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MANUAL DO CURSO DE LICENCIATURA EM

ENSINO DE PORTUGUÊS

1º Ano

Disciplina: LÍNGUA PORTUGUESA I


Código:

Total Horas/1o Semestre: 150


Créditos (CFG): 6
Número de Temas: 24

INSTITUTO SUPER

INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - ISCED


Direitos de autor (copyright)

Este manual é propriedade do Instituto Superior de Ciências e


Educação a Distância (ISCED), e contém reservados todos os
direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou total
deste manual, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios
(electrónicos, mecânico, gravação, fotocópia ou outros), sem
permissão expressa de entidade editora (Instituto Superior de
Ciências e Educação a Distância (ISCED).

A não observância do acima estipulado infractor é passível a


aplicação de processos judiciais em vigor no País.

Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED)


Direcção Académica
Rua Dr. Almeida Lacerda, No 212 Ponta - Gêa
Beira - Moçambique
Telefone: +258 23323501
Cel: +258 823055839

Fax:23323501
E-mail: isced@isced.ac.mz
Website: www.isced. ac. mz

I
Agradecimentos

O Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED)


e o autor do presente manual agradecem a colaboração dos
seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste manual:

Pela Coordenação Direcção Académica do ISCED

Pelo design Direcção de Qualidade e Avaliação do


ISCED

Financiamento e Logística Instituto Africano de Promoção da


Educação a Distância (IAPED)

Pela Revisão

Elaborado Por:

dr. Aniceto Óscar, Licenciado em Ensino da Língua Portuguesa


pela Universidade Católica de Moçambique

Revisto por

dr. António Chimuzu e

MA. Emília Bonate

II
Índice

VISÃO GERAL 15

Bem vindo à Disciplina/Módulo de Língua Portuguesa I 15

Objectivos do Módulo 15

Quem deveria estudar este módulo 15

Como está estruturado este módulo 15

Ícones de actividade 17

Habilidades de estudo 17

Precisa de apoio? 18

Tarefas (avaliação e auto-avaliação) 19

Avaliação 19

TEMA – I: A ORIGEM E A EVOLUÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA


21

UNIDADE Temática 1.1. A génese da Língua Portuguesa. 21

Introdução 21

A Génese da Língua Portuguesa 21

Processo de Evolução do Léxico Português 22

Dimensão Geográfica da Língua Portuguesa 23

Unidade e variedade da Língua Portuguesa. 23

Os Dialectos 23

Sumário 24

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 24

TEMA – II: TOMADAS DE NOTAS. 26

UNIDADE Temática 1.1. Introdução. Tomada de notas. 26

Introdução. 26

Tomada de notas 26

O resumo 31

Sumário 31

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 31

III
TEMA –III: TEXTOS ORAIS E OU ESCRITOS DE ORGANIZAÇÃO
DE DADOS 33

UNIDADE Temática 3.1. O Relatório 33

Introdução 33

Relatório 33

Sumário 35

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 35

TEMA – IV FICHA BIBLIOGRAFIA. 36

UNIDADE Temática 4.1.Introdução, ficha bibliográfica 36

Introdução 36

Ficha Bibliográfica 36

Sumário 37

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 37

TEMA – V: FICHA DE LEITURA 38

UNIDADE Temática 5.1. Introdução, ficha de leitura 38

Introdução 38

Fichas de leitura 38

Sumário 41

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 41

TEMA – VI. RESUMO 42

UNIDADE Temática 6.1. Introdução, Resumo 42

Introdução 42

Resumo 42

Sumário 43

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 44

TEMA – VII: TEXTOS ESTRUTURAIS E / OU ADMINISTRATIVOS.46

UNIDADE Temática 1.1. Introdução, procuração . 46

Introdução 46

Procuração 46

Sumário 48

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 48

IV
TEMA – VIII: ACTA. 49

UNIDADE Temática 8.1. Introdução, Acta 49

Introdução 49

Acta 49

Sumário 52

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 52

TEMA – IX: CONVOCATÓRIA. 53

UNIDADE Temática 11.1. Introdução, Convocatória. 53

Introdução 53

Convocatória 53

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 55

TEMA – X: FRASE. 56

UNIDADE Temática 1.1. Introdução, frase. 56

Introdução 56

A Frase e Oração 57

Sumário 59

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 59

TEMA –XI: A FRASES SIMPLE E COMPLEXA. 60

UNIDADE Temática 11.1. Introdução, frase simples e complexa. 60

Introdução 60

As Frases Simples e complexas 60

Sumário 64

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 64

TEMA – XII: TEXTO EXPOSITIVO -EXPLICATIVO 65

UNIDADE Temática 12.1. Texto Expositivo-Explicativo 65

Introdução 65

Sumário 67

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 67

TEMA –XIII TEXTO EXPOSITIVO ARGUMENTATIVO. 69

UNIDADE Temática 13.1. Introdução, texto expositivo


argumentativo 69

V
Introdução 69

Texto Expositivo Argumentativo 69

Sumário 73

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 73

XIV: PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE NOVAS PALAVRAS 74

UNIDADE Temática 16.1. Introdução, processos de formação de


novas palavras 74

Introdução 74

Processo de formação de palavras por composição 74

Processo de formação de palavras por derivação 75

Sumário 78

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 78

TEMA – XV. CLASSE DE PALAVRAS 80

UNIDADE Temática 15.1.1. Introdução, classe de palavras 80

Introdução 80

Classes de Palavras 80

Sumário 81

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 81

TEMA – XVI: A LEITURA. 83

UNIDADE Temática 15.1. Introdução, a leitura. 83

Introdução 83

A Leitura 83

Sumário 85

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 86

TEMA – XVII: ORTOGRAFIA. 87

UNIDADE Temática 1.1. Introdução, ortografia 87

Introdução 87

Ortografia 87

Sumário 92

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 92

TEMA – XVIII: TEXTOS JORNALÍSTICOS. 94

VI
UNIDADE Temática 1.1. Introdução, textos jornalísticos,
características da sua linguagem 94

Introdução 94

Textos jornalísticos 94

Sumário 96

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 96

TEMA –XIX: NOTÍCIA. 97

UNIDADE Temática 1.1. Introdução, notícia. 97

Introdução 97

Notícia 97

Sumário 100

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 100

TEMA – XX: RELAÇÕES LEXICAIS. 102

UNIDADE Temática 1.1. Introdução, relações lexicais. 102

Introdução 102

Hiperonímia 102

Hiponímia 102

Homonímia 102

Paronímia 102

Sumário 103

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 103

TEMA – XXI: ARTIGO 104

UNIDADE Temática 1.1.Introdução, artigo. 104

Introdução 104

O Artigo 104

Sumário 105

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 106

TEMA –XXII: TIPOS E FORMAS DE FRASE 107

UNIDADE Temática 1.1. Introdução, tipos e formas de frase. 107

Introdução 107

Frase 107

VII
Sumário 111

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 111

TEMA – XXIII: FORMAS DE TRATAMENTO. 112

UNIDADE Temática 1.1. Introdução, formas de tratamento. 112

Introdução 112

Formas de tratamento 112

Sumário 113

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 113

TEMA – XIV: DISCURSO DIRECTO, DISCURSO INDIRECTO E


INDIRECTO LIVRE 114

UNIDADE Temática 24.1. Discurso directo, discurso indirecto e


indirecto livre 114

Introdução 114

O Discurso Directo 114

O Discurso Indirecto 115

O discurso Indirecto Livre 115

Sumário 115

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 115

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 117

VIII
VISÃO GERAL

Bem vindo à Disciplina/Módulo de Língua


Portuguesa I

Pretende-se com este módulo de Língua Portuguesa I, exercitar a


compreensão e expressão oral e escrita, em diferentes situações, e
fornecer instrumentos que permitam interpretar diferentes tipos de
textos. Este módulo é uma mais valia para que os estudantes e os
demais interessados adquiram um domínio eficaz e eficiente de
algumas técnicas do uso da língua portuguesa.

