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• Art. 1o Os hospitais devem oferecer às vítimas de violência sexual atendimento emergencial, integral e multidisciplinar,
visando ao controle e ao tratamento dos agravos físicos e psíquicos decorrentes de violência sexual, e
encaminhamento, se for o caso, aos serviços de assistência social.
• Art. 2o Considera-se violência sexual, para os efeitos desta Lei, qualquer forma de atividade sexual não consentida.
• Art. 3o O atendimento imediato, obrigatório em todos os hospitais integrantes da rede do SUS, compreende os
seguintes serviços:
• I - diagnóstico e tratamento das lesões físicas no aparelho genital e nas demais áreas afetadas;
• II - amparo médico, psicológico e social imediatos;
• III - facilitação do registro da ocorrência e encaminhamento ao órgão de medicina legal e às delegacias especializadas
com informações que possam ser úteis à identificação do agressor e à comprovação da violência sexual;
• IV - profilaxia da gravidez;
• V - profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis - DST;
• VI - coleta de material para realização do exame de HIV para posterior acompanhamento e terapia;
• VII - fornecimento de informações às vítimas sobre os direitos legais e sobre todos os serviços sanitários disponíveis.
• § 1o Os serviços de que trata esta Lei são prestados de forma gratuita aos que deles necessitarem.
• § 2o No tratamento das lesões, caberá ao médico preservar materiais que possam ser coletados no exame médico
legal.
• § 3o Cabe ao órgão de medicina legal o exame de DNA para identificação do agressor.
Art. 225 - AÇÃO PENAL – interpretação topológica
Ação penal
APPública incondicionada
Aumento de ½
Se resultar gravidez
Portador de enfermidade ou doença mental que não tem o discernimento para a prática
do ato
Vítima embriagada
Capacidade de resistência
Totalmente suprimida =
217-A
idade
18 ou + = 213 caput
14 até - 18 =
213 § 1º.
- 14 anos = 217-A
Consentimento inválido
• Elemento objetivo do tipo – crime complexo
• Há dois verbos, duas condutas típicas e a realização de qq delas torna o indivíduo autor do crime
• 1ª. Constranger = empregar violência ou grave ameaça
• 2ª. Praticar conjunção carnal ou qq ato libidinoso com a vítima. Ex.: sexo oral; carícias de conotação
libidinosa; penetração com objetos
– Não se exige o contato físico. Ex.: obrigar, mediante ameaça, a vítima a se masturbar = 213
• 1 Haverá crime único no caso de atos libidinosos que constituem antecedentes lógicos da conjunção
carnal (ex.: preliminares como beijar a vítima e acariciar seu corpo)
• 2 Haverá concurso de crimes no caso dos atos libidinosos revelarem uma nova violação sexual
independente da conjunção carnal (ex.: sexo oral ou anal) Doutrina e jurisprudência divergem quanto a
espécie de concurso:
– Crime continuado (art. 71)
– Concurso material (art. 69), pois, se trata de um tipo misto cumulativo
• QUESTÃO: QUAL INFRAÇÃO PENAL COMETE O AGENTE QUE “ROUBA UM BEIJO DA VÍTIMA”? HÁ NESTE
CASO ESTUPRO? É POSSÍVEL APLICAR-SE O PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA?
• Elemento normativo do tipo: dissentimento da vítima. No caso desta consentir
haverá fato atípico
Preterdoloso
Dolo – ato libidinoso
Culpa – lesão grave ou morte
• Exs.: Ginecologista que a pretexto de realizar exame de rotina apalpa seus seios e
realiza exame ginecológico na vítima; indivíduo que faz se passar por pai de santo e
através de atos libidinosos promete livrar a vítima de “encosto” (Victor E. R.
Gonçalves); gêmeo se faz passar pelo irmão e mantém relação sexual com a
cunhada (André Estefam); em um baile de máscaras indivíduo se faz passar pelo
marido e pratica atos libidinosos com a esposa daquele (Damásio E. de Jesus);
praticar ato libidinoso com vítima em estado de embriaguez incompleta que reduza
sua capacidade de consentimento
Art. 216-A – ASSÉDIO SEXUAL
• Objetividade jurídica: liberdade sexual
• Sujeitos ativo e passivo: Conforme doutrina de André Estefam trata-se de crime bipróprio, pois, tanto sujeito
ativo quanto passivo são especificados pelo tipo penal
– § único – CAP se sujeito passivo for menor de 18 anos
• Entenda-se: incrimina-se o fato do sujeito ativo (superior) aproveitando-se da sua condição de superioridade
em uma relação de emprego, cargo ou função constranger seu subordinado a uma prática libidinosa. Ex.: trocar
favores sexuais por promoção no emprego ou por aumento de salário
Elação de emprego,
cargo ou função
Sujeito passivo
subordinado
• Elemento objetivo do tipo – constranger no sentido de importunar, de incomodar mas
sempre com a consciência de que o faz abusando de sua condição de superioridade
• Elemento subjetivo do tipo: trata-se de crime doloso. O dolo deve ser abrangente, ou seja, o
sujeito ativo deve ter a consicência e vontade de tirar vantagem sexual aproveitando-se de
sua condição de superior hierárquico e subjugando a vontade de seu subordinado
– Deve-se ter cautela para não confundir a conduta típica com o interesse sentimental
sincero, ou seja, com o flerte
• Elemento subjetivo do tipo – dolo com o fim específico de satisfação da luxúria alheia
– Art. 244-B ECA: corrupção de menores = praticar crime ou induzir menor de 18 anos a praticá-lo
• Consumação – crime formal cuja consumação ocorre com a prática do ato de indução (promessas,
súplicas, convencimentos), independentemente da efetiva prática do ato por parte do sujeito passivo, o
qual será mero exaurimento.
– Aplica-se analogicamente a SÚMULA 500 STJ - A configuração do crime do art. 244-B do ECA
independe da prova da efetiva corrupção do menor, por se tratar de delito formal.
• Tentativa - admissível
Art. 218-A – Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou
adolescente
• Sujeito passivo – menor de 14 anos
– se maior de 18 anos = fato atípico
– Se maior de 14 e menor de 18 anos = art. 232 ECA
• QUESTÃO: Qual crime comete o agente que induz menor de 14 anos a assistir filme
pornográfico (cinema, TV, internet)? – 2 correntes:
– 1ª. Art. 241-D § único I ECA (André Estefam)
– 2ª. Art. 218-A CP (Guiherme de Souza Nucci)
• Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de
sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente. Pena – reclusão, de 4
(quatro) a 8 (oito) anos, e multa.)
• Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por
qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo
ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou
adolescente. Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa
• Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra
forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou
adolescente. Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
• Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de comunicação,
criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso. Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três)
anos, e multa.
Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual
• Primeiramente esclareça-se que o a pessoa que se prostitui não comete crime (princípio da reserva
legal). O Direito Penal, a grosso modo, incrimina os comportamentos que revelam um aproveitamento
econômico da prostituição alheia. Abaixo um rol dos dispositivos legais:
• Há dois dispositivos legais que incriminam o comportamento do agente que induz, que atrai uma pessoa
à prostituição ou outra forma de exploração sexual
• 1º. Art. 218-B = cujo sujeito passivo é o menor de 18 anos ou pessoa que por enfermidade ou deficiência
mental não tem discernimento para prática de ato libidinoso
– Neste artigo tutela-se a dignidade e moralidade sexual do menor ou incapaz, o qual não
compreende que o ingresso à prostituição produz consequências deletérias
• 2º. Art. 228 = cujo sujeito passivo é subsidiário, ou seja, qualquer pessoa que não se encontre como
vítima do artigo supra referido
• Há dois dispositivos que incriminam o tráfico de pessoas para fins de exploração sexual
• 1º. Art. 213 = tráfico internacional
• 2º. Art. 213-B = tráfico interno
Art. 218-B – "favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança
ou adolescente ou de vulnerável".
Revogou tacitamente o art. 244-A do ECA
A Lei 12.978/14 acrescentou o inciso VIII ao artigo 1º. Da Lei 8072/90 transformando este delito em crime
hediondo
– Art. 1º. VIII lei 8072/90 - favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança
ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º).
• Sujeito passivo - menor de 18 anos ou pessoa que por enfermidade ou deficiência mental não tem discernimento
para prática de ato libidinoso
• Elemento objetivo do tipo – em regra o crime é comissivo, no entanto, é possível cometê-lo por omissão quando
houver inércia do agente perante seu dever jurídico de agir para evitar o resultado (art. 13 § 2º. – crime omissivo
impróprio)
– Comete o delito o agente que impede que a prostituta abandone a prostituição (neste caso a prostituta será a
vítima do delito)
• Consumação – no momento em que a vítima se encontra à disposição para a realização de “programas”, ou seja, o
crime estará consumado a partir do instante que a vítima está à disposição de clientes no que se chamou de
“estado de prostituição”, não se exigindo a efetiva prática de atos sexuais mediante contraprestação pecuniária
• Tentativa – admissível na hipótese em que o agente tenta atraí-la à prostituição mas a vítima não cede a seu
induzimento
• Art. 218-B § 2º. – figuras equiparadas
• I – quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de
18 e maior de 14 anos na situação descrita no caput deste artigo
– Incrimina-se o cliente que mantém programa com a prostituta maior de 14 e
menor de 18 anos
– Se a prostituta for maior de 18 anos o fato será atípico para o cliente
– Se a prostituta for menor de 14 anos o cliente responderá como autor de
estupro de vulnerável e quem a induziu à prostituição como partícipe deste
crime (art. 217-A)
• Art. 228. Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual,
facilitá-la, impedir ou dificultar que alguém a abandone:
• § 1o Incorre na mesma pena aquele que agenciar, aliciar, vender ou comprar a pessoa
traficada, assim como, tendo conhecimento dessa condição, transportá-la, transferi-la ou
alojá-la.
• Elemento objetivo do tipo – incrimina-se a conduta do agente que realiza ato de conotação sexual em local acessível
ao público
• Trata-se de tipo penal aberto cujo preceito primário se encontra incompleto, desta feita, a tipicidade depende de
complemento por atividade interpretativa do operador do direito conforme os costumes, o local, a época (não haverá
crime se o fato ocorrer em praia de naturismo ou no caso de nudez parcial durante desfiles de carnaval)
– Exs.: micção em público com exposição do pênis; chispada; relação sexual em local público; exposição acintosa
dos órgãos sexuais, seios ou nádegas
• Elemento normativo do tipo – somente haverá o delito se a conduta for praticada em:
– Local público: ruas; becos; vielas; praças; praias; parques
– Local aberto ao público: são os locais em que se ingressa mediante pagamento de ingresso como cinema; teatro;
estádios de futebol; casas de shows musicais
– Local exposto ao público: são locais privados mas de visibilidade ao público em geral: varanda; janela aberta;
dentro de automóvel
• Consumação – com a prática do ato desde que haja a possibilidade de visualização por outrem. O tipo penal não exige
que o ato obsceno seja efetivamente visto por alguém, bastando para a consumação a probabilddiade de que seja visto
– Assim, entende a jurisprudência de que não haverá crime se o ato for praticado em local absolutamente ermo
e afastado
• QUESTÕES
DISPOSIÇÕES GERAIS
Aumento de pena
Art. 234-B. Os processos em que se apuram crimes definidos neste Título correrão em
segredo de justiça
Módulo II
DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA,
A INCOLUMIDADE PÚBLICA E A
PAZ PÚBLICA
BIGAMIA
Art. 235 - Contrair alguém, sendo casado, novo
casamento:
Pena - reclusão, de dois a seis anos.
§ 1º - Aquele que, não sendo casado, contrai
casamento com pessoa casada, conhecendo essa
circunstância, é punido com reclusão ou detenção, de
um a três anos.
§ 2º - Anulado por qualquer motivo o primeiro
casamento, ou o outro por motivo que não a bigamia,
considera-se inexistente o crime.
Objeto jurídico: A organização da família.
Sujeito ativo: A pessoa casada que contrai novo matrimônio, na
bigamia própria do caput. A pessoa solteira, viúva ou divorciada,
que se casa com pessoa que sabe ser casada, é sujeito ativo do
crime de bigamia imprópria na figura mais branda do § 1º deste
artigo 235 do nosso Diploma Penal.
Sujeito passivo: O Estado, o cônjuge do primeiro matrimônio e o
do segundo, se de boa-fé.
Tipo subjetivo: O dolo
Tipo objetivo: contrair novo casamento.
Casamento de pessoa não casada com outra casada (§ 1º): No §
1º está a incriminação contra quem não sendo casado (solteiro,
viúvo ou divorciado), casa com pessoa casada, conhecendo esta
circunstância.
Tipo subjetivo: Em face da expressão “conhecendo” o tipo
requer o dolo direto não bastando o dolo eventual.
Art. 236. Contrair casamento, induzindo em erro essencial o
outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja
casamento anterior;
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.
