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CARDIOPATIA ISQUÊMICA

ANGINA DO PEITO
Introdução
As doenças cardiovasculares constituem um dos principais
problemas de saúde da sociedade contemporâneo. Segundo o
último relatório da OMS, estas doenças são a principal causa de
invalidez e morte prematura no mundo.
Afectam principalmente os países desenvolvidos, e se tem se
incrementando de forma alarmante no que nos paises em via de
desenvolvimento.
Os grandes avanços alcançados nas últimas 3 décadas, no que diz
respeito ao diagnóstico e tratamento das doenças
cardiovasculares, contribuíram para a redução da mortalidade por
essas causas porém, a incidência ainda é alta, e os resultados
quanto a prevenção, ainda são suficientes.
Condutas prévias (factores de risco) que condicionam o
desenvolvimento da aterosclerose são responsáveis pela doença
arterial coronária e por suas complicações. A incidência de muitos
desses factores é determinada pelo estilo de vida. O tabagismo, a
ATS, a dislipidemia, a obesidade e o sedentarismo constituem
factores de risco modificáveis.
Dentro dos não modificáveis, encontram-se a idade, o sexo
masculino, os antecedentes familiares no primeiro grau de doença
coronariana prematura, o diabetes e a presença de doença
coronariana.
A redução da morbilidade e da mortalidade por cardiopatia
isquémica pode lograr-se mediante a modificação e controle dos
factores de risco cardiovascular.
ANGINA DO PEITO
CONCEITO
Principal sintoma da cardiopatia isquêmica
Definida pela Sociedade Espanhola de Cardiologia como: "dor,
opressão ou malestar, geralmente torácico, atribuível a isquêmia
miocárdica transitória", associada principalmente a uma doença
coronária obstrutiva.

•O termo angina de peito foi introduzido por William Herberden em


1768, que foi descrito como uma sensação de estrangulamento e
ansiedade, diferentemente de outras formas de dor torácica.
CLASSIFICAÇÃO
Em vista do crescente conhecimento do papel do espasmo de
artérias coronárias, foi proposto que a angina fosse dividida em duas
categorias:
1. ANGINA PRIMÁRIA
 Que é devida a uma redução do fluxo sanguíneo coronário,
presumivelmente como resultado do espasmo coronário, sendo
denominada também de angina variante, vasoespástica ou de
Prinzmetal.
2. ANGINA SECUNDÁRIA
 Ou angina clássica - a que está associada a uma obstrução arterial
coronária fixa de alto grau e desencadeada pelo aumento do
trabalho cardíaco.
COMPLICAÇÕES
A complicação mais séria da cardiopatia isquémica é o infarto agudo
do miocárdio (IAM).
A maioria das mortes por esta causa ocorre antes de o paciente ser
levado ao hospital.
Calcula-se que a mortalidade por infarto do miocárdio é de 10%
durante o ingresso hospitalar e as porcentagens de reinfarto
durante o primeiro ano está entre 10 e 15%.
CARACTERÍSTICAS DA ANGINA DE PEITO
Dor ou desconforto paroxísticos, habitualmente subesternais ou
precordiais quanto à localização, de curta duração e
frequentemente irradiando-se para os ombros, parte interna dos
braços - mais frequentemente o esquerdo e, ocasionalmente, para
os dentes, pescoço ou mandíbula.
Ela é desencadeada, habitualmente, por:
Esforços físicos;
Emoções ou outras circunstâncias nas quais o trabalho cardíaco
aumenta;
Ansiedade;
Alimentação pesada (carnes embutidas e processadas, salgados, fast-food)
pelo alto teor de colesterol;
Tempo frio.
Fisiopatologia da cardiopatia isquêmica
• No indivíduo normal, a perfusão miocárdica mantém o equilíbrio
adequado que existe entre as demandas e o transporte de oxigênio
para o coração.

