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Psicopatologia do Adulto

Mestrado Integrado em Psicologia Clínica

Capítulo 4: Teorias Cognitivas das Alterações Emocionais

Docente: Victor Cláudio

Discentes:

Afonso Carlos Dinis Rocha Pereira (25371)

Cristiana Alves (24956)

Fábio Nóbrega Freitas (25146)

Turma 3

Ano Lectivo:2016/2017
Índice:

Introdução …………………………………………………………………….... p. 3

1. Teoria do Desamparo Aprendido (Seligman)………………………………... p. 4

2. Teoria do Desamparo Aprendido Reformulada …………………………….. pp. 4-6

3. Teoria da Desesperança ……………………………………………………... pp .6-7

4. Teoria de Beck ……………………………………………………………… pp. 7-12

5. Adaptação da teoria cognitiva ao pânico de David Clark (1986) ………….. pp. 12-13

6. Williams, Watts, Macleod, and Mathews (1988, 1997) – Modelo da Ansiedade e


Depressão ……………………………………………………………………... pp. 13-16

7. Teasdale and Barnard ……………………………………………………… pp. 16-17

8. Teorias Socio-Cognitivas …………………………………………………... p.17-18


9. Teoria do Processamento Emocional ……………………………………… pp.18
10. Referência Bibliográfica …………………………………………………. p.19
11. Anexos …………………………………………………………………… pp.20-22

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Introdução

Serão as emoções em si normais ou serão elas próprias distúrbios/desordenadas?


Várias teorias cognitivas sobre as emoções tomam como princípio que as emoções são
em si, desordenadas. Estas teorias focam-se essencialmente (para termos de eficiência e
contrariamente às teorias das emoções normais) na depressão e nas emoções a si
associadas. Infelizmente, as teorias das emoções desordenadas não se parecem conciliar
com as teorias das emoções normais, ainda assim, teorias mais recentes corroboram a
possível veracidade das teorias das emoções desordenadas.

As várias teorias que serão apresentadas (escolhidas pelo seu potencial de


ampliação a outras áreas) apresentam o problema contrário das teorias das emoções
normais “Que consideração têm pelas emoções normais”? Serão as emoções
desorganizadas simplesmente determinadas por uma quantidade maior de uma
determinada emoção que perdura mais tempo no tempo?
Ou será que a desordem inclui algum factor adicional - não presente na forma normal?
Em resposta a estas perguntas, a maioria das teorias que abordaremos consideram
Modelos de “diathesis–stress”. Isto é, muitas das teorias identificam um factor de
vulnerabilidade ao longo do tempo, como um estímulo atributivo particular ou como
esquemas disfuncionais de um grupo X, ou ainda, qualquer outro que num contexto
apropriado leva á desordem emocional em questão.

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1. Teoria do Desamparo Aprendido (Seligman)

A proposta original: começa em laboratório com cães – os cães eram colocados


numa caixa de transporte, que era desenhada para que em algumas ocasiões os cães
conseguissem trespassar para o outro lado da caixa, e noutras ocasiões uma barreira era
colocada para que não fosse possível trespassar de um lado para o outro. Se os cães
experienciassem um choque inescapável por um número significante de tentativas,
falhariam em escapar de choques subsequentes, mesmo quando era possível trespassar.
A esta condição nomeia-se “Desamparo Aprendido” – Condição que se desejava
extrapolar para os humanos nomeadamente quanto à depressão, no entanto tal não foi
possível. Um sujeito que durante a infância tenha recebido reforços não contingentes,
poderá vir a perceber o mundo de forma incontrolável, ainda que a realidade permita o
controlo sobre os reforços.

A teoria não foi corroborada tanto pelas experimentações em humanos como


ainda pela observação de que os cães se tornariam com o tempo menos desamparados,
para além disso, suscita-se a sugestão de Seligman, que refere que a depressão poderia
surgir simplesmente pela introdução da diferença que por si é incongruente, por outras
palavras, uma criança que tenha tido reforços não contingentes na sua infância, quando
confrontada com a realidade do mundo pode deprimir-se simplesmente porque os
reforços não são contingentes. Assim foi necessário uma reformulação.

2. Teoria do Desamparo Aprendido Reformulada

Abramson et al. acrescentaram à Teoria do Desamparo Aprendido a teoria da


Atribuição de Weiner, que assim se reformula: ainda que o desamparo continue a ser
visto como algo que é suscitado pela ausência de controlo, os efeitos subsequentes são
agora vistos como ambos dependentes do tipo e importância do evento experienciado
bem como a explicação causal que o indivíduo encontra.

A essa explicação considera-se o foco em duas dimensões: interno-externo ou


"locus", isto é, se a causa é vista como responsabilidade do indivíduo (interno) ou se é
vista como responsabilidade do mundo exterior, como outras pessoas ou circunstâncias;
e estável-instável, isto é, se a causa é devida a algo que se repercutirá em eventos
semelhantes no futuro.

