Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
2. Princípios Orçamentários
Para a real eficácia dos controles das atividades financeiras do governo, é necessário que o
orçamento se vincule a determinadas regras ou princípios orçamentários, o que resulta em inúmeras
definições. Entre os princípios defendidos pela corrente doutrinária dos tratadistas, destacam-se os
seguintes:
ANUALIDADE - de conformidade com o princípio da anualidade, também denominado princípio
da periodicidade, as previsões de receitas e despesa devem referir-se, sempre a um período limitado de
tempo. Ao período de vigência do orçamento denomina-se exercício financeiro. No nosso país, de
acordo com o art. 34 da Lei nr. 4.320, o exercício financeiro coincide com o ano civil: 1º de Janeiro a 31
de Dezembro.
UNIDADE - o orçamento deve ser uno, isto é, deve existir apenas um orçamento e não mais que
um para cada exercício financeiro. Com isso visa-se eliminar a existência de orçamentos paralelos.
UNIVERSALIDADE - o orçamento deve conter todas as receitas e todas as despesas referentes
aos Poderes do Estado, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta. (Art. 165, §
5º da Constituição Federal).
EXCLUSIVIDADE - de acordo com este principio, o orçamento deve conter apenas matéria
orçamentária e não cuidar de assuntos estranhos, o que, aliás, está previsto no Art.165 da Constituição.
Exceção feita à autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de
crédito.
ESPECIFICAÇÃO - este princípio tem por escopo vedar as autorizações globais, ou seja, as
despesas devem ser classificadas com um nível de desagregação tal que facilite a análise por parte das
pessoas. De acordo com o Art.15 da Lei nº4.320, a discriminação da despesa far-se-á, no mínimo por
elemento (pessoal, material, serviços, obras, etc..).
PUBLICIDADE - define esse princípio que o conteúdo orçamentário deve ser divulgado através
dos veículos oficiais de comunicação/divulgação para conhecimento público e para a eficácia de sua
validade que é o princípio exigido para todos os atos oficiais do governo. No caso especifico a
publicação deve ser feita no Diário Oficial do Estado; e
EQUILIBRIO - pelo princípio do equilíbrio se entende que, em cada exercício financeiro, o
montante da despesa não deve ultrapassar a receita prevista para o período. O equilíbrio não é uma
regra rígida, embora a ideia de equilibrar receitas continue ainda sendo perseguida, principalmente a
médio ou longo prazos.
3. Ciclo Orçamentário
3.1. Conceito
O ciclo orçamentário, também conhecido como processo orçamentário, pode ser definido como
um processo de caráter contínuo e simultâneo, através do qual se elabora, aprova, executa, controla e
avalia a programação de dispêndios do setor público nos aspectos físicos e financeiro. Envolve um
período muito maior que o exercício financeiro, uma vez que abrange todas as fases do processo.
Exercício financeiro é o espaço de tempo compreendido entre primeiro de janeiro e trinta e um de
dezembro de cada ano, no qual se promove a execução orçamentária.
O art.34 da Lei nº 4.4320/64 determina que o exercício financeiro coincidirá com o ano civil, e o
art.35 desse mesmo dispositivo legal trata que: “pertencem ao exercício financeiro as receitas nele
arrecadadas e as despesas nele legalmente empenhadas”. É o regime misto da Contabilidade Pública,
de caixa para as Receitas e de competência para as Despesas.
5. Espécies de Orçamento.
5.1. Orçamento Clássico ou Tradicional.
O orçamento tradicional ou clássico era aquele onde constavam apenas a fixação da despesa e a
previsão da receita, sem nenhuma espécie de planejamento das ações do governo. Era peça meramente
contábil – financeira, um documento de previsão de receita e de autorização de despesas.
Neste tipo de orçamento não havia preocupação com a realização dos programas de trabalho do
governo, preocupando-se apenas com as necessidades dos órgão públicos para realização das suas
tarefas, sem se questionar sobre objetivos e metas.
6. Instrumentos Orçamentários
6.1. Leis Orçamentárias
A Constituição Federal de 1988, em seu art.165, prevê 03 (três) leis orçamentárias:
• PPA – Plano Plurianual.
• LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias.
• LOA – Lei Orçamentária Anual.
A LOA, por sua vez, nos termos do art. 165, § 5º, compreenderá:
• OF – Orçamento Fiscal.
• OI – Orçamento de Investimentos.
• OSS – Orçamento da Seguridade Social.
6.1.1. PPA – PLANO PLURIANUAL
Art. 165, § 1º da CF/88 – “A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma
regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de
capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada”.
Diretrizes são as orientações e os macro objetivos que indicam o caminho definido pelo Plano de
Governo responsável pela elaboração do PPA. Como exemplos podemos citar “A melhoria das
condições de Saúde no Município do Rio de Janeiro”.
Objetivos, sempre mensuráveis por um indicador, expressa um resultado sobre o público alvo,
descrevendo a finalidade de um programa, com concisão e precisão. O enunciado de um objetivo é
sempre caracterizado pela presença de um verbo de ação, no infinitivo, que complete a assertiva “Este
programa deverá ser capaz de ...” Exemplo: “Diminuir a mortalidade infantil na localidade X”.
