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SENTENÇA
COISA JULGADA
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
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PRONUNCIAMENTOS DO JUIZ : ART. 203 a 205 do CPC/15
Sentenças – art 203 §1 – conteúdo do arts 485 e 487 e causar extinção da fase de conhecimento ou execução
decisão interlocutória - todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no § 1 o - art.
despachos - São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de ofício ou a
são pronunciamentos sobre o andamento do processo – impulsionam o processo de fase em fase – não impõe
ESPÉCIES:
terminativa- sentença que extingue o processo sem julgamento do mérito. Art. 485
RELATÓRIO:
descrição dos elementos indicativos da ação e de atos processuais
ocorridos no processo- art 489 , inciso I
A ausência do relatório gera nulidade absoluta;
O relatório sucinto é apenas irregularidade sem sanção.
Nas sentenças de extinção do processo, sem julgamento do mérito, o
relatório pode ser realizado de maneira sucinta.
No Juizado Especial Cível o relatório é dispensado pela Lei 9099/95.
relatório
• O relatório tem uma dupla finalidade:.
• - permitir que o juiz demonstre para as partes e para a sociedade em geral que conhece o
processo que vai julgar. No relatório, o juiz faz uma caracterização do processo, delineando o
caso que será julgado em todos os seus aspectos fático-jurídicos e apontando o que nele se
verificou de mais importante. Com o relatório, o juiz demonstra o que aconteceu no processo, o
que o obriga a estudar a totalidade daquilo que está nos autos. Isso quer dizer que o relatório
permite que se verifique se o magistrado conhece o “processo”.
• - permite comparar o caso que foi julgado com outros que ainda o serão a fim de que casos
iguais ou semelhantes recebam igualmente o mesmo tratamento, como observa Luiz Guilherme
Marinoni
• Uma vez que o sistema de precedentes exige a comparação entre casos, em especial, sobre os
fatos a partir dos quais os problemas jurídicos surgem e são resolvidos, o relatório serve para
identificação do caso para aplicação de eventual precedente existente e para a elaboração de
eventuais distinções que impeçam semelhante aplicação.
fundamentação ou motivação –
• Decisões judiciais que se furtam à aplicação do artigo 489, § 1.º do CPC, mediante a utilização do desatualizado
entendimento do Tema 339 incorrem em flagrante defeito de prestação jurisdicional e afronta material à
Constituição, em contrariedade direta do artigo 93, IX, e do artigo 5.º, incisos LIV e LV, todos da CF, os quais
devem ser materializados nos termos da lei processual atual e não do superado Tema 339 de 20/08/2010.
• Portanto, a legalidade de observância obrigatória, sobretudo pelo Poder Judiciário, capaz de concretizar
materialmente as garantias constitucionais do devido processo legal e contraditório, no que toca ao dever de
fundamentação está prevista no art 93, IX, da CF e arts 11 e 489, parágrafo primeiro, do CPC, pelo que está
superado o Tema 339.
• A atualização do Tema 339 à luz do novo e vigente CPC é matéria repletamente abundante de repercussão geral.
STJ
• O julgador não está obrigado a responder a todas as questões suscitadas
pelas partes, quando já tenha encontrado motivo suficiente para proferir a
decisão.
• O julgador possui o dever de enfrentar apenas as questões capazes de
infirmar (enfraquecer) a conclusão adotada na decisão recorrida.
• Assim, mesmo após a vigência do CPC/2015 não cabem embargos de
declaração contra a decisão que não se pronunciou sobre determinado
argumento que era incapaz de infirmar a conclusão adotada.
• STJ. 1ª Seção. EDcl no MS 21.315-DF, Rel. Min. Diva Malerbi
(Desembargadora convocada do TRF da 3ª Região), julgado em 8/6/2016
(Info 585).
sentença
fundamentação ou motivação –
• § 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela
interlocutória, sentença ou acórdão, que:
• I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem
explicar sua relação com a causa ou a questão decidida;
• II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo
concreto de sua incidência no caso;
Conceito jurídico indeterminado
fundamentação ou motivação –
• § 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela
interlocutória, sentença ou acórdão, que:
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil: teoria geral do direito
processual civil, processo de conhecimento e procedimento comum - vol. I, 57. ed. rev.,
atual. e ampl. - Rio de Janeiro: Forense, 2016, p. 79.
AURELLI, Arlete Inês. Normas fundamentais no Novo Código de Processo Civil Brasileiro.
Artigo. In: Revista de processo, v. 271/2017. São Paulo: Revista dos Tribunais Online, set.
2017, p. 6.
BOA FÉ DIFERE DA COOPERAÇÃO?
É por meio da reclamação, portanto, que as decisões do STF permanecem abertas a esse constante processo
hermenêutico de reinterpretação realizado pelo próprio Tribunal. A reclamação, dessa forma, constitui um
instrumento para a realização de mutação constitucional e de inconstitucionalização de normas que muitas
vezes podem levar à redefinição do conteúdo e do alcance, e até mesmo à superação, total ou parcial, de
uma antiga decisão
Art 489 §3
• INTERNOS:
• Regra básica = (art 319 + art 320) – (art 330 )
• positivos negativos
»
»
III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor
abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias; (abandono pelo autor)
- § 1o Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada
pessoalmente para suprir a falta no prazo de 5 (cinco) dias.
-486, § 6o Oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da
causa pelo autor depende de requerimento do réu.
• Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito
passivo da relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de
arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos
decorrentes da falta de indicação.
