Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Resumo de Semiologia PDF
Resumo de Semiologia PDF
ÍNDICE
1. Anamnese ................................................................................................ 3
2. Exame Físico ........................................................................................... 5
3. Semiologia Cabeça e Pescoço ................................................................. 9
4. Semiologia Cardiovascular ...................................................................... 14
5. Semiologia Respiratória .......................................................................... 27
6. Semiologia Digestiva .............................................................................. 37
7. Semiologia do Sistema Urinário ............................................................. 51
8. Semiologia Neurológica .......................................................................... 55
9. Semiologia Endócrina ............................................................................. 77
10. Semiologia do Sistema Locomotor ........................................................ 84
11. Semiologia do Sistema Vascular ...............................................................93
Roteiro da Anamnese
• Indispensável saber ouvir e deixar o paciente contar sua história, da sua maneira.
• Inicia-se com a sua apresentação e o propósito do entrevistador.
• Iniciar a anamnese com uma pergunta aberta, dê tempo para o paciente responder e
assuma uma atitude de quem está ali para ouvir empregar perguntas mais focadas
quando já estiver ouvido o paciente suficiente para ter alguma idéia diagnóstica.
• Objetivos: identificar o paciente, definir claramente sua queixa principal, detalhar
como a queixa principal ocorreu e como evoluiu até o momento da entrevista e
revisar sintomas que possam ter significância clínica. Deve também revisar como
foi o desenvolvimento, a ocorrência de patologias prévias e o seu manejo, pesquisar
a presença de sintomas ou diagnósticos significativos na família no círculo social
próximo; definir as condições sociais que favorecem os desfavorecem o paciente ou
modificam o risco e o prognóstico das patologias em questão.
• Queixa Principal: formulada a partir das palavras da pessoa, indica quais os motivos
do paciente para a busca de auxílio médico.
• Os sintomas do paciente devem ser definidos claramente (ex.: se a queixa é cansaço,
definir se há perda de força, dispnéia, perda da vontade ou fatigabilidade).
CABEÇA E PESCOÇO
1 Mucosas (conjuntivas inclusive)
2 Fâneros (cabelos, face).
3 Fácies
4 Dentes
5 Língua
6 Tireóide
7 Linfonodos Reto e Retro Auricular
8 Linfonodos Occipitais
9 Linfonodos Cervicais (Posteriores e Anteriores - Sup e Prof)
10 Linfonodos Submandibulares
11 Linfonodos Submentonianos
12 Tonsilas
13 Fúrcula esternal
14 Carótidas (ausculta e palpação)
15 Jugular (turgência)
16 Turgor Cutâneo
17 Pele (lesões)
18 Pupilas (movimento ocular)
EXTREMIDADES
19 Pulsos (radial, braquial, axilar).
20 Pulsos (femoral, poplíteo, tibial posterior, pedioso).
21 Distribuição dos Fâneros
22 Unhas (baqueteamento)
23 Perfusão
24 Edema
25 Coloração
26 Temperatura
27 Panturrilha
28 Varizes
29 Alterações articulares
30 Linfonodos Axilares
31 Linfonodos Inguinais
PULMÃO
32 Inspeção Estática - Forma (escavatum, carinatum, barril, chato).
33 Inspeção Estática - Lesões
34 Inspeção Estática - Aranhas Vasculares ou circulação colateral
35 Inspeção Dinâmica - Tipo de respiração (torácica ou abdominal)
36 Inspeção Dinâmica - Tiragem
37 Freqüência Respiratória - Eu, Taqui ou Bradipneico (avaliar por 1 minuto).
38 Linfonodos Supraclaviculares
Couro cabeludo
• Palpar o couro cabeludo buscando protuberâncias ósseas dolorosas, descamações
e/ou lesões na epiderme.
• Apreciar textura e quantidade de cabelo
- Calvície: perda normal de cabelos
- Alopecia: perda não localizada (patológico)
• Hirsutismo: pêlos grossos, longos e duros com distribuição normal (distúrbio
hormonal).
• Hipertricose: crescimento de pêlos em regiões onde não deveria ocorrer.
Olhos
• Inspecionar movimentos oculares, campo visual, exame da retina e fundo do olho.
• Acuidade visual, inspecionar conjuntiva e escleróticas.
- Conjuntiva: MUC (mucosas úmidas e coradas), ictérica, sinal do guaxinim
(fratura de base de crânio), xantilasma (acúmulo de gordura na parte medial do
olho – dislipidemia).
• Globo Ocular: situação, volume e posição.
- Exoftalmia: protuberância do olho anteriormente para fora da órbita.
- Enoftalmia: afundamento do globo ocular dentro da órbita.
- Estrabismo: perda de paralelismo entre os olhos.
- Nistagmo: oscilações repetidas e involuntárias rítmicas de um ou ambos os
olhos.
• Pupilas: testar reação pupilar à luz (reflexo fotomotor e consensual).
- isocóricas: normal.
- midriática: morte cerebral.
- anisocóricas: uma diferente da outra
• Ptose palpebral: 3º par craniano
- unilateral: neoplasia de ápice de pulmão
- bilateral: miastenia gravis
Ouvidos
• Sintomas freqüentes:
- otalgia: dor de ouvido.
- otorréia: fluxo não hemorrágico pelo conduto auditivo externo.
- otorragia: saída de sangue pelo ouvido.
- hipoacusia: persa da sensibilidade auditiva.
- paracusia: distorção dos sons.
- vertigem: sensação de movimento do paciente ou do ambiente indica patologia
vestibular.
Laringe e Faringe
• Alterações:
- Disfonia: alteração da qualidade da voz.
- Ronqueira: é um tipo de disfonia em que predomina o som grave.
- Odinofonia: dor ao emitir som
- Odinofagia: deglutição dolorosa.
- Dispnéia: sensação subjetiva da falta de ar relacionado com a laringe.
Cadeias Ganglionares
• Palpar gânglios da cadeia cervical posterior, retoauriculares, retroauriculares,
submaxilares e submentonianos.
Fácies
• Normal
• Fácies tetânica ou sardônica: é das mais típicas e de excepcioal valor diagnóstico;
observa-se contratura muscular da face, com acentuação dos sulcos naturais,
enrugamento da região frontal e modificação do aspecto da boca (lábios distendidos
transversalmente como para sorrir = riso “cínico” produzido pela contratura tônica
dos músculos faciais dos músculos masseteres e peribucais); sobrancelhas
contraídas; olhar fixo e angustiado; o conjunto dá ao doente a aparência de quem
esboça um riso forçado (trismo), pela hipertonia dos músculos da mímica, o que
constitui o chamado “riso sardônico”.
• Hipocrática: mucosas úmidas, nariz afilado, enoftalmia e cianose nos lábios
(peritonite aguda).
• Renal: edematosa, pele pálida, edema bipalpebral (pálpebras entumescidas; olhos
“empapuçados”); “face de lua cheia”.
• Fácies cushingóide: parece também de “lua cheia”, rosto arredondado devido ao
depósito de gordura; pele brilhante e mais ou menos rosada; acne e hirsutismo
podem ser observados; não há intumescimento das pálpebras e os olhos
permanecem com aspecto natural, diferindo da fácies renal e mixedematosa, em que
há infiltração das pálpebras (lupus eritematoso sistêmico).
• Hipertireoidismo: visão fixa, rigidez da expressão, exoftalmia.
• Hipotireoidismo: face redonda, pele seca, pálida, visão triste e voz arrastada.
• Mixedematosa: é própria do hipotireoidismo; observa-se intumescimento difuso
(infiltração edematosa) do rosto, pálpebras semicerradas, tornando os olhos
pequenos; lábios grossos, boca semi-aberta com macroglossia; pele pálida e seca,
face inexpressiva e sonolenta; apatia, expressão letárgica, indiferente, sem
vivacidade; supercílios escassos; madarose (queda dos supercílios nos terços
externos); a alteração da pele é o sinal que chama mais atenção - observa-se uma
tumefação difusa, lembrando uma almofada (diferente do edema comum, não cede à
pressão digital), principalmente na face e dorso das mãos; a pele do rosto é
amarelada, com poucos pêlos, rosto com expressão sonolenta.
• Acromegálica: aspecto grotesco; proeminência dos ossos frontais e malares; há
acentuado desenvolvimento da mandíbula (prognatismo acentuado = proeminência
da mandíbula [maxilar inferior]), evidente crescimento do nariz, da língua
(macroglossia) e dos lábios (lábios volumosos = macroqueilia) e orelhas, dando à
fisionomia um aspecto grosseiro; pálpebras espessas; espessamento e alongamento
das orelhas; as sobrancelhas longas, duras e espessas se reúnem no centro sobre o
nariz (sinofre ou sinofridia); há crescimento excessivo das partes moles distais do
corpo (onde existem condroblastos, há crescimento), principalmente extremidades;
hiperpituitarismo.
• Fácies parkinsoniana: representada por uma fisionomia inexpressiva, mímica facial
diminuída; olhar parado, vago e fixo; omobilidade palpebral e elevação dos
Pescoço
• Inspeção: tamanho, forma, simetria, deformidades e palpitações.
- Verificar alinhamento postural.
- Avaliar os movimentos ativos: flexão, extensão, rotação e inclinação.
- Avaliar turgência jugular (paciente em ângulo de 45º) bilateral: IC,
unilateral: IC ou Pneumonia.
Dispnéia
• Sensação de falta de ar gerada pela percepção de aumento de esforço muscular para
realizar a manobra de respiração.
• Características: relação com o decúbito, relação com esforços, sintomas associados,
instalação, duração, evolução do quadro, fatores de risco associado, fatores de alívio
e agravo e doenças pré-existentes.
• Etiologia: quando ocorre o aumento da pressão diastólica final no VE em resposta a
doença, tal aumento reflete em todo o sistema venoso pulmonar, ficando a pressão
média dos capilares pulmonares igual à pressão diastólica final do VE. Com isso
ocorre aumento da pressão hidrostática nos capilares pulmonares extravasando
líquido do capilar para interstício e para os alvéolos, causando congestão pulmonar.
O pulmão reduz sua expansão e o número de alvéolos funcionais, causando
dispnéia.
• Reflete ICE.
• Sinal clínico é a tiragem intercostal (utilização da musculatura acessória
respiratória).
• Ruídos pulmonares encontrados são estertores (crepitações) basais.
• Gravidade crescente da dispnéia: quanto maior a pressão capilar pulmonar, pior a
dispnéia.
• Tipos de Dispnéias:
- Cardíaca: dispnéia aos esforços que piora ao decúbito, alivia com o repouso e
ao sentar ou levantar (ortopnéia) com uso de vários travesseiros para dormir (posição
recumbente – supino com cabeceira elevada), edema dos MI, dispnéia paroxística
noturna (inicia 2-4h após o início do sono e demora 15-30 min para alívio após se
levantar, associada à tosse seca, sibilos e sudorese, mas a dispnéia precede a tosse),
alívio com repouso, diuréticos, digitais e vasodilatadores. Causas: IC, disfunção
valvular, miocardiopatia.
- Pulmonar: dispnéia contínua que piora aos esforços e a noite. Associada a
longa história de tabagismo, tosse crônica produtiva, sibilância proeminente, melhora
com inclinação para frente (uso da musculatura acessória), alívio com broncodilatadores
e corticóides (asma). Se noturna, é precedida por tosse e expectoração. Obstrutivas:
DPOC e asma; Circulatória: embolia pulmonar; Mecânica: pneumonia, derrames
pleurais, pneumotórax.
- Neuromuscular: dispnéia contínua, sem relação com o decúbito, associada com
fraqueza e atrofia muscular. Alívio com repouso.
Angina:
- qualidade: pressão/aperto, queimação, indigestão, sinal de Levine (punho
cerrado sobre área cardíaca para descrever a dor).
- localização: retroesternal, irradiada para face ulnar do braço E (+ comum) ou
D, pescoço, mandíbula, ombro, epigástrio.
- duração: 2-10min.
- fatores precipitantes: exercício, frio, estresse emocional.
- fatores de alívio: repouso ou nitratos.
Pericardite:
- qualidade: cortante, como facada.
- localização: retroesternal ou em direção ao ápice, pode irradiar para pescoço ou
ombro, mais localizada que a dor isquêmica.
- duração: horas a dias.
- fatores precipitantes: respiração profunda, posição supina, rotação do tórax.
- fatores de alívio: sentar-se, inclinar-se para frente.
- manifestações associadas: atrito pericárdico.
DOR TORÁCICA
localização
Ventilatório Ventilatório
Dependente Dependente
Palpitação
• Percepção desagradável dos batimentos cardíacos.
- fisiológica aos esforços, quando há ↑ da freqüência cardíaca.
- patológica quando não há esforço, refletindo arritmia: bradi ou taquiarritmia.
• A arritmia pode ser rítmica ou arrítmica.
Edema
• A causa básica de edema cardíaco é a insuficiência ventricular direita. Ocorre pelo ↑
da pressão diastólica final do VD, que se reflete ao AD, e então à VCS e VCI,
gerando congestão venosa, com ↑ da P venosa central e da P capilar periférica,
Tonturas e síncope
• Redução da perfusão (hipoxemia) cerebral leve gera tontura, e acentuada gera
síncope, que é a perda transitória de consciência. A causa mais comum de síncope é
estenose aórtica (isquemia cerebral).
