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DESNUTRIÇÃO ENERGÉTICO-PROTEICA

DESNUTRIÇÃO ENERGÉTICO-PROTEICA

Definição

“A desnutrição é definida como


uma condição clínica decorrente de uma
deficiência, relativa ou absoluta, de um ou
mais nutrientes essenciais. A desnutrição
ocorre quando o organismo não recebe os
nutrientes necessários para o seu
metabolismo adequado.”.
DESNUTRIÇÃO ENERGÉTICO-PROTEICA

● Desnutrição → problema universal de saúde pública,


principalmente em países em desenvolvimento.

● Aproximadamente 20 milhões de crianças < 5 anos


de idade são subnutridas → tornando-as vulneráveis a
doenças e mortes prematuras.

● Desnutrição pediátrica é responsável por


aproximadamente 45% de todas mortes infantis
no mundo.
Becker P et al, Nutr Clin Pract 2015
A desnutrição crónica deve-se, principalmente, à falta de
nutrientes como a vitamina A, ácido fólico, iodo,
proteínas ou ferro, mas também resulta de outros
fatores, como por exemplo a falta de acesso a água
potável que provoca diarreias constantes que impedem
a correta assimilação dos nutrientes, dificultando ainda
mais a nutrição das crianças. Este tipo de
desnutrição afeta mais de 160 milhões
DESNUTRIÇÃO ENERGÉTICO-PROTEICA
Antropometria Etiologia e Mecanismos Desequilíbrio de Resultados
Cronicidade nutrientes
Jejum
Parâmetros Anorexia,

↓ ingestão
Peso, Não relacionadas a interrupção
doença: alimentação
altura/ iatrogênica, • Perda de massa
Ambiental,
comprimen socioeconômico, intolerância magra
to, comportamental • Fraqueza
pregas muscular
cutâneas, OU • Retardo
DESNUTRIÇÃO
circunferên desenvolvim.
Relacionadas a ou intelectual
cia doença Má
• Infeções
do braço absorção
• Disfunção

↑requerimento nutrientes
Ingestão
Agudo (<3 meses) < imune
Classificaç Perda de
Infeção, trauma, Requerimento
• Retardo
ão queimadura nutrientes cicatrização de
Gomez feridas
Desbalanço
Waterlow Crônico (>3m)
Cal/proteico
Z-escore Fibrose Cística, Hipermetabolismo
Doença Celíaca, ↑gasto energético
Déficit de
Pneumopatia micronutrientes
Curvas crônica, Câncer
de
referênc
ia Utilização alterada
Inflamação dos nutrientes
NCHS Mehta NM, J Parent Ent Nutrition, 2013
ANTROPOMETRIA
ANTROPOMETRIA

Estatura

Peso Comprimento/altura

Prega tricipital Circunferência do braço Prega bicipital


AVALIAÇÃO NUTRICIONAL

 Medidas Antropométricas (PESO/ ALTURA)

 Conhecimento dos Padrões Normais de Crescimento –


Atualmente o Ministério da Saúde uniformizou o uso de
tabelas de referência de crescimento, adotando o padrão
norte-americano NCHS

A criança quando começa a sofrer as consequências da


privação energético-proteica, perde inicialmente peso e,
posteriormente, ocorre diminuição na velocidade do
seu crescimento.
Desnutrição Protéico – Energética

Indicadores
Altura para idade (A/I)

Peso para a idade (P/I)

Peso para a altura (P/A)

H á déficit ponderal e estatural quando o peso e a


altura estão abaixo de 2 DP
Desnutrição Protéico – Energética

Indicadores
O déficit de estatura é um indicador melhor
da má nutrição para a população infantil (A/I)

Déficit neste índice indica inadequação


cumulativa e prolongada da situação de saúde
e nutricional

O peso para a idade é o índice mais


habitualmente usado

Reflete o acúmulo de peso alcançado a longo


ou curto período de tempo
DESNUTRIÇÃO ENERGÉTICO-PROTEICA
ETIOLOGIA
A- Primária (Pobreza – Privação Nutricional – Não relacionada a doenças)

Subemprego Baixa Ingestão

Educação Precária
Perdas de Aleitamento
Pobreza costumes e Artificial
crenças Desmame
Falta de apoio
Precoce
Familiar
Família
Desestruturada
Exclusão do sistema DESNUTRIÇÃO
de saúde

Infecções Hospitalização
Más condições
ambientais

Carrazza FR, Pediatria Básica, 2003


DESNUTRIÇÃO ENERGÉTICO-PROTEICA
ETIOLOGIA

B- Secundária

Determinada por patologias que acometem os processos


relacionados à ingestão, digestão, absorção, metabolização e
excreção do alimento.