• § 2o No prazo de 15 (quinze) dias, o autor pode optar por alterar a petição inicial
para incluir, como litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu.
•
CORREÇÃO LEGITIMIDADE PASSIVA
• Art. 488. Desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a decisão for favorável à parte a
quem aproveitaria eventual pronunciamento nos termos do art. 485.
extinção do processo com mérito
• IMPROCEDÊNCIA LIMINAR (art. 332 CPC). :
• I- enunciado de súmula do STF ou do STJ;
.
Do ponto de vista jurídico, diversas foram as teorias para justificar a
existência da coisa julgada, raramente existindo consenso na doutrina:
Tal tese foi a dominante por muitos anos, tendo sido adotada em nossa
primeira legislação processual de relevo (Regulamento 737 de 1850). O
art. 185 desse diploma tratava a coisa julgada como uma “presunção legal
absoluta”, prevalecendo mesmo “que haja prova em contrário”.
2) No CPC 39 não havia um dispositivo que especificamente definisse a
coisa julgada, como hoje há.
Porém, pela redação do art. 288 daquele Código, é possível afirmar que o
legislador de 1939 adotou a posição da coisa julgada como efeito da
sentença. Isto porque referido artigo fazia menção às decisões que “não
terão efeito de coisa julgada”.
(iii) CPC 1973: coisa julgada como qualidade dos efeitos da sentença - liebman
Exemplo:
Contrato celebrado entre “A” e “B”.
- “A” ingressa em juízo afirmando que a cláusula 10ª é nula
- “B” contesta
- sentença julga procedente o pedido (afirmando que a cláusula 10ª é nula)
1) “B” pode ingressar em juízo discutindo a validade da cláusula 10°?
Não – imutabilidade.
Extinção sem mérito (coisa julgada no seu aspecto negativo).
2) “B” pode ingressar em juízo pleiteando a condenação ao pagamento de multa por força de
inobservância da cláusula 10ª?
Não se trata de ação idêntica.
Mas a decisão do primeiro juiz deve ser observada – indiscutibilidade.
Improcedência (coisa julgada em seu aspecto positivo).
CIVIL E PROCESSO CIVIL. ATO ILÍCITO. COBRANÇA ABUSIVA. TRANSITO EM JULGADO DO ACÓRDÃO
PROFERIDO EM AÇÃO DE COBRANÇA AJUIZADA PELO RÉU. COISA JULGADA MATERIAL.
IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DO MÉRITO DA QUESTÃO PELO TRIBUNAL DE ORIGEM.
1. Não há falar em violação ao art. 535 do Código de Processo Civil.
O Eg. Tribunal a quo dirimiu as questões pertinentes ao litígio, afigurando-se dispensável que
venha examinar uma a uma as alegações e fundamentos expendidos pelas partes.
2. O Tribunal de origem, que antes se manifestara sobre a ilicitude do protesto de cheque
decorrente de cobrança de honorários médicos indevidos, com acórdão transitado em
julgado, não pode rejulgar o mérito da controvérsia, porquanto acobertado pelo manto da
coisa julgada.
3. É devida indenização por danos materiais, no equivalente ao dobro do indevidamente
cobrado na ação anteriormente ajuizada pelo réu, e por danos morais, tendo em vista a ofensa
a dignidade do autor em face da cobrança ilícita e do protesto indevido.
4. Recurso especial conhecido em parte e, nesta parte, provido.
(REsp 593154/MG, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em
09/03/2010, DJe 22/03/2010)
CPC73:
Art. 467. Denomina-se coisa julgada material a eficácia,
que torna imutável e indiscutível a sentença, não mais
sujeita a recurso ordinário ou extraordinário.
CPC/15:
Art. 502. Denomina-se coisa julgada material a autoridade
que torna imutável e indiscutível a decisão de mérito não
mais sujeita a recurso.
Preclusão e coisa julgada
Preclusão: perda do direito de praticar um ato processual
Para melhor explanação desse cenário, é possível uma analogia com uma escada:
1º degrau: trânsito em julgado
2º degrau: coisa julgada formal
3º degrau: coisa julgada material.
Os degraus não podem ser saltados e obedecem exatamente a ordem acima exposta.”
Trânsito em julgado: é a impossibilidade de interposição de recurso, seja porque (i) a decisão é
irrecorrível, (ii) esgotaram-se os recursos cabíveis; (iii) não houve interposição do recurso no
prazo legal ou (iv) houve aquiescência da parte.
Coisa julgada formal: é a imutabilidade da sentença, no próprio processo em que foi prolatada
(eficácia endoprocessual), não admitindo mais reforma (atinge qualquer sentença – inclusive as
sentenças terminativas, processuais).
Coisa julgada material: para alguns, esta é a efetiva coisa julgada; é a imutabilidade e
indiscutibilidade da sentença não só no processo em que foi proferida, mas também para
qualquer outro processo (eficácia panprocessual – só atinge as sentenças em que houve
julgamento de mérito).
No caso das decisões definitivas, com o trânsito em julgado, ocorre a formação da coisa
julgada formal e material (os três fenômenos verificam-se ao mesmo tempo)
A decisão de mérito é coberta pela coisa julgada, o que impede a repropositura (art. 502)
Podem ser sentenças ou decisões interlocutórias.
Para Luiz Dellore, do ponto de vista lógico, há inicialmente o trânsito em julgado, para então
ocorrer a coisa julgada formal e, finalmente, a coisa julgada material.