• Pré-síncope: iminente perspectiva de perda de consciência.
• A redução da oxigenação cerebral ocorre pela queda do DC (PA), por: estenose
aórtica, taquicardia (não enche cavidades), bradicardia acentuada (síncope de Stock-
Adams, que reflete bloqueio cardíaco completo, bloqueio AV), transtornos de
condução, hipovolemia aguda, IAM, etc.
• Sincope de origem cardíaca: início rápido, sem movimentos convulsivos, sem
incontinência urinária, sem estado confusional pós-ictal (após recuperação
consciência), que sugerem origem neurológica.
• A perda gradual de consciência sugere síncope vaso-vagal ou associada à hipotensão
postural, raramente por hipoglicemia.
- Síncope vaso-vagal: reação inapropriada do organismo frente a um estímulo,
como ver sangue. O RV cai, estimula o S, aumenta a contração cardíaca, que estimula
receptores, o cérebro interpreta que há muita P no coração, ocorrendo reflexo de
vasodilatação, queda da PA e da freqüência cardíaca, reduzindo o DC. Na horizontal
melhora, porque aumenta o RV. Levantam-se as pernas. Acompanha náusea, sudorese,
visão preta.
- Hipotensão postural: ao sair do decúbito, há queda abrupta do RV, caindo o
DC. Barorreceptores estimulam S: ↑ da freqüência cardíaca, contratilidade e resistência
vascular sistêmica, mantendo PA estável ortostática. Pode gerar síncope.
• Recuperação da consciência lenta nos estados convulsivos e rápida nos demais.
Cianose
• É a coloração azulada da pele e das mucosas.
• Causa freqüente é o shunt de sangue da D para a E, como nas comunicações
interatriais e interventriculares. Deve-se ao aumento da carboxi-Hb no sangue
capilar. Pode ser central (lábios) e periférica (dedos da mão).
2. EXAME FÍSICO
Exame do pescoço
• Inspeção e palpação da fúrcula esternal: verifica-se, na dilatação aórtica (HAS) e
estenose aórtica, batimento e frêmito (este mais na estenose) durante a sístole.
• Sinais:
- Turgência jugular: distensão da jugular interna (profunda ao m. esternocleido)
no paciente em decúbito dorsal com cabeceira a 45º e cabeça levemente rotada para a E.
Encontrada na ICD, pericardite constritiva e tamponamento cardíaco.
- Refluxo hepatojugular: é a compressão da região periumbilical por 10-30 seg.
associada à distensão jugular sustentada superior a 3 cm, encontrado em pacientes com
ICD, regurgitação tricúspide.
Exame do tórax
• Consideração inicial – projeções superficiais normais:
- VD: paraesternal inferior E, no 4º espaço intercostal. Foco tricúspide.
- VE: 4º-5º espaço intercostal E, medial à linha hemiclavicular. Foco apical ou
íctus. Foco mitral.
- Foco pulmonar: paraesternal superior E, no 2º espaço intercostal.
- Foco aórtico: paraesternal superior D, no 2º espaço intercostal.
A
P
P M
T
Inspeção
• Formato: pectus carinatum, escavatum, em barril podem sugerir variações na
posição do coração.
• Avaliar o padrão respiratório.
• Visualização dos vasos superficiais na porção superficial do tórax sugere
compressão da VCS. Já o fluxo sanguíneo superficial no sentido cranial pode indicar
obstrução da cava inferior.
• Impulsões torácicas secundárias: observar as regiões apical, paraesternal esquerda,
segundo espaço intercostal direito e terceiro espaço intercostal esquerdo para avaliar
dilatação ventricular esquerda, ventricular direita, aórtica e da artéria pulmonar,
respectivamente.
Palpação
• A palpação da região apical deve utilizar toda a extensão dos dedos. As demais
regiões podem ser examinadas com as extremidades dos dedos.
• A palpação simultânea do pulso carotídeo orienta a localização das impulsões no
ciclo cardíaco. Procuram-se impulsões e frêmito no íctus, região paraesternal E,
foco aórtico e pulmonar.
• Pulsação aórtica pode ser detectada junto à fúrcula esternal, alertando para uma
possível dilatação.
• Íctus Cordis: percebido medial e superiormente à intersecção da linha
hemiclavicular e do quinto espaço
intercostal esquerdo, apresentando
diâmetro não superior a 2 cm e ocupar um
espaço intercostal (tamanhos superiores
indica aumento do volume cardíaco). A
palpação do ictus revela impulsão única e
breve. O ictus pode impalpável ou
palpável normal (discreto, com batida
brusca) ou anormal (propulsivo,
exuberante), se palpável, estimar o
tamanho do íctus em polpas digitais, sua
localização, amplitude e duração.
Ausculta
• Quatro principais áreas a serem auscultadas:
- Foco Aórtico: paraesternal superior D, no 2º espaço intercostal.
- Foco Pulmonar: paraesternal superior E, no 2º espaço intercostal.
- Foco Tricúspide: paraesternal inferior E, no 4º espaço intercostal.
- Foco Mitral: ápice do pulmão (5 º espaço intercostal).
• Primeira Bulha (B1): som de alta freqüência gerada pelo fechamento das válvulas
tricúspide e mitral, quando a pressão intraventriculares supera a pressão atrial da
sístole. Quando há bloqueio do ramo direito, os dois sons se distanciam, ouvindo-se
o desdobramento de B1.
a) Sístole: 1º) fechamento mitral (E) B1
2º) fechamento tricúspide (D)
3º) abertura da pulmonar (D)
4º) abertura da aórtica (E)
• Segunda Bulha (B2): som de alta freqüência gerado pelo fechamento das válvulas
aórtica e pulmonar. B2 é formada 1º pelo componente aórtico e 2º pelo pulmonar. O
pulmonar é mais fraco, sendo restrito, na maioria das vezes, ao foco pulmonar. O
aórtico pode ser auscultado por todo precórdio. O desdobramento da B2 é melhor
avaliado no foco pulmonar. Durante e inspiração, a sístole do VD é prolongada
(como a VCI vem do abdome, onde há maior P na inspiração, o sangue chega com
B1 B2 B3 B4 B1
sístole diástole
• Ausculta-se o íctus, depois VD, depois foco pulmonar e aórtico. No íctus, verifica-
se o ritmo cardíaco (regular ou irregular). Em cada foco, identifica-se e analisa-se
separadamente: B1, B2, sístole e diástole.
• Ruídos Normais: Para facilitar a identificação, auscultar o tórax palpando o pulso
carotídeo, que é sistólico. B1 o antecede (porque contração ventricular ocorre após o
fechamento da mitral), e B2 o sucede.
- Podem ser normais ou anormais (hipo ou hiperfonéticas).
- Normalmente, B1 é mais intensa no ápice e B2 na base.
- Prótese mitral deixa B1 hiperfonética, e prótese aórtica deixa B2.
- B2 hiperfonética em área pulmonar pode indicar hipertensão arterial pulmonar.
- B2 hiperfonética em área aórtica indica HAS.
- B2 hipofonética em área aórtica indica estenose aórtica; em área pulmonar,
estenose pulmonar.
- B1 é mais forte que B2 no íctus e VD, e B2 é mais forte que B1 nos focos
aórtico e pulmonar.
• Algumas Manobras
1) Inspiração: o aumento da intensidade de um som na inspiração sugere origem D.
2) Decúbito lateral E: palpação do íctus não-identificado em decúbito dorsal e
identificação de B3, B4, estalido de abertura mitral e sopro de estenose mitral.
3) Sentado inclinado para frente: sopros aórticos e atrito pericárdico.
4) Valsava: paciente deve fazer contração abdominal sem ventilar por 20 seg. Evidencia
sopros.
Anormalidades
• B3: início da diástole, pela vibração das paredes ventriculares no enchimento rápido,
representando um aumento da resistência à distensão. Pode ser fisiológica (crianças)
Sopros
• Descrever:
- Cronologia (sistólico e/ou diastólico, com ou sem lacuna entre sopro e bulhas).
- Formato (crescendo decrescendo ou contínuo).
- Local de intensidade máxima (é o local de origem do sopro).
- Irradiação a partir desse local
- Intensidade (1 a 6).
- Tom (agudo, intermediário, grave).
- Qualidade (aspirativo, retumbante, musical, áspero).
• Podem ser sistólicos (mais comum, mais na região apical), diastólicos ou contínuos
(começa na sístole e termina na diástole, não significa que dure todo ciclo cardíaco,
e é restrito a doenças incomuns).
• Sopros são o correspondente acústico de turbulência do fluxo sanguíneo, o qual
normalmente, é laminar.
- Sopro sistólico pode ser normal (fisiológico) ou patológico.
- Sopro diastólico é sempre patológico.
- Intensidade: grau 1 a 6 (não usar cruzes).
Intensidade
Audível somente após ausculta cuidadosa, muito sutil, de baixa
1 intensidade. Geralmente, precisa de manobra, não está relacionado à
doença, e se está, não é grave.
2 Intensidade suave-média, audível imediatamente após colocação do
esteto.
3 Moderadamente intenso, sem frêmito.
4 Intenso, com frêmito.
5 Muito intenso, com frêmito, mas audível com esteto junto ao tórax,
mesmo que não esteja na posição ideal.
6 Muito intenso, com frêmito, audível com esteto afastado do tórax.
- Graus 1 e 2 podem ser patológicos ou não. De 3 para cima, é sempre patológico.
• Sopros sistólicos:
- De ejeção (mesossistólico em crescendo-decrescendo): cresce e decresce.
Breves lacunas são escutadas entre os sopros e as bulhas. Na estenose aórtica e
pulmonar.
- De regurgitação (holo ou pansistólico rude): inicia com B1 (não ouve B1, só o
sopro; o sopro mascara B1) e pára em B2, não havendo lacuna entre o sopro e as bulhas,
e é contínuo. Na insuficiência (ou regurgitação) mitral, tricúspide ou comunicação
interventricular.
• Sopros diastólicos:
- De enchimento/ruflar (mesodiastólico em rolar de baixas freqüências): começa
um pouco depois de B2, é contínuo. Na estenose tricúspide e mitral.
- De regurgitação (protodiastólico em crescendo-decrescendo de altas
freqüências): começa logo após, B2, sem lacuna, decrescente. Na insuficiência aórtica
ou pulmonar.
• Sopro contínuo: cresce na sístole e decresce na diástole. Na persistência do canal
arterial.
Valvulopatias
• Pode ocorrer em qualquer uma das 4 válvulas:
• Estenose: não abre apropriadamente quando devia (abertura estreita). Tem relação
com a hipertrofia.
- Mitral ou tricúspide na diástole → sopro diastólico.
- Aórtica ou pulmonar na sístole → sopro sistólico.
• Insuficiência: não fecha apropriadamente quando devia (permite refluxo). Tem
relação com a dilatação.
- Mitral ou tricúspide na sístole → sopro sistólico.
- Aórtica ou pulmonar na diástole → sopro diastólico.
• Na estenose mitral, o VE está normal e o AE dilatado. Na insuficiência mitral, o VE
está dilatado.
3. PRINCIPAIS SÍNDROMES
SOPRO INOCENTE
• Não associado à anormalidade anatômica ou fisiológica detectável.
ESTENOSE AÓRTICA
• Etiologia: degenerativa, febre reumática ou congênita.
• Sintomas: longo período assintomático. Apresenta-se com angina péctoris, síncope
ou insuficiência cardíaca.
• Exame Físico: ictus sustentado, aumentado e proeminente. Sopro mesossistólico no
foco aórtico com irradiação para a região apical e carótidas.
INSUFICIÊNCIA AÓRTICA
• Etiologia: degenerativa, endocardite, congênita, febre reumática, Marfan, dissecção
aórtica, sífilis e outras. Ocorre o aumenta a P sistólica (pelo aumento de sangue no
VE) e diminui a P diastólica, o que aumenta a P diferencial (S-D).
• Sintomas: sintomas da insuficiência cardíaca.
• Exame Físico: movimento da cabeça a cada batimento cardíaco (sinal de Musset),
pulso arterial amplo e rápido, ictus com dimensão aumentada, sopro no foco aórtico
com irradiação para ápice e bordo esternal direito, aumento da pressão de pulso
(sistólica aumentada e diastólica diminuída) com sons de Korotkoff audíveis até
zero.
ESTENOSE MITRAL
• Etiologia: febre reumática.
• Sintomas: pode apresentar hemoptise devido o aumento da pressão pulmonar, com
conseqüente extravasamento de sangue para o pulmão, bem como fenômenos
tromboembólicos secundários a dilatação atrial.
• Exame Físico: turgência jugular, ictus cordis discreto, sopro diastólico em região
apical sem irradiação.
INSUFICIÊNCIA MITRAL
• Etiologia: febre reumática, endocardite infecciosa, trauma, ruptura das cordoalhas
tendíneas, disfunção ou necrose dos músculos papilares.
PROLAPSO MITRAL
• Na sístole, a mitral prolapsa para AE. É benigno. Pode ocorrer por endocardite
infecciosa, em que microorganismo se aloja em válvula defeituosa. Pode ter
sintomas de insuficiência mitral.
ESTENOSE PULMONAR
• Etiologia: congênita e outras
• Sintomas: ICD
• Exame Físico: frêmito presente, sopro mesossistólico no foco pulmonar.