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Abramson et al. acrescentou ainda uma outra dimensão: global-específica, ou
seja, se a causa influência apenas uma área da vida do indivíduo ou se influência em
várias áreas. A combinação destas três dimensões fez surgir a proposta de que os défices
emocionais, motivacionais e cognitivos observados na depressão poderiam ser
explicados por um conjunto particular de atribuições após a ocorrência de um evento
negativo.

Assim o factor crucial de vulnerabilidade para a depressão (identificado por


Abramson et al.) é o tipo de atribuições internas-estáveis-globais que o indivíduo faz,
(por exemplo, devido à sua personalidade) para as causas de eventos negativos e as
atribuições externas-instáveis-específicas, (por exemplo, devido à sorte) para eventos
positivos. Ou seja, uma atribuição interna para um evento negativo será vista como
redutora da auto-estima, (especialmente se, por comparação social, outros indivíduos
tenham sido percebidos como desamparados na mesma situação ("desamparo pessoal").
Sendo ainda que as atribuições estáveis e globais quanto a eventos negativos são vistas
como impulsionadoras (respectivamente) da cronicidade e da generalização dos deficits
observados em indivíduos deprimidos. (cf. Anexo A)

O problema gira em torno do que se considera "apoio" para a teoria. Estudos


(baseados em questionários de correlações entre os níveis de depressão e o tipo de estilo
atributivo) tendem a apoiar a proposta de que as atribuições internas-estáveis-globais
são mais comumente associadas a maiores “scores” de depressão e, possivelmente, que
esse tipo de estilo atributivo pode retardar a recuperação da depressão (Hammen,
Krantz, & Cochran, 1981). Não obstante a proposta de que os indivíduos propensos à
depressão têm um estilo atributivo negativo pré-existente que os conduz ao início da
depressão face a eventos negativos (por exemplo, Coyne & Gotlib, 1983, Gotlib &
Abramson, 1999).

Uma crítica que pode ser feita a esta proposta reformulada é o modo como as
atribuições são medidas em muitos dos seus estudos, por exemplo, os sujeitos podem
possuir atribuições "duplas" - atribuições explícitas que formam a base das respostas à
medida do questionário e atribuições implícitas que são evidenciadas mais facilmente
por medidas indirectas adequadas. Mas, sendo assim, é possível que as tendências
depressígenas de atribuição implícitas não sejam detectadas pelo questionário de rotina,
isto é, uma pessoa pode estar muito deprimida, mas sem demonstrar indícios de

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depressão no questionário. Para além disso o foco excessivo da teoria nas causas dos
eventos, parece ignorar o fato de que uma série de outros fatores, incluindo as
consequências dos eventos que são pelo menos igualmente importantes na resposta
individual (Hammen & Cochran, 1981).

Ainda assim, as consequências dos eventos podem ser facilmente tratadas e o


seu impacto diminuído se o sujeito perceber os recursos disponíveis de enfrentamento
como suficientes, pelo contrário, se o sujeito perceber que os recursos de enfrentamento
disponíveis são insuficientes, a situação pode ser visto como esmagadora (Lázaro, 1966,
1991).

Em suma, embora que o vasto leque de situações hipotéticas medidas pelo


Questionário de Estilo Atributivo (Peterson et al., 1982) possa demonstrar um viés em
direcção a um padrão atributivo particular, os eventos do mundo real (a menos que
sejam suficientemente ambíguos) podem anular completamente o estilo individual
atributivo. Por exemplo, a mãe de um filho que faleceu a tiro pode culpar as armas
(entre outros) pela morte do filho, em vez de se culpabilizar a si própria (isto é, uma
atribuição externa); a mãe pode ainda acreditar ou esperar que (no futuro) as armas não
desempenharam qualquer tipo de função adicional na sua vida (isto é, uma atribuição
instável). No entanto, a mãe ainda pode ficar deprimida devido à perda de seu marido.
Portanto a ligação entre o estilo atributivo/explicativo e a emoção podem ser pouco
correlacionados e não causais.

3. Teoria da Desesperança

Os problemas com a teoria reformulada do desamparo aprendido levaram a uma


segunda reformulação: a teoria da desesperança (Abramson et al., 1988, 1989). A teoria
da desesperança foi colocada directamente dentro da estrutura da terapia cognitiva de
Beck. Far-se-á uma breve síntese da teoria que focalizará as diferenças da primeira
reformulação.

Sempre foi problemático o facto de que os sujeitos deprimidos parecessem


culpabilizar-se por eventos que, de acordo com a Teoria do Desamparo Aprendido,
deveriam percepcionar como incontroláveis (Peterson, 1979). A teoria da desesperança
resolveu essa contradição aparente: ao questionar a necessidade de incontrolabilidade
percebida. Assim uma das principais diferenças entre as teorias do Desamparo e da

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Desesperança é que a desesperança requer apenas a ocorrência de eventos negativos ao
invés de eventos incontroláveis; sendo que a segunda diferença é de que o resultado
principal é a desesperança e não o desamparo - uma mudança que não deixa de enfatizar
o papel da falta de controlo em si, mas que coloca a ênfase na negatividade percebida
(cf. Anexo B).

