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Poder Judiciário

Justiça do Trabalho
Tribunal Superior do Trabalho

PROCESSO Nº TST-RO-11449-78.2015.5.01.0000

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1001E964D7E354332E.
A C Ó R D Ã O
(SBDI-2)
GMDMA/EAR/GN
RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE
SEGURANÇA. ATO COATOR PROFERIDO NA
VIGÊNCIA DO CPC DE 1973. DETERMINAÇÃO DE
PENHORA SOBRE PERCENTUAL DE SALÁRIO.
ILEGALIDADE. ART. 649, IV, DO CPC DE
1973. APLICAÇÃO DA ORIENTAÇÃO
JURISPRUDENCIAL 153 DA SBDI-2. 1 -
Constata-se ofensa a direito líquido e
certo do impetrante em decorrência da
determinação judicial, proferida na
vigência do CPC de 1973, de penhora
sobre percentual dos salários.
Incidência da Orientação
Jurisprudencial 153 da SBDI-2. 2 -
Precedente. Recurso ordinário
conhecido e provido.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso


Ordinário n° TST-RO-11449-78.2015.5.01.0000, em que é Recorrente WALTER
KALAWATIS FILHO e são Recorridos JOSÉ BATISTA RODRIGUES, EQUIPASUL
CONSTRUÇÕES E MONTAGENS LTDA. e TECHNIP BRASIL - ENGENHARIA, INSTALAÇÕES
E APOIO MARÍTIMO LTDA. e Autoridade Coatora JUIZ TITULAR DA 1ª VARA DO
TRABALHO DE BARRA MANSA.

Walter Kalawatis Filho impetrou mandado de segurança,


com pedido liminar, em face do ato praticado pelo Juízo da 1ª Vara do
Trabalho de Barra Mansa/RJ que, nos autos da
RTOrd-1691-92.2010.5.01.0342, determinou o bloqueio de 30% (trinta por
cento) sobre o salário do executado, até a quitação integral do crédito
exequendo.
A desembargadora relatora indeferiu o pedido liminar.
O Tribunal Regional denegou a segurança, sob o
fundamento de que não foi constatada ofensa a direito líquido e certo
do impetrante.
Inconformado, o impetrante interpõe recurso
ordinário.
Firmado por assinatura digital em 18/12/2018 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP
2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
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O recurso foi admitido.
Não foram apresentadas contrarrazões.
O Ministério Público do Trabalho opina pelo
conhecimento e não provimento do recurso ordinário.
É o relatório.

V O T O

1 – CONHECIMENTO

Atendidos os pressupostos legais de admissibilidade,


CONHEÇO do recurso ordinário.

2 – MÉRITO

Walter Kalawatis Filho impetrou mandado de segurança,


com pedido liminar, em face do ato praticado pelo Juízo da 1ª Vara do
Trabalho de Barra Mansa/RJ que, nos autos da
RTOrd-1691-92.2010.5.01.0342, determinou o bloqueio de 30% (trinta por
cento) sobre o salário do executado, até a quitação integral do crédito
exequendo. Asseverou que o ato fere direito líquido e certo, pois a verba
tem natureza alimentar. Defendeu o cabimento do mandado de segurança para
atacar decisão interlocutória. Sustentou que restaram preenchidos os
requisitos do fumus boni iuris e do periculum in mora para a concessão
do pedido liminar. Indicou ofensa ao art. 649, IV, do CPC de 1973, além
de contrariedade à Orientação Jurisprudencial 153 da SBDI-2.
A desembargadora relatora indeferiu o pedido liminar,
nos seguintes termos:

Como é cediço, o mandado de segurança é cabível contra ato de


autoridade que, ilegalmente, viole direito liquido e certo de pessoa física ou
jurídica, conforme previsto na Lei nº 12.016/2009.
Em 2013, houve a reunião de diversas execuções de crédito trabalhista
contra a devedora principal e o ora impetrante, sendo determinada a retenção

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de 30% dos créditos deste junto à empresa TECHNIP, oriundos de prestação
de serviços.
Tal empresa cumpriu a determinação em diversas ocasiões, até que, em
março de 2015, noticiou que o impetrante passou a ser seu empregado (ID
934d3e1 - Pág. 2).
Diante disso, foi proferida a decisão ora atacada ((ID 938cef2), verbis:

Vistos, etc.
Em análise dos presentes e tendo em vista o número de
execuções que se arrastam há anos em face da Ré e de seus
sócios, considerando que já estavam sendo retidas percentagens
da remuneração do Sr. Walter quando prestador de serviço.
Considerando, ainda, a natureza alimentícia dos créditos
executados nos autos e na dilação de fls. 54, determino dada a
excepcionalidade dos autos, tendo em vista que já estavam sendo
retidos créditos como prestador, oficie-se a terceira, Technip
Brasil Engenharia, determinando que se retenha 30% do
salários do Réu e deposite à disposição deste Juízo.

Em suas informações, a autoridade coatora esclarece que não houve


qualquer comprovação da qualidade de empregado do impetrante (cópia do
livro de registro de empregados, CPTS, recibos de recolhimentos do FGTS,
CNIS) .
O mesmo ocorre neste mandamus. O impetrante não traz qualquer
do documento capaz de comprovar sua nova condição de empregado,
limitando-se a adunar um demonstrativo de pagamento do mês de
setembro (ID 63690a7 - Pág. 1), mas que não tem o condão de, por si só,
fazer prova de tal fato.
Como não restou comprovada a sua nova condição de empregado,
não há como lhe garantir a impenhorabilidade de 30% de seus créditos
junto à empresa TECHNIP.
Nem se diga que os valores recebidos como prestador de serviços e
objeto de constrição para assegurar as execuções reunidas poderiam ser
livrados pela concessão de segurança neste mandamus, pois há muito já
teria caducado tal direito, já que tal retenção e execução conjunta vêm
ocorrendo desde 2013.

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Por todo o exposto, entendo que o impetrante não comprovou a
violação a direito líquido e certo.
Pelo exposto, indefiro a liminar. (grifos no original)

O Tribunal Regional denegou a segurança, nos seguintes


termos:

Persistem, ainda agora, os fundamentos utilizados para o


indeferimento da liminar (ID 2fc5afd), verbis:

(...)

Diante da ausência de direito líquido e certo do impetrante, não há


como conceder a segurança perseguida.
Denego a segurança.
Conclusão
PELO EXPOSTO, denego a segurança.
Custas, pelo impetrante, no importe de R$400,00 (quatrocentos reais),
calculadas sobre R$20.000,00 (vinte mil reais), correspondente ao valor
dado à causa, na inicial.
Acórdão
ACORDAM os Desembargadores que compõem a Subseção
Especializada em Dissídios Individuais II do Tribunal Regional do
Trabalho da 1ª Região, por unanimidade, denegar a segurança, nos termos
do voto da Exma. Relatora. Custas, pelo impetrante, no importe de R$
400,00 (quatrocentos reais), calculadas sobre R$ 20.000,00 (vinte mil reais),
correspondente ao valor dado à causa, na inicial. (grifos no original)

O impetrante, nas razões do recurso ordinário, pugna


pela reforma do acórdão recorrido. Assevera, em síntese, que o ato
impugnado ofende direito líquido e certo, uma vez que a penhora efetivada
sobre 30% (trinta por cento) do salário é ilegal. Indica violação do art.
649, IV, do CPC de 1973, além de contrariedade à Orientação
Jurisprudencial 153 da SBDI-2.

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Inicialmente, cumpre aferir se, na hipótese, é cabível
o mandado de segurança impetrado para atacar ato praticado pelo Juízo
da 1ª Vara do Trabalho de Barra Mansa/RJ que, nos autos da
RTOrd-1691-92.2010.5.01.0342, determinou o bloqueio de 30% (trinta por
cento) sobre o salário do executado, até a quitação integral do crédito
exequendo. Eis o ato coator:

Vistos, etc.
Em análise aos presentes e tendo em vista o número de execuções que
se arrastam há anos em face da Ré e de seus sócios e, considerando que já
estavam sendo retido um percentual da remuneração do Sr. Walter quando
prestador de serviço.
Considerando, ainda, a natureza alimentícia dos créditos executados
nos autos e na execução de fls. 54, determino dada a excepcionalidade dos
autos, tendo em vista que já estavam sendo retidos créditos como prestador,
oficie-se a terceira, Technip Brasil Engenharia, determinando que se
retenha 30% do salário do Réu e deposite à disposição deste Juízo.
Em 13/5/2015. (seq. 3, p. 36)

O mandado de segurança foi impetrado na vigência da


Lei 12.016/2009, que em seu art. 5º dispõe: “não se concederá mandado
de segurança quando se tratar de decisão judicial da qual caiba recurso
com efeito suspensivo”.
Ao lado disso e com fulcro nesse dispositivo, a
jurisprudência do TST (Orientação Jurisprudencial 92 da SBDI-2) e do
Supremo Tribunal Federal (Súmula 267) firmou-se no sentido de que o
mandado de segurança é cabível quando a parte se encontrar prestes a
sofrer prejuízos irreparáveis, desde que não exista recurso próprio para
lhe socorrer.
Todavia, esse rigor tem sido mitigado para os casos
em que possa resultar grave lesão à parte ao se aguardar o prosseguimento
da controvérsia pela via ordinária, aliada à teratologia do ato praticado
pela autoridade coatora.

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Em razão disso, diante da possibilidade de
configuração de dano irreparável e evidente na espécie, reputa-se cabível
o mandado de segurança.
Constata-se que o ato impugnado, o qual determinou a
penhora que recaiu sobre os salários do impetrante, foi proferido em
13/5/2015, na vigência, pois, do CPC de 1973.
O art. 649, IV, do CPC de 1973, vigente à época em que
foi proferido o ato impugnado, aplicado subsidiariamente ao processo do
trabalho, é expresso ao considerar absolutamente impenhoráveis os
proventos de aposentadoria e os salários. Eis o teor do dispositivo:

Art. 649. São absolutamente impenhoráveis:


(...)
IV - os vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações,
proventos de aposentadoria, pensões, pecúlios e montepios; as quantias
recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e
sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de
profissional liberal, observado o disposto no § 3º deste artigo;

O Tribunal Pleno desta Corte, em respeito às


alterações introduzidas pelo CPC de 2015, deu nova redação à Orientação
Jurisprudencial 153 da SBDI-2, que assim dispõe:

MANDADO DE SEGURANÇA. EXECUÇÃO. ORDEM DE


PENHORA SOBRE VALORES EXISTENTES EM CONTA SALÁRIO.
ART. 649, IV, DO CPC DE 1973. ILEGALIDADE. (atualizada em
decorrência do CPC de 2015) - Res. 220/2017, DEJT divulgado em 21, 22
e 25.09.2017
Ofende direito líquido e certo decisão que determina o bloqueio de
numerário existente em conta salário, para satisfação de crédito trabalhista,
ainda que seja limitado a determinado percentual dos valores recebidos ou a
valor revertido para fundo de aplicação ou poupança, visto que o art. 649, IV,
do CPC de 1973 contém norma imperativa que não admite interpretação
ampliativa, sendo a exceção prevista no art. 649, § 2º, do CPC de 1973

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espécie e não gênero de crédito de natureza alimentícia, não englobando o
crédito trabalhista. (grifos nossos)

Em sendo assim, a diretriz da Orientação


Jurisprudencial 153 da SBDI-2 do TST, em sua atual redação, aplica-se
tão somente às penhoras realizadas sobre os salários e proventos
efetuadas em data em que ainda vigente o CPC de 1973, como na espécie.
Nesse cenário, constata-se ofensa a direito líquido
e certo do impetrante que teve bloqueado percentual do valor dos salários,
razão pela qual deve ser concedida a segurança.
Nesse sentido, precedente da SBDI-2:

RECURSO ORDINÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA.