Parágrafo único. A ação penal depende de queixa do
contraente enganado e não pode se intentada senão depois de
transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou
impedimento, anule o casamento.
secundária: patrimônio do sujeito passivo lesado com a falsidade documental. Ex.: repasse de
moeda falsa art. 289 CP;
ATIVO:
regra geral: CRIMES COMUNS – qualquer pessoa;
excepcionalmente: CRIMES PRÓPRIOS – a lei exige determinadas condições do sujeito ativo.
Ex.: art. 302 (atestado médico falso - médico)
PASSIVO:
Principal, primário: Estado titular da fé pública (CRIMES VAGOS);
Secundário: pessoa física ou jurídica que venha sofrer dano ou potencialidade de dano em
razão da falsidade. Ex.: falsidade pode ofender direitos de 3os., às vezes não, só lesa a fé
pública
GENERALIDADES
• FALSIDADE MATERIAL:
• FALSIDADE IDEOLÓGICA:
– Alteração do conteúdo do documento - declarações e
idéias, não há rasuras ou emendas. O documento
em si é verdadeiro, falsa é a idéia que ele contém.
CARACTERÍSTICAS COMUNS AOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA
1 Imitação ou alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante
Aptidão enganar o homem médio. O critério é o homem médio e o falso deve incidir sobre
fato juridicamente relevante
falso grosseiro = fato atípico
Súmula 73 STJ A utilização de papel-moeda grosseiramente falsificado configura, em tese, o crime de
estelionato, de competência da Justiça Estadual
2 Potencialidade de dano
Condições de causar dano, ou seja, capacidade em si de iludir a vítima . São crimes
formais, assim, não se exige o dano efetivo basta a probabilidade do dano
3 Dolo
falsidade material independe de qq fim específico.
falsidade ideológica - elemento subjetivo específico, há finalidade específica, especial fim
de agir. A falsidade ideológica é realizada com um fim específico - art. 299 parte final CP
não há crime culposo. Ex.: tabelião, por equívoco, registra óbito de pessoa ainda viva.
FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO NULO
– primário = fé pública
– secundário = patrimônio
• OBJETO MATERIAL
– moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou
estrangeiro
• Em se tratando de moeda fora de circulação = art. 171
• SUJEITOS
• TENTATIVA – 2 CORRENTES
• TRF 3ª. REGIÃO – 28/01/05 “...O crime previsto no § 1º. do art. 289 CP consuma-se
mediante a simples guarda da moeda falsa, sendo, pois, irrelevante o fato de o agente não ter
chegado a coloca-la em circulação”.
• TRF 3ª. REGIÃO – RT 759/743 “Caracteriza-se o tipo penal previsto no art. 289 § 1º. do CP
quando ocorrer por parte do agente simples posse ou guarda de moeda falsa”.
• TRF 5ª. REGIÃO – 24/02/05 “...no crime de moeda falsa, que, em sua objetividade jurídica,
tutela a fé pública, introduzir dinheiro falso em circulação constitui o delito configurado no art.
289 § 1º. Do CPB, da classe do de consumação antecipada ou de simples atividade, também
chamado de formais”.
• TRF 4ª. REGIÃO “A alegação de falta de intenção dolosa em causar prejuízo à vítima ou de
levar vantagem na negociação é irrelevante para descaracterizar o crime previsto no art. 289 §
1º. Do CP, pois este se consuma com a simples introdução de moeda falsa em circulação”.
– TRF 3ª. REGIÃO – 24/01/05 “....Comprovado nos autos que o réu, tendo recebido
moeda falsa de boa-fé, ao perceber a inautenticidade, agiu livre e conscientemente com
o fim de reintroduzi-la em circulação para evitar prejuízo, sendo de rigor a manutenção
do decreto condenatório....Consumação do tipo previsto no art. 289 § 2º. CP com a
recolocação da cédula falsa em circulação, mediante a entrega da nota inautêntica a
terceira pessoa”.
• Guilherme de Souza Nucci “há um limite para a fabricação ou emissão de moeda, controlado
pelo Conselho Monetário Nacional e pelo Banco Central, ultrapassar esse limite constitui
crime”.
• QUESTÕES PARA APROFUNDAMENTO DO TEMA
– Se o agente possui petrechos para falsificação de moedas (291) e efetivamente as falsifica (289) responde
somente por este último delito. NÃO HÁ CONCURSO – princípio da consunção – 291 = antefactum
impunível
• TENTATIVA – 2 CORRENTES:
– 1ª. Doutrina majoritária – admite. Ex.: agente visando adquirir máquina de falsificar $ paga o valor a quem
a produziu mas por CAVA não a recebe (ex. Damásio)
– 2ª. Não admite já que se trata de excepcional tipificação de ato preparatório.
ARTIGO 297 – FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO
• Objeto material: documento público, ou seja, aquele elaborado por funcionário público no
exercício de sua funções e conforme as prescrições legais e regulamentares
• Exs.: CNH; RG; CPF; passaporte; certidões de nascimento, casamento ou óbito; carteira da
OAB; título de eleitor
• SUJEITO PASSIVO
– principal = ESTADO titular da fé pública
– secundário ou evental = 3º. eventualmente lesionado pela falsificação
• Consumação – crime formal – com o mero ato de falsificação independentemente de uso ou obtenção de
vantagem
• ARTIGO 297 § 3º. – FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO
PREVIDENCIÁRIO
• Falsificação de cartão
– Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-se a
documento particular o cartão de crédito ou débito.
ARTIGO 299 – FALSIDADE IDEOLÓGICA
• Objeto material - documento público ou particular
• 1a. OMITIR: deixa de inserir declaração que dele deveria constar. crime omissivo próprio.
– TJSP “médico que assina declaração ou atestado de óbito ideologicamente falso para efeito de alteração
da verdade no Registro Público....”.
– STF “A inserção de falsa declaração de emprego em carteira profissional de trabalho caracteriza falsidade
ideológica”.
– TJSP “Fiador que declara falsamente, em contrato de locação, ser proprietário de imóvel que já não lhe
pertence”.
– TJSC “Réu na qualidade de despachante junto ao DETRAN, tendo ciência de que o automóvel, em
acidente, vitimara seu proprietário e virara sucata, ainda assim, providenciou seu emplacamento...”
– TJSP “A inserção em compromisso de compra e venda, de falsa declaração de estado civil com o escopo
de prejudicar o cônjuge, de quem pretendia se separar.....”.