Esta teoria trouxe ainda alguns ajustes nas combinações das dimensões
atributivas e suas consequências; a baixa auto-estima é agora vista como derivada de um
estilo atributivo global-interno-estável, e não somente de um estilo interno, enquanto
uma combinação de estabilidade e globalidade é vista como promovendo a generalidade
e cronicidade dos défices depressivos.

Por fim, uma restrição adicional da teoria foi induzida na Teoria, a qual pretende
a aplicação apenas a um subtipo de depressão que tem sido nomenclada como
"depressão sem esperança" (Abramson et al., 2002). O apoio a esse papel de
desesperança advém primeiramente da literatura sobre terapia cognitiva, a abordagem
que abordaremos a seguir.

4. Terapia Cognitiva de Beck

O foco original da Teoria de Beck era a depressão (Beck, 2005), este foco tem
sido gradualmente ampliado e agora inclui contribuições para a teoria e tratamento da
ansiedade (Beck & Emery,1985), distúrbios de personalidade (Beck, Freeman e Davis,
2004), vícios (Wright, Beck, Newman e Liese, 1993), esquizofrenia (Beck &
Rector,2005) e distúrbios bipolares (Newman et al.,2012).

Nas versões originais da teoria existia um modelo simples entre a cognição e


emoção, que afirmava que a cognição causava a emoção. Contudo, Beck mais
recentemente voltou atrás no seu modelo e diz que a cognição não é a causa dos
distúrbios emocionais, mas sim parte de um conjunto de mecanismos interactivos que
incluem o biológico, o psicológico e os factores sociais. Outros terapeutas cognitivos,
como por exemplo o Clark (1986) com a abordagem ao pânico que irei falar mais á
frente, têm defendido uma relação circular entre a cognição e a emoção em vez de uma
simples linearidade.

Existem duas componentes principais no Modelo de Depressão de Beck (2005):


a primeira foca-se nos tipos de estruturas cognitivas que estão por detrás das emoções e

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a segunda foca-se nos tipos de processos cognitivos que estão envolvidos no início e
que mantêm os distúrbios emocionais. Para Beck, existe uma experiência inicial (como
por exemplo, críticas e rejeição dos pais) que leva á formulação de suposições
disfuncionais (por exemplo, se eu não for amada eu não valho nada), onde depois
poderá ocorrer um incidente crítico (por exemplo, a perda de alguém) que irá activar
essa mesma suposição que conduzirá aos pensamentos negativos automáticos e
consequentemente á depressão (cf. Anexo C).

A terapia cognitiva foca-se nos esquemas, em termos de representação de


conhecimento. No uso do termo de Beck, os esquemas são vistos como unidades que
são organizados pela memória, pensamento e percepção. Citando Kovacs & Beck
(1978,p.526): “Estruturas cognitivas ou esquemas … são características relativamente
duradoras da organização cognitiva de uma pessoa. São representações organizadas de
experiências prévias … Um esquema permite que uma pessoa visualize, codifique e
avalie toda uma gama de estímulos internos ou externos e decida sobre a acção a tomar.
Os esquemas englobam sistemas para classificar estímulos que vão desde configurações
perceptuais simples a processos de raciocínio mais complexos.”

Estes esquemas são derivados de experiências passadas, como por exemplo a


relação com os pais, sendo que não são representações passivas dessa experiência. Em
vez disso, eles vão além da informação actual, ou seja, uma parte da activação do
esquema leva á activação do esquema global. Por exemplo se fosse dado uma imagem
de uma casa ou uma descrição, um “esquema de uma casa” seria activado, onde se iriam
incluir algumas características “padrão”, como janelas, portas, uma chaminé, paredes,
etc., mesmo que estas não tivessem sido explicitadas na descrição original. Portanto,
podemos transpor isto para as relações interpessoais, para papéis e objectivos
importantes, onde os esquemas podem também ser activados de maneira semelhante.
Assim a padronização de esquemas do Self e de outros esquemas significativos, que se
baseiam em experiências passadas, fornecem o ponto de partida a partir do qual as
relações/experiências actuais são vistas.

Beck argumentou que certos grupos com esquemas disfuncionais têm


características específicas. Por exemplo em relação à depressão, Beck et al. (1979)
propôs que os esquemas refletem, em parte, uma “tríade cognitiva” que focaliza visões
negativas do Self, do mundo e do futuro. Contudo, Haaga, Dyck e Ernst (1991) dizem

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que a “tríade cognitiva” foca-se no Self em relação aos aspectos negativos do mundo e
do futuro, em vez de ser o mundo e o futuro de um modo geral.

Beck (1983) sugeriu ainda que os indivíduos propensos á depressão podem ser
divididos em dois tipos: os denominados indivíduos “sociotrópicos” cujas crenças
disfuncionais estão centradas em questões de dependência em relação aos outros e os
indivíduos “autónomos” que são altamente orientados para os objectivos e que se
distanciam dos outros.

Beck propôs que entre episódios de transtornos emocionais, como a depressão


ou ansiedade, os esquemas disfuncionais permanecem adormecidos e inactivos e apenas
se tornam activos quando ocorrem incidentes críticos. No entanto, parece improvável
que as preocupações importantes se tornem inactivas: que quando o indivíduo está bem
não está preocupado com questões como a falha e rejeição, sobre o sucesso, o amor e a
admiração.

Uma possível alternativa é que os esquemas disfuncionais permanecem ativos


mas durante a recuperação do individuo, ele consegue inibir os resultados de tal
processamento. Os autores do livro também argumentam que pode ser um erro focalizar
na avaliação a disfuncionalidade global e apresentaram evidências preliminares de que
pelo menos alguns esquemas disfuncionais fundamentais, especialmente os centrados
em questões de dependência, podem permanecer elevados mesmo durante a recuperação
completa da depressão (Lam, Green , Power, & amp; Checkley, 1996, Power, Duggan,
Lee, & Murray, 1995). Uma segunda possibilidade é que a visão tradicional dos
esquemas que é incorporada na terapia cognitiva é muito simplista para capturar o tipo
necessário de sistema de representação de alto-nível nos sistemas de cognição-emoção.
Teasdale e Barnard (1993; Teasdale,1999) argumentam que um sistema de
representação híbrido denominado de “modelos esquemáticos” fornece uma
complexidade dinâmica, em que os esquemas centrais não precisam ser considerados
“latentes” entre episódios de depressão.

Até agora tivemos a falar da primeira componente, isto é, sobre os tipos de


estruturas cognitivas que estão por detrás das emoções. Agora, iremos abordar a
segunda componente principal da terapia cognitiva de Beck. Ainda se lembram qual é?
Concentra-se nos processos cognitivos que estão envolvidos no início e que mantêm os
distúrbios emocionais. A activação dos esquemas disfuncionais produz pensamentos

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negativos automáticos em que o individuo acredita (por exemplo, “eu não valho nada”
ou “eu não sou amado”). Ao contrário dos indivíduos saudáveis que conseguem por de
lado estes pensamentos, as pessoas com depressão procuram de facto mais evidências
que apoiem os seus pensamentos e crenças negativas. Nesta procura de evidências pode-
se incluir as tais distorções lógicas do pensamento que Beck delineou sendo que estas
incluem a ampliação (por exemplo, do material negativo relacionado com o self), a
minimização (por exemplo, do material positivo relacionado com o self) e a
personalização (por exemplo, assumir a culpa por algo negativo). O resultado destes
processos distorcidos, em combinação com outros aspectos como a memória, é o que
mantém uma visão negativa do Self e, consequentemente, o indivíduo permanece
deprimido.

Dois pontos principais que os autores do livro levantaram sobre a visão dos
processos cognitivos são que primeiro, esta abordagem implica que o pensamento
normal é lógico e racional e segundo que apresenta uma concepção do Self deprimido
como monolítico e negativo.

Tendo em conta o primeiro ponto, se o pensamento normal é ou não lógico e


racional (na verdade, se ele pode ser verdadeiramente lógico e racional) é uma questão
que não está resolvida. Assim, existem inúmeras demonstrações que variam e inúmeros
tipos de distorções que afectam o pensamento normal.

Num estudo clássico de Wason & Johnson-Laird (1968), foi apresentado aos
participantes uma sequência “ 2 4 6 …” e pediram aos participantes para elaborar qual
era a regra subjacente. A maioria das pessoas começou a afirmar que a regra era “o
aumento dos números de 2 em 2”. Só depois de muitas tentativas falhadas alguns
perceberam que os exemplos eram muito mais informativos. A regra correcta era que
“os números aumentavam em tamanho” e foi adivinhada por poucos participantes.

Oakhill & Johnson-Laird (1985) mostraram uma série de estudos mais


relevantes que as propostas de Beck evidenciando que as crenças anteriores interferem
no processo de raciocínio em participantes normais. Descobriram que conclusões
erróneas eram mais prováveis de serem aceites numa tarefa de raciocínio se as
conclusões concordassem com as suas crenças e conhecimentos prévios (como por
exemplo, “ algumas mulheres não são mães”) do que se as conclusões erróneas
discordassem de crenças ou conhecimentos anteriores (por exemplo, “alguns atletas não

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são saudáveis”). Exemplos como estes ilustram que o pensamento e o raciocínio normal
também revelam muitas das distorções que Beck originalmente atribuiu apenas aos
indivíduos deprimidos. Portanto, é proposto que as diferenças entre o pensamento
normal e o depressivo são menores do que o pensamento lógico versus pensamento
ilógico e ainda processos positivos versus os processos negativos.

