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Departamento de Saúde

Curso de Enfermagem

NUTRIÇÃO
Importância da dieta e actividade física em adolescente obesos

Docente
__________________________
Rita Mamede

Luanda, 2023-2024
Curso de Enfermagem 3 ano / primeiro Semestre
Grupo: 03
Turma: A
Sala: 10
Período: Tarde
Introdução
A obesidade em adolescentes é um problema de saúde pública, que vem crescendo nos últimos
anos, ocorre quando há um desequilíbrio crônico entre a energia ingerida e a consumida. A
etiologia da obesidade é complexa, multifatorial, resultante da interação genética e ambiental, e
mediada por fatores sociais, econômicos, endócrinos, metabólicos e psiquiátricos.
Consequentemente, o tratamento da obesidade é abrangente e deve ser multiprofissional e
interdisciplinar, pois, mais do que a simples redução de peso, ele deve objetivar a mudanças no
estilo de vida, que precisam ser mantidas ao longo da vida.
Objectivos
Objetivo Geral
- Descrever a importância da dieta e actividade em adolescente obesos.

Objetivos específicos
- Conceituar a obesidade;
- Esclarecer a importância da dieta e actividade em adolescente obesos;
- Descrever os benefícios e o tratamento da dieta e actividade física em adolescente obesos.
Fundamentação teórica
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2004), a obesidade é uma doença em
que o acúmulo em excesso de gordura corporal pode atingir graus capazes de afetar
negativamente a saúde. A obesidade, por interferir na autoestima, está envolvida com
aspectos psicológicos a curto, médio e longo prazo, além de estar associada com comorbidades
como dislipidemia, infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral.
A obesidade constitui-se em importante desvio nutricional que deve merecer a atenção dos
profissionais da área de saúde. Na adolescência, o excesso de peso pode determinar
dificuldades de socialização, assim como risco de morbidade para as principais doenças
crônicas. Os adolescentes obesos têm maior risco de se tornarem obesos mórbidos. A
adolescência é uma época em que a personalidade está sendo estruturada e a obesidade nesse
período pode deixar marcas profundas. A obesidade na adolescência apresenta como
importante característica a possibilidade de prosseguir na vida adulta. Se em
crianças a morbidade não é freqüente, já nos adolescentes verifica-se a concomitância de
fatores de risco, como dislipidemias, hipertensão e aumento da resistência insulínica, que
aumentarão a probabilidade de mortalidade na vida adulta.
Para Cunha (2014), alimentar-se de forma correta, ou seja, a conscientização da importância de
hábitos alimentares corretos, atenderá as necessidades nutricionais do organismo,
contribuindo para um desenvolvimento saudável e proporcionando condições benéficas que
contribuirão para uma melhor qualidade de vida. A formação de hábitos alimentares saudáveis
é um processo que se inicia desde o nascimento, com práticas alimentares introduzidas desde
os primeiros anos de vida pelos pais, primeiros e principais responsáveis pela formação dos
mesmos.
O período da adolescência apresenta enormes desafios. As escolhas alimentares, muitas vezes,
afastam-se do conceito da alimentação saudável, situação agravada por contextos
socioeconómicos ou culturais desfavoráveis. A prevalência relevante de obesidade em
adolescentes é uma realidade. O consumo de fast food tem vindo a ser relacionada com essa
prevalência e com o afastamento do consumo de alimentos saudáveis, como os produtos
hortofrutícolas. A educação alimentar e nutricional, realizada de forma sistemática, em
diversos contextos como a escola, é uma estratégia importante para apoiar os adolescentes a
tomar decisões que garantam a manutenção da sua saúde no presente e no futuro.
De acordo com Trichesl e Giuglianil (2005), o consumo alimentar tem sido relacionado à
obesidade, não somente quanto ao volume de ingestão alimentar, como também à
composição e qualidade da dieta. Além disso, os padrões alimentares também mudaram,
explicando em parte o aumento da adiposidade nos adolescentes, como o pouco consumo de
frutas, hortaliças e leite, e o aumento no consumo de guloseimas (bolachas recheadas,
salgadinhos e doces diversos) e refrigerantes, bem como a omissão do café da manhã.

A escolha de alimentos não deve ser relacionada somente para manter o peso ideal, mas
também para garantir uma saúde plena. As dietas procuram ser rotinas alimentares que
buscam atingir um determinado objetivo, mas nem sempre vão ao encontro do conceito de
alimentação saudável. Uma dieta variada, possui todos os tipos de alimentos, sem abusos e
também sem exclusões. A complementação ou implementação de algumas vitaminas podem
ser necessárias para que uma dieta seja consideravelmente saudável, pois não dispensam o
consumo de diferentes tipos de alimentos e nutrientes.
A dieta obviamente tem papel determinante na regulação energética e de fato constitui o
principal fator desencadeante no desequilíbrio entre a entrada e o gasto energético. O
consumo de alimentos industrializados é cada vez mais freqüente e esses geralmente têm alto
conteúdo energético, à custa de gordura saturada e colesterol.

Para Leite (2016), uma dieta balanceada tem intenção de suprir um organismo com nutrientes
essenciais, vitaminas e minerais necessários para manter as células, os tecidos e os órgãos,
para que possam funcionar corretamente. Em contrapartida, uma dieta com carência de
nutrientes pode levar a muitos problemas de saúde, dos mais simples como cansaço e perda
de energia a outros mais sérios, envolvendo a função de órgãos vitais e a falta de crescimento e
desenvolvimento do indivíduo. Alguns hábitos alimentares adquiridos na infância e na
adolescência resultam em maior risco de desenvolvimento de doenças na vida adulta. Assim,
todo esforço para conscientização da importância de uma dieta preventiva é necessário a fim
de auxiliar crianças e adolescentes a compreenderem como evitar doenças presentes e futuras
relacionadas com a má nutrição, dando capacidade para que decidam e escolham
corretamente.
A OMS concorda quando define atividade física como qualquer movimento corporal produzido
pelos músculos esqueléticos que requer gasto de energia. Portanto intervenções na
adolescência, por serem períodos críticos para o desenvolvimento da obesidade, têm sido
recomendadas como forma de evitar os desfechos desfavoráveis na idade adulta, relacionam
que doenças cardiovasculares como hipertensão na adolescência tem relação com a crescente
aparição da obesidade. Evidencia-se que uma criança ao se tornar obesa no período da pré
puberdade, mantendo-se neste estado durante a adolescência, terá mais chance de se tornar
um adulto obeso.
Benefícios da atividade física

WILMORE e COSTILL (2001) afirmam que a atividade física é importante tanto para a prevenção
como para o controle da obesidade. Além das calorias gastas durante a atividade física, ocorre
um gasto substancial de calorias durante o período pós-exercício. A dieta isoladamente,
provoca perda de gordura, mas a massa isenta de gordura também é perdida. Com o exercício,
seja isoladamente ou combinado com dieta, à gordura é perdida, mas a massa isenta de
gordura é mantida ou aumentada. Segundo ainda os mesmos autores a inatividade é uma
causa importante da obesidade, podendo ser de fato um fator de maior relevância do que
alimentação exagerada para desenvolvimento dessa patologia, e por essa razão, o exercício
deve ser reconhecido como um componente essencial de qualquer programa de tratamento de
controle de peso.
NAHAS (2001) afirma que o gasto calórico durante as atividades físicas varia com a dosagem do
esforço e o peso do indivíduo entre outros fatores. Abaixo estão transcritos alguns exemplos da
quantidade aproximada de energia (em kcal/kg/hora) utilizada por um indivíduo durante várias
atividades:

● Dormir - 1,3 kcal/kg/h


● Ficar sentado - 2,5 kcal/kg/h
● Jogar voleibol recreativo – 4 kcal/kg/h
● Jogar futebol – 9 kcal/kg/h
● Andar de bicicleta: 9 km/h – 4,5 kcal/kg/h 15 km/h – 7k
● Caminhar: 80m/minuto ou 4,8km/h – 4kcal/kg/h
100m/min ou 6 kcal/kg/h – 5kcal/kg/h
● Jogar tênis, individual, recreativo – 7 kcal/kg/h
● Correr: 150 m/min – 10 kcal/kg/h
200 m/min – 11kcal/kg/h
NAHAS (2001) afirma que o gasto calórico durante as atividades físicas varia com a dosagem do
esforço e o peso do indivíduo entre outros fatores. Abaixo estão transcritos alguns exemplos da
quantidade aproximada de energia (em kcal/kg/hora) utilizada por um indivíduo durante várias
atividades:

● Dormir - 1,3 kcal/kg/h


● Ficar sentado - 2,5 kcal/kg/h
● Jogar voleibol recreativo – 4 kcal/kg/h
● Jogar futebol – 9 kcal/kg/h
● Andar de bicicleta: 9 km/h – 4,5 kcal/kg/h 15 km/h – 7k
● Caminhar: 80m/minuto ou 4,8km/h – 4kcal/kg/h
100m/min ou 6 kcal/kg/h – 5kcal/kg/h
● Jogar tênis, individual, recreativo – 7 kcal/kg/h
● Correr: 150 m/min – 10 kcal/kg/h
200 m/min – 11kcal/kg/h
BARROS (1993), afirma que a atividade física é um importante auxiliar para o aprimoramento e
desenvolvimento do adolescente, nos seus aspectos morfofisiopsicológicos, podendo
aperfeiçoar o potencial físico determinado pela herança e adequar o indivíduo para um
aproveitamento melhor de suas possibilidades.