Assim,
(i) Determinada decisão não é impugnada tempestivamente ou já não existem mais recursos
cabíveis. Há o trânsito em julgado de referida decisão (primeiro degrau).
(ii) Se estivermos diante de uma decisão co conteúdo de sentença, teremos a formação da
coisa julgada formal (segundo degrau).
(iii) Por sua vez, se referida decisão for de natureza definitiva, haverá coisa julgada material
(terceiro degrau).
SENTENÇAS QUE NÃO PRODUZEM COISA JULGADA MATERIAL –
No CPC/73, apenas o dispositivo da sentença era coberto pela coisa julgada (CPC, art. 469).
Assim, a motivação da sentença não era coberta pela coisa julgada (CPC, art. 469, I).
Tampouco a verdade dos fatos ou a apreciação de questão prejudicial eram cobertas pela
coisa julgada (CPC, art.469, I e II).
Para transformar a questão prejudicial em questão principal – e, com isso, para que tal
decisão também seja coberta pela coisa julgada – a parte deveria ajuizar ação declaratória
incidental (CPC, art. 325 e 470).
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. LIMITES OBJETIVOS DA COISA JULGADA. FUNDAMENTAÇÃO DA SENTENÇA.
VERDADE DOS FATOS.
1.- A coisa julgada material, qualidade de imutabilidade e de indiscutibilidade que se agrega aos efeitos
da sentença de mérito, atinge apenas a carga declaratória contida no dispositivo do decisum.
2.- Não fazem coisa julgada: "I - os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte
dispositiva da sentença; II - a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença; III - a
apreciação da questão prejudicial, decidida incidentemente no processo." (art. 469, do CPC).
3.- O fato de a sentença proferida em determinado processo judicial adotar como verdadeira premissa
fática absolutamente divergente daquela que inspirou a prolação de sentença havida em processo
anterior estabelecido entre as mesmas partes, conquanto incomum, não ofende a autoridade da coisa
julgada.
4.- Recurso Especial improvido.
(REsp 1298342/MG, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 06/05/2014, DJe
27/06/2014)
CPC/73:
Art. 469. Não fazem coisa julgada:
I - os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva
da sentença;
Il - a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença;
III - a apreciação da questão prejudicial, decidida incidentemente no processo.
CPC/15
Art. 504. Não fazem coisa julgada:
I - os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva
da sentença;
Il - a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença .
(i) NCPC, no Senado (PL 166/2010): dispositivo e questão prejudicial são cobertos pela
coisa julgada
(ii) NCPC, Relatório Barradas (PL 8046/2010): só o dispositivo (mantida a declaratória
incidental)
(iii) NCPC, Relatório Paulo Teixeira: dispositivo e questão prejudicial
(iv) NCPC, texto base aprovado pela Câmara em 2013: só o dispositivo
(v) NCPC, destaques aprovados pela Câmara: dispositivo e questão prejudicial
CPC/73:
Art. 468. A sentença, que julgar total ou parcialmente a lide, tem força de lei nos limites
da lide e das questões decididas.
CPC/15:
Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites
da questão principal expressamente decidida.
§ 1º O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa
e incidentalmente no processo, se:
I – dessa resolução depender o julgamento do mérito;
II – a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso de
revelia;
III – o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como
questão principal.
Limites objetivos da coisa julgada
• A coisa julgada atinge apenas o dispositivo da sentença= questão principal =
mérito =pedido.
• O objeto litigioso que envolve as alegações trazidas pelo réu, que também
constituem o mérito, não são acobertados pela coisa julgada. As questões
incidentes, resolvidas pelo juiz, também não são acobertadas pela coisa
julgada
• O art. 503 criou controvérsias sobre se a fundamentação faria coisa julgada,
mas o artigo 504, I, veio por um ponto final na discussão: os motivos
somente fazem coisa julgada quando se trata de decisão que constitua
pressuposto lógico da decisão, ou seja, questão prejudicial, a ser apreciada
na qualidade de questão principal.
REQUISITOS PARA FORMAÇÃO DE COISA JULGADA SOBRE QUESTÃO PREJUDICIAL – ART 503
CPC/15
• a) a questão prejudicial deve se referir a relação jurídica e não a fato, salvo falsidade
documental.
CEAPRO, 8
Na hipótese do art. 503, § 1º do NCPC, deve o julgador enunciar
expressamente no dispositivo quais questões prejudiciais serão
acobertadas pela coisa julgada material, até por conta do disposto no
inciso I do art. 504.
FPPC, 438
É desnecessário que a resolução expressa da questão prejudicial
incidental esteja no dispositivo da decisão para ter aptidão de fazer coisa
julgada.
• Entendimento LUIZ DELLORE:
• “Desde que o tema começou a ser debatido, filio-me à corrente que entende
necessário que a questão prejudicial conste no dispositivo, considerando (i) a
necessidade de segurança a respeito do que foi coberto pela coisa julgada
(inclusive para se avaliar o interesse recursal), (ii) a vedação de decisões
surpresa (pois, caso exista apenas menção ao assunto na fundamentação, as
partes podem se surpreender, no futuro, quanto à existência de coisa julgada),
(iii) o “incidentemente” se refere a não ser questão principal e não poder estar
o tema apreciado em qualquer local da decisão e (iv) porque o art. 504, I afasta
a coisa julgada da motivação – e seria algo consideravelmente subjetivo e
passível de interpretação diversas diferenciar o que seria “mera motivação” ou
“motivação que decide questão prejudicial capaz de ser coberta pela coisa
julgada”. Resta verificar quando e como o STJ pacificará a questão. Até lá, resta
ao profissional muita cautela.”