REGÊNCIA PELA LEI Nº 12.016/2009. ATO COATOR EM RELAÇÃO
AO QUAL SE SUSTENTA OFENSA A DIREITO LÍQUIDO E CERTO,
COM REMISSÃO A NORMA OU NORMAS DO CPC DE 1973.
PRECEDÊNCIA FRENTE AO CPC DE 2015. INCIDÊNCIA DA REGRA
DE DIREITO INTERTEMPORAL SEGUNDO A QUAL TEMPUS REGIT
ACTUM. (...) PENHORA INCIDENTE SOBRE PROVENTOS DE
APOSENTADORIA COMO GARANTIA DO CRÉDITO EXEQUENDO.
OFENSA A DIREITO LÍQUIDO E CERTO DO IMPETRANTE. I - A
alegação de impenhorabilidade dos valores relativos a proventos de
aposentadoria autoriza o manejo do mandado de segurança, por reportar-se à
expressa proibição contida no artigo 649, inciso IV, do CPC de 1973, diante
do dano advindo da privação de recursos necessários à subsistência da parte.
II - A conclusão do Regional de denegar a segurança decorreu do
entendimento de que a constrição não ofende o referido dispositivo, pois
objetiva propiciar o pagamento de parcela de igual natureza, preservando o
poder aquisitivo do devedor e, ao mesmo tempo, garantindo ao credor a
satisfação de idênticas necessidades. III - Ocorre que, conforme alegado pela
parte, o artigo 649, inciso IV, do CPC de 1973 dispõe serem absolutamente
impenhoráveis “os vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações,
proventos de aposentadoria, pensões, pecúlios e montepios (...)”. IV - A
natureza alimentar dos direitos trabalhistas, por sua vez, não guarda
nenhuma identidade com a exceção contemplada no § 2º do mesmo artigo
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649 do CPC/73, relativa ao pagamento de prestação alimentícia, em razão de
essa reportar-se ao artigo 1.694 do Código Civil de 2002. V - Com efeito,
preconiza a norma em tela que “Podem os parentes, os cônjuges ou
companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver
de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às
necessidades de sua educação”. VI - No mesmo sentido da
impenhorabilidade dos proventos é o artigo 48 da Lei nº 8.112/90, segundo o
qual “O vencimento, a remuneração e o provento não serão objeto de arresto,
sequestro ou penhora, exceto nos casos de prestação de alimentos resultante
de decisão judicial”. VII - Diante da expressa disposição legal, avulta a
convicção sobre a ilegalidade da determinação de penhora de valores
correspondentes aos proventos de aposentadoria do impetrante, vindo à baila
os termos da OJ nº 153 da SBDI-2, segundo a qual “Ofende direito líquido e
certo decisão que determina o bloqueio de numerário existente em conta
salário, para satisfação de crédito trabalhista, ainda que seja limitado a
determinado percentual dos valores recebidos ou a valor revertido para fundo
de aplicação ou poupança, visto que o art. 649, IV, do CPC contém norma
imperativa que não admite interpretação ampliativa, sendo a exceção
prevista no art. 649, § 2º, do CPC espécie e não gênero de crédito de natureza
alimentícia, não englobando o crédito trabalhista”. VIII - Recurso provido.
(RO-110-87.2016.5.19.0000, Rel. Min. Antonio José de Barros Levenhagen,
DEJT 2/6/2017)

Ressalte-se, por importante, que, como o mandado de


segurança deve-se ater à análise do direito líquido e certo do impetrante,
não é a via processual adequada para discutir se restou comprovada a
condição do impetrante de empregado ou não da terceira reclamada, Technip
Brasil - Engenharia, Instalações e Apoio Marítimo Ltda.
Diante do exposto, DOU PROVIMENTO ao recurso ordinário
para conceder a segurança, a fim de sustar a ordem de bloqueio,
determinada nos autos da RTOrd-1691-92.2010.5.01.0342, que recaiu sobre
os salários, liberando-se ainda eventuais valores já penhorados sobre
tais verbas.

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Oficie-se, com urgência, a autoridade coatora e o
Presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região,
cientificando-os do inteiro teor desta decisão.

ISTO POSTO

ACORDAM os Ministros da Subseção II Especializada em


Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, por unanimidade,
conhecer do recurso ordinário e, no mérito, dar-lhe provimento para
conceder a segurança, a fim de sustar a ordem de bloqueio, determinada
nos autos da RTOrd-1691-92.2010.5.01.0342, que recaiu sobre os salários,
liberando-se ainda eventuais valores já penhorados sobre tais verbas.
Oficie-se, com urgência, a autoridade coatora e o Presidente do Tribunal
Regional do Trabalho da 1ª Região, cientificando-os do inteiro teor desta
decisão.
Brasília, 18 de dezembro de 2018.

Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)


DELAÍDE MIRANDA ARANTES
Ministra Relatora

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