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Na carta escrita em 23 de agosto de 1277, no Monte Minobu, Daishonin dedica as seguintes palavras a
Nitinyo:
“Uma mulher como a senhora, que serve a tal esplêndido Gohonzon, convida a felicidade nesta vida.
Em sua próxima existência, o Gohonzon permanecerá próximo à senhora, diante e atrás, em sua
esquerda e direita. Será como uma lanterna num local de escuridão completa, ou um guia que nunca
falha numa escarpada e perigosa passagem da montanha. Onde quer que vá, seja longe ou próximo, o
Gohonzon a envolverá e a protegerá. (...) Nunca procure o Gohonzon em outros lugares. Ele somente
pode habitar o coração das pessoas comuns como nós, que abraçam o Sutra de Lótus e recitam o
Nam-myoho-rengue-kyo.”4
Sairembo Nitijo foi outro discípulo a quem Daishonin provavelmente concedeu o Gohonzon. Na carta
endereçada a ele, datada de 17 de maio de 1273, Daishonin diz: “Creia no Gohonzon, o maior objeto
de devoção do mundo. Empenhe-se destemidamente em criar uma fé suficientemente forte para
receber a proteção de Sakyamuni, Taho e todos os outros budas.”5
“Quando se abraça este mandala, todos os budas e deuses juntam-se ao redor da pessoa,
acompanham-na dia e noite, como os guerreiros guardam seu soberano, como os pais amam seus
filhos, como os peixes precisam da água, como as árvores e plantas anseiam por chuva, ou como os
Em uma outra carta escrita em 15 de agosto de 1273, quando encontrava-se exilado na Ilha de Sado,
Daishonin dedica as seguintes palavras a Shijo Kingo e sua esposa Nitiguennyo, embora fosse
endereçada à filha do casal, Kyo’o: “O Gohonzon que enviei há algum tempo deve ser conservado sem
tirá-lo do corpo mesmo por um instante sequer. Este Gohonzon nunca foi conhecido, muito menos
inscrito, por alguém nos Primeiros ou Médios Dias da Lei. Dizem que o leão, o rei dos animais, avança
três passos e então concentra todas as suas energias para saltar, desprendendo a mesma força
quando apanha uma diminuta formiga ou ataca ferozes animais. Ao inscrever este Gohonzon para a
sua proteção, Nitiren é igual ao rei leão. Creia neste Gohonzon com todo o seu coração. O
Nam-myoho-rengue-kyo é como o rugido de um leão. Que doença pode, portanto, ser um obstáculo?”8
A uma outra seguidora sua, Ni Ama, Daishonin endereçou uma carta datada de 16 de fevereiro de
1275, na qual diz: “A senhora pediu-me para inscrever o Gohonzon para O-Ama Gozen [sogra de
Ni-Ama]. Este Gohonzon jamais foi inscrito por nenhum dos muitos estudiosos budistas que viajaram da
Índia à China ou pelos bonzos que viajaram da China à Índia. Todos os objetos de devoção já
consagrados nos templos em toda a Índia estão descritos, sem exceção, no Registro das Regiões
Ocidentais, A Vida de Hsuan-chang e Registro da Transmissão da Luz, e este Gohonzon não está
incluído entre eles. (...) A senhora é do mesmo clã de O-ama Gozen, mas sua fé é mais profunda.
Como a senhora enviou-me doações com freqüência, tanto em Sado como aqui em Minobu, e como
sua fé parece não diminuir, eu lhe concederei o Gohonzon. Mas ainda me preocupo se a senhora
conservará sua fé até o fim, e sinto como se estivesse caminhando sobre uma camada fina de gelo ou
encarando uma espada desembainhada. Eu lhe escreverei novamente com mais detalhes.”9
Essas cartas, juntamente com os tratados “Abertura dos Olhos”, escrito em fevereiro de 1272 para Shijo
Kingo, quando Daishonin encontrava-se na Ilha de Sado; e “O objeto de devoção para a observação da
mente estabelecido no quinto período de quinhentos anos após o falecimento do Buda”, datado de 26
de abril de 1273 e endereçado a Toki Jonin, são registros de sua infinita benevolência por seus
discípulos. Foi com o mais sincero desejo de possibilitar a essas pessoas, que passavam por sérias
dificuldades e grandes sofrimentos, a atingirem a iluminação ou a felicidade absoluta, que ele
concedeu-lhes o Gohonzon.
Na época, a nação japonesa vivia assolada por terremotos, pestes, epidemias, secas prolongadas,
escassez de alimentos e conflitos armados. Esse caos, alertava Daishonin, devia-se à crença cega em
religiões desencaminhadoras e errôneas.
Daishonin não poderia permanecer indiferente ao sofrimento de tantas pessoas. O que mais poderia
fazer por elas? Esse pensamento deve ter ocupado dia e noite sua mente até a chegada do tempo
certo — o momento do cumprimento de seu advento neste mundo.
Fonte:
Terceira Civilização, edição nº 434, Outubro de 2.004, pág. 8.
Retirado de http://extra2.bsgi.org.br/extranet/datas_significativas/12-outubro-inscricao-do-dai-gohonzon