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Métodos de análise Comercialização de

produtos agroindustriais

de sistemas de Base: Mendes (capítulo 8),


Conab e MAPA

comercialização CNT e ANTT


Parte 1
Tipos de análise:
Funcional

Estrutural Institucional
Uma função de comercialização é
definida como uma atividade
desempenhada por instituições
especializadas durante as fases da
comercialização
Análise
funcional Análise funcional é o estudo das
varias atividades ou dos serviços que
são executados tendo como objeto os
produtos agropecuários durante o
processo de comercialização
Avaliar os custos de
comercialização dos
intermediários;
Análise Comparar os custos dentro de
funcional - uma mesma categoria de
utilidade intermediários, e
Entender a diferença nos
custos de comercialização
entre os produtos.
Funções de troca
Compra

Venda Formação de preço


Envolvem a transferência ( simultânea e
complementar) da posse ou da propriedade dos
Funções de produtos agropecuários. Essa transferência ocorre
por meio das operações de compra e venda, das
troca quais resultam a formação do preço e de um
mercado pontual em certo estágio do sistema de
comercialização.
Compra: escolha do bem ou do serviço que melhor
atenda aos objetivos dos compradores:

Preço Qualidade Prazo Quantidade


Serviços Garantia Prestígio(status)
Meios de pagamento
Função de
compra Também conhecida como suprimentos, aquisição,
procurement ou gestão de materiais.

Do ponto de vista da administração, integra a gestão


de materiais, mesclando atividades da engenharia de
produção e de materiais.
Preço (normalmente, o menor)

Qualidade (normalmente a maior e melhor)

Prazo (conveniência, rapidez na entrega, disponibilidade)

Objetivos de Quantidade ( a necessária para o objetivo do momento )

compra: Serviços ( adicionais, que geram valor e resultados)

Garantia ( a maior, mais estendida e abrangente)

Prestígio (status, reconhecimento social, modismo, “superioridade”)

Meios de pagamento (ex: cartão BNDES, CPR, criptomoeda)


Consiste em uma ação persuasiva do vendedor no sentido de
repassar ao comprador aspectos positivos do produto, requerendo,
dessa forma, os ferramentais do marketing .

Função de
vendas Incorpora outras subfunções, como planejamento e
desenvolvimento de produtos, criação de demanda, contratação
e negociação.

Existem diversas adjetivações ou categorias de vendas: técnicas,


corporativas, governamentais, diretas, eletrônicas (virtuais) e todas
ensejam diversos canais de vendas (de marketing ou de distribuição).
Hierarquia das tipologias e conceitos

Mercado
Comercialização
Marketing
Vendas
Pedido*
Relacionamento > Vendas recorrentes, fidelizadas
Transação > transferência de posse ou de propriedade

* Caso em que não há esforço de venda, apenas de “tirar o pedido”!


Formação de preços
• Surge como consequência da realização das funções de compras e
vendas, mediante a interação de compradores e vendedores.
• As funções geram utilidade de posse e fazem com que os produtos
sejam levados das propriedades rurais até os consumidores finais.

FLUXO
MERCADORIAS
FÍSICO

FLUXO
DINHEIRO, CRÉDITO,
FINANCEIRO
PRODUTOS
Baixo valor agregado Gran

Características
dos produtos
agrícolas:
Inevitável Processo
Desenvo de
separaçã lvimento urbanizaçã
o econômi o, com
geográfic impactos
Funções a da
co, com
no estilo
físicas produção
impacto de vida e
e do s no perfil de
consum consumo
consumo das
; o; pessoas
Funções físicas
Transporte

Agroindustrialização Armazenagem
As funções físicas de comercialização tratam
do manuseio e da movimentação dos
produtos agropecuários ao longo do sistema
de comercialização, gerando com isso algum
grau de utilidade (facilidade), como a de
tempo (armazenagem), a de lugar
(transporte) e a de forma (processamento).