Ações (Metas) são um conjunto de operações cujos produtos contribuem para os objetivos do
programa. Por exemplo: Para se reduzir a mortalidade infantil no bairro X, serão necessárias as
realizações de diversas ações, tais como “Execução da rede de esgoto do bairro”; “executar campanha
de vacinação em massa em crianças de 0 a 5 anos”; “Promover a construção de moradias dignas e
extinção de palafitas”, etc.
--------------------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------------------
Segue abaixo algumas considerações extraídas do livro Direito Financeiro e Controle Externo, do
Prof. Valdecir Pascoal, editora Impetus, relativas à LOA:
- A LOA deverá estar compatível com o PPA e com a LDO.
- A respectiva lei corresponde, na verdade, a 03 (três) suborçamentos (CF, artigo 165, 5º):
a) Orçamento fiscal de toda a Administração Pública, Direta e Indireta (todos os Poderes,
Ministério Público, Tribunal de Contas, órgãos, Autarquias, Fundações Públicas, Empresas
Públicas e Sociedades de economia Mista), englobando a despesa e a receita de toda a
Administração Pública para um exercício financeiro, menos os investimentos de empresas estatais
e as receitas e despesas relativas à seguridade social;
b) Orçamento de investimentos das empresas em que o Poder Público, direta ou indiretamente,
detenha a maioria do capital social com direito a voto (empresas públicas e sociedades de economia
mista);
c) Orçamento da seguridade social (saúde, previdência e assistência social), que abrangerá
todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da Administração Direta ou Indireta, bem como os
fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. A razão da desvinculação dessas
ações do orçamento fiscal para um suborçamento especifico da seguridade social é a garantia de
que esses recursos não serão desviados para qualquer fim, como aconteceu durante muitos anos
no Brasil, gerando o déficit na previdência pública. Visa, pois, a conferir transparência à gestão da
seguridade social.
3.1.2. Natureza
A despesa é classificada segundo as categorias econômicas e seus desdobramentos.
A especificação da despesa quanto a sua natureza, adotada pelo Estado de Pernambuco, é a
estabelecida pela Portaria SOF- nº 35, de 01/08/89, e alterações posteriores, que conjuga tabelas de
categorias econômicas, grupos de despesa, modalidades de aplicação e elementos de despesa.
De acordo com esse critério, a despesa é identificada por um conjunto de seis dígitos, assim
distribuídos:
Categoria econômica
Grupo de despesa
Modalidade de Aplicação
Elemento
X.X.XX.XX
As tabelas para classificação da despesa por categoria econômica, grupo de despesa, modalidade
de aplicação, elemento e subelemento constam do manual Classificação da Despesa, periodicamente
revisto e atualizado pela Secretaria da Fazenda de Pernambuco-SEFAZ/PE.
Função
Programa
Subprograma
Projeto/Atividade
XX.XXX.XXXX.XXXX
onde,
Função – representa o maior nível de agregação das ações do Governo;
Programa – é o desdobramento da função, pelo qual se estabelecem produtos finais que
concorrem para a solução dos problemas da sociedade;
Subprograma – representa os objetivos parciais, identificáveis dentro de um programa; e
Projeto/atividade – são a materialização dos objetivos dos programas e subprogramas.
Exemplo:
Na classificação Funcional-Programática definida por 01.002.0021.1205,
01 representa a Função Legislativa;
002, o Programa Fiscalização Financeira e Orçamentária Externa;
0021, o Subprograma Controle Externo; e
1205, o Projeto Construção e Melhoria das Instalações do Órgão
Essa classificação, no entanto, será alterada já a partir do ano 2000 nos orçamentos da União,
dos Estados e do Distrito Federal, conforme estabelece a Portaria nº 42, de 14/4/99, do Ministro de
Estado do Orçamento e Gestão.
A nova classificação terá a seguinte estrutura:
Função
Subfunção
Programa
Projeto/Atividade/
Operações Especiais
XX.XXX.XXXX.XXXX
“Art. 1º As funções a que se refere o art. 2o, inciso I, da Lei no 4.320, de 17 de março de 1964,
discriminadas no Anexo 5 da mesma Lei, e alterações posteriores, passam a ser as constantes
do Anexo que acompanha esta Portaria.
...................................
§ 1º Como função, deve entender-se o maior nível de agregação das diversas áreas de
despesa que competem ao setor público.
...................................
§ 3º A subfunção representa uma partição da função, visando a agregar determinado
subconjunto de despesa do setor público.
..................................
Art. 2º Para os efeitos da presente Portaria, entendem-se por:
a) Programa, o instrumento de organização da ação governamental visando à concretização
dos objetivos pretendidos, sendo mensurado por indicadores estabelecidos no plano plurianual;
b) Projeto, um instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa,
envolvendo um conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto que
concorre para a expansão ou o aperfeiçoamento da ação de governo;
c) Atividade, um instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa,
envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, das
quais resulta um produto necessário à manutenção da ação de governo;
d) Operações Especiais, as despesas que não contribuem para a manutenção das ações de
governo, das quais não resulta um produto, e não geram contraprestação direta sob a forma de
bens ou serviços.” (Portaria Nº 42, de 14 de abril de 1999)
4.1. Empenho
“O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado
obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição.” (Lei nº 4.320/64, art. 58)
“É vedada a realização de despesa sem prévio empenho ou acima do limite dos créditos
orçamentários concedidos” (Lei nº 7.741, art. 142).