Assim, sugere-se que adolescentes obesos realizem atividades leves e moderadas, as quais
propiciam vias metabólicas oxidátivas e conseqüentemente utilização da gordura como
predominância de substrato energético, podendo, com isso, aumentar o tempo de realização
das sessões de exercício. Portanto, a prática regular de atividade física pode interferir
positivamente no balanço energético, como também prevenir e tratar o quadro de fatores de
risco associados à obesidade. Quanto ao tratamento da obesidade, pode-se considerar que o
controle alimentar é a principal forma utilizada no combate à obesidade. As estratégias de
manipulação dietética geralmente englobam modificações no total energético ingerido e/ou na
composição dietética. No entanto, há um consenso geral que a atividade física desempenha um
papel estratégico na luta contra a prevenção e redução da obesidade, cabendo à Educação
Física escolar, através dos profissionais da educação física, promover ações nesse sentido.
O objetivo do tratamento da obesidade em adolescentes é conseguir manter o peso adequado
para a altura e ao mesmo tempo manter o crescimento e o desenvolvimento normais. Por
todos esses fatores, o tratamento da obesidade é complexo. As chances de um indivíduo obeso
conseguir remissão permanente não ultrapassam 30% na maioria dos estudos.

Consequências da obesidade

VIUNISKI (1999), explica que não é somente a estética que fica comprometida quando
adolescentes estão com excesso de peso. O mal pode acarretar doenças associadas a adultos,
como ao aparecimento de diversas complicações, incluindo as cardiovasculares, como
hipertensão arterial, insuficiência coronariana, arteriosclerose; osteomusculares; dificuldades
respiratórias; diabetes; colesterol alto; problemas dermatológicos e distúrbios no aparelho
locomotor, além de favorecer o surgimento de enfermidades potencialmente letais como
dislipidemia e certos tipos de câncer.
Recomendações
- Diminuir o valor calórico da alimentação diária, diminuindo o consumo de gorduras, doces e colesterol;
- Controlar as porções, seguindo um guia alimentar como a pirâmide alimentar;
- Diminuir a gordura na preparação dos alimentos;
- Aumentar a ingestão de alimentos ricos em fibras, como frutas, verduras, cereais integrais e feijões. As fibras
diminuem as calorias absorvidas, saciam mais rápido, estimulam a mastigação, auxiliam a diminuir o colesterol,
melhoram a função intestinal e também previnem o câncer de cólon no intestino;
- Comer devagar e mastigar bem os alimentos. Evite comer na frente da televisão, pois assim, se perde a noção de
quanto se comeu. Comer sentindo o gosto e pensando em que está comendo;
- Não ficar muitas horas sem se alimentar e não pular refeições. Isso faz com que se tenha muita fome na próxima
refeição e que se coma além do limite;
- Começar o quanto antes a praticar uma atividade física. Iniciar gradativamente com caminhadas três vezes por
semana e a cada mês intensificar mais.
Conclusão

Tendo-se conhecimento da importância em melhorar o consumo de alimentos saudáveis em


quantidades adequadas na alimentação diária, essa proposta evidenciou a necessidade da
educação alimentar e nutricional em adolescentes obesos, pois quanto maior o acúmulo de
tecido adiposo maior a prevalência do comportamento físico sedentário e menor o gasto de
energia. Portanto, a prática de atividade física e a alimentação balanceada devem ser
estimuladas desde a infância. Assim, verifica-se a necessidade de reforçar as informações em
todos os meios de comunicação de forma mais atraente, fazendo com que o adolescente
entenda a necessidade de valorizar o hábito da prática de atividade física como indispensável à
vida saudável.
Referências Bibliográficas

CARVALHO, C. M. R. G. et al. Consumo alimentar de adolescentes matriculados em um coĺgio


Particular de Teresina, Piauí, Brasil. Revista de Nutricão, v. 14, n. 2, p. 85–93, 2001.

BOUCHARD, C. Atividade física e obesidade. Manole, Barueri, SP. 2003

FRANCISCHI, R. P. P.; PEREIRA, L. O.; FREITAS, C. S., KLOPFER, M., SANTOS,R. C., VIEIRA, P. &
LANCHA JÚNIOR, A. H. Obesidade: atualização sobre sua etiologia, morbidade e tratamento.
Revista Nutrição, (2000).

GUEDES, D. P.; GUEDES, J. E. R. P. Controle do peso corporal: composição corporal, atividade


física e nutrição. 2ed. Rio de Janeiro: Shape, 2003. 327 p.

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