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TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA

IMPERATRIZ-MA

2023.2
TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA
(TAG)

 CLASSIFICAÇÃO CID-10 9 (F41.1)


 CLASSSIFICAÇÃO DSM-V (300.02)

AS CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DO TRANTORNO DE ANSIEDADE


GENERALIZADA (TAG) SÃO UM NÍVEL PATOLÓGICO DE ANSIEDADE E
PREOCUPAÇÃO EXCESSIVAS E CRÔNICA SOBRE DIFERENTES TEMAS
ASSOCIADA A TENSÃO AUMENTADA.
DENTRE OS CRITÉRIOS ESTÃO: INQUIETAÇÃO OU SENSAÇÃO DE ESTAR COM
OS NERVOS A FOR DA PELE, FATIGABILIDADE, TENSÃO MUSCULAR E
PERTUBAÇÃO DO SONO, IRRITABIIDADE E DIFICULDADE DE CONCENTRAÇÃO E
PREOCUPAÇÃO EXCESSIVA.
DIAGNÓSTICO
 Presença por pelo menos seis meses
 Presença de pelo menos 3 de 6 sintomas
 Desconforto significativo
 Prejuízo no funcionamento social, ocupacional ou em outras áreas importantes

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
É em parte um diagnóstico de exclusão, já que condições médicas gerais,
medicamentos, substâncias e outros transtornos mentais devem ser excluídos como
causa primária.
Deve-se fazer o diagnóstico diferencial de uma angústia normal, advinda de
situações causadoras de sofrimento, das condições neuróticas, vinculadas a
predisposições e a características particulares da personalidade, montadas na
infância.
OS RECEIOS MAIS FREQUENTES

 Medo de adoecer.
 De que algo negativo aconteça com seus familiares.
 De não conseguir cumprir com compromissos profissionais ou
financeiros.
 No curso do transtorno, é comum a preocupação mudar de foco.
FISIOPATOLOGIA

O TAG é resultado de um conjunto de alterações neurobiológicas complexas e


ainda não completamente elucidadas.

 Há indícios da presença de volumes amigdalares maiores nos pacientes com a


desordem quando comparados aos indivíduos normais
 Possível resposta excitatória exacerbada mediada pelas amígdalas
 Hiperativação cortical em regiões mediadoras do medo e da ansiedade
 Indivíduos com TAG apresentam menor quantidade de receptores GABA
 Menor densidade do RNA codificador desse receptor, o que diminui a
neurotransmissão inibitória
EPIDEMIOLOGIA NO BRASIL

O Brasil é o país com a maior taxa de pessoas com transtornos


de ansiedade no mundo. Segundo estimativas da Organização
Mundial da Saúde (OMS) divulgadas em maio de 2020, 9,3%
dos brasileiros têm algum transtorno de ansiedade, sendo o
TAG um dos mais comuns. Isso equivale à cerca de 18,6
milhões de brasileiros.
FATORES DE RISCOS

Observa-se maior prevalência do Transtorno de Ansiedade


Generalizada em determinados grupos, como:
 Mulheres
 Pessoas com mais idade
 Pessoas de baixa renda
 Fumantes
 Pessoas que apresentam comorbidades crônicas
IMPACTO NA VIDA DO INDIVÍDUO

O TAG interfere significativamente na vida


do indivíduo diagnosticado e daqueles com
quem ele convive, comprometendo suas
atividades cotidianas, seus relacionamentos
sociais e outras esferas da vida. Além
disso, o TAG apresenta baixos índices de
remissão espontânea e tende a se cronificar
ou mesmo se desdobrar em outros
transtornos psiquiátricos quando não
tratados.
IMPACTO LABORAL

 Presenteísmo
 Absenteísmo
 Acidentes de trabalho
 Menor produtividade
 Menor qualidade de vida laboral
TAG NO PERÍODO PANDÊMICO

Uma pesquisa divulgada pela


UERJ (Universidade Estadual
do Rio de Janeiro) apontou
um aumento de 80% nos
casos de ansiedade durante
a pandemia, passando de
8,7% para 14,9% de
prevalência entre as pessoas.
Os pesquisadores ouviram
1,4 mil entrevistados em 23
Estados.
IMPACTO NA SAÚDE PÚBLICA

Segundo a Previdência Social, os transtornos mentais já são a


terceira razão de afastamentos do trabalho no Brasil, sendo que os
gastos do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) giram em torno
de R$ 200 milhões em pagamentos de benefícios anuais. Nesse
contexto, os transtornos de ansiedade, dentre eles a TAG são os
mais recorrentes.
Tratamento Farmacológico do TAG

 Primeira linha:
 ISRSs - Escitalopram, Paroxetina, Sertralina, Fluoxetina,
Citalopram e Fluvoxamina.
 IRSNs - Venlafaxina, Duloxetina, Desvelafaxina,
Milnaciprano.
 Pregabalina- é um remédio que atua no sistema nervoso,
regulando as atividades das células nervosas.
Segunda Linha:

 Benzodiazepínicos – Alprazolam, Lorazepam e Diazepam.


