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Fatores influenciadores

RELATO DEno EXPERIÊNCIA


processo de aprendizagem

Fatores influenciadores no processo de


aprendizagem: um estudo de caso
Ariete Fröhlich Tabile; Marisa Claudia Durante Jacometo

RESUMO - Entende-se a aprendizagem como um processo dinâmico e


interativo da criança com o mundo que a cerca, garantindo-lhe a apropriação
de conhecimentos e estratégias adaptativas a partir de suas iniciativas e
interesses e dos estímulos que recebe de seu meio social. O objetivo geral foi
reconhecer se tais fatores são essenciais na aprendizagem. Especificamente:
a) identificar se a motivação é um dos fatores que interferem nesse processo;
b) descobrir como os professores lidam com possíveis dificuldades de
aprendizagem que possam surgir. Realizou-se um estudo de caso com 120
professores do ensino fundamental I, sendo 60 da rede privada e 60 da rede
pública. Os resultados indicam que os professores tendem a caracterizar
a responsabilidade da dificuldade de aprendizagem na família e a própria
criança, e não só acreditam na influência positiva das dinâmicas para
motivação e aprendizagem do aluno como também consideram a lição de
casa como excelente estímulo para aprendizagem.

UNITERMOS: Infância. Aprendizagem. Alfabetização.

Ariete Fröhlich Tabile - Psicopedagoga. Professora do Correspondência


Colégio La Salle, Lucas do Rio Verde, MT, Brasil. Marisa Claudia Jacometo Durante
Marisa Claudia Durante Jacometo - Doutora em Edu­ Av. Universitária, nº 1.000 W – Bairro Bandeirante –
cação. Professora orientadora do artigo, Lucas do Rio Lucas do Rio Verde, MT, Brasil – CEP: 78455-000
Verde, MT, Brasil. E-mail: marisa@faculdadelasalle.edu.br

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INTRODUÇÃO REVISÃO DA LITERATURA


A educação nem sempre é cercada somen- Infância
te por sucessos e aprovações. Muitas vezes, As fases do desenvolvimento da criança são
no decorrer do ensino, nos deparamos com estudadas por vários autores com abordagens
pro­­blemas que deixam os alunos paralisados diferentes. Vygotsky denominou que, no pro-
diante do processo de aprendizagem, assim são cesso de aprendizagem, a interação é constante
rotulados pela própria família, professores e e acontece por meio do desenvolvimento real,
colegas. Entre esses problemas, encontram-se desenvolvimento potencial e zona de desenvol-
as dificuldades na aprendizagem e na socia- vimento proximal1. O desenvolvimento não é di-
lização. É importante que todos os envolvidos vidido em estágios para Vygotsky, ele denominou
no processo educativo estejam atentos a essas os níveis de desenvolvimento, chamados de real
dificuldades, observando se são momentâneas e potencial. O nível de desenvolvimento real é
ou se persistem por algum tempo. tudo aquilo que a criança já aprendeu e é capaz
Na maioria dos casos, é o professor o primei- de desempenhar sozinha. Enquanto que o nível
ro a identificar que a criança está com alguma de desenvolvimento potencial corresponde ao
dificuldade. Podem apresentar desde cedo um que a criança ainda irá aprender e desenvolver.
atraso no desenvolvimento da fala e dos movi- As fases do desenvolvimento infantil para
mentos, geralmente apresentam desmotivação Piaget2 têm um enfoque diferente. Há uma sepa-
e incômodo com as tarefas escolares gerados ração do processo cognitivo inteligente em duas
por um sentimento de incapacidade, que leva à palavras: aprendizagem e desenvolvimento. Para
frustração. A desordem no aprendizado afeta a Piaget2, a aprendizagem refere-se à aquisição de
capacidade do cérebro em receber e processar uma resposta particular, aprendida em função
informações, o que pode comprometer o ato de da experiência, obtida de forma sistemática ou
aprender. Importante ressaltar que não se deve não, enquanto que o desenvolvimento seria uma
confundir dificuldade de aprendizagem com aprendizagem de fato, sendo este o responsável
falta de vontade de realizar as tarefas, algo bem pela formação dos conhecimentos.
comum nesta fase. Na teoria piagetiana o desenvolvimento da
Essas dificuldades refletem-se no processo criança é descrito, basicamente, em quatro es-
de aprendizagem, a qual se carecteriza como tados, considerados como fases de transição2.
resultado de construção e experiências passa- Essas quatro fases são: (1) Sensório-motor
das que influenciam as aprendizagens futuras. (0 – 2 anos), (2) Pré-operatório-operatório (2 – 7,8
Dessa forma, a aprendizagem é como uma anos). (3) Operatório-concreto (8 – 11 anos) e (4)
construção pessoal resultante de um processo Operatório-formal (8 – 14 anos).
experimental, inerente à pessoa e que se mani- No estágio do sensório-motor iniciam-se os
festa por uma modificação de comportamento. reflexos neurológicos básicos e o bebê começa
Sabe-se que a aprendizagem é um fenômeno a criar formas de agir para conseguir entender
extremamente complexo, envolvendo aspectos mentalmente esse novo ambiente em que está
cognitivos, emocionais, orgânicos, psicossociais inserido3. Há também, nesta fase, a construção
e culturais. prática das noções de objeto, espaço, causali-
Diante disso, objetiva-se reconhecer se tais dade e tempo4. Segundo Lopes3, as noções de
fatores são essenciais na aprendizagem. A espaço e tempo são construídas pela ação, ca-
partir deste, pretende-se especificamente: a) racterizando uma inteligência prática.
identificar se a motivação é um dos fatores que No segundo estágio, o pré-operatório, surge
interferem nesse processo; b) descobrir como os na criança a capacidade de substituir um ob-
professores lidam com possíveis dificuldades de jeto ou acontecimento por uma representação,
aprendizagem que possam surgir. caracterizando a função simbólica2. Assim, este

