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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.

A CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMÉRCIO, pessoa jurídica


de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº___, com sede à Rua ___, bairro,
cidade, Estado, CEP, endereço eletrônico, entidade de classe de âmbito nacional,
legitimada ativa nos termos do art. 103, IX, da CF, vem respeitosamente à
presença de Vossas Excelências, por intermédio de seu advogado devidamente
constituído em procuração anexa, propor, com fulcro na Lei 9868/99 a presente,

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE COM PEDIDO DE LIMINAR

Em face da Lei Estadual X editada pelo Governador do Estado KWY que


estabelece a obrigatória gratuidade dos estacionamentos privados vinculados a
estabelecimentos comerciais, como supermercados, hipermercados e shopping
centers. A mencionada norma estadual, publicada no Diário Oficial do Estado
KWY na data ___, contraria o disposto no art. 22, I, e afronta também o art. 5º,
XXII, ambos da Constituição Federal da República.

DA PERTINÊNCIA TEMÁTICA E DA LEGITIMIDADE ATIVA – ART. 103, IX DA


CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988.

Resta comprovada a pertinência entre a Autora e o tema desta Ação,


visto haver a relação de causalidade entre a norma impugnada e os objetivos
sociais da Autora, quais sejam, a defesa dos interesses das entidades e pessoas
jurídicas do comércio.
Além disto, A Confederação Nacional do Comércio detém a
legitimidade ativa por comprovado caráter nacional de sua atuação, originando-
se de sua índole espacial, em atuação nacional, com a existência de associados
em mais de nove Estados da Federação. Tal requisito está estabelecido na
Constituição Federal em seu artigo 103, IX.

DOS FATOS E DO DIREITO

O senhor Governador do Estado KWY e os senhores deputados


estaduais promulgaram norma estadual que afronta a competência legislativa dos
Estados-membros da República Federativa do Brasil, conforme versa o artigo 22,
I, da Constituição Federal:
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo,
aeronáutico, espacial e do trabalho;

Assim, verifica-se de imediato a inconstitucionalidade formal desta


norma, tendo o Estado KWY legislado sobre matéria privativa da União.
Além disto, a Lei Estadual X fere claramente o fundamento da livre
iniciativa quando estabelece a obrigatória gratuidade dos estacionamentos
privados vinculados a estabelecimentos comerciais, como supermercados,
hipermercados e shopping centers. Garantido na Constituição Federal brasileira,
em seu art. 5º, inciso XXII, o direito de propriedade não foi respeitado.

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de


qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,
nos termos seguintes:
(...)
XXII - é garantido o direito de propriedade;

Tal norma está em total desacordo, ainda, com o que versa artigo
170 da CF/88, que estabelece que a todos seja dado o direito de exercer
atividade econômica, sendo princípio constitucional à livre iniciativa ao trabalho e
a atividade econômica. Ferindo assim, mais um princípio constitucional.
Verifica, portanto, além da inconstitucionalidade formal, também a
inconstitucionalidade material da norma ora impugnada.

DA MEDIDA LIMINAR

Ante o estabelecido no art. Y da Lei Estadual X, que determina


multas pelo descumprimento da gratuidade de estacionamentos em
estabelecimentos comerciais, com gradação das punições administrativas, e que
delega ao PROCON local a responsabilidade pela fiscalização dos
estabelecimentos comerciais relacionados neste instrumento normativo e diante
de todo o quadro argumentativo acima, a bem refletir a inconstitucionalidade da
aludida norma estadual, a suspensão de sua eficácia em sede liminar cumpre
fielmente o princípio geral da cautelaridade, id est, a necessidade erigida do
fumus boni iuris e do periculum in mora.
A fumaça do bom direito atrela-se à própria argumentação até aqui
expendida, concluindo-se pela inconstitucionalidade da Lei Estadual X frente aos
artigos 22, I, e 5º, XXII da Constituição da República.
O perigo na demora, por seu turno, decorre do risco imposto aos
estabelecimentos comerciais sediados no Estado KWY a partir da perspectiva de
imediata obrigação de proporcionarem gratuidade em seus estacionamentos e da
consequente imposição de punições administrativas, também de forma imediata,
pelos órgãos responsáveis pela fiscalização instituídos na Lei Estadual X. Pela
incidência de tal dispositivo normativo estadual, serão prejudicados inúmeros
(centenas de milhares) estabelecimentos comerciais que são empregadores de
enorme quantidade de mão-de-obra, a qual se verá ameaçada por consequentes
demissões por conta da elevação do custo à atividade comercial imposto por esta
inconstitucional norma estadual. Isso gerará sério gravame à sociedade pela
potencial afronta ao consagrado direito de propriedade da qual todo o conjunto da
cidadania será vítima.

DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer:

a) Que seja concedida liminar para suspender a eficácia do dispositivo


editado pelo estado KWY, até o julgamento definitivo da presente ação;
b) A notificação do Governador do Estado KWY e da Assembleia
Legislativa do Estado KWY, para que prestem informações na forma do artigo 6º e
parágrafo único, da Lei nº. 9.868/99;
c) A intervenção do Ministério Público para acompanhar a presente ADIN e
pronunciar-se a respeito;
d) A intervenção do Advogado Geral da União, para, querendo, contestar o
presente pedido;
e) A procedência do pedido para decretar-se a inconstitucionalidade da
norma enfocada, cassando-lhe em definitivo a eficácia, com efeitos ex tunc, erga
omnes e vinculante;
f) A produção das provas admitidas em direito na forma do artigo 3º
parágrafo único, da Lei 9.868/99, em especial documental.

DO VALOR DA CAUSA

Dá-se à causa, para fins meramente processuais, o valor de R$ _______.

Nesses Termos,

Pede Deferimento.

Local, Data.

Advogado/OAB

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