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Anemia Megaloblástica -

Carência de Folatos e Vitamina B12

Alunos: Heloísa Serafim, Jocélio Junior e Vitoria Pateis


Anemia Megaloblásticas
• Eritroblastos na medula
óssea com anormalidade
característica.

• Atraso na maturação do
núcleo em relação ao do
citoplasma.

• Defeito na síntese do
DNA.

Esfregaço sangue periférico; Macrócitos ovulados e


• Geralmente Causado por neutrófilos hipersegmentados
Déficit de vitaminas B12
e Folatos.
A vitamina B12 ou cianocobalamina
• família de compostos denominados genericamente
cobalaminas.

• enquanto que a designação folato aplica-se


coletivamente a uma família de mais de uma centena
de compostos.

• Sintetizada na natureza por microrganismos, os


animais adquirem-na ingerindo alimentos de origem
animal.

• Consiste em um pequeno grupo de compostos, as


cobalaminas, todas com a mesma estrutura básica.

Estrutura da metilcobalamina (metil-B12),


• Átomo de cobalto no centro de um anel de corrina
principal forma da B12 no plasma humano.
ligado a uma porção nucleotídica.
Ácido Fólico
• O folato (vitamina B9).

• é uma vitamina hidrossolúvel

• existe nos alimentos sob formas complexas,


conjugado com múltiplos resíduos de ácido
glutâmico formando os “poliglutamatos”,

• vegetais frescos, fígado e frutas.


Absorção

• Na dieta é liberada das proteínas ás quais vem


ligada nos alimentos e se combina com a
glicoproteínas Fator Intrínseco (FI), sintetizadas
pelas células parietais gástricas.

• O complexo FI-B12 liga-se, então a um receptor


de superfície para FI, a cubilina.

• Esta se liga a seguir com uma segunda proteína,


Amnionless, que promove endocitose do
complexo cubilina/FI-B12 nas células do íleo,
onde a B12 é absorvida e o FI é destruído.
FISIOPATOLOGIA
• A hematopoese normal compreende
intensa proliferação celular, que por sua
vez implica a síntese de numerosas
substâncias como DNA, RNA e proteínas.
• Tanto os folatos como a vitamina B12 são
indispensáveis para a síntese da timidina,
um dos nucleotídeos que compõem o
DNA, e a carência de um deles tem como
consequência menor síntese de DNA.
• Vitamina B12 cofator do acido fólico,
Ativadora do acido fólico, ele não ativado e
não exerce sua ação.
Transporte e metabolismo
• No plasma, a vitamina B12 é
transportada conjugada a duas proteínas Por outro lado, a pequena percentagem de
vitamina B12 ligada à transcobalamina II tem
denominadas transcobalamina I e II.
um transporte rápido, e sua ausência
congênita produz uma forma rara de anemia
• A maior parte da vitamina B12 do plasma megaloblástica grave com níveis séricos de
vitamina B12 normais.
(cerca de 80%) está ligada à
transcobalamina I, que tem um
transporte lento lento, sendo • Quantidade de B12 que se liga a TC é muito
essencialmente inacessível aos tecidos. baixa dl.

• Por isso, deficiência congênita de • Deficiência de TC causa anemia


transcobalamina I é associada a baixos megaloblástica uma vez que a B12 não
níveis séricos de vitamina B12, sem entra na medula óssea ( e em outras
manifestações clínicas. células) a partir do plasma.
CAUSAS DE CARÊNCIAS

Vitamina B12 Folatos

• A vitamina B12 existe primariamente em alimentos de


origem animal, não sendo encontrada em frutas e • Nutricional, Dieta especiais, idade avançada,
vegetais. vida em instituições, anemia do leite de cabra.
• As necessidades diárias são ínfimas (0,5-2 g/dia). • Má absorção, espru tropical.
• Nutricional, Veganismo.
• enteropatia induzida por glúte, (fator
• Má absorção. contribuinte na deficiência de folatos em
• Causas gástricas. alguns pacientes com gastrectomia parcial.
• Anemia perniciosa. • Doença de crohn.
• Falta congênita ou anormalidade do fator intrínseco.
• Os depósitos são habitualmente suficientes
para manter a eritropoese por apenas três ou
• O tempo necessário para que a anemia se manifeste quatro meses.
depende da magnitude dos depósitos e do grau de
desequilíbrio.
• Depósitos são habitualmente suficientes para manter a
eritropoese por dois a cinco anos após haver cessado
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