Essas funções tentam resolver os

Funções clássicos problemas econômicos de


quando e onde comercializar, e de

físicas
que forma (in natura,
semiprocessado ou industrializado).
Análise
econômica
do transporte
Transporte – Aspectos gerais:
• Envolve a escolha de modais (tipos de transporte) e de diferentes
rotas que buscam facilitar toda a logística de comercialização, bem
como a redução de custos para tornar o produto competitivo;
• A baixa eficiência nos sistemas de transporte de cargas tem levado o
agronegócio nacional a se deparar com inúmeras dificuldades no que
tange a produzir de forma competitiva, tanto para o mercado interno
quanto para o externo, devido à inadequação das estruturas de
transporte e logística;
• É comum e recorrente verificar-se filas e congestionamentos próximos
aos portos ou cooperativas de produção despreparadas para receber
um volume maior de produção;
Modal Rodoviário
• 3% do PIB
• US$ 28 bilhões de faturamento
• 2,7 milhões de caminhões
• 1,375 bilhão de toneladas transportado
• 112.000 empresas regularmente inscritas ( +-10% agro)
• 274 cooperativas transportadoras de carga
• 374.000 mil transportadores autônomos
• Vantajoso para distâncias de até 500 km de distância entre
produção-processamento-consumo
Modal rodoviário - continuação
• 1,72 milhão de km de malha, sendo 211 mil km (12,3%) pavimentadas
e 11 mil de pista dupla (0,6% do total e 5,2% das pavimentadas);
• Produção de 60.482 caminhões (2016 – CNT), sendo 21.548
exportados
• Frota total de veículos: 51,3 milhões, sendo 2,7 milhões de caminhões
e 31 mil tratores
• Idade média da frota: 13,6 anos, com amplitude de 6,7 até 23,4 anos,
conforme situação do caminhão (empresa, cooperativa e autônomo )
O custo do “passeio” rodoviário:

•Milho 22%
•Soja 16%
•Trigo 15%
•Café 2%
Modal ferroviário
• 30.576 km de malha
• Apenas 1.916 km eletrificadas
• Estados Unidos: 309 mil (11 x mais)
• 24.700 km em bitola de 1,0 m e 5.290 km em bitola de 1,6 m
• A diferença não impede, mas dificulta o tráfego integrado
• Frota de 102 mil vagões e 3 mil locomotivas
• 40 mil empregados, baixo índice de acidentes de modo geral
• 503,8 MM de TU – toneladas úteis transportadas
• 16% do total transportado são produtos do agro, com destaque para
milho, soja, açúcar, farelo de soja, adubos e fertilizantes.
Modal hidroviário – fluvial e marítimo
• 44 portos no Brasil (6 na região N, 13 Ne, 13 Se, 10 S e 2 Co)
• 62.000 trabalhadores (Ministério da Marinha / Defesa)
• Frota de 172 navios, sendo 121 de cabotagem ( que fazem a navegação
entre portos brasileiros) e 51 de longo curso, que realizam viagens
internacionais
• Produtos que se destacam: minério de ferro, petróleo e derivados, soja,
produtos siderúrgicos, adubos e fertilizantes, açúcar, farelo de soja,
trigo e milho
• 44,7% são produtos do agro com destaque para soja e farelo, adubos e
fertilizantes, milho, trigo, madeira e celulose
... Continuação
• 997,3 MM de toneladas movimentadas, sendo
654,5 em terminais de uso privativo e 342,8 MM
em portos organizados
• Cabotagem: 211,7 MM – 21,2% do total
• Graneis sólidos representam 63% do total ( 628,8
MM de toneladas )
• O custo por km é duas vezes menor que o da
ferrovia e cinco vezes menor que o da rodovia
• Numa análise comparativa tem-se:

• Um comboio de 10.000 toneladas transporta


a carga equivalente à transportada por 278
caminhões de 36 toneladas cada;
• Num percurso de 500 km consome 21
toneladas de combustível – a frota de
caminhões para o mesmo percurso, consome
54 toneladas
• Para a frota de caminhões são necessários 556
pessoas ao passo que o comboio é tripulado e
operado por 12 pessoas
PORTO UF 2016
Santos SP 96.935.079
Itaguaí RJ 58.763.201
Volume transportado por Portos Paranaguá
Rio Grande
PR
RS
40.053.489
24.114.921
Organizados – Quilogramas: Suape
Itaqui
PE
MA
22.747.980
17.082.085
Vila do Conde PA 16.178.164
São Francisco do Sul SC 10.082.740
Vitória ES 6.467.426
Aratu BA 6.192.286
Rio de Janeiro RJ 5.351.752
Imbituba SC 4.803.186
Santarém PA 4.728.465
Fortaleza CE 4.632.848
Salvador BA 4.562.312
Areia Branca RN 4.205.121
Porto Velho RO 2.447.623
Belém PA 2.337.665
Maceió AL 1.963.511
Itajaí SC 1.860.703
Recife PE 1.530.038
Antonina PR 1.305.962
Porto Alegre RS 1.052.153
Cabedelo PB 962.977
Santana AP 799.021
Natal RN 677.121
São Sebastião SP 606.776
Ilhéus BA 209.962
Pelotas RS 85.007
Manaus AM 41.199
Forno RJ 38.140
Niterói RJ 30.620
Total   342.849.534
Modal aeroviário
Modal aeroviário (CNT, 2015):
• 561 aeronaves
• 24 cargueiros
• 58.359 pessoas empregadas
• 117,8 milhões de passageiros, sendo 96,2 milhões no mercado
doméstico e 21,6 milhões no mercado internacional
• 357.100 toneladas transportada de carga no mercado doméstico
• 750.000 toneladas transportada de carga para o mercado
internacional
Modal dutoviário
• 16.122 km no total
• Oleodutos: 9.064 km – 56,2% do total
• Gasodutos: 6.491 km – 40,0% do total*
• Minerodutos: 567 km – 3,5%
• Produtos: petróleo e derivados (líquidos e gasosos), álcool, gás
natural, sal gema, minério de ferro, concentrado fosfático e caulim
• É um modal com amplo potencial de crescimento e de diversificação
de produtos a serem transportados
A Matriz de modais de transporte (em %):
Modal 1978 1988 1998 2001 2013* 2016**
Rodoviário 70,3 57,6 62,6 61,1 64,0 60,0
Ferroviário 16,3 22,0 20,0 20,7 22,0 24,0
Aquaviário 10,1 16,0 12,7 13,6 14,0 12,0
Dutoviário 2,8 4,0 4,4 4,2 ND 3,0
Aeroviário 0,5 0,4 0,3 0,4 ND 1,0
Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0

