Paralinguagem

Pode ser decisiva na comunicação e na persuasão.

„ Volume da voz
„ Ressonância (riqueza ou finura)
„ Articulação
„ Entoação/ritmo (ênfase posta em diferentes palavras).
Utilizar meios gráficos no decurso
das exposições
1 Grandes (“legíveis” por todos)
2 Atraentes
3 Só informação essencial
4 Complementar com imagens e texto
5 Acompanhar com exposição verbal
• Evitar ler o texto
6 Colocá-los perto de zonas de trabalho -
- ou deixar para consulta durante a prática.
Meios audio-visuais
„ Procure prender a atenção

„ Apresente questões e problemas de forma


gráfica.

„ Use cores, formas, posições e tamanhos


contrastantes.

„ Use sublinhados, linhas e outros destaques


sobre o essencial.
Meios auxiliares
„ Exemplos:
„ Quadro Preto, magnético, cavalete,
„ Cartazes
„ Retroprojector, acetatos,
„ Slides, projector
„ Vídeo,
„ Documentação de apoio
„ Saber produzi-los e utilizá-los com qualidade é
decisivo.
http://www.acm.org/crossroads/xrds3-3/color.html
Exemplos

What is the time? What is the time?

What is the time? What is the time?

What is the time?


Exemplos com cor

Dette er en test Dette er en test


Dette er en test Dette er en test
Dette er en test Dette er en test
Dette er en tast Dette er en test
Dette er en test Dette er en test
Dette er en test Dette er en test
Dette er en test Dette er en helt
Dette er en test Dette er en test
Dette er en test Dette er en test
Dette er en fest Dette er en test
Dette er en test Dette er en test
Dificuldades

„ Os meios audio-visuais podem distrair.

„ Trata-se de informação a 2 dimensões.

„ O campo de visão é limitado


Gestão das intervenções verbais
Gestão das intervenções (verbais) dos atletas

„ Regras de Intervenção:
„ Ex: Levantar a mão para intervir

„ Não permitir comportamentos desrespeitosos.


„ Interromper conversas privadas e paralelas e fazer
pontos de ordem.
„ Não deixar interromper os colegas.
„ Ensinar a aprender a ouvir os outros:
„ Ex: pedir para dizer o que pensa, em resumo, do que o
último acabou de dizer.
Gestão das intervenções dos atletas

„ Centrar e conter os mais divagadores.


„ Evitar referências marginais.
„ Evitar que alguns alunos dominem e outros não
intervenham.
„ Levantar questões pertinentes aos mais tímidos e
esquivos.
„ Tomar em conta as várias perspectivas.
„ Não ignorar nenhuma pergunta nem nenhuma resposta.
„ Integrar, na exposição, referências dos formandos.
Gestão das intervenções dos atletas

„ Apontar aspectos chave no quadro.


„ Acalmar tensões e conciliar pontos de vista,
esclarecendo os pontos de desacordo e
enfatizando os pontos comuns.
„ Não valorizar muito a participação se estão a
prestar atenção.
Gestão das intervenções dos atletas
„ Quando tentam “testar” o treinador:

„ Manter-se imperturbável.

„ Responder com firmeza, sem agressividade.

„ Brincar com a situação...


Responder às objecções complexas

„ Esclarecer, valorizar, argumentar e concluir.


„ 1. Pedir para esclarecer qual é especificamente a objecção
„ Evitar responder logo, evitar generalizar, dar tempo para
pensar, encontrar mais pistas de resposta na própria
objecção.
„ Perguntar qual é a resposta ao formando e/ou aos
estudantes (perguntas de ricochete).
„ 2.Valorizar: admitir a sua pertinência ou razão de ser.
ƒ Valoriza-se o conteúdo mas mais a pessoa, permite
ganhar o apoio do atleta.
„ 3. Argumentação.
„ 4. Conclusão de acordo com a perspectiva dos argumentos.
Produzir
documentos de
apoio
Produzir documentos de apoio
„ Decisivos:

„ Aquisições no plano dos conhecimentos (declarativos)

„ Estudo autónomo

„ Dar informação sem consumir tempo de aula


Que tipos de documentos ?

„ Sobre objectivos
„ Regras organizativas e disciplinares
„ Descrições técnico-tácticas.
„ Regulamentos
„ Sistema de avaliação
„ Planos individuais de trabalho
„ Documentos orientadores
„ Textos de apoio/livros/sebentas...
„ Registos de presenças/resultados/pontuações
„ Fichas - tarefa
„ Etc..
Produzir documentos de apoio
„ Como os organizar?