 Azapironas - (ansiolíticos e antipsicóticos) – Buspirona,
Gepirona, revospirona e etc.
 Antidepressivos Triciclicos – Imipramina, Nortriptilina e
Opipramol.
 Outros Antidepressivos – Agomelatina, Mirtazapina e
Bupropiona e IMAOs.
 Antipsicóticos – Quietiapina, Risperidona, Olanzapina.
 Outros Antipsicóticos - Estudos que avaliaram o uso de outros APs
para o tratamento do TAG mostraram que baixas doses de trifluoperazina (2-6
mg) foram superiores ao placebo em reduzir os escores de ansiedade. Apesar
de haver relato de benefício da ziprasidona como adjuvante no tratamento do
TAG, um estudo comparativo entre ziprasidona (20-80 mg/dia) e placebo não
encontrou diferença significativa entre os dois grupos na redução de escore
nas escalas de ansiedade.
 Outros fármacos – Hidroxizina, Tiagadina, Gadapentina, ácidovalproico/valproato,
Riluzol e Fitofarmácos.

 Fitofármacos - Cerca de 70% dos fitofármacos ditos ansiolíticos, quando


devidamente testados, mostraram pouco ou nenhum efeito inibitório da
atividade GABAérgico. Extratos de Gente/la asiatica (gotu kola) ou Va/eriana
officinalis (valeriana) aumentaram a gravidade do TAG em doses de 1 mg/mL,
enquanto a Matricaria recutita (camomila alemã) e o Humulus /upu/us
mostraram alguma eficácia no TAG em doses de O, 11 a 0,65 mg/mL.34. Um
estudo comparou o tamanho de efeito de vários tratamentos para TAG e
encontrou que tratamentos alternativos (incluindo kawa-kawa e homeopatia)
tiveram os piores resultados .
 Associação de Fármacos - A evidência mais robusta de associação é com a

pregabalina, em doses de 150 a 600 mg/dia, quando associada a ISRSs ou

IRSNs em respondedores parciais, mostrando eficácia maior que o placebo como

potencializador (47,5 vs. 35,2%).


 Estudos também apontam dados sobre benefícios com o acréscimo de risperidona,

olanzapina, quetiapina e ziprasidona ao tratamento convencional. No entanto, os estudos

avaliados não são bem delineados e têm tamanho amostral pouco representativo para que

os resultados possam ser generalizados. Deve-se atentar para o fato de que pacientes com

TAG são menos tolerantes aos efeitos adversos dos APs que pacientes com TB ou com

TDM.
Apresentação do  Comprimido Revestido 10 mg: embalagens com 15,
Escitalopram 30 ou 60 comprimidos. Comprimido Revestido 15
mg: embalagens com 10 ou 30 comprimidos.
Comprimido Revestido 20 mg: embalagens com 15,
30 ou 60 comprimidos.
 Para o tratamento do transtorno de ansiedade
generalizada (TAG)
 A dose inicial usual é de 10 mg ao dia. Pode ser
aumentada até um máximo de 20 mg ao dia pelo
seu médico.
 Tratamento por 3 meses é recomendado para
consolidação da resposta. Tratamento por no
mínimo 6 meses mostrou prevenir novos episódios e
deve ser considerado pelo médico, pois a resposta é
individual. Por isso, seu médico deve lhe avaliar
regularmente.
 Interação medicamentosa do escitalopram

 Inibidores não-seletivos da monoaminoxidase (IMAO) – que contenham fenelzina, iproniazida,

isocarboxazida, nialamida e tranilcipromina como ingredientes ativos;

 Inibidores seletivos da MAO-A, reversíveis, que contenham moclobemida (usada para tratar

depressão);

 Inibidores irreversíveis da MAO-B, que contenham selegilina (usada para tratar doença de

Parkinson). Eles aumentam o risco de efeitos adversos;

