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Envelhecimento e

eutanásia à Luz do
Espiritismo
DUAS FORMAS DE
LIDAR COM AS
DIFICULDADES
David Sinclair
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7mrgnEac

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guese/geral-5
8740951
A VISÃO DE JOANA DE ANGELIS
• Em seu primitivismo o homem se viu como dominador do meio ambiente e de tudo quanto o
cerca.
• Como consequência, passou a acreditar que também poderia dominar o corpo, estabelecendo
suas metas sem lembrar-se da transitoriedade e da fragilidade da maquinaria orgânica.
• Impossibilitado de governá-lo, quanto gostaria, já que o organismo tem as suas próprias leis, que
independem da consciência, como a respiração, a circulação, a digestão, a assimilação e outras,
esses fenômenos ferem-lhe o egotismo e levam-no, não raro, a estados depressivos
perturbadores.
• A mente, encarregada de proceder ao comando, experimenta então um choque com os
equipamentos que direciona, em razão de ser metafísica, enquanto esses são de estrutura física.
• Ante a impossibilidade de exercer o seu predomínio total sobre o corpo, o ego estabelece
mecanismos patológicos inconscientes de depressão, desejando extinguir aquilo que o impede
de governar soberano. Trata-se de uma forma de autopunição, porquanto, dessa maneira, se
realiza interiormente.
Envelhecimento e perda
do sentido da vida
Envelhecimento do corpo
• Se se depositam no corpo, apenas, todas as aspirações, à medida que ele envelhece, que se lhe
diminuem as resistências e possibilidades, claro está que perdem o impacto e o objetivo.

• Não sendo o corpo mais que uma vestimenta, a sua duração é restrita, desgastando-se enquanto
vibra, consumindo-se à medida que é utilizado.

• Não há porque se temer o envelhecimento, invejar a juventude, lamentar o tempo. Esse


comportamento viceja nos indivíduos imaturos.

• Embora a relatividade do ser físico, da existência terrena, o sentido da vida permanece inalterado.

• A busca do sentido da vida ultrapassa a manifestação da forma e prossegue em outras


dimensões, outros desafios humanos, superando-se através das conquistas armazenadas,
direcionando-se para a integração na harmonia
sentir-se improdutivo/inútil;

• Quando o ser se percebe atuante, produtivo, necessário, vibra e produz.

• Quando escasseiam esses princípios na mente e na emoção, o indivíduo


muitas vezes se vê desestruturado.
• Muitos aposentados e idosos, depressivos diversos, recuperam-se através
do serviço ao próximo, da autodoação à comunidade, do labor em grupo,
sem interesse pecuniário, reinventando razões e motivos para serem úteis,
assim rompendo o refúgio sombrio da perda do sentido existencial.
• Todo e qualquer contributo psicoterapêutico, logoterapêutico, há de
considerar a autovalorização do paciente.
Enfermidades e relacionamento social
• Uma sociedade que não acolhe a alma nessa fase da vida,
com pouco espaço para diálogo.
• 685. Tem o homem o direito de repousar na velhice? “Sim, que
a nada é obrigado, senão de acordo com as suas forças.”
• a) Então, que há de fazer o velho que precisa trabalhar para
viver e não pode? “O forte deve trabalhar para o fraco. Não
tendo este família, a sociedade deve fazer as vezes desta. É a
lei de caridade.”
943- Donde nasce o desgosto da vida, que, sem motivos
plausíveis, se apodera de certos indivíduos?

“Efeito da ociosidade, da falta de fé e, também, da


saciedade. Para aquele que usa de suas faculdades com
fim útil e de acordo com as suas aptidões naturais, o
trabalho nada tem de árido e a vida se escoa mais
rapidamente. Ele lhe suporta as vicissitudes com tanto
mais paciência e resignação, quanto obra com o fito da
felicidade mais sólida e mais durável que o espera.”
A REALIDADE X A FICÇÃO
EUTANASIA, SUICIDIO ASSISTIDO E
ORTOTANASIA
• eutanásia ―“administração direta de uma substância ao paciente pelo
profissional de saúde competente”;

• suicídio assistido ―” prescrição ou fornecimento ao paciente, pelo


profissional de saúde, de uma substância para que ele próprio possa
administrá-la, causando a própria morte”.