O Empenho será formalizado por meio da emissão de um documento denominado Nota de
Empenho (NE), onde são especificados, entre outros, os seguintes campos:
• data de emissão, número da NE e código do evento;
• identificação da Unidade Gestora emitente;
• nome, CGC ou CPF, e endereço do credor;
• programa de trabalho, natureza da despesa, fonte dos recursos e valor da despesa;
• modalidade de Empenho;
• modalidade de Licitação, ou sua dispensa ou inexigibilidade, referência legal, número do
processo e especificação;
• NE de referência, no caso de reforço ou anulação;
• cronograma de desembolso;
• especificação do objeto da despesa, quantidade e preços unitários e total;
• tipo de Empenho;
• assinatura do servidor responsável pela emissão da NE;
• assinatura do Ordenador de Despesa/preposto;
• assinatura do responsável pelo atestado de recebimento do material/prestação do serviço.
Evento é o instrumento utilizado pelas Unidades Gestoras no preenchimento de telas e/ou
documentos de entrada no EFISCO, para transformar atos e fatos administrativos rotineiros em registros
contábeis automáticos.
O código do Evento é composto de seis algarismos, assim estruturados: XX.X.XXX , onde:
• os dois primeiros algarismos identificam a Classe, ou seja, o conjunto de Eventos de uma
mesma natureza de registro (exemplo: os Eventos da Classe 40 registram a emissão de
Empenhos; os da Classe 51, a apropriação da despesa no estágio da Liquidação; os da Classe
52, as obrigações e retenções para pagamento posterior; e os da Classe 53, a liquidação dessas
obrigações com o respectivo pagamento);
• o terceiro algarismo identifica o Tipo de Utilização do Evento (exemplo: 0 quando utilizado
diretamente pelo Gestor; 1, quando se tratar de Evento interno do próprio EFISCO, também
chamado Evento de máquina; e 5, para estorno de Evento do Gestor); e
• os três últimos algarismos indicam a numeração sequencial dos Eventos.
Exemplos:
52.0.214 - Evento utilizado pelo Gestor para o registro de obrigações com Fornecedores ;
52.0.314 – Idem, para a liquidação (pagamento) de obrigações com Fornecedores.
Modalidades do Empenho:
De acordo com as características da despesa, são definidas três modalidades de Empenho:
Empenho Ordinário
Destinado a despesa cujo valor se conhece e que será pago em uma única parcela.
Exemplo: Aquisição de um bebedouro, pago em uma única vez
Empenho Estimativo
É utilizado nos casos em que não é possível a determinação prévia do valor exato da despesa,
podendo o pagamento ser efetuado em uma única vez, ou parceladamente. Por essa razão, estima-se
um valor e se estabelece um cronograma de pagamento.
Exemplo: pagamento de contas de energia elétrica, água e telefone.
A cada parcela do Empenho Estimativo a ser paga, acontece uma transação de Liquidação Parcial
desse Empenho e a emissão de uma Ordem de Pagamento. Constatada a insuficiência do valor
estimado para atender à despesa empenhada, admite-se a sua complementação mediante o reforço do
Empenho. Trata-se de um novo Empenho cujo valor é acrescentado ao valor do Empenho Estimativo.
Convém ressaltar que, como em qualquer caso de reforço de Empenho, é obrigatória a existência de
saldo no Empenho a ser reforçado.
Empenho Global
Utilizado nos casos de despesas contratuais e outras, sujeitas a parcelamento, cujo montante de
pagamento é previamente conhecido.
Exemplo: Despesa com locação de imóvel
4.2. Liquidação
A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor, tendo por base os
títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito, com o fim de apurar:
I - a origem e o objeto do que se deve pagar;
II - a importância exata a pagar;
III - a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação. (Lei nº 7.741/78, art. 146)
A liquidação da despesa terá por base:
I - o contrato, ajuste ou acordo respectivo;
II - a nota de empenho;
III - os comprovantes de entrega do material ou da prestação efetiva do serviço, que serão
apresentados no original.” (Lei nº 7.741/78, art. 147)
No EFISCO, a Liquidação é formalizada por meio de Nota de Lançamento (NL), com o Evento tipo
51.0.XXX. Neste procedimento, a despesa é classificada até o nível de subelemento, ou seja, com a
seguinte estrutura de codificação:
X.X.XX.XX.XX , onde:
O primeiro algarismo indica a Categoria Econômica;
O segundo indica o Grupo de Despesa;
O terceiro e o quarto indicam a Modalidade de Aplicação;
O quinto e o sexto indicam o Elemento; e
O sétimo e o oitavo indicam o Subelemento.
O Ordenador da Despesa aprovará a Liquidação assinando a Nota de Liquidação obtida por meio
de transação no EFISCO, após ter visado os documentos comprobatórios da despesa.