Em pacientes com cardiopatia isquêmica, a angina de peito surge quando o fluxo coronariano é
insuficiente para manter a oxigenação tecidual adequada, ou seja, quando há desequilíbrio entre a oferta
e as necessidades de oxigênio do miocárdio.
FISIOPATOLOGIA

Factores que aumentam o Aporte (entrada) de O2


Consumo de O2. Miocárdio.

F. C Aterosclerose

G.C Trombos

T. A Coagulopatías

Act. Simpática.
Em sujeito normal

Necessidades miocárdicas de oxigénio


Durante o
exercício
Fluxo sanguíneo coronário

Causas da isquémia e da dor precordial

Paciente com angina estável


Necessidades miocárdicas de oxigéno
Durante o
exercicio Placa de ateroma na artéria coronária
impide o proporcional del fluxo
sanguíneo coronário

Paciente com angina vasoespástica


do tónus vascular coronário
Repouso
Fluxo sanguíneo coronário
Diagnóstico
Exame Físico no Diagnóstico da Angina
• Útil não apenas na exclusão de outras causas de dor torácica, como
também para proporcionar achados que apoiem o diagnóstico
definitivo.
• A pressão arterial e a frequência cardíaca geralmente se elevam
durante a angina, porém estas alterações podem refletir também a
tensão gerada por uma dor de qualquer outra causa.
Características Eletrocardiográficas
Fornece uma grande quantidade de informações em pacientes
com suspeita de angina. O ECG de repouso pode mostrar um
infarto miocárdico antigo, fornecendo importantes evidências da
presença de doença das artérias coronárias.
Um ECG feito durante um episódio de dor, no entanto, é
consideravelmente mais útil, devendo-se empregar todos os
esforços na tentativa de obtê-lo.
Arteriografia Coronária
Para determinar a localização e extensão da obstrução arterial
coronária e o estado da função ventricular esquerda.
A cardiopatía isquémica ocupa a primeira causa de morte
em países desenvolvidos.

Produz-se dor precordial opressivo isquémico que pode irradiar-


se a cara, pescoço, mandíbula, etc.

Mortalidade.
Objectivos do tratamiento.

1. Diminuir a mortalidade por IMA.


2. Diminuir as complicações.

3. Diminuir as recidivas da enfermedade.


4. Melhorar a qualidade de vida dos
pacientes.
Medidas terapéuticas da cardiopatía
Isquêmica
Controlo de factores
de risco
cardiovascular

Hipertensão arterial Medidas não


Dislipidemia
farmacológicas
Diabetes mellitus
Exercicios físicos
Obesidade Tratamento
Suprimir tabagismo
Farmacológico
Redução do peso corporal
Combater o estresse Nitratos
Dieta saudável Bloqueadores canais de cálcio
Bloqueadores beta-
adrenérgicos
Antiagregantes plaquetários
Hipolipemiantes
Classificação dos antianginosos

Nitroglicerina

Dinitrato de isossorbida
1. Nitrovasodilatadores.
Tetranitrato de pentaeritritol
Atenolol
a. Selectivos Metoprolol
Carvedilol
2. Betabloqueadores.

Propranolol
b. Não selectivos
Labetalol
Nifedipina
Amlodipina
Dihidropiridínicos
3. B. C. C Nimodipino

Verapamil
No dihidropiridínicos

Diltiazem

Aspirina
4. Antiagregantes Plaquetários
Clopidogrel

Atorvastatina
5. Hipolipemiantes Sinvastatina
Rosustatina
IECA Lovastatina

6. Otros
ARA 2
NITRATOS Dilatação
venosa Retorno venoso PRECARGA

Consumo
Dilatação miocárdico
arteriolar de O2

Resistência
vascular periférica Poscarga

Entrada de O2
Dilatação dos Fluxo sanguíneo ao miocárdio
vasos coronários coronário
Cefalea, tonturas, vertigens
Rubor facial

Hipotensão ortostática
e síncope
Dermatitis

Reacçães adversas dos nitratos


DOSES DOS NITRATOS
Nitroglicerina
Administração
 Inicialmente, a nitroglicerina é administrada num comprimido sublingual. A maioria dos
pacientes responde favoravelmente a 0,3 a 0,4 mg.