Sugerem ainda que o chamado “realismo depressivo” (Alloy &


Abramson,1979), em que, ao contrário de Beck, foi argumentado que os indivíduos
deprimidos são mais realistas quando comparado aos indivíduos normais, pode ter a ver
com o facto de que os indivíduos deprimidos acham as descrições negativas mais
agradáveis nas tarefas de raciocínio e pensamento, parecendo assim mais realistas
quando as descrições negativas são verdadeiras, mas menos realistas quando as
descrições negativas são falsas. Ou seja, sugerem que a questão tenha sido abordada
incorrectamente, sendo apenas apresentada como de realismo ou lógica, quando deveria
ter sido considerada mais correctamente com uma aceitação de conclusões que são
compatíveis com o actual modelo dominante do Self (Power e Wykes, 1996).

O segundo ponto levantado sobre a visão de Beck dos processos cognitivos é


que deixa a impressão que a concepção do Self é “monolítica” negativa nos indivíduos
deprimidos e “monolítica” positiva em indivíduos normais (Power, de Jong, & Lloyd,
2002). A terapia cognitiva não fornece uma resposta adequada á questão de que como é
que a concepção do Self muda de negativa durante um episódio de depressão para uma
positiva durante a recuperação. Se por exemplo, a proposta de que os esquemas
negativos estão latentes entre os episódios e são somente activados durante um episódio
de depressão, os autores perguntam o que acontece aos esquemas positivos que são
activados entre os episódios. Eles são desactivados de alguma forma durante um
episódio de depressão ou permanecem activos? Se os esquemas positivos permanecem
activados, então a concepção do Self depressivo deve demonstrar elementos positivos e
negativos. Isto é, o indivíduo deprimido deve mostrar ambivalência no Self, em vez de
uma directa negatividade. De fato, vários estudos fornecem evidência de apoio para esta
proposta.

Brewin, Smith, Power e Furuham (1992) descobriram que embora os indivíduos


deprimidos se descrevessem primeiramente em termos negativos quando se perguntava
para se descreverem “agora”, eles usavam termos tanto positivos como negativos para

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se descreverem “em geral”. Wycherley (1995) relatou um efeito semelhante quando os
termos foram manipulados de mais globais para mais específicos, isto é, embora os
indivíduos deprimidos tenham dado avaliações mais negativas quando a descrição era
mais global (como por exemplo, “a minha vida é um fracasso”), eles tornaram-se mais
positivos quanto mais especifico era o item (por exemplo, “eu sou fraco no meu
trabalho”).

5. Adaptação da teoria cognitiva ao pânico de David Clark (1986)

Até agora, temos vindo a falar da terapia cognitiva em relação à depressão, mas,
para ilustrar como a abordagem pode ser alterada e aplicada a outros distúrbios
emocionais, mencionaremos brevemente o modelo cognitivo de pânico de David Clark
(1986). O tema chave na abordagem de Beck para a ansiedade (Beck & Emery, 1985) e
a aplicação da abordagem de Clark (1986) para a perturbação de pânico é que o
indivíduo é considerado predisposto á detecção de ameaça ou perigo, tanto no ambiente
externo como no interno.

Considerando a ansiedade generalizada, a percepção de perigo ou ameaça pode


variar entre uma multiplicidade de questões como a dependência, competitividade e
controle sobre si próprio e sobre os outros, no transtorno de pânico o foco primário são
as sensações corporais.

O indivíduo interpreta os sintomas da ansiedade normal como a falta de ar, o


aumento do batimento cardíaco, tonturas e perdas de controlo de forma catastrófica. Por
exemplo, um batimento cardíaco mais elevado é logo interpretado como um ataque
cardíaco ou uma tontura pode ser interpretada como um sinal de um acidente vascular
cerebral. Esta má interpretação que faz com que haja um alto nível de angústia que
origina um ataque de pânico, contudo pode também levar o indivíduo a tornar-se
hipervigilante em relação às suas sensações corporais ficando assim o indivíduo
suscetível a evitar situações ou actividades (como por exemplo, fazer exercício) que
produzem sensações semelhantes (Clark,1988). Apesar da evitação de certas situações,
todavia, a hipervigilância continuará a levar o indivíduo a detectar pequenas sensações
físicas, devido, por exemplo, o uso da cafeína, a excitação ou leve ansiedade, que levam
o indivíduo a permanecer neste ciclo vicioso.