• http://genjuridico.com.br/2018/04/16/coisa-julgada-no-ncpc-limites-objetivos/
Na I Jornada de Direito Processual do CJF:
ENUNCIADO 35 – Considerando os princípios do
acesso à justiça e da segurança jurídica, persiste o
interesse de agir na propositura de ação declaratória
a respeito da questão prejudicial incidental, a ser
distribuída por dependência da ação preexistente,
inexistindo litispendência entre ambas as demandas
(arts. 329 e 503, § 1º, do CPC).
princípio do deduzido e dedutível:art 508 cpc
Assim, se determinada alegação poderia ter sido utilizada por uma das partes, mas
não o foi, não será possível voltar a discuti-la.
• Consta nos autos que, depois de passar por cirurgia plástica, a mulher propôs ação na 5ª Vara Cível alegando inadimplemento
contratual, já que o procedimento não teria apresentado os resultados esperados. Depois, a autora entrou com ação na 8ª Vara
Cível, também relacionada a inadimplemento contratual, mas com o argumento de que a clínica e o médico não cumpriram o
dever de prestar informações adequadas sobre a cirurgia.
• “Competia à autora descrever todos os fatos que, ao seu ver, implicavam o inadimplemento contratual dos réus, não lhe
sendo lícito fazê-lo à prestação, ora em uma ação, ora em outra”
•
“A não obtenção do consentimento informado era conhecida da autora desde quando ajuizou a primeira ação e devia ter sido
por ela alegada já naquela ação, visto que constitutivo de um dos fatos geradores do inadimplemento contratual imputado aos
réus. Como a causa de pedir da ação anterior também era constituída pelo inadimplemento contratual dos réus, todos os fatos
que, de uma forma ou de outra, implicassem esse inadimplemento ou o defeito na prestação do serviço, deviam ter sido
alegados pela autora, sob pena de preclusão”.
Limites subjetivos da coisa julgada
CPC73: somente as partes são atingidas pela coisa julgada:
Art. 472. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não
beneficiando, nem prejudicando terceiros. Nas causas relativas ao estado de
pessoa, se houverem sido citados no processo, em litisconsórcio necessário, todos
os interessados, a sentença produz coisa julgada em relação a terceiros.
Luiz Dellore faz importante distinção prática e teórica a respeito dos limites
subjetivos da coisa julgada e os efeitos da sentença.
http://genjuridico.com.br/2018/07/10/quem-atingido-coisa-julgada-ncpc/
diz ele:
Apesar da coisa julgada só atingir as partes que litigaram no processo (limites
subjetivos), os efeitos da sentença a todos atingem.
Divórcio – coisa julgada entre ex-mulher e ex-marido. Mas os efeitos da sentença
atingem a todos.
Da mesma forma, numa locação, a coisa julgada de uma ação de despejo a todos
atinge? Só às partes, mas os efeitos da sentença de despejo, atingem terceiros, como
o sublocatário.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. EXTENSÃO DOS EFEITOS DE SENTENÇA TRANSITADA EM
JULGADA QUE RECONHECE RELAÇÃO DE PARENTESCO.
Os efeitos da sentença transitada em julgado que reconhece o vínculo de parentesco entre filho e pai em
ação de investigação de paternidade alcançam o avô, ainda que este não tenha participado da relação
jurídica processual. Os efeitos da sentença, que não se confundem com a coisa julgada e seus limites
subjetivos, irradiam-se com eficácia erga omnes, atingindo mesmo aqueles que não figuraram como parte
na relação jurídica processual. (...) Em tais condições, portanto, a coisa julgada formada na ação de
investigação de paternidade ajuizada pelo filho em face do pai não atinge o avô, na medida em que
proposta exclusivamente contra seu filho. No entanto, são institutos diversos a coisa julgada - que se sujeita
aos limites subjetivos estabelecidos pelo art. 472 do CPC/1973 - e os efeitos da sentença (estes definidos
por doutrina como "as alterações que a sentença produz sobre as relações existentes fora do processo").
Traçado assim o marco distintivo entre eles, pode-se afirmar com certeza científica que os efeitos da
sentença não encontram a mesma limitação subjetiva que o art. 472 do CPC/1973 destina ao instituto da
coisa julgada, de maneira que também podem atingir, direta ou indiretamente, terceiros que não
participaram da relação jurídica processual. (...) REsp 1.331.815-SC, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira,
julgado em 16/6/2016, DJe 1/8/2016.
Projeto CPC Senado (PL 166), art. 493.
A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é
dada, não beneficiando nem prejudicando terceiros.
NATUREZA JURÍDICA:
Em regra, não cabe de decisão que ainda pende algum recurso ou de extinção sem
julgamento de mérito
Ação rescisória
Enunciado 338 FPPC. (art. 966, caput e §3º, 503, §1º) Cabe ação rescisória para desconstituir a coisa
julgada formada sobre a resolução expressa da questão prejudicial incidental. (Grupo Sentença, Coisa
Julgada e Ação Rescisória)
Enunciado 336 FPPC. (art. 966) Cabe ação rescisória contra decisão interlocutória de mérito. (Grupo
Sentença, Coisa Julgada e Ação Rescisória)
Enunciado 203 FPPC. (art. 966) Não se admite ação rescisória de sentença arbitral. (Grupo:
Arbitragem)
Enunciado 535 FPPC. (art. 548, inc. III) Cabe ação rescisória contra a decisão prevista no inciso III do
art. 548. (Grupo: Sentença, coisa julgada e ação rescisória)
Ação rescisória
Não cabe contra decisão referente à tutela antecipada antecedente estabilizada, por
vedação expressa, no sentido de que não há coisa julgada.