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estágio é muito conhecido como o estágio da Sabe-se que apenas com a institucionalização
Inteligência Simbólica. Contudo, Macedo4 lem- da escola é que o conceito de infância começa
bra que a atividade do sensório-motor não está lentamente a ser alterado ao conhecemos hoje
esquecida ou abandonada, mas refinada e mais como infância, por meio da escolarização das
sofisticada. Verifica-se que ocorre uma crescente crianças. Podemos, então, a partir do desenvolvi-
melhoria na sua aprendizagem, permitindo me- mento de uma pedagogia para as crianças, falar
lhor exploração do ambiente, com utilização de em uma construção social da infância.
movimentos e percepções mais sofisticados. A A construção social da infância se concretiza
criança deste estágio é egocêntrica, centrada em pelo estabelecimento de valores morais e ex-
si mesma, pela ausência de possibilidade de se pectativas de conduta para ela. Podemos falar
colocar no lugar do outro. Além disso, não aceita de uma invenção social da infância a partir do
a ideia do acaso e tudo deve ter uma explicação século XVIII, em que há uma fundação de um
(é fase dos “por quês”), pois possui percepção estatuto para essa faixa etária, assim como a
global sem discriminar detalhes. invenção da adolescência no fim do século XIX.
No estágio operatório-concreto, conforme Em nosso tempo, as gerações vivem segmenta-
Nitzke et al.5, a criança desenvolve noções de das em espaços exclusivos. Na sociedade con-
tempo, espaço, velocidade, ordem, casualidade, temporânea facilmente constatamos a separação
sendo então capaz de relacionar diferentes as- das faixas de idade8.
pectos e abstrair dados da realidade. Um impor- Assim, entende-se que a criança, neste sé-
tante conceito desta fase é o desenvolvimento da culo, viu-se integrada em uma noção de desen-
reversibilidade, ou seja, a capacidade da repre- volvimento, a qual passou a mostrá-la como um
sentação de uma ação no sentido inverso de uma
ser cujo crescimento é um desdobrar-se dentro
anterior, anulando a transformação observada.
de processos biológicos, sociais, intelectuais,
No último estágio, o operatório-formal, se-
psicológicos e emocionais9.
gundo Wadsworth6, as estruturas cognitivas da
criança alcançam seu nível mais elevado de
Alfabetização
desenvolvimento. A representação agora permite
à criança uma abstração total, não se limitando A alfabetização liberta as crianças da res-
mais à representação imediata e nem às relações trição da comunicação face a face dando-lhes
previamente existentes. Agora, a criança é ca- a possibilidade de acessar as ideias e a ima-
paz de pensar logicamente, formular hipóteses ginação de pessoas em terras distantes e em
e buscar soluções, sem depender mais só da períodos passados. A partir do momento em que
observação da realidade. as crianças conseguem ler e escrever podem
A partir disso, entende-se a importância traduzir os sinais de uma página em um padrão
de compreender a infância para estudar os de sons e significados, desenvolver estratégias
pro­­cessos da aprendizagem. O conceito de in­­ progressivas e sofisticadas para entender o que
fância representa tanto um conceito cultural leem e usar a palavra escrita para expressar
quanto biológico. Na maior parte da história, pensamentos e sentimentos10.
crianças com mais de 7 anos foram tratadas De acordo com Batista11, a alfabetização de-
como pequenos adultos. Para Narodowski7, a signa, na leitura, a capacidade de decodificar
infância é um fenômeno histórico e não mera- os sinais gráficos, transformando-os em sons,
mente natural, e as características da mesma e, na escrita, a capacidade de codificar os sons
no ocidente moderno podem ser esquemati- da língua, transformando-os em sinais gráficos.
camente delineadas a partir da heteronomia, Entretanto, esse conceito de alfabetização foi
da dependência e da obediência ao adulto em sendo progressivamente ampliado em função
troca de proteção. das necessidades sociais e políticas, sendo que