• TENTATIVA
– é admissível nas formas comissivas, ou seja, na 1ª. e 3ª. Condutas
• 1º. Se o papel foi assinado em branco e entregue a alguém para preenche-lo e este o
faz em DESACORDO com as instruções dadas = FALSIDADE IDEOLÓGICA;
Sujeito ativo particular crime Interpretação topológica - Interpretação topológica - Sujeito ativo advogado ou
comum Sujeito ativo FP (intraneus) Sujeito ativo particular crime procurador crime próprio
crime funcional e próprio comum
(ratione muneris)
Há elemento subjetivo Trata-se de crime funcional Não há elemento subjetivo Trata-se de crime próprio, mas
específico do tipo, há uma sem qualquer finalidade específico do tipo (não há não funcional, sem qualquer
finalidade especifica, qual seja, específica finalidade específica) finalidade específica
o benefício próprio ou
benefício ou prejuízo de
outrem
Art. 305 – supressão de documentos
• Os arts. 305 e 337 diferem pelo objeto jurídico tutelado e pela finalidade específica
do agente que se comprovada afasta o 337 (delito subsidiário expresso) fazendo
prevalecer o 305 crime mais grave.
• Diferem 314 e 337 pelo sujeito ativo: 337 é crime comum; 314 crime funcional e,
portanto próprio que só pode ser praticado pelo FP que tem a guarda do objeto
material. É possível perceber essa diferença pelo emprego de um verbo núcleo
diferente: o 314 incrimina a conduta de extraviar que só pode ser cometida por
quem tem a posse do objeto material, ou seja, o FP, daí o nomen júris do delito:
ARTIGO 314 EXTRAVIO, SONEGAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO OU
DOCUMENTO. Já o 337 incrimina a conduta de subtrair, que deve ser praticada por
quem não tem a custódia do documento e precisa surrupi-á-lo, ou seja, o
particular, daí o nomen júris ARTIGO 337 SUBTRAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO
OU DOCUMENTO.
Art. 307 – Falsa identidade
• Conceito de identidade conjunto de características que qualificam um
indivíduo individualizando-o em relação a outros como seu nome, idade,
sexo, estado civil, profissão, condição social.
• 2ª. art. 45 LCP “atribuir-se a condição de funcionário público sem objetivar qualquer vantagem ou prejuízo
alheio.Pena = 1 a 3 meses ou multa”
• 5ª. Tício, por ocasião de prisão em flagrante, mente sua identificação perante a autoridade policial – 2 correntes:
– 1ª. Fato atípico, pois, Tício exerce seu direito constitucionalde auto-defesa e de não se auto incriminar
– 2ª. art. 307 CP - STF entende que a apresentação de identidade falsa perante autoridade policial com o
objetivo de ocultar maus antecedentes é crime previsto no Código Penal (artigo 307) e a conduta não está
protegida pelo princípio constitucional da autodefesa (artigo 5º, inciso LXIII, da CF/88). falsa identidade não
constitui exercício de autodefesa. o STF entendeu que a falsa atribuição de identidade não constituem direito
de autodefesa, configurando tal conduta o crime previsto no art. 307 do CP. (fonte:
http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=19119)4)
• Neste sentido a recente Súmula 522 STJ “A conduta de atribuir-se falsa identidade perante
autoridade policial é típica, ainda que em situação de alegada autodefesa.”.
Art. 308 - Uso de documento de Identidade alheio
• Princípio da subsidiariedade expressa (subespécie de falsa identidade através do uso de documento de
identidade alheio)
– Somente restará tipificado se o fato não constituir crime mais grave. Ex.: 171
• Consumação – com o uso do documento atribuindo-se falsa identidade OU com o ato de cessão do
documento
•Sujeito ativo – crime comum. Incrimina-se inclusive o candidato que utiliza referidas
informações (conduta utilizar)
•§ 1o Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por qualquer meio, o acesso de
pessoas não autorizadas às informações mencionadas no caput.
•§ 3o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é cometido por funcionário público.
Módulo IV
DOS CRIMES CONTRA A
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Crimes contra a administração pública
1.1. Espécies
• crimes praticados por funcionário público;
• crimes praticados por particular;
• crimes praticados contra a administração da justiça.
• Os crimes praticados por funcionário público são chamados pela doutrina crimes funcionais.
São crimes que estão relacionados com a função pública. Na classificação geral dos delitos,
tais crimes estão inseridos na categoria dos crimes próprios, pois a lei exige uma característica
específica no sujeito ativo: ser funcionário público.
• O Código de Processo Penal traz um rito diferente para os crimes praticados por funcionário
público (arts. 513 a 518), em que existe a defesa preliminar antes do recebimento da denúncia
(art. 514 CPP).
• SÚMULA 330 STJ É desnecessária a resposta preliminar de que trata o artigo 514 do CPP, na
ação penal instruída por inquérito policial.
ARTIGO 327 – CONCEITO DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO PARA FINS PENAIS
• Adotou o CP conceito extensivo que abarca todas as espécies que compõem o gênero
agente públiac, ou seja, todos os que desempenham, de algum modo, função na
Administração direta ou indireta do Estado.... Ex.: agente político; escrevente
auxiliar de cartório; estudante de Direito em estágio junto à Defensoria Pública, ao MP ou
magistratura; oficial de cartório de protestos de título; Perito judicial; o contador da
prefeitura municipal
1 Administração Direta
• empresa prestadora de serviço contratada...: EX.: iluminação pública, coleta de lixo, saúde,
energia elétrica, telefonia, estradas e rodagem, rodovias,
– STJ – 24.05.04 “...Administradores de hospital conveniado ao SUS e médicos que atendem pacientes segurados por esta
autarquia estão inseridos nesta concepção, por exercerem função pública delegada”.
– STF – JSTF 168/345 “Funcionário Público para efeitos penais: titulares de tabelionato e ofícios de registro....O artigo 236 da
CF ao dispor que – os serviços notariais e de registro serão exercidos em caráter privado, por delegação do poder público
- ....confirmou a publicidade da natureza, do qual resulta a consideração do seu pessoal como funcionários públicos, para
efeitos penais, ainda que não para outros efeitos”.
• QUESTÃO PARA APROFUNDAMENTO DO TEMA
– STF “Crime contra a honra. Delito praticado contra dirigente de sociedade de economia
mista. Pretendida equiparação deste a funcionário público. Inadmissibilidade....É quando
menos razoável o entendimento de que a equiparação estatuída no art. 327 § 1º. do CP,
não alcança servidor senão quando sujeito ativo do delito”.
– STJ “Desacato. Conceito. Alcance do art. 327 § 1º. do CP. A ofensa constitutiva do
desacato deve resultar em desprestígio ou irreverência ao funcionário, aplicando-se a
equiparação prevista no § 1º. do art. 327, do CP, apenas quando for ele sujeito ativo e
não passivo”.
• Conceito: pode ser conceituado como a apropriação indébita funcional, ou seja, aquela
praticada pelo FP em razão da função pública.
• 2º. inversão da posse lícita em propriedade ilícita (neste momento há a consumação). Neste
segundo momento há duas condutas incriminadas no caput do art. 312:
• 2º. FP aproveitando-se da função somente facilita a subtração que será efetuada por outro
(outro FP ou particular).
– O FP, aproveitando-se da função, dolosamente, concorre para que outro subtraia o bem. Ex.:
FP, intencionalmente, deixa a porta aberta para que outro subtraia o bem. Neste caso ambos
responderão por peculato-furto (312 § 1º c.c 30 CP)
– OBS: se não se valer da função ambos responderão por furto. Ex.: arromba a porta da
repartição e subtrai o bem = 155 § 4º., I CP.
– OBS: Se não houver liame subjetivo entre o FP e o 3º. teremos 2 delitos: FP = 312 § 1º. E o
particular = 155 CP
•
ARTIGO 312 § 2º. – PECULATO CULPOSO
• FP, culposamente, concorre para o crime de outrem (FP / particular).
• Ex.: FP, culposamente, facilita a subtração, apropriação ou desvio de bens por outro
• se o FP culposamente causar prejuízo à Adm. Pública, por si só, sem que outro participe = NÃO HÁ
CRIME
• Consumação - com o crime doloso do outro. Assim, se o FP for negligente, ou seja, deixar a porta
da repartição aberta, mas não ocorrer o delito pelo 3º., não haverá peculato culposo.
• Suponha que Tício, funcionário público, culposamente concorra para que Mévio também
funcionário público, aproveitando-se da função, subtraia bens da repartição. Tipifique
corretamente a conduta de cada qual
REPARAÇÃO DO DANO E O CRIME DE PECULATO
Reparação do dano
Art. 312 § 3º.
Peculato doloso
Peculato culposo
• Exs.:
• TJSP – tabelião que recebe indevidamente $ da vítima que o supunha encarregado da cobrança
(FP por equiparação do art. 327 § 1º.);
• TACRSP – escrivão de cartório de notas que tendo recebido $ para pagamento de SISA e lavratura
de escritura se apropria do valor (FP por equiparação do art. 327 § 1º.);
• Elemento subjetivo: O dolo do FP somente surge após a entrega da coisa pelo particular, se desde
o início o FP deseja induzi-lo em erro haverá estelionato. No momento da entrega NÃO há dolo,
em momento posterior, ao perceber o erro espontâneo do extraneus o FP decide apropriar-se do
objeto material
– dolo ab initio, desde o início o FP age com dolo, induzindo o extraneus em erro = 171.
ART. 313-A – insercão de dados falsos em sistema de Art. 313-B – modificação ou alteração não autorizada de
informações sistema de informações
Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações
dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos ou programa de informática sem autorização ou solicitação
nos sistemas informatizados ou bancos de dados da de autoridade competente
Administracão Pública, com o fim de obter vantagem indevida
para si ou para outrem ou para causar dano
Trata-se de CRIME PRÓPRIO QUALIFICADO. Verifica-se tratar- Pode ser praticado por qualquer FP. Trata-se de CRIME
se de crime que somente pode ser praticado pelo FP cujas PRÓPRIO
atribuições envolvem a atuação em bancos de dados
Há elemento subjetivo específico do tipo, há finalidade Não há elemento subjetivo específico do tipo, bastando o
específica, a qual pela maior lesividade justifica o aumento dolo, ou seja, a consciência e intenção de alterar dados
de reprimenda penal (obtenção de vantagem indevida ou indevidamente.
causação de dano)
Crime formal cuja consumação ocorre com a realização de um Crime de mera conduta cuja consumação ocorre com a
dos verbos núcleos do tipo (tipo misto alternativo) realização de um dos verbos núcleos do tipo (tipo misto
independentemente da obtenção da vantagem ou da alternativo). O exaurimento consistente no dano à
causação do dano que são meros exaurimentos Administração Pública ou ao administrado configura
exaurimento erigido à categoria de CAP
ART. 316 – CONCUSSÃO
• Conceito – é de certa forma uma extorsão cometida por funcionário público em razão da função. Só que este
ao invés de fazer uso de violência física ou grave ameaça, utiliza-se do cargo público para pressionar e subjugar
a vítima.
• Objeto jurídico
– Primário = moralidade e eficiência na administração pública
– Secundário = patrimônio e integridade psíquica do particular
• Consumação e tentativa
• consumação com a EXIGÊNCIA (CRIME FORMAL).
• obtenção da vantagem = EXAURIMENTO
•
• Tentativa – DEPENDE
•
• 1º. Se conduta unissubsistente = NÃO ADMITE. Ex.: exigência oral ou por gestos
•
• 2º. Se conduta plurissubsistente = ADMITE. Ex.: exigência escrita na carta extraviada
ART. 316, § 1º. – EXCESSO DE EXAÇÃO
• Exação = cobrança correta, legal de tributos. PUNE-SE O EXCESSO NA COBRANÇA.
• Objeto material – tributos ou contribuição social
• Sujeito ativo – crime próprio mas o particular pode ser coautor ou partícipe (art. 30 CP)
• Elemento objetivo do tipo – conduta típica - 2 hipóteses
– 1ª. EXIGÊNCIA INDEVIDA de tributo ou contribuição social – extraneus não deve o
tributo ou contribuição social.
– 2ª cobrança vexatória ou gravosa de tributo DEVIDO = o tributo, contribuição social é
devido, mas a lei não autoriza o modo como este é cobrado.
• 3ª. ACEITAR PROMESSA = concordar com a proposta futura feita pelo 3º. particular. Neste caso verifica-
se a iniciativa do particular que faz a oferta. Também temos uma EXCEÇÃO PLURALISTA À TEORIA
MONISTA NO CONCURSO DE AGENTES
– particular corruptor que faz a promessa = 333
– funcionário público que aceita a promessa = 317
• OBS.:
• 1. a não identificação do corruptor não impede a punição do funcionário público corrupto já que são
delitos autônomos;
• 2. a absolvição do particular (réu em ação penal conexa por 333) NÃO implica em absolvição do
funcionário público. Ex.: FP solicita vantagem e particular não concorda
• ESPÉCIES
•
• ANTECEDENTE: 1º. Solicita, recebe a vantagem ou aceita a promessa; 2º. Prática do ato
funcional.
•
• CONSEQUENTE: 1º. prática do ato funcional vendido; 2º. Solicitação, recebimento da
vantagem.