Ex: Estenose Hipertrófica do Piloro


Doença Celíaca / Diarreia Crônica
Diabetes Mellitus tipo 1
Insuficiência Renal
AIDS, etc.
DESNUTRIÇÃO ENERGÉTICO-PROTEICA
Classificação Quanto a Intensidade / Duração

A- Intensidade (define a gravidade da


desnutrição) Leve
Moderada
Grave

B- Duração (indica o tempo de curso, identificando


indivíduos emagrecidos (wasted) e/ou com parada de
crescimento (stunded)
Aguda
Crônic
a
Crônica
DESNUTRIÇÃO ENERGÉTICO-PROTEICA
Classificação da Desnutrição Grave

Formas de Apresentação
Baseia-se em critérios clínicos e laboratoriais

• Marasmo

• Kwashiorkor

• Kwashiorkor-Marasmático
CLASSIFICAÇÕES UTILIZADAS PARA AVALIAÇÃO NUTRICIONAL

CLASSIFICAÇÃO DE GOMEZ (1956)

● Utilizada como índice de gravidade da desnutrição em qualquer


situação.
● Baseia-se no índice peso ideal para idade e sexo (considerando o
P50 nas curvas de crescimento).
● Recomendada principalmente para crianças < 2 anos
 Peso → maior velocidade de aumento em função da idade que
o comprimento
 Agravos nutricionais → Peso altera primeiro que estatura
● Na presença de edema comprovadamente nutricional,
independente do Peso/Idade, a criança será considerada
desnutrida de 3º grau (modificação de Bengoa).
CLASSIFICAÇÃO DA DESNUTRIÇÃO DE GOMEZ

Déficit de
Peso/Idade (%) Graus de desnutrição Peso/Idade

91-100 Normal ≤ 10 %

76-90 Leve (Primeiro Grau) >10 a 24%

61-75 Moderada (Segundo Grau) >25 a 39%

≤ 60 Grave (Terceiro Grau) ≥ 40%


CLASSIFICAÇÃO DA DESNUTRIÇÃO DE GOMEZ

Exercício:
Lactente , 11 meses, sexo masculino,
pesa 6 Kg. Qual o seu estado
nutricional conforme a classificação
de Gomez?
CLASSIFICAÇÃO DE GOMEZ

11 meses, sexo masculino, pesa 6 Kg

 Verificar o gráfico do NCHS


 verificar o peso esperado
para a idade no percentil 50
 Peso ideal = 10 Kg

Então: 10 Kg ----------- 100%


(ideal)
6 Kg ----------- X
X= 60% (com déficit de 40% do peso/idade)
QUADRO DE TENDÊNCIAS GERAIS DO GANHO DE
PESO E ALTURA DURANTE A INFÂNCIA
CLASSIFICAÇÃO DA DESNUTRIÇÃO DE GOMEZ
X= 60% (com déficit de 40% do peso/idade)
Deficit de
Peso/Idade (%) Graus de desnutrição Peso/Idade

91-100 Normal ≤ 10 %

76-90 Leve (Primeiro Grau) >10 a 24%

61-75 Moderada (Segundo Grau) >25 a 39%

≤ 60 Grave (Terceiro Grau) ≥ 40%

Desnutrição de Terceiro Grau


DESVANTAGENS
CLASSIFICAÇÃO DE GOMEZ

• Não permite a distinção entre aguda e crônica.

• Não permite diferenciar as crianças cujas deficiências


de peso são devidas a problemas de crescimento e
não nutricionais (ex: síndromes genéticas)
CLASSIFICAÇÃO DE WATERLOW (1976)
● Baseia-se nos índices estatura/idade (E/I) e peso/estatura (P/E)
● Utilizada para crianças de 2 a 10 anos.
● Nessa fase o crescimento é mais lento e constante
predominando o estatural.
● O peso varia mais em função da estatura que da
idade.
● Os agravos nutricionais serão melhor avaliados
pela E/I ou P/E
CLASSIFICAÇÃO DE WATERLOW

Peso/
Estatura
90% Desnutrição Normal
Estatura/Idade

Normal = Eutrofia atual/aguda/wasting


Maior
95% Desnutrição pregressa ou
recuperação nutricional Desnutrição crônica
wasting e stunting Anormal
stunting
Menor

Normal Anormal
Maior Menor
Classificação de Waterlow (1976)

Relação Relação
Estatura / Idade Peso/Estatura

Eutrofia E/I > 95% P/E > 90%

Desnutrição Atual
E/I > 95% P/E <90% (do p50)
(aguda/”wasting”)

Desnutrição Crônica
(“wasting” e “stunting) E/I <95% P/E <90% (do p50)

Desnutrição Pregressa
E/I <95% P/E >90%(do p 50)
(“stunting”)
CLASSIFICAÇÃO DE WATERLOW
Exercício:
Pré-escolar , três anos, sexo masculino, com peso=10Kg e estatura=90
cm. Qual a classificação nutricional de acordo com Waterlow?

E/I p50 = 92,5cm

E/I = 90 cm X 100
92,5cm (estatura esperada para idade e sexo/p50)

E/I= 97,2% (>95%)


CLASSIFICAÇÃO DE WATERLOW

Qual o Peso esperado para E


no P50?

Masculino
Peso=10Kg
Estatura=90 cm.

Peso
esperado
para E no p50
= 13Kg

P/E = 77%
CLASSIFICAÇÃO DE WATERLOW
Exercício:
Pré-escolar , três anos, sexo masculino, com peso=10Kg e
estatura=90 cm. Qual a classificação nutricional de acordo com
Waterlow?
E/I= 97,2% (>95%)
P/E= 75% (< 90%)

Desnutrição Aguda/Atual (não apresenta déficit do crescimento)


Classificação da Organização das Nações
Unidas (OMS)

● Empregada para crianças de qualquer faixa etária.

● A comparação é realizada por escore “Z”.


ESCORE Z → Número de desvios-padrão que o dado obtido está afastado de
sua média de referência.

● ESCORE Z de um parâmetro individual


ESCORE Z =(valor observado para o indivíduo)-(valor da média do referencial)
desvio padrão do referencial

Escore Z > 0 significa que o valor da medida do indivíduo é


maior do que a média da população de referência
Escore Z < 0 corresponde a um valor menor que a média
Classificação da Organização das Nações
Unidas (OMS)

● Essa classificação tem como finalidade identificar as formas


moderadas e graves de DEP.

● A presença de edema comprovadamente nutricional , classifica


a desnutrição como grave.

No primeiro trimestre de vida é recomendável considerar, para


avaliação do estado nutricional, o ganho de peso médio de
aproximadamente 20-30g/dia.
Caso haja um ganho menor ou igual a 20 g/dia, considerar a
situação como risco nutricional.
CLASSIFICAÇÃO DA OMS
● EXEMPLO:
Menino com altura de 124 cm, qual seu
escore Z de altura para a idade?
População de referência: Meninos de 7 anos
a altura média é de 121,7 cm e o desvio
padrão da medida é de 5 cm.
● ESCORE Z (E/I) = 124-121,7 = 0,46
5
Escore Z > 0 significa que o valor da medida do indivíduo é
maior do que a média da população de referência
CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL
CRITÉRIOS DA OMS

Estatura/Idade Peso/Estatura
Desnutrição
Escore Z Escore Z

Moderada -2 -3 -2 -3

Abaixo de -3 Abaixo de -3
Grave
(nanismo grave) (emagrecimento grave)

: inclusive
Desnutrição Protéico – Energética
CRITÉRIOS DA OMS

Classificação da OMS – escore DP

Desnutrição P/A A/I Edema

Moderada DP – 3 ≤ -2 DP – 3 ≤ -2 Não

Grave DP < -3 DP < -3 Sim


INTERPRETAÇÃO DA CURVA DE CRESCIMENTO

Primeira medição
OBJETIVO: observar a posição do peso em relação aos pontos
de corte superior e inferior.

RESULTADOS:
● > percentil 97 → obeso
● entre p97 e p90 → sobrepeso
● entre p10 e p90 → normopeso
● entre p3 e p10 → peso baixo
● < p3 → desnutrição.
INTERPRETAÇÃO DA CURVA DE CRESCIMENTO

Nas medições seguintes

OBJETIVO: Observar a tendência de evolução da curva de peso

RESULTADOS:
● posição da linha que representa o traçado de crescimento da
criança: entre os percentis 97 e 3 → corresponde ao caminho
da saúde
INTERPRETAÇÃO DA CURVA DE CRESCIMENTO
NAS MEDIÇÕES SEGUINTES
● Traçado da curva da criança (ascendente, horizontal
ou descendente), desenhada em linha contínua a
partir da ligação de dois ou mais pontos com
intervalos não superiores a dois meses.
● Intervalos maiores devem ser desenhados com linha
pontilhada para chamar a atenção.
INTERPRETAÇÃO DA CURVA DE CRESCIMENTO
RESULTADOS E ATITUDES POR CADA SITUAÇÃO:
• > p97 → Curva de peso ascendente
Alerta: risco de sobrepeso e obesidade!
• p97 - p10 → Curva de crescimento
ascendente.
Condição de crescimento satisfatório
• p97 - p10 → curva de crescimento horizontal ou
descendente. Alerta!
INTERPRETAÇÃO DA CURVA DE CRESCIMENTO
RESULTADOS E ATITUDES POR CADA
SITUAÇÃO:

• p10 - p3 → Curva de crescimento ascendente


Alerta!
• p10 - p3 → curva de crescimento horizontal ou
descendente Insatisfatório: classificar como risco nutricional
• p3 - p0,1 → com qualquer tipo de curva (horizontal,
ascendente ou
descendente)
CLASSIFICAÇÃO DE MACLAREN (1967)
Classifica a desnutrição em tipos clínicos utilizando pontuação para
achados clínicos e concentração da albumina sérica.
Desnutrição Protéico – Energética

Alterações Fisiológicas
Pele e gordura subcutânea
atrofiadas
 pregas cutâneas

Glândulas atrofiadas  secura de


boca e olhos

Olhos encovados devido a perda da


gordura subcutânea na órbita
Desnutrição Protéico – Energética

Alterações Fisiológicas - TGI


Produção de ácido gástrico reduzida

Motilidade intestinal reduzida

Pânc reas atrofiado e sec reç ão de


enzimas digestivas reduzida

Mucosa do intestino delgado


atrofiada em graus variados
Desnutrição Protéico – Energética

Alterações Fisiológicas - Fígado


Síntese protéica diminuída

Gliconeogênese reduzida – risco de


hipoglicemia

Secreção de bile reduzida

Esteatose hepática
Desnutrição Protéico – Energética

Alterações Fisiológicas -
Filtração glomerular reduzida

Excreção de sódio e ácidos reduzida

Dific uldade na c apac idade de


concentrar urina - hipostenúria
Desnutrição Protéico – Energética

Alterações Fisiológicas - ENDOCRINO

Níveis de insulina reduzidos


e intolerâ ncia a glicose

Níveis de c ortisol
geralmente aumentados

Taxa de metabolism o reduzida


em 30%
Desnutrição Protéico – Energética

Alterações Fisiológicas - IMUNIDADE

Todos os aspec tos da


imunidade estão diminuídos

Imunidade mediada por


c élulas severamente deprimida

Níveis de IgA nas secreções reduzidos

Componentes do complemento baixos


Desnutrição Protéico Energética
Alterações Fisiológicas –
Função celular

Atividade da bomba de sódio reduzida


e membranas mais permeáveis, o que
leva a um aumento do sódio
intracelular e redução do potássio e
magnésio
Desnutrição Protéico – Energética

Alterações Fisiológicas - SCV


Débito cardíaco e volume circulatório
reduzidos

Pressão arterial baixa

Perfusão renal e tempo de c irc ulaç ão


reduzidos

Qualquer aumento no volume


sangüíneo pode produzir I C C
KWASHIORKOR
• O que é Kwashiorkor?