INSUFICIÊNCIA PULMONAR
• Etiologia: dilatação do anel valvar, endocardite e outras.
• Sintomas: insuficiência cardíaca direita
• Exame Físico: sopro no foco pulmonar.
PERICARDITE
• Etiologia: viral, urêmica, causas reumatológicas e pós-operatória.
• Sintomas: dor retroesternal.
• Exame Físico: som de timbre alto, ocorre com inflamação do saco pericárdico.
TAMPONAMENTO CARDÍACO
• Tríade de Beck: pulso paradoxal, bulhas hipofonéticas e turgência jugular.
FIBRILAÇÃO ATRIAL
• Relação com estenose mitral, porque o AE dilata (por aumento de P) e a condução
atrial fica prejudicada. É a causa mais comum de pulso irregular. Além disso, há
mais batimentos no coração que no pulso radial, porque nem todos os batimentos
cardíacos resultam em pulso periférico.
COR PULMONALE
• Aumento da P pulmonar por doença pulmonar gera ICD.
Cianose
• Coloração azulada da pele e mucosas pelo aumento da hemoglobina reduzida no
sangue capilar (> 5g por 100ml).
• Se presente desde o nascimento pensar em doença cardíaca congênita.
• Há 4 tipos de cianose: central, periférica, mista e por alterações da hemoglobina. A
central ocorre apenas a saturação de O2 cair abaixo de 75%. Indica hipóxia.
Cornagem ou Estridor
• Dificuldade predominantemente inspiratória por redução do calibre das vias
respiratórias centrais, na altura da laringe, que se manifesta por ruído (estridor) alto.
• Causas: laringite, difteria, edema de glote, corpo estranho.
Dispnéia
• Sensação subjetiva de falta de ar, referida também como diminuição do fôlego ou
fadiga.
• É necessário caracterizar a dispnéia em relação a sua duração, condição de
aparecimento (relação com postura decúbito, repouso e tipo de esforço), etapa
(inspiratória ou expiratória), sintomas e sinais associados, modo de instalação e
intensidade.
Dispnéia: instalação
AGUDA SUBAGUDA CRÔNICA
Minutos ou horas Dias ou semanas Meses ou anos
ex edema agudo de ex. TBC, asma crônica. ex. DPOC, neoplasia
pulmão, TEP. pulmonar.
Dor torácica
• Investigar: localização, irradiação, caráter ou qualidade, intensidade, duração,
evolução, relação com as funções orgânicas, fatores desencadeantes ou agravantes,
fatores que aliviam e manifestações concomitantes.
• A dor relacionada à patologia pulmonar resulta do envolvimento da parede torácica
ou pleura parietal, pois há abundantes fibras nervosas. O tecido pulmonar não possui
fibras álgicas, assim, a dor de quadros pulmonares, como pneumonia e infarto, é
secundária a inflamação da pleura parietal adjacente, ou esforço muscular gerado
por tosse recorrente de longa duração.
- Pleurites costais: dor aguda, intensa, em pontada (dor pleurítica), bem delimitada.
- Pleurite diafragmática periférica: dor na área dos nervos intercostais mais
próximos.
- Pleurite diafragmática central: dor no território inervado pelo frênico, incluindo
ombro.
- Pneumotórax: súbita, aguda, intensa, como punhalada, podendo ser acompanhada
de dispnéia.
- Pneumonias bacterianas: como iniciam na porção periférica dos lobos, onde há
estreito contato com a pleura parietal, a dor é como a da pleurite.
- Pneumonites intersticiais: dor difusa, retroesternal, exacerbada com tosse, que é
seca.
- Dor mediastínica: surge dos tumores malignos da região, é profunda, mal definida.
Epistaxe
• Hemorragia nasal.
• Principal de origem traumática e infecciosa das vias aéreas superiores.
Expectoração
• Escarro expelido com a tosse.
Hemoptise
• Eliminação, geralmente com a tosse, de sangue proveniente da traquéia, brônquios
ou pulmões. As vezes o paciente sente uma sensação de calor ou borbulhamento
dentro do tórax no local onde se o origina o sangramento.
• Origem:
- Artérias Brônquicas: geralmente de grande volume, ocorrendo nas
bronqiectasias, nas cavidades tuberculosas, na estenose mitral e nas fístulas
arteriovenosas.
- Ramos da Artéria Pulmonar: volume costuma ser menor, como acontece nas
pneumonias, nos abscessos e no infarto pulmonar.
• Principais causas: TBC, bola fúngica, carcinoma brancogênico, bronquiectasias,
bronquite e tromboembolismo pulmonar (TEP).
Obstrução nasal
• É sintoma conseqüente ao edema da mucosa nasal e manifestação comum em
rinites.
• Investigar: fatores desencadeantes, a duração e a severidade. Verificar outras
manifestações de alergias e história familiar de atopia.
Rouquidão
• Mudança no timbre da voz por alteração nas cordas vocais.
• Causa mais freqüentes: TBC, micoses e neoplasias em cordas vocais, mas também
podem ocorrer por envolvimento do nervo recorrente esquerdo em seu trajeto
intratorácico.
Tiragem
• É o aumento da retração dos espaços intercostais na inspiração, também ocorre o
uso de musculatura acessória supraclavicular e supraesternal.
• Pode ocorrer nas oclusões brônquicas (por tumor, corpo estranho ou
broncoespasmo) pela impossibilidade de o ar penetrar na árvore respiratória,
aumentando a negatividade intrapleural na inspiração.
Tosse
• Consiste em uma inspiração rápida e profunda, seguida de fechamento da glote e
contração dos músculos inspiratórios, terminando com uma expiração forçada, após
abertura súbita da glote.
• É um mecanismo de defesa das vias aéreas. Pode ser seca ou produtiva.
• Avaliação semiológica: freqüência, ritmo, intensidade, tonalidade, presença ou não
de expectoração, relação com o decúbito e período em que predomina.
• Causas mais comuns: tosse crônica dos tabagistas, secundária a infecções
(pneumonia, TBC) ou inflamações (asma), após intubação traqueal, relacionada a
doença do refluxo gastro-esofágico, por aspiração de corpo estranho, associada a
doenças pulmonares intersticiais (fibrose pulmonar...), causada por fármacos, ICE.
2. ANATOMIA
3. EXAME FÍSICO
AVALIAÇÃO INICIAL
• Boca e nasofaringe: estado dos dentes, halitose, amígdalas, gota posterior,
características da voz, mucosa nasal (secreção, desvio de septo, cornetos).
• Pescoço: posição e mobilidade da traquéia (mover para lados e deglutir), linfonodos,
nódulos e massas, turgência jugular, tiragem da musculatura acessória.
• Mãos: baqueteamento digital (tumores malignos pulmonares, doenças supurativas
crônicas, hepatopatias, DPOC, cardiopatia congênita), cianose periférica.
SEMIOLOGIA DO TÓRAX
• Examinar a região posterior com paciente sentado, com braços cruzados com as
mãos nos ombros opostos para afastar escápulas, e região anterior com paciente em
decúbito dorsal.
Inspeção
• Divide-se a expansão do tórax em estática e dinâmica. A inspeção estática
compreende a forma do tórax e a presença ou não de abaulamentos e depressões
enquanto a inspeção dinâmica analisa-se o tipo respiratório, o ritmo e a freqüência
da respiração, a amplitude dos movimentos respiratórios, a presença ou não de
tiragem e a expansibilidade dos pulmões.
a) Inspeção Estática
• Biótipo: longelíneo, normolíneo ou brevelíneo.
• Estado de consciência.
• Pele: coloração (cianose e palidez), hidratação, lesões cutâneas e cicatrizes.
• Anomalias congênitas/adquiridas, localizadas/difusas, simétricas ou não.
• Mamas: ginecomastia e assimetrias.
• Sistema muscular: pontos de ancoragem.
• Partes ósseas: retrações, abaulamento, depressões, escoliose, giba, cifose, lordose.
• Circulação venosa colateral.
• Forma do tórax:
b) Inspeção dinâmica
• Freqüência respiratória: Eupnéia, Bradipnéia eTaquipnéia
• Considerar: postura ortopnéia com o uso de musculatura acessória – em situações de
doenças obstrutivas com hiperinsuflação pulmonar, o paciente assume a posição
sentada como preferência, deslocando os ombros para frente.
• Avaliar o movimento das margens costais: em pacientes com hiperinsuflação e
retificação do diafragma, a contração dos músculos intercostais aproxima as
margens intercostais na inspiração.
- Respiração suspirada: respiração intercalada por suspiros pode ser causada por
síndrome de hiperventilação, causa comum de dispnéia e vertigem.
Palpação
• Verificar áreas de dor à palpação.
• Verificar alterações observadas na inspeção.
Percussão
• Comparar um lado com o outro sempre.
• Paciente despido
• Dedo deve ser colocado nos espaços intercostais
• Situações como obesidade, musculatura
hipertrofiada e edema diminuem a percussão.
• Som normal: som claro pulmonar.
- Áreas de macicez normal: hepática, cardíaca,
escápulas, submacicez na esplênica.
- Timpanismo normal: espaço de Traube (região de projeção do fundo do
estômago).
- Timpanismo anormal (hiperressonante): indica aprisionamento de ar pleural ou
intrapulmonar. Difuso no enfisema e mais localizado no pneumotórax.
- Macicez anormal (hiporresonante): ocorre qdo líquido ou sólido substituem o
ar pulmonar ou ocupam o espaço pleural. Derrame pleural (no volumoso, há macicez
pétrea), consolidações pulmonares (pneumonia, infarto pulmonar, neoplasias, fibrose).
Ausculta
• Paciente deve respirar fundo com a boca aberta.
• Comparar um lado com o outro.
• Observar o tempo da fase expiratória da respiração.
• Inicia auscultando na face posterior do tórax e após nas faces laterais e anteriores.
Sons Normais
• Som tubular (traqueal, brônquico ou traqueobrônquico): na traquéia e projeção
dos brônquios centrais. Reflete fluxo turbulento. Duração exp>insp, com pausa entre
elas, e alta intensidade.
• Som broncovesicular (broncoalveolar): sobre 1º e 2º EI anterior e espaço
interescapular D posterior. Duração exp=insp, sem pausa entre elas, e média
intensidade.
• Som vesicular (murmúrio vesicular): nos campos pulmonares periféricos, inp 3x
maior que exp, sem pausa entre elas, e intensidade suave.
Sons Anormais
• Se desaparecem após a tosse, indica que não são causados por secreção.
• Divididos em Pulmonares epleurais.
a) Pulmonares ou estertores: são os ruídos mais encontrados na .insuficiência
cardíaca. Podem ser contínuos ou descontínuos
1) Contínuos:
- Sibilos: provocados pelo fluxo rápido de ar por brônquios estreitados por
broncoespasmo e hipersecreção. São agudos. Mais na expiração. Ex: asma, DPOC,
bronquite.
- Roncos: sons graves provenientes de brônquios maiores, em pctes com bronquite
aguda e DPOC, com acúmulo de secreção. Mais na inspiração.
2) Descontínuos:
- Crepitantes finos ou secos: indicam reexpansão de centenas de alvéolos
colapsados na expiração anterior. Mimetizadas esfregando os dedos numa mecha de
cabelo ou abrindo velcro. Principalmente no final da inspiração (teleinspiratórias). São
agudos, com baixa amplitude e curta duração. Sugestivos de doença no parênquima
pulmonar, como fibrose, pneumonia.
- Crepitantes bolhosos, grossos ou úmidos: produzido quando ar passa pelas
secreções nas vias aéreas mais calibrosas (traquéia e brônquios). Auscultados na
inspiração e expiração. São graves, com alta amplitude e longa duração. Ex: bronquite.
b) Pleural
1) Atrito pleural: produzido pelo atrito das pleuras inflamadas.Som áspero,
confinado a área da parede torácica. Auscultado na ins e expiração.
5. PRINCIPAIS SÍNDROMES
ABSCESSO PULMONAR
• Infecção no parênquima com necrose, em geral causado por bactérias.
• Quadro clínico: mal estar, perda de peso, febre, tosse produtiva com escarro fétido e
purulento.
ASMA
• Hiper-reatividade da traquéia e brônquios a vários estímulos, manifestada por
estreitamento difuso das vias aéreas.
• Quadro clínico: dispnéia, tosse, sensação de aperto no peito, sibilos, taquicardia,
taquipnéia, aumento do tempo expiratório, tiragem.
BRONQUIECTASIAS
• Dilatação anormal e permanente dos brônquios, por causas infecciosas ou não.
• Quadro clínico: tosse com escarro purulento e fétido, infecções respiratórias
recorrentes, anorexia, perda de peso, presença de estertores, roncos, aumento da
expiração, macicez, redução do murmúrio vesicular.
CARCINOMA BRÔNQUICO
• Manifestações pela localização: tosse, escarro hemático, dispnéia, pneumonias de
repetição, dor.
• Manifestações sistêmicas: astenia, anorexia, emagrecimento, febre.
• Manifestações pela extensão direta da neoplasma:
- Para parede torácica: Tumor de Pancost (no ápice pulmonar) = síndrome de
Claude-Bernard-Harner (ptose palpebral, miose, enolftalmia (olho para dentro) →
acomete o S cervical) + invasão do plexo braquial (segurando braço) + destruição de
arcos costais.
