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ENFERMAGEM EM UTI: MONITORIZAÇÃO INVASIVA

E NÃO INVASIVA

Profº Admilson Soares de Paula


HISTÓRIA DA UTI
• 1854 – Guerra Criméia – Florence Nightingale;
• Evolução das “Salas de Recuperação Pós-
Anestésica” na década de 20 – EUA;
• 1ª UTI foi criada em 1926 em Boston;
• 1ª UTI no Brasil foi na década de 70, no
Hospital Sírio Libanês em São Paulo.
CONCEITO
A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) destina-se
ao acolhimento de pacientes em estado grave
com chances de sobrevida, que requerem
monitoramento constante (24 horas) e cuidados
mais complexos que o de outros pacientes.
• Assistência médica, de enfermagem,
laboratorial e imagem 24h;
TIPOS
• UTI ADULTO;
• UTI PEDIÁTRICA;
• UTI NEONATAL;
• UTI MIXTA (NEONATAL E PEDIÁTRICA);
• UTI ESPECIALIZADA:
•CARDIOLÓGICA;
•NEUROLÓGICA;
•CIRÚRGICA, ENTRE OUTRAS.
ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO
• Deve ocupar área física própria, de acesso
restrito, acesso fácil às unidades relacionadas
(Elevadores de serviço, CC, Hemodinâmica,
Radiologia, etc.);
• Mínimo 5 leitos – ideal entre 8 e 12;
• Disposição dos leitos: área comum ou quartos
fechados;
• Pacientes devem estar alocados de modo que sua
visualização direta pela equipe de saúde seja
possível;
ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO
• Posto de enfermagem – confortável,
proporcionar visualização de todos os leitos e
permitir todas as funções de trabalho;
• Sala de utensílios limpos e sujos;
• Banheiros;
• Salas de descanso;
• Copa;
• Secretaria administrativa, entre outros.
EQUIPAMENTOS E MATERIAIS
• Cama com ajustes de posição, grades laterais e
rodízios – 01 por leito;
• Equipamento de monitorização continua de
eletrocardiograma – 01 por leito (Reserva Op.:
01/10 leitos);
• Equipamento de monitorização de pressão arterial
não invasiva – 01 por leito (Reserva Op.: 01/10
leitos);
• Equipamento de monitorização de oximetria de
pulso – 01 por leito (Reserva Op.: 01/10 leitos);
EQUIPAMENTOS E MATERIAIS
• Equipamento de monitorização de pressão
invasiva – 01 para cada 05 leitos (Reserva Op.: de
01/10 leitos);
• Equipamento de infusão contínua e controlada de
fluidos – 04 por leito (Reserva Op.: 01/03 leitos);
• Ventilador Pulmonar Mecânico – 01 por leito
(Reserva Op.: 01/05 leitos, devendo cada
equipamento dispor de, no mínimo, 2 circuitos);
• Ressuscitador manual do tipo balão autoinflável –
01 por leito (Reserva Op.: de 01/02 leitos);
EQUIPAMENTOS E MATERIAIS
• Termômetro – 01 por leito;
• Estetoscópio – 01 por leito;
• Conjunto de nebulização – 01 por leito;
• Carro de emergência – 01 para cada 10 leitos;
• Marca-passo cardíaco temporário – 01 para
cada 10 leitos;
• Eletrocardiograma portátil – 01 para cada 10
leitos;
EQUIPAMENTOS E MATERIAIS
• Geladeira exclusiva para medicamentos;
• Materiais para entubação;
• Materiais de curativo;
• Materiais de drenagem de tórax;
• Materiais de punção periférica;
• Materiais de aceso venoso profundo;
• Etc.
RECURSOS HUMANOS
• Médico diarista/rotineiro: 01 (um) para cada 10 (dez)
leitos ou fração, nos turnos matutino e vespertino;
• Médicos plantonistas: no mínimo 01 (um) para cada
10 (dez) leitos ou fração, em cada turno;
• 01 Enfermeiro coordenador, exclusivo da unidade,
responsável pela área de enfermagem;
• 01 Enfermeiro, exclusivo da unidade, para cada 10
leitos, ou fração, por turno.
• 01 Tec. De enfermagem para cada 02 leitos, ou
fração, por turno.
RECURSOS HUMANOS
• Fisioterapeutas: no mínimo 01 (um) para cada
10 (dez) leitos ou fração, nos turnos matutino,
vespertino e noturno, perfazendo um total de
18 horas diárias de atuação;
• Auxiliares administrativos: no mínimo 01 (um)
exclusivo da unidade;
• Funcionários exclusivos para serviço de
limpeza da unidade, em cada turno.
MONITORIZAÇÃO
MONITOR CARDÍACO MULTIPARAMENTRO

