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Trypanosoma cruzi

DOENÇA DE
CHAGAS
DOENÇA DE CHAGAS
GRAVE PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA:
- ALTA PREVALÊNCIA
- GRAVIDADE DE EVOLUÇÃO

Imediatamente – letalidade

Como condição mórbida - seqüelas


DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA

Desde o sul dos EEUU


até a Argentina e Chile

Não existe fora do


Continente Americano

BRASIL:
8 milhões de contaminados

https://docplayer.com.br/8752309-Doenca-de-chagas-ou-tripanossomiase-americana.
html
DCA = Doença de Chagas aguda
Surtos Isolados no Brasil
envolvendo ALIMENTOS

1965 –Teotônia/RS – 17 casos – 5 mortes –


carne
1986 –Catolé da Rocha/Paraíba – 26 casos -
caldo de cana
2001 –Belém/Pará – 174 casos – açaí
2005 – Santa Catarina – caldo de cana – 45
suspeitos e 31 confirmados = 5 óbitos
2005 – Amapá – açaí
De 2005 a 2007 – 170 casos e 10 óbitos
FORMAS MORFOLÓGICAS
ENCONTRADAS NO HOMEM

FORMAS AMASTIGOTAS FORMAS TRIPOMASTIGOTAS


INTRACELULAR = TECIDUAL EXTRACELULAR = SANGÜÍNEA
2 a 5m
20m
núcleo ovóide
Núcleo central
Cinetoplasto (organela c/ DNA)
Longa membrana ondulante c/ flagelo
Pequeno flagelo interno

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512.jpg

http://www.scielo.org.co/img/revistas/suis/v46n2/v46n2a09f1.jpg
CICLO EVOLUTIVO NO TRIATOMÍNIO
 O triatomíneo suga formas tripomastigotas presentes
no sangue do homem = no seu intestino, as formas
epimastigotas se multiplicam e se transformam em
tripomastigotas metacíclicas na sua ampola retal

 Contaminam o homem durante “repasto sanguíneo”


por penetração cutâneo/mucosa de tripomastigotas
metacíclicas presentes nas fezes do triatomíneo

https://proyectopuente.com.mx/wp-content/uploads/2018/02/chagas-bug.jpg
Contaminação por penetração
cutânea/mucosa de formas
TRIPOMASTIGOTAS METACÍCLICAS

 Ao penetrarem no homem, se transformam em TRIPOMASTIGOTAS


no sangue

 Cada TRIPOMASTIGOTA invade uma célula

 Dentro de cada célula se transformam em AMASTIGOTAS

 Sofrem grande multiplicação até que a célula sofre arrebentamento

 Novamente no sangue circulante transformam-se em


TRIPOMASTIGOTAS

Cada TRIPOMASTIGOTA penetra em nova célula

DURANTE A MULTIPLICAÇÃO E INVASÃO DE NOVAS


CÉLULAS PODE HAVER: AMASTIGOTAS TECIDUAIS
A MORTE EM CRIANÇAS OU MUNODEPRIMIDOS
LENTAMENTE O PARASITO SE DIRIGIR A
ÓRGÃOS DE ESCOLHA FORMANDO NINHOS DE
AMASTIGOTAS
INSETO ENVOLVIDO NA
CONTAMINAÇÃO VETORIAL
HEMÍPTEROS dos gêneros: Triatoma; Panstrongylus e Rhodnius

Triatoma infestans Panstrongylus megistus


+ no domicílio + no peridomicílio

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OUTRAS FORMAS DE CONTAMINAÇÃO:

 Transfusão de sangue (média 0,44% em 2001 no


Brasil)
 Congenitamente: mãe contamina o feto - taxa de
transmissão é de + ou – 1% mas 60 a 90% das
crianças são assintomáticas
 Agulhas e seringas contaminadas
 Acidentes de laboratório e c/ caçadores
 Ingestão ORAL:
alimentos contendo fezes de triatomíneos
leite materno
 Transplante
Desenvolvimento da doença:
 Em 4 a 10 dias, no local da penetração do parasito:
 1. SINAL DE ROMAÑA
 edema bipalpebral e unilateral + congestão conjuntival + reação de linfonodos
satélites