DERRAME PLEURAL
• Acúmulo anormal de fluido no espaço pleural (transudato, exsudato, empiema,
hemotórax).
• Quadro clínico: dispnéia, tosse seca, dor pleurítica.
EMBOLIA PULMONAR
• Ocorre quando um coágulo (trombo), que está fixo numa veia do corpo, se
desprende e vai pela circulação até o pulmão, onde fica obstruindo a passagem de
sangue por uma artéria. A área do pulmão suprida por esta artéria poderá sofrer
alterações com repercussões no organismo da pessoa, podendo causar sintomas. Às
vezes, mais de um trombo pode se deslocar, acometendo mais de uma artéria.
• Quadro clínico: dispnéia súbita, taquipnéia, dor pleurítica súbita...
PNEUMONIAS
• Inflamação das vias aéreas terminais, espaços alveolares e interstício, princ. por
vírus e bactérias.
• Quadro clínico: febre aguda, tosse produtiva ou seca, dor pleurítica. Para dar
dispnéia, a pneumonia precisa ser intensa, avançada.
PNEUMOTÓRAX
• Acúmulo de ar no espaço pleural, espontâneo (1º ou 2º a doença pulmonar) ou
traumático (penetrante ou não).
• Quadro clínico: dor torácica, tosse, dispnéia.
TUBERCULOSE
• Infecção causada por um microorganismo chamado Mycobacterium tuberculosis,
também conhecido por bacilo de Koch.
• Quadro clínico: tosse seca ou produtiva, chiado no peito, febre intermitente
(vespertina), astenia, anorexia, emagrecimento, sudorese noturna, hemoptise.
Aftas
• Erosões ou úlceras dolorosas da cavidade oral.
• Geralmente inofensivas e não relacionadas a patologias do sistema digestório. Estão
mais relacionadas a hipersensibilidade e a infecções virais.
Anorexia
• Perda ou ausência de apetite.
• Intolerância a alimentos, relutância em comer em função da antecipação de um
desconforto.
Cólica Biliar
• Dor de forte intensidade no quadrante superior direito do abdome, com eventual
irradiação para regiões lombar e escapular direita e epigástrio. Dor contínua,
constante, de duração variável.
• Significado Clínico: obstrução do canal cístico ou colédoco, geralmente por litíase;
ou obstrução por estenose, como por tumor de cabeça de pâncreas.
Colúria
• Coloração escura da urina pela presença de bilirrubina direta excretada pelos rins.
• Significado Clínico: é um achado precoce nas situações onde ocorre elevação da
bilirrubina sérica conjugada (direta).
Constipação
• Redução da freqüência das evacuações ou aumento da consistência das fezes, às
vezes com sensação de evacuação incompleta ou da dificuldade para evacuar, mas
sem dor.
• Obstipação é uma constipação completa, sem eliminação de fezes ou gases.
• Significado Clínico: na maioria das vezes é um distúrbio funcional do cólon. Outras
causas: lesões estenosantes colônicas malignas ou benignas, gravidez, dieta
inadequada em fibras, doenças orificiais anais (abscessos perianais, hemorróidas
trombosadas), não atendimento ao reflexo evacuatório (ex: aversão a sanitários
estranhos aos domiciliares).
Diarréia
• Aumento do número de evacuações com diminuição da consistência das fezes.
Significado Clínico: Presença de substâncias osmoticamente ativas no lúmen intestinal
(pela ingestão ou digestão inadequada esta decorrente de quadros má-absortivos);
alteração da motilidade intestinal (intestino irritável); estímulo secretório produzindo
secreção de água e eletrólitos ao lúmen; neoplasias; drogas.
Disenteria
• Evacuação diarréica de material piomucosanguinolento.
• Quadros agudo + dor abdominal + febre = colite por Salmonella, Eschericha,
Shigella. Longa duração pode ser por retocolite ulcerativa.
Disfagia
• Sensação de dificuldade de passagem do alimento da boca ao estômago.
• Significado Clínico: distúrbios motores (disfagia não progressiva e difusa, como por
espasmo) ou obstrutivos (disfagia progressiva e localizada, como por estenoses
benignas → péptica, cáustica, e malignas → carcinoma) do esôfago
Dor Abdominal
• Definição: todos os quadros abdominais dolorosos, agudos (abdome agudo) ou
crônicos, causadores de patologias ou distúrbios funcionais originados tanto de
vísceras do sist. digestório como de alterações patológicas ou funcionais de outros
sistemas.
• Categorias da dor abdominal:
- Visceral: ocorre quando órgãos ocos, como intestino e árvore biliar, contraem-
se com um a força pouco usual e são distendidos ou estirados. Órgãos sólidos, como
fígado, tb pode doer pelo estiramento de suas cápsulas. É de difícil localização, difusa.
A dor não piora com os movimentos.
- Parietal: origina-se no peritônio parietal e é causada por inflamação. Dor surda
e constante, localização mais exata sobre a estrutura comprometida. Os pctes preferem
ficar quietos, pois a dor piora com movimentos e com tosse. Ex: na apendicite, há dor
visceral, mal localizada, mas qdo a inflamação atinge o peritônio, surge dor parietal,
bem localizada.
- Dor referida: percebida em locais mias distantes, inervados pelos mesmos
níveis espinhais que os da estrutura acometida. Muitas vezes parece uma irradiação,
disseminação da dor a partir do seu pinto de origem. É bem localizada. Ex: dor de
origem duodenal ou pancreática pode ser referida para as costas. Dores originadas no
tórax, coluna ou pelve tb podem ser referidas no abdome.
• Pesquisar: tipo, local, intensidade, cronologia, duração, fatores associados, fatores
de melhora e piora, desencadeantes, sintomas associados, repercussão no estado
geral, ritmo, periodicidade, sintomas diurnos e noturnos.
• Significado clínico:
- Patologias não digestivas: cardiológicas (infarto miocárdio, pericardite),
respiratórias (pneumonia, patologia pleural), metabólicas (uremia, cetoacidose
diabética), neurológicas (lesões medulares), intoxicações, infecções (zoster),
hematológicas (anemia falciforme), ortopédicas (contusão, fratura).
- Patologias digestivas: epigástricas (esôfago distal, estômago, duodeno,
pâncreas, via biliar e fígado), periumbilicais (intestino delgado, apêndice) e
hipogástricas (cólon, ureteres, bexiga, órgãos ginecológicos).
- Abdome agudo: inflamatório (apendicite, diverticulite, pacreatite, colangite),
obstrutivo, perfurativo (úlcera péptica), isquêmico, hemorrágico (ferimentos, ruptura
vísceras e aneurismas).
- Quadro crônico: origem funcional (dispepsia, intestino irritável) ou orgânica
(neoplasia, patologia péptica, isquemia).
Enterorragia
• Eliminação de sangue vivo pelo ânus.
Eructação
• Eliminação de ar pela boca, “arroto”.
• Normal após refeições. Patológica: estresse emocional, desconfortos abdominais e
torácicos, doenças funcionais digestivas.
Esteatorréia
• Fezes gordurosas que flutuam
• Significado Clínico: má absorção de gorduras, podendo sugerir colestase.
Estufamento Abdominal
• Sensação de aumento de pressão intra-abdominal, acompanhada ou não de dor
abdominal.
• Significado Clínico: obstrução intestinal, distúrbio funcional digestivo, como
intestino irritável.
Flatulência
• Aumento da eliminação de gases pelo ânus.
• Associado frequentemente a dieta rica em fibras vegetais ou a distúrbio funcional
digestivo.
Halitose
• Odor desagradável que emana da boca.
• Patologias otorrinolaringológicas (amigdalite, faringite, sinusite) e da cavidade oral
(doença periodontal, língua saburrosa). Raro por causas digestivas (neoplasia alta,
refluxo gastroesofágico, ruminação). Considerar causas infecciosas respiratórias
baixas (abscesso pulmonar).
Hematêmese
• Vômito com sangue.
• É a manifestação de sangramento digestivo alto (acima do ângulo Treitz). Causas
mais comuns são: a úlcera péptica hemorrágica e varizes esofágicas. Também pode
ser devido a gastrites erosivas; Síndrome de Mallory-Weiss (laceração esofágica por
esforço de vômitos); esofagites severas; tumores do trato digestório superior.
Hipocolia
• Coloração esbranquiçada (descorada) das fezes, com aspecto de massa de
vidraceiro, decorrente da diminuição de pigmentos biliares de origem desconhecida
no conteúdo fecal.
• Significado Clínico: é a tradução da redução dos pigmentos biliares fecais, por
obstrução do fluxo da bile ao intestino, devido à colestase hepatocelular (intra-
hepática, como hepatite, cirrose) ou obstrutiva (extra-hepática, como neoplasia de
pâncreas, coledocolitíase).
Incontinência Fecal
• Eliminação involuntária de fezes pelo ânus.
• Significado Clínico: distúrbios psicogênicos ou funcionais, presença de fecaloma,
doenças neurológicas, lesão traumática dos esfíncteres anais (pós-cirúrgica, pós-
parto), diarréia, carcinomas anais e retais, diabete.
Melena
• Eliminação anal de sangue digerido. Fezes pretas, brilhantes e fétidas.
• Significado Clínico: geralmente sangramento alto, com mesmas causas da
hematêmese.
Náusea
• Enjôo que pode ou não preceder vômitos.
• Estimulação menos intensa das vias neurais do vômito. Causas: estimulação
labiríntica, alterações neurológicas, dor visceral, reações a medicamentos, gravidez,
infecções gastrintestinais ou sistêmicas, obstrução do TGI, repugnância por
alimentos, odores.
Odinofagia
• Dor associada à deglutição.
• Infecções na orofaringe e esôfago (Candida, CMV, herpes), esofagite, câncer.
Pirose
• Sensação de queimação ascendente retroesternal.
• Doença do refluxo gastroesofágico, esofagite.
Proctalgia
• Dor na região anal.
• Distúrbio funcional da musculatura da continência.
Regurgitação
• Retorno involuntário, sem esforço e sem náusea, de conteúdo alimentar deglutido.
• Significado Clínico: regurgitação ácida no refluxo ou acalasia.
Sinal de Blumerg
• Dor na região do quadrante inferior direito a descompressão súbita.
• Sugere irritação peritoneal, secundária a apendicite aguda.
Sinal de Murphy
• Dor com parada brusca da inspiração enquanto se coloca a mão direita sobre o
gradil costal direita no ponto da borda lateral do músculo reto abdominal ou
enquanto se palpa a borda inferior do fígado.
• Significado Clínico: Colestite aguda.
Sinal do Psoas
• Paciente em decúbito lateral esquerdo, ao fletir a coxa direita até o quadril, refere
dor no quadrante inferior direito.
• Indica inflamação intra-abdominal adjacente ao músc. psoas, freqüentemente na
apendicite aguda.
Sinal do Obturador
• Paciente em decúbito dorsal, com coxa direita e joelho fletidos, rotando interna e
externamente o membro inferior, havendo dor hipogástrica.
• Indica inflamação adjacente ao músc. obturador interno, freqüentemente na
apendicite aguda.
Tríade de Charcot
• Cólica biliar, febre e icterícia.
• Geralmente significa colangite bacteriana secundária a coledocolitíase. Menos
freqüente obstrução biliar por doenças malignas ou benignas podem provocar esse
quadro.
Vômito
• Ejeção forçada do conteúdo do trato digestório superior, pela boca.
• Causado pelos mesmos estímulos da náusea. Pode provocar pneumonia aspirativa,
sangramento por laceração esofágica, desidratação, desnutrição, desequilíbrio ácido-
básico. O vômito fecalóide representa obstrução intestinal baixa, geralmente com
dor e distensão abdominal. O vômito de estase é o que vomita na manhã o que
comeu à noite, ou vice-versa.
Tenesmo
• Dor espasmódica referida no períneo após evacuação diarréica ou evacuação de
sangue.
• Significado Clínico: proctite, retite, retocolite ulcerativa, neoplasia retal.
2. ANATOMIA
Quadrantes: Regiões:
Hipocôndrio Hipocôndrio
Direito Esquer.
Flaco Flaco
Direito Esquer.
3. EXAME FÍSICO
Inspeção
• Observar simetria e forma do abdômen.
- Normal: plano.
- Alterado: globoso, escavado, avental, batráquio, abaulado, gravídioco
LÍQUIDO ASCÍTICO
Ausculta
• Recomenda-se executar a ausculta antes da palpação para evitar aumento
involuntário do peristaltismo.
• Podemos ouvir:
- Ruídos Hidroaéreos (RHA): decorrem dos movimentos peristálticos, em geral
ouvidos com intervalos de 5 – 10 segundos. Intervalos maiores não significam doença.
Ausência de ruídos é definida entre 2 – 5 minutos, e tem como causas íleo paralítico por
peritonite, trombose mesentérica, obstrução avançada, pós-operatório abdominal.
Podem ser inaudíveis no pneumoperitônio. O aumento ocorre na diarréia e no início dos
casos de obstrução intestinal. Ausculta de um único ponto é suficiente, pois os ruídos
intestinais são amplamente transmitidos pelo abdome.
Percussão
• Ajuda a avaliar a intensidade e a distribuição de gases no abdome, a identificar
massas sólidas ou preenchidas por líquido, e a estimar dimensões hepáticas e
esplênicas.
• Percutir com o dedo médio de uma mão sobre a falange média do 3º dedo da outra
mão, que ficará fixada no abdome.
