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AULA 01 – A

CONSTRUÇÃO DO
CONHECIMENTO
CONSTRUÇÃO DO PENSAMENTO
CIENTIFICO
• Exploração de ideias. É possível estimular o pensamento científico por
meio da exploração de ideias, criando e testando-as. Portanto, a
universidade deve dar para os alunos espaço para desenvolver
ideias e atingir seus objetivos. Isso incentivará a capacidade para
solucionar problemas.
• O conhecimento científico é composto principalmente por três
elementos: a observação, a experimentação e as leis. Esse é, em
linhas gerais, o método científico. Então, o conhecimento científico
jamais será uma mera suposição, porque é um conhecimento obtido
como resultado da aplicação de um método.
CONSTRUÇÃO DO PENSAMENTO
CIENTIFICO
• A construção de conhecimento exige do indivíduo algumas
competências, como: saber pensar; saber observar; saber estabelecer
relações; saber questionar; saber aproveitar
o conhecimento acumulado através das experiências vivenciadas ao
longo da vida; ter capacidade de apreender; ter consciência da
própria ignorância.
CIÊNCIA
• A ciência é o conjunto de conhecimentos racionais, certos ou prováveis, obtidos metodicamente,
sistematizados e verificáveis, que fazem referência a objetos da mesma natureza” (ANDER-EGG,
1973).
• Trujillo Ferrari (1974) definiu ciência como todo um conjunto de atitudes e de atividades
racionais dirigida ao sistemático conhecimento com o objetivo limitado capaz de ser submetido a
verificação.
• Trujillo Ferrari (1974), considerava que a ciência, tinha várias tarefas a cumprir, tais como:
• a) aumento e melhoria do conhecimento;
• • b) descoberta de novos fatos ou fenômenos;
• •c) aproveitamento espiritual do conhecimento na supressão de falsos milagres, mistérios e
superstições;
• • d) aproveitamento material do conhecimento visando à melhoria da condição de vida humana;
• • e) estabelecimento de certo tipo de controle sobre a natureza.
• LAKATOS (2007, p.80) conceituou como conjunto de proposições logicamente
correlacionais sobre o comportamento de certos fenômenos que se deseja estudar.
• Demo (2000, p.22) O QUE NÃO É CONHECIMENTO CIENTÍFICO?
• • Não é senso comum, porque se caracteriza pela aceitação não problematizadora;
• • Não é sabedoria ou bom senso, porque estes apreciam componentes como
convivência e intuição;
• • Não é ideologia, porque não tem como alvo central tratar a realidade, mas
justificar posição política;
• • Não é paradigma específico, como se determinada corrente pudesse comparecer
como única herdeira do conhecimento.
CONHECIMENTO
• Conhecimento O homem, em sua existência, deve encontrar formas de poder
interpretar o mundo, para isso, cria intelectualmente representações
significativas da realidade.
• ◉ Mítico;
• ◉ Artístico;
• ◉ Religioso;
• ◉ Filosófico;
• ◉ Científico ...
• São adquiridos de acordo com o modo pelo qual o homem chega a cada
representação. Os conhecimentos mais presentes na vida diária do homem:
senso comum e científico.
Conhecimento de senso comum
• É a forma mais usual que o homem utiliza para interpretar a si mesmo e o mundo ao seu
redor.
• ◉ É vivencial e, por isso, não possui métodos definidos. Não busca razões ou explicações
teóricas para o uso;
• ◉ Surge como consequência da necessidade de resolver problemas imediatos e de
sobrevivência;
• ◉ Por isso não pode ser programado ou planejado, sendo, portanto, elaborado de forma
espontânea e instintiva (percepção sensorial);
• ◉ Presente de forma superficial no nível da consciência, sem aprofundamento crítico e
racionalista;
• ◉ O fato de ‘dar certo’ faz com que esses conhecimentos sejam transformados em
convicções e crenças que são passadas de um indivíduo para o(s) outro(s) que,
geralmente, consideram apenas os efeitos benéficos da utilização.
CARACTERÍSTICAS
• Subjetividade e baixo poder de crítica Está subordinado a um
envolvimento afetivo do sujeito que o elabora.
• Linguagem vaga e baixo poder de crítica Termos utilizados por
diferentes sujeitos sem uma definição clara de seus usos.
• Desconhecimento dos limites de validade Apesar de solucionar
problemas diários da sobrevivência humana, mantém o homem como
espectador passivo da realidade.
Conhecimento Científico
• A realidade é percebida com base na ciência, a partir de critérios
orientadores que permitem a compreensão das relações
estabelecidas entre as coisas, os fatos e os fenômenos.