•
• PRÓPRIA: realiza ato ilegal, ilícito, que se encontra fora de suas atribuições legais
•
• IMPRÓPRIA: realiza ato legal, lícito que se encontra no rol de suas atribuicões legais
•
• CONSUMAÇÃO - trata-se de CRIME FORMAL
• Neste caso não há mercância, pois, o FP cede a pedido de outrem sem que ocorra a
“venda” de sua função pública. Há bilateralidade já que o FP cede a pedido de um
terceiro (sentimento pessoal), mas não há mercância envolvendo a “venda” do
exercício funcional
• OBSERVAÇÕES FINAIS
•
• 1ª. Se relacionado à tributação aplica-se o art. 3º., II da Lei 8137/90 (Princípio da
Especialidade);
•
• 2ª. Se relacionada à corrupção de testemunha, perito, tradutor ou intérprete
aplicam-se os arts. 342 § 1º. e 343 CP (Princípio da Especialidade)
Art. 319 - PREVARICAÇÃO
• Não há mercancia da função, o funcionário público viola um dever de ofício para satisfazer
objetivos pessoais (sentimento ou interesse pessoal).
• OBS.: Só é punível a conduta dolosa, assim, a incriminação não alcança o funcionário incauto
(não há modalidade culposa).
• A pessoa que leva o celular para o detento comete o crime do art. 349-A
– Art. 349-A Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facilitar a entrada de aparelho
telefônico de comunicação móvel, de rádio ou similar, sem autorização legal, em
estabelecimento prisional. Pena: detenção, de três meses a um ano.
– Este é um crime comum que pode ser cometido por qualquer pessoa
• O PRESO/CONDENADO que porta o celular dentro do sistema penitenciário não comete crime
(reserva legal) mas somente FALTA GRAVE conforme inciso IV do artigo 50 LEP (tiver em sua
posse, utilizar ou fornecer, aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação
com outros presos ou com o ambiente externo).
ART. 320 – CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA
• A grosso modo incrimina-se o comportamento omissivo do superior hierárquico que tem o dever de
aplicar as devidas sanções disciplinares aos seus subordinados que cometerem faltas funcionais
• A incriminação é decorrência dos princípios da moralidade e eficiência na Administração Pública, assim
como, do poder disciplinar inerente à sua estrutura piramidal
• Sujeito ativo - Crime próprio que somente pode ser cometido pelo funcionário público SUPERIOR
HIERÁRQUICO em relação aos seus subordinados (sujeito passivo)
• Elemento subjetivo – o crime é eminentemente doloso, assim, não se pune o superior que é desidioso
(não há formalidade culposa)
– Há elemento subjetivo específico, ou seja, há um fim específico de agir, assim, pune-se o superior
que se omite por indulgência, clemência, dó.
• Se a motivação for econômica = 317
• Consumação trata-se de crime OMISSIVO PRÓPRIO e de MERA CONDUTA consumando-se com a mera
omissão, independentemente de qualquer resultado naturalístico posterior, sendo assim, não admite
tentativa
ART. 321 – ADVOCACIA ADMINISTRATIVA
• Consiste no fato em que o funcionário público, em razão da função e da facilidade que esta lhe
proporciona no acesso a outros funcionários públicos, promove, defende, patrocina interesse
privado legítimo ou ilegítimo perante a Administração Pública.
• Elemento objetivo
• Com base na lição de Damásio E. de Jesus patrocinar = pleitear, advogar, facilitar. É necessário que
se aproveite das condições e facilidades que o exercício da função lhe proporciona
• Consumação - crime formal consumando-se com o 1º. ato de patrocínio, ou seja, a consumação
independe da obtenção do resultado almejado e pretendido, ou seja, a consumacão dispensa,
prescinde do efetivo patrocínio do interesse (DAMÁSIO).
• Meios de execução: ameaça ou violência contra a pessoa do funcionário público ou particular que o auxilie. NÃO
caracteriza o delito a violência exercida exclusivamente contra coisa podendo restar tipificado o delito de dano
qualificado pelo patrimônio público
• O ato de oposição deve ser anterior ou concomitante à execução do ato, pois, visa impedir sua execução
– se posterior NÃO há crime de resistência 329 podendo haver OUTRO delito como lesão corporal; tentativa de
homicídio; ameaça ou evasão violenta de preso (art. 352)
• Exs.: atirar objetos contra policiais militares por ocasião do flagrante; disparos de arma de fogo; ameaçar com faca ou
pedaço de pau; desferir socos ou pontapés; apontar revólver;
– NÃO há crime: na violência contra coisa (art. 163, § único III); rogar praga, amaldiçoar, cuspir, xingar ou humilhar
(art. 331)
• Consumação - crime formal – A consumação se dá com a mera oposição violenta, o efetivo
impedimento do ato funcional é exaurimento.
• QUESTÕES:
• 1 Suponha que Tício se oponha violentamente à um mandado de prisão legalmente
expedido e no mesmo contexto fático tente fugir e profira também dizeres ofensivos ao
executor do mandado. Neste caso qual crime Tício cometeu?
• 2 Suponha que Tício se oponha violentamente contra dois policiais civis que legalmente
executam mandado de prisão preventiva contra aquele expedido. Neste caso, haverá crime
único ou concurso de crimes?
Art. 330 - Desobediência
• Elemento objetivo – conduta
• A conduta incriminada consiste em não cumprir ordem legal de FP. Trata-se de CRIME DE
FORMA LIVRE que pode ser cometido por ação ou omissão, dependendo do conteúdo da
ordem
• Tentativa - depende
• 1 Como diferenciar o crime de desacato (art. 331 CP) do crime de injúria proferida
contra funcionário público em razão da função (art. 140 c.c 141, II CP )
• Elemento normativo do tipo = ... A pretexto de influir ...Trata da alegação de falsa influência, de falso prestígio junto à
Administração Pública
• Objeto jurídico
– principal: prestígio, imagem da Adm. Pública junto à sociedade, a qual tem sua probidade, lealdade e eficiência
maculada;
– secundário: patrimônio do particular que, induzido em erro, crê na alegação de falsa influência junto a Adm.
Pública.
