Você está na página 1de 13

PERSPECTIVA

(NEO)INSTITUCIONAL
PERSPECTIVA (NEO)INSTITUCIONAL

Ficha técnica:

“Data de nascimento”- 1977

“Paternidade”- John Meyer & Brian Rowan


(Institutionalized Organizations: Formal Structure as Myth and
Cerimony- AJS, 83)

Outros “Pais” • Pamela Tolbert


• W. Richard Scott • John Boli
• Paul DiMaggio • Terrence Deal
• Walter Powell • Stephen Mezias
• Linne Zucker
(…)
A PERSPECTIA (NEO)INSTITUCIONAL
(Per-Erik Ellström)

Suposições racionalistas Teses institucionais

1. Suposição da instrumentalidade 1. Tese da institucionalização - As actividades


organizacionais não são apenas ferramentas para
- As estruturas e as actividades realizar certos objectivos, mas são também, e
organizacionais são instrumentos talvez mais importante, institucionalizadas no
deliberadamente desenhados para sentido em que adquirem um valor intrínseco que
realizar certos objectivos e pode ser mais importante do que o seu valor
intenções instrumental em relação aos valores declarados.
À racionalidade instrumental contrapõe-se uma
racionalidade valorativa

2. Suposição da intencionalidade - 2. Tese da racionalidade contextual - Nem


Os processos e os eventos tudo o que acontece nas organizações é
organizacionais são o resultado das necessariamente o produto de intenções, ou de
intenções, planos e decisões processos de decisão deliberados. As decisões
individuais ou colectivos são antes o produto de constrangimentos
contextuais e de regras de adequação
culturalmente determinadas.
A PERSPECTIA (NEO)INSTITUCIONAL
(Per-Erik Ellström)

Suposições racionalistas Teses institucionais

3. Suposição do controlo 3. Tese da legitimidade institucional


hierárquico
- O nível político da organização - As estruturas, os processos e as culturas
está acima do nível operacional e, organizacionais são estruturadas por, e tendem
assim, os líderes políticos e os a tornar-se isomórficas em relação ao seu
gestores têm a capacidade e o ambiente institucional. Entende-se aqui por
poder de conduzir e mudar as ambiente institucional as crenças, ideologias e
actividades no nível operacional normas socialmente construídas em relação às
quais as organizações se devem conformar se
pretendem obter apoio e legitimidade dos seus
ambientes.
A PERSPECTIA (NEO)INSTITUCIONAL
CONCEITO DE INSTITUCIONALIZAÇÃO

“A INSTITUCIONALIZAÇÃO É UM PROCESSO. É ALGO QUE ACONTECE A UMA


ORGANIZAÇÃO AO LONGO DO TEMPO, REFLECTINDO A HISTÓRIA
PARTICULAR DA ORGANIZAÇÃO, AS PESSOAS QUE A CONSTITUIRAM, OS
GRUPOS QUE A INTEGRAM E OS INTERESSES INSTITUÍDOS QUE ELES
CRIARAM E O MODO COMO ELA SE ADAPTOU AO SEU AMBIENTE.
NO QUE É TALVEZ O SEU SIGNIFICADO MAIS IMPORTANTE,
“INSTITUCIONALIZAR” É INFUNDIR COM VALOR PARA ALÉM DAS
EXIGÊNCIAS TÉCNICAS DA TAREFAS EM MÃOS.” (SELZNICK)

“UMA INSTITUIÇÃO É UMA ESTRUTURA NA QUAL PESSOAS


PODEROSAS ESTÃO COMPROMETIDAS COM CERTOS VALORES E
INTERESSES” (STINCHCOMBE)

“AS INSTITUIÇÕES CONSISTEM EM ESTRUTURAS E ACTIVIDADES


COGNITIVAS, NORMATIVAS E REGULATÓRIAS QUE PROPORCIONAM
ESTABILIDADE E SIGNIFICADO AO COMPORTAMENTO SOCIAL. AS
INSTITUIÇÕES SÃO TRANSPORTADAS POR DIVERSOS PORTADORES-
CULTURAS, ESTRUTURAS E ROTINAS- QUE OPERAM A MÚLTIPLOS NÍVEIS
DE JURISDIÇÃO.”
(W. R. SCOTT)
A PERSPECTIA (NEO)INSTITUCIONAL