Dinitrato de isossorbida sublingual ou mastigável 2,5 a 10 mg (acção


prolongada)
Em uso sublingual, doses de 2,5 a 5 mg apresentam uma duração de acção de 2 a 3 horas e
podem ser administradas a pacientes com angina severa. Comprimidos orais absorvíveis
exercem um efeito relacionado à dose por 4 horas. Pode-se usar, de modo eficaz, preparados
orais, numa dose de 5 a 20 mg a cada 4 horas. Alguns pacientes requerem posologias mais
elevadas para atingir o controle da angina.
Preparações de acção e liberação prolongadas de dinitrato de isossorbida são comercializadas
tanto na forma de comprimidos quanto de cápsulas. As doses habituais são de 40 a 80 mg a
cada 8 a 12 horas.
Contractilidade
Consumo miocárdico
BLOQUEADORES BETA de O2
Pressão arterial

Frequência cardíaca

Prolongam a duração da diástole

Aporte de O2
Tempo de perfusão subendocárdica
al miocardio
Trastornos del sueño, pesadillas,
alucinaciones, estado depresivo

Bradicardia, bloqueo AV Broncoespasmo

Enmascaran síntomas de
hipoglucemia

Impotencia sexual

Enfermedad de Raynaud,
claudicación intermitente

Reacciones adversas de los bloqueadores beta adrenérgicos


DOSES DOS BETA-BLOQUEADORES
a. selectivos
Atenolol, Comprimidos orais
Doses
50 – 200mg/dia

Metoprolol
Carvedilol
b. Não Selectivos
Propanolol
Labetalol
Doses
10 a 20 mg de propranolol quatro vezes ao dia;
BLOQUEADORES DE CANAIS DE CÁLCIO (B.C.C)

Bloqueiam a entrada de cálcio através dos chamados canais lentos, para o interior das
células musculares lisas e miocárdicas. Esta acção impede ou alivia o espasmo nas
artérias coronárias e também afecta a contratilidade miocárdica.
Resistência
Poscarga
DHP vascular periférica
e

No DHP
Consumo
Frequência cardíaca miocárdico
Contractilidade miocárdica de O2

DHP
Dilatação dos Fluxo sanguíneo
e Entrada de O2
vasos coronários coronário ao miocárdio
No DHP
Cefaleia, delirio, tonturas, confusão,
debilidade
Rubor facial
Náuseas
Palpitações, hipotensão
postural. Com as de acção
curta, infarto do miocárdio e
insuficiência cardíaca

Os BCC DHP não são


fármacos de primeira linha
no tratamento da C. Isq
Edemas periféricos

Reacções adversas frequentes das dihidropiridinas


Cefalea, tonturas
Náuseas Bradicardia, hipotensão. Por vía
intravenosa podem produzir
assistolia, bloqueio AV e
insuficiência cardíaca.

Constipação

Edemas periféricos

Reacções adversas frequentes das não dihidropiridinas


DOSES DOS B.C.C

Dihidropiridínicos
Nifedipina
Doses usuais: 30–60mg em dose única diária
Máxima = 90/ 1x/dia
• Angina de peito em especial na angina de repouso e nalguns casos
de angina de esforço que não respondam a β-bloqueadores ou em
situações em que estes estejam contra-indicados.
Amlodipina : 2.5 – 10mg/ 1X/dia
Doses:
• Dose inicial 2.5 mg, aumentar após 10-14 dias para um máximo de 10
mg/dia (dose única).