4.3. Pagamento
Consiste na quitação do valor devido ao credor, extinguindo dessa forma a obrigação. Antes de
sua efetivação, faz-se necessária a ordem de pagamento (PAGUE-SE) dada pelo Ordenador.
Nos pagamentos efetuados por meio de processamento eletrônico, a autorização para o
pagamento (PAGUE-SE) é formalizada pela assinatura do Ordenador da Despesa no campo Autorização
de Pagamento do documento obtido por meio de transação no EFISCO, antes de sua autorização na
Relação de Ordens Bancárias Externas (RE), a ser remetida ao banco.
Os pagamentos realizados pelas Unidades Gestoras (UG) por meio de Ordem Bancária emitida
por processamento eletrônico podem ser efetuados nas seguintes modalidades:
Ordem Bancária de Pagamento (OBP) - destinada a pagamentos ao portador, nas seguintes
hipóteses:
• para pagamentos até R$ 600,00 (seiscentos reais), podendo ser acatada pelo Banco Real a
partir da data de sua emissão;
• para pagamento até o limite de 20.000 (vinte mil) UFIR’s, devendo ser acatada pelo Banco
Real a partir de 24 (vinte e quatro) horas após a data de sua emissão;
• excepcionalmente, para pagamentos acima de 20.000 (vinte mil) UFIR’s, desde que seja
autorizada pelo Diretor de Controle do Tesouro Estadual (DCTE), ou pelo Diretor Executivo de
Administração Financeira do Estado - DAFE, devendo ser acatada pelo Banco Real a partir da
data de sua emissão” (Portaria SF nº 241/96).
Em qualquer caso, a validade da OBP é de 15 (quinze) dias a contar da data de sua emissão.
Findo esse prazo, será cancelada automaticamente.
Ordem Bancária de Crédito (OBC) - emitida para pagamentos a credores que são correntistas do
banco onde o Estado centraliza a movimentação financeira dos seus recursos (atualmente, o Banco
Real). Quando o credor não tem conta corrente no Banco Real, ou prefere receber seu pagamento em
outro banco, o Banco Real transfere o valor da OBC para o banco e agência por ele indicados,
deduzindo do total o valor correspondente à prestação do serviço bancário.
Ordem Bancária de Banco (OBB) - utilizada nos casos em que há necessidade de autenticação
mecânica no extrato de pagamento da despesa, como acontece com a quitação das contas de água, luz
e telefone.
5.1. Planejamento
Compreende a previsão de arrecadação da receita orçamentária constante da Lei Orçamentária
Anual – LOA, resultante de metodologias de projeção usualmente adotadas, observada as disposições
constantes na Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF.
5.1.2. Execução
A Lei nº 4.320/1964 estabelece como estágios da execução da receita orçamentária o
lançamento, a arrecadação e o recolhimento.
5.1.2.1. Lançamento
Segundo o Código Tributário Nacional, art. 142, lançamento é o procedimento administrativo
tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria
tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, propor a
aplicação da penalidade cabível.
Tendo ocorrido o fato gerador, há condições de se proceder ao registro contábil do direito da
fazenda pública em contrapartida a uma variação patrimonial aumentativa.
Algumas receitas não percorrem o estágio do lançamento, conforme se depreende do art. 52 da
Lei nº 4.320/1964:
“São objeto de lançamento os impostos diretos e quaisquer outras rendas com vencimento
determinado em lei, regulamento ou contrato.”
5.1.2.2. Arrecadação
Realizada pelos contribuintes ou devedores, corresponde à entrega dos recursos devidos ao
Tesouro para os agentes arrecadadores ou instituições financeiras autorizadas pelo ente.
5.1.2.3. Recolhimento
É a transferência dos valores arrecadados à conta específica do Tesouro, responsável pela
administração e controle da arrecadação e programação financeira, observando-se o Princípio da
Unidade de Caixa, representado pelo controle centralizado dos recursos arrecadados em cada ente.
5.1.3. Controle e Avaliação
Esta fase compreende a fiscalização realizada pela própria administração, pelos órgãos de
controle e pela sociedade.
O controle do desempenho da arrecadação deve ser realizado em consonância com a previsão da
receita, destacando as providências adotadas no âmbito da fiscalização das receitas e combate à
sonegação, as ações de recuperação de créditos nas instâncias administrativa e judicial, bem como as
demais medidas para incremento das receitas tributárias e de contribuições.
O controle e a avaliação possuem cronologia própria, pois podem ocorrer de modo prévio,
concomitante, ou posterior às etapas de planejamento e execução.
RECOLHIMENTO
PREVISÃO LANÇAMENTO ARRECADAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO
DESTINAÇÃO
Declaração
Eu,
_________________________________________________________, CPF n°
__________________, RG n° _________________,expedido por ______________________, na
qualidade de Prefeito do Município de ______________________________, declaro que:
1. O Município instituiu, regulamentou e vem arrecadando todos os tributos que lhe cabem,
previstos nos artigos 145 e 156 da Constituição Federal, com alterações da Emenda Constitucional n°
3/93.