„ Esclarecer objectivos dessa documentação


„Eventualmente, apresentar objectivo,
interesse, utilidade.
„ Linguagem adaptada.
„ Sequência lógica de informação.
Produzir documentos de apoio
„ Captar o interesse e a atenção
„ partir de exemplos concretos ou imagens
„ Abstrair (do exemplo para a regra!)
„ mais exemplos (ou imagens).
„ Usar muitas ilustrações é sempre um bom
conselho!
„ Conter pouca informação: focagem no
essencial.
„ Texto interessante/documento atraente
„ “Sublinhar” aspectos essenciais: itálicos, bolds,
maiúsculas, etc.
Produzir documentos de apoio

„ Evitar texto denso


„ Espaçamento entre linhas, nº de linhas por página,
etc. devem ser pensados para facilitar a leitura.
„ Alternar figuras e texto
„ Utilizar figuras grandes, visíveis e nítidas.
„ Legendar as figuras
„ Terminologia e Redacção correctas
O caso das fichas-tarefa
Questões de concepção da ficha
„ 1.Objectivo da tarefa.
„ 2. Descrição, nome e imagem desta.
„ 3. Condições de realização.
„ 4. Critérios de êxito.
„ 5. Variantes de facilidade ou dificuldade..
„ 6. Regras de segurança ou outras.
„ Criar condições para que fiquem disponíveis durante
a prática.
„ Atraentes
Utilização dos documentos de
apoio
Técnicas de implementação

Estimular a leitura, o estudo, a consulta.

„ Fazer perguntas sobre os documentos.


„ Retirar dúvidas sobre estes.
„ Basear os momentos de informação neles.
„ Realizar fichas e pequenos testes formativos
„ Elogiar quem o fez.

- Criar o hábito da sua utilização -


O Método Interrogativo
O método Interrogativo
„ Baseia-se na aprendizagem com base em perguntas
feitas ao formando e posterior correcção do
formador.

„ Método demorado e muito exigente.

„ Pode ser usado isoladamente (maieutica de


Sócrates) mas é comum usar-se em conjunto com os
outros: para fazer uma avaliação inicial, para fazer
um balanço final, para garantir o controlo do
processo expositivo, por exemplo.
Método interrogativo
„ Não é, habitualmente, usado em
exclusividade: pode tornar a acção
aleatória, quer em termos de gestão do
tempo quer dos resultados.
„ Por vezes é difícil prever a duração das
respostas e o nível de participação.
„ Pode não haver respostas.
„ Implica conhecimentos prévios sólidos da
matéria a tratar.
Método Interrogativo
„ Exige planificação de uma sucessão de questões.
„ Favorece a reflexão, a compreensão e a apreensão.
„ Favorece um bom arranque do trabalho.
„ Favorece a atenção e a motivação.
„ Favorece a participação.
„ Útil para avaliação diagnóstica, para revisões, para
controlo da sessão, para consolidar as
aprendizagens.
O Questionamento
„ Objectivos
1 Controlar a aquisição de conhecimentos
2 Desenvolver a capacidade de reflexão
3 Solicitar apreciação e motivar
4 Controlo dos aspectos organizativos
5 Aumentar a interacção
6 Melhorar o clima, gestão e disciplina
O Questionamento - Cont.
„ Tipos de perguntas
1 Que testam conhecimentos (reconstituição de
factos)
2 Que despertam novos conhecimentos (“obrigam
a pensar”)
3 Perguntas de Conhecimento/Perguntas de Valor
4 Perguntas convergentes/P. divergentes
5 Perguntas de controlo/organização
6 Perguntas de Retórica
Questionamento
„ Perguntas de “ricochete”: devolução da
pergunta ao indíviduo ou ao grupo.

„ Perguntas de Remate:
„ Há dúvidas? Mais questões?
O questionamento
„ Garantir a validade de conteúdo (representatividade das
questões).
„ Garantir a adequação ao perfil do formando.
„ Ser subordinadas aos objectivos/relevantes.
„ Linguagem clara (breves e precisas, evitando confundir).
„ Evitar:
„ Falsas alternativas
„ Questões demasiado genéricas
„ Frases negativas
„ Duplas negativas
„ Questões irrelevantes
O questionamento

„ Foco: focadas nas matérias essenciais.


„ Linguagem adequada: num vocabulário
que facilite o seu entendimento.
„ Relevância sócio-cultural: ajustar o
conteúdo à cultura do formando e ao meio
onde se insere.
O Questionamento
„ As questões devem ser:
„ Significativas e interessantes
„ As questões mais simples primeiro; aumentar gradualmente a
complexidade
„ Ser perceptíveis por todo o auditório
„ Formular a pergunta antes de nomear o inquirido
„ Pausa entre a emissão da questão e a nomeação do
respondente.
„ Dar tempo para responder.
O Questionamento
.
„ Olhar procurando sinais de que estão prontos
para responder
„ Maior pausa e mais lentamente se a questão é
complexa
„ Reformular por novas palavras se não
entenderem
„ Agradecer as respostas
„ Deixar claro que não faz mal errar.
„ Distribuir por todo o grupo
„ Se não responde, redirige-se para outro
O Questionamento - Cont.

„ Não aceitar respostas em coro/ só um de


cada vez
„ - dificuldade de controlo
„ - de reforço

„ Elogiar as respostas correctas e as


incorrectas (o esforço de ter participado)
„ Usar diversos tipos de questões
O Questionamento
„ Combinar um sinal para responder.
„ Usar perguntas de encaminhamento
- Dar “dicas” de resposta para ajudar
„ Usar perguntas de aprofundamento
„ No caso de respostas superficiais
„ Encorajar a colocação de questões
„ Usar após períodos de informação
O Questionamento
„ De acordo com as taxonomias:

BLOOM (cognitivo) KRATHWOHL (afectivo)


Memorização Recepção - Atenção
Compreensão Resposta - Participação
Aplicação Valorização - 1 valor
Análise Organização - Sistema
Síntese de valores
Avaliação Actuar de acordo com
o sistema de valores
Perguntas de Conhecimento
São perguntas que estimulam a aluno/atleta a recordar o que viu
viu ou ouviu, associadas à memorização.

Geralmente são fechadas podendo ser desde questões do tipo


sim/não até questões de evocação, recordando factos,
terminologia, convenções, regras, leis, etc.

Ex: Enuncia a regra do fora de jogo em Futebol.


Perguntas de Compreensão

• Estimulam a compreensão daquilo que se


recorda, correspondendo a descrições pelas
suas próprias palavras (tradução ou
transposição), ao enunciar de ideias básicas
(interpretação) e às comparações. Envolve,
também, uma síntese.

• Referem-se sempre a informação dada.

• Ex: Identifica as consequências da actividade


actividade física regular na saúde.
Perguntas de Aplicação
„ Envolvem transferência de conhecimentos de situações
conhecidas para situações novas.

„ Por ex.., deduz as consequências da violência nos


estádios a partir de acontecimentos paralelos ocorridos
no passado.
Perguntas de Análise
• São perguntas envolvendo a capacidade de dividir um
todo em partes, de identificar as relações entre as
partes, de esclarecer a estrutura do todo, de identificar
motivos e causas subjacentes, fazer inferências e dar
exemplos das suas afirmações.
• Exigem organização de ideias, procura de evidências,
interpretações e generalizações.

• Ex.: Identifica, na análise do desporto, as motivações


subjacentes ao comportamento do público desportivo.
Perguntas de Síntese
• Envolvem a reunião de componentes de
de forma a obter um novo conjunto,
conduzindo à expressão de uma criação
criação original do indivíduo.

• Ex: Elabora um programa individual


de preparação da sua condição física.
Perguntas de Avaliação
„ Solicitam um juízo emitido sobre algo em análise, com
base em critérios dados.
„ Juízos sobre a qualidade das ideias, sobre o valor das
soluções dos problemas.
„ São perguntas que solicitam opinião exigindo juízo de
valor sobre as ideias.
„ Ex: Avalia o comportamento dos atletas de alta-
competição de acordo com o modelo comportamental
do olimpismo
Domínio Sócio-Afectivo
• Perguntas de Recepção: Perguntas que
estimulam a disposição do sujeito para
tomar consciência e prestar atenção aos
fenómenos à sua volta. Ex: Estão a ouvir?

• Perguntas de Resposta: Avaliam a


participação, a disposição para responder, a
a satisfação na resposta. Ex: Estás a gostar
do jogo?
Domínio Sócio-Afectivo
• Perguntas de Valorização (ou Valor): São
perguntas que exigem atribuição de um valor às
às realidades com que se lida, envolvendo
aceitação de um valor, preferência por um
valor e defesa de um valor. Exigem apreciação.
apreciação.

• Ex: Achas que se devem respeitar sempre as


decisões do árbitro?
Domínio Sócio-Afectivo
• Perguntas de Organização:
• Questões que exigem a reflexão sobre
diferentes valores, demonstrando a
existência de um sistema
conceptualizado e coerente de valores
por parte do indivíduo.

• Ex: Exponha a sua concepção da


utilidade do desporto no
desenvolvimento dos indivíduos.
Bibliografia
„ Rosado, A. (1997). O Questionamento
Oral: Objectivos, Condições de Aplicação e
Critérios de Utilização em Contextos
Educativos. Revista Estudos de Pedagogia
do Desporto, nº 5. Edições FMH, pp. 37-50.

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