*ANTT até 2001 e - 2013 *Conf. Nac. dos Transportes


**ANTT /CNT/ Esalq - Log
Ferroviário
Rodoviário Hidroviário

C3
Custo de
transporte
(R$ / km) C2

C1

250 500 750 1000 1250 1500


Distância percorrida (km)
Exemplo da soja: Estados Unidos X Brasil
Item de Custo (US$ / Mineápolis, Minesota Sorriso, Mato Grosso
tonelada)
Custo de produção (A) 527,88 405,29
Custo de transporte (B) 85,94 166,22
Frete rodoviário 11,27 118,77
Frete hidroviário 26,37 -
Tarifa portuária 4,0 7,0
Frete marítimo até 44,30 40,45
Shangai, China
Custo total (A+B) 613,82 571,51
Participação B/Custo total 14% 29%
Armazenamento (ou armazenagem)
• Devido ao fato de a produção agrícola ser altamente estacional e
sazonal, ao passo que o consumo é relativamente constante no
decorrer do ano, a função do armazenamento é produzir a utilidade
do tempo, permitindo a disponibilidade das mercadorias no momento
desejado pelos consumidores.
• Com o armazenamento, que permite uma melhor distribuição da
produção aos níveis de consumo, consegue-se uma acentuada
redução na variabilidade dos preços dos produtos armazenados,
proporcionando, em consequência, efeitos positivos sobre a renda do
produtor e estímulo à produção nos anos seguintes.
Armazenagem
• Quando se analisa a questão logística brasileira, percebe-se que, além
do sistema de transporte, a infraestrutura de armazenagem também
não tem acompanhado o ritmo de crescimento da produção agrícola;
• Dessa forma, analisar a capacidade estática e a distribuição da rede
de armazenamento é um dos elementos necessários para avaliar a
dinâmica da armazenagem no país;
• Uma rede de armazenagem adequada é capaz de promover a venda
do produto nas melhores épocas do ano, evitando o chamado rush
das vendas (com melhores preços e menores custos com transporte),
impedindo o congestionamento durante o escoamento da produção
em períodos de safra, especialmente nos portos.
A Conab e a Política Agrícola:
•O sistema de armazenagem é um dos componentes da 
Política Agrícola e Pecuária instituída pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA), cuja finalidade principal é garantir o fluxo de
abastecimento constante, proporcionando maior estabilidade de preços e de
mercado.
• Os programas institucionais da Conab, realizados por meio da formação de
estoques de produtos agrícolas, necessitam de suporte logístico fornecido pela
rede armazenadora do país, sendo que os estoques públicos, atualmente, podem
ser armazenados tanto em armazéns próprios, quanto em armazéns de terceiros.
• A armazenagem é uma área estratégica na logística do abastecimento e, no
âmbito da Conab, a atividade vai além da guarda e conservação de produtos
agrícolas estocados. São ações e articulações que envolvem estudo,
planejamento e administração, incluindo, por exemplo, a gestão do Cadastro
Nacional de Unidades Armazenadoras(SICARM), que mostra a localização
geográfica dos armazéns brasileiros, informando a razão social, o tipo da
estrutura, endereço, quantidade e sua capacidade estática de estocagem.
Panorama da armazenagem:
• Apenas cerca de 5% das propriedades rurais possuem algum tipo de
sistema de armazenagem contra 62% nos EUA, 35% na Argentina e 30% na
França;
• Com isso ocorrem grandes perdas no pós colheita, grande oferta de
produção na época da colheita com preço baixo, pouca perspectiva de
renda e perda de competitividade no agronegócio;
• O surgimento da Conab – Companhia Nacional do Abastecimento
representou um passo importante na racionalização da estrutura do
Governo Federal, pois se originou da fusão de três empresas públicas, a
Cobal (Companhia Brasileira de Alimentos), a Companhia de
Financiamento da Produção (CFP) e a Companhia Brasileira de
Armazenamento – Cibrazem)
• A Conab é a agência oficial do Governo Federal encarregada de gerir
as políticas agrícolas e de abastecimento, visando assegurar o
atendimento das necessidades básicas da sociedade, preservando e
estimulando os mecanismos de mercado; além disso mantém o
sistema de cadastramento de armazéns no país;
• A empresa está presente em todas as regiões brasileiras, com
superintendências nos 26 estados e no Distrito Federal, além de mais
de 90 Unidades Armazenadoras (UA), como armazéns convencionais,
graneleiros e portuários que são capazes de estocar diversos produtos
agrícolas e garantir o suprimento alimentar da população. Sua missão
é promover a garantia de renda ao produtor rural, a segurança
alimentar e nutricional e a regularidade do abastecimento, gerando
inteligência para a agropecuária e participando da formulação e
execução das políticas públicas ;
• A Conab possui importância estratégica ao oferecer ao Governo Federal
informações técnicas para embasar a sua tomada de decisão quanto à
elaboração de políticas voltadas à agricultura. Para isso, fornece