• Sons da percussão do abdômen:
- Timpânico: (ar) ocorre na distensão abdominal gasosa ou funcional (íleo,
adinâmico, meteorismo, pneumoperitônio).
- Maciço: (sólido) som de órgão maciço: zona hepática (lactentes), espaço de
Traube ocupado (espaço semilunar do sexto ao décimo primeiro espaços intercostais,
tendo como limites: gradeado costal, baço, pâncreas, cólon, rim e estômago), vísceras
sólidas aumentadas, vísceras ocas repletas de líquido, ascite (macicez de declive),
hepatimetria
SINALDE PIPAROTE
Palpação
• Palpar os 4 quadrantes, superficial e depois profundamente.
- Superficial: identificar hipersensibilidade abdominal, resistência muscular e
alguns órgãos ou massas superficiais (como hérnias) ou profundas grandes. Útil na
detencção de rigidez abdominal involuntária, que indica irritação peritoneal, que pode
ser generalizada (graus variados, até o abdome em tábua) ou localizada sobre uma
víscera inflamada.
- Profunda: delimitar massas abdominais, que podem ser fisiológicas (útero
gravídico), inflamatórias (diverticulite), vasculares (aneurisma aorta), neoplásicas
(carcinoma de cólon) ou obstrutivas (alça intestinal dilatada).
• Palpação de estruturas:
- Cólon Sigmóide é palpado com freqüência e tem formato de tubo estreito e
firme, situado no QIE.
- Ceco e parte do cólon ascendente constituem um tubo mais mole e amplo
situado no quadrante inferior direito.
- Cólons transverso e descendente também podem ser palpáveis.
- Fígado avança até um pouco abaixo do rebordo costal D, onde pode ser
palpada sua borda inferior.
Palpação do Fígado
• A maior parte fica protegida pela caixa torácica.
• Hepatimetria: normal está entre 6 – 14 cm na linha hemiclavicular direita e 4-8cm
na linha média esternal.
• Percussão: para medir o diâmetro vertical da macicez hepática na linha
hemiclavicular direita, começa-se percutindo de baixo para cima, em uma região de
timpanismo, identificando a borda inferior do fígado, onde haverá macicez. Em
seguida, identifica-se a borda superior da macicez hepática na linha hemiclavicular,
indo do som atimpânico do pulmão à macicez hepática nos espaços intercostais.
Mede-se a distância entre esses 2 pontos.
• Palpação: colocar a mão esquerda na região latero-posterior do paciente para fixar o
gradil costal, e colocar mão direita ao lado do reto abdominal com as pontas dos
dedos bem abaixo da borda inferior da macicez hepática e exercer compressão suave
para dentro e para cima. Pedir ao paciente que inspire fundo. Sentir a borda inferior
do fígado quando ela descer de encontro à ponta dos dedos do examinador. A
técnica da mão em garra também é usada, sendo colocadas as 2 mãos na posição.
Fígado é palpado cerca de 3 cm abaixo do rebordo costal direito na linha
hemiclavicular com a inspiração.
• Avalia-se o bordo (fino, rombo), a superfície (lisa, irregular), a sensibilidade (não-
doloroso, doloroso), a hepatimetria (normal, hepatomegalia) e a consistência
(elástica, endurecida, pétrea). O fígado normal tem borda mole, bem delimitada e
regular, com uma superfície lisa. Fígado duro ou pétrio, com borda romba ou
arredondada e de contorno irregular sugere anormalidade hepática. O enfisema pode
dar falsa impressão de hepatomegalia por rebaixamento do diafragma.
4. PRINCIPAIS SÍNDROMES
ASCITE
• Definição: (também conhecida como "barriga d´água" ou hidroperitônio) é o nome
dado ao acúmulo de líquido no interior do abdome. Esse líquido pode ter diversas
composições, como linfa (no caso da ascite quilosa, causada por obstrução das vias
linfáticas), bile (principalmente como complicação da retirada cirúrgica da vesícula
biliar), suco pancreático (na pancreatite aguda com fístula), urina (no caso de
perfuração das vias urinárias) e outras. Mas, no contexto de doença do fígado com
hipertensão portal (cirrose, esquistossomose, Síndrome de Budd-Chiari e outras), a
ascite é o estravazamento do plasma sanguíneo para o interior da cavidade
APENDICITE
• Apendicite é uma condição caracterizada pela inflamação do apêndice. Ainda que
casos moderados de apendicite possam se resolver sem tratamento, muitos requerem
a remoção do apêndice inflamado através da laparotomia ou laparoscopia. Caso não
haja tratamento a mortalidade é alta, principalmente devido à peritonite e choque
quando o apêndice inflamado se rompe.
• A apendicite é causada, habitualmente, por um pequeno bloco de fezes endurecidas
(fecalito) que obstrui o apêndice. É a causa mais freqüente de dor abdominal aguda
sendo tratada cirurgicamente como emergência.
• A dor começa no umbigo e desloca-se para o quadrante inferior direito. Paciente
apresenta defesa voluntária, rigidez muscular.
• Sinal de Blumberg: dor na região hipersensível no quadrante inferior direito à
descompressão súbita, por descompressão rápida do peritônio, indicando irritação
peritoneal secundária à apendicite. Dor à descompressão = rechaço.
COLECISTITE AGUDA
• A colecistite é uma inflamação da vesícula biliar. Sob circunstâncias normais, a
vesícula biliar armazena temporariamente a bile. Durante uma refeição, a bile passa
da vesícula biliar para os canais chamados de ducto cístico e de ducto biliar comum
(colédoco) para o intestino delgado. As enzimas misturam-se com a comida
parcialmente digerida no estômago e ajuda a digerir as gorduras.
HÉRNIAS ABDOMINAIS
• Resultam da protrusão de uma estrutura através de um ponto de solução de
continuidade da parede abdominal.
- Quando o conteúdo do saco herniário pode ser facilmente recolocado em seu
lugar, a hérnia é dita redutível; do contrário, é dita irredutível ou encarcerada.
- Quando o aporte sanguíneo é interrompido, é dita estrangulada e pode
gangrenar rapidamente.
• Podem ser umbilicais (gordura pré-peritoneal, omento, alças intestinais raramente),
incisionais (relação com infecção da ferida cirúrgica e obesidade), epigástricas (na
linha alba, sendo protrusão da gordura pré-peritoneal ou do próprio peritônio).
ABDOME AGUDO
• Definição: dor abdominal intensa, com menos de 24 horas de duração, podem estar
associada a febre, náusea, vômito, enterorragia, distensão abdominal, cessação da
eliminação de gases pelo ânus e sintomas urinários.
• Pode ser apresentação clínica de:
- Inflamação de estruturas do sist. digestório (apendicite, colecistite, pancreatite,
diverticulite, ileíte) ou do sist. genital feminino (salpingite, endometriose, gravidez
ectópica rota).
- Perfuração de víscera oca (úlcera péptica perfurada, perfuração do intestino
delgado).
- Isquemia (trombose ou embolia mesentérica, vasculites).
- Oclusão (hérnias encarceradas, aderências, neoplasias).
- Cólica renal e pielonefrite aguda.
- Ruptura de aneurisma de aorta.
– Trauma abdominal com penetração (arma branca ou de fogo) ou por
desaceleração abrupta.
SÍNDROME ICTÉRICA
• Icterícia é uma coloração amarelada de pele e mucosas devida a uma acumulação de
bilirrubina no organismo.
• Quatro tipos:
- Hemolítica ocorre devido a danos nas hemácias, que podem ter como causa
anticorpos formados em decorrência de transfusão de sangue.
- Hiperbilirrubinemia (icterícia dos recém-nascidos) apresenta uma falha
temporária na síntese da enzima responsável pelo metabolismo da bílie.
- Hepatocelular é causada quando os hepatocitos sofrem danos por vírus (como
no caso da hepatite) ou pela ingestão excessiva de bebida alcoólica.
- Obstrutiva, surge após uma obstrução mecânica dos condutos que transportam
pigmentos do fígado ao intestino. Este bloqueio pode ter como causa a presença de
cálculo renal, tumor ou processo inflamatório. Paciente apresenta prurido e
descoloração das fezes.
• Sinal de Courvoisier: vesícula palpável principal causa é o tumor de cabeça de
pâncreas que obstrui o canal colédoco aprisionando a bilie dentro da vesícula biliar;
outras causas: hepatite viral e cálculo biliar.
• Exames laboratoriais:
- bilirrubina e aminotransferase lesões dos hepatócitos.
- gama GT e fosfatase alcalina canalículos obstruídos.
SÍNDROMES HEMORRÁGICAS
a) Hemorragia Digestiva ALTA (HDA) até o ângulo de Treitz no Duodeno.
• Aguda: hematêmese (sangue bordo) e melena (fezes pretas).
• Crônica: hemorragia pode ser evidente ou oculta (anemia ferropriva)
• Causas: úlceras pépticas, gastrite hemorrágica, varizes de esôfago, câncer, Síndrome
de Mallory-Weiss (rompimento da mucosa esôfago-gástrica).
b) Hemorragia Digestiva BAIXA (HDB) abaixo do ângulo de Treitz
• Aguda: hematocrezia ou enterorragia.
• Crônica: evidente ou oculta.
• Causas: divertículos, câncer, hemorróidas, distúrbios intestinais.
Alterações da Micção
• Disúria: micção difícil e desconfortável, requerendo esforço para mantê-la e que
pode acompanhar-se de dor, descrita como queimação/ardência. Sugere irritação ou
inflamação da bexiga ou da uretra, geralmente por infecção bacteriana.
• Estrangúria: emissão lenta e dolorosa da urinam através de gotas. Ocorre pelo
espasmo da musculatura do trígono e colo vesical.
• Tenesmo: sensação de esvaziamento vesical insuficiente.
• Polaciúria: necessidade de urinar repetidas vezes em intervalos curtos. Pode ocorrer
por irritação da bexiga por inflamação, cálculo ou tumor; por redução da capacidade
vesical por fibrose, compressão externa por massa pélvica ou útero gravídico.
• Urgência: sensação exagerada de desejo miccional.
• Noctúria: micção noturna. Pode ocorrer na IRC (redução da capacidade de
concentrar a urina), redução da capacidade vesical, obstrução urinária (hipertrofia
prostática), edema, DM. Fisiológico na ingesta excessiva de líquido antes de dormir.
• Nictúria: maior freqüência de micções à noite que de dia.
• Incontinência urinária: perda involuntária de urina.
• Retenção urinária: incapacidade de eliminar a urina acumulada na bexiga. Em
homens adultos, problemas na uretra e próstata devem ser pesquisados, e nas
mulheres, doenças inflamatórias baixas.
• Enurese: incapacidade de reter a urina durante o sono.
Dor Ureteral
• Pela obstrução e distensão súbitas do ureter. Quando o terço proximal do ureter é
atingido, a dor se irradia para testículo ou vulva; no terço médio, para o lado direito
(simulando apendicite) ou esquerdo (simulando diverticulite); ao se aproximar da
bexiga, o fator obstrutivo pode causar sintomas de irritabilidade ou inflamação
vesical (polaciúria, urgência, disúria).
Edema
• Ocorre devido a um aumento do líquido intersticial. Manifesta-se por ganho de
peso, face e extremidades inchadas, aumento da circunferência abdominal ou
depressão cutânea após pressão sobre a área afetada, denominada e cacifo (por
exemplo: tornozelo, pré-tibial, região sacral).
• Por doença renal costuma ser generalizado, decorrente de proteinúria maciça ou
retenção hidrossalina.
Prostatismo
• Termo usado para caracterizar sintomas de trato urinário inferior, sejam eles
obstrutivos (hesitação, alteração do jato urinário, gotejamento terminal, sensação de
esvaziamento incompleto da bexiga) ou irritativos (urgência, polaciúria, noctúria,
dor suprapúbica), que podem estar associados a alterações na bexiga, próstata ou
uretra.
2. ANATOMIA
3. EXAME FÍSICO
Paciente Sentado
• Punho Percussão Lombar (PPL): feita no ângulo costovertebral, mantendo-se a mão
fechada, golpeia-se com a borda cubital a região, e averigüa-se se a manobra
desperta sensação dolorosa. Sendo positiva na pielonefrite aguda, cólica renal,
abscesso renal.
4. PRINCIPAIS SÍNDROMES
SÍNDROME NEFRÍTICA
• Surgimento agudo de hematúria, edema e hipertensão, podenso estar acompanhada
de perda da função renal.
• Principais causas: glomerulonefrite pós-estreptocócica.
SÍNDROME NEFRÓTICA
• Definida pela presença de proteinúria maciça, hipoalbuminemia, edema,
dislipidemia.
• Também pode haver HAS, redução da função renal, hematúria...
• Causas:
- Primarias: glomerulopatias idiopáticas.
- Secundária: doenças sistêmicas, como lúpus eritematoso sistêmico, diabete
melito, amiloidose e neoplasias.
2. ESTADO MENTAL
• Observar certas características como: cuidados pessoais, afeto, idade, lateralidade,
nível de escolaridade e ocupação.
• Vigília: definir se o estado de vigília (de alerta ou de consciência) do paciente é
fisiológica – quando o paciente dorme ou está vigil – ou patológica – quando o
paciente está letárgico ou comatoso.