 O antibiótico linezolida;

 Lítio (usado no tratamento do Transtorno Maníaco-Depressivo) e triptofano;

 Sumatriptano e similares (usados para tratar enxaqueca) e tramadol (usado para tratar dores

severas). Estes medicamentos aumentam o risco de surgimento de efeitos adversos;


 Cimetidina, lansoprazol e omeprazol (usados para tratamento de úlceras estomacais), fluvoxamina

(antidepressivo) e ticlopidina (usado para reduzir o risco de derrame). Estes medicamentos podem

causar aumento da quantidade do oxalato de escitalopram no organismo;

 Erva de São João (Hypericum perforatum) – um medicamento fitoterápico usado para tratamento da

depressão;
 Ácido acetilsalicílico (aspirina) e anti-inflamatórios não esteroidais (usados para o alívio da dor ou para

afinar o sangue, chamados então de anticoagulantes). Podem aumentar a tendência ao sangramento;


 Varfarina, dipiridamol e femprocumona (medicamentos usados para afinar o sangue, chamados então

de anticoagulantes). O tempo de coagulação deverá ser avaliado pelo médico quando o oxalato de

escitalopram for introduzido ou descontinuado, para verificar se a sua dose do anticoagulante continua

adequada;
 Mefloquina (usada para tratar malária), bupropiona (usada para tratar depressão) e tramadol (usado

para tratar dor grave) – pela possibilidade da diminuição do limiar para convulsões;

 Imipramina e desipramina (ambos usados para tratamento de depressão);

 Flecainida, propafenona e metoprolol (usados para doenças cardiovasculares), clomipramina e

nortriptilina (antidepressivos), e risperidona, tioridazina e haloperidol (antipsicóticos). Pode ser

necessário o ajuste da dose do oxalato de escitalopram;

 Medicamentos que alteram a função plaquetária, riscam um pouco aumentados de sangramentos

anormais;

 Medicamentos que diminuem os níveis de potássio ou magnésio no sangue, pois nestas condições

aumenta o risco de alteração fatal do ritmo cardíaco.


 TIPO DE RECEITA: C1 Branca 2 vias Venda Sob Prescrição Médica,Este medicamento pode causar

Dependência Física ou Psíquica.

 Farmacocinética do Escitalopram
 Absorção

 A absorção é quase completa e independe da ingestão de alimentos (T max médio de 4 horas

após dosagem múltipla). Tal como acontece com citalopram racêmico, a biodisponibilidade

absoluta do Oxalato de Escitalopram é esperada para ser aproximadamente 80%.


 Distribuição

 O volume de distribuição aparente (Vd,β/F) é de cerca de 12 a 26 L/Kg, após administração oral. A

ligação às proteínas plasmáticas é menor que 80% para o Oxalato de Escitalopram e seus principais

metabólitos.

 Biotransformação
 O Oxalato de Escitalopram é metabolizado no fígado em derivados desmetilados e didesmetilados.

Ambos são farmacologicamente ativos. Alternativamente, o nitrogênio pode ser oxidado formando o

metabólito N-óxido. Tanto o composto original como os metabólitos são parcialmente excretados como

glicoronídeos.
 Eliminação

 A meia-vida de eliminação (T1/2β) após doses múltiplas

é de cerca de 30horas, e o clearance plasmático oral

(Cloral) é de aproximadamente 0,6 L/min. Os principais

metabólitos têm uma meia-vida consideravelmente

mais longa. Assume-se que o Oxalato de Escitalopram

e seus principais metabólitos são eliminados tanto pela

via hepática como pela via renal, sendo a maior parte

da dose excretada como metabólitos na urina.


 Farmacodinâmica

 O Oxalato de Escitalopram é um inibidor seletivo da receptação de


serotonina (5-HT) de afinidade alta pelo sítio de ligação primário do
transportador de serotonina. Ele também se liga a um sítio alostérico no
transportador de serotonina, com uma afinidade de ligação 1000 vezes
menor. A modulação alostérica do transportador de serotonina potencializa
a ligação do Oxalato de Escitalopram ao sítio primário, o que resulta em
uma inibição da recaptação de serotonina mais eficaz.
 A inibição da receptação de 5-HT é o único mecanismo de ação que explica os efeitos

farmacológicos e clínicos do Oxalato de Escitalopram.

