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04/12/2019 3.

1 - Cuidar e educar

3.1 - Cuidar e educar

Site: Creches e BNCC


Curso: BNCC na Creche - Bebês em Foco
Livro: 3.1 - Cuidar e educar
Impresso por: SOLANGE MARIA DE CRUZ
Data: quarta, 4 dez 2019, 22:23

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Sumário
Introdução

A Alimentação

Necessidades específicas dos bebês

Campos de experiência e os cuidados com bebês

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Introdução
Boa parte da rotina dos bebês até 1 ano e meio é ocupada pelos cuidados físicos.

Esses cuidados com o corpo do bebê exigem conhecimento profissional e protocolar sobre trocar fraldas, banhar, alimentar e
ajudar a repousar. Exigem, também, observação atenta às reações do corpo, já que tudo para este bebê é inaugural. Pode
haver, por exemplo, reações alérgicas a produtos de higiene e alimentos novos na introdução alimentar.

Esses conhecimentos, em geral, são aprendidos na prática e fazem parte do manual de boas práticas construídos nas redes de
ensino, referendado pelos cuidados universais preconizados pela Vigilância Sanitária e pelo acompanhamento da Supervisão, seja
com nutricionistas ou enfermeiras.

“Nos espaços de atendimento coletivos, os momentos dos cuidados são essenciais para promover uma relação mais estreita entre a
educadora e as crianças. O banho, a troca e as refeições dos bebês são situações de encontro e, nesse sentido, não podem ser
apressados, muito pelo contrário: todo tempo de qualidade passado com as crianças significa ganho para elas em seu processo
[1]
psíquico”

A participação dos bebês no cuidado com seu corpo é uma das atitudes que está diretamente ligada ao que a BNCC orienta, e se
coloca como um direito de aprendizagem:

“É recomendável que a criança seja trocada à medida da necessidade, evitando longos momentos de espera. A troca exige cuidados
especiais e intimidade, é um momento especial em que a criança deve ser tratada com individualidade. Na sala de banho e troca
deve-se evitar qualquer elemento, inclusive decorativos ou brinquedinhos, que desviem a atenção da atividade principal que é a
criança participar ativamente do cuidado com seu corpo e estabelecer vínculos com seu professor, olhando-o diretamente nos
[2]
olhos, enquanto ele conversa com ela sobre o que está fazendo, em que partes do corpo do bebê está tocando ou brincando.”

Os educadores reconhecem e aceitam teoricamente que os bebês são sujeitos com desejos e necessidades, que são ativos e
curiosos, mas nas ações de cuidados, por vezes, os tratam como se não fossem capazes de interagir e compreender o mundo à
sua volta, e podem promover estas atividades de forma mecânica. Há muitas considerações em jogo. Por vezes ouvimos que há
muitos bebês para serem cuidados e o tempo é pouco para tudo. Isso ocorre por que ainda há algumas questões pouco discutidas
e aprofundadas no trabalho com bebês. Entre elas destacamos que:

- O papel do professor junto às crianças pequenas envolve as ações de cuidado físico;

- A maneira como se estabelece a relação entre o bebê e quem cuida dele interfere em seu desenvolvimento e aprendizagem;

-  O qualidade do cuidado físico com o bebê tem relação direta com o sentimento de segurança física e emocional que ele vai
construindo.

[1] https://avisala.org.br/wp-content/uploads/2018/11/PEI-Cuidadossaude-e-bem-estar.pdf página 38

[2] ORTIZ, C. e CARVALHO, M. Interações: Ser Professor de Bebês- Cuidar, Educar e Brincar, uma única ação. São Paulo: Editora
Edgard Blucher, 2012

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A Alimentação
Em relação à alimentação, o processo é o mesmo. Vejamos neste material organizado pelo Instituto Avisa lá nos diz sobre esse
tema:

“A alimentação de bebês em ambientes coletivos necessita atenção especial. Da mesma forma que o desenvolvimento das crianças
no primeiro ano de vida avança em etapas significativas, o que as instituições educativas oferecem para elas deve mudar a cada
ciclo. A rotina, o mobiliário, a forma com que se propõem as refeições, bem como os utensílios utilizados e a consistência das
comidas vão variar bastante ao longo desse período, exigindo flexibilidade, observação acurada e planejamento por parte de toda a
equipe. Os bebês por volta dos 8 meses se interessam pela colher e já são capazes de pegar alguns alimentos com os dedos em
pinça e levá-los à boca. Essa pequena autonomia em relação a sua alimentação crescerá bastante nos primeiros anos de vida. Se
permitirmos que as crianças participem ativamente e possam escolher, sem pressão para que comam isso ou aquilo, servir-se fará
com que elas se alimentem melhor. Para as crianças pequenas, o momento de se alimentar está intimamente relacionado aos
aspectos afetivos. Elas estão se constituindo enquanto sujeitos, um intenso processo que ocorre na relação com o adulto que cuida
delas. Assim, a sua postura, o seu toque, o olhar nos olhos, as palavras que são ditas e como responde às manifestações dos bebês
são profundamente significativos e ajudam a criança neste processo (...)
Assim, é importante planejar para que as crianças do berçário 1 (na maioria dos municípios até 1 ano e seis meses) possam
ser alimentadas individualmente. Como elas, nessa idade, têm ritmos muito diferentes, é possível organizar o grupo de
forma que aquelas que têm fome mais cedo possam comer primeiro. Enquanto isso, as demais estão na sala com a outra
educadora, brincando ou dormindo. Essa é uma organização que respeita às necessidades biológicas particulares de cada
[1]
criança. Para ela significa que é aceita e acolhida.”

Como se dá a alimentação na creche?

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No caso dos bebês que ainda são amamentados, o aleitamento materno pode e deve ser incentivado. Caso as mães possam vir ao
longo do dia amamentar os bebês isso deve acontecer num ambiente aconchegante e tranquilo. Caso contrário a creche pode
armazenar o leite materno para oferecer aos bebês em copinhos.

Para refletir mais sobre a importância do aleitamento materno, acesse esta reportagem e assista ao vídeo  -
https://lunetas.com.br/aprenda-dar-leite-para-o-bebe-no-copinho/

Conheça o projeto CEI amigo do peito da SME de são Paulo

http://portal.sme.prefeitura.sp.gov.br/ceiamigodopeito

Ainda que seja fundamental planejar bem os momentos da alimentação, algumas recomendações precisam ser levadas em conta:
a criança que não senta sozinha deve ser alimentada no colo, mesmo se já estiver comendo comida sólida; deve-se ter muito
cuidado com os cadeirões, pois as crianças podem ficar desconfortáveis e irrequietas em função da postura e não ter apoio fixo
para as costas e pés. Neste caso, cadeiras baixinhas acopladas as mesinhas são mais bem aceitas pelos bebês e possibilitam que
elas participem da refeição pegando comida com as mãos; a postura do adulto é a mesma: olho no olho, falar próximo ao bebê,
conversar sobre o que ele está comendo, sobre o sabor da comida, suas cores e aromas, buscando sempre promover os avanços
em sua autonomia.

[1] https://avisala.org.br/wp-content/uploads/2018/11/PEI-Cuidadossaude-e-bem-estar.pdf página 38

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Necessidades específicas dos bebês


Desde bem pequenos, os bebês demonstram possuir uma capacidade de se expressar que gera efeitos importantes sobre as
pessoas com quem convivem e interagem. No entanto, por nascerem um tanto imaturos do ponto de vista motor, dependem de
outro ser humano para sobreviver. O bebê precisa ser cuidado em todos os sentidos para que possa existir como um sujeito. Os
cuidados que recebem devem estar relacionados à sua sobrevivência (como a alimentação, higiene e sono) como também em
relação ao seu bem-estar, à constituição de sua identidade positiva, bem como a sua inserção na cultura, ou seja, a sua
educação.

Entretanto, não é por serem muito pequenos e dependentes do adulto que os bebês não podem ser vistos como sujeitos capazes
de interagir e brincar. Ao contrário! Desde o seu nascimento a criança se expressa e reage às diversas situações (de diferentes
formas) dando-lhes um sentido particular, que podem ser compreendidas por meio de suas posturas, choro, emoções e
vocalizações, de acordo com o prazer e/ou desprazer encontrado no momento.

Deste modo, no trabalho com os bebês, é fundamental que a presença de uma professora ou o professor sensível, leve em conta
esse contexto para que possa oferecer experiências mediadoras e valiosas para que a partir delas os bebês possam: expressar
seus desejos, necessidades e desconfortos, suas descobertas através de seu próprios corpos, dos movimentos, dos gestos, sons e
palavras. O professor deve acolher as manifestações dos bebês para atender as suas especificidades.
Os bebês, como toda criança, têm ritmos e necessidades muito diferentes em se tratando de alimentação e de troca, o
funcionamento biológico é variável e em cada um vai se constituindo hábitos particulares. O educador precisa estar atento a
estas diferenças e perceber o que é hábito de cada um para poder acompanhar e identificar o que está saindo da rotina da
própria criança. Isso porque alguns os sinais de sofrimento podem aparecer e necessitam de atenção.