2. A receita tributária própria do Município corresponde a, no mínimo, 2% (dois por cento) do total
das receitas orçamentárias, excluídas as decorrentes de operações de crédito.
3. O Município tem realizado a cobrança dos tributos de sua competência, inclusive por meios
judiciais,.
4. As operações de crédito contratadas pelo Município não excedem o montante das despesas de
capital, nos termos do artigo 128, inciso IV da Constituição Estadual.
5 O município está cumprindo o disposto no artigo 185 da Constituição Estadual, ou seja, está
aplicando , no mínimo, 25% da receita de impostos, inclusive a proveniente de transferências, na
manutenção e desenvolvimento do ensino.
__________________, _____ de _______________ de ________
8.2.4.2. Na Provisão de Crédito Orçamentário
• ofício de encaminhamento da Prestação de Contas à SECGE;
• Demonstração da Aplicação dos recursos, conforme modelo da contracapa do Processo,
datado e assinado pelo responsável;
• via da NE/SIAFEM do Repasse Financeiro;
• via da NE/SIAFEM de anulação e respectiva GR à conta “C” da Unidade concedente, ou guia
de depósito em outro tipo de conta, quando houver devolução de saldo não aplicado;
• Nota de Liquidação obtida por meio da transação IMPLIQNL, assinada pelo Ordenador de
Despesa. Quando a Liquidação ocorrer no item de gasto genérico (96), será anexado ao processo o
“hard copy” da Nota de Liquidação que reclassificou os itens de gasto, ou a impressão desta NL por meio
da transação IMPLIQNL;
• documento obtido por meio da transação IMPILIQOB com a assinatura do Ordenador de
Despesa, autorizando o pagamento;
• cópia da RE, com carimbo de recepção bancária, data e visto. No caso de transferência para
banco diverso daquele em que o Estado centraliza seus pagamentos, anexar cópia do DOC e do recibo
do valor cobrado pela transferência desse valor;
• 3ª via da NE - Especial, com recibo em seu verso preenchido, datado e assinado. Quando o
pagamento ao credor for feito mediante crédito bancário, anexar o comprovante de depósito;
• primeira via das notas fiscais com a anotação do número da NE - Especial, com o “atesto” do
recebimento do material ou da prestação de serviço, e com a anotação de que a despesa foi paga;
• DAE 10, no caso de IRRF sobre as despesas realizadas;
• DAM quitado, ou cópia do documento atualizado de inscrição do prestador de serviços no
cadastro municipal de contribuintes, no caso de serviços sujeitos ao recolhimento de ISS. Observar se o
serviço executado é compatível com a atividade da inscrição cadastral e se o imposto está sendo
recolhido ao município certo.
• NE - Especial com cópia da GRPS quitada e respectiva relação de serviços prestados, no caso
de recolhimento de contribuição ao INSS;
• folha de Solicitação de Diárias e cópia da Portaria ou Ato de autorização da viagem;
• folhas de Pagamento de Bolsas de Capacitação devidamente preenchidas, datadas e
assinadas pelos beneficiários, bem como folha de Autorização de Viagem visada pelo Secretário de
Educação, quando for o caso;
• cópia dos cheques nominativos emitidos para pagamento;
• procuração do credor, no caso de recebimento do pagamento por terceiros;
• cópia do Contrato ou Convênio ainda não cadastrado no DEASC - SECGE. Os Contratos ou
Convênios deverão estar com o visto da PGE.
Observação:
Vale ressaltar que o cadastramento de Contratos no DEPTC somente é exigido nos casos de
despesas com prestação de serviços ou fornecimentos parcelados, cujo valor global se enquadre na
modalidade de Licitação, Tomada de Preços ou Concorrência. Todos os Convênios ou Contratos de
Aluguel, independentemente de valor, devem ser cadastrados.
8.2.5.1.2. Na Liquidação
• se a NL obtida por meio da transação IMPLIQNL está assinada pelo Ordenador de Despesa;
• se o número do Empenho que consta da NL como inscrição do evento corresponde ao número
da NE do processo;
• se os eventos utilizados estão corretos;
• se a classificação do item de gasto está compatível com o comprovante de despesa, quanto à
natureza da despesa e ao valor.
Quando a Liquidação tiver sido feita nos itens de gastos genéricos (97 - Repasse Financeiro, 96 -
Suprimento Individual ou 94 - Suprimento de Fundo Institucional), verificar se foram reclassificados
corretamente na NL de reclassificação;
• se as retenções (ISS, IR, INSS), quando devidas, estão corretas quanto ao valor e
devidamente comprovadas;
• se, em relação aos pagamentos de Restos a Pagar não processados, o evento de retenção do
IRRF é 520412 (Retenções do IRRF de terceiros descontado nos pagamentos de Restos a Pagar não
processados).
Na inscrição do evento deverão ser informados o número da NE original e a classificação da
despesa constante da NE, considerando o subelemento 99.
Com relação à retenção do ISS, utiliza-se o evento 520419, adotando-se na sua inscrição o
mesmo procedimento
• se a retenção de caução, quando devida, foi realizada no evento próprio.