Objectivos do Módulo

Ao terminar o estudo deste módulo de Língua Portuguesa I deverá ser


capaz de: Diferenciar textos orais e ou escritos de natureza familiar ou
social; Desenvolver habilidades comunicativas em qualquer situação
comunicativa.

▪ Desenvolver a compreensão oral e escrita em diferentes


situações de comunicação;

▪ Adquirir um domínio eficaz de algumas técnicas de uso da


língua oral e escrita;
Objectivos Específicos
▪ Fazer reflexão da gramática da língua tendo em conta a
textualidade;

▪ Desenvolver autonomia na aprendizagem;

▪ Explicar e desenvolver o raciocínio e o pensamento críticos.

Quem deveria estudar este módulo

Este Módulo foi concebido para estudantes do 1º ano do Curso de


Licenciatura em Ensino de Língua Portuguesa do ISCED. Poderá
ocorrer, contudo, que hajam leitores que queiram actualizar e
consolidar os seus conhecimentos nesta disciplina. Esses serão bem
vindos, não sendo necessário para tal se inscrever. Mas poderão
adquirir o manual.

1
Como está estruturado este módulo

Este módulo de Língua Portuguesa I, para estudantes do 1º ano do


Curso de Licenciatura em Ensino de Português, à semelhança dos
restantes do ISCED, está estruturado como se segue:
Páginas introdutórias

▪ Um índice.

▪ Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo,


resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para
melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia esta secção
com atenção antes de começar o seu estudo, como componente
de habilidades de estudos.

Conteúdo desta Disciplina / módulo

Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez
comporta certo número de unidades temáticas ou simplesmente
unidades. Cada unidade temática caracteriza-se por conter uma
introdução, objectivos e conteúdos.
No final de cada unidade temática ou do próprio tema, são
incorporados antes do sumário, exercícios de auto-avaliação, só
depois é que aparecem os exercícios de avaliação.
Os exercícios de avaliação têm as seguintes características: Puros
exercícios teóricos/práticos, problemas não resolvidos e
actividades práticas algumas incluindo estudo de caso.

Outros recursos

A equipa dos académicos e pedagogos do ISCED, pensando em si,


num cantinho, recôndito deste nosso vasto Moçambique e cheio de
dúvidas e limitações no seu processo de aprendizagem, apresenta
uma lista de recursos didáticos adicionais ao seu módulo para você
explorar. Para tal o ISCED disponibiliza na biblioteca do seu centro
de recursos mais material de estudo relacionado com o seu curso
como: Livros e/ou módulos, CD, CD-ROM e DVD. Para além deste
material físico ou electrónico disponível na biblioteca, pode ter
acesso à Plataforma digital Moodle para alargar mais ainda as
possibilidades dos seus estudos.

Auto-avaliação e Tarefas de avaliação

Tarefas de auto-avaliação para este módulo encontram-se no final


de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos
exercícios de auto-avaliação apresentam duas características:
primeiro apresentam exercícios resolvidos com detalhes. Segundo,
exercícios que mostram apenas respostas.
Tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de auto-avaliação
2
mas sem mostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de
dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir às
outras. Parte das tarefas de avaliação será objecto dos trabalhos
de campo a serem entregues aos tutores/docentes para efeitos de
correcção e subsequente atribuição de nota que também constará
do exame do fim do módulo. Razão pela qual, fazer todos os
exercícios é uma grande vantagem.

Comentários e sugestões

Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados


aspectos, quer de natureza científica, quer de natureza
didáctico-Pedagógica, etc, sobre como deveriam ser ou estar
apresentadas. Pode ser que graças às suas observações que, em
gozo de confiança, classificamo-las de úteis, o próximo módulo
venha a ser melhorado.

Ícones de actividade

Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens
das folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes partes do
processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de
texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc.

Habilidades de estudo

O principal objectivo deste campo é o de ensinar aprender a aprender.


Aprender aprende-se.

Durante a formação e desenvolvimento de competências, para facilitar a


aprendizagem e alcançar melhores resultados, exigirá do estudante,
empenho, dedicação e disciplina no estudo. Ou seja, os bons resultados
serão alcançados através de estratégias eficientes e eficazes, apenas.
Por isso é importante saber como, onde e quando estudar.
Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos que o caro
estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos estudos,
procedendo como se segue:

1º Praticar a leitura e aprender à Distância exige alto domínio de leitura.

2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida).

3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e assimilação


crítica dos conteúdos (ESTUDAR).

4º Participar em seminários (debates em grupos), para comprovar se a


sua aprendizagem se aproxima ou não da aprendizagem dos colegas e
do padrão esperado.

3
5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou as
de estudo de caso se existir.

IMPORTANTE: É importante observar o ambiente de estudo para uma


aprendizagem proveitosa, ou seja, reflicta e organize o espaço ideal
para o seu estudo. Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo,
respectivamente como, onde e quando… estudar, como foi referido no
início deste item, antes de organizar os seus momentos de estudo
reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si: Estudo
melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à noite/de
manhã/de tarde/fins de semana/ao longo da semana? Estudo melhor
com música/num sítio sossegado/num sítio barulhento!? Preciso de
intervalo em cada 30 minutos/ em cada hora? etc.

É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado
durante um determinado período de tempo; Deve estudar cada ponto da
matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando achar que já
domina bem o anterior.

Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler e


estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é juntar o
útil ao agradável: Saber com profundidade todos os conteúdos de cada
tema, no módulo.

Não recomendamos estudar seguidamente por tempo superior a uma


hora. Estude por uma hora intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze)
minutos de descanso (chama-se descanso à mudança de actividades).

Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual obrigatório,


pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento da aprendizagem.
Porque o estudante acumula um elevado volume de trabalho, em termos
de estudos, em pouco tempo, criando interferência entre os
conhecimento, perde sequência lógica, por fim, ao perceber que estuda
tanto mas não aprende, cai em insegurança, depressão e desespero,
por se achar injustamente incapaz!

Não estude na última hora quando se trata de fazer alguma avaliação.


Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda sistematicamente),
não estude apenas para responder à questões de alguma avaliação,
mas estude para a vida, sobretudo, estude pensando na sua utilidade
como futuro profissional, na área em que se está a formar.

Organize na sua agenda um horário onde define que horas e que


matérias deve estudar durante a semana; Decida como utilizar
produtivamente o tempo livre, decidindo quanto tempo será dedicado ao
estudo e a outras actividades.

É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será uma


necessidade para o estudo das diversas matérias que compõem o
curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar a estruturar a

4
matéria de modo que seja mais fácil identificar as partes que está a
estudar e pode escrever conclusões, exemplos, vantagens, definições,
datas e nomes, pode também utilizar a margem para colocar seus
comentários relacionados com o que está a ler; a melhor altura para
sublinhar é imediatamente a seguir à compreensão do texto e não
depois de uma primeira leitura; utilizar o dicionário sempre que surja um
conceito cujo significado não conhece ou não lhe é familiar;

Precisa de apoio?

Caro estudante, temos a certeza que por uma ou outra razão, o material
de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas como falta de
clareza, alguns erros de concordância, prováveis erros ortográficos,,
fraca visibilidade, páginas trocadas ou invertidas, etc. Nestes casos,
contacte os serviços de atendimento e apoio ao estudante do seu
Centro de Recursos (CR), via telefone, sms ou via e-mail e se tiver
tempo, escreva mesmo uma carta participando a preocupação.
Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes
(Pedagógico e Administrativo) é monitorar e garantir a sua
aprendizagem com qualidade e sucesso. Daí a relevância da
comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso às TICs se
torna incontornável: entre estudantes/ estudante – Tutor/ estudante –
CR/ estudante.
As sessões presenciais são um momento em que você, caro estudante,
tem a oportunidade de interagir fisicamente com o staff do seu CR, com
tutores ou com parte da equipa central do ISCED indigitada para
acompanhar as suas sessões presenciais. Neste período pode
apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza pedagógica e/ou
administrativa.
O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30% do
tempo de estudos a distância, é muito importante, na medida em que o
permite situar em termos do grau de aprendizagem, em relação aos
outros colegas. Desta maneira ficará a saber se precisa de apoio ou
precisa de apoiar os colegas. Desenvolver hábito de debater assuntos
relacionados com os conteúdos programáticos, constantes nos
diferentes temas e unidade temática, no módulo.

Tarefas (avaliação e auto-avaliação)

O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e


auto−avaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é
importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues duas
semanas antes das sessões presenciais seguintes.
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do
estudante. Tenha sempre presente que a nota dos trabalhos de campo
conta e é decisiva para ser admitido ao exame final da
disciplina/módulo.
Os trabalhos devem ser entregues no Centro de Recursos (CR) e os
mesmos devem ser dirigidos ao tutor/docente.
5
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, contudo
os mesmos devem ser devidamente referenciados, respeitando os
direitos do autor.
O plágio1 é uma violação do direito intelectual do(s) autor(es). Uma
transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do texto de um autor, sem
o citar é considerado plágio. A honestidade, humildade científica e o
respeito pelos direitos autorais devem caracterizar a realização dos
trabalhos e o seu autor (estudante do ISCED).

Avaliação

Muitos perguntam: Como é possível avaliar estudantes à distância,


estando eles fisicamente separados e muito distantes do docente/tutor!?
Nós dissemos: Sim é possível, talvez seja uma avaliação mais fiável e
consistente.
Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com um
mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os conteúdos
do seu módulo. O tempo de contacto presencial perfaz os restantes 10%
de tempo do módulo. A avaliação do estudante consta detalhadamente
do regulamento de avaliação.
Os trabalhos de campo por si realizados, durante estudos e
aprendizagem no campo, pesam 25% e servem para a nota de
frequência para ir aos exames.
Os exames são realizados no final da cadeira, disciplina ou modulo e
decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam no
mínimo 75%, o que adicionado aos 25% da média de frequência,
determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira.
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira.
Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 2 (dois) trabalhos
e 1 (um) exame.
Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados
como ferramentas de avaliação formativa.
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em
consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de
cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as recomendações, a
identificação das referências bibliográficas utilizadas, o respeito pelos
direitos do autor, entre outros.
Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de
Avaliação.

1
Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade
intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização.
6
TEMA – I: A ORIGEM E A EVOLUÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA
UNIDADE Temática 1.1. A génese da língua portuguesa
UNIDADE Temática 1.2. Dimensão Geográfica da Língua Portuguesa
UNIDADE Temática 1.3. Unidade e Variedade da Língua portuguesa
UNIDADE Temática 1.4. Exercícios

UNIDADE Temática 1.1. A génese da Língua Portuguesa.

Introdução

Nesta unidade temática abordamos a origem e evolução da língua


portuguesa. Uma vez, que a mesma foi sofrendo várias transformações
fonética, semântica, empréstimos, neologismos e estrangeirismo, ao
longo dos tempos.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Descrever a origem e a evolução da língua portuguesa;


Objectivos
específicos ▪ Identificar a dimensão geográfica da língua portuguesa, e a unidade e
variedade.

A Génese da Língua Portuguesa

A língua portuguesa bem como outras línguas românicas, não provêm


directamente do latim literário, isto é, do latim dos grandes escritores
romanos, mas sim do latim popular ou o vulgo latim coloquial tardio. Ela
resulta de uma longa evolução trazida pelos colonos romanos no
século III a. c., com influências menores de outros idiomas e com um
marcado substrato céltico. O Português Arcaico desenvolveu-se no
7
século V d. c, após a queda do império romano e as invasões
germânicas, ditas bárbaras como um dialecto românico, o chamado
galego português que se diferenciou de outras línguas românicas
ibéricas.
O latim coloquial tardio, naquela época era falado por soldados,
funcionários e comerciantes romanos que o falavam na península
Ibérica durante os 600 anos em que a dominaram. Os povos nativos da
península tiveram de aceitar essa língua, foram-se afeiçoando a ela e
modificando-a. Os factores geográficos-sociológicos, sobretudo as
características fónicas das línguas ali existentes, deram origem ao
português, ao castelhano (espanhol) e ao catalão.
O século V ainda é marcado pela chegada à península de povos
Germânicos e mais tarde por visigodos, que contribuíram em grande
escala para o enriquecimento da língua portuguesa.
No século VIII, os Árabes ao ocuparem extensas regiões da península,
impulsionaram novas marcas na língua. E entre os séculos VII e XII,
formou-se o dialecto românico, o chamado Galego – português, que se
diferenciou de outras línguas românicas Ibéricas.
No século XV, a língua portuguesa começou a ganhar alguma
autonomia que permitiu o seu enriquecimento com a integração de
vários contributos fonético-morfológicos, léxico-sintácticos
provenientes de muitas outras línguas.

Processo de Evolução do Léxico Português

A evolução do léxico Português, compreendeu alguns processos,


dentre eles a evolução fonética, com tendência dos falantes reduzirem
o esforço ao pronunciar alguns sons, como por exemplo:
Fenómeno de queda - attnitu> tonito> tonto;
Fenómeno de adição - stare> estar;
Fenómeno de permuta - semper> sempre.

Além da evolução fonética temos a evolução semântica que consiste na


alteração do significado de certas palavras, ao longo do tempo.
Ex: Barba (queixo, rosto,mento;significado antigo);

Barba (camada pilosa que cobre partes do rosto;


significado actual);
Ministro (escravo, servidor; significado antigo);

Ministro (cargo superior; significado actual).

Para além dos processos referenciados, incluem-se os estrangeirismos


ou empréstimos (adopção de uma nova palavra, frase ou expressão de
uma língua estrangeira) e os neologismos. O neologismo,
contrariamente ao estrangeirismo e o emprestimo, é uma palavra
introduzida na língua no decorrer de um período (recente) e que ainda
não foi dicionarizada.
Destacamos aqui, vários neologismos:

a) Neologismos sintáticos: palavras novas formadas por


derivação e composição: desnuclearização, ibericidade.

8
b) Neologismo semântico: atribuição de uma nova significação a
uma palavra já existente, como por exemplo: a palavra rato que
passou a designar um dos componentes periféricos do
computador.

c) Neologismos terminológicos ou neónimos: palavras novas


que fazem parte do vocabulário de especialidade e que surgem
devido a necessidade de denominar novos objectos, novas
técnicas e novas teorias:ex: biogenéticas; cartão –inteligente.

d) Neologismos literários: utilizados para conferir ênfase ao que


se pretende transmitir e, em muitos casos, ocorrem apenas
uma vez.

No concernente aos empréstimos ou estrangeirismos, destacamos


alguns de origem:
a) Inglesa: mouse, briefing.
b) Francesa: bouquet, fait-divers.

Dimensão Geográfica da Língua Portuguesa

A língua portuguesa constitui um importante veículo de comunicação


entre diferentes povos do mundo. É actualmente uma das línguas mais
faladas no mundo. Ela encontra-se em terceiro lugar, em número de
falantes, entre as línguas neolatinas ou românicas, e em quinto lugar
entre as línguas de todo o mundo. É falada por cerca de 170 milhões de
pessoas, distribuídas por todos os continentes. Constitui a língua
nacional em Portugal e no Brasil enquanto que em Angola,
Moçambique, São Tomé e Príncipe, Guiné Bissau e Cabo Verde a
língua Portuguesa é considerada língua oficial. A mesma é falada em
Goa (Índia), na parte oriental da ilha de Timor e em Macau.

Unidade e variedade da Língua Portuguesa.


A língua Portuguesa, apesar da sua disseminação mundial, tem
conseguido manter uma apreciável coesão e unidade. Para o
comprovar, basta ver como livros de autores portugueses, brