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Obesidade

Patrícia Costa Bezerra


Nutricionista ( UnB)
Especialista em Nutrição Clínica ( FMRP – USP)
Mestre em Psicologia ( UnB)
Doutora em Medicina ( UnB)
Comida
Marisa Monte/Arnaldo Antunes
Bebida é água.
comida é pasto.
você tem sede de que?
você tem fome de que?
a gente não quer só comida
a gente quer comida, diversão e arte.
a gente não quer só comida,
a gente quer saída para qualquer parte.
a gente não quer só comida,
a gente quer bebida, diversão, balé.
a gente não quer só comida,
a gente quer a vida como a vida quer.
bebida é água.
comida é pasto.
você tem sede de que?
você tem fome de que?
a gente não quer só comer,
a gente quer comer e quer fazer amor.
a gente não quer só comer,
a gente quer prazer pra aliviar a dor.
a gente não quer só dinheiro,
a gente quer dinheiro e felicidade.
a gente não quer só dinheiro,
a gente quer inteiro e não pela metade.
bebida é água.
comida é pasto.
você tem sede de que?
você tem fome de que?
Sindemia Global da Obesidade

https://alimentandopoliticas.org.br/wp-content/uploads/2019/08/idec-the_lancet-
sumario_executivo-baixa.pdf
https://alimentandopoliticas.org.br/wp-content/uploads/2019/08/idec-
the_lancet-sumario_executivo-baixa.pdf
Obesidade
Grandes desafios: de qual obeso estamos
falando ???
• Qual a idade?

• Presença de
comorbidades?

• Motivação?

• A obesidade não é só fruto


de uma “escolha” pessoal.
Assistência Nutricional

Diagnóstico/ Estado
Nutricional (EN)

Definição da terapia
nutricional

Reavaliação
periódica do
EN
Avaliação Nutricional
História dietética Indicadores Indicadores Indicadores de
antropométrico bioquímicos composição corporal

Inquérito Peso Hemograma Circunferências e


alimentar *** dobras cutâneas

Frequência Altura Ferro sérico e BIA ( Bioimpedância


alimentar *** Ferritina elétrica)

Recordatório IMC Perfil lipídico, Avaliação por DXA


alimentar de Glicemia , (Dual energy X‐ray
24h*** Hemoglobina Glicada absorptiometry)
Registro alimentar Circunferências Proteínas totais e
*** (abdominal, quadril, frações
Panturrilha)
Dosagens de
vitaminas, eletrólitos
Causas da obesidade
• Ingestão calórica
• Mudanças nos últimos 100 anos
POF/IBGE - 2011: • Gasto calórico:
• Vida social : SEDENTARISMO
– Alto teor de açúcar
– mecanização;
(refrigerantes);
– automóvel;
– Aumento no consumo de
– falta de espaços para
gorduras e redução de
carboidratos complexos; esporte e lazer;
– falta de segurança;
– Baixo consumo de frutas e
– trabalho estritamente
hortaliças;
intelectual;
– Crescimento das despesas – vídeo game, computador
realizadas com alimentação
e a televisão**.
fora do domicílio.

IBGE, 2011 – Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008 – 2009. Disponível em


http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/pof/
2008_2009_analise_consumo/pofanalise_2008_2009.pdf
Causas da obesidade naquele
paciente/família
• Ingestão calórica

• Gasto calórico:
Consumo aumentado ,porém
• Vida social : SEDENTARISMO
de qualidade?
– mecanização;
Consumo aumentado e de
baixa qualidade? – automóvel;
– falta de espaços para
Seletividade alimentar ?
esporte e lazer;
Resistência ao novo?
– falta de segurança;
Falta de limites?
– trabalho estritamente
Falta de rotina? intelectual;
– vídeo game, computador
• Profissional e paciente devem e a televisão**.
perceber o mesmo objetivo

IBGE, 2011 – Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008 – 2009. Disponível em


http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/pof/2008_2009_analise_consumo/
pofanalise_2008_2009.pdf
Assistência Nutricional

Diagnóstico/ Estado
Nutricional (EN)

• O plano
Definição da terapia alimentar
nutricional não é
único!!!

Reavaliação
periódica do
EN
Como obter saciedade???
Satisfação do Paciente X
Potencial Risco

Instrumento imagético para orientação nutricional / Flávia Gonçalves Micali ; orientadora Rosa Wanda Diez Garcia –
Ribeirão Preto, 2014.
Satisfação do Paciente X
Potencial Risco

Instrumento imagético para orientação nutricional / Flávia Gonçalves


Micali ; orientadora Rosa Wanda Diez Garcia – Ribeirão Preto, 2014.
Calorias ou nutrientes?

Instrumento imagético para orientação nutricional / Flávia Gonçalves


Micali ; orientadora Rosa Wanda Diez Garcia – Ribeirão Preto, 2014.
Satisfação do Paciente X
Potencial Risco

Instrumento imagético para orientação nutricional / Flávia Gonçalves


Micali ; orientadora Rosa Wanda Diez Garcia – Ribeirão Preto, 2014.
Satisfação do Paciente X
Potencial Risco

Instrumento imagético para orientação nutricional / Flávia Gonçalves


Micali ; orientadora Rosa Wanda Diez Garcia – Ribeirão Preto, 2014.
Registro alimentar de uma paciente com
sobrepeso, que “ama frutas e verduras”
Meta terapêutica?

Controle metabólico

Melhorar composição
corporal

Melhor adesão ao
tratamento
Modalidades terapêuticas que interferem na ingestão ou no
gasto calórico, associado ao risco relativo do tratamento
para o paciente.

Ingestão calórica Risco Gasto calórico

Baixo

Modificação comportamental Modificação comportamental

Restrição alimentar Exercício

Fármacos – alt. metabólicas e Drogas termogênicas ( ???)


compulsão alimentar
Fixação maxilomandibular Drogas inibidoras de absorção

Cirurgia bariátrica

Alto
Bases do tratamento
1. Modificações no padrão alimentar;
2. Combate ao sedentarismo e estímulo à at.
Física;
3. Envolvimento familiar;
4. Tratamento Farmacológico
5. Cirurgia bariátrica (Discutida entre
adolescentes)
6. Terapias comportamentais
Bases dos tratamento
• 1 – Modificações no padrão alimentar
Planejamento dietético
• Uma dieta planejada individualmente para criar um déficit de 500 a
1.000 kcal deve ser parte integrante de programas de perda de peso
objetivando uma diminuição de 0,5 a 1 kg por semana, com metas
realistas.
• Dietas com baixas calorias, com 1.000 a 1.200 kcal por dia, reduzem
em média 8% do peso corporal, em três a seis meses, com diminuição
de gordura abdominal, com perda média de 4% em três a cinco anos.
• Dietas de muito baixas calorias (very-low calorie diets, VLCD), com 400
a 800 kcal por dia, produzem perda de peso maior em curto prazo, em
comparação às dietas de baixas calorias, mas em longo prazo, no
período de um ano, a perda de peso é similar. Estas, devem ser feitas
apenas em ambiente médico adequado e sob rígida supervisão.

https://abeso.org.br/wp-content/uploads/2019/12/Diretrizes-Download-Diretrizes-
Brasileiras-de-Obesidade-2016.pdf
 http://www.saude.ba.gov.br/wp-content/uploads/2020/02/Diretrizes-Sociedade-
Brasileira-de-Diabetes-2019-2020.pdf
http://www.saude.ba.gov.br/wp-content/uploads/2020/02/Diretrizes-Sociedade-Brasileira-de-Diabetes-
2019-2020.pdf
https://www.cell.com/cell/fulltext/S0092-8674(22)00398-1
10 passos para uma alimentação adequada
e saudável

• Fazer dos alimentos in natura


ou minimamente processados
a base da alimentação ;
• Utilizar óleos , gorduras , sal e
açúcar em pequenas
quantidades;
• Limitar o consumo de
alimentos processados;
• Evitar o consumo de
alimentos ultraprocessados;
10 passos para uma alimentação adequada
e saudável

• Comer com regularidade e


atenção. Sempre que
possível , com companhia;
• Fazer compras em locais
que ofertem variedades de
alimentos in natura ou
minimamente processados;
• Desenvolver e partilhar
habilidades culinárias;
10 passos para uma alimentação adequada
e saudável

• Planejar o uso do tempo para


dar à alimentação o espaço
que ela merece ;
• Quando sair de casa, dar
preferência a locais que
servem comidas feitas na
hora;
• Ser crítico quanto às
orientações sobre
alimentação veiculadas em
propagandas e comerciais.
Combate ao sedentarismo e estímulo à At. Física
1 2
Qual a expectativa de vida
contemporânea ??
4 - Tratamento Farmacológico
1) IMC maior ou igual a 30 kg/m2;
OU

2) IMC maior ou igual a 25 ou 27 kg/m² na presença de comorbidades


(dependendo do medicamento);
Além de

3) Falha em perder peso com o tratamento não farmacológico. A


história prévia de falência com tentativa com dieta com restrição calórica
é suficiente. Indivíduos com IMC normal e aumento da circunferência
abdominal são considerados obesos viscerais e devem ser tratados na
presença de comorbidades (associadas à obesidade e SM) .

https://abeso.org.br/wp-content/uploads/2019/12/Diretrizes-Download-Diretrizes-
Brasileiras-de-Obesidade-2016.pdf
Medicamentos aprovados no Brasil
• Sibutramina

• Orlistate

• Liraglutida 3,0 mg

• Semaglutida
• Metformina* e

• Liragutida (liberada em 2020 para 12 a 17


anos, com peso maior que 60 kg e IMC> 30
kg/m²)
https://abeso.org.br/nota-con-sobre-o-uso-da-
semaglutida-no-emagrecimento/
5 – Cirurgia Bariátrica

Em relação à massa corpórea:

• IMC > 40, independentemente da presença de comorbidezes.


• IMC entre 35 e 40 na presença de comorbidez.
• IMC entre 30 e 35 na presença de comorbidez que tenham
obrigatoriamente a classificação “grave” por um médico especialista na
respectiva área da doença. Também obrigatória a constatação de
“intratabilidade clínica da obesidade” por um(a) Endocrinologista.
Recomendação: a equipe cirúrgica e a instituição hospitalar envolvidas
devem manter registro de “indicação especial por comorbidez grave”
nestes casos, anexando documento emitido por especialista na área
respectiva da doença (cópia no prontuário médico e com o cirurgião).
https://www.sbcbm.org.br/consenso/
Em relação à idade:

• Abaixo de 16 anos: não há estudos suficientes que corroborem esta indicação, com exceção aos casos
de Prader-Wille ou outras síndromes genéticas similares, onde devem ser operados com o
consentimento da família disposta ao acompanhamento de longo prazo do paciente. Por outro lado,
não há dados seguros também que contra-indiquem os procedimentos ou comprovem haver prejuízos
aos pacientes submetidos a cirurgias da obesidade nesta faixa etária. Recomendação: avaliação de
riscos pelo cirurgião e respectiva equipe multidisciplinar, registro e documentação detalhada,
aprovação expressa dos pais ou responsáveis.

• Entre 16 a 18 anos: sempre que houver indicação e consenso entre a família e equipe multidisciplinar.

• Entre 18 e 65 anos: sem restrições quanto à idade.

• Acima de 65 anos: avaliação individual pela equipe multidisciplinar, considerando risco cirúrgico,
presença de comorbidezes, expectativa de vida, benefícios do emagrecimento. Levar em conta na
escolha do procedimento limitações orgânicas da idade, como dismotilidade esofágica e osteoporose.
Não há contra-indicação formal em relação a essa faixa etária isoladamente.
https://www.sbcbm.org.br/consenso/
• Em relação ao tempo da doença:
Apresentar IMC e comorbidedes em faixa de risco há
pelo menos 2 anos e ter realizado tratamentos
convencionais prévios e ter tido insucesso ou recidiva
do peso, através de dados colhidos na história clínica.
Essa exigência não se aplica: Em casos de pacientes
com IMC maior que 50 e para pacientes com IMC
entre 35 a 50 com doenças de evolução progressiva
ou risco elevado.

https://www.sbcbm.org.br/consenso/
Equipe multidisciplinar
• Entendida como um grupo de profissionais de
áreas diversas, trabalhando em harmonia de ações
e objetivos, visando avaliar, orientar e seguir os
pacientes portadores de obesidade mórbida em
programas de cirurgia bariátrica, dividindo tarefas
com o cirurgião, zelando pela proteção da boa
relação médico-paciente e contribuindo na
conquista e manutenção dos bons resultados,
como também na resolução das situações de
complicações ou insucessos.
https://www.sbcbm.org.br/consenso/

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