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Uma das críticas levantadas anteriormente sobre a abordagem da terapia
cognitiva foi a de que se concentrou apenas num único nível de representação: o
esquema proposicional. Os autores do livro argumentam que, seguindo a mesma linha
de análise de significado na psicolinguística, seriam necessários dois níveis de
representação: um que era baseado na proposição e o outro reflectiria um nível mais
elevado de representação, o dos Modelos Mentais (Power & Champion, 1986). Assim,
sugerem que se a terapia apenas se focasse na veracidade de tais proposições (por
exemplo, “não valho nada”), iria provavelmente perder significados superiores do
processo. Por exemplo, o terapeuta podia persuasivamente contestar a declaração do
paciente “Eu não valho nada”, e deixar o paciente a sentir-se pior do que melhor porque
o paciente iria interpretar esta contestação como uma confirmação da sua inutilidade,
considerando o terapeuta mais inteligente. Um outro aspecto do modelo da terapia
cognitiva nas abordagens de Clark e Beck é o uso de termos como “cognitivo” e
“automático” que podem adquirir significados um pouco diferentes de quando são
usados na ciência cognitiva. Por exemplo, embora as “interpretações erróneas
(catastróficas)” pareçam ser interpretações conscientes, elas parecem ser equivalentes
aos "pensamentos negativos automáticos " na teoria mais geral.

A questão é, portanto, até que ponto as “interpretações erróneas (catastróficas)”


se podem tornar automáticas se ocorrerem regularmente? Devemos ainda perguntar
porque é que um indivíduo interpreta uma ameaça ou uma sensação de forma negativa,
mas outro indivíduo não? Podemos supor que estas diferenças se prendem com os
esquemas iniciais que adquirimos..

6. Williams, Watts, Macleod, and Mathews (1988, 1997) – Modelo da Ansiedade e


Depressão

As teorias de Bower (capítulo 3) e Beck previram que várias tendências


cognitivas deveriam ser encontradas em distúrbios emocionais, no entanto verificou-se a
impossibilidade em encontrar tendências globais (promove-se assim um novo modelo –
empírico e baseado na proposta de que: existem tendências cognitivas específicas para
distúrbios emocionais específicos (Williams et al. 1988, 1997).

Importa primeiro distinguir os conceitos “primming” e elaboração de estímulos:


O “priming” é um estágio automático de processamento no qual o estímulo pode ser
associado à sua representação na memória de longo prazo, por outro lado, a elaboração

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refere-se a processos estratégicos subsequentes ou exigentes de recursos (ainda assim,
esta distinção não é perfeitamente adequada, pois o significado mais generalizado de
"priming" (na literatura cognitiva) refere-se tanto aos processos automáticos como aos
estratégicos ou controlados (Neely, 1977).

No caso de transtornos de ansiedade é proposto que os processos de iniciação


automáticos estão inclinados para a detecção de estímulos ou situações relevantes que
fomentam a ansiedade (Williams et al.). Por exemplo, o indivíduo com uma fobia de
cães pode automaticamente processar um estímulo (fora da consciência focal) como se
fosse um cão – ameaçador; enquanto o indivíduo normal será mais propenso a
percepcionar o estímulo como um simples objeto de quatro patas – não ameaçador. (cf.
Anexo D)

Portanto, os processos pré-atentos tornam-se "sintonizados" para detectar


estímulos pessoalmente significativos que vão desde os inócuos, (como o nome de
alguém) aos mais nocivos (como estímulos ou objetos com os quais o indivíduo possa
ter vivido experiências desagradáveis). Contudo é ainda proposto que embora o
“priming” inicial ou os processos automáticos estejam inclinados para a detecção de
ameaças na ansiedade, os processos elaborativos subsequentes são distorcidos do
processamento da ameaça (Williams et al., 1988, 1997).

Esta mudança na proposta inicial baseia-se essencialmente no fracasso em


generalizar as tendências mnemónicas em indivíduos ansiosos, apesar de demonstrarem
tendências pré-atenciosas. Essa mudança de recursos estratégicos longe de estímulos
ameaçadores é evidente (Williams et al), por exemplo, no estudo de Watts Trezise e
Sharrock com pessoas com fobia de aranhas (no qual se encontrou pobres recordações
livres - relacionadas com aranhas – em pessoas com fobia de aranhas) embora que os
mesmos sujeitos demonstrassem tendências semelhantes numa “Stroop task” na qual as
palavras relacionadas com aranhas foram identificadas com a nomenclatura das tintas
coloridas na qual as palavras foram apresentadas.

Em contraste com a ansiedade, Williams et al. (1988, 1997) propõem que as


principais tendências/preconceitos cognitivos evidentes na depressão são recursos
elaborativos que são mais aparentes nas tarefas mnemónicas. Interpretam estudos de
preconceitos atencionais na depressão como evidência directa de que não existem esses
preconceitos (MacLeod, Mathews, & Tata, 1986) ou como evidência de que os níveis de

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ansiedade não foram considerados em estudos onde as tendências atencionais foram
relatadas para depressão (Por exemplo, Gotlib & McCann, 1984).

No entanto, existe uma clara evidência de que os indivíduos deprimidos


mostram tendências na recordação de material com valência emocional em uma série de
recordações livres, indução de humor negativo e tarefas de memória autobiográfica
(Blaney, 1986). Resta saber se as tendências/preconceitos mnemónicos obtidas/os com
indivíduos deprimidos são essencialmente devido a uma "perda do positivo" (visto que
o ser humano tendencialmente atribui mais impacto à negatividade do que a
positividade) da mesma forma que podem ser devidas/os a um "ganho do negativo".
Mas não estará a depressão altamente correlacionada com a ansiedade? Sim. Então
permanece desconcertante porque é que indivíduos deprimidos, que quase sempre estão
ansiosos, não mostram tendências pré-atenciosas ansiosas, nem porque indivíduos
ansiosos, que muitas vezes também estão deprimidos, não mostram
preconceitos/tendências depressivos/as elaborativos/as.

O ponto forte da proposta de Williams et al. é que proporciona o foco na


insatisfação sentida por muitos investigadores com predições para as
tendências/preconceitos cognitivos globais (derivadas da influência das teorias de Beck
e Bower). A sua proposta (embora imperfeita) promove um ponto de partida (e não
propriamente um teorema) indiciando a possibilidade de certas tendências cognitivas
serem mais características de certos distúrbios emocionais do que de outros.

Uma das limitações dos estudos de tendências atencionais na depressão pode


estar ligada com o facto de que o material utilizado não tenha sido de uma forma
suficientemente pessoal; assim estudos de fobias específicas podem tipicamente usar
estímulos relevantes para o objeto fóbico além de material mais emocionalmente
valente, enquanto estudos de depressão podem precisar usar material pessoalmente mais
relevante do que o empregue até o momento, por exemplo, usar material relacionado
com a maioria dos objetivos essenciais do sujeito, antes que tais preconceitos
atencionais e pré-atencionais possam ser excluídos. Para além disso o inequívoco
quanto às bases da ansiedade podem estar a promover questões desadequadas para
medir a ansiedade.

Embora a questão fulcral em relação à depressão possa ser o processamento de


material em relação ao Self, na ansiedade pode ser a probabilidade estimada de

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resultados ameaçadores de onde resultam as tendências/preconceitos cognitivas/os; Esta
"preocupação" quanto aos distúrbios de ansiedade (MacLeod, Rose, & Williams, 1993)
representa certamente o processamento elaborativo de transformar moles em
crescimentos cancerosos. Se a preocupação é baseada em processos elaborativos, mas
não está associada a tendências mnemónicas do material relacionado à preocupação,
então será necessário considerar efeitos inibitórios na recuperação - como uma
alternativa ao modelo de não-elaboração de Williams et al.

7. Teasdale and Barnard

Os subsistemas cognitivos interactivos (SCI) (Barnard, 1985, 2003, Barnard &


Teasdale, 1991; Teasdale & Barnard, 1993) são exemplos de abordagens em que a
cognição e emoção não estão directamente ligados devido à grande complexidade desta
abordagem. Há nove subsistemas cognitivos em Teasdale e Barnard (1993): o primeiro
conjunto são os subsistemas sensoriais que incluem os subsistemas acústicos e visuais;
O segundo conjunto são os subsistemas centrais que incluem os subsistemas
Morfolexical, proposicional, Implicacional e Objetal; e o terceiro conjunto são os
subsistemas Efectores que incluem os subsistemas Articulatório, Estado do corpo e
Límbico. Todos estes subsistemas processam informações de forma parcial paralela e
em sequência de acordo com o tipo de tarefa e requisitos do sistema global.

Em relação à emoção, é importante destacar os subsistemas Proposicional e


Implicacional. Estes dois sistemas representam na psicolinguística a distinção de
múltiplos níveis e representações em modelos de compreensão e produção de linguagem
(Johnson-Laird, 1983, Power, 1986). As unidades de representação no subsistema
Proposicional são as proposições, as quais são as menores unidades semânticas que
podem ter um valor de verdade. Frases como ‘Tony Blair’ ou ‘George Bush’ não têm
valor de verdade em si mesmas, sendo apenas nomes sobre os quais nada é afirmado, só
quando são incluídas em unidades maiores, como ‘Tony Blair é um bom político’ é que
se constitui uma proposição que pode ser verdadeira ou falsa.
Os níveis mais altos de representação semântica ao nível Implicacional são
referidos como “modelos esquemáticos”. Os modelos esquemáticos combinam
informação de uma variedade de fontes, dentro do SCI há diversos subsistemas que
constituem a informação do subsistema Implicacional. Os subsistemas Visual,
Proposicional, Estado do Corpo e Implicacional são no seu conjunto os mais

16
importantes para a produção de emoção no modelo SCI. No esquema (cf. Anexo E)
pode-se observar a interacção combinada de diferentes subsistemas com o subsistema
Implicacional. Por exemplo, a combinação do subsistema Visual (“ um dentista a
aproximar-se com uma broca”) com o subsistema Proposicional (“Anjo da Morte”) mais
o subsistema Estado de Corpo (“estou preso à cadeira”), pode resultar no modelo
esquemático do subsistema Implicacional (“ morte por tortura dentária”). Assim através
deste exemplo percebe-se que nesta abordagem a emoção é uma combinação de
diferentes subsistemas cognitivos no subsistema Implicacional em vez de ser
simplesmente o resultado de um processo cognitivo avaliativo.
Os autores criticam o modelo original de Beck porque em contrate com SCI a
emoção é uma consequência do pensamento e que, em particular, a ocorrência de
pensamentos automáticos negativos causam depressão. No esquema (cf. Anexo F), a
complexidade do modelo SCI mostra que os pensamentos automáticos negativos podem
ser também uma consequência em vez de ser apenas uma causa no subsistema
Implicacional.
Teasdale e Barnard (1993) também criticaram a terapia cognitiva de Power
and Champion (1986) pois esta última teoria foca-se num único nível de significado em
vez de considerar que um significado pode ser constituído pelas preposições e pelos
modelos esquemáticos. Assim Teasdale e Barnard (1993) defendem que os pensamentos
e crenças negativas podem ocorrer a um nível proposicional ignorando o significado de
um nível implicacional maior. O indivíduo pode rejeitar uma preposição negativa e ficar
mais deprimido pois há a confirmação ao nível do subsistema implicacional de um
modelo esquemático negativo. Por exemplo: Paciente: Sou um desastre em todas as
áreas da minha vida! (Modelo esquemático ao nível Implicacional); Psicólogo: Você
tem sido mal sucedido na sua área profissional? (Proposição negativa); Paciente:
Não…. Sinto-me pior do que antes, nem consigo analisar-me a mim mesmo… Sou
mesmo um desastre em todas as áreas da minha vida! (Rejeição da Preposição negativa
e confirmação do Modelo Esquemático negativo ao nível Implicacional)

8. Teorias Socio-Cognitivas

As teorias Socio-Cognitivas foram desenvolvidas para tratar problemas como


a depressão, a raiva e os distúrbios de ansiedade e defendem que os distúrbios
emocionais devem-se a uma interacção complexa entre factores externos e internos.

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Em relação à depressão, as teorias Socio-Cognitivas têm vários aspectos em
comum: os indivíduos vulneráveis têm um alto investimento num determinado papel
(Becker, 1971) ou objectivo (Arieti & Bemporad, 1978); o indivíduo pode perseguir
neste papel ou objectivo um sucesso considerável; a ocorrência de eventos severos
coincidentes com o papel ou objectivo desejado aumenta a probabilidade de depressão;
a influência de factores socio-cognitivos é mais forte nos primeiros episódios de
depressão, mas depois de experiências repetidas de depressão e adversidade, há uma
sensação de derrota (e.g., Gilbert, 1992) em que o indivíduo desinveste em todos os
domínios que tinha sobre investido anteriormente;
O indivíduo está exposto a diversos 18ndirect de vulnerabilidade e de
18ndirecto tais como, as relações próximas de confidência (e.g., Champion, 1990; Wills
& Fegan, 2001), os problemas relacionados com a auto-estima e o auto-conceito (e.g.,
Bifulco et al., 1998) e por último as atitudes disfuncionais e estratégias de regulação de
emoções (e.g., Nolen-Hoeksema, 2002).

9. Teoria do Processamento Emocional

A teoria do processamento emocional foi criada por Rachman (1980, 2001)


com o objectivo de perceber como o indivíduo processa eventos stressantes.
Rachman’s (1980, 1990, 2001) fundamenta a sua teoria evidenciando que todo
o indivíduo ao longo do percurso de vida passa por experiências desagradáveis que
resultam em consequências que são processadas normalmente. A evidência de um bom
processamento emocional resulta numa sequência de 3 etapas: primeiro há a ocorrência
de um distúrbio emocional, segunda a intensidade deste distúrbio diminui e na terceira
etapa há o retorno a este processo, caso aconteça uma experiência desagradável.
Rachman (1980, 1990, 2001) propõe que as 18ndirect de stress anormais podem estar
relacionadas com uma falha no processamento emocional e ainda aponta, uma série de
sinais directos (por exemplo, obsessões, pesadelos, pensamentos intrusivos
desagradáveis e alucinações) e indirectos (por exemplo, fadiga, insónia e anorexia) que
podem ser identificados num mau processamento emocional.

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Referência Bibliográfica:

Power, M. & Dalgleish, T. (2007). Cognitive theories of emocional disorder. In Mick


Power & Tim Dalgleish, Cognition and Emotion: From order to Disorder (101-
127). Hove: Psychology

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Anexos:

Anexo A

Anexo B

20
Anexo C

Anexo D

Anexo E

21
Anexo F

22

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