Resenha sobre o tópico de Construtivismo no texto de Fiorentini
Bruno Tabai (10786191) e Hugo César (10369042)
Inicialmente, é importante destacar que a tendência construtivista teve origem nos
estudos do biólogo suíço Jean Piaget sobre o intelecto e o desenvolvimento cognitivo de crianças. Sua motivação inicial não estava relacionada à pedagogia, no entanto, suas pesquisas trouxeram conhecimentos interessantes sobre a psicologia e o funcionamento da construção de conhecimento nos indivíduos. Esses conhecimentos e a forma como ele pensava influenciaram visões de futuros pedagogos que baseados em suas ideias pesquisaram e desenvolveram diversos estudos acerca do que hoje conhecemos como a tendência construtivista. Em comparação com as outras tendências anteriormente trabalhadas por Fiorentini, o construtivismo contradiz vários de seus conceitos estruturantes. Epistemologicamente, nega a teoria racionalista segundo a qual o conhecimento matemático parte do sujeito, podendo ser produzido por ele isoladamente do mundo ou da realidade. Por outro lado, também nega a teoria empirista que sustenta que o conhecimento sò é possível mediante os recursos da experiência e dos sentidos, sendo o mundo físico fonte exclusiva do conhecimento matemático. Dessa forma, o construtivismo parte do pressuposto epistemológico de que o pensamento não tem fronteiras, ele se constrói, se desconstrói, se reconstrói. Para esta tendência, o conhecimento matemático resulta da ação interativa e reflexiva do homem com o meio e com suas ações, valorizando mais o processo do que o produto do conhecimento ao entender que o importante não é aprender um conteúdo em si, mas sim aprender a aprender e desenvolver o pensamento lógico formal. Historicamente, o construtivismo sofreu algumas transformações que ampliaram seus pressupostos e formaram configurações menos estruturalistas e mais interacionistas. Assim, surge uma prática pedagógica na qual o papel do aluno consiste em ver, manipular, produzir significado ao que resulta de sua ação e comparar. Nesse sentido, o barulho nas discussões e o próprio erro no processo são bem vistos pois fazem parte e são naturais no desenvolvimento cognitivo do aluno. Por fim, observa-se hoje uma mudança de um construtivismo pedagógico preocupado com o desenvolvimento de estruturas mentais para um mais ligado à construção ou à formação de conceitos. Assim, são considerados construtivistas "não-radicais”, aqueles que entendem que o conhecimento é ativamente construído pelo sujeito cognoscente e não passivamente recebido do ambiente, ou seja, de modo direcional, acreditam nas ideias construtivistas de como o conhecimento é desenvolvido nas pessoas. Além disso, aqueles que acreditam nessa ideia anterior e também na de que o mundo e o conhecimento são construídos operativamente por cada indivíduo, são chamados de construtivistas "radicais".