Art. 304 §6
Enunciado 33 FPPC. (art. 304, §§) Não cabe ação rescisória nos casos estabilização
da tutela antecipada de urgência29. (Grupo: Tutela Antecipada)
Ação rescisória-hipóteses art. 966
I-Prevaricação – retardar ou deixar de praticar ato de ofício ou praticá-lo
contra disposição legal para satisfazer interesse pessoal
Concussão – exigir para si ou para outrem, ainda que fora da função ou
antes dela, vantagem indevida.
Corrupção – pedir ou receber vantagem indevida em virtude da função
II – impedimento do juiz (art. 134 CPC) e incompetência absoluta do
juízo
III- dolo ou coação da parte vencedora ou simulação ou colusão entre as
partes
Ação rescisória-hipóteses art.966
IV- ofensa à coisa julgada
V- violar manifestamente norma jurídica – não pode existir discussão doutrinária ou jurisprudencial a
respeito.
Não precisa violar literalidade da norma
Norma tem o sentido amplo e engloba tanto princípios como regras , bem como lei material como
processual, inclusive falta de PP e CA
VI- prova falsa apurada tanto em processo criminal como na própria rescisória. (deve ser relevante
para o resultado)
VII – prova nova posterior ao trânsito em julgado – caso de sentença meramente rescindível, pois não
é viciada.
Enunciado 602 FPPC. (arts. 966, VII; 381, III) A prova nova apta a embasar ação rescisória pode ser
produzida ou documentada por meio do procedimento de produção antecipada de provas.
Ação rescisória-hipóteses art.966
IV- ofensa à coisa julgada
V- violar manifestamente norma jurídica – não pode existir discussão doutrinária ou jurisprudencial a
respeito.
Não precisa violar literalidade da norma
Norma tem o sentido amplo e engloba tanto princípios como regras , bem como lei material como
processual, inclusive falta de PP e CA
VI- prova falsa apurada tanto em processo criminal como na própria rescisória. (deve ser relevante
para o resultado)
VII – prova nova posterior ao trânsito em julgado – caso de sentença meramente rescindível, pois não
é viciada.
Enunciado 602 FPPC. (arts. 966, VII; 381, III) A prova nova apta a embasar ação rescisória pode ser
produzida ou documentada por meio do procedimento de produção antecipada de provas.
Ação rescisória-hipóteses art.966
IV- ofensa à coisa julgada
EAREsp 600.811
A Corte Especial do STJ concluiu o julgamento sobre conflito entre duas coisas julgadas: prevalece a última que se formou,
desde que não desconstituída por ação rescisória.
Por maioria de votos - em placar decidido pelo voto da presidência, diante do empate - prevaleceu o entendimento do relator,
ministro Og Fernandes, que citou diversos precedentes no sentido da prevalência da segunda decisão, posição reiterada na 2ª
turma e acompanhada, em sua maioria, pelos demais órgãos fracionários.
O ministro observou que se deve privilegiar a coisa julgada que por último se formou - enquanto não desconstituída por ação
rescisória -, "eis que, sendo posterior, tem o condão de suspender os efeitos da primeira decisão"."Demais disso, não se pode
olvidar a lição de Pontes de Miranda, no sentido de que, após a rescindibilidade da segunda sentença, "vale a segunda, e não a
primeira, salvo se a primeira já se executou, ou começou de executar-se"
Quando proferiu seu voto, o ministro Raul explicou que "o sistema oferece diversas oportunidades para a parte evitar a
consolidação ou formação da coisa julgada e, tendo sido negligenciado ou superado as várias oportunidades e ferramentas que
o sistema oferece em defesa da primeira coisa julgada, uma segunda coisa julgada se forma e passa a ser a única a existir".
https://www.migalhas.com.br/quentes/316465/em-conflito-entre-duas-sentencas-prevalece-a-que-por-ultimo-transitou-em-
julgado
Ação rescisória-hipóteses art.966
V- violar manifestamente norma jurídica – não pode existir discussão doutrinária ou jurisprudencial a
respeito.
Não precisa violar literalidade da norma
Norma tem o sentido amplo e engloba tanto princípios como regras , bem como lei material como
processual, inclusive falta de PP e CA
VI- prova falsa apurada tanto em processo criminal como na própria rescisória. (deve ser relevante
para o resultado)
VII – prova nova posterior ao trânsito em julgado – caso de sentença meramente rescindível, pois não
é viciada.
Enunciado 602 FPPC. (arts. 966, VII; 381, III) A prova nova apta a embasar ação rescisória pode ser
produzida ou documentada por meio do procedimento de produção antecipada de provas.
Ação rescisória – hipóteses de cabimento art 966
VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos
autos.
A teoria ganhou força com os casos de exame de DNA nas investigações de paternidade.