• As preocupações mais frequentes desses pacientes eram perda de


autonomia, perda da capacidade de participar de atividades que
tornam a vida agradável e perda de dignidade (Eutanásia e suicídio assistido em países
ocidentais: revisão sistemática. Revista bioética 2016, p. 12)
Eutanásia e suicídio assistido em países ocidentais: revisão sistemática. Revista bioética 2016

• a morte assistida é permitida em quatro países da Europa Ocidental: Holanda, Bélgica, Luxemburgo e
Suíça; em dois países norte-americanos: Canadá e Estados Unidos, nos estados de Oregon, Washington,
Montana, Vermont e Califórnia; e na Colômbia, único representante da América do Sul
• oregon: Desde a aprovação da lei em 1997 até o final de 2014, 1.327 pessoas receberam a prescrição da
medicação letal e, destas, 859 morreram após autoadministração. Seis pessoas acordaram após o
procedimento, e a maioria faleceu nos dias subsequentes. .
• estado de Washington- De 2009 a 2014, 724 pessoas receberam prescrição de medicação letal, das quais
712 morreram após autoadministração.
• Holanda: Entre setembro de 2002 e dezembro de 2007 foram notificados 10.319 casos. Em 2013 foram
relatados 4.829 casos, e 78,5% destes ocorreram em casa
• Belgica: 2010 e 2014, os casos notificados quase duplicaram, passando de 953 para 1.807.
• Luxemburgo: De acordo com o último relatório da Comissão, entre 2009 e 2014, foram registrados 34 casos
de morte assistida.
• Suíça: entre 2008 e 2012, 611 estrangeiros, incluindo um brasileiro, receberam a medicação letal. os
estrangeiros representaram quase dois terços do total de casos 4,36. O serviço tem atraído número
considerável de pacientes para o país, chamados de “turistas do suicídio”.
Eutanásia psiquiátrica
• permitida em sete países e praticada principalmente em pessoas com doenças terminais e
expectativa de vida menor que seis meses

• Mas em quatro desses países o procedimento é permitido para pessoas com formas graves de
doenças mentais, como depressão, ansiedade ou transtornos de personalidade.
• "Estou me preparando para minha viagem. Obrigada por tudo. Não estarei disponível a partir de
agora." Em janeiro de 2018, Aurelia Brouwers, uma holandesa de 29 anos, escreveu a frase
acima em sua página no Facebook.... Quatro horas depois, ela deitou-se em sua cama e,
rodeada por seus amigos, bebeu um composto tóxico, prescrito por seu médico, para morrer. A
morte de Aurelia, na cidade de Deventer, na Holanda, aconteceu um mês depois que o Estado lhe
concedeu o direito de morrer segundo a lei da Eutanásia e do Suicídio Assistido, que permite a
morte quando há "sofrimento insuportável e intratável". Mas Aurelia não tinha uma doença
terminal. A jovem holandesa teve permissão para pôr fim à sua vida devido ao "terrível sofrimento
psicológico" de seus transtornos mentais, incluindo ansiedade, depressão e psicose....
• https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/bbc/2021/12/13/eutanasia-psiquiatrica-entenda-essa-
pratica-polemica-e-onde-ela-e-permitida.htm?cmpid=copiaecola
O que significa “Morrer”
com dignidade à Luz do
Espiritismo?
Existe muito o que fazer no sentido de levar a sociedade
a compreender que o morrer com dignidade é uma
decorrência do viver dignamente. Se não se tem
condição de vida digna, no fim do processo
Dizer garantiríamos uma morte digna?

adeus à Antes de existir um direito à "morte humana", há que


garantir um direito a uma "vida humana", e não somente

vida com sobrevivência sofrida.

dignidade. É chocante e até irônico constatar situações em que a


mesma sociedade que negou o pão para o ser humano
viver oferece-lhe a mais alta tecnologia para "bem
morrer“ (LÉO PESSINI).
• [...] o homem do mundo é mais frágil do que perverso. – Jesus
• Pessoas existem, pertencentes a todos os setores da sociedade,
defensoras da prática da eutanásia mais por desconhecimento das Leis
Divinas do que por maldade.
• Justificam seus pontos de vista invocando piedade frente aos atrozes
sofrimentos alheios nos leitos de agonia e de padecimentos físicos.

“É uma emoção e um alívio”,

esta luta também é uma forma de amor”,

O presidente da associação Direito de Morrer Dignamente (DMD), Javier


Velasco, declarou que a lei “vai poupar muito sofrimento a muita gente.”
El `País (2021)
O efeito da eutanásia sobre o Espírito
desencarnante
• André Luiz, médico desencarnado na primeira metade do século XX, nos relata um interessante
caso, através da psicografia de Francisco Cândido Xavier, onde é possível sentir-se os efeitos
atordoantes do desligamento abrupto entre espírito e corpo, através da eutanásia. Se
encontrava a equipe de André Luiz na esfera espiritual da vida, cooperando cirurgicamente para
o desenlace de Cavalcante, moribundo, com vistas a diminuir o impacto que sentiria com seu
falecimento iminente, que se daria de forma natural em algumas horas.
• “O clínico, todavia, não se demorou muito, e como o enfermo lutava, desesperado, em oposição
ao nosso auxílio, não nos foi possível aplicar-lhe o golpe extremo. Sem qualquer conhecimento
das dificuldades espirituais, o médico ministrou a chamada “injeção compassiva”, ante o gesto
de profunda desaprovação do meu orientador [espiritual].
Em poucos instantes, o moribundo calou-se. Inteiriçaram-se-lhes os membros, vagarosamente.
Imobilizou-se a máscara facial. Fizeram-se vítreos os olhos móveis.
Cavalcante, para o espectador comum, estava morto. Não para nós, entretanto. A personalidade
desencarnante estava presa ao corpo inerte, em plena inconsciência e incapaz de qualquer
reação.