• ◉ Nasce do desejo de fornecer explicações sistemáticas que possam
ser testadas e criticadas por meio de provas empíricas;
• ◉ Iniciar uma investigação científica é reconhecer os problemas de
um conhecimento existente e respondê-los;
• ◉ Deve ser passível de testes experimentais e aceito pela
comunidade científica como verdades;
• ◉ As teorias devem poder ser confrontadas com dados empíricos.
CARACTERÍSTICAS
• Linguagem específica e poder de crítica Os conceitos são definidos a
partir das teorias que servem como marcos teóricos da investigação.
• Historicidade dos critérios de cientificidade Para ser aceito, pela
comunidade científica, é necessário que o conhecimento siga o
critério do método científico. É o conjunto de procedimentos
padronizados adotados pelo investigador de acordo com o problema
investigado. É a forma crítica de produzir o conhecimento científico.
• Concepção de ciência na atualidade É a de ser uma investigação
constante, em contínua construção e reconstrução, tanto das teorias
quanto dos seus processos de investigação.
Para que haja ciência há necessidade de dois
aspectos
• Um subjetivo, o que cria, o que projeta, o que constrói com a
imaginação a representação de seu mundo segundo as necessidades
internas do pesquisador.
• E outro objetivo, o que serve de teste, de confronto.
• Fica aqui uma mensagem importante escrita pelo professor Mário
Schenberg (2008): “Em nosso país uma das necessidades prementes é
o desenvolvimento de uma mentalidade científica, no sentido da
criação de um pensamento realista”.
CONECIMENTO EMPÍRICO OU
POPULAR
• Alguns tipos de conhecimento são:
• 1) Conhecimento Popular : aquele adquirido através da observação
e da interação do ser humano com o ambiente ao redor. É resultante
do senso comum , e pode ser baseado em experiências, sem a
necessidade de uma comprovação científica , ninguém tem a
preocupação que seja comprovado ou não . Ex. O chá de boldo da
Vovó que cura tudo.
• A ORIGEM DA VERDADE: O SENSO CRÍTICO E O SENSO COMUM
• “As regras do método estão para a ciência como as regras do direito e dos costumes para a conduta.”
• Émile Durkheim
• Os seres humanos sempre buscaram alguma forma para tentar entender ou explicar algum fato ou a
realidade.
• O senso comum talvez seja uma das primeiras formas, é claro que sofrendo influências da intuição,
da tradição e do bom senso.
• Entretanto, vale ressaltar que essa forma de conhecer o mundo é muito importante porque, sem ela,
não podemos solucionar problemas, mesmo os pequenos, do nosso dia a dia. Lembre-se, a), de que
a todo momento precisamos tomar alguma decisão, desde escolher algum produto para o nosso
consumo ou assinar algum contrato de prestação de serviço, por exemplo.
• Assim, é claro que não iríamos adotar procedimentos metodológicos para essas tomadas de
decisão, somente com o senso comum já poderíamos fazê-las, por isso ele é tão importante, porque
nos permite tomar várias decisões, muitas vezes rápidas.
• Qualquer pessoa pode fazer afirmações sobre determinado fato baseando-se
apenas no seu conhecimento prévio, por exemplo, sobre a violência, mas somente
aqueles que empregam métodos científicos estão aptos para encontrar a origem
real deste fenômeno, ou seja, o conhecimento vulgar ou senso comum é a maneira
de conhecer de forma superficial, por informações ou por experiência casual.
• O conhecimento vulgar ou senso comum é desenvolvido principalmente por
intermédio dos sentidos e não tem a intenção de ser profundo, sistemático e
infalível.
• Usualmente é adquirido por acaso, ou pelas tradições ou transmitido de geração
para geração, não passando pelo crivo dos postulados metodológicos. É adquirido
independentemente de estudos, de pesquisas, de reflexões ou de aplicações de
métodos. Entretanto, pode tornar-se científico, desde que passe pelas exigências
dos pares de uma comunidade científica.
• Ele pode atingir o status de conhecimento científico, pois “ele é base
fundamental do conhecer, e já existia muito antes de o ser humano
imaginar a possibilidade da existência da ciência.” (FACHIN, 2001, p. 10)
• Entre as características do conhecimento popular/empírico estão, segundo
Ander-Egg (1978 apud LAKATOS; MARCONI, 2000):
• l Superficial – conforma-se com a aparência, com aquilo que se pode
comprovar simplesmente estando junto das coisas. Usam-se frases como:
“Eu vi”, “Eu estive presente”, “Porque disseram”, “Porque todo mundo diz”.
• l Sensitivo – refere-se às vivências, aos estados de ânimo e às emoções da
vida diária da pessoa. Essas vivências não são plausíveis de comprovação e
de mensuração.