informações detalhadas e atualizadas sobre a produção agropecuária
nacional, por meio de levantamentos de previsão de safras, de custos de
produção e armazenagem, de posicionamento dos estoques e de
indicadores de mercado, além de estudos técnicos que viabilizam a análise
do quadro de oferta e demanda, dentre outros dados. Seus estudos e
pesquisas, bem como informações sobre as ações da empresa, estão
disponíveis em www.conab.gov.br ;
• Além disso, a Companhia tem a responsabilidade de executar estratégias de
inclusão social, que são adotadas pelo Governo Federal, com ênfase na
geração de emprego e renda. Ela também participa, como órgão executor,
de programas e ações governamentais que contribuam para o bem-estar de
comunidades que estejam em situação de insegurança alimentar e
nutricional.
Capacidade estática:
• Atualmente a capacidade estática dos armazéns brasileiros é de 163,8
milhões de toneladas em 17.215 unidades armazenadoras; como a
safra estimada está em torno de 232,6 mm de toneladas, temos cerca
de 70,4% de capacidade – o idela seria no mínimo 120%, ou seja,
conseguir armazenar 279,1 milhões, ou seja 115,3 milhões de toneladas
a mais ou 29.340 unidades, 12.125 a mais do que hoje;
• As Unidades Armazenadoras da Conab estão distribuídas em 25 Estados
da Federação e no Distrito Federal. A capacidade estática total da
empresa é de 2,19 milhões de toneladas o que representa cerca de
1,35% do total do país. Essa capacidade está distribuída em 92 Unidades
Armazenadoras com 167 armazéns. Da capacidade de armazenagem
total da empresa, 55% é na modalidade granel e 45% é na modalidade
convencional.
Distribuição da capacidade
No Brasil:
• Fazenda: 13,6%  Crítico
• Z. Rural: 36,5%
• Z. Urbana: 43,6%
• Z. portuária: 6,3%
Em outros países:
• Argentina: 40%
• Estados Unidos: 85%
• Austrália: 35%
• Canadá: 65%
Políticas Públicas – Comercialização e Abastecimento:
• Garantir o abastecimento nacional com alimentos de qualidade e assegurar ao
produtor preços que permitam sua manutenção na atividade rural é compromisso
do MAPA;
• Em cada Plano Safra, as diretrizes da Política de Garantia de Preços Mínimos
(PGPM) são coordenadas, elaboradas, acompanhadas e avaliadas para garantir
segurança alimentar e a comercialização dos produtos agropecuários;
• O financiamento da estocagem, a armazenagem, a venda de estoques públicos de
produtos agropecuários e a equalização de preços e custos são alguns dos
mecanismos de que o Governo se vale para garantir abastecimento e
comercialização;
• Toneladas de produtos agrícolas excedentes podem ser comercializadas, por meio
de leilões eletrônicos monitorados pelo governo, de forma a abastecer regiões
deficitárias e, ao mesmo tempo, garantir aos produtores um preço que lhes permita
manter-se na atividade rural.
Legislação de armazenagem:
• Por exercer atividade remunerada de armazenagem de produtos agropecuários e armazenar estoques públicos,
a Conab segue, ainda, as regras para a 
Certificação de Unidades Armazenadoras estabelecidas pelo Sistema Nacional de Certificação de Unidades Arma
zenadoras (SNCUA)
, por meio das Instruções Normativas (INs) do Mapa.
• Para a realização da Certificação de Unidades Armazenadoras, os armazéns, públicos e privados, deverão ainda
estar cadastrados na Conab.
• Para a consecução de seus objetivos a Conab poderá, entre outras ações: “I – comprar, vender, permutar,
promover a estocagem e o transporte de produtos de origem agropecuária, atuando, se necessário, como
companhia de Armazéns Gerais”. Para isso, conta com regras estabelecidas por diversas normas e legislações:
• Decreto Lei n° 1.102/1903 - institui regras para o estabelecimento de empresas de armazéns gerais,
determinando os direitos e obrigações dessas empresas;
• Lei n° 9.973/2000 - regulamenta as atividades de armazenagem de produtos agropecuários, seus derivados,
subprodutos e resíduos de valor econômico;
• Decreto n° 3.855/2001 - regulamenta a Lei n° 9.973/2000 e dá outras providências, como a definição do
Contrato de Depósito como meio para celebrar a relação comercial entre depositante e depositário;
• Lei n° 11.076/2004 – dispõe sobre o Certificado de Depósito Agropecuário (CDA) e Warrant Agropecuário (WA),
que são títulos de crédito cambiáveis emitidos pelos depositários a pedido dos depositantes.
• Lei n° 8.171/1991 – dispõe sobre a Política Agrícola e estabelece, em caráter obrigatório, o cadastro nacional de
Armazenagem e estoques públicos:
• A formação de estoques públicos tem como objetivo executar a política
governamental de intervenção no mercado para garantir o preço e a
renda do produtor, bem como sua administração e manutenção a fim
de regular o abastecimento interno, comercializando os estoques na
entressafra para atenuar as oscilações de preço;

• PCA – Programa de Construção e Ampliação de Armazéns + BNDES


cerealistas: tem por objetivo o fortalecimento da capacidade de
armazenagem da produção rural, por meio do incentivo à expansão da
capacidade de armazenagem da fazenda(R$ 1,6 bilhão, juros de 6,5%
a.a., 100% do projeto financiado e 15 anos de prazo).
Apagão logístico – o “custo Brasil”
• Segundo a ABAG – Assoc. Bras. De Agribusiness, o custo das filas de
espera é de US$ 400 milhões para o modal rodoviário, US$ 200 MM no
ferroviário e US$ 250 MM em portos e terminais marítimos
• Alta deficiência de veículos refrigerados para o transporte de produtos
perecíveis (cadeia do frio)
• Alta deficiência de veículos com dois pavimentos ( ou três) para
transporte de pequenos animais
• Rodovias não pavimentadas (ex: BR 163)e ferrovias (ex: Norte-sul)
inativas ou com operação parcial somam-se às ineficiências acima e
perfazem US$ 2 bilhões /ano
• O orçamento para investimentos e infraestrutura está aquém do
necessário
Agroindústria
Análise Econômica da Agroindústria
• Conceitos e definição normativa
1. a indústria nas suas relações com a agricultura.
2. atividade econômica da industrialização do produto agrícola.
• Estimativas indicam cerca de 35.000 empreendimentos de agroindustrialização
(MDA/IPEA, 2013)
• Segundo o Censo Agropecuário de 2006 (IBGE), 16,7% dos estabelecimentos
rurais no Brasil beneficiaram e/ou transformaram algum tipo de matéria-prima
• Agroindústria rural se refere às atividades de transformação e beneficiamento
de produtos agropecuários de origem animal ou vegetal, que foram realizadas
em instalações próprias, comunitárias ou de terceiros, a partir de matéria-prima
produzida no próprio estabelecimento agropecuário ou adquirida de outros
produtores, desde que a destinação final do produto tivesse sido dada pelo
produtor (IBGE, 2006, p. 31).
Análise Econômica da Agroindústria
• A agroindústria é o conjunto de atividades relacionadas à
transformação de matérias-primas provenientes da agricultura,
pecuária, aqüicultura ou silvicultura. O grau de transformação varia
amplamente em função dos objetivos das empresas agroindustriais.
Para cada uma dessas matérias-primas, a agroindústria é um
segmento da cadeia que vai desde o fornecimento de insumos
agrícolas até o consumidor. Em comparação a outros segmentos
industriais da economia, ela apresenta uma certa originalidade
decorrente de três características fundamentais das matérias-primas:
sazonabilidade, perecibilidade e heterogeneidade.
Distribuição do PIB no SAG/SAI/SAA:

Insumos Agropecuária Agroindústria

• 12% • 29% • 28%


Características e aspectos gerais
• Estudos ressaltam a heterogeneidade da agroindústria rural no Brasil,
mas também identificam algumas similaridades relacionadas à cultura
e aos hábitos alimentares da população, às condições edafoclimáticas
e à estrutura agrária.
• Segundo a classificação censitária existem os seguintes canais de
comercialização: 1- venda para intermediário, 2- venda direto ao
consumidor, 3- venda para a cooperativa, 4- venda para indústria, 5-
venda para empresa integradora, 6- exportação e 7- venda para o
governo.
• Apesar das distintas dinâmicas territoriais e setoriais reveladas, os
estudos convergem para ratificar a importância da agroindústria rural
como estratégia de agregação de valor e desenvolvimento rural.
• Há uma grande heterogeneidade e diversidade de configurações que
estes empreendimentos assumem em cada região;
• A transformação de matéria-prima de origem agrícola conciliada com
a destinação do produto final pelo produtor caracteriza a existência
de agroindústrias rurais nos estabelecimentos, sendo que, no censo
de 2006, foram consideradas como agroindústrias rurais não somente
aquelas fundadas com o intuito de beneficiamento para
comercialização, mas também as unidades produtivas que
transformam produtos agrícolas para o autoconsumo.
• Em certo sentido, estas iniciativas surgem como um processo de
valorização do modo de vida rural, dos seus produtos de qualidade
diferenciada e com especificidades territoriais, respondendo à
demanda de um determinado público de consumidores em expansão
• O tema da agroindustrialização insere-se nas discussões das
transformações mais recentes do sistema agroalimentar e da
agregação de valor aos produtos agropecuários. Nos últimos anos, as
transformações no agronegócio têm sido intensas, especialmente em
questões que perpassam meio ambiente, incrementos tecnológicos e
a necessidade de maior agregação de valor aos produtos voltados aos
mercados internos e externos. Na agricultura familiar, a agregação de
valor também é uma necessidade manifestada tanto pelos
agricultores por meio de suas iniciativas, como pelos agentes de
desenvolvimento e pelas próprias políticas públicas, como o Programa
Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF).
Reestruturação e reconfiguração do rural
• Bens materiais e simbólicos
• Gastronomia
• Festas
• Folclore
• Propriedades para descanso e lazer
• Serviços
• Turismo rural
• Ecoturismo
• Pesque pague
• Serviços de pousada
• Atividades não agrícolas e pluriatividade
• Restauração e preservação ambiental
Produtos da agroindústria familiar:
Produtos Agroindústria Familiar Agroindústria Não Familiar Total
Estabelec. Produção Estabelec. Produção Estabelec. Produção
Fubá de milho 6306 8555 1132 7722 7438 16277
Farinha de mandioca 245582 1243867 19300 89007 264882 1332874
Goma e/ou tapioca 36558 43963 3693 2939 40251 46902
Queijo e/ou requeijão 66064 77849 14761 33615 80825 111464
Aguardente de cana 9229 52808 1895 60400 11124 113208
Rapadura 13066 24954 1614 8918 14680 33872
Doces e geleias 12838 4010 1809 2347 14647 6357
Embutidos 16004 1875 1718 1079 17722 3954
TOTAL 405647 89,3 45922 10,7 451569 100,0
Fonte: Censo Agropecuário 2006 – tabulação especial realizada pelo IBGE (2010).
Elaboração: projeto entre o Ipea e Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Rural da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul de 2010-2011.
Não Agronegócio>>>
Agropecuária <<<<Agronegócio