Assim, a tese da relativização da coisa julgada ganhou contornos de vanguarda com muitos
seus adeptos, entre eles: DINAMARCO, HUMBERTO THEODORO JUNIOR, JULIANA CORDEIRO
DE FARIA, JOSÉ DELGADO e CARLOS VALDER DO NASCIMENTO, THEREZA ARRUDA ALVIM e
JOSÉ MIGUEL GARCIA MEDINA, EDUARDO TALAMINI, MARCUS VINICIUS RIOS GONÇALVES.
Contudo, outras vozes se levantaram contra tal teoria. É o caso, por exemplo, de BOTELHO DE
MESQUITA, BARBOSA MOREIRA e NELSON NERY JUNIOR. NERY
• Relativização da coisa julgada
Pode-se falar que a relativização da coisa julgada é um gênero, do qual a
coisa julgada inconstitucional é espécie.
• Confira-se:
• Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento
voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado,
independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios
autos, sua impugnação.
• § 1o Na impugnação, o executado poderá alegar:
• ... III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
Coisa julgada baseada em lei inconstitucional
• Art 525
• § 12. Para efeito do disposto no inciso III do § 1 o deste artigo, considera-se também inexigível a
obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado
inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei
ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição
Federal, em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso.
• § 13. No caso do § 12, os efeitos da decisão do Supremo Tribunal Federal poderão ser modulados no
tempo, em atenção à segurança jurídica.
• § 14. A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 12 deve ser anterior ao trânsito em
julgado da decisão exequenda.
O NCPC aponta como único método possível para desconstituir a coisa julgada a
ação rescisória – e modifica o seu termo inicial, sendo que em uma situação, o
prazo máximo de 5 anos; em outra, não há prazo máximo.
De início, certo que podem ser utilizados todos os recursos cabíveis, exatamente para evitar a formação da
coisa julgada.
Assim, se determinada sentença violar a Constituição, poderá ser atacada por apelação ou,
posteriormente, quando da prolação de acórdão, por recurso extraordinário.
Ou, após o trânsito em julgado, referida decisão pode também ser atacada via ação rescisória.
A inconstitucionalidade nada mais é que uma ilegalidade; seguramente, a mais grave delas. Assim, diante
de uma decisão inconstitucional, cabem os recursos previstos em lei, ou, após o trânsito em julgado, cabe
ainda ação rescisória com base no art. 966, V, CPC/15
• Admitida a relativização da coisa julgada, formas de impugnar a coisa julgada
inconstitucional
Para os que admitem a tese da relativização da coisa julgada, existem diversas formas de
impugná-la. Referimo-nos aqui, especificamente, à forma de impugnação da coisa julgada
inconstitucional:
Art. 975. O direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos contados do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo.
§ 2o Se fundada a ação no inciso VII do art. 966, o termo inicial do prazo será a data de descoberta da prova nova, observado o prazo
máximo de 5 (cinco) anos, contado do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo.
Art. 966, VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que não pôde fazer uso,
capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável;
http://jota.info/o-fim-da-relativizacao-da-coisa-julgada
-no-novo-cpc
Art. 525. (...) § 12. Para efeito do disposto no inciso III do § 1o deste artigo, considera-se também
inexigível a obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo
considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, (...) em controle de constitucionalidade
concentrado ou difuso.
§ 13. No caso do § 12, os efeitos da decisão do Supremo Tribunal Federal poderão ser modulados no
tempo, em atenção à segurança jurídica.
§ 14. A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 12 deve ser anterior ao trânsito em julgado
da decisão exequenda.
§ 15. Se a decisão referida no § 12 for proferida após o trânsito em julgado da decisão exequenda,
caberá ação rescisória, cujo prazo será contado do trânsito em julgado da decisão proferida pelo
Supremo Tribunal Federal.
PROCESSUAL CIVIL. TUTELA ANTECIPADA. EFEITOS. COISA JULGADA.
1. Efeitos da tutela antecipada concedidos para que sejam suspensos pagamentos de parcelas acordados em
cumprimento a precatório expedido.
2. Alegação, em sede de Ação Declaratória de Nulidade, de que a área reconhecida como desapropriada,
por via de Ação Desapropriatória Indireta, pertence ao vencido, não obstante sentença trânsito em julgado.
3. Efeitos de tutela antecipada que devem permanecer até solução definitiva da controvérsia.
4. Conceituação dos efeitos da coisa julgada em face dos princípios da moralidade pública e da
segurança jurídica.
5. Direitos da cidadania em face da responsabilidade financeira estatal que devem ser asseguradas.
6. Inexistência de qualquer pronunciamento prévio sobre o mérito da demanda e da sua possibilidade
jurídica.
7. Posição que visa, unicamente, valorizar, em benefício da estrutura social e estatal, os direitos das partes
litigantes.
8. Recurso provido para garantir os efeitos da tutela antecipada, nos moldes e nos limites concedidos em
primeiro grau.
(continua)
O ministro Marco Aurélio e o presidente da Suprema Corte, ministro Cezar Peluso,
votaram pelo desprovimento do recurso. “Há mais coragem em ser justo parecendo
injusto, do que em ser injusto para salvaguardar as aparências de justiça”, disse o
ministro Marco Aurélio, ao abrir a divergência. Segundo ele, “o efeito prático desta
decisão (de hoje) será nenhum, porque o demandado (suposto pai) não pode ser
obrigado a fazer o exame de DNA”. Isso porque, segundo ele, a negativa de realizar
o exame não levará à presunção absoluta de que é verdadeiramente o pai.