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hoje já não se considera alfabetizado quem ape- considerada tradicional e chamada de aborda-
nas codifica ou decodifica os sinais gráficos. Essa gem com ênfase no código ou fonética10.
ampliação no conceito de alfabetização resul­tou O segundo método é chamado de abordagem
em um novo conceito, o de letramento, o qual global da linguagem e enfatiza pela retenção
pode ser definido como o processo de inserção baseada na visualização: a criança simples-
e participação na cultura escrita. mente vê a palavra e a retém, ou seja, focaliza a
Trata-se de um processo que tem início quan- recuperação visual e o uso de dicas contextuais.
do a criança começa a conviver com as diferen­­tes Baseia-se na crença de que as crianças podem
manifestações da escrita na sociedade (placas, aprender a ler e a escrever naturalmente, tanto
rótulos, embalagens comerciais, revistas, etc.) quanto aprendem a falar. Desse modo, alega-se
e se prolonga por toda a vida, com a crescente que a leitura propicia melhor compreensão e
possibilidade de participação nas práticas sociais mais prazer ao experimentar a linguagem escrita
que envolvem a língua escrita, como a leitura desde o princípio, como modo de aumentar a
e redação de contratos, de livros científicos, de informação e de expressar ideias e sentimentos,
obras literárias, por exemplo12. e não um sistema de sons e sílabas isolados a
A alfabetização, como etapa inicial da esco- ser aprendido por memorização e treino10.
lariação, é entendida como o processo pelo qual Baseado nisso, sabe-se que, a partir da dé-
a liguagem adquire significados, contituindo-se cada de 1980, o ensino da leitura e da escrita
um meio para a criança ampliar o seu universo centrado no desenvolvimento das referidas ha-
de conhecimento13. Nessa perpectiva, a alfabe- bilidades, desenvolvido com o apoio de material
tização pretende contribuir para que os alunos pedagógico que priorizava a memorização de
entendam a ciência e a tecnologia como ele- sílabas e/ou palavras e/ou frases soltas, passou
mentos integrantes do seu mundo, sendo capa- a ser amplamente criticado15. Nesse período,
zes de utilizá-los para o entendimento crítico pesquisadores de diferentes campos – Psicologia,
do meio social em que vivem. Esse processo História, Sociologia, Pedagogia, etc. – tomaram
corresponde a uma construção a ser desen- como temática e objeto de estudo a leitura e seu
volvida ao longo de toda a vida, por meio de ensino, buscando redefini-los.
sujeitos e contextos diversos, sendo essencial a Após intensas discussões, os Parâmetros Cur­­
sua sistematização desde a entrada da criança riculares Nacionais (PCN) se adequaram ao con-
no ambiente escolar13. senso dos debates conteporâneos e hoje reforçam
A alfabetização considerada como o ensino o abandono de práticas pedagógicas tradicionais
das habilidades de “codificação” e “decodifica- alicerçadas na memorização e fragmentação dos
ção” foi transposta para a sala de aula, no final conhecimentos. Atualmente, os PCN defedem
do século XIX, mediante a criação de diferentes uma proposta de ensino de ciências contextuali-
métodos de alfabetização – métodos sintéti­ zada e interdisciplinar, que favoreça a aquisição
cos (silábicos ou fônicos) x métodos analíticos de conhecimentos e capacidades necessárias ao
(global) –, que padronizaram a aprendizagem exercício da cidadania16.
da leitura e da escrita14.
Esse modo de ensinar se baseou em uma das Aprendizagem
suas formas que as crianças podem identificar Na conceituação do processo de aprendi-
uma palavra impressa. Uma é chamada de de- zagem Skinner17 diz que um sujeito aprende
codificação: ela “ouve” a palavra e converte de quando produz modificações no ambiente. Isto
escrita em fala antes de ir buscá-la na memória significa que algo de novo lhe foi ensinado de
de longo prazo. Para fazer isso, a criança tem de forma a se tornar mais adaptativo, passando en-
dominar o código fonético que associa o alfabeto tão a ser emitido um novo comportamento pelo
impresso aos sons falados. Essa abordagem é indivíduo. Referindo-se também ao conceito de