1º processamento 2º processamento
Produto in natura ou transformação ou transformação Produto final
primária secundária

Agroindústria
Indústria de
alimentos Varejo de alimentos
Não Agronegócio>>>
<<<<Agronegócio
Agricultura Avicultura

Soja Farelo de soja Frango Carne Comida

Varejo de
Agroindústria
Indústria de alimentos
alimentos
Interdisciplinaridade da agroindústria
• A indústria de alimentos, puxada pelo varejo de alimentos e pelo
consumidor final, tem sido responsável pela crescente diferenciação
• O marketing, a engenharia de alimentos, a economia, a sociologia, a
antropologia e diversas outras disciplinas tem sido responsáveis pelo
desenvolvimento de produtos para um mercado cada vez mais
segmentado e exigente Exemplo:
Iogurte de >>> Energia
Maracujá >>> calma
Orgânico, >>> saúde
Probiótico e >>> metabolismo
Sem lactose >>> antialérgico
• Produtos industrializados penetram todas as classes de renda, inclusive
alterando a cesta básica de consumo das classes C e D
• Para Rostow (1961), um setor rural moderno, adicionado de um sistema
de comercialização eficiente, constitui a base essencial da
industrialização e diversificação de uma economia
• Estima-se que a agroindústria tenha a participação de 12% no PIB e 40%
nas exportações e de 7,5% de participação nas exportações mundiais
• Indústria de alimentos: Responsável pela transformação de mais de 57%
da produção agrícola de nosso País.
• Em 2016 faturou cerca de R$ 614,3 Bilhões com R$ 36,4 Bilhões em
exportações
• No Brasil gera 1,6 milhão de empregos e tem 34 mil empresas (exceto
panificadoras, que possuem 64 mil unidades)
Principais setores (ABIA, 2014)
1. Derivados de carne
2. Beneficiamento de café, chá e cereais
3. Açucares
4. Laticínios
5. Óleos e gorduras
6. Derivados de trigo
7. Derivados de frutas e vegetais
8. Diversos: salgadinhos, sorvetes, temperos e leveduras
9. Chocolate, cacau (amendoim) e balas
10. Desidratados e supergelados
11. Conservas de pescados
Inovação e agroindústria
• A indústria brasileira, não obstante os avanços em algumas “ilhas “ de
excelência e grandes empresas, ainda está em estágio de baixa
produtividade (estagnação e desindustrialização)
• A inovação ainda é baixa: pesquisa baseada em dados da Pintec-IBGE
identificou que as empresas inovadoras representam 38% do total,
das 12.612 analisadas (Sousa, 2009)
• Apenas 4% das inovadoras demonstram desenvolver seus projetos de
inovação em colaboração com fornecedores, clientes ou instituições
de pesquisa e fomento (estes últimos, apenas 2,3% dos 38%, ou seja,
parcela ínfima)

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