Último a votar, também para desprover o recurso, o ministro Cezar Peluso disse que
se sente à vontade ao contrariar a maioria porque foi por oito anos juiz de direito de
família e atuou pelo dobro do tempo na Câmara de Direito Privado do Tribunal de
Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP).
Entretanto, observou, neste caso “está em jogo um dos fundamentos da convivência
civilizada e da vida digna”. Ao lembrar que se colocou a coisa julgada em confronto
com outros princípios constitucionais, aos quais a maioria deu precedência, ele disse
que “a coisa julgada é o princípio da certeza, a própria ética do direito”.
“O direito não está na verdade, mas na segurança”, disse ele, citando um jurista
italiano. “Ninguém consegue viver sem segurança”, afirmou.
“Incontáveis ações envolvem direitos fundamentais, que obedecem princípios
consagrados na Constituição”, afirmou o ministro, lembrando que, mesmo assim,
não se vem propondo a desconstituição das decisões nelas proferidas. Cezar
Peluso lembrou que o autor do Recurso Extraordinário julgado hoje propôs várias
ações e, nelas apresentou testemunhas, assim como o fez a parte contrária. E, em
várias delas, desistiu. “Não lhe foi negado o direito de produzir provas. Elas, por si
só, poderiam levar o juiz a decidir”, afirmou.
Segundo o ministro, o suposto pai do autor do RE também tem direito à dignidade da
pessoa humana. E esse benefício não lhe está sendo concedido, já que vem sendo
perseguido há 29 anos por ações de investigação de paternidade, que podem ter
repercussão profunda em sua vida privada.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
• Convencionais – acertados com o cliente mediante contrato
• Fixados por arbitramento judicial - na falta de estipulação ou acordo, se surgir
conflito sobre o valor a ser pago, deve-se propor ação de arbitramento de honorários.
•Sucumbência – pagos pelo vencido em ação judicial e fixados pelo juiz – art 85 CPC –
devidos na fase de conhecimento, reconvenção, cumprimento de sentença provisório e
definitivo, na execução resistida ou não e recurso interpostos cumulativamente.
§13 do art 85 – os honorários fixados nos embargos à execução improcedentes são
acrescidos no valor executado.
Honorários advocatícios
• Como afirma Tucci, “a relação entre advogado e cliente gera,
no mais das vezes, honorários contratuais, convencionados na
esfera da autonomia privada das partes da relação de
confiança, enquanto que, no âmbito do processo judicial,
emerge outra remuneração, atinente aos honorários de
sucumbência. Ambas as espécies de honorários, convencionais
(ou fixados por arbitramento) e de sucumbência são
cumulativos e pertencem ao advogado, como forma de
remunerá-lo pelo seu serviço indispensável à administração da
Justiça.”
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
• Art 85 §14
• “ constituem direito do advogado e têm natureza alimentar, com os
mesmos privilégios dos créditos oriundos da legislação do trabalho, sendo
vedada a compensação em caso de sucumbência.
• O que isso significa?
• Há prerrogativas e privilégios na execução?
• - cabe pedir prisão pelo não pagamento?
• - as regras de impenhorabilidade cedem?
• Pode levantar de imediato?
PRISÃO POR DÍVIDA ALIMENTAR
• Cabe para todos os tipos de obrigação alimentar?
• ENTENDEM QUE SIM:
• CASSIO SCARPINELLA BUENO
• FERNANDA TARTUCE
• LUIZ DELLORE
• ENTENDEM QUE NÃO:
• TERESA ARRUDA ALVIM, ROGÉRIO LICASTRO,
LEONARDO FERRES DA SILVA RIBEIRO
PRISÃO POR DÍVIDA ALIMENTAR
• somente os alimentos oriundos do direito de
família autorizam a prisão civil, conforme
determinam tanto o Pacto de São José da
Costa Rica e o art. 5º da Carta Magna
PRISÃO POR DÍVIDA ALIMENTAR
• STJ - HABEAS CORPUS HC 385418 MG 2017/0006960-3
(STJ)
• Data de publicação: 26/05/2017
• Decisão: , verbas estranhas à pensão alimentícia objeto de
cobrança, como as custas processuais....
PENSÃO ALIMENTÍCIA. EXECUÇÃO. INCLUSÃO DE
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. VALOR CONSTANTE
NO MANDADO PRISIONAL... ilegalidade. As ilegalidades
apontadas no writ são inclusão de honorários advocatícios no
valor...
REsp 1.815.055/SP
• Voto da Ministra Nancy Andrighi:“
• 4. Os termos 'prestação alimentícia', 'prestação de alimentos' e
'pensão alimentícia' são utilizados como sinônimos pelo legislador
em momentos históricos e diplomas diversos do ordenamento
jurídico pátrio, sendo que, inicialmente, estavam estritamente
relacionados aos alimentos familiares, e, a partir do CC/16,
passaram a ser utilizados para fazer referência aos alimentos
indenizatórios e aos voluntários.
• 5. O termo 'natureza alimentar', por sua vez, é derivado de 'natureza
alimentícia', o qual foi introduzido no ordenamento jurídico pela
Constituição de 1988, posteriormente conceituado pela EC 30/00,
constando o salário como um dos exemplos.
REsp 1.815.055/SP
• Voto da Ministra Nancy Andrighi:“
• 6. Atento à importância das verbas remuneratórias, o constituinte
equiparou tal crédito ao alimentício, atribuindo-lhe natureza
alimentar, com o fim de conceder um benefício específico em sua
execução, qual seja, a preferência no pagamento de precatórios,
nos termos do art. 100, § 1º, da CRFB.