 O Oxalato de Escitalopram é o enantiômero S do racemato (citalopram), ao qual é atribuída a

atividade terapêutica. Estudos farmacológicos demonstram que o R-citalopram não é somente

inerte, pois interfere negativamente na potencialização da receptação de serotonina e, por

conseguinte, nas propriedades farmacológicas do enantiômero S.


TRATAMENTOS NÃO FARMACOLÓGICOS DO TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA

 Existe enorme variedade de estudos sobre tratamentos não farmacológicos para


o TAG. Entre eles, destacam-se os estudos utilizando TCC, que colocam essa
modalidade de terapia como primeira linha para o tratamento do transtorno.4 Além
disso, existem algumas evidências iniciais a respeito de benefícios com a redução
da ingestão diária de cafeína, álcool e nicotina, com a prática de meditação
(mindfulness), com relaxamento, com exercícios físicos e respiratórios (ioga e taicht) e com acupuntura.
Há também evidências iniciais de efeito com a EMTr e a VNS.
Estudo de Caso

 B.S.K.D., 23 anos, homem cis, heterossexual, branco, solteiro,


espírita, estudante do 6º ano do curso de medicina, brasiliense.
 Queixa: Falta de concentração para estudar, estado de tensão e
dificuldades para dormir bem, pois fica durante horas pensando em
vários afazeres e preocupações. Afirma que no contexto da
pandemia, tem ficado muito ocioso e, atrelado a isso, desenvolveu
comportamento de alimentar-se compulsivamente, levando a ganho
de peso (6kg em 3 meses). Recentemente, perdeu sua avó a qual foi
responsável pela sua criação. Voltou a roer as unhas, hábito que
havia deixado de lado há mais de 4 anos.
Estudo de Caso

 Histórico: Nega doenças na infância, doenças congênitas, infecciosas ou


neoplásicas. Nega internações anteriores, cirurgias prévias e alergias. Nega
uso de medicação contínua.
 Dados familiares: Pai, 55 anos, diabético e portador do Transtorno afetivo
bipolar. Mãe, 50 anos, rígida. Refere que avó materna e tia materna têm
Transtorno depressivo.
 O paciente foi diagnosticado no momento do estudo com Transtorno de
Ansiedade Generalizada (TAG), segundo os critérios do o DSM-IV-TR. O
diagnóstico no TAG é basicamente clínico. A agitação e a tensão muscular
são os únicos critérios que podem ser encontrados no exame físico.
 É necessário o paciente queixar-se de pelo menos 3 dos respectivos
sintomas: ansiedade, preocupação, tensão, irritabilidade, falta de
concentração, perturbação do sono, tensão muscular, inquietação, prejuízos
sociais ou ocupacionais.
Estudo de Caso

 Tratamento: Após a anamnese, a equipe decidiu iniciar o tratamento


com venlafaxina de liberação controlada. Todavia, o paciente preferiu
utilizar os inibidores seletivos de receptação de serotonina (ISRS)
associado à psicoterapia de abordagem Cognitivo-comportamental.
 Paciente voltou depois de 2 semanas, referindo melhora em seu humor.
 Efeitos colaterais: Queixou-se de falta de libido, sudorese e taquicardia.
 A hipervigilância e a insônia ainda estavam presentes e, com isso, o
paciente teve de iniciar com um benzodiazepínico para conseguir
controlar seu sono que, ainda, estava prejudicado.
 O médico explicou que os efeitos adversos podem aparecer e que são
não houver melhora desse quadro apresentado, trocará para buspirona.
REFERÊNCIAS

 NASCIMENTO, M.J.C. Et al. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais:


DSM-5 {American Psychiatric Association} 5. Ed. Porto Alegre: Arted, 2014. 948p.
 https://www.pfizer.com.br/sua-saude/sistema-nervoso-central/transtorno-de-ansiedade-
generalizada-tag#:~:text=O%20Transtorno%20de%20ansiedade%20 – acessado em
15/04/2022
• http://www.saude.sc.gov.br/index.php/documentos/atencao-basica/saude-mental/
protocolos-da-raps/9217-ansiedade-generalizada/file - acessado em 17/04/2022
• http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-56872017000100008 -
acessado em 17/04/2022
• https://www.uerj.br/extensão/extensão-na-uerj/ acessado em 16/04/2022
 Resumo de Escitalopram/Ligas Disponível em https://www.sanarmed.com/resumo-de-
escitalopram-ligas. Acesso em 18 abr de 2022.
 https://www.sanarmed.com/casos-clinicos-transtorno-de-ansiedade-generalizado-tag-ligas

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