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Campus Universitário de Viana

Universidade Jean Piaget de Angola


(Criada pelo Decreto nº44-/ 01 de 6 de Junho de 2001)
Faculdades de Ciências Sociais e Humanas

MONOGRAFIA

ESTUDO DOS NÍVEIS DE ANSIEDADE EM MULHERES PÓS-CESARIANA: ESTUDO REALIZADO NA MATERNIDADE AUGUSTO N
´GANGULA

Autor: Mambote Madalena Caxala


Licenciatura: Psicologia
Opção: Clínica
Orientador: Drª Rita do Nascimento Lubange
ESTRUTURA DO TRABALHO
 Introdução
 Identificação do problema
 Objectivos de estudo
 Importância do estudo
 Definição do conceito
 Ansiedade na gravidez
 Uma perspectiva sobre a cesariana
 Metodologia
 Apresentação crítica e análise dos resultados
 Discussão dos resultados
 Conclusão
 Recomendações
 Referências bibliográficas
INTRODUÇÃO
 O trabalho em causa foca-se no âmbito de Psicologia Clinica e Saúde, onde se verão
expostos conteúdos sobre a ansiedade em mulheres submetidas à cesariana na maternidade
Augusto N´Gangula. Ansiedade é uma perturbação muito comum em todos os seres humanos,
mas que por sinal tem afectado cada vez mais as mulheres quando estas sofrem o processo de
cesariana. Apesar do que se pode notar, ainda é muito ignorado o facto de que as pessoas
precisam de acompanhamento psicológico, e é devido a toda essa negligência que se vê cada vez
mais casos de ansiedade e até mesmo de depressão, isso já num nível crónico. Há necessidade de
se informar ao quão grave podem ser as perturbações mentais, e é nesse sentido que se
desenvolveu este trabalho, de modos a informar a comunidade em geral sobre tal assunto.
IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA
 A ansiedade em mulheres que sofreram cesariana pode ser mais comum do que se pensa,
uma vez que essas mulheres passam por um processo doloroso e que, muitas vezes, pode lhes
levar a pensar em nunca mais passar por tal situação. E pelo facto de ser um processo
extremamente complicado, essas mulheres podem, claramente, pensar em nunca mais ter um
filho, pois pode se dar o caso de sofrer outra cesariana, e o que se pode evidenciar serão
pensamentos antecipatórios, e esses pensamentos podem, claramente, levar a níveis de ansiedade
muito elevados.

Quais os níveis de ansiedade em mulheres submetidas a cesariana na maternidade


Augusto N´Gangula?
OBJECTIVOS DE ESTUDO
 Objectivo Geral: Compreender como os níveis de ansiedade afectam as mulheres pós-cesariana na
maternidade Augusto N´gangula.

 Objectivos Específicos:

1) Identificar os níveis de ansiedade em mulheres pós-cesariana na maternidade Augusto N´gangula ;

2) Descrever as perturbações da ansiedade que elevam os níveis de ansiedade em mulheres pós-cesariana na


maternidade Augusto N´gangula;

3) Propor medidas de intervenção psicoterapêutica para ajudar as mulheres pós-cesariana com níveis de
ansiedade fora do normal.
IMPORTÂNCIA DE ESTUDO
 O trabalho em causa é importante pois trata-se de um problema muito pertinente, a cesariana
pode afectar muito o psicológico de uma mulher, devido a muitas complicações fisiológicas que o
processo pode apresentar. O tema é de bastante importância, pois de alguma forma se negligenciam
bastante as perturbações que as mulheres que sofereram uma cesariana podem desenvolver, isso
porque desde que estas estejam com os sintomas fisiológicos normais são taxadas como pessoas
totalmente saudáveis. O trabalho em destaque vem nos demonstrar que nem sempre as coisas
acontecem de tal forma, isso porque em muitos casos ou mesmo na maioria, as mulheres estão a
sofrer nesse período em que deviam estar mais calmas possível para poderem cuidar do seu filho
recém-nascido, esses problemas psicológicos que as mães podem adquirir afectam directamente o
desenvolvimento da criança.
DEFINIÇÃO DO CONCEITO

a) Ansiedade

 Barlow e Durand (2010, p. 132) dizem que “a ansiedade é um estado de humor negativo
caracterizado por sintomas corporais de tensão física e apreensão em relação ao futuro.”
b) Cesariana
Domingues e Pereira (2014, p. 101) dizem que “define-se como cesariana o procedimento
por laparotomia que permite a extracção de um ou mais fetos do útero ou da cavidade abdominal,
com ou sem vida, com mais de 22 semanas e 0 dias”.
C) maternidade

