Você está na página 1de 5

EXMO(A). SR(A). JUIZ(A).

FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL PREVIDENCIÁRIO DE


SANTA MARIA – RS

COM PEDIDO DE TRAMITAÇÃO PREFERENCIAL

FULANO DE TAL, parte já cadastrada eletronicamente,


vem com o devido respeito perante Vossa Excelência por meio de
seus procuradores, propor

AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIO


ASSISTENCIAL AO IDOSO

contra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL


(INSS), pelos fundamentos fáticos e jurídicos que passa a expor:

1. FATOS

A parte Autora requereu, junto à Autarquia Previdenciária, a concessão de Benefício Assistencial


ao Idoso, que foi indeferido, conforme documento anexo.
Cumpre salientar que a parte Demandante contava com 65 anos de idade na data do requerimento
administrativo.
Por fim, afirma a parte autora que efetuou pedido de cópia do processo administrativo à Autarquia
Federal, o qual foi frustrado, pois o processo havia sido extraviado. Desta forma, foi devidamente
protocolado de forma legal o pedido de negativa que segue anexo.

Dados sobre o requerimento administrativo

1. Número do benefício XXX.XXX.XXX-X

2. Data do requerimento 06/03/2012

3. Razão do indeferimento Não enquadramento no Art. 20, § 3° da Lei 8.742/93.

2. FUNDAMENTOS JURÍDICOS

Afirma a parte Requerente que preenche todos os requisitos que autorizam a concessão do
benefício pleiteado, porquanto sua renda mensal per capita é precária, não sendo suficiente para garantir
seu sustento com dignidade. A parte Autora vive com sua esposa, sendo a renda total composta por apenas
um salário mínimo, oriundo do amparo social ao idoso, gozada pela mesma (conforme extrato de
pagamento anexo).

Neste aspecto, salienta que o requisito do limite da renda, previsto no § 3º do art. 20 da Lei n.
8.742/93, não deve ser visto como uma limitação dos meios de prova da condição de miserabilidade da
família do idoso, mas sim, apenas como um parâmetro, sem exclusão de outros, entre eles as condições de
vida da família, devendo-se emprestar ao texto legal interpretação hermenêutica, inclusive com
inteligência analógica das leis nºs 9.533/97 e 10.689/03.

De qualquer sorte, analisando restritamente o grupo familiar conforme a LOAS, mesmo levando-
se em conta a tese de renda per capta familiar superior ao previsto no referido artigo, o que prevalece é o
fato de que a parte Demandante é submetida a viver em estado de miserabilidade.

Nesse sentido, cabe ressaltar o advento do Estatuto do Idoso, lei 10.741/2004, que, no parágrafo
único do seu artigo 34, previu a não computação do valor recebido por benefício assistencial já concedido
a outro membro familiar para o cálculo da renda per capta. Com isto, o diploma reconheceu que a renda
mínima necessária para garantir dignidade a um idoso é a de um salário mínimo, pois a interpretação da
norma leva ao entendimento lógico de que se houver um ou mais idosos no grupo familiar, cada um deles
merece receber um salário mínimo para poder manter-se dignamente.

Assim, é inevitável o raciocínio jurídico que não somente o benefício assistencial percebido por
um idoso deve ser excluído do cômputo da renda familiar per capta, mas também qualquer benefício
previdenciário que ficasse dentro de tal limite de valor, o que, diga-se de passagem, ocorre in casu, POIS
A RENDA DO GRUPO FAMILIAR DA PARTE AUTORA É DE APENAS UM SALÁRIO MÍNIMO.
Portanto, a renda autoriza o deferimento do benefício.

A pretensão da parte Autora vem amparada no art. 203, inciso V, da Constituição Federal de 1988
e demais normas aplicáveis.

3. TUTELA DE URGÊNCIA

ENTENDE A AUTORA QUE A ANÁLISE DA MEDIDA ANTECIPATÓRIA PODERÁ SER


MELHOR APRECIADA EM SENTENÇA.

A parte Requerente necessita da concessão do benefício em tela para custear a própria vida, tendo
em vista que não reúne condições de patrocinar seu sustento desenvolvendo atividades laborativas.

Vale ressaltar que os requisitos exigidos para a concessão do benefício se confundem com os
necessários para o deferimento desta medida antecipatória, motivo pelo qual, em sentença, se tornará
imperiosa a sua concessão.

Assim, após a realização da perícia pertinente ao caso, ficará claro que a parte Requerente
preenche todos os requisitos necessários para o deferimento da antecipação de tutela, tendo em vista que o
laudo socioeconômico fará prova inequívoca do estado de miserabilidade, tornando, assim, todas as
alegações verossímeis. O periculum in mora se configura pelo fato de que se continuar privada do
recebimento do benefício, a parte Autora terá seu sustento prejudicado (natureza alimentar do benefício).

4. PEDIDO

FACE AO EXPOSTO, requer a Vossa Excelência:


1) A concessão do benefício da assistência judiciária gratuita, por ser a Autora pobre na acepção legal do
termo;

2) O recebimento e o deferimento da presente peça inaugural, bem como a concessão de prioridade na


tramitação, com fulcro no art. 71 da lei 10.741/03 (Estatuto do Idoso), tendo em vista que a Autora
conta com mais de 60 anos;

3) A citação do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, para, querendo, apresentar contestação no
prazo legal;

4) A produção de todos os meios de prova, principalmente a documental e a pericial;

5) O deferimento da antecipação de tutela, com a apreciação do pedido de implantação do benefício em


sentença;

6) O julgamento da demanda com total procedência, condenando o INSS a conceder o benefício


assistencial à Autora, pagando as parcelas vencidas (a partir do requerimento administrativo) e
vincendas, monetariamente corrigidas desde o respectivo vencimento e acrescidas de juros legais e
moratórios, incidentes até a data do efetivo pagamento.

N.T.P.D

Dá à causa o valor1 de R$ 11.693,60.

Santa Maria, 08 de outubro de 2012.

XXXXXXXXXXXXXX

1
Valor da causa = 12 parcelas vincendas (R$ 7.464,00) + parcelas vencidas (R$ 4.229,60) = R$ 11.693,60.

Você também pode gostar