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aprendizagem, Oliveira18 o coloca, como defi- tralidade das ações da criança no ambiente e
nição de Vygotsky, como sendo o processo de seu processamento cognitivo das experiências19.
aquisição de conhecimentos ou ações a partir da Para Vygotsky, a aprendizagem passa por um
interação com o meio ambiente e com o social. processo de internalização de conceitos. Esta
O processo de aprendizagem acontece a par- consiste na reconstrução interna de uma opera-
tir da aquisição de conhecimentos, habilidades, ção externa20. Sabe-se que, em todo seu trabalho,
valores e atitudes através do estudo, do ensino Vygotsky utilizou conceitos como: cognição, pro-
ou da experiência. A construção de conheci- cessos internos, funções psicológicas superiores
mentos em sala de aula deve se constituir de e processo intrapessoal enquanto estado mental
forma gradativa adequando-se a cada estágio do para explicar a aquisição da aprendizagem.
desenvolvimento da criança. O professor deve Ao longo de todo o processo de aprendiza-
oportunizar situações de aprendizagem em que gem, ocorrem vários níveis de desenvolvimentos
o aluno participe ativamente desse processo, reais e potenciais21. O intervalo (distância) entre
ainda que a fonte desse conhecimento possa o nível de desenvolvimento real e o potencial foi
estar tanto no exterior (meio físico, social) como denominado por ele como zona de desenvolvi-
no seu interior1. mento proximal. O professor deve atuar nesta
Com respeito e cuidado com o processo de zona e contribuir para o processo de aprendiza-
maturação de cada fase, o professor pode ofe- gem do aluno21.
recer atividades e estímulos adequados que O professor também pode ajudar na siste-
possibilitem o desenvolvimento cognitivo. Se- matização dessa aprendizagem, não anulando
gundo Pilleti & Rossato1, ensinar é provocar o os conceitos espontâneos, mas utilizando-os
desequilíbrio da mente do estudante para que como base na aquisição e compreensão dos con-
ele busque o reequilíbrio, numa reconstrução ceitos científicos. De acordo com Vygotsky21, os
de novos esquemas, ou seja, que ele aprenda. processos de aprendizagem e desenvolvimento
Sabe-se que as teorias do desenvolvimento são intimamente relacionados e passam, ne-
explicam como ocorre o desenvolvimento do ser cessariamente, pela mediação. Ambos somente
humano a partir de afirmações que propõem são possíveis por meio das interações sociais de
princípios gerais para isso, incluindo a apren- produção, nas quais a linguagem desempenha
dizagem, e assim se dividem em correntes: (1) um papel essencial.
teorias psicanalíticas: de Freud e de Erikson, A aprendizagem e o desenvolvimento acon-
(2) teorias cognitivas: de Piaget e Vygotsky, e tecem do plano social para o individual. Nesse
(3) teorias da aprendizagem: o modelo do con- processo, os sujeitos mais experientes de uma
dicionamento clássico de Pavlov, o modelo de cultura auxiliam os menos experientes, tornando
condicionamento operante de Skinner e a teoria possível que eles se apropriem das significações
sociocognitica de Bandura19. culturais. Assim, entende-se que a construção
Os teóricos psicanalíticos acreditam que de conhecimentos é uma atividade comparti-
o comportamento é governado por processos lhada, trazendo implicações importantes para
inconscientes e conscientes. Consideram o de- a educação20.
senvolvimento como fundamentalmente cons- Nas teorias da aprendizagem há a represen-
tituído por estágios, com cada estágio centrado tação de uma tradição teórica na qual se conside-
em uma forma particular de tensão ou em uma ra o comportamento humano enormemente plás-
determinada tarefa19. tico, moldado por processos de aprendizagem
As teorias cognitivo-desenvolvimentais en- previsíveis. Por isso, há três teorias da aprendi-
fatizam primariamente mais o desenvolvimento zagem, as quais explicam o desenvolvimento de
cognitivo do que a personalidade, e invertem experiências de aprendizagem acumuladas, não
essa ordem de importância, enfatizando a cen- divididas por estágios ou fases19.

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A primeira é o condicionamento clássico, no Sobre os professores da rede privada, todos


qual a aprendizagem ocorre quando estímulos eram do sexo feminino (100%). A faixa etária
neutros se tornam tão fortemente associados a variou de 37 a 48 anos, com média de idade de
estímulos naturais que eliciam as mesmas res- 41 anos. Na escolaridade dos professores da
postas, ou seja, uma resposta automática ou não rede privada, encontrou-se que a maioria possui
condicionada – como uma emoção ou um refle- pós-graduação (70%) e os demais pós-graduação
xo – que vem a ser ativada por um novo indício, incompleta (30%).
chamado de estímulo condicionado, após ter sido A tabulação dos dados provenientes dos
combinada diversas vezes com esse estímulo. questionários foi realizada no Excel, nos meses de
O condicionamente operante, segunda teoria, fevereiro e março de 2015. Para discussão dos
conhecida também como condicionamento intru- resultados, foi realizada uma revisão de literatu-
mental, explica que o desenvolvimento envolve ra em artigos e livros conceituados da área para
mudanças de comportamento moldadas por possibilitar um aprofudamento e atualização
reforço e punição. Representa o tipo de apren- dos conhecimentos sobre o tema. Sabe-se que a
dizagem no qual a probabilidade de uma pessoa revisão de literatura é caracterizada como uma
realizar algum comportamento é aumentada ou busca de informações sobre um tema a fim de
diminuída devido às consequências que produz. explorar os conhecimentos sobre um problema
A teoria sociocognitiva de Bandura, terceira e de pesquisa.
última teoria, descreve que as pessoas aprendem
a partir de modelo; aquilo que elas aprendem de APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RE-
um modelo depende de como elas interpretam SULTADOS
a situação cognitiva e emocialmente. Afirma Identificar se a Motivação é um dos Fatores
que a aprenzagem nem sempre requer esforço que Interferem no Processo de Aprendizagem
direto, pois pode também ocorrer como resultado A motivação pode ser entendida como um
da observação de alguém realizando uma ação. processo e, por isso, é aquilo que suscita ou in-
Por isso, Baudura enfatiza que o fato de que a cita uma conduta, que sustenta uma atividade
modelação pode ser o veículo para aprender progressiva, que canaliza essa atividade para um
informação abstrata e habilidades concretas. dado resultado22. A motivação caracteriza-se por
um processo que mobiliza o organismo para a
MÉTODO ação, a partir da necessidade de satisfação. Isso
Este artigo trata-se de um estudo de casos, significa que, na base da motivação, está sempre
por meio da aplicação de um questinário estrutu- um organismo que apresenta uma necessidade,
rado com 120 professores do ensino fundamental um desejo, uma intenção, um interesse, uma
I, sendo 60 da rede privada e 60 da rede pública. vontade ou uma predisposição para agir.
O estudo foi desenvolvido nas escolas do mu- A criança apresenta um quadro de motiva-
nícipio de Lucas do Rio Verde (MT) no período ção em formação, sendo necessário que os seus
de janeiro a fevereiro de 2015, com aplicação responsáveis compreendam os estímulos que
de questionário. a motivam ao aprendizado. Para Vygotsky21, o
Sobre o perfil desses professores, encontrou-se pensamento propriamente dito é gerado pela
que o genêro mais prevalente foi o feminino (95%). motivação, isto é, por nossos desejos e necessi-
Em relação aos professores da rede pública, dades, nossos interesses e emoções. É preciso
a faixa etária variou de 28 a 42 anos, sendo a incentivar a educação, mas não apenas uma
média de idade 36 anos. Em relação à escolari- educação fria, sem sentimentos. Educar precisa
dade, constatou-se que a maioria possui ensino envolver os alunos, envolver a ponto de marcar
superior completo (80%). de maneira positiva23.

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Entende-se que a desmotivação interfere motivação dos alunos, inclusive a má remu-


negativamente no processo de ensino-aprendi- neração dos professores, o fato de nas escolas
zagem. Entre as causas da falta de motivação, públicas, de forma geral, as salas serem lotadas,
o planejamento e o desenvolvimento das aulas com um estilo fixo de ensino e com infraestrutura
realizadas pelo professor são fatores determi- inferior às escolas privadas, pode-se explicar
nantes. O professor deve fundamentar seu tra- a diferença de percepção dos professores na
balho conforme as necessidades de seus alunos, motivação dos alunos entre a rede pública e a
considerando sempre o momento emocional e privada.
as ansiedades que permeiam a vida do aluno Para Boruchovitch & Bzuneck24, a motivação
naquele momento24. tornou-se um problema em educação, pela sim-
Os professores foram questionados em re- ples constatação de que sua ausência representa
lação à frequência que costumavam agir como queda de investimento pessoal e, consequen-
professores motivadores. A maioria dos profes- temente, na qualidade das tarefas de aprendi-
sores da rede pública acreditam que o são muito zagem. À medida que as crianças avançam nos
frequentemente (70%) e (30%), frequentemente. anos escolares, observa-se que o interesse cai e
Os da rede privada foram muito semelhantes nas facilmente instalam-se dúvidas quanto à capa-
respostas: (60%) que o são muito frequentemente cidade de aprender certas matérias. O esforço,
e (40%), frequentemente. principal indicador de motivação, só é utilizado
Esse resultado demonstra que os professores se o aluno acreditar na capacidade de êxito25.
acreditam estarem motivados por boa parte do O grande desafio da atualidade é averiguar
tempo, no entanto, veem algumas falhas no seu as razões da ausência da motivação do aluno
grau de motivação, sendo necessário realizar para aprendizagem e buscar estratégias eficazes
contínuas estratégias para que eles não se des- que ajudem a reverter esse quadro. Para motivar
motivem. Cursos e atividades motivadoras com os alunos, é imprescindível analisar as formas
os professores podem ser uma das opções de de pensar e aprender para desenvolver estraté-
atividades contínuas para que eles não percam gias de ensino que partam das suas condições
a motivação em ensinar e, consequentemente, reais, devendo ir além do cognitivo e avaliar a
não parem de motivar os alunos. afetividade26.
Em relação ao fato de alunos estarem moti- O ensino só tem sentido quando implica na
vados, os professores da rede pública julgaram aprendizagem, por isso é necessário conhecer
os alunos menos motivados que os da rede como o professor ensina e entender como o
privada, em uma escala que varia de frequen- aluno aprende. Só assim o processo educativo
temente a nunca motivados. Os alunos da rede poderá acontecer e o aluno conseguirá aprender
pública estão com maior prevalência de estarem a pensar, a sentir e a agir. Não há aprendizagem
raramente motivados na visão dos professores. sem motivação, assim um aluno está motivado
Essa realidade pode ser explicada por um dos quando sente necessidade de aprender e, por
fatores que influenciam a motivação: o ambiente meio dessa necessidade, o aluno se dedica às
escolar. O ambiente escolar influencia muito na tarefas até se sentir satisfeito.
adaptação da criança, no processo aprendizagem Esta pesquisa observou ainda que todos os
e na motivação, colaborando e estimulando po- professores entrevistados, tanto da rede pública
sitivamente caso haja um ambiente propício19. como de privada, acreditam que as dinâmicas em
A partir disso, sabe-se que o estilo de ensino, sala de aula e atividades criativas influenciam
tamanho da classe e a infraestrutura da escola positivamente na motivação dos alunos e, con-
contribuem para o bom desenvolvimento das sequentemente, na aprendizagem. Além disso,
crianças no ensino fundamental19. Embora exis­ acreditam que os professores devem realizá-las
tam muitos outros fatores que possam afetar a para motivar e estimular os alunos.

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Sabe-se que as dinâmicas de grupo facilitam escolarização em relação à assimilação dos


que os alunos tragam para o concreto aquilo que conteúdos propostos. Eles podem ser duradou-
aprendem em sala de aula, usando a imagina- ros ou passageiros e mais ou menos intensos e
ção e o trabalho grupal27. Hernández23 também levam alunos ao abandono da escola, à repro-
relata a importância das dinâmicas inspirados e vação, ao baixo rendimento, ao atraso no tempo
do trabalho e equipe; descreve que se necessita de aprendizagem ou mesmo à necessidade de
atualmente de professores que favoreçam o equi- ajuda especializada.
líbrio entre a iniciativa individual e o trabalho Souza28 coloca, a partir de autorrelatos de
em equipe. professores, que os grandes motivos dos enca-
A partir dos resultados expostos conclui-se minhamentos para os atendimentos psicológicos
que a motivação dos alunos depende em parte relacionam-se aos mais diversos tipos de queixas
da motivação dos professores, do ambiente es- dos alunos. Desta forma, o educador mostra
colar, das dinâmicas em sala de aula, e que isso extrema dificuldade em ensinar determinadas
influencia no seu grau de aprendizado, visto as crianças, não sabendo como lidar com questões
atividades motivadoras propostas por profes- básicas do processo de alfabetização, depositan-
sores e as motivações do aluno, em relação à do todo problema educacional no aluno.
realização do dever de casa e ao entendimento De acordo com Lima et al.29, em levantamen-
da aula, resultam em maior qualidade do ensino- tos realizados em Clínicas Escola de Psicologia
-aprendizagem. e Serviços de Saúde, observa-se que dois terços
dos encaminhamentos na faixa etária entre 6
Descobrir como os Professores Lidam com e 14 anos apresentam uma queixa escolar. Se­
Possíveis Dificuldades de Aprendizagem gundo Barbosa & Silvares30, dificuldades no
que Possam Surgir aprendizado escolar estão entre os principais
Os distúrbios de aprendizagem são disfun- motivos de procura de atendimento psicológico
ções que interferem com aspectos específicos para crianças na rede pública de saúde e nas
do aprendizado e do desempenho escolar10. Clínicas Escola de Psicologia.
Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Nesta pesquisa quando os professores foram
Transtornos Mentais (DSM – IV), da Associação questionados sobre as três possíveis atitudes em
Psiquiátrica Americana (1995), os transtornos relação às crianças com dificuldades escola­res,
de aprendizagem são diagnosticados quando os as opções de respostas selecionadas por eles,
resultados do indivíduo em testes padronizados tanto nas escolas públicas como nas escolas
e individualmente administrados de leitura, privadas, foram, em ordem decrescente, con-
matemática ou expressão escrita estão substan- versar mais como aluno (85%) e investigar a
cialmente abaixo do esperado para sua idade, família (70%).
escolarização ou nível de inteligência. Esse resultado é compatível com o que Osti31
O professor, muitas vezes, representa o pri- escreve, sendo que as primeiras causas para ex-
meiro profissional a se dar conta do possível plicar as dificuldades de aprendizagem são: (1) a
diagnóstico de transtorno de aprendizagem. família, ou seja, a família é tida como responsá-
Assim, faz-se necessário a participação conjunta vel pelo bom ou mau desempenho do aluno; (2)
de professores, profissionais da área da saúde variáveis de saúde da criança, sendo os alunos
e pais, para que desta forma possa ocorrer um portadores de algum tipo de anormalidade; neste
processo educativo eficiente significativo para o caso, a possibilidade de auxílio é transferida para
alunado com distúrbio de aprendizagem15. especialistas como psicopedagogos, neurologis-
As dificuldades de aprendizagem podem tas, psicólogos, fonoaudiólogos, dentre outros.
ser entendidas como obstáculos, ou barreiras, Assim, contata-se que os professores tendem
encontrados por alunos durante o período de a caracterizar a responsabilidade da dificuldade