Por exemplo: a criança não responder as interações dos adultos desviando o olhar, não atender quando chamada, comer demais,
comer de menos, recusar-se a comer, não conciliar o sono, dormir pouco, acordar muitas vezes, chorar demais, ou bebês muitos
passivos. As observações atentas às crianças nas rotinas de cuidados podem dar indícios de que algo não vai bem e assim o olhar
pode ser mais depurado e intervenções mais precisas podem ser buscadas na garantia da saúde e bem estar da criança.

O tempo que cada bebê “consome do adulto”,  ou seja, quanto mais o adulto dispor de um tempo paciente, quanto mais atento
e disponível fisicamente e mentalmente estiver para estar com o bebê, valorizando e reconhecendo as iniciativas do bebê para
conversar com ele, explicar-lhe o que irá acontecer (principalmente se for manusear o seu corpo para uma troca de fralda, de
roupas ou mesmo para dar um banho), e quanto mais aberto estiver para aguardar as respostas do bebê, ainda  que através de
gestos, expressões e olhares, mais o bebê estará apto para uma atenção recíproca. A qualidade desta interação o deixará mais
seguro e confiante e com isso,  quanto mais bem estar físico ele sentir, mais disponível estará para brincar e interagir com
outras crianças com autonomia. Ou seja, não é um tempo perdido, é um tempo investido no que é essencial: reconhecer o bebê
como sujeito e interagir com ele no sentido da promoção de competências essenciais por meio da aprendizagem. Os bebês
poderão aos poucos, aprender o que é se vestir, comer, cuidar de si e cuidar do outro.

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“Como é diferente a imagem do mundo que uma criança recebe quando mãos silenciosas, pacientes, cuidadosas e ainda seguras e resolutas cuidam
dela; e como diferente o mundo parece ser quando estas mãos são impacientes, rudes, apressadas, inquietas e nervosas.”
Emmi Pikler 

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Campos de experiência e os cuidados com bebês


Podemos fazer um exercício em conjunto para entender como os Campos de Experiências, propostos pela BNCC, podem (e
devem) estar presentes nos cuidados com os bebês. Para a faixa etária de 0 à 1 ano e 6 meses, os campos mais frequentes são:
Eu, outro e nós e Corpo, Gestos e Movimentos. Desse modo, é possível criar situações, já exemplificadas no texto, para atender a
todos os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento.

Vejamos um exemplo:

(Objetivo de aprendizagem e desenvolvimento do campo Eu, o outro e o nós) EI01E004 - Comunicar necessidades ,
desejos e emoções utilizando gestos, balbucios e palavras.

Este objetivo pode estar presente quando o professor convida o bebê para ser trocado porque ele parece estar incomodado com
a fralda suja, sinalizando por meio de inquietação corporal ou balbucios. Ele está reforçando a ideia de que o bebê comunica
uma necessidade e é compreendido pelo adulto, que a valida e tem um atitude proativa em ajudá-lo a resolver o problema,
trocando-o.

(Objetivo de aprendizagem e desenvolvimento campo Eu, o outro e o nós)


EI01E005 - reconhecer seu corpo e expressa suas sensações em momentos de alimentação, higiene, brincadeira
e descanso.

Assim como:

(Objetivo de aprendizagem e desenvolvimento campo Corpo, gestos e movimentos) EI01CG04 - participar do cuidado com
seu corpo e da promoção de seu bem estar.

Estes dois objetivos apresentados acima podem estar presentes em momentos nos quais podemos identificar, nos bebês um
pouquinho maiores, que já têm alguma autonomia podem pedir água e o adulto pode auxiliá-lo a pegar o copo individualmente
com água, beber por si mesmo e ouvir aquele “ah “ de satisfação após saciar a sede.

Da mesma forma, é possível identificar que, nas brincadeiras que tratamos neste módulo, sobre “brincar de cuidar” envolvem o
objetivo EI01CG003 - imitar gestos e movimentos de outras crianças, adultos e animais.

Agora é com você, professor!

Propomos que você realize as atividades desse módulo e confira as suas respostas nas fichas de autocorreção disponíveis ao final
das tarefas

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