Nicardipina 60 – 120mg/ 2x/dia

Não dihidropiridínicos
Verapamil e Diltiazem
Angina variante.
São de eleicção para controlar a angina induzida por vasospasmo
coronário.
Verapamil
Comprimidos de libertação imediata
Doses: 80-160/3X/dia

Comprimidos de libertação longa (sustentada)


Doses: 120 - 480mg/1x/dia
Diltiazem
Comprimidos de libertação imediata
Doses usuais: 30 – 80mg/4X/dia
A faixa da dose total diária recomendada varia de 180 a 360mg de
máxima.

Libertação longa (sustentetada)


Doses: 120–480mg/1X/dia
Antiagregantes plaquetários
• AAS (Aspirina)
Os antiplaquetários, e principalmente a aspirina, estão indicados
em todos os estágios da cardiopatia isquêmica (angina estável,
angina instável, infarto agudo do miocárdio e prevenção secundária
de infarto), pois reduzem eventos cardiovasculares adversos.
Doses antitrombóticas óptimas
o 75 e 150 mg/día (as doses inferiores a 75 mg são menos efectivas).
• Clopidogrel
o Usado como fármaco alternativo em caso de alergia ou intolerância
a aspirina e recomenda-se uma dose (75 mg/día).
Hipolipemiantes
Estatinas
• Os mais recomendados já que estabilizam a placa aterosclerótica, detém sua
progressão e produzem regressão da da mesma.
Sinvastatina (5, 10, 20, 40, e 80 mg) Comprimidos
Doses: 5-80 mg/dia, administrados em dose única, à noite.
Ajustes posológicos, se necessários, devem ser feitos a intervalos não inferiores a 4
semanas, até o máximo de 80 mg/dia.

Atorvastatina 10, 20, 40, and 80 mg Comprimidos


Doses
Usual = 10mg ou 20 mg uma vez ao dia deitar-se. Pacientes que precisam de uma grande
redução no LDL-C (mais do que 45%) podem ser iniciados com 40 mg uma vez ao dia. A
dose máxima recomendada é de 80mg por dia.
Lovastatina (20, 40, e 80 mg Comprimidos)
Doses
Usual: iniciar com 20 mg por dia, em dose única de preferência com
alimentos ou 40 mg 2 vezes ao día.
A dose máxima diária é de 80 mg.
Ajuste de dosagem, caso seja necessário, deve ser feito a
intervalos de 4 semanas.

Rosuvastatina (5, 10, 20, and 40 mg Comprimidos)


• A faixa de dose usual é de 10 mg a 40 mg, por via oral, uma vez ao
dia.
• A dose máxima diária é de 40 mg Outros: (Pitavastatina, Pravastatina,
Ezetimibe)
RAM
• Fundamentalmente,
• Insónia,
• Tonturas,
• Perda de peso,
• Poliúria (eliminação de quantidades excessivas de urina),
• Polifagia (sensação de fome e necessidade de comer).

Embora estas reacções não sejam diferentes das obtenidas em


grupos placebos de comparación.
Associações recomendadas.
Os beta bloqueadores
contrarestam a taquicardia que
Nitratos + Beta bloqueadores+AAS podem produzir os nitratos.
Útil no tratamento da angina estável

Os beta bloqueadores se
opõem ao cronotropismo +
BCC DHP + Beta bloqueadores. que produzem as DHP. Estas
últimas contrarrestam o
aumento da resistência
coronária.

Nitratos + BCC NDHP Esta combinação é muito útil na angina


variante.

Pode ser útil


si não se controla com dois
Nitratos + BCC DHP + beta bloqueador. fármacos.
Associações não recomendadas.
Ambos diminuem a pressão
Nitratos + BCC DHP arterial e incrementam a actividade
simpática. A F. C aumenta.

Ambos diminuem F. C, G. C. Podem


Beta bloqueadores + BCC NDHP
produzir bradicardia extrema e ICC
Bibliografia
Barbara G. Wells
Moron e Levy
Penildon da Silva

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