• Elementos objetivos do tipo – condutas - solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou
promessa de vantagem
– se o agente dispuser verdadeiramente de referido prestígio e por esta razão corromper um funcionário público
será autor do crime de corrupção ativa (art. 333)
• CONSUMAÇÃO - é CRIME FORMAL consumando-se com a realização de uma das ações nucleares independentemente
do agente obter êxito no fim desejado
• Princípio da especialidade
– Art. 357 CP - exploração de prestígio
– Art. 337-C CP: tráfico de influência em transação comercial internacional
Art. 321 Advocacia Art. 332 tráfico de Art. 337-C tráfico de Art. 357 exploração
Administrativa influência (venda de influência em de prestígio: solicitar
patrocinar, direta ou fumaça): solicitar, transação comercial ou receber dinheiro
indiretamente, exigir, cobrar ou internacional solicitar, ou qualquer outra
interesse privado, obter, para si ou para exigir, cobrar ou utilidade, a pretexto
perante a outrem, vantagem ou obter, para si ou para de influir em juiz, MP,
Administração promessa de outrem, direta ou funcionário da justiça,
pública, valendo-se vantagem, a pretexto indiretamente, perito, tradutor,
da qualidade de de influir em ato vantagem ou intérprete ou
funcionário praticado por FP no promessa de testemunha.
exercício da função vantagem, a pretexto
de influir em ato
praticado por FP
estrangeiro no
exercício da função
relacionado a
transação comercial
internacional
Crime praticado por Crime praticado por Crime praticado por Crime praticado por
funcionário público particular particular particular
Objeto jurídico = Objeto jurídico = Objeto jurídico = Administração da
Administração Pública Administração Pública Administração Pública Justiça
ARTIGO 333 – CORRUPÇÃO ATIVA
• trata-se de exceção pluralista à teoria monista (unitária) no concurso de agentes já que a legislação
penal pune separadamente o funcionário público sujeito ativo de corrupção passiva (art. 317) e o
particular sujeito ativo de corrupção ativa (art. 333);
• Elemento objetivo - crime de forma livre que pode ser cometido por palavras, gestos, escritos
•
• Elemento subjetivo do tipo: dolo mas há finalidade específica, um peculiar fim de agir, assim, deve-se
comprovar que o particular ofertou indevida vantagem econômica ao FP para a realização futura do ato
funcional,
• Consumação- crime formal cuja consumação ocorre com a conduta do extraneus de oferecer ou
prometer vantagem indevida, independentemente da aceitação do FP
– Art. 333 § único - exaurimento como CAP – se em razão da vantagem ou promessa, o FP retarda ou
omite ato de ofício (omissão ilegal, indevida de ato de ofício) ou o pratica infringindo dever
funcional
• Tentativa
– se configurar conduta unissubsistente (palavras ou gestos) = não admite
– se configurar conduta plurissubsistente = admite. Ex.: e-mail desviado, carta extraviada.
• 1 a oferta de vantagem moral, profissional caracteriza o delito? Por exemplo particular pede ao FP que
“dê um jeitinho”, que “quebre esse galho”, etc? Nestes casos, poderá haver crime para ambos os
envolvidos particular e FP?
• Entende-se que não há o delito nas pequenas gratificações entregues ao FP como forma de
agradecimento por um ato legal já praticado (cestas de natal, vinhos, whisky, chocolate, bolo, caixa de
bom-bons)
– entende-se que nestes casos não há dolo, ou seja, não há a intenção de “comprar” o ato funcional
já praticado, assim como, verifica-se que nestes casos a gratificação foi entregue após a prática do
ato e não para induzi-lo a praticá-lo.
– O artigo 333 CP incrimina o comportamento do particular que ao oferecer vantagem indevida visa
determinar o FP a praticar ato funcional, a oferta da vantagem é para que o FP o pratique e não
como forma de gratidão por um ato praticado.
• Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de
mercadoria:
– Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
• § 2o Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de
mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residências.
• § 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de descaminho é praticado em transporte aéreo, marítimo ou fluvial.” (NR)
Lei 13.008/14 - Arts. 334 (DESCAMINHO) e 334-A (CONTRABANDO)
• Contrabando – é a importação ou exportação de objetos, mercadorias consideradas ilegais
• § 2o Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio irregular ou
clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residências.
• § 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de contrabando é praticado em transporte aéreo, marítimo ou fluvial.”
Art. 334 – Contrabando e descaminho
• Aplicação do Princípio da insignificância
• Elemento objetivo do tipo – conduta - dar causa: originar, iniciar, provocar investigação policial; investigação
administrativa; inquérito civil (Lei 7347/85 – LACP); processo judicial; ação de improbidade administrativa (Lei
8429/ - LIA)
• Trata-se de CRIME DE FORMA LIVRE: não se exigindo para sua configuração a apresentação formal por escrito
de notitia criminis
• Ex.: imputação de crime verdadeiro, mas cuja autoria seja falsa; de crime que não ocorreu
• Elemento subjetivo – por interpretação gramatical do próprio art. 339 somente admite-se o dolo DIRETO não
admitindo dolo eventual
• Consumação – trata-se de CRIME MATERIAL cuja consumação se
dará com a instauração da investigação policial (não há exigência de
instauração oficial de IP), com a instauração da ação penal, com a
instauração de investigação administrativa, de inquérito civil ou de
ação de improbidade administrativa
• Tentativa - admissível
• Art. 339 § 1º. - Anonimato como CAP. Ex.: logo após o trote agente é
pego pela autoridade
• consumação - crime material: consuma-se com a ação da autoridade e não com a mera comunicação
falsa
•
• Tentativa – admissível. Ex.: comunica infração penal inexistente e a autoridade NÃO inicia qualquer
investigação ou diligência
• QUESTÃO: Qual crime comete o agente que falsamente comunica à autoridade crime cometido por
pessoa imaginária com isto dando início a investigação policial?
ARTIGO 341 – AUTO ACUSAÇÃO FALSA
• Incrimina-se o fato do agente, perante a autoridade, se auto-acusar falsamente da prática de um crime
• CONSUMAÇÃO - CRIME FORMAL: com o conhecimento da acusação pela autoridade, não exigindo
qualquer providência desta para que o delito reste consumado
• Veja: é diferente dos arts. 339 e 340, pois, não há na descrição típica exigência de que ocorra
movimentação da “máquina da justiça”!!!
• TENTATIVA
• -se crime unissubsistente (palavras) – não admite
• - se crime plurissubsistente (escritao) – admite. Ex.: carta extraviada
• QUESTÃO: Comete delito o agente que, perante autoridade, falsamente se auto-acusa de atuar como
apontador do jogo do bicho?