• Anemia Megaloblástica: • As manifestações clínicas da


• Perda de apetite, dores abdominais, deficiência de vitamina B12:
enjôos e diarréia, • sintomas alterações neuropsiquiátricas,
• Desenvolvimento de úlceras dolorosas neuropatia óptica, neuropatia sensitivo
na boca e na faringe, motora e neuropatia
• Alterações da pele, perda de cabelo, • Na deficiência de folatos:
cansaço, perda de energia • glossite, dor e aparência vermelha da
• Sensação de boca e língua doloridas língua, “língua careca”, queilite, diarréia,
durante a gravidez, parto prematuro e/ou perda de apetite.
a malformação do feto. • na carência de ácido fólico, não se
• Nas crianças, o crescimento pode ser observa as alterações neurológicas
retardado e a puberdade atrasada típicas da deficiência de vitamina B12,
pois o sistema nervoso do adulto não
depende de ácido fólico.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Palidez e Icterícia leve em Glossite Língua é Vermelha Queilite Angular (estomatite).


paciente com hemoglobina como carne bovina e dolorosa.
7 g/dL.
Defeito do tubo Neural

• A deficiência de folato ou de B12 na


mae predispõe a defeitos do tubo
neural (DTN), no feto anencefalia,
espinha bífida ou Encefalocele.
• Quanto mais baixos forem os níveis de
folato sérico ou eritrocitário , ou
vitamina B12 sérica, maior incidência
de DTNs.
• Suplementação da dieta com ácido
fólico no inicio da gestação diminui em
75% a incidência de DTN.

Bebe com defeito do tubo neural


(espinha bífida).
Achados laboratoriais
• A anemia é macrocítica (VCM> 98fL e com frequência tão alto quanto 120-140fL nos casos Graves) e
os macrócitos são ovais.
• Neutrófilos apresentam núcleo hipersegmentado (com seis ou mais lobos).
• Medula óssea é em geral, hipercelular, e os eritroblastos (megaloblastos) são grandes e falta
maturação, mantendo aspecto de cromatina frouxa.

Sangue periférico mostrando macrócitos


Eritroblastos mostrando cromatina nuclear com
ovalados e um neutrófilo hipersegmentado. aspecto frouxo, já diferenciadas (citoplasma pálido com
alguma formação de hemoglobina
Metamielócitos gigantes e formas em
bastonete anormais.
Diagnóstico de deficiência de vitamina B12 ou de Folatos
• O quadro clínico muitas vezes é sugestivo, mas nem sempre suficiente para
firmar o diagnóstico. Mais comumente, o diagnóstico é feito com base nas
alterações características do sangue periférico e da medula óssea.

• Reconhecer a anemia

• Distinguir a deficiência de vitaminas Cobalaminas e ou Folatos.

• Determinar a causa.

• Clinicamente são indistinguíveis.

• Necessário a dosagem do folato quanto da cianocobalamina.


Exames para identificação da causa de déficit de vitamina B12 ou de
folatos
• Eles São principalmente para à avaliação da função gástrica e à pesquisa de
anticorpos contra antígenos gástricos.
Tratamento
• A maioria dos casos necessita somente de um tratamento com a vitamina apropriada.
Caso Clínico

• Paciente de 8 meses, encaminhada ao pronto socorro após alterações em hemograma


evidenciando pancitopenia (hemoglobina de 3,9 g/dL e plaquetas de 141.000 uL). Realizou
exame em consultório particular devido à queixa de sonolência excessiva desde os três meses.
Foi realizado a dosagem de b12 (148 pg/mL), gasometria arterial inicial constatando alcalose;
ácido fólico, função hepática, reticulócitos, DHL e VHS (mantendo elevados).Foi notado atraso
do neurodesenvolvimento e convulsões. Foi solicitada ressonância magnética de crânios para
completar a elucidação diagnóstica completa.
• Resultados: o exame físico, um paciente apresentou-se hipocorada (+2/+4),variações no nível
de lactato ao longo da evolução (de 31 para 8). Em videoendoscopia da deglutição foram
apresentados disfagia grave e laringomalácia, suspeitada após broncoaspiração durante a
amamentação. Os demais exames ocorreram dentro da normalidade.
• Conclusão: Trata-se de um paciente com um quadro de anemia megaloblástica que evolui com
alterações metabólicas e imunológicas, atualmente em investigação de um possível erro de
metabolismo. Após reposição vitamínica paciente apresentou melhora do quadro.
Referências
• MARCO ANTONIO ZAGO, ROBERTO PASSETO FALCÃO, RICARDO
PASQUINI, TRATADO DE HEMATOLOGIA- São Paulo : Editora Atheneu,
2013.
• A. VICTOR HOFFBRAND, PAUL A.H. MOSS, FUNDAMENTOS EM
HEMATOLOGIA DE HOFFBRAND - 7° edição Porto Alegre: Artmed,
2018.

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