(Artigo Família e Eutanásia - Associação Médico-Espírita do Rio Grande do Sul (AMERGS)
O efeito da eutanásia sobre o
Espírito desencarnante
• Sem perder a serenidade otimista, o orientador explicou-me:
– A carga fulminante da medicação de descanso, por atuar diretamente em todo o sistema
nervoso, interessa os centros do organismo perispiritual. Cavalcante permanece, agora, colado a
trilhões de células neutralizadas, dormentes, invadido, ele mesmo, de estranho torpor que o
impossibilita de dar qualquer resposta ao nosso esforço. Provavelmente, só poderemos libertá-
lo [do corpo] depois de decorridas mais de doze horas.
E, conforme a primeira suposição de Jerônimo, somente nos foi possível a libertação do recém-
desencarnado quando já haviam transcorrido vinte horas, após serviço muito laborioso para
nós. Ainda assim, Cavalcante não se retirou em condições favoráveis e animadoras. Apático,
sonolento, desmemoriado, foi por nós conduzido ao asilo de Fabiano [local na espiritualidade],
demonstrando necessitar maiores cuidados.”
(André Luiz. Obreiros da Vida Eterna. Psicografia de Francisco Cândido Xavier. Cap. 18. FEB, 2011)
• Assim, como em diversos exemplos, o corpo morre, mas a alma prossegue, com sofrimento
maior ou menor conforme o apego com o corpo ou a sutilização dos laços espírito-matéria. As
horas finais de Cavalcante não apenas eram-lhe necessárias para reflexões conclusivas desta
encarnação (conforme maiores informações na obra em questão), como pudemos compreender
que a própria interrupção arbitrária da vida em injeção letal gerou-lhe grande mal-estar
• (Artigo Família e Eutanásia - Associação Médico-Espírita do Rio Grande do Sul (AMERGS)
• Livro dos Espíritos - Questão 953 – Quando uma
pessoa vê diante de si um fim inevitável e
horrível, será culpada se abreviar de alguns
instantes os seus sofrimentos, apressando
voluntariamente sua morte?
• “É sempre culpado aquele que não aguarda o
termo que Deus lhe marcou para a existência. E
quem poderá estar certo de que, malgrado às
aparências, esse termo tenha chegado; de que um
socorro inesperado não venha no último
momento”?
• a) Concebe-se que, nas circunstâncias ordinárias, o suicídio seja
condenável; mas, estamos figurando o caso em que a morte é
inevitável e em que a vida só é encurtada de alguns instantes.
• “É sempre uma falta de resignação e de submissão à vontade do
Criador”.
• b) Quais, nesse caso, as consequências de tal ato?
• “Uma expiação proporcionada, como sempre, à gravidade da falta, de
acordo com as circunstâncias”.
Artigo Eutanásia na Revista Reformador,
v. 112, out. 1994, p. 12-13
• [...] Somente a Deus, doador da vida, assiste o direito de tirá-la. Trata-
se de direito indelegável.

• Em nenhuma hipótese, pois, se justifica a eutanásia.

• [...] A desesperança e a descrença pregam, muitas vezes, as suas


peças. Paga-se muito caro, às vezes, pela falta de confiança e fé numa
força superior
• (Weimar Muniz de Oliveira )
• o que aconteceu com famoso médico francês, conforme está narrado no livro
Da eutanásia (Livraria Três Poderes, 1991, p. 40-41), de autoria do
desembargador Pedro Soares Correia, meu colega e amigo. Eis o fato: “Adoece,
de uma feita, a vários quilômetros de Paris, formosa criança. Seu pai, médico,
desvela-se em cuidados. Era, porém, temerosa a moléstia, difteria. Ascendiam
os óbitos naquela época, da terrível doença, à cifra espantosa de 99%. O pai
valeu- -se de tudo que possível para salvar a filha. Vieram os fenômenos
asfíxicos. A cianose da face era, então, o sinal precursor da morte! Consultara,
em desespero de causa, os colegas de Paris. Nenhuma resposta. Doía-lhe, ao
infinito, o espetáculo da ansiedade sem cura da pobrezinha. Pensa, nesse
instante, em abreviar o desfecho. Injeção de ópio muito forte que aliviasse
tudo... Pensou e fez! Não falhou o tóxico. Vê, cedo, a serenidade definitiva...
Depois, o enterro, a volta do cemitério, o pranto, a saudade imensa e a
sensação de um cruel dever cumprido... E quando, de súbito, lhe anunciaram
um telegrama que dizia: ‘Roux acaba de descobrir o soro antidiftérico,
aplicando-o com êxito. Aguarde remessa...’. O exemplo é de uma realidade
flagrante...”.
Mensagem de São Luís,
inserta no cap. 5 de O
Evangelho Segundo o
Espiritismo
Valorizar
Instruir
Compreender
Amar

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