Você está na página 1de 11

Direito Processual Civil IV

(conforme o Novo CPC)


Professor: Marcio Pessoa
Aula 7:
Unidade IV: Reclamação
1. Conceito
2. Previsão Legal
3. Natureza Jurídica
4. Cabimento
5. Legitimidade
6. Procedimento
Reclamação:

Conceito: É um instrumento para preservar as


decisões dos Tribunais Superiores e agora dos
Tribunais intermediários. “É a garantia das
garantias”.

Previsão Legal: art. 102, I, “l” da CF/88 (STF) e


art. 105, I, “f” da CF/88 (STJ) (Reclamação
Constitucional) e art. 988 do NCPC (Reclamação)

OBS: Possui nomenclatura distintas pela


doutrina, mas são a mesma coisa, apenas
previstas em instrumentos diferentes e agora
previsto para todos os Tribunais
Natureza Jurídica: Tema controverso!

 STF: Direito de Petição (art. 5º XXXIV


CF/88) (Pleno, ADI 2.212/CE, Rel. Min. Ellen
Gracie, por maioria de 02.10.03).

- Paradoxalmente, o STF não reconhecia a


possibilidade do TST e dos Estados membros
adotarem o instituto da Reclamação sem a
edição de Lei (e não por Reg. Int.). Depois,
passou a permitir. Ora, se é direito de petição,
deveria ser auto-executável.

 STJ: Entende como poder implícito dos


Tribunais (STJ Resp 863.055/GO)
- Dispensou a Lei p regulamentar, porém limita
o raio de ação do instituto ao não permitir
censurar decisões administrativas

 TEREZA WAMBIER: Ação.


 HUMBERTO THEODORO: Ação.
 FREDIE DIDER: Ação.
- Depende de provocação da parte interessada
ou do MP. É o exercício de jurisdição
contenciosa
OBS: Não é recurso pois não tem previsão legal
(taxatividade), tampouco atende aos requisitos
dos recursos, como a necessidade de derrota ou
prejuízo do recorrente, bem como pode ser
proposto contra ato administrativo
OBS: Não é correição parcial, pois esta é uma
medida administrativa que visa apurar uma
atividade tumultuária do juiz, não cabível de
recurso (muito usada no CPC/39, vem caindo
em desuso)

OBS: Não é incidente, pois pode não recair


sobre um processo judicial preexistente

- Há doutrinadores que criticam o instituto,


equiparando a placas de “Cuidado, buraco na
pista”, por entender que os juízes deveriam
cumprir as decisões dos Tribunais Superiores
sempre.
Cabimento: art. 988 CPC. *modificado pela
Lei 13.256
I - preservar a competência do tribunal;
II - garantir a autoridade das decisões do tribunal;
III - garantir a observância de enunciado de súmula
vinculante e de decisão do STF em controle
concentrado de constitucionalidade;
IV - garantir a observância de acórdão proferido em
julgamento de incidente de resolução de demandas
repetitivas ou de incidente de assunção de
competência;

Legitimidade: parte prejudicada pela decisão


(interessada) e MP
Procedimento: Petição Inicial de acordo com o
art. 319 do NCPC
Procedimento: Petição Inicial deve ser de acordo
com o art. 319 do NCPC e endereçada ao
Presidente do Tribunal cuja decisão foi
desrespeitada.

- Não se admite a dilação probatória, razão pela


qual a decisão deve vir acompanhada da prova
documental (§2º)

- Distribuída ao Relator, este deverá (art. 989): “i”


requisitar informações à autoridade a quem foi
imputada o ato impugnado, “ii” ordenar a
suspensão do ato, “iii” impugnar o beneficiário
para apresentar contestação
- Em casos que não ajuizar, o MP deverá ser
ouvido (custos legis)

- Qualquer pessoa que eventualmente for


beneficiária da decisão pode impugnar o pedido
do reclamante (art. 990)

- Procedente a reclamação, o Tribunal o cassará a


decisão ou determinará medidas adequadas
para a solução da controvérsia. (art.991).

- Realizado o julgamento, o presidente do


Tribunal determinará o imediato cumprimento
da decisão, mesmo antes da publicação do
acórdão (art. 993).
- Reclamação no STF

- Originalmente, as Reclamações eram da


competência exclusiva do Plenário.

- Em 2001, com a edição da Emenda


Regimental 9, passaram a ser julgadas pelas
duas Turmas, cabendo ao Plenário julgar
somente aquelas que tratam de competência
originária do próprio Pleno ou para garantir
decisões plenárias. Às Turmas, ficou
reservada a competência residual, ou seja,
as Reclamações que deixaram de ser
processadas pelo Pleno.
- Mais recentemente, a Emenda Regimental
49/2014 transferiu para as Turmas a
competência para julgar todas as
Reclamações

- o ministro-relator de reclamação pode julgá-


la monocraticamente quando a matéria em
questão for objeto de jurisprudência
consolidada da Corte.

OBS: Só cabe reclamação enquanto o processo


ainda não transitou em julgado. Ex: Rcl 5.223

Você também pode gostar