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RETARDANTES DE CHAMA
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RETARDANTES DE CHAMA
• Como a maioria dos produtos orgânicos, os polímeros são, em maior ou
menor grau, inflamáveis.
• Em algumas aplicações é essencial se evitar a combustão, o uso de
aditivos retardantes de chama se faz necessário de forma a atender
legislações específicas.
• Característica autoextinguível: baixa velocidade de queima quando em
contato com a fonte de calor e rápida supressão (extinção) da chama
quando a fonte é removida.
• Os polímeros halogenados (PVC) e os de alta aromaticidade (PEEK,
PPO, PPS) apresentam este efeito. Para se atingir esta propriedade nos
demais polímeros, o uso de retardantes de chama é necessário.
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RETARDANTES DE CHAMA
• O objetivo do seu uso é reduzir a probabilidade de combustão e a
velocidade de propagação da chama em materiais plásticos depois que já
se iniciou a combustão.
• A aplicação principal é em revestimentos para a construção civil e
aeronáutica e nos isolamentos de fios e cabos elétricos.
• O efeito é obtido com a supressão da chama quando a fonte de calor é
removida.
COMPORTAMENTO INTRÍNSECO DE ALGUNS POLÍMEROS COM RELAÇÃO À
CARACTERÍSTICA DE INFLAMABILIDADE
Inerentemente retardantes de Menos retardantes Muito inflamáveis
chama de chama
•PTFE; •Silicones; •Derivados de celulose;
•Polieterssulfona aromática; •PC; •PS;
•PA aromática ou aramidas; •Polissulfonas. •Poliacetais;
•Poliimidas Aromáticas; •Polietilenos;
•PVC. •PP;
•PU;
•PMMA.
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USO DE RETARDANTES DE CHAMA PARA AUMENTAR A
SEGURANÇA EM CONSTRUÇÕES
Calor
Combustível Comburente
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PROCESSO DE COMBUSTÃO DOS POLÍMEROS
A combustão é uma sucessão complexa de processos físicos e químicos em que as
substâncias reagem com o oxigênio atmosférico, liberando calor e formando produtos
como água, CO2 e CO. Os estágios são:
• Aquecimento do polímero: a velocidade do aquecimento depende basicamente
da temperatura da chama e do tipo de polímero (calor específico, condutividade
térmica, calor latente e calor de vaporização). O polímero amolece ou funde-se e
começa a fluir.
• Decomposição ou pirólise: ocorre a decomposição térmica com a liberação de
pequenas moléculas, formando gases combustíveis (H2 e hidrocarbonetos) e
gases não combustíveis (CO e CO2). É um processo exotérmico e depende da
estabilidade do polímero.
• Ignição: se a proporção dos gases
inflamáveis for suficiente poderá
haver ignição e a chama se
propagar por todo o produto. A
temperatura de ignição depende
do polímero e sempre é superior à
temperatura de decomposição. As
reações ocorrem por radicais livres.
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PROCESSO DE COMBUSTÃO DOS POLÍMEROS
• Propagação: a combustão continua se houver transferência de calor suficiente
para o polímero a fim de manter o suprimento de gases combustíveis. A
propagação não continua se a decomposição do polímero requerer mais calor do
que é suprido pela chama ou se resíduos não inflamáveis na superfície isolarem o
polímero da fonte de calor.
• Extinção: com a propagação da chama, a disponibilidade de material combustível
e/ou oxigênio gradativamente diminui, até que o calor gerado pelas reações de
combustão não seja suficiente para manter a região da queima em temperatura
elevada, levando-a à extinção.
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CARACTERÍSTICAS CE COMBUSTÃO DE ALGUNS
POLÍMEROS
Polímero Ponto de fulgor(ºC) Ponto de autoignição (ºC) Calor de combustão (kJ/g)
Polietileno 340 350 46,5
PU 310 415 --
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TIPOS E MECANISMOS DE ATUAÇÃO DOS
RETARDANTES DE CHAMA
Tipos de retardantes de chama:
• Inorgânicos.
• Orgânicos não reativos.
• Orgânicos reativos.
Mecanismos:
1. Interferem quimicamente com o mecanismo de propagação da chama.
2. Podem produzir gases incombustíveis que reduzem o suprimento de O2;
3. Podem reagir, se decompor ou mudar de estado endotermicamente, isto
é, absorvendo calor;
4. Podem formar uma camada protetora, inibindo a combustão.
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CONSUMO DOS ADITIVOS ANTICHAMAS POR
TIPO DE RETARDANTE
Classe Tipo Percentual de
consumo
a) Inorgânicos: adicionados à Alumina trihidratada 44,4
formulação, atuam como Trióxido de antimônio 7,6
barreiras. Compostos de boro 1,7
Outros 3,5 57,2
b) Orgânicos não reativos: Compostos de fósforo 14,7
não são incorporados à Compostos de Cloro 8,2
cadeia do polímero. Compostos de Bromo 6,4 29,3
c) Orgânicos reativos:
Compostos halogenados
13,5 13,5
enxertados na cadeia
polimérica.
Total 100,0
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ORGÂNICOS NÃO REATIVOS
• Não são incorporados à cadeia do polímero: Compostos de fósforo, cloro
ou bromo.
• Entre os halogenados, os compostos de bromo são os mais eficientes:
– Dibromo pentaeritritol, C(CBr2-OH)4: resinas poliésteres e PU;
– Hexabromo ciclohexano, C6Br6 (cicloalifático): poliolefinas;
– Tetrabromobisfenol A (aromático): plásticos de engenharia.
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ORGÂNICOS NÃO REATIVOS COMPOSTOS
HALOGENADOS
• Radicais livres gerados se combinam com o oxigênio do ar em uma reação em
cadeia de natureza exotérmica, produzindo gases incombustíveis que reduzem o
suprimento de O2.
• Mecanismo de ação: bloqueio dos radicais livres, interrompendo ou retardando a
combustão.
• Em reação com o próprio combustível, o retardante de chama pode ser regenerado:
X• + RH → R• + HX
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INORGÂNICOS
Adicionados à formulação, atuam como barreiras:
a) Alumina trihidratada (hidróxido de alumínio): muito empregada em polímeros
processados em temperaturas abaixo de 250 – 300ºC, pois acima disto ocorre a sua
decomposição endotérmica.
2 Al.(OH)3 → Al2O3 + 3H2O
• Esta reação absorve 1,17 J/kg e a água liberada dilui os gases combustíveis na
chama e a alumina (Al2O3) forma uma camada protetora na superfície do produto,
reduzindo a difusão de oxigênio para o meio reativo e dificultando a troca de calor.
• Uso em elevados teores, o que prejudica o comportamento mecânico → tratamento
com silanos é a solução, visando elevar o acoplamento entre o aditivo e o polímero.
Exemplo: fios e cabos de PEBD.
b) Hidróxido de magnésio – Mg(OH)3: temperatura de decomposição mais elevada,
330ºC, sendo indicado para polímeros com temperaturas de processamento mais
elevadas como Poliamidas e Poliésteres e no PVC, onde neutraliza o HCl.
c) Trióxido de antimônio - Sb2O3: isoladamente não atua como retardante de chama,
mas quando utilizado em conjunto com retardantes de chama halogenados, observa-
se uma poderosa sinergia positiva.
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INORGÂNICOS SB2O3 ASSOCIADO A
COMPOSTOS BROMADOS
Br
Sb2O3 → SbBr3
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FORMAÇÃO DE CAMADA PROTETORA, INIBINDO
A COMBUSTÃO
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TEMPO DE QUEIMA PARA PVC ADITIVADO
(ACIMA DE 450ºC)
Aditivo Teor (pcr) Tempo de
queima (s)
DIDP 50 128
TAP 50 148
SbO3 6 134
TAP + 50/6 180
SbO3
• Formulação 1 para PEAD: • Formulação 3 para PSAI:
– 89,9% HDPE, – 80% HIPS,
– 5% octabromodifenil, – 15% octabromodifenil;
– 1,6 % parafina clorada; – 5% Sb2O3.
– 3,5 % de Sb2O3.
• Formulação 2 para ABS:
– 78% ABS,
– 17% bis[2,4,6-tribromopentoxietano];
– 5% Sb2O3.
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ENSAIOS
1) Ignição: corpos de prova em combustão para verificar a sua tendência a
continuar queimando:
• Considera fumaça, cor da chama, gotejamento, velocidade de queima,
entre outros.
2) Determinação dos tipos de subprodutos de combustão:
• Captação da fumaça, fuligem e demais gases para avaliar produtos
voláteis tóxicos.
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ENSAIOS - ASTM D-2863
• IO (LOI: Limited Oxygen Index ) = é a mínima concentração de O2 na mistura
oxigênio + nitrogênio (O2+N2) que ainda mantém a combustão do material; o
fogo apaga quando o nível de oxigênio atinge um valor crítico, onde se lê o
valor de IO;
• Valores acima de 27%: retardância de chama;
• Concentração de oxigênio na atmosfera = 21%.
Polímero LOI (%) • Baixo IO de O2: implica que mesmo em atmosfera
com baixo teor de O2 há continuidade da queima;
Poliacetal 15,5
• Exemplo: PTFE: IO de 95% = não queima mesmo na
Espuma de PU 16,5 presença de 95% de O2.
Poliolefinas 17,4
PS Cristal 17,8
PC 22-28
Resina fenólica 35
PVC rígido 47
PVDC 60
PTFE 95
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ENSAIO PADRÃO UL
• Teste de inflamabilidade para peças com espessura maior que a de filmes;
• Inflamabilidade em porcentagem de combustão.
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TESTE PADRÃO UL*94 – PROPAGAÇÃO DE CHAMA
VERTICAL
• São ensaiados 5 corpos de prova, sendo que a amostra
é fixada verticalmente, de modo que a extremidade é
colocada a 3,5cm acima de um chumaço de algodão de
0,6cm de espessura.
• A chama, então, é colocada sob a extremidade do corpo-
de-prova, mantida por 10 segundos e depois retirada.
• Quando o corpo de prova para de queimar, a chama é
de novo colocada sob o mesmo por mais 10 segundos, e
depois retirada.
• Dados obtidos:
– t1 = Duração da chama no corpo de prova após a primeira
aplicação.
– t2 = Duração da chama no corpo de prova após a segunda
aplicação.
– t3 = Duração da chama mais a incandescência após a
segunda aplicação.
– Se o corpo de prova queima até o prendedor.
– Se o corpo de prova emite gotas ou fagulhas que incendeiam
o algodão.
*UL = Underwriters Laboratories, entidade privada norte-americana responsável pela
normalização de produtos de uso doméstico no EUA.
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PROPAGAÇÃO DE CHAMA HORIZONTAL
• ASTM E-162 - Standard Test Method for Surface Flammability of Materials Using a
Radiant Heat Energy Source (base da norma brasileira NBR 9442 - Materiais de
Construção – Determinação do Índice de Propagação Superficial de Chama pelo
Método do Painel Radiante).
• Uma fonte radiante de calor (aquecida a gás) para determinar a flamabilidade
superficial de materiais.
• Uma amostra plana é submetida à temperatura de 670ºC por 15 minutos em um
ângulo de 30º em relação ao painel radiante. A extremidade superior da amostra é
exposta a uma chama piloto de 51 a 76 mm de comprimento).
• A propagação superficial de chamas é determinada por meio da medição do tempo
que a chama leva para atingir uma das marcas de referência ao longo do eixo
longitudinal da amostra. O ensaio é finalizado quando a chama atinge a marca de
381mm (15 polegadas) ou depois de um tempo de exposição de 15 minutos.
• São ensaiadas, no mínimo, 4 amostras.
• Métodos de caracterização:
– Métodos gravimétricos: se baseiam na determinação da massa das partículas de
fumaça depositadas sobre um filtro sob condições padronizadas;
– Métodos ópticos: envolvem medidas da fração de luz absorvida ou obstruída pela
fumaça (obscurecimento). São os mais utilizados, pois representam melhor as
situações reais de incêndio, podendo-se correlacionar este valor com a capacidade
das pessoas identificarem a rota de fuga.
RETARDANTES DE CHAMA
ASTM E-662 - Standard Test Method for Specific Optical Density of Smoke Generated by Solid
Materials
• Baseia-se em uma câmara completamente fechada de (914 mm x 610 mm x 914 mm), na
qual um corpo-de-prova de 76,2 mm2 é fixado verticalmente num suporte, de tal modo que
uma área de 65,1mm2 possa ser exposta ao calor de duas formas distintas:
• Em condições de chama (sob a ação de queimadores);
• Na ausência de chama, sob a ação de uma resistência radiante.
• Fonte de calor: fluxo de 2,5 W/cm2 na superfície exposta do corpo-de-prova.
• Medida: densidade óptica de fumaça (Ds), sendo:
Ds = 132 log(100/T)
T= transmitância do feixe de luz, medida diretamente no fotômetro. Fotodetector