O monitor multiparametro é um equipamento


que mostra, simultaneamente, a frequência
cardíaca com o traçado de eletrocardiograma, a
saturação de O2, a capnografia, a pressão arterial
(invasiva e não invasiva), pressão venosa central
(PVC), a temperatura e a frequência respiratória
do paciente.
Alguns modelos permitem repetição de dados de
diversos pacientes em um único monitor,
formando uma central de monitorização.
MONITOR CARDÍACO MULTIPARAMENTRO
MONITORIZAÇÃO NÃO INVASIVA
• Escalas (Glasgow, Braden, Rass, dor, tec.)
• Pulso;
• Respiração;
• Pressão Arterial Não Invasiva (PNI);
• Temperatura;
• Oximetria de pulso;
• ECG;
Monitorização não invasiva
OXIMETRIA DE PULSO
• Método não invasivo capaz de estimar a
oxigenação do sangue arterial periférico;
• Analise dos gases foi por muito tempo a única
forma de detecção de hipoxemia;
• A Saturação de O² se dá pela alteração de
coloração existente entre o sangue arterial
(vermelho vivo) e o venoso (cianótico);
• Saturação por amostra de sangue (SatO²);
• Saturação por oxímetro de pulso (SpO²);
Monitorização não invasiva
OXIMETRIA DE PULSO
• O oxímetro de pulso fornece leitura da saturação do
sangue, avaliando o comportamento de absorção da
oxi-hemoglobina e desoxi-hemoglobina em relação
aos comprimentos de luz vermelha e infravermelha.
O aparelho possui um receptáculo para acomodar a
porção distal do dedo, com um dos lados contendo
um fotoemissor e do outro um fotodetector;
• Além da SpO², os aparelhos também podem mostrar
a frequência cardíaca e a amplitude do pulso.
Monitorização não invasiva
OXIMETRIA DE PULSO
Monitorização não invasiva
OXIMETRIA DE PULSO
• Indicada em vários setores, principalmente
UTI;
• Detecção precoce de hipoxemia;
• Ajuste de FiO²;
• Ajuste de parâmetros de Ventilador Mecânico;
• Auxílio no desmame ventilatório.
• Valores normais variam entre 95% e 100%.
• Locais preferenciais de mensuração: dedos e
lóbulo da orelha.
Monitorização não invasiva
MONITORIZAÇÃO CARDÍACA
• Representação gráfica sobre uma tela ou
papel da atividade elétrica do coração;
• Na UTI é contínua;
• A análise do traçado permite detecção de
alterações como arritmias, isquemias e
distúrbios eletrolíticos;
• Podem ser usados 3, 4 ou 5 eletrodos;
• Valores normais no adulto: 60 a 100 bpm.
Monitorização não invasiva
MONITORIZAÇÃO CARDÍACA
Monitorização não invasiva
MONITORIZAÇÃO CARDÍACA
Monitorização não invasiva
MONITORIZAÇÃO CARDÍACA
Monitorização não invasiva
MONITORIZAÇÃO CARDÍACA
MONITORIZAÇÃO INVASIVA
• Glicemia;
• Gasometria (arterial e venosa central);
• Pressão Invasiva
• Pressão Arterial Média (PAM);
• Pressão venosa Central (PVC);
• Pressão Intra-Abdominal (PIA);
• Etc.
MONITORIZAÇÃO INVASIVA
Sistemas de monitoramento de pressão invasiva

O monitoramento de pressão é uma ferramenta


básica para a monitorização clínica do paciente.
Existe no mercado uma grande variedade de
marcas e modelos de cateteres, sistemas e
transdutores para monitorização (descartáveis).
Esse ultimo converte um sinal fisiológico
mecânico (Pressões) em um sinal elétrico, que é
ampliado, filtrado e exibido no monitor em
forma de valor numérico expresso em mmHg.
MONITORIZAÇÃO INVASIVA
Sistemas de monitoramento de pressão invasiva
MONITORIZAÇÃO INVASIVA
Sistemas de monitoramento de pressão invasiva
MONITORIZAÇÃO INVASIVA
Sistemas de monitoramento de pressão invasiva
MONITORIZAÇÃO INVASIVA
Sistemas de monitoramento de pressão invasiva
Monitorização Invasiva
PAM
A monitorização da pressão arterial média é obtida
por meio de cateter intra-arterial conectado ao
sistema de mensuração da pressão.
• Transmissão de pressão através do meio líquido;
• Punção médica;
• Amplamente usada em pacientes críticos;
• Sítios de punção mais comuns: radial e femural;
Monitorização Invasiva
PAM
Monitorização Invasiva
PAM
Indicações:
• Choque de qualquer etiologia;
• Pacientes cursando com instabilidade
hemodinâmica;
• Infusão continua de drogas vasoativas;
• Intervenções cirúrgicas;
• Pós PCR;
• Politraumatismo;
• Etc.
Monitorização Invasiva
PAM
A PAM é representa graficamente por uma curva
característica, com dois componentes:
Anacrótico e o dicrótico.
Monitorização Invasiva
PAM
• A fórmula indicada para calcular PAM
corresponde ao valor da pressão arterial
sistólica + 2 vezes o valor da pressão arterial
diastólica dividido por 3.
• O valor normal de PAM em adultos equivale a
70 a 105 mmHg.
Monitorização Invasiva
PAM
Função da enfermagem:
• Organizar material a ser utilizado na punção;
• Auxiliar o médico;
• Preparar o monitor de pressão invasiva;
• Manter o cateter pérvio, mantendo bolsa
pressurizada (300 mmHg);
• Manter posição do transdutor no eixo flebostático;
• Zerar o sistema;
• Retirar o cateter intra-arterial;
• Etc.
Monitorização Invasiva
PAM
Monitorização Invasiva
PVC
A pressão venosa central é um parâmetro
hemodinâmico determinado pela interação entre
volume intravascular, função do ventrículo direito,
tônus vasomotor e pressão intratorácica.
• Valores normais no adulto variam entre 0 e 8
mmHg;
• PVC elevada: ICC, tamponamento cardíaco, volume
líquidos aumentado, etc.
• PVC baixa: Hipovolemia por hemorragia, perda de
liquido, vasodilatação induzida por medicamentos.
Monitorização Invasiva
PVC
A aferição da PVC torna-se possível após instalação de um
cateter venoso central, localizado na veia cava superior,
que é indicado nos seguintes casos:
• Uso de drogas vasoativas;
• Monitorização de PVC e saturação venosa central de o²;
• Uso de nutrição parenteral total.
A inserção do CVC é realizada pelo médico acompanhado
da equipe de enfermagem.
As principais vias de acesso são: veia jugular interna e veia
subclávia. Pode ocorrer implantação de PICC.
Monitorização Invasiva
PVC
Monitorização Invasiva
PVC
Monitorização Invasiva
PVC
Monitorização Invasiva
PVC
Após a instalação do acesso central, a PVC pode
ser medida de duas formas:
• Contínua, por meio de um transdutor de
pressão, com medida expressa em mmHg;
• Intermitente, por meio de um equipo
bifurcado preenchido com coluna de água,
com medida expressa em cmH²O;
• mmHg x cmH²O.
Monitorização Invasiva
PVC
Função da enfermagem:
• Organizar material a ser utilizado na punção venosa
central;
• Auxiliar o médico;
• Preparar o monitor de pressão invasiva;
• Manter o cateter pérvio, mantendo bolsa pressurizada
(300 mmHg)
• Manter posição do transdutor no eixo flebostático;
• Zerar o sistema;
• Retirar o cateter venoso central;
• Etc.
Monitorização Invasiva
PIA
A perfusão de órgãos em qualquer cavidade corporal ou
compartimento pode ser comprometida quando a
pressão intracompartimental exceder a pressão nos
capilares.
• Valor normal de PIA entre 0 e 12 mmHg;
• Valores alterados por Ventilação mecânica,
obesidade, gravidez (PIA entre 12 e 15 mmHg);
• A PIA é determinada pelo volume das vísceras, sólidas
e ocas, pelo espaço ocupado por lesões (ascite,
tumores, hemorragias) e por condições que limitam a
expansibilidade da cavidade abdominal.
Monitorização Invasiva
PIA
• A Hipertensão intra-abdominal é definida
como sustentação ou repetidas da elevações
patológicas da PIA maior que 12 mmHg;
Monitorização Invasiva
PIA
Mensuração de Pressão de Perfusão Abdominal
PPA = PAM – PIA
Quando a PIA está acima de 20 mmHg há redução
significativa da perfusão capilar, resultando em
isquemia e ativação dos mediadores
inflamatórios, aumentando a perda de fluido
extravascular, maior influxo de fluido para os
tecidos, aumento do volume intra-abdominal e
aumento da PIA, perpetuando o ciclo.
Monitorização Invasiva
PIA
A Síndrome Compartimental abdominal é
definida como sustentação da PIA acima de 20
mmHg, com ou sem PPA menor que 60 mmHg,
associado à nova disfunção ou falência orgânica.

Pressão Hipertensão Síndrome


Abdominal Abdominal Compartimental
Normal Aguda

0 5-7 12 20
Pressão intra-abdominal (mmHg)
Monitorização Invasiva
PIA
O quadro de HIAb e SCA evidenciam alterações
nos sistemas cardiovascular, respiratório, renal,
nervoso central, gastrointestinal, hepático, etc.
Monitorização Invasiva
PIA
A PIA pode ser obtida pela mensuração da pressão
intravesical ou intragástrica.
Pode ser monitorada continuamente por meio de
um transdutor de pressão ou intermitentemente
com uma coluna de água.
Para a mensuração o paciente deve estar com
sonda vesical de demora, com sonda de três vias,
preferencialmente, ou de duas vias, inserido uma
agulha de forma séptica na conexão da sonda com
a bolsa coletora.
REFLEXÃO
“O que quer que você faça, faça bem feito. Faça
tão bem feito que quando as pessoas te virem
fazendo, elas queiram voltar e ver você fazer de
novo e queiram trazer outros para mostrar o
quão bem você faz aquilo que faz.” (Walt Disney)

MUITO OBRIGADO!
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
RESOLUÇÃO Nº 7, DE 24 DE FEVEREIRO DE 2010. Disponível em
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2010/res0007_24_02
_2010.html. Acesso em 15 de maio 2019.
KNOBEL, Elias. Terapia Intensiva: enfermagem. Co-autores Claudia
Regina Laselva, Denis Faria Moura Júnior. São Paulo: Editora Atheneu,
2010.
Monitorização invasiva e não invasiva – fundamentação para o
cuidado / organizadores Júlio Cesar Batsita Santana, Clayton Lima
Melo, Bianca Santana Dutra. São Paulo: Editora Atheneu, 2013.
OLIVEIRA, Reynaldo Gomes de. Blackbook – Enfermagem. Belo
Horizonte: Blackbook Editora, 2016.
RESOLUÇÃO COFEN Nº 527/2016 – Revogada pela Resolução Cofen nº
543/2017.
Enf. Jonair T. Vieira

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