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Discentes:
Turma 3
Ano Lectivo:2016/2017
Índice:
Introdução …………………………………………………………………….... p. 3
5. Adaptação da teoria cognitiva ao pânico de David Clark (1986) ………….. pp. 12-13
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Introdução
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1. Teoria do Desamparo Aprendido (Seligman)
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Abramson et al. acrescentou ainda uma outra dimensão: global-específica, ou
seja, se a causa influência apenas uma área da vida do indivíduo ou se influência em
várias áreas. A combinação destas três dimensões fez surgir a proposta de que os défices
emocionais, motivacionais e cognitivos observados na depressão poderiam ser
explicados por um conjunto particular de atribuições após a ocorrência de um evento
negativo.
Uma crítica que pode ser feita a esta proposta reformulada é o modo como as
atribuições são medidas em muitos dos seus estudos, por exemplo, os sujeitos podem
possuir atribuições "duplas" - atribuições explícitas que formam a base das respostas à
medida do questionário e atribuições implícitas que são evidenciadas mais facilmente
por medidas indirectas adequadas. Mas, sendo assim, é possível que as tendências
depressígenas de atribuição implícitas não sejam detectadas pelo questionário de rotina,
isto é, uma pessoa pode estar muito deprimida, mas sem demonstrar indícios de
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depressão no questionário. Para além disso o foco excessivo da teoria nas causas dos
eventos, parece ignorar o fato de que uma série de outros fatores, incluindo as
consequências dos eventos que são pelo menos igualmente importantes na resposta
individual (Hammen & Cochran, 1981).
3. Teoria da Desesperança
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Desesperança é que a desesperança requer apenas a ocorrência de eventos negativos ao
invés de eventos incontroláveis; sendo que a segunda diferença é de que o resultado
principal é a desesperança e não o desamparo - uma mudança que não deixa de enfatizar
o papel da falta de controlo em si, mas que coloca a ênfase na negatividade percebida
(cf. Anexo B).
Esta teoria trouxe ainda alguns ajustes nas combinações das dimensões
atributivas e suas consequências; a baixa auto-estima é agora vista como derivada de um
estilo atributivo global-interno-estável, e não somente de um estilo interno, enquanto
uma combinação de estabilidade e globalidade é vista como promovendo a generalidade
e cronicidade dos défices depressivos.
Por fim, uma restrição adicional da teoria foi induzida na Teoria, a qual pretende
a aplicação apenas a um subtipo de depressão que tem sido nomenclada como
"depressão sem esperança" (Abramson et al., 2002). O apoio a esse papel de
desesperança advém primeiramente da literatura sobre terapia cognitiva, a abordagem
que abordaremos a seguir.
O foco original da Teoria de Beck era a depressão (Beck, 2005), este foco tem
sido gradualmente ampliado e agora inclui contribuições para a teoria e tratamento da
ansiedade (Beck & Emery,1985), distúrbios de personalidade (Beck, Freeman e Davis,
2004), vícios (Wright, Beck, Newman e Liese, 1993), esquizofrenia (Beck &
Rector,2005) e distúrbios bipolares (Newman et al.,2012).
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a segunda foca-se nos tipos de processos cognitivos que estão envolvidos no início e
que mantêm os distúrbios emocionais. Para Beck, existe uma experiência inicial (como
por exemplo, críticas e rejeição dos pais) que leva á formulação de suposições
disfuncionais (por exemplo, se eu não for amada eu não valho nada), onde depois
poderá ocorrer um incidente crítico (por exemplo, a perda de alguém) que irá activar
essa mesma suposição que conduzirá aos pensamentos negativos automáticos e
consequentemente á depressão (cf. Anexo C).
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que a “tríade cognitiva” foca-se no Self em relação aos aspectos negativos do mundo e
do futuro, em vez de ser o mundo e o futuro de um modo geral.
Beck (1983) sugeriu ainda que os indivíduos propensos á depressão podem ser
divididos em dois tipos: os denominados indivíduos “sociotrópicos” cujas crenças
disfuncionais estão centradas em questões de dependência em relação aos outros e os
indivíduos “autónomos” que são altamente orientados para os objectivos e que se
distanciam dos outros.