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12/08/doenca-de-c
hagas.jpg

http://dxline.info/img/
new_ail/chagas-diseas
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 2. CHAGOMA
 formação máculo – nodular e eritematosa, pouco dolorosa e com reação de linfonodos
satélites. Pode ulcerar.

 https://www.researchgate.net/profile/Dalmiro_Cazorla3/publication/312045844/figure/fig10/AS:446766706368521@1483528891621/Figura-14-Chagoma-de-inoculacion
-Fuente-Fundacion-IO.png

 3. INAPARENTE

 REGRIDEM EM ATÉ 2 MESES


EVOLUÇÃO...
 FASE AGUDA DA DOENÇA: pode durar semanas ou
meses

 SINTOMAS:
 Febre
 Linfadenomegalia
 Hepato e Esplenomegalia
 Edema
 Manifestações Cardíacas

 ÓBITO p/ Insuficiência cardíaca ou


meningoencefalite: em crianças ou imunodeprimidos
EVOLUÇÃO...
= FASE de LATÊNCIA ou INAPARENTE
DURAÇÃO DE ATÉ 30 anos

CARACTERÍSTICAS DA FASE INAPARENTE

 positividade de exames sorológicos ou parasitológicos

 ausência de sintomas da doença

FASE CRÔNICA
 Após a fase indeterminada: localização tecidual do parasito
com formas amastigotas.
 LOCALIZAÇÕES: CARDÍACA e DIGESTIVA
FASE CRÔNICA: FORMA CARDÍACA
= cardiopatia chagásica
 INSUFICIÊCIA CARDÍACA CONGESTIVA
 Diminuição da massa muscular por ninhos de amastigotas

 FENÔMENOS TROMBOEMBÓLICOS
 Localizados no coração e membros inferiores

 SINTOMAS DA CARDIOPATIA CHAGÁSICA:


 Membros inferiores ( até o corpo todo ) muito inchados
 Sensação de cansaço e fraqueza
 Palpitações
 Falta de ar

https://i.ytimg.com/vi/AADg8fTlnv8/maxresdefault.jpg
FASE CRÔNICA: FORMAS DIGESTIVAS
= megaesôfago ou megacolon
ACONTECE UMA DILATAÇÃO PERMANENTE DE VÍSCERAS
OCAS: NO ESÔFAGO E NO CÓLON
MEGAESÔFAGO = “Mal do engasgo”
 Disfagia (dificuldade de deglutir)
 Odinofagia (dor ao deglutir)
 Dor retroesternal
 Regurgitação http://anatpat.unicamp.br/pecascard32.html

 Pirose
 Tosse
 Sialose

MEGACOLON
 Obstipação intestinal progressiva e rebelde a
tratamentos = constipação por dias, semanas
ou meses
As lesões levam à perda de peristaltismo e dificuldade na abertura dos esfíncteres,
resultando na retenção do bolo alimentar ou fecal. No caso do esôfago, a falta de
abertura do cárdia é chamada acalasia.
EVOLUÇÃO CLÍNICA
PORTA DE ENTRADA
Incubação 1 a 3 semanas

MUCOSA OCULAR CUTÂNEA INAPARENTE

FASE AGUDA

ÓBITO CURA
FASE INDETERMINADA

FASE CRÔNICA

CARDÍACA DIGESTIVA OUTRAS


DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
FASE AGUDA

 + Métodos diretos porque existem +


tripomastigotas no sangue

 EXAMES FEITOS EM ATÉ 1 MÊS DA INFECÇÃO


 DIRETO OU A FRESCO = 60% a 80% de positividade – 2
semanas após picada – sangue de polpa digital:
 ESFREGAÇO DELGADO e/ou GOTA ESPESSA (corados) -
baixa positividade