• Kwashiorkor é a condição que ocorre quando a falta de proteínas é relativamente mais


grave do que a redução de calorias totais.

• A doença foi primeiramente reconhecida pelo pediatra jamaicano Cicely Williams e esse
nome foi dado a partir de um dos dialetos de Gana, que descreve a condição nutricional
em que a criança mais velha é retirada do peito quando nasce um irmão mais novo.

• Quais são as causas do Kwashiorkor?

• O Kwashiorkor é causado por uma deficiência de proteína na dieta alimentar. É a mais


grave e a mais comum das deficiências nutricionais nos países subdesenvolvidos e em
áreas ou situações de fome prolongadas.
• Muitas vezes o Kwashiorkor ocorre em famílias miseráveis de países muito pobres, quando
nasce um segundo filho e a mãe necessita dar todo o seu leite a ele, em prejuízo do
anterior. Com isto a primeira criança passa a ter uma alimentação de baixa qualidade
nutricional, com pouca proteína e predomínio de carboidratos.
• O Kwashiorkor pode ocorrer em qualquer lugar, apesar de ser mais comum em locais
como a África rural, o Caribe e o Sudeste da Ásia.
• Formas menos graves podem ocorrer em pacientes com diarreias crônicas, enteropatia
perdedora de proteínas, síndrome nefrótica, queimaduras extensas, dietas com bebidas à
base de arroz no lugar do leite.
• Qual é a fisiopatologia do Kwashiorkor?
• A falta extrema de proteínas provoca um desequilíbrio osmótico no
sistema gastrointestinal causando edema e retenção de água.
• A retenção de fluidos observada em indivíduos que sofrem
de Kwashiorkor é resultado direto de mau funcionamento do sistema
linfático e das trocas capilares.
• O sistema linfático serve a três propósitos principais: (1) recuperação de
fluidos, realizada pela reabsorção de água e proteínas; (2) imunidade e
(3) absorção de lipídios.
• As vítimas de Kwashiorkor comumente apresentam deficiência nessas
três atividades, resultando num estado de desnutrição grave.
• A troca capilar entre o sistema linfático e a circulação sanguínea é
atrofiada devido à incapacidade do corpo para superar de forma eficaz o
gradiente de pressão hidrostática.
• As proteínas, principalmente albumina, são responsáveis por criar
a pressão osmótica coloidal que faz a recuperação de fluidos.
• A pressão oncótica opõe-se à pressão hidrostática e tende a retirar água
de volta para os capilares, mas devido à falta de proteínas não há
pressão suficiente para extrair fluidos dos tecidos e isso causa inchaço e
distensão do abdome.
25
• http://www.abc.med.br
28
EXEMPLOS DE
KWASHIORKOR
• Quais são os principais sinais e sintomas do
Kwashiorkor?

• A doença afeta principalmente as crianças.

• Os sinais e sintomas do Kwashiorkor são edema dos pés e


tornozelos, abdomen distendido, queda de cabelo, perda de dentes,
despigmentação da pele, irritabilidade, anorexia e aumento
do fígado com infiltrados gordos.

• A baixa ingestão de proteína leva ainda a outros sinais específicos


como uma erupção descamativa e descoloração do cabelo. A
distensão abdominal deve-se a uma ascite, por causa
de hipoalbuminemia, e ao aumento de volume do fígado.

• Em geral, as crianças com Kwashiorkor mostram cabelos brancos ou


avermelhados, pele ressecada, inflamada e despigmentada,
profunda apatia, fraqueza, tristeza, olhos avermelhados e abdomen
distendido.

• As vítimas de Kwashiorkor não produzem anticorpos após a


vacinação contra as doenças. • http://www.abc.med.br
KWASHIORKO
R
• Afeta principalmente o compartimento proteico visceral. A base é a
deficiência proteica. Há deficiência de proteínas séricas como a
albumina e a transferrina.
• Após alguns meses com dieta inadequada, a criança pára de ganhar
peso, torna-se irritadiça e costuma apresentar diarreia, edema e
dermatose.
• A deprivação proteica é grave com intensa perda do compartimento
proteico visceral e hipoalbuminemia, resultando em edema,
particularmente na face, mãos e pés.
• O peso corporal costuma ser normal em 60 a 80% das crianças.
Geralmente a perda de peso é mascarada pelo edema. Há relativa
manutenção da gordura subcutânea.
• Presença de dermatose característica que aparece inicialmente em
joelhos e cotovelos, progredindo para as nádegas. São placas
descamadas com alternância de hipo e hiperpigmentação = “pintura
em escamas”. 31
• Os cabelos apresentam perda de cor alternando faixas pálidas
e escuras. Áreas de alopecia.
• Esteatose hepática.
• Apatia, desatenção, perda de apetite.
• Deficiência imunológica e infecções secundárias,
particularmente bronquite, malária e verminoses.
• Pessoas com diarreia crônica ou perda crônica de proteínas
(enteropatias, síndrome nefrótica, etc) podem apresentar um
tipo mais brando.
• Nos adultos, ocorre quase sempre em consequência de fase
aguda intensa, em pacientes submetidos a terapia nutricional
inadequada, com uso de apenas soro glicosado a 5%.
• Albumina < 2,8 g/dl e edema ou sinais de cicatrização
inadequada ou cabelos frágeis.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

Achados clínicos Marasmo Kwashiorkor


e laboratoriais
Alteração crescimento +++ +
(peso, altura)
Atrofia muscular +++ +++
Gordura subcutânea Ausente Presente
Edema Ausente Presente
Dermatoses Raras Comuns
Alteração de cabelos + +++
Hepatomegalia Rara Freqüente
Atraso Desenvolvimento ++ ++
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

Achados clínicos Marasmo Kwashiorkor


e laboratoriais
Atividade física Diminuída Muito diminuída
Diarréia +++ +++
Albumina Sérica Normal Baixa
Água Corporal Aumentada Muito Aumentada
Potássio corpóreo Baixo Muito baixo
Anemia Comum Muito comum
MARASMO
● Aparência de homem velho
e pequeno
● Cabelo normal
● Sem gordura/subcutâneo
● Perda marcante de massa
muscular
● Perda de peso importante

KWASHIORKOR
● Cabelo fino, descolorido e ralo
● Anemia leve
● Apático
● Inapetente
● Usualmente abaixo do peso
● Edema
● Hepatomegalia
● Membros superiores delgado
● Pele com erupções, descamantes
Ex emplos de marasmo
DESNUTRIÇÃO ENERGÉTICO-PROTEICA
Fisiopatologia

Privação Energético-Proteica
 Repercussão em todos os órgãos e sistemas

Mecanismos Adaptativos:
Diminuição do Metabolismo Basal
● Hipoatividade
● Ganho Ponderal Insuficiente
● Diminuição da Velocidade de Crescimento (fases mais
tardias)
DESNUTRIÇÃO ENERGÉTICO-PROTEICA
Tratamento Hospitalar

Fases:
 Fase de Urgência (três a cinco dias):
Corrigir os distúrbios hidroeletrolíticos e acidobásicos
Corrigir os distúrbios Metabólicos (hipoglicemia)
Tratar as Infecções

 Fase Dietoterápica (uma a duas


semanas) Diminuir as perdas diarreicas

 Fase de Manutenção (duas a quatro semanas)


Fornecer dietas hipercalóricas para recuperação do peso
DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR

● Nas crianças internadas, avaliar os riscos de desnutrição


● Se necessário fazer intervenção eficaz → evitar as
complicações da desnutrição na evolução do paciente.
● Os parâmetros antropométricos mais utilizados para avaliar
risco nutricional das crianças hospitalizados são:
Tratamento
• Dieta com proteína, carboidratos, vitaminas e sais
minerais;
• Psicossocial
• Quando resulta de diarréia: reidratação com
solução oral, antibióticos e antidiarréicos e
alimentação adequada;
• A alimentação parenteral também pode ser
indicada para crianças muito debilitadas para a
alimentação oral.
• Tratamento (tratamento inicial-estabilização ):
1. Tratar hipoglicemia;
2. Prevenir/tratar hipotermia;
3. Tratar desidratação, distúrbios hidroeletrolíticos e
choque séptico;
4. Tratamento dietético;
5. Tratar possíveis infecções;
6. Correção de deficiências de micronutrientes;
7. Anemia muito grave (hematócrito <12%);
8. Estimular vínculo mãe-filho.
Desnutrição Protéico – Energética

Tratamento Inicial
Começar a alimentar a criança com
restrição de proteínas, gordura e
sódio, além de ricos em carboidratos,
potássio e magnésio em pequenos
volumes e freqüentemente
Proteínas de alto valor biológico – 1 a
2g/Kg/dia
Calorias – 80 a 100 cal/Kg/dia
Alimentação por S N G se necessário
Cuidados de Enfermagem
• Hidratação adequada
• Tratamento da pele
• Restauração da integridade fisiológica
• Avaliação de infecções
• Cuidados com alimentação parenteral
• Orientação aos pais quanto à alimentação
adequada
Desnutrição Protéico – Energética
Critérios para Alta

Aceitação da dieta

Ganho ponderal

Tratadas infecções e deficiências

Capacitação da família
PREVENÇÃO
De acordo com o Ministério da Saúde, para se ter uma alimentação
saudável, é importante:
- Fazer pelo menos três refeições e dois lanches por dia;
- Comer cereais, tubérculos e raízes;
- Comer legumes, verduras e frutas;
- Comer arroz com feijão pelo menos cinco vezes por semana;
- Consumir leite e derivados, carnes, aves, peixes ou ovos;
- Comer apenas uma porção de óleo, manteiga ou margarina;
- Evitar refrigerantes e sucos industrializados, bolos, biscoitos
recheados e outras
guloseimas;
- Diminuir a quantidade de sal na alimentação;
- Beber pelo menos dois litros de água por dia;
-Tornar a vida mais saudável, praticando exercícios e eliminando
vícios, como cigarro e álcool.
Atenção: Dietas radicais com a privação de alguns tipos de
alimento podem desencadear problemas de desnutrição. Antes
de iniciar uma dieta, procure um nutricionista.
Es importante optimizar la salud a largo plazo de los RNP promoviendo un
crecimiento adecuado y saludable, con adecuada acumulación de grasa y
masa magra corporal. El propósito principal de monitorear el crecimiento
postnatal de los RNP es la detección oportuna de alteraciones del crecimiento
para ajustar el soporte nutricional.

Las intervenciones específicas para mejorar el crecimiento pueden mejorar


los resultados. La forma en que el feto crece en el útero y cómo crece el bebé
prematuro después del parto influyen en la salud a largo plazo.

Por lo tanto, evaluar el crecimiento a lo largo del tiempo proporciona la


información clínica más valiosa porque incorpora el tamaño al nacer, que
representa el crecimiento fetal, y el tamaño en un momento posterior, que
representa el crecimiento post-natal. Donde se requiere principalmente el
peso de nacimiento vs alta, idealmente con el puntaje Z.
Sua apresentação corresponde a uma lata de 400 gramas de pó para
reconstituir e seu uso deve ser exclusivo para ambiente hospitalar,
garantindo condições higiênico-sanitárias e água potável para seu
preparo.

Características do F-75
Baixo teor de lactose (0,39 g/oz) que permite fácil digestibilidade,
tendo em vista que as microvilosidades do trato gastrointestinal de
menores com desnutrição aguda estão atrofiadas e a presença de
diarreia é frequente.
Não contém ferro, evitando a translocação e supercrescimento
microbiano.
Alto teor de Vitamina A que permite prevenir e tratar a sua deficiência.
Alto teor de Zinco que cobre as necessidades mesmo em situações
de diarreia aguda e persistente.
Alto teor de carboidratos para melhor controle glicêmico.

PreparaçãoA diluição da fórmula terapêutica F-75 é de 1:1, o que


corresponde a 4,5 gramas de pó em 27 ml de água.
Obrigado!

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