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de aprendizagem na família e a própria criança, sua prática educacional dentro da sala de aula”.
já que as alternativas mais selecionadas foram O professor precisa ser virtuoso, inclusive no
investigar a família e conversar mais com o alu- momento de reconhecer seus erros. Precisa ter
no. A partir disso, percebe-se que o professor e uma atitude de compromisso permanente, estar
a direção não são tão culpabilizados, apesar de por perto, ser vigilante e respeitoso.
haver um entendimento da parcela de respon- Embora se perceba que os professores ainda
sabilidade da escola nesse contexto. são adeptos da prática de um modelo histórico
Na mesma linha desse estudo, encontrou-se e linear do processo de aprendizagem e desen-
a pesquisa de Nunes (2013) a qual constatou volvimento da criança/aluno, os professores vêm
que os professores entrevistados relataram li­ adotando esse pensamento de educação global e
dar com as dificuldades de aprendizagem com envolvimento dos pais juntamente na educação
estratégias pedagógicas; cerca de 80% das do- formal do seu filho. Essa participação dos pais
centes da escola pública têm como estratégia gera uma união entre as famílias e a escola e
pedagógica o trabalho individual seguida pelo beneficia o aluno, pois os pais não responsabi-
reforço pedagógico (60%). Já na escola privada, lizam a escola de forma agressiva e autoritária e
60% das professoras utilizam como estratégia o a criança respeita a instituição e os professores,
encaminhamento para a orientação pedagógi- beneficiando o seu próprio desenvolvimento e
ca, seguido pelo encaminhamento psicológico aprendizagem33.
(40%). Segundo Proença32, o despreparo pro- As estratégias pedagógicas são, segundo
fissional do professor é fruto de uma política Struchiner & Giannella34, instrumentos para
educacional que não dá a devida atenção à a efetiva consolidação da proposta curricular
formação profissional, contribuindo para que o ex­plicitada no perfil e competências a serem
pro­fessor fique perplexo diante das dificuldades de­senvolvidas nos alunos, tanto na dimensão
para aprender de seus alunos. ope­­­racional quanto na dimensão pedagógica.
Sabe-se o quanto é imprescindível o profes- Estas estratégias, se utilizadas, permitem envol-
sor conhecer a dificuldade de aprendizagem de ver as experiências dos alunos, estimulando o
seu aluno, buscando verificar, através de obser- desenvolvimento de uma aprendizagem ativa e
vações constantes em sala de aula, entrevistas autônoma. Um bom educador infunde confiança
com os pais e relatório de outros profissionais, em seus alunos e converte a aprendizagem numa
se há efetivamente um problema na aprendiza- tarefa interessante23.
gem, para que a criança não seja rotulada nem
estigmatizada como portadora de uma dificul- CONSIDERAÇÕES FINAIS
dade de aprendizagem31. Por isso, entende-se a A partir do estudo realizado, concluiu-se que
importância de o professor rever sua prática e o perfil dos professores da rede pública e privada
sua forma de analisar aquele aluno, bem como difere em alguns aspectos e são muito semelhan-
conversar com a direção da escola e com os pais. tes em outros, sendo que houve identificação da
Somente investigando a fundo o problema será visão dos professores em relação aos fatores que
possível levantar o verdadeiro motivo dessa não influenciam na aprendizagem.
aprendizagem e buscar a sua solução. Constataram-se algumas divergências no
Segundo Hernández23, não existe melhor pe­­ perfil dos professores da rede pública e privada.
dagogia do que aquela que parte da experiência Nas escolas públicas, os professores são, majo-
de vida. Em seu livro, relata que o educador ritariamente, do sexo feminino, enquanto que,
precisa buscar permanentemente a coerência e em escolas privadas, todas são mulheres. Além
saiba reconhecer as falhas explicáveis e naturais disso, os professores da rede privada possuem
de qualquer ser humano. Isso também corrobora maior faixa etária e escolaridade que os da rede
o pensamento de alguns professores de “rever pública.