• Atenção: observar se o paciente é capaz de ficar focado em determinado assunto, se
ele resiste às distrações e mantém uma conversa coerente.
• Memória: pode estar prejudicada nas mais diversas escala de tempo.
- Se o problema é no registro e na recordação imediata (sem intervalo de tempo),
trata-se provavelmente de um déficit de atenção ou de uma afasia de repetição.
- Se a “memória imediata” está intacta e a dificuldade de recordação começa
após cerca de 5 minutos desde o aprendizado (memória recente) o problema está
em danos nas estruturas límbicas (lobo temporal medial e tálamo medial).
- Um déficit completo de memória recente pode ter um começo e claro e
provocar uma amnésia retrógrada – paciente terá dificuldade de recordar tudo o
que acontecer depois do início a doença, co manutenção das recordações do que
se sucedeu antes da mesma.
3. FUNÇÕES COGNITIVAS
Linguagem
• É o mecanismo pelo qual fazemos aparecer nossa atividade simbólica interior
(pensamentos e idéias). Ela envolve não apenas atividade motora complexa como
também atividade intelectual complexa. Avaliação da linguagem constitui em dois
níveis.
Articulação das palavras:
- Disartria: fraqueza (do neurônio motor superior ou inferior) ou incoordenação
dos músculos da articulação da palavra;
- Disfonia: fraqueza da musculatura da laringe ou do palato mole (interferindo
na dinâmica de expiração);
- Dislalia: distúrbio do desenvolvimento do aprendizado da articulação da
palavra.
Função lingüística propriamente dita: Afasias são os distúrbios adquiridos da
linguagem (falada e escrita) causado por lesões cerebrais.
- Afasia de Broca: Fala espontânea (não-fluente, realizada com esforço,
telegráfica); Nomeação (prejudicada); Compreensão auditiva (intacta); Repetição
(prejudicada); Compreensão escrita (freqüentemente prejudicada); Escrita (prejudicada);
Nível de consciência
Nível Técnica Resposta do paciente
Alerta Falar com tom de voz Abre os olhos, olha e responde de forma completa e
normal apropriada.
Letargia Falar em voz alta Abre os olhos, responde, mas volta a dormir.
Obnubilação Sacudir suavemente o Abre os olhos, responde com lentidão e de forma
paciente um pouco confusa.
Estupor Aplicar estímulo
Acorda somente após estímulo doloros. Respostas
doloroso verbais lentas ou ausentes. Consciência mínima de
si e do ambiente.
Coma Aplicar repetidamente Permanece inconsciente, de olhos fechados. Não há
estímulo doloroso resposta evidente a necessidades internas ou
estímulos externos.
Atenção e Concentração
• Podem ser acessados por testes como o digit span (seqüência de números).
Orientação
• A orientação diz respeito ao tempo, ao espaço e a si mesmo.
- Déficits na orientação no tempo e no espaço sugerem déficits da memória
recente, mas deve-se ter cuidado na interpretação: pacientes que estão há muito
internados podem apresentar algum grau de perda desses parâmetros.
- Já os déficits de orientação quanto à pessoa são mais graves, e sugerem um
quadro de alteração de memória de maior duração e intensidade (demência) ou de uma
encefalopatia aguda difusa (delirium).
• Para testar, pedem-se no mínimo cinco parâmetros de cada orientação.
Memória
• O exame da memória (ou melhor, das memórias) visa identificar se existe algum
déficit específico e clinicamente significante nessa função tão importante. Déficits
sugerem:
- Memória imediata / de trabalho: déficit de atenção, afasia de repetição (mais
detalhes adiante);
- Memória recente / de curta duração (dificuldade começa a partir de 5 min do
aprendizado): dano a estruturas límbicas (lobo temporal medial e tálamo medial);
- Memória remota / de longa duração: demências.
• Forma de se testar:
- Memória de trabalho: 3 palavras que não evoquem associação de idéias e
repetição imediata;
- Memória de curta duração: as mesmas 3 palavras depois de distrair o paciente
por, no mínimo, 5 minutos (mas não esqueça);
- Memória de longa duração: fatos históricos comuns, eventos importantes da
vida (que possam ser conferidos, obviamente).
Equilíbrio
• Forma de pesquisar:
- Observação – olhos do paciente abertos e fechados Sinal de Romberg: paciente
oscila com os olhos fechados.
- Prova de rechaço (diadococinesia): empurrar o paciente enquanto esse
naturalmente oferece resistência e equilíbrio para não cair.
• Olhos abertos: lesão cerebelar do mesmo lado (hemisfério) para o qual cai. Se a
queda for para todas as direções, a lesão é no vérmis;
• Para diferenciar queda unilateral de origem vestibular ou cerebelar: muda a posição
da cabeça do paciente lesão vestibular, padrão de queda muda; lesão cerebelar,
padrão não muda.
Marcha
• Forma de pesquisar:
- Observação – “ir e vir” e provas deficitárias
• Anormalidades da marcha
- Espástica: Unilateral: hemisférica (de Wernicke-Mann). Há flexão do MS e
extensão do MI (ex AVC); Bilateral: em tesoura (paraparética). MMII em extensão e
adução.
- Atáxica: com desequilíbrio, aumento do polígono de sustentação;
- Neuropática (em pé tombando, escarvante): excessiva flexão da perna sobre a
coxa, associada com a incapacidade de realizar a dorsiflexão do pé (ex lesão do nervo
fibular comum);
- Miopática (anserina): incapacidade de fixar a cintura pélvica, com instabilidade a
cada passo;
- Apráxica (frontal): incapacidade de iniciar / prosseguir a marcha na ausência de
qualquer déficit de força.
6. COORDENAÇÃO
• O exame da coordenação é, essencialmente, exame da função cerebelar. Esse exame
necessita de integridade da força, das sensações proprioceptivas e da função
vestibular. Assim, é preciso sempre raciocinar e integrar as diferentes etapas do
exame neurológico para interpretar corretamente os dados.
• O exame divide-se em :
- Coordenação axial (do eixo corporal), que será abordada em relação ao
equilíbrio e a marcha;
- Coordenação apendicular (dos membros).
• Princípios gerais: O cerebelo influencia sempre os neurônios motores de seu próprio
lado. Isso significa que as lesões dos hemisférios cerebelares sempre dão
sintomatologia do mesmo lado do corpo. As lesões do vérmis normalmente dão
sintomatologia bilateral. As alterações da coordenação são conhecidas
genericamente como ataxias.
7. MOTRICIDADE
• O exame da motricidade avalia o trofismo, do
tônus e da força (i.e. do movimento
voluntário) musculares, bem como do
movimento involuntário.
• Via eferente do movimento: trato córtico-
espinhal, que é cruzado. Nnúcleos da base
(NB), que tem como função a modulação do
movimento, em um circuito básico que o liga
ao córtex (ex,: dopamina inibe os NB que
inibem o movimento. Na doença de
Parkinson, com a destruição da substância
negra (produtora de DA), não há inibição nos
NB e por conseqüência não há inibição na
musculatura (tremores).
Movimentos Involuntários
• Inspeção
• Movimentos associados, sinergísticos
- Ausentes: hipo/bradicinesia, encontrado em
síndromes extrapiramidais (como o
parkinsonismo);
- Aumentados: hipercinesia, agitação
psicomotra e quadros de mania ou síndromes
priamidais (como a síndrome das pernas
inquietas).
• Movimentos patológicos (NB)
- Coréia: breve, rápido, brusco, irregular e
imprevisível. Se na raiz dos membros balismo;
- Atetose: lento, contorcivo, estereotipado e
previsível, geralmente predomínio distal;
Trofismo
• Inspeção e palpação
• Atrofia: Desuso; Desnervação (perda da inervação do neurônio motor inferior);
Problema da fibra muscular.
• Hipertrofia: Hiperatividade muscular; Pseudo-hipertrofia (distrofia muscular de
Duchenne panturrilha parece hipertrófica, mas o que há é atrofia da musculatura
da coxa e tecido adiposo na panturrilha).
Tônus
• É o estado de semicontração do músculo. A regulação periférica é feita através dos
fusos musculares e órgãos neurotendinosos; a central através do cerebelo
(paleocerebelo) e sistema extrapiramidal (corpo estriado).
• Avaliamos a consistência, extensibilidade e passividade, através da palpação,
rolamento, balanço e movimentação passiva. Usamos a palpação para avaliar a
consistência muscular, que pode estar aumentada (contratura, rigidez e fibrose) ou
diminuída (neuropatias periféricas, tabes, etc)
• Extensibilidade é o grau de alongamento mecânico em um músculo ao se afastar ao
máximo de seus pontos de inserção. Passividade é o grau de resistência ao seu
alongamento.
• Principais alterações:
Hipertonia
- Plástica: em qualquer direção, em qualquer articulação, ao longo de todo o
movimento. O membro tem a tendência de permanecer por algum tempo na posição
em que foi deixado. Típica do parkinsonismo; Fenômeno da roda dentada
- Espástica: aumenta no início e no final do movimento, mais perceptível se rapidez
do movimento aplicado for maior. Típica da lesão da via piramidal; Fenômeno do
canivete
- Paratonia: resistência em todas as direções, por incapacidade de o paciente relaxar.
Típica de quadros de demência.
Hipotonia
- Normal (mais hiperextensibilidade), principalmente mulheres jovens;
- Patológica: doença cerebelar, coréias, neuropatias, miopatias.
Força
• Manobras deficitárias: paciente sustenta certa postura por 60 segundos, a partir disso
observa-se alterações. Manobras:
- Mingazzini membros superiores: braços estendidos e separados, dedos abertos,
olhos fechados — observar a queda das mãos e dos braços, bem como oscilações.
- Mingazzini membros inferiores: paciente em decúbito dorsal, flexão das coxas.
Respostas: 1 – oscilação e queda progressiva da perna; insuficiência da quadríceps
Graus de força
Zero Nenhuma contração muscular.
1 Movimento visível no músculo, mas nenhum movimento obtido na articulação.
2 Movimento na articulação, mas não contra a gravidade.
3 Movimento contra a gravidade, mas não contra resistência adicional.
4 Movimento contra resistência, mas ainda não completamente normal.
5 Força normal.
• Déficit de força: Proximal (miopatia) x Distal (neuropatia) – sistêmicas; Do resto,
depende de como se apresenta (problema do músculo, do nervo periférico, da raiz
nervosa, das vias, do córtex).
• Paresia: déficit não-completo;
• Plegia: déficit completo.
Hemiparesia e Hemiparesia: atinge um dos lados do corpo, por lesão da via
piramidal ipsilateral ou córtex contralateral;
Paraparesia e Paraplegia: atinge os dois membros homólogos (lesão do segmento
medular).
Reflexos tônicos
• Reflexo tônico cervical de Magnus-Kleijn (reflexo do espadachim): observado em
lesão do tronco cerebral superior, processos encefálicos difusos, paralisia cerebral.
• Reflexo de fixação: apresentam-se exagerados em afecções do sistema
extrapiramidal e abolidos em lesões da via piramidal, na tabes e afecções
cerebelares.
Obs.: contração ou reflexo ideomuscular – percussão direta sobre o músculo;
contração resulta das funções especificamente musculares (contratilidade e
9. SENSIBILIDADE
• As modalidades sensoriais incluídas no exame neurológico são:
- Exteroceptivas: tato e pressão; dor; temperatura
- Proprioceptivas: sensibilidades vibratória (palestesia) e cineticopostural
• As vias da sensibilidade são, obviamente,ascendentes. Todos esses feixes fazem
conexão no tálamo antes de seguirem para o córtex sensitivo. Assim, essa estrutura
diencefálica seria responsável pela retransmissão e modificação das sensações para
o córtex, mas ele parece também já promover uma interpretação rudimentar das
sensações (especialmente dor, temperatura e tato protopático). O exame também se
estende à interpretação cortical das sensibilidades, as quais são chamadas de
gnosias. As áreas corticais envolvidas dizem respeito essencialmente ao córtex
parietal associativo.
• Forma de pesquisar: estímulo das sensibilidades (chumaço de algodão, alfinete,
diapasão e movimentação dos artelhos)
Alterações da sensibilidade
• Subjetivas: dores, disestesias — sensações anormais não dolorosas, como
formigamento, ferroada, sensação de eletricidade, umidade ou calor, encontradas
nas neuropatias periféricas e alterações da sensibilidade visceral — crises
gastrointestinais nas tabes e paramiloidose.
• Objetivas: anestesia, hipoestesia e hiperestesia.
- Anestesia: perda de uma ou mais modalidade da sensibilidade. O termo
anestesia é mais usado para a sensibilidade tátil, sendo o termo analgesia usado para a
sensibilidade dolorosa.
- Hipoestesia: diminuição da sensibilidade.
- Hiperestesia: aumento da sensibilidade, encontrado em neuropatias e afecções
radiculares.
• Síndromes em relação à sensibilidade:
- Síndrome tábida: perda da sensibilidade profunda — noção de posição
segmentar, tato epicrítico, sensibilidade vibratória e estereognosia;
- Siringomielia: formação de uma cavidade no canal central da medula,
interrompendo as fibras que formam os tractos espino-talâmicos laterais quando cruzam
o canal central da medula. Ocorre, assim, perda da sensibilidade térmica e dolorosa de
ambos os lados na área correspondente aos dermatomos da lesão, com preservação da
sensibilidade profunda e, principalmente, da sensibilidade tátil (“dissociação”);
- Síndrome talâmica: crises de dor espontânea e, geralmente, pouco localizada,
podendo se irradiar por toda a metade do corpo. Este tipo de dor — hiperpatia — ocorre
devido ao aumento do limiar da excitabilidade aos estímulos táteis e térmicos, levando o
Importante lembrar que as fibras ventrais da radiação óptica formam uma alça —
alça temporal ou de Meyer — em relação ao lobo temporal. Tumores no lobo temporal,
situados adiante do nível em que se localizam os corpos geniculados laterais podem
comprimir e lesar a radiação óptica.
• Pesquisa:
Acuidade visual – uso de cartazes padrão.
Alterações da acuidade visual:
- Ambliopia - diminuição da acuidade visual — erros de refração, catarata, etc;
- Amaurose – perda total da visão por lesão do nervo óptico;
- Cegueira – perda total da visão por lesão em qualquer parte do aparelho visual,
desde a córnea até o córtex cerebral;
- Cegueira cortical – anosognosia visual.
Campo visual – este exame permite uma localização bastante precisa da lesão na
via óptica. O exame mais fiel é a campinetria, porém podemos, com a colaboração do
paciente, obter um bom grau de exatidão. A pesquisa deve ser feita em um olho de cada
vez, face a face com o examinador, devendo este tapar seu olho esquerdo ao examinar o
olho direito do paciente, a fim de ter um parâmetro de normalidade. Aproxima-se aos
poucos um objeto — ou mão, ou dedo, — da periferia para o centro e anota-se as
alterações. Repetir a operação no setor superior, inferior, externo e interno.
NCIII Mesencéfalo
Nervo coclear
• A lesão deste nervo leva a queixas como: presença de tinidos ou zumbidos,
diminuição ou perda de audição e, em caso de lesão central, pode haver presença de
alucinações auditivas.
• A semiologia deste nervo é feita, estimativamente, através de:
- Exame otoscópico do ouvido externo e membrana timpânica;
- Exame da capacidade auditiva, através da voz e com uso do diapasão.
• A voz normal pode ser ouvida a cerca de 6 m; com uma surdez discreta a 4m, e com
surdez moderada a 1m. Avaliação mais fiel é feita através da audiometria.
• O uso do diapasão dá informes mais específicos, permitindo a comparação entre a
condução óssea — vibrar o diapasão e colocar na mastóide ou no vértice do crânio
— e a condução aérea — vibrar o diapasão e colocar próximo ao conduto auditivo
externo.
- Prova de Schwabach: comparação entre o tempo de percepção óssea do
paciente e o de uma pessoa normal.
Nervo vestibular
• A lesão desta porção vestibular ocasiona vertigens, ataxia e nistagmo. Vertigem é a
sensação subjetiva de rotação do corpo em torno de si mesmo ou de deslocamento
de objetos circunvizinhos. Pode ser avaliada objetivamente, pois acompanha-se de
palidez, podendo ocorrer náuseas e vômitos.
• As lesões podem ser do tipo destrutivo, ocasionando desvios corpóreos ipsolaterais
e presença de nistagmo e vertigens para o lado oposto. Já nas lesões irritativas, há
aumento de excitabilidade do lado lesado, podendo ocorrer preponderância do lado
lesado sobre o lado são.
• A semiologia deste nervo engloba provas otológicas, realizadas por
otorrinolaringologistas e algumas outras pesquisas:
- Pesquisa do Sinal de Romberg, marcha em estrela, prova dos braços estendidos e
da indicação de Barány, já citadas em outros itens;
- Pesquisa de nistagmo espontâneo e de posição;
• O nistagmo espontâneo é pesquisado com a cabeça em posição normal, mandando-
se o paciente olhar nas diversas posições. O de posição só ocorre em determinadas
posições da cabeça; deve-se mudar a posição espacial da cabeça do paciente, lenta e
sucessivamente. Geralmente o aparecimento do nistagmo é acompanhado de
sensação vertiginosa.
• Estas alterações são encontradas nas lesões periféricas do nervo. Lesões centrais são
geralmente bilaterais.
Galactorréia
• É a presença e secreção similar ao leite pelos mamilos, podendo ser espontânea ou
provocada.
• É normal num período de até 6 meses após o nascimento ou após o término da
amamentação.
• Está presente frequentemente em mulheres com hiperprolactemia, mas também
pode acontecer em homens.
Poliúria
• É o aumento do volume urinário, em geral maior que 3 litros por dia. Depende
diretamente do volume de líquido ingerido.
Emagrecimento
• É a perda absoluta de peso. Não existe valor absoluto ou percentual que defina a
perda de peso como patológica ou não – mas importante é caracterizar seu início e
progressão.
Estrias
• Decorrem do rápido aumento do volume da pele.
• É importante avaliar a sua coloração e a velocidade de aparecimento:
- Avermelhadas: síndrome de Cushing.
- Escurecidas: síndrome de Addison.
Obesidade
• Aumento da gordura corporal.
• Classificação:
Polidipsia
• É o aumento da ingesta hídrica diária e manifesta-se pelo aumento do número de
vezes em que a pessoa ingere líquidos.
• Em geral é patológica e pode ser causada por doenças orgânicas (diabete) ou
psicológica (polidipsia compulsiva).
Polifagia
• É o aumento da ingesta de alimentos.
Diminuição de Libido.
• É a perda do desejo sexual.
• É especialmente importante na investigação de infertilidade e/ou disfunção erétil
porque pode significar falta de ação da testosterona.
Hiperpigmentação
• Mudança da coloração da pele, tornando-se cada vez mais enegrecida.
• Alteração predominante em superfícies extensoras das extremidades e em cicatrizes
antigas.
• Está associada ao aumento de ACTH, na insuficiência adrenal primária de várias
etiologias, podendo estar presente na porfiria e na hemocromatose.
Alopecia Androgênica
• Queda de cabelos nas regiões temporais do crânio que evolui para a perda total
desde a frontal até a occipital, preservando apenas as regiões laterais do crânio.
• É característico da ação androgênica, podendo estar associada a sinais de virilização
do sexo feminino.
Tais sinais são pesquisados quando a glândula está aumentada e há suspeita de bócio
mergulhante (desvia a traquéia), e as alterações são provocadas pelo estreitamento do
limite superior do tórax que, na presença de bócio volumoso e/ou intratorácico, torna-se
mais estreito, comprimindo as estruturas vasculares e a traquéia.
3. PRINCIPAIS SÍNDROMES
ACROMEGALIA E GIGANTISMO
• Acontece quando há hipersecreção do hormônio do crescimento (GH) e denomina-
se gigantismo (crescimento linear)quando acontece no período anterior ao
fechamento das epífises de crescimento (antes dos 14 anos) e de acromegalia na
vida adulta, com crescimento exagerado de ossos e tecidos moles (cartilagem) das
extremidades.
• As principais características da doença são:
- Mãos e pés grandes associados a uma face característica (aumento da região
frontal/testa).
- Aumento do nariz e dos lábios,
- Aumento da mandíbula com queixo proeminente.
- Perdas dentárias ecefaléia.
- Pele engrossada com aumento da oleosidade e sudorese (suor) excessiva
- Aumento do diâmetro do tórax e dos genitais
- Dores articulares principalmente na coluna, quadril (bacia), joelhos e
tornozelos.
BÓCIO
• Corresponde a um conjunto de doenças da glândula tireóide que se caracterizam por
um aumento perceptível no tamanho desta glândula
• O aumento da tireóide pode se acompanhar de excesso (hipertireoidismo) ou
redução de seu funcionamento (hipotireoidismo). Estas alterações podem ser
decorrentes de doenças hereditárias (herdadas da família), auto-imunes, carência de
HIPERTIREOISIMO
• Conjunto de sinais e sintomas decorrentes do excesso de hormônios da tireóide.
• Causas: mais comum é a doença de Graves (bócio difuso tóxico), doença de
Plummer (bócio multinodular tóxico), hipertoreoidismo induzido por iodo (Jod-
Basedow), neo produtora de TSH...
• Paciente tem hipermetabolismo: palpitações, nervosismo, cansaço, intolerância ao
calor (sente mais calor que os outros), emagrecimento com apetite normal ou
aumentado, agitação, ansiedade, tremores, sudorese excessiva, onicólise (unhas de
Plummer - retração do leito ungueal), bócio difuso, pele lisa, quente e úmida (pode
ter eritema palmar), taquicardia, taquipnéia, aumento da PA, sopro com frêmito,
tremor fino de extremidades, hiper-reflexia, aumento das evacuações, fraqueza
muscular, cabelos finos e sedosos, irregularidade menstrual.
• Sinais: O exame físico reflete a tireotoxicose. A exoftalmia com um aspecto de
olhos esbugalhados é clássica e característica, o que faz o clínico fazer o diagnóstico
à distância. O olhar tireoidiano fixo resulta da retração da palbebra superior,
produzindo um alargamento da fissura palpebral. Outros sinais são, a pele é lisa
úmida e quente, o eritema palmar é comum, o mesmo ocorre com um rubor sobre o
tórax e os ombros.O cabelo pode ficar fino e sedoso. Tremores nas mãos é
identificado mais facilmente com as mãos extendidas. .Mais de 90 % dos pacientes
apresentarm taquicardia. O aspecto da glândula tireoidiana é de aumento do volume,
em geral simétrico e difuso, daí ser também denominada de também de Bócio
Difuso Tóxico.
Pacientes com Graves: olhar fixo (paralisia da musc. extrínseca ocular), atraso
palpebral para acompanhar o movimento ocular, exolftalmia, olhos “saltados”, retração
palpebral (vemos branco do olho superior e inferior), mixedema pré-tibial (dermopatia
de Gaves, que é um infiltrado subcutâneo espessado, endurecido, violáceo, elevado,
seco, não-pruriginoso e áspero, como casca de laranja).
HIPOTIREOIDISMO
• Conjunto de sinais e sintomas decorrentes da diminuição dos hormônios da tireóide.
• A falta de ação de hormônio tereoidiano, pode ser 1ª (deficiência de iodo, tireoidite
de Hashimoto – mais comum), 2ª (hipófise) ou 3ª (hipotálamo). Pode ser subclínica
ou franca (mixedema).
SÍNDROME DE CUSHING
• Conjunto de sinais e sintomas do excesso da cortisona (um dos hormônios
produzidos pela glândula supra-renal). Esse excesso hormonal pode ser provocado
por hormônios sintéticos (exógenos) ou por doenças envolvendo a glândula supra-
renal e a hipófise.
• Os principais sintomas são:
- Aumento de peso, com a gordura se depositando no tronco e no pescoço,
preenchendo a região acima da clavícula e a parte detrás do pescoço, local onde se
forma um importante acúmulo denominado de "giba". A gordura também se deposita no
rosto, na região malar ("maçãs do rosto"), onde a pele fica também avermelhada,
formando-se uma face que é conhecida como de "lua-cheia".
- Afilamento dos braços e das pernas com diminuição da musculatura, e,
conseqüente, fraqueza muscular que se manifesta principalmente quando o paciente
caminha ou sobe escadas.
- A pele vai se tornando fina e frágil, fazendo com que surjam hematomas sem o
paciente notar que bateu ou contundiu o local.
- Sintomas gerais como fraqueza, cansaço fácil, nervosismo, insônia e labilidade
emocional também podem ocorrer. Nas mulheres são muito freqüentes as alterações
menstruais e o surgimento de pêlos corporais na face, no tórax, abdômen e nos braços e
pernas.
- Como grande parte dos pacientes desenvolve hipertensão arterial e diabetes,
podem surgir sintomas associados ao aumento da glicose e da pressão arterial tais como
dor de cabeça, sede exagerada, aumento do volume urinário, aumento do apetite e visão
borrada.
- No abdômen e no tórax podem ser observadas estrias de cor avermelhada e
violeta, algumas vezes com vários centímetros de largura. Algumas pessoas apresentam
também pedras nos rins e conseqüentemente cólica renal. A osteoporose é freqüente,
provocando dores na coluna e às vezes fraturas nos braços, pernas e na coluna.
DOENÇA DE ADDISON
• Insuficiência adrenal primária.
• Doença caracterizada pela produção insuficiente dos hormônios da glândula supra-
renal ou adrenal (glândula situada acima do rim) que apresenta um quadro clínico
bastante característico.
• Pode ser provocada por várias causas, sendo as principais a doença auto-imune
(adrenalite auto-imune), as doenças infecciosas granulomatosas como a tuberculose
e a blastomicose e as doenças neoplásicas. Em pacientes imunodeprimidos, como os
portadores de AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), pode ser devida a
infecções por citomegalovírus e fungos
• Há fraqueza/astenia, náuseas, vômitos, anorexia, perda de peso, magreza,
hiperpigmentação em áreas expostas, mucosa oral e cicatrizes, hipotensão postural,
desidratação. Crise de Addison:estresse severo ou retirada de corticóide em pctes
com ins. adrenal, piorando os sintomas, podendo levar a choque e coma. Trata-se
injetando cortisona.
HIRSUTISMO
● Definido como o crescimento excessivo de pêlos terminais na mulherr, em áeras
anatômicas características de distribuição masculina.