• l Subjetivo – é o próprio sujeito que organiza suas experiências e os seus
conhecimentos.
• l Assistemático – a organização da experiência não visa a uma sistematização das
ideias e da forma de adquiri-las nem à tentativa de validá-las.
• Enfim, no conhecimento vulgar ou senso comum, o homem conhece o fato e a
sua ordem aparente, sem explicações de ordem sistemática, metodológica, mas
pela experiência, pelo costume e pelo hábito. Num embate entre o
conhecimento popular/empírico e o conhecimento científico, algumas pessoas
poderão argumentar que ambos têm o mesmo valor; outras poderão defender
que o primeiro é inferior e que o segundo é digno de confiança e mérito.
• Diferentemente, a ciência tem a ver com o uso.
• Por conseguinte, o conhecimento científico ultrapassa os limites do
conhecimento do senso comum, na medida em que procura evidenciar,
além do próprio fenômeno, as causas e a lógica de sua ocorrência.
• Procura-se, na verdade, estabelecer princípios, conceitos e leis, que
permitam explicar as razões da ocorrência de um determinado fenômeno.
Logo, após serem repetidas, várias vezes, pelo raciocínio humano, essas
razões tornam-se verdades axiomáticas (incontestáveis).
• Ademais, é o conhecimento do real (factual) porque lida com as
ocorrências ou fatos, isto é, com toda “forma de existência que se
manifesta de algum modo.” (TRUJILO FERRARI, 1974, p. 14)
CONHECIMENTO FILOSÓFICO
• O conhecimento filosófico é baseado na reflexão e construção de
conceitos e ideias, a partir do uso do raciocínio em busca do saber.
• O conhecimento filosófico surgiu a partir da capacidade do ser humano
de refletir sobre diversos temas , e a partir disso existe vários
desdobramentos da filosofia em embasar outas teorias cientificas ,
principalmente sobre questões subjetivas, imateriais, conceitos e ideias.
• As teorias filosóficas não possuem a necessidade de teste ou verificação
através da observação. É falível caso apresente falhas lógicas.
• Exemplo: O pensamento sobre a existência de outros planetas, ainda
que não houvesse ferramentas para essa verificação.
Conhecimento Teológico
• O conhecimento teológico, ou religioso, é baseado na fé religiosa.
Assim, acredita-se que a religião é a verdade absoluta e possui todas
as explicações para os mistérios que rondam a mente humana.
• Não há a necessidade de verificação científica para que determinada
"verdade" seja aceita sob a ótica do conhecimento religioso. Desse
modo, o conhecimento teológico é infalível e exato, pois se trata de
uma verdade sobrenatural.
• Exemplo: O mundo e os homens foram criados por Deus
Conhecimento Religioso
• O conhecimento religioso, isto é, teológico, apóia-se em doutrinas que contêm
proposições sagradas (valorativas), por terem sido reveladas pelo sobrenatural
(inspiracional) e, por esse motivo, tais verdades são consideradas infalíveis e
indiscutíveis (exatas); é um conhecimento sistemático do mundo (origem,
significado, finalidade e destino) como obra de um criador divino; suas evidências
não são verificadas: está sempre implícita uma atitude de fé perante um
conhecimento revelado.
• Assim, o conhecimento religioso ou teológico parte do princípio de que as
"verdades" tratadas são infalíveis e indiscutíveis, por consistirem em "revelações"
da divindade (sobrenatural).
• A adesão das pessoas passa a ser um ato de fé, pois a visão sistemática do mundo é
interpretada como decorrente do ato de um criador divino, cujas evidências não
são postas em dúvida nem sequer verificáveis
• A postura dos teólogos e cientistas diante da teoria da evolução das espécies,
particularmente do Homem, demonstra as abordagens diversas: de um lado,
as posições dos teólogos fundamentam-se nos ensinamentos de textos
sagrados; de outro, os dentistas buscam, em suas pesquisas, fatos concretos
capazes de comprovar (ou refutar) suas hipóteses.
• Na realidade, vai-se mais longe. Se o fundamento do conhecimento científico
consiste na evidência dos fatos observados e experimentalmente controlados,
e o do conhecimento filosófico e de seus enunciados, na evidência lógica,
fazendo com que em ambos os modos de conhecer deve a evidência resultar
da pesquisa dos fatos ou da análise dos conteúdos dos enunciados, no caso
do conhecimento teológico o fiel não se detém nelas à procura de evidência,
pois a toma da causa primeira, ou seja, da revelação divina.
Conhecimento Cientifico
• O conhecimento científico está relacionado com a lógica e o pensamento
crítico e analítico. É o conhecimento que temos sobre fatos analisados e
comprovados cientificamente, de modo que sua veracidade ou falsidade
podem ser comprovadas.