ARTIGO 342 – FALSO TESTEMUNHO
• SUJEITO ATIVO - crime próprio que somente pode ser praticado por testemunha, perito, contador, tradutor ou
intérprete
– Em nosso sentir trata-se de crime de mão própria que não admite coautoria. Assim, cada testemunha mentirosa
comete seu delito autônomo
– Ademais há exceção pluralista à teoria monista no concurso de agentes, pois, o agente que fornece $ para a
testemunha, não á partícipe de 342 mas autor de 343
• Como leciona Damásio E. de Jesus a testemunha informante ou descompromissada também comete o 342, pois,
referido compromisso de dizer a verdade não é elementar do delito. (Há corrente em contrário)
• Conforme doutrina adotou-se a teoria subjetiva pela qual somente haverá falso testemunho quando houver
discrepância entre o que o sujeito ativo viu e o que relatou
• QUESTÃO: Testemunha tem o direito ao silêncio? Comete o crime a testemunha que cala a verdade para não se auto
incriminar?Fundamente sua resposta
• CONSUMACÃO - Trata-se de CRIME FORMAL que estará consumado com o término do depoimento ou entrega
do laudo pericial. Assim, a consumação do delito não depende da decisão final do processo em que ocorreu o
falso.
– Se o depoimento falso ocorre em juízo deprecado, neste ocorrerá a consumação e conforme artigo 70 CPP
o juízo deprecado será o competente para processar e julgar eventual ação penal
– Súmula 165 STJ compete à justiça federal processar e julgar crime de 342 cometido em processo
trabalhista.
• TENTATIVA – ADMISSÍVEL
• Art. 342 § 2º. - NATUREZA JURÍDICA – causa de extinção da punibilidade consistente em RETRATACÃO DO
AGENTE (art. 107, VI CP)
– MOMENTO LIMITE – ELEMENTO NORMATIVO TEMPORAL - até a sentença de 1º. Grau no processo em
que ocorreu o falso testemunho
• Elemento subjetivo do tipo - dolo: vontade livre e consciente de satisfazer pretensão que sabe legítima
ou a supõe legítima. O agente deve ter o conhecimento da legitimidade da pretensão ou, ao mínimo, a
suposição de tanto, pois, se tiver consciência de sua ilicitude haverá outro crime como furto, estelionato,
apropriação indébita, extorsão, etc.
– Elemento subjetivo específico: satisfazer pretensão legítima ou supostamente legítima
• tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, que se acha em poder de 3º., por
determinação judicial ou convenção.
• Trata-se de subtipo de 345. Trata-se de crime próprio que só pode ser cometido pelo
proprietário do bem
• Objeto material e elemento normativo do tipo: Coisa própria (de propriedade do próprio
sujeito ativo)
• Exs.: devedor subtrai o bem móvel próprio que estava em poder do credor como garantia da
dívida (Victor E. Rios Gonçalves)
ARTIGO 347 – FRAUDE PROCESSUAL
• Pede-se venia para colacionar exemplos de Fernando Capez: remoção de marcos em ação
possessória; colocar arma na mão da vítima para simular suicídio ou legítima defesa; apagar
mancha de sangue na roupa; alterar posição do corpo da vítima; simular deficiência visual motora
ou auditiva em ação trabalhista; alterar arma de fogo a ser periciada; apagar impressões digitais
• Consumação - crime formal consumando-se no momento da fraude desde que seja apta a
enganar o juízo ou perito.
– Fernando Capez “independe do real e efetivo engano, ainda que juiz ou perito não venham a
ser enganados”.
– Victor Eduardo Rios Gonçalves “é desnecessário que se consiga efetivamente enganá-los”.
• Tentativa - admissível
• Princípio da subsidiariedade implícita – art. 347 fica absorvido se o fato configurar crime mais
grave
• Sujeito ativo – crime comum - qualquer pessoa, exceto participantes do delito anterior
• Elemento objetivo do tipo - prestar auxílio: CRIME DE FORMA LIVRE.
– Ex.: enganar autoridade; ocultação do autor do delito anterior; auxílio para a fuga como fornecer $ ou veículo
para fuga
• Elemento normativo do tipo – somente haverá o crime do art. 348 se houver auxílio a participante de crime anterior e
não de contravenção, sendo assim há 3 situações a saber:
• 1º. Crime apenado com reclusão = 348 caput
• 2º. Crime apenado com detenção = 348 § 1º.
• 3º. Contravenção penal = fato atípico
• Consumação - momento em que o beneficiado (autor do crime anterior) consegue se subtrair da autoridade pública,
furtar-se da ação da autoridade pública
• TentativA - admissível
ARTIGO 349 – FAVORECIMENTO REAL
• A grosso modo incrimina-se a conduta do agente que, sem participar do delito, torna seu
produto a salvo em prol do autor do crime anterior
• Elemento subjetivo do tipo – dolo mas há especial fim de agir do favorecedor o qual busca
tornar seguro o proveito do crime para os participantes daquele delito.
• SUJEITO ATIVO – CRIME PRÓPRIO que somente pode ser cometido pelo preso provisório ou definitivo
• Tentativa - não admite, pois, o fato de tentar evadir-se com violência à pessoa já configura crime
consumado (crime de atentado ou mero empreendimento)
• QUESTÃO: Suponha que para fugir da penitenciária Tício arrombe as grades de sua cela destrunido-as
parcialmente? Neste caso Tício comete o crime em qustão? È possível incriminá-lo pelo crime previsto
no art. 163 (dano qualificado pela lesão ao patrimônio púlbico?
Art. 353 – Arrebatamento de preso
Crime praticado por particular Crime praticado por particular Crime praticado por particular
X
CIÊNCIA DO “DEVER SER”
CIÊNCIAS JURÍDICAS
MÉTODO DA CRIMINOLOGIA: Empírico e Indutivo
Biologia (criminal)
INTEGRAÇÃO + COORDENAÇÃO
Sociologia (criminal)
=
Psicologia (criminal)
CRIMINOLOGIA
Direito (criminal), etc.
ORIGEM DA CRIMINOLOGIA CIENTÍFICA
ESCOLA CLÁSSICA
ORIENTAÇÃO CRIMINOLÓGICA
ETAPA “PRÉ-CIENTÍFICA” ( PRÉ-POSITIVISTA)
ESTATÍSTICA MORAL OU
ESCOLA CARTOGRÁFICA
“CRIMINOSO NATO”
CARACTERÍSTICAS DO CRIMINOSO NATO
1. “NATO”
2. LOUCO MORAL
3. EPILÉTICO
4. LOUCO
5. OCASIONAL
6. PASSIONAL
“SUBSTITUTIVOS PENAIS”
“SATURAÇÃO CRIMINAL”
CRÍTICAS AO MODELO PROPOSTO POR FERRI
TERZA SCOULA
(CIÊNCIA TOTALIZADORA DO DIREITO PENAL)