● Pode manifestar-se como queixa isolada, ou como parte de um quadro clínico mais
florido, acompanhado de outros sinais de hiperandrogenismo, distúrbios menstruais e/ou
infertilidade, ou ainda alterações metabólicas relacionadas com
hiperinsulinemia/resistênsia insulínica
● Decorre da ação dos androgênios sobre a pele e depende de vários
fatores correlacionados: níveis de androgênios e da SHBG e conseqüente relação
hormônio livre/hormônio ligado, grau de sensibilidade cutânea aos androgênios,
capacidade de conversão de androgênios em estrogênios e outras interconversões entre
esteróide. Pode ser classificado em duas categorias:
a) associado a uma hiperprodução glandular de androgênios pelos ovários e/ou
suprarenais ou;
b) decorrente de uma hiperutilização isolada dos androgênios circulantes pelo
folículo pilo-sebáceo, correspondendo ao hirsutismo dito “idiopático”.
● A causa mais freqüente do hirsutismo de origem glandular é a síndrome dos ovários
policísticos. A hiperplasia adrenal congênita forma não clássica (HAC-NC) por
deficiência da 21-hidroxilase é a causa mais freqüente de hirsutismo de origem
adrenal, embora sua prevalência, entre mulheres hirsutas como um todo, seja
relativamente baixa. Outras causas menos freqüentes são a síndrome de Cushing e os
tumores virilizantes, ovarianos ou adrenais.
PAN-HIPOPITUITARISMO
• Deficiência de 2 ou + hormônios hipofisários.
Artrite e Sinovite
• Artrite: inflamação em algum dos componentes da estrutura articular (cartilagem
articular, osso subcondral ou membrana sinovial).
• Sinovite: inflamação da membrana sinovial e, geralemnete, se manifesta por rubor,
edema, calor, limitações do movimento e dor. A sinovite é qualificada como
fibrinosa, gonorréica, hiperplástica, lipomatosa, metrítica, puerperal, reumática,
escarlatínica, sifilítica, tuberculosa, uretral etc.
Crepitação
• É o atrito audível ou palpável durante o movimento.
- Crepitações finas: artrite crônica, como conseqüência da erosões e formação de
tecido de granulações.
- Crepitações grosseiras: ocorrem por artropatias, inflamatórias ou não, em
estágios mais tardios.
• Estalos isolados são ruídos normais provocados por deslizamentos de tendões ou
ligamentos sobre superfícies ósseas.
Entesite
• Inflamação das enteses, que são as inserções dos tendões nos ossos.
• Caracteristicamente, ocorrem com as EASs, acometendo o tendão de Aquiles, a
inserção da fáscia plantar, a inserção do ligamento patelar e outros.
Fenômeno de Raynaud
• É a sensação de frio ou de dor acompanhada de mudanças da coloração das mãos e
dos pés desencadeada por temperaturas baixas ou estresse emocional. O fenômeno
completo possui três fases: palidez (espasmos de arteríolas pré-capilares), cianose e
eritema (reversão do vasoespasmo)
Fraqueza
• É a incapacidade de movimento ocasionado pela perda de força muscular. Pode ser
decorrente de doenças articulares de longa duração, miopatias ou neuropatias. Nas
miopatias inflamatórias, a fraqueza tem distribuição proximal.
Rigidez Articular
• É o desconforto ou a restrição ao iniciar o movimento após período de repouso de
pelo menos 1 a 2 horas. Os sintomas são mais marcados após o repouso noturno
(rigidez matinal).
• Nos quadros inflamatórios essa rigidez costuma durar mais do que 45 minutos,
enquanto, na ausência de inflamação, é fugaz (menos de 30 minutos).
• Melhora com o aumento da temperatura, como em duchas quentes.
Sinal da Flecha
• Utilizado em pacientes com espondilite anquilosante (EA). Consiste na
incapacidade de encostar o occipito na parede, quando o paciente está em pé com os
calcanhares junto a mesma.
• Indica o grau de limitação da extensão da coluna vertebral.
Sinal da Gaveta
• Paciente em decúbito dorsal com os joelhos flexionados a 90°, os pés devem ser
fixados com o examinador sentados sobre eles. A partir daí tenta-se tracionar a tíbia
contra anteriormente.
• Se o deslocamento for desproporcional com relação ao joelho contralateral, o teste é
positivo e indica lesão do ligamento cruzado anterior.
2. ROTEIRO DO EXAME
• Etapas básicas do exame: inspeção, palpação e movimentação (passiva ou ativa).
• Comparara segmentos homólogos.
• Palpação: consistência, forma, localização, tamanho, relação com tecidos moles.
• Exames Complementares: RX convencional, biópsia, laboratoriais, tomografia
computadorizada, ressonância magnética, cintilografia óssea, densitometria óssea,
mielograma.
Paciente em Pé
• Observação da marcha: simetria, balanço de pernas e braços, apoio dos pés
• Inspeção anterior: volume do quadríceps normal e simétrico, volume e alinhamento
dos joelhos normais, hálux alinhado e arcos plantares com ângulos preservados.
• Inspeção lateral: lordose cervical e lombar e cifose dorsal normais.
• Inspeção posterior: ausência de desvio lateral da coluna (escoliose), músculos da
cintura escapular, paravertebrais e glúteos normais e simétricos, cristas ilíacas
preservadas, ausência de aumento poplíteo ou calcâneo.
• Observar amplitude da flexão lombar anterior, sem fletir joelhos (observara
distância da ponta dos dedos até o chão).
• Observara amplitude de flexão lombar lateral, correndo os dedos em direção aos
joelhos (ângulo normal 30º).
Paciente Deitado
• Abdução (ângulo normal 25º) e adução (ângulo normal: 40º) passiva do quadril.
• Flexão passiva do quadril (ângulo normal ate 120º, dependendo da idade).
• Flexão passiva dos joelhos (até 130º); a extensão completa é observada pela
ausência de espaço entre a maca e a fossa poplítea.
• Flexão (15º) e extensão (35º) passiva dos tornozelos.
• Eversão (20º) e inversão (35º) passiva subtalares.
• Rotação passiva do antepé (35º).
Músculos
• Sinais e Sintomas: fraqueza muscular, tipo de marcha, atrofia muscular, dor, cãibras,
espasmos musculares, fasciculações.
• Exame Físico:
- Inspeção estática
- Inspeção dinâmica
- Palpação
- Exame dinâmico da força muscular
• Exame dinâmico da força muscular:
- Marcha e atitude: normal, impossível, anserina, lordose lombar, joelhos em
extensão forçada, pés caídos.
- Levantar do solo: normal, impossível, levantar miopático.
- Levantar da cadeira: normal, impossível, uso das mãos como suporte.
- Cintura pélvica e MMII: anda e sobe escada com/sem ajuda; anda, levanda e
não sobe escada; anda e não levanta e não sobe escada; anda com aparelho; fica em pé
com aparelho; cadeira de rodas; acamado.
4. TESTES E MANOBRAS
5. PRINCIPAIS SÍNDROMES
FEBRE REUMÁTICA
• Considerada uma complicação tardia de uma infecção por uma bactéria chamada de
estreptococo. Esse tipo de infecção é muito comum, mas a doença apenas se dá em
indivíduos predispostos para tal complicação. O quadro, que inicia cerca de 1 a 3
semanas após a infecção.
• O quadro clínico clássico consiste em uma criança que teve um quadro de
amigdalite ( dor de garganta, febre) e que cerca de 15 dias após a infecção, inicia
com dores articulares acompanhadas de sinais de inflamação (inchaço, calor,
vermelhidão local e incapacidade de utilizar a articulação pela dor) em geral em
punhos, tornozelos e joelhos aparecendo num padrão "migratório", ou seja, a dor e
os sinais de inflamação "pulam" de uma articulação para a outra. Também nessa
fase, podem aparecer manifestações cardíacas como falta de ar, cansaço e sopro
cardíaco, mas em geral o acometimento cardíaco se dá de forma pouco expressiva.
• Outro local de acometimento é o Sistema Nervoso Central, ocorrendo o
aparecimento de coréia, ou seja, o surgimento de movimentos descoordenados,
involuntários e sem finalidade acometendo braços ou pernas unilateral ou
bilateralmente.
ARTRITE REUMATÓIDE
• Artrite reumatóide (AR) é uma doença crônica de causa desconhecida. A
característica principal é a inflamação articular persistente mas há casos em que
outros órgãos são comprometidos.
• A forma mais freqüente de início da doença é artrite simétrica (por exemplo: os dois
punhos, os dedos das duas mãos) e aditiva (as primeiras articulações comprometidas
TENDINITE
• É uma inflamação dos tendões. O inchaço causado pela inflamação aperta os
tendões e nervos, causando as dores. O tendão, ou até mesmo músculo, fica
tensionado (motivo das dores quando em repouso). Isso tudo estressa-o,
promovendo as lesões no tecido. A circulação é afeta também, o inchaço impede o
fluxo normal de sangue, e com ele nutrientes, sais mineirais e trocas gasosas.
LOMBALGIA
• A lombalgia é a dor, que pode ser aguda ou crônica, nas regiões lombares inferiores
e afeta a maioria das pessoas em algum estágio da vida.
• Uma lombalgia aguda pode ser causada por evento traumático, como acidente de
carro ou queda. Ela aparece subitamente e a pessoa geralmente é capaz de identificar
o que aconteceu. Nos casos de lombalgia aguda as estruturas danificadas geralmente
são os tecidos moles como músculos, ligamentos e tendões. No caso de acidente
grave, fraturas vertebrais na espinha lombar podem ocorrer.
• Lombalgia crônica ocorre por um longo período de tempo e tem como causas mais
comuns: osteoartrite, artrite reumatóide, tumores (incluindo câncer), degeneração
dos discos entre a vértebra ou hérnia no disco lombar.
FIBROMIALGIA
• Fibromialgia caracteriza-se por dor muscular e tendinosa difusa crônica em pontos
dolorosos de localização anatômica específica.
• Sintomas são: dor generalizada, fadiga, sono superficial e não reparador (desperta
mais cansado do que quando deitou à noite), depressão, ansiedade, dor de cabeça,
dormência de mãos e pés e dor abdominal com períodos de prisão de ventre
intercalados com diarréia.
• Em nenhum momento haverá inflamação ou deformidade nas articulações e os
movimentos não estão limitados.
• A causa e os mecanismos que provocam fibromialgia não estão perfeitamente
esclarecidos. Não há nenhuma evidência concreta de que possa ser transmitida nem
se verifica maior prevalência em familiares. Diminuição de serotonina e outros
neurotransmissores provocam maior sensibilidade aos estímulos dolorosos e podem
estar implicados na diminuição do fluxo de sangue que ocorre nos músculos e
tecidos superficiais encontrados na fibromialgia.
Testes Específicos
• Teste de Buerger: palidez à elevação a 45° e hiperemia ao baixar o membro indica
isquemia crônica.
• Teste de Allen: para verificar a irrigação das artérias radial e ulnar, solicitar ao
paciente que abra e feche a mão algumas vezes e liberar uma artéria de cada vez,
observando a coloração da palma da mão.
• Manobras de Adson, costoclavicular e hiperabdução: para avaliar a compressão
da artéria subclávia na síndrome do desfiladeiro torácico.
4. PRINCIPAIS SÍNDROMES
TROMBOFLEBITES
Superficiais
• Sinais e Sintomas: cordão vermelho azulado endurecido, processo local com sinais
flogísticos; dor espontânea ou à palpação; impotência funcional.
Profunda
• Predisposição: grandes cirurgias, insuficiência cardíaca congestiva, obesidade,
anemias, gravidez, período prolongado no leito, fraturas, varizes, anticoncepcionais,
trauma, neoplasias.
• Sintomas gerais: disúria; febre; taquicardia; indisposição geral; tenesmo retal.
• Sintomas regionais: dor profunda na panturrilha; edema do membro; sensação de
peso no membro; impotência funcional; distensão das veias superficiais; cianose;
temperatura aumentada no membro; prova do manguito; Sinal de Homans (dorso
flexão dolorosa do pé); Sinal da Bandeira (aumento da tensão no músculo
gastrocnêmio e não balanço da massa muscular da panturrilha)
• Tratamento: manter paciente em repouso, evitar massagens para não liberar
trombos, haparinizações para evitar aumento do trombo.
VARIZES
• Causas primárias: fatores genéticos, gravidez
• Causas secundárias: tromboflebite profunda, fístula artério-venosa
• Sintomas: sensação de peso e cansaço nos membros; piora em pés; dor melhora com
elevação dos membros inferiores; piora em dias quentes e ao final do dia; edema no
final do dia; aparecimento de botão varicoso (zona de maior pressão)
• Complicações: complexo varicoso (varizes, botão varicoso, dermatite ocreo-
púrpurea formando tatuagem, edema linfático crônico); erisipela (complexo
varicosos, úlceras mediais e terço inferior da perna, edema com infecção por
Staphylococcus).
SÍNDROME COMPARTIMENTAL
• A síndrome compartimental (SC) é um distúrbio onde a pressão de perfusão é menor
que a pressão tecidual em um espaço anatômico fechado, com subseqüente
comprometimento da circulação e função daquele tecido. Os compartimentos dos
membros inferiores e o antebraço são particularmente propensos a desenvolver SC:
cerca de 45% dos casos de SC são causados por fraturas tibiais.
• Caracterizada pela parestesia, dor contínua, hipoestesia, edema e enrijecimento da
região acometida.