• 7. As verbas remuneratórias, ainda que sejam destinadas à
subsistência do credor, não são equivalentes aos alimentos de
que trata o CC/02, isto é, àqueles oriundos de relações
familiares ou de responsabilidade civil, fixados por sentença ou
título executivo extrajudicial.
REsp 1.815.055/SP
• Voto da Ministra Nancy Andrighi:“
• 8. Uma verba tem natureza alimentar quando destinada à subsistência do
credor e de sua família, mas apenas se constitui em prestação alimentícia
aquela devida por quem tem a obrigação de prestar alimentos familiares,
indenizatórios ou voluntários em favor de uma pessoa que, necessariamente,
deles depende para sobreviver.
O §3º do art. 529 permite que o débito executado poderá ser descontado dos rendimentos ou
rendas do executado, de forma parcelada, nos termos do caput do referido artigo, contanto que
somado à parcela devida, não ultrapasse cinquenta por cento de seus ganhos líquidos.
• § 3º Sem prejuízo do pagamento dos alimentos vincendos, o débito executado pode ser
descontado dos rendimentos ou rendas do executado, de forma parcelada, nos termos do caput
deste artigo, contanto que, somado à parcela devida, não ultrapasse cinquenta por cento de seus
ganhos líquidos.
• Esse procedimento se aplica tanto aos alimentos definitivos como em relação aos provisórios, por
força do art. 531 e do art. 528, que é expresso ao se referir também à decisão interlocutória que
fixa alimentos
• https://www.migalhas.com.br/quentes/353232/honorarios-de-sucumbencia-sao-inconstitucio
nais-diz-juiz-em-decisao
Enquanto isso...
• O magistrado continuou sua explicação dizendo que o §14 também é
afetado pela inconstitucionalidade:"(...) ao impedir a compensação
também é afetado pela inconstitucionalidade do 'caput', pois pertencendo os
honorários fixados na sentença às partes (e não ao advogado), na hipótese de
sucumbência recíproca, pode haver a compensação, pois aí sim eles (partes)
seriam credores e devedores ao mesmo tempo. Como os advogados não são
partes no processo, se prevalecesse o dispositivo inconstitucional, também
não se poderia admitir a compensação (porque os Advogados do autor e do
réu, nunca podem ser considerados credores e devedores um do outro).
•
https://www.migalhas.com.br/quentes/353232/honorarios-de-sucumbencia-sa
o-inconstitucionais-diz-juiz-em-decisao
HONORÁRIOS sucumbenciais
• PRINCIPIO DA CAUSALIDADE
• Art 85 § 10 - Nos casos de perda do objeto do
processo, os honorários serão devidos por
quem deu causa ao processo.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
• Principio da causalidade - reza que a parte que deu causa
à propositura da demanda deverá arcar com os ônus da
sucumbência.
• Em nosso sentir, o principio da causalidade não deve
ser aplicado somente nos casos de perda do objeto, mas
sim, em todas as hipóteses em que flagrantemente existe
a constatação de quem deu causa à demanda, ainda que
este tenha sido o vencedor na demanda
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
• PRINCÍPIO DA CAUSALIDADE
• Teresa Arruda Alvim, Rogério Licastro Torres de Mello, Leonardo Ferres da
Silva Ribeiro e Maria Lúcia Lins Conceição que afirmam que segundo o
princípio da causalidade “será condenada a parte que deu causa ao processo,
sem justo motivo, ainda que de boa fé” sendo que esse princípio seria
“aplicável às hipóteses em que não houver resolução do mérito, incidindo a
verba de sucumbência sobre quem provavelmente será o vencido na
demanda”. Afirmam , ainda que, além da perda de objeto, esse princípio “É
também comumente visto na ação de exibição de documentos, quando a
parte oferecer resistência.”
• Primeiros comentários ao Novo código de Processo Civil:artigo por artigo.
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
• AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS. ACIDENTE DE TRÂNSITO. ILEGITIMIDADE
PASSIVA. TRANSFERÊNCIA DE PROPRIEDADE DO VEÍCULO. AUSÊNCIA DE
REGISTRO NO DETRAN. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. PRINCÍPIO DA
CAUSALIDADE. 1) Pelo princípio da causalidade, aquele que deu causa à instauração
do processo deve arcar com os ônus sucumbenciais, inclusive honorários advocatícios. 2)
Não tendo o antigo proprietário do veículo promovido a transferência do bem junto ao
órgão competente, este é responsável pelos encargos sucumbenciais na ação em que se
pretende a reparação por danos decorrentes de acidente de trânsito, tendo em vista que
a parte autora não tinha conhecimento da venda do veículo envolvido no sinistro.
• (TJ-MG - AC: 10024080789944001 MG, Relator: Marcos Lincoln, Data de Julgamento:
30/04/2014, Câmaras Cíveis / 11ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 12/05/2014)
•
•
Principio da causalidade
• Podemos também vislumbrar manifestação do principio da causalidade nas ações renovatórias de
locação, em que, apesar de o pedido ser julgado procedente para renovar o contrato de locação,
haverá condenação em sucumbência recíproca, se a questão girou em torno de mero acertamento
do valor do locativo. Embora, com o novo regramento imposto pelo § 14 do art.85, em que fica
vedada a compensação de honorários no caso de sucumbência recíproca, esse sempre foi um bom
exemplo de aplicação do princípio da causalidade.
Obrigada!