• A ciência busca utilizar-se de métodos bem estruturados , a busca principal
pela verdade . Tem a preocupação compreender as relações de causa e
efeito, e o conhecimento para explicar tais fatos.
• É um conhecimento factual e está baseado em experiências comprovadas.
Por isso, também é falível e aproximadamente exato, pois novas ideias
podem modificar teorias antes aceitas. Também é verificável, pois surge
através de resultados científicos.
• Exemplo: A descoberta de outros planetas, por meio da observação com
telescópios super desenvolvidos.
Conhecimento Cientifico
• A ciência é permeada por conflitos e contradições, e uma das
controvérsias é o embate entre ciências sociais X ciências naturais.
Alguns defendem a existência de uma uniformidade, sendo que o social
deve se equiparar ao natural para receber o título de ciência; e outros
afirmam a necessidade da diferença e da especificidade entre eles.
Minayo (2008) cita Bruyne et al. (apud Minayo, 2008) que defende que o
campo científico possui ao mesmo tempo dois pólos: um de unidade,
pois pode existir a semelhança em todas as atividades que partem da
idéia do conhecimento construído por meio de conceitos; e outro
de diversidade, pois o campo da ciência não pode ser reduzido a uma
única forma de conhecer, mas ela contém maneiras diversas de
realização.
Conhecimento Cientifico
• O primeiro é que o objeto das Ciências Sociais é histórico, ou seja, cada
sociedade humana se constrói de maneira diferente, porém aquelas
que vivenciam o mesmo período histórico possuem traços em comum
devido à influência das comunicações, e as sociedades presentes são
marcadas pelo seu passado e constroem o seu futuro. O segundo é
que o objeto das Ciências Sociais possui consciência histórica, ou seja,
não é apenas o investigador que tem capacidade de dar sentido ao seu
trabalho intelectual, mas todos os seres humanos dão significados as
sua ações, explicitam suas intenções, projetam e planejam o seu
futuro, portanto o nível de consciência historia das Ciências Sociais se
refere ao nível de consciência histórica da sociedade de seu tempo.
Conhecimento Cientifico
• terceiro critério é que nas Ciências Sociais existe uma identidade entre sujeito e
objeto, pois lida com seres humanos, que por seus traços como classe, faixa etária,
etc., se aproximam do investigador.
• O quarto critério é que as Ciências Sociais são intrínsecas e intrinsecamente
ideológicas, pois não existe ciência neutra, de forma mais veemente nas Ciências
Sociais, onde a visão de mundo implica em todo o processo de conhecimento desde a
escolha do objeto, a aplicação e o resultado, e isso ocorre também nas Ciências
Naturais, de forma diferente, mas que aparecem quando se escolhe ou descarta
temas, métodos e técnicas.
• E o último critério é que o objeto das Ciências Sociais é essencialmente qualitativo,
pois elas possuem instrumentos e teorias que permitem a aproximação da existência
dos seres humanos em sociedade, abordando o conjunto das expressões humanas
nas estruturas, processos, representações, símbolos e significados.
REFERÊNCIAS
• file:///C:/Users/User/Desktop/PENSAMENTO%20CIENTIFICO/LAKATO
S%20-%20MARCONI%20-%
20FUNDAMENTOS%20DE%20METODOLOGIA%20CIENTIFICA.pdf
• KOCHE, José Carlos. Fundamentos de metodologia científica: teoria da
ciência e iniciação à pesquisa. Petrópolis/RJ: Vozes, 1997.
• livro
-https://wp.ufpel.edu.br/franciscovargas/files/2012/11/pesquisa-
social.pdf
• LIVRO
• file:///C:/Users/User/Downloads/historia_da_ciencia_-_volume_ii_._t
omo_ii_._
o_pensamento_cientifico_e_a_ciencia_no_seculo_xix.pdf
REFERÊNCIAS
• ROSA, Carlos Augusto de Proença. História da ciência: o pensamento
científico e a ciência no século XIX /
• Carlos Augusto de Proença. ─ 2. ed. ─ Brasília : FUNAG, 2012. 3 v. em
4; 23 cm. Conteúdo: v.1. Introdução geral; Tempos pré-históricos. ─
v.2. A ciência moderna. ─ v.3. A ciência e o triunfo do pensamento
científico no mundo contemporâneo.
• ISBN: 978-85-7631-395-3
• 1. Ciência moderna. 2. Pensamento científico. 3. Desenvolvimento da
ciência. 4. Matemática. 5. Astronomia. 6. Física. 7. Química. 8.
Biologia. 9. Sociologia. I. Fundação Alexandre de Gusmão.

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