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negativos automáticos em que o individuo acredita (por exemplo, “eu não valho nada”
ou “eu não sou amado”). Ao contrário dos indivíduos saudáveis que conseguem por de
lado estes pensamentos, as pessoas com depressão procuram de facto mais evidências
que apoiem os seus pensamentos e crenças negativas. Nesta procura de evidências pode-
se incluir as tais distorções lógicas do pensamento que Beck delineou sendo que estas
incluem a ampliação (por exemplo, do material negativo relacionado com o self), a
minimização (por exemplo, do material positivo relacionado com o self) e a
personalização (por exemplo, assumir a culpa por algo negativo). O resultado destes
processos distorcidos, em combinação com outros aspectos como a memória, é o que
mantém uma visão negativa do Self e, consequentemente, o indivíduo permanece
deprimido.
Dois pontos principais que os autores do livro levantaram sobre a visão dos
processos cognitivos são que primeiro, esta abordagem implica que o pensamento
normal é lógico e racional e segundo que apresenta uma concepção do Self deprimido
como monolítico e negativo.
Num estudo clássico de Wason & Johnson-Laird (1968), foi apresentado aos
participantes uma sequência “ 2 4 6 …” e pediram aos participantes para elaborar qual
era a regra subjacente. A maioria das pessoas começou a afirmar que a regra era “o
aumento dos números de 2 em 2”. Só depois de muitas tentativas falhadas alguns
perceberam que os exemplos eram muito mais informativos. A regra correcta era que
“os números aumentavam em tamanho” e foi adivinhada por poucos participantes.
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são saudáveis”). Exemplos como estes ilustram que o pensamento e o raciocínio normal
também revelam muitas das distorções que Beck originalmente atribuiu apenas aos
indivíduos deprimidos. Portanto, é proposto que as diferenças entre o pensamento
normal e o depressivo são menores do que o pensamento lógico versus pensamento
ilógico e ainda processos positivos versus os processos negativos.
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se descreverem “em geral”. Wycherley (1995) relatou um efeito semelhante quando os
termos foram manipulados de mais globais para mais específicos, isto é, embora os
indivíduos deprimidos tenham dado avaliações mais negativas quando a descrição era
mais global (como por exemplo, “a minha vida é um fracasso”), eles tornaram-se mais
positivos quanto mais especifico era o item (por exemplo, “eu sou fraco no meu
trabalho”).
Até agora, temos vindo a falar da terapia cognitiva em relação à depressão, mas,
para ilustrar como a abordagem pode ser alterada e aplicada a outros distúrbios
emocionais, mencionaremos brevemente o modelo cognitivo de pânico de David Clark
(1986). O tema chave na abordagem de Beck para a ansiedade (Beck & Emery, 1985) e
a aplicação da abordagem de Clark (1986) para a perturbação de pânico é que o
indivíduo é considerado predisposto á detecção de ameaça ou perigo, tanto no ambiente
externo como no interno.
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Uma das críticas levantadas anteriormente sobre a abordagem da terapia
cognitiva foi a de que se concentrou apenas num único nível de representação: o
esquema proposicional. Os autores do livro argumentam que, seguindo a mesma linha
de análise de significado na psicolinguística, seriam necessários dois níveis de
representação: um que era baseado na proposição e o outro reflectiria um nível mais
elevado de representação, o dos Modelos Mentais (Power & Champion, 1986). Assim,
sugerem que se a terapia apenas se focasse na veracidade de tais proposições (por
exemplo, “não valho nada”), iria provavelmente perder significados superiores do
processo. Por exemplo, o terapeuta podia persuasivamente contestar a declaração do
paciente “Eu não valho nada”, e deixar o paciente a sentir-se pior do que melhor porque
o paciente iria interpretar esta contestação como uma confirmação da sua inutilidade,
considerando o terapeuta mais inteligente. Um outro aspecto do modelo da terapia
cognitiva nas abordagens de Clark e Beck é o uso de termos como “cognitivo” e
“automático” que podem adquirir significados um pouco diferentes de quando são
usados na ciência cognitiva. Por exemplo, embora as “interpretações erróneas
(catastróficas)” pareçam ser interpretações conscientes, elas parecem ser equivalentes
aos "pensamentos negativos automáticos " na teoria mais geral.
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refere-se a processos estratégicos subsequentes ou exigentes de recursos (ainda assim,
esta distinção não é perfeitamente adequada, pois o significado mais generalizado de
"priming" (na literatura cognitiva) refere-se tanto aos processos automáticos como aos
estratégicos ou controlados (Neely, 1977).
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ansiedade não foram considerados em estudos onde as tendências atencionais foram
relatadas para depressão (Por exemplo, Gotlib & McCann, 1984).
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resultados ameaçadores de onde resultam as tendências/preconceitos cognitivas/os; Esta
"preocupação" quanto aos distúrbios de ansiedade (MacLeod, Rose, & Williams, 1993)
representa certamente o processamento elaborativo de transformar moles em
crescimentos cancerosos. Se a preocupação é baseada em processos elaborativos, mas
não está associada a tendências mnemónicas do material relacionado à preocupação,
então será necessário considerar efeitos inibitórios na recuperação - como uma
alternativa ao modelo de não-elaboração de Williams et al.
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importantes para a produção de emoção no modelo SCI. No esquema (cf. Anexo E)
pode-se observar a interacção combinada de diferentes subsistemas com o subsistema
Implicacional. Por exemplo, a combinação do subsistema Visual (“ um dentista a
aproximar-se com uma broca”) com o subsistema Proposicional (“Anjo da Morte”) mais
o subsistema Estado de Corpo (“estou preso à cadeira”), pode resultar no modelo
esquemático do subsistema Implicacional (“ morte por tortura dentária”). Assim através
deste exemplo percebe-se que nesta abordagem a emoção é uma combinação de
diferentes subsistemas cognitivos no subsistema Implicacional em vez de ser
simplesmente o resultado de um processo cognitivo avaliativo.
Os autores criticam o modelo original de Beck porque em contrate com SCI a
emoção é uma consequência do pensamento e que, em particular, a ocorrência de
pensamentos automáticos negativos causam depressão. No esquema (cf. Anexo F), a
complexidade do modelo SCI mostra que os pensamentos automáticos negativos podem
ser também uma consequência em vez de ser apenas uma causa no subsistema
Implicacional.
Teasdale e Barnard (1993) também criticaram a terapia cognitiva de Power
and Champion (1986) pois esta última teoria foca-se num único nível de significado em
vez de considerar que um significado pode ser constituído pelas preposições e pelos
modelos esquemáticos. Assim Teasdale e Barnard (1993) defendem que os pensamentos
e crenças negativas podem ocorrer a um nível proposicional ignorando o significado de
um nível implicacional maior. O indivíduo pode rejeitar uma preposição negativa e ficar
mais deprimido pois há a confirmação ao nível do subsistema implicacional de um
modelo esquemático negativo. Por exemplo: Paciente: Sou um desastre em todas as
áreas da minha vida! (Modelo esquemático ao nível Implicacional); Psicólogo: Você
tem sido mal sucedido na sua área profissional? (Proposição negativa); Paciente:
Não…. Sinto-me pior do que antes, nem consigo analisar-me a mim mesmo… Sou
mesmo um desastre em todas as áreas da minha vida! (Rejeição da Preposição negativa
e confirmação do Modelo Esquemático negativo ao nível Implicacional)
8. Teorias Socio-Cognitivas
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Em relação à depressão, as teorias Socio-Cognitivas têm vários aspectos em
comum: os indivíduos vulneráveis têm um alto investimento num determinado papel
(Becker, 1971) ou objectivo (Arieti & Bemporad, 1978); o indivíduo pode perseguir
neste papel ou objectivo um sucesso considerável; a ocorrência de eventos severos
coincidentes com o papel ou objectivo desejado aumenta a probabilidade de depressão;
a influência de factores socio-cognitivos é mais forte nos primeiros episódios de
depressão, mas depois de experiências repetidas de depressão e adversidade, há uma
sensação de derrota (e.g., Gilbert, 1992) em que o indivíduo desinveste em todos os
domínios que tinha sobre investido anteriormente;
O indivíduo está exposto a diversos 18ndirect de vulnerabilidade e de
18ndirecto tais como, as relações próximas de confidência (e.g., Champion, 1990; Wills
& Fegan, 2001), os problemas relacionados com a auto-estima e o auto-conceito (e.g.,
Bifulco et al., 1998) e por último as atitudes disfuncionais e estratégias de regulação de
emoções (e.g., Nolen-Hoeksema, 2002).
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Referência Bibliográfica:
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Anexos:
Anexo A
Anexo B
20
Anexo C
Anexo D
Anexo E
21
Anexo F
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