8.2.5.1.3. No Pagamento
• se a Nota de Pagamento, documento obtido por meio da transação IMPLIQOB, está assinada
pelo Ordenador de Despesa;
• se o número do Empenho que consta da Nota de Pagamento como inscrição do evento
corresponde ao número da NE do processo;
• se, nos pagamentos por meio de OBC ou de OBB, o número da OB na Nota de Pagamento é o
mesmo que consta da RE. Esta RE deve apresentar a assinatura do Ordenador e do tesoureiro, bem
como a data e o visto no carimbo de recepção do banco autorizado;
• se o recibo do credor está corretamente preenchido (número e tipo de documento de
identificação, data em que se entregou a OBP ao credor e assinatura do credor), quando o pagamento
for efetuado por meio de OBP.
9. Restos a Pagar
“Consideram-se Restos a Pagar as despesas empenhadas mas não pagas até 31 de dezembro,
distinguindo-se as processadas das não processadas.
§ 1º Entende-se por despesas processadas as que tenham sido liquidadas até 31 de dezembro.
§ 2º As despesas processadas geram aos credores o direito líquido e certo ao recebimento; as
despesas não processadas não geram tal direito enquanto não liquidadas.
§ 3º As despesas empenhadas que corram a conta de créditos adicionais, com vigência plurianual
e que não tenham sido liquidadas, só serão computadas como Restos a Pagar no último ano da vigência
do crédito.
.................................” (Lei nº 7.741/78, art. 41).
1.3. Da Dispensa
“É vedada a utilização da modalidade Convite ou Tomada de Preços, conforme o caso, para
parcelas de uma mesma obra ou serviço, ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no
mesmo local que possam ser realizados conjunta e concomitantemente, sempre que o somatório de
seus valores caracterizar o caso de Tomada de Preços ou Concorrência, respectivamente, nos termos
deste Artigo, exceto para as parcelas de natureza específica que possam ser executadas por pessoas ou
empresas de especialidade diversa daquela do executor da obra ou serviço" (Lei nº 8.666/93, art. 23, §
5º).
É dispensável a Licitação (Lei n º 8.666/93, art. 24, atualizada pela Lei nº 8.883/94, com redação
dada pela Lei nº 9.648/98 nos seus incisos I e II):
“I para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto
para a modalidade Convite, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço, ou
ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local, que possam ser realizados conjunta
e concomitantemente;
II para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto para a
modalidade Convite e para alienações, nos casos previstos na Lei nº 8.666/93, desde que não se refiram
a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma
só vez;
III nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;
IV nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de
atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras,
serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao
atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam
ser concluídos no prazo máximo de cento e oitenta dias consecutivos e ininterruptos, contados da
ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos Contratos;
V quando não acudirem interessados à Licitação anterior e esta, justificadamente, não
puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições
preestabelecidas;
.......................................
VII quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores aos
praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais
competentes, casos em que, observado o Parágrafo Único do Art. 48 da Lei nº 8.666/93, e, persistindo a
situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante
do registro de preços ou dos serviços;
VIII para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou
serviços prestados por Órgão ou Entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado
para esse fim específico em data anterior à vigência da Lei nº 8.666/93, desde que o preço contratado
seja compatível com o praticado no mercado;
.....................................
X para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas
da Administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde
que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia;
XI na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em consequência da
rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da Licitação anterior e aceitas as
mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido;
XII nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo
necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com
base no preço do dia;
XIII na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da
pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação social
do preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputação ético - profissional e não tenha fins
lucrativos;
XIV para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional específico,
aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas
para o Poder Público;
XV para a aquisição ou restauração de obras-de-arte e objetos históricos, de autenticidade
certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do Órgão ou Entidade;
XVI para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da
Administração e de edições técnicas oficiais, bem como para a prestação de serviços de informática a
pessoa jurídica de direito público interno, por Órgãos ou Entidades que integrem a Administração
Pública, criados para esse fim específico;
XVII para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira,
necessários à manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica, junto ao
fornecedor original desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for indispensável para a
vigência da garantia;
......................................
XX na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem fins lucrativos e
de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Administração Pública, para a prestação de
serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado seja compatível com o
praticado no mercado.
........................................”
As dispensas baseadas nos incisos III a XX, obrigatoriamente justificadas, deverão ser
comunicadas no prazo de 3 (três) dias à autoridade superior, para ratificação e publicação na imprensa
oficial no prazo de 5 (cinco) dias, como condição para eficácia dos atos. Nestes casos, os Empenhos
devem indicar a data da publicação da dispensa, cuja cópia será anexada à Prestação de Contas.
1.4. Da Inexigibilidade
O art. 25 da Lei nº 8.666/93 dispõe:
“É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial:
I para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por
produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a
comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio
do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou
Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
II para a contratação de serviços técnicos enumerados no art.13 desta Lei, de natureza singular,
com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de
publicidade e divulgação;
III para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de
empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.
§ 1º Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo conceito no campo de
sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações,
organização, aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos relacionados com suas atividades,
permita inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do
objeto do contrato.