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Em relação às atitudes diante das dificulda- o educador pode potencializar as relações de


des de aprendizagem, percebeu-se que os pro- ensino aprendizagem, tornando o desenvolvi-
fessores, tanto da rede pública como de privada, mento do indivíduo mais prazeroso e efetivo.
tendem a procurar soluções em primeiro plano A importância desse estudo demonstra como é
no próprio aluno ou sua na família, pensando necessário o educador se apropriar dos conceitos
em recorrer à direção a escolar ou em rever de motivação e afetividade na prática de sua
sua prática após essa tentativa. Isso pode ser atuação profissional frente aos educandos no
interpretado como demonstração de caracte- processo de aprendizagem.
rização da responsabilidade da dificuldade de Entende-se que o professor necessita ter habi-
aprendizagem na família e a própria criança em lidades e conhecimentos teóricos para perceber
primeiro lugar. e intervir em situações que envolvam conflitos e
Observou-se que os professores, em sua crises emocionais. Deve ter consciência do poder
totalidade, estão cientes que as dinâmicas em do contágio emocional entre as crianças e atuar
sala de aula e atividades criativas influenciam nessas situações, promovendo intervenções que
po­­sitivamente na motivação dos alunos e, con- possam ser administradas de forma significativa
sequentemente, na aprendizagem. Embora e, possivelmente, benéfica para o grupo. É ne-
tenha se revelado que os professores sabem da cessário construir estratégias que gerem, tanto
importância de motivarem os alunos, nem todos na sala de aula como na escola, um clima de
acreditam que são professores motivadores com segurança, confiança e respeito à individua­
frequência, principalmente em professores da lidade de cada indivíduo que, por consequência,
rede pública. trará liberdade de expressão emocional, física
Em relação à lição de casa, houve concor- e criativa.
dância entre todos os professores que a lição de Assim, entende-se que esse estudo cumpriu
casa representa um estímulo para aprendiza­­gem os objetivos de revelar os fatores que infuen-
e para organização de uma rotina de estudos, ciam na aprendizagem na visão dos professo-
facilitando a aprendizagem e a fixação dos res e avaliar a dinâmica dessa situação dentro
conteúdos. das escolas. Esses resultados demonstram
Percebeu-se que existe uma forte relação en- os pontos frágeis que devem ser trabalhados
tre os conceitos de afetividade e motivação, uma com os professores e requer estudos de maior
vez conhecedor destes conceitos e da implicação abrangência para ser possível traçar planos a
prática dos mesmos nas teorias apresentadas, nível municipal.

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Fatores influenciadores no processo de aprendizagem

SUMMARY
Factors influencing the learning process: a case study

It means learning as a dynamic and interactive process between children


and the world around, guaranteeing the appropriation of knowledge and
adaptive strategies from their initiatives and interests of the stimuli it
receives from its social environment. The overall objective was to recognize
whether these factors are essential in learning. Specifically: a) identify
whether the motivation is one of the factors that interfere in this process;
b) find out how teachers deal with possible learning difficulties that may
arise. A case study with 120 teachers of elementary school, 60 of the private
network and 60 the public network was done. The results indicate that
teachers tend to establish the responsibility of learning disability in the
family and the child himself, and not only believe in the positive influence
the dynamics for motivation and student learning as well as consider their
homework as an excellent stimulus for learning.

KEYWORDS: Childhood. Learning. Literacy.

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Trabalho realizado na Faculdade La Salle, Lucas do Artigo recebido: 21/3/2017


Rio Verde, MT, Brasil. Aprovado: 30/3/2017

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