Lejarraga (1996, p. 26) afirma que, “maternidade é a instituição ou local onde são encaminhadas as
senhoras que encontram-se de gravidez para efectuar o parto.”
ANSIEDADE NA GRAVIDEZ
Morais et al (2016, p. 20) dizem que:
A gestação e a maternidade têm sido, cada vez mais, alvos de investigação por parte da
comunidade científica, por envolver mudanças nos aspectos hormonal, físico, psicológico,
familiar e social, desencadeando reajustamentos e reestruturações na vida dos indivíduos. Essas
mudanças têm suscitado a hipótese de que mulheres grávidas podem ser mais vulneráveis a
agravos à saúde mental, desenvolvendo psicopatologias. Esses agravos são responsáveis por
significante parcela da morbidade e mortalidade em todo o mundo, constituindo um importante
problema de saúde pública. Muitos são os fatores que influenciam o aparecimento de agravos à
saúde mental na gravidez e no pós-parto, em particular, perturbações de ansiedade e de
depressão.
UMA PERSPECTIVA SOBRE A CESARIANA
Numa primeira fase, existem registos de partos feitos por cesariana que levantam a milhares de anos atrás, e
que se espalham um pouco por todas as regiões do mundo. Deste modo, é difícil expressar, com certeza, quando e
onde surgiu a ideia de retirar um feto directamente da cavidade abdominal. Por sua vez, podemos no entanto
deduzir que esta forma de trazer uma criança ao mundo, certamente, significava, na larga maioria das vezes,
sacrificar a vida da mãe.

Para Fadel (2017, p. 43), “outra indicação de parto por cesariana, lógica para a altura, seria a
necessidade de realizar os rituais fúnebres em separado, à mãe e ao recém-nascido”.

A cesariana é mais frequentemente realizada através de uma incisão transversa na pele, ligada a melhor
recuperação da ferida cirúrgica, menos dor pós operatória, e melhores resultados estéticos do que a incisão vertical
mediana.
METODOLOGIA
 2.1 MODOS DE INVESTIGAÇÃO

 Foi realizado um estudo descritivo de natureza quantitativa

 2.2 HIPÓTESES

 H1- Há a necessidade de diagnosticar a ansiedade em mulheres submetidas à cesariana na


maternidade Augusto N´gangula

 H2- A falta de acompanhamento psicológico leva a entender a necessidade de intervenção


psicoterapêutica para O benefício de todas as mulheres submetidas à cesariana na Maternidade
Augusto N´gangula.
 2.3 VARIÁVEL

 Utilizou-se a variável quantitativa discreta, para identificar e organizar todas as mulheres de


acordo com a sua idade, estado civil, nível de escolaridade, morada e aspectos ligados à gestação.

 2.4 OBJECTO DO ESTUDO

 Foi realizado um estudo aleatório numa amostra de 30 mulheres angolanas que foram
submetidas à cesariana na Maternidade Augusto N´Gangula.
 2.5 INSTRUMENTOS DE INVESTIGAÇÃO

 Para o presente estudo, usou-se a escala de Beck de ansiedade, que é o instrumento mais
adequado para a recolha de dados sobre ansiedade nas gestantes daquela unidade hospitalar.

 2.6 PROCESSAMENTO E TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO


 O tratamento dos dados realizou-se a partir dos resultados recolhidos dos questionários que foram
aplicados às gestantes, e o mecanismo tecnológico usado foi o programa Microsoft Excel.
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE
CRÍTICA DOS RESULTADOS
Tabela 1 – Sente dormência ou
formigamento? Dormência ou Frequência Percentagem (%)
formigamento
Nada 13 55
Fraco 10 20
Moderadamente 5 15
Muito forte 2 10
Total 30 100

Sente dormência ou
formigamento?
Muito forte
10%
Moderadamente
15% Nada
Fraco 55%
20%

Nada Fraco Moderadamente Muito forte


Tabela 2 – Sente as pernas bambas?
Pernas bambas Frequência Percentagem (%)
Fraco 14 54
Nada 9 29
Moderadamente 5 10
Muito forte 2 7
Total 30 100

Sente as pernas bambas?

Moderadamente Muito forte


10% 7%

Fraco
Nada 54%
29%

Fraco Nada
Moderadamente Muito forte
Tabela 3 – Sente medo do pior acontecer?
Medo do pior acontecer Frequência Percentagem (%)
Moderadamente 18 58
Muito forte 7 27
Nada 3 8
Fraco 2 7
Total 30 100

Sente medo do pior acontecer?


Fraco
7%
Nada
8%

Muito forte Moderadamente


27% 58%

Moderadamente Muito forte


Nada Fraco
Tabela 4 – Sente tonteira ou cabeça leve?
Tonteira ou cabeça leve Frequência Percentagem (%)
Fraco 12 52
Nada 10 30
Moderadamente 5 10
Muito forte 3 8
Total 30 100

Sente tonteira ou cabeça leve?


Muito forte
8%

Moderadamente
10%

Fraco
52%
Nada
30%

Fraco Nada Moderadamente Muito forte


Tabela 5 – Sente o coração batendo forte ou acelerado?
Coração batendo forte ou Frequência Percentagem (%)
acelerado
Muito forte 10 40
Moderadamente 10 40
Nada 6 11
Fraco 4 9
Total 30 100

Sente o coração batendo forte


ou acelerado?
Fraco
9%
Nada
11%
Muito forte
40%

Moder-
adamente
40%

Muito forte Moderadamente


Nada Fraco
CONCLUSÃO
A ansiedade é uma perturbação psicológica que pode afectar gravemente o portador, levando este a
ter pensamentos antecipatórios e sem qualidade, o medo é um ponto que está sempre associado à
ansiedade, o medo pode até chegar a ser benéfico para o indivíduo, isso quando se encontra num
nível considerado normal, e esse é diferenciado da ansiedade, é mais como um elemento incluído na
mesma. A ansiedade não é um assunto a ser negligenciado, é um problema sério, e que apesar de ser
normal, quando encontrado em níveis baixos, ainda se deve ter bastante atenção para que os mesmos
se mantenham baixos, e para tal é necessário a intervenção psicológica. Nota-se então, que no estudo
feito e nos dados estabelecidos na fundamentação teórica do presente trabalho, conclui-se que a
ansiedade em mulheres que sofreram uma cesariana é uma realidade na sociedade.
RECOMENDAÇÕES
Levando em conta determinados problemas ansiosos que podem surgir no período pós-
cesariana, É necessário deixar determinadas recomendações. Recomenda-se que a família seja o
ponto primário de gerenciamento das actividades da mulher que teve uma cesariana, que possa
ajudar esta a dar respostas a determinadas exigências deixadas pela sociedade, e assim promover a
saúde, tanto para mulher como para a criança.

Recomenda-se também, o estabelecimento de mais consultórios de atendimento a mulheres


gestantes e, em especial, aquelas que sofreram uma cesariana nas maternidades e hospitais, de
formas a dar respostas às situações que muitas mulheres levam à maternidade. As psicoterapias
devem ser cada vez mais usadas nestas situações, de modos a dar respostas a determinadas
complicações que as mesmas podem apresentar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Barlow, D. & Durand, V. (2010). Psicopatologia, uma aborg«dagem integrada. 4ª Ed. São Paulo:
Cengage.

Conde, A. & Figueiredo, C. (2003). Ansiedade na gravidez. 1ª Ed. São Paulo: DICP.

Domingues, R., Dias, M., Nakamura-Pereira, M., Torres, J., d'Orsi, E., & Pereira, A. (2014).
Processo de decisão pelo tipo de parto no Brasil: da preferência inicial das mulheres à via de parto
final. Cadernos de Saúde Pública , :S101-S116.

Fadel, H. (2017). Postmortem and Perimortem Cesarean Section: Historical, Religious and Ethical
Considerations. J Islam Med Assoc , 43.

Lejarrege, A. (1996). O trauma e seus destinos. 1ª Ed. Rio de Janeiro: Revinter editora.

Morais, A. Et al. (2016). Sintomas depressivos e de ansiedade de maternos e prejuízos na relação


MUITO OBRIGADO!!!

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