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paulojosecosta@gmail.com
1. INTRODUÇÃO
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2. A APRESENTAÇÃO DO CASO
Desde muito cedo que manifestou ser uma criança ansiosa e insegura, o que é
evidente no facto de não se conseguir afastar dos seus pais em situações quotidianas,
em que pressentisse o factor insegurança (por exemplo na rua; numa loja; etc.). De
acordo com o que relatou o seu pai, logo desde tenra idade o Daniel apresentava
medo em dormir sozinho e dificuldades em adormecer, exigindo que os seus pais o
adormecessem e que dormissem consigo.
Não obstante isto, o Daniel é uma criança que tem evidenciado bastante
facilidade em praticar diferentes actividades extra-curriculares, nomeadamente, alguns
desportos, como por exemplo: o Futebol; o Andebol; a Natação; etc., sem no entanto,
se fixar em concreto em nenhuma delas, referindo o seu pai que tal está relacionado
com o facto de não gostar de cumprir regras e da disciplina imposta por algumas
destas modalidades, em que tinha que entrar em competição desportiva.
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2. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL E CONCEPTUALIZAÇÃO TEÓRICA
Surgimento a partir da ansiedade à separação (da Verdadeira Fobia Escolar, em que o objecto do
criança em relação à sua mãe) Medo é a Escola (p. e., alguma coisa aconteceu na
escola)
Desde o início da escolaridade que a criança As recusas de idas à escola começam já tarde e
manifesta dificuldade ou relutância em afastar-se são de uma natureza mais severa e séria
dos pais (normalmente da mãe)
Estando em casa, as crianças procuram um dos O seu objectivo são os domínios escolares:
pais que esteja sempre presente fracasso escolar; relacionamento com os colegas
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De facto, de acordo com Pires (2003), a Desordem de Ansiedade à Separação
consiste num distúrbio específico da infância, caracterizado por uma preocupação
irrealista e persistente sobre a possibilidade de ocorrer alguma coisa de grave aos
seus progenitores ou a alguém significativo, ou que algo igualmente catastrófico possa
ocorrer a si mesmo, obrigando-o a afastar-se dos seus familiares (como por exemplo,
perder-se; ser raptado; ser internado; ou até mesmo, morrer).
Importa referir a este nível que, de acordo com Baptista (2000), apesar de
ocorrerem eventuais diferenças de apresentação da ansiedade, por intermédio das
diversas situações que a desencadeiam, como as situações de avaliação social, as
situações de ameaça pessoal, etc., ou diversos períodos desenvolvimentais, como a
infância, a adolescência e a idade adulta, aquilo que hoje sabemos é que, a grande
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maioria das perturbações da ansiedade que ocorrem na idade adulta, têm a sua
origem na infância ou na adolescência.
É aliás, com base neste pressuposto, que de acordo com o mesmo autor, as
funções do medo e da ansiedade assumem contornos de protecção do próprio
indivíduo, quer de alarme em relação a eventuais ameaças, quer de preparação, tanto
do ponto de vista psicológico (p.e., concentração exclusiva da atenção na situação
ameaçadora), como do ponto de vista biológico e psicofisiológico (p.e., com o aumento
do ritmo cardíaco e respiratório para melhor lidar comportamentalmente com a
ameaça – como tão bem demonstra a resposta de lutar ou fugir).
A este respeito, Kagan (1998), cit. por Baptista (2000), refere que as
disposições temperamentais poderão assumir-se como organizadoras, não apenas da
vida afectiva, como também da personalidade, da psicopatologia ou genericamente da
saúde e da qualidade de vida (Watson, 2000; cit. por Baptista, 2000).
De acordo com a posição assumida por Baptista (2000), tal como todos os
alarmes ou defesas, a ansiedade e o medo podem assumir uma frequência e uma
intensidade desproporcionadas em relação às exigências da situação, persistir para
além do período desejável ou, caso aconteça algum tipo de alteração ambiental,
tornar-se ineficazes e obsoletos. Disto são exemplo as situações de falso alarme em
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que, por consequência, serão desencadeados comportamentos defensivos excessivos
e desnecessários.
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Nesta medida, por forma a obtermos um nível adequado de relaxamento, deve utilizar-
se a respiração em três fases distintas: (a) inspiração; (b) paragem/ retenção; (c)
expiração. Neste caso, tratando-se de um criança, esta modalidade será a mais
adequada, uma vez que, quer o relaxamento profundo ou o relaxamento progressivo,
quer as técnicas autogénicas, se adequam a situações mais específicas e a quadros
psicopatológicos mais característicos dos adultos. No caso do Daniel, poder-se-ia
recorrer a esta técnica particularmente, duas vezes ao dia: ao deitar e ao acordar,
principalmente nos dias de testes, e sempre que este se sentisse mais ansioso.
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chamar os pais para que vão para junto de si; não se levantar e ir para a cama dos
pais; etc.). No que se refere a este último aspecto, deverá fazer-se entender ao Daniel
da razão de ser deste procedimento, não o encarando como uma punição, mas sim
como algo realista e natural (por exemplo, através da explicação de que as crianças
com 13 anos já têm idade para poderem dormir sozinhas). Em concomitância, poderá
recorrer-se à utilização do Relaxamento Respiratório.
5) Incremento das Actividades Reforçadoras – Neste ponto poderemos
acrescentar que é essencial que sempre que o Daniel evidencie uma atitude ou um
comportamento ajustados e favoráveis, enquadrados no presente protocolo
terapêutico, que tal deve ser alvo de um elogio ou de um reforço positivo, contingentes
e consistentes com a sua conduta (p.e., ao final de uma semana em que o Daniel
tenha dormido sozinho, os seus pais proporcionarem-lhe algo em que ele possa ter
manifestado interesse – ir ao cinema, por exemplo).
4. CONCLUSÕES
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identificação, sendo estas crianças habitualmente consideradas como bem
comportadas.
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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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