A Lei nº 8.666/93 dispõe:
"Art.13 Para fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos profissionais especializados os
trabalhos relativos a:
• estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos;
• pareceres, perícias e avaliações em geral;
• assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias;
• fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras e serviços;
• patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;
• treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
• restauração de obras de arte e bens de valor histórico."
As inexigibilidades, obrigatoriamente justificadas, deverão ser comunicadas dentro de 3 (três) dias
à autoridade superior, para ratificação e publicação na imprensa oficial no prazo de 5 (cinco) dias,
como condição para eficácia dos atos. Nestes casos, os Empenhos devem indicar a data da publicação
e uma cópia da publicação deve ser anexada à Prestação de Contas.
A inexigibilidade de Licitação na aquisição de alguns bens, como, por exemplo, veículos
integrantes de frotas oficiais, tem como principal justificativa o atendimento ao princípio da padronização.
O art. 15 da Lei nº 8.666/93, inciso I, dispõe:
“As compras, sempre que possível, deverão:
I- atender ao princípio da padronização, que imponha compatibilidade de especificações
técnicas e de desempenho, observadas, quando for o caso, as condições de manutenção, assistência
técnica e garantia oferecidas;
II - ..................................."
2. Portal de Compras
Com a difusão da Internet em diversos campos da sociedade, o Governo Federal viu-se diante da
tarefa de moldar seus mecanismos de contato com a sociedade à era virtual. Com isso, passou a investir
em projetos que efetivassem as compras de materiais e serviços por meio da Internet, o que foi então
denominado de Governo Eletrônico.
Conforme trata do assunto a advogada Rossana de Araújo Rocha³, “O Governo Eletrônico, e-
governo ou e-gov pode ser definido, segundo o seu site oficial, pelo uso da tecnologia para aumentar o
acesso e melhorar o fornecimento de serviços do governo para cidadãos, fornecedores e servidores.”
Nesse contexto, o Pregão Eletrônico está inserido no G2B (government-to-business), ou seja, a relação
entre o governo e os negócios, compreendido, destarte, as compras realizadas pelo ente público com os
particulares.
Em vista disso, criou-se a necessidade dos órgãos públicos possuírem sistemas adequados às
características do Pregão Eletrônico, bem como estarem de acordo com a legislação pertinente.
O Governo do Estado de Pernambuco contratou a Empresa Paradigma que criou o sistema WBC
PUBLIC, um portal de compras moderno, que consegue atender as necessidades de seus usuários,
proporcionar a segurança necessária e eficiente para evitar fraudas e, ainda, estar de acordo com a mais
atualizada legislação sobre a matéria, denominando-o REDECOMPRAS, que pode ser acessado através
do site: www.redecompras.pe.gov.br.
Maiores informações de como operacionalizar o sistema pode ser visto na apostila para
treinamento no módulo de pregão eletrônico disponibilizada na rede.
3. Pregão
3.1. Legislação Relativa ao Estado de Pernambuco
3.1.1. Lei nº 12.986, de 17 MAR 2006
Art. 1º. As aquisições de bens e serviços comuns através de licitação, na modalidade pregão,
instituída pela Lei Federal nº 10.520, de 17 de julho de 2002, passam a ser regidas, no âmbito do Poder
Executivo Estadual, por esta Lei e seu respectivo regulamento.
Art. 2º. Consideram-se bens e serviços comuns, para os efeitos desta Lei, aqueles cujos padrões
de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações
usuais no mercado.
Art. 3º. A licitação na modalidade de pregão é juridicamente condicionada aos princípios da
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa,
da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo, bem como aos princípios correlatos
da celeridade, finalidade, razoabilidade, proporcionalidade, competitividade, justo preço, seletividade e
comparação objetiva das propostas.
Art. 4º. Nas licitações para aquisição de bens e serviços comuns será obrigatória a modalidade
pregão.
§ 1º. As licitações para a aquisição de bens comuns serão feitas, necessariamente, na sua forma
eletrônica.
§ 2º. A implantação da modalidade pregão, na forma eletrônica, para a aquisição de serviços
comuns, será feita de forma gradual, atendendo ao desenvolvimento dos estudos e viabilidade técnico-
operacional.
Art. 5º. A licitação na modalidade pregão, na forma eletrônica, não se aplica às contratações de
obras de engenharia, bem como às locações imobiliárias e alienações em geral.
Art. 6º. O Estado capacitará os seus servidores e empregados públicos para o exercício da função
de pregoeiro, atendendo à indicação dos seus respectivos órgãos e entidades.
Parágrafo único. A capacitação do pregoeiro poderá ser feita também por outro ente da
Administração Pública ou instituição civil qualificada, desde que atenda às exigências curriculares do
Estado.
3.2. Características
1) Inversão das fases da licitação – primeiramente são enviadas as propostas e os lances,
posteriormente realiza-se a fase de habilitação. Deste modo, será examinada somente a documentação
do licitante que tenha apresentado o melhor preço final.
2) Possibilidade de leilão reverso.
3) Prazo para abertura da licitação de, no mínimo, 8 (oito) dias úteis.
4) Utilização de meios eletrônicos para o procedimento.
5) Pode ser aplicado a qualquer valor estimado de contratação.
6) Destina a garantir por meio de disputa justa entre os interessados, a compra mais econômica,
segura e eficiente.
7) Admite como critério de julgamento da proposta somente o menor preço.
3.5. Obrigatoriedade
Nas licitações para aquisição de bens e serviços comuns será obrigatória a modalidade pregão da
sua forma eletrônica.
O pregão deve ser utilizado na forma eletrônica, salvo nos casos de comprovada inviabilidade, a
ser justificada pela autoridade competente.
4. Contrato
Considera-se Contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública
e particulares, em que haja um acordo de vontade para a formação de vínculo e a estipulação de
obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada” (Lei 8.666/93, art. 2º, Parágrafo Único).
“O instrumento de Contrato é obrigatório nos casos de Concorrência e de Tomada de Preços, bem
como nas dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites dessas duas
modalidades de Licitação, e facultativo nos demais em que a Administração puder substituí-lo por outros
instrumentos hábeis tais como Carta-Contrato, Nota de Empenho de Despesa, Autorização de Compra,
ou Ordem de Execução de Serviço” (Lei 8.666/93, art. 62).
Com relação aos Contratos firmados pela Administração Pública, convém destacar os seguintes
aspectos:
• é dispensável o Termo de Contrato e facultada a substituição pelos instrumentos Carta-Contrato,
Nota de Empenho de Despesa, autorização de Compra ou Ordem de Execução de Serviço, a critério da
Administração e independentemente de valor, nos casos de compra com entrega imediata e integral dos
bens adquiridos, dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive assistência técnica (Lei 8.666/93,
art. 62, § 4º);
• é obrigatório o Termo de Contrato nos casos de locação de imóvel e nos Convênios,
independentemente do valor;
• todo Contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus representantes, a finalidade, o
ato que autorizou a sua lavratura, o número do processo da Licitação, da dispensa ou da inexigibilidade,
a sujeição dos contratantes às normas da Lei nº 8.666/93 e às cláusulas contratuais (Lei 8.666/93, Art.
61);
• é vedado o Contrato com prazo de vigência indeterminado (Lei 8.666/93, art. 57, § 3º);
• anexar a respectiva Ordem de Serviço ou de Fornecimento de Mercadoria ao Contrato cujo início
do prazo de vigência estiver condicionado à emissão desse documento;
• O artigo 1º do Decreto nº 33.727, de 03 de agosto de 2009, alterado pelo Decreto nº 34.168, de
11 de novembro de 2009, passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 1º Será prévia e obrigatória a apreciação, no âmbito da Administração Pública Direta e das
Autarquias, pela Procuradoria Geral do Estado, por intermédio da Procuradoria Consultiva, dos
seguintes instrumentos jurídicos:
I - Contratos Administrativos a serem celebrados pelo Estado de Pernambuco, cujo valor seja
igual ou superior a R$ 700.000,00 (setecentos mil reais), considerado um período de até 12 (doze)
meses;
II – Processos de dispensa ou inexigibilidade de licitação e respectivos contratos cujo valor seja
igual ou superior a R$ 80.000,00 (oitenta mil reais), considerado um período de até 12 (doze) meses;
III – Convênios, Transferências Voluntárias, Contratos de Repasse e congêneres, que envolvam
recursos estaduais em valor igual ou superior a R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) a título de repasse
ou contrapartida;
IV – Contratos de Gestão, Termos de Parceria, Consórcios Públicos, Contratos de Programa,
Contratos de Concessão, Parcerias Público-Privadas, Contratos de Cessão de Uso, independentemente
de valor.
§ 1º Os Termos Aditivos, independentemente de valor, aos instrumentos de que trata este artigo
deverão ser igualmente apreciados pela Procuradoria Geral do Estado.”
• após o visto da PGE, remeter a via original do Contrato para cadastramento na CGE;
• de acordo com a Lei 8.666/93, art. 57, incisos I, II e IV, com redação alterada pela Lei nº
9.648/98, a duração dos Contratos “ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários,
exceto quanto aos relativos:
α) aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano
Plurianual, os quais poderão ser prorrogados, se houver interesse da Administração e desde que isso
tenha sido previsto no ato convocatório;
β) à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que deverão ter a sua
duração dimensionada com vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a
Administração, limitada a duração a sessenta meses;
χ) ............................
δ) ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informática, podendo a
duração estender-se pelo prazo de até quarenta e oito meses após o início da vigência do
Contrato.”
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA:
-JOÃO EUDES, Bezerra Filho. Contabilidade Pública. Teoria, Técnica de Elaboração de Balanços e 300
questões. Série Provas e Concursos. Impetus. Rio de Janeiro, 2004;
-LEI FED. nº 8.666 – Licitações e Contratos;
-LEI EST. nº 7.741 –Código de Administração Financeira do Estado de Pernambuco;
-LEI FED. nº 4.320 - Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para Elaboração e Controle dos
Orçamentos e Balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal;
-MPOG – MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO ORÇAMENTO E GESTÃO. Lei de responsabilidade
Fiscal. Disponível em: http://www.planejamento.gov.br/ Acesso em: 28 out.2004;