O carácter “poliédrico” da perspectiva (neo)institucional

Os Três Pilares das Instituições (Scott, 1995)

Regulador Normativo Cognitivo


Base de conformidade Oportunidade/ Obrigação Dado como
Conveniência social adquirido

Mecanismos Coercivo Normativo Mimético

Lógica Instrumentalidade Adequação Ortodoxia

Certificação, Prevalência,
Indicadores Regras, leis, isomorfismo
acreditação
sanções

Base de Legitimidade Legalmente Moralmente Culturalmente sustentado,


aprovado governado conceptualmente correcto
Os mecanismos isomórficos e a problemática do poder na
análise (neo)institucional

Tipologia das respostas institucionais

Tipo de •Técnico
• Institucional
Isomorfismo

• Coercivo 
Mecanismos • Mimético
isomórficos • Normativo

• Conformidade institucional
Respostas • “Hipocrisia” institucional

institucionais • Infidelidade institucional

•Endoutrinamento instittucional
Os mecanismos isomórficos e a problemática do poder na
análise (neo)institucional

Tipologia das respostas institucionais


Tácticas institucionais

• Rotinas
• Imitação
• Conformidade institucional • Convicção

• Negociação

• Cronológica
• Ambiental
• “Hipocrisia” institucional • Estrutural

Respostas • Temática

institucionais • Defensiva/Escondia
• Assumida/Explícita
• Infidelidade institucional
• Ofensiva/Desafiante

• Anulação
• Endoutrinamento instittucional • Conversão
• Liquidação
Conformidade institucional

“Qualificamos como conformidade institucional o


conjunto das ‘respostas’ que se traduzem em
discursos, decisões e acções consistentes com as
regras, as normas, os valores e sistemas de crenças
dominantes no ambiente institucional. A conformidade
institucional compreende as respostas em que o
isomorfismo institucional não é apenas cerimonial ou
simbólico mas substantivo, pressupondo um elevado
grau de congruência entre discursos, decisões e
acções.”
“Hipocrisia” institucional

“Porque as organizações dependem para a sua


sobrevivência de uma dupla legitimidade: incorporar
normas inconsistentes e produzir acção de forma eficiente,
a ‘hipocrisia’, enquanto solução baseada na desarticulação
entre discursos, decisões e acções, constitui um tipo de
resposta que pode permitir responder simultaneamente aos
dois requisitos. A sua operacionalização, como esclarece
Brunsson (1989: 33), pode materializar-se numa
desarticulação múltipla: cronológica, temática, ambiental e
estrutural.”
Infidelidade institucional

“Entendemos aqui a infidelidade como um tipo de


resposta institucional em que se verificam discursos e
práticas de transgressão em relação ao que, num
determinado momento, constitui a “norma”. Esta
infidelidade pode variar em função do seu nível de
visibilidade, frontalidade e agressividade. Assim,
admitimos três tipos de infidelidade institucional:
defensiva/escondida; assumida/explícita; e
ofensiva/desafiante.”
Endoutrinamento instittucional

Uma modalidade de resposta institucional mais radical


consiste no que rotulamos de endoutrinamento
institucional. Neste caso, não se trata apenas de não
conformidade defensiva ou desafiante, mas da tentativa
de “apagar” os agentes e as agendas que veiculam
“versões alternativas” do instituído. Trata-se, portanto,
de práticas que visam eliminar a concorrência dos scripts
que não se compaginam com os interesses de certos
agentes de institucionalização, conferindo assim a
aparência de consensualidade à versão promovida pelos
actores que naquele momento assumem o papel de
“definidores oficiais da realidade”. Este processo pode
desenvolver-se em torno de três estratégias básicas:
anulação, conversão e liquidação.

Você também pode gostar