 MÉTODO DE CONCENTRAÇÃO – STROUT


Sensibilidade de 80% a 90%

 APÓS 30 DIAS, A PARASITEMIA DIMINUI MUITO, DEVENDO SER


USADAS TÉCNICAS SOROLÓGICAS
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
FASE CRÔNICA
 Mais métodos indiretos porque existem poucas formas no
sangue = Baixa parasitemia

 EXAMES:
 1. Sorológicos – através de anticorpos específicos
Imunofluorescência Indireta (IFI), Hemaglutinação
Indireta (HAI), Enzima Imuno Ensaio (ELISA)
 OBS: USAR 2 TESTES C/ METODOLOGIAS DIFERENTES
(Normalmente IFI e HAI e, se houver dúvidas, confirmar com
ELISA)

 2. Pesquisa do parasito
 Xenodiagnóstico
 Hemocultura

 3. Moleculares
 PCR = confirmação diagnóstica e carga viral (pesquisa do
Xenodiagnóstico

https://web.stanford.edu/class/humbio103/ParaSites2004/
Trypanosomiasis/Trypanosoma%20cruzi%20xenodiagnosis.jpg
EXAMES NA FASE CRÔNICA DA DOENÇA
DE CHAGAS
 EXAME SOROLÓGICO: usar 2 métodos
2 REAGENTES 2 NÃO REAGENTES

1 REAGENTE e 1 NÃO REAGENTE


POSITIVO

INDETERMINADO NEGATIVO

REPETIR TESTES

SE PERMANECER: RESULTADO INCONCLUSIVO

REALIZAR TESTES DE PCR


TRANSMISSÃO VERTICAL: MÃE-BEBÊ

 MÃE COM SOROLOGIA REAGENTE CONFIRMADA

 PESQUISA do Trypanosoma cruzi no RN – 2 amostras no 1º mês

Resultado negativo
ou não realizado Resultado Positivo

Sorologia aos 6-9 meses

TRATAR
Resultado
Resultado
NEGATIVO
POSITIVO
FIM
TRATAMENTO

 SÓ EXISTE TRATAMENTO PARA A FASE AGUDA


 A medicação usada na fase aguda pode obter a cura ou
diminuir chance em 80% da doença se tornar crônica
 Medicações existentes Nifurtimox e Benznidazol
 Problemas porque além de não obterem efeito na fase crônica, sua
administração deve ser feita por longo período, apresentam facilidade de
resistência, alto custo e não existem formulações pediátricas.

 BRASIL: Benznidazol - 2 a 3 doses diárias por 60 dias

 TRATAMENTO SINTOMÁTICO
 Indicado conforme a fase da doença e a forma clínica
apresentada
 FASE AGUDA = repouso precoce até  parasitemia
ou  febre
MEDIDAS PREVENTIVAS

 Melhorar as habitações: casas de barro com teto


de palha, ou com muitas frestas

 Usar telas em portas/janelas


 Evitar entulhos no interior e ao redor das casas
 Construir galinheiros etc afastados da casa
 Cuidar com transfusões de sangue
 Combater o inseto transmissor
 BHC
 Piretróides estáveis - K-othrine
Aplicação de inseticidas

http://www.invivo.fiocruz.br/ https://agencia.fiocruz.br/sites/
chagas/imagens/doe/10B_zoom.jpg agencia.fiocruz.br/files/publique/
ipec_chagas2.jpg
Locais ideais para triatomíneos

http://www.senado.gov.br/noticias/jornal/cidadania/Doen%C3%A7achagas/image/chagas.jpg

https://i.pinimg.com/originals/c5/ee/9c/c5ee9c8a1ead5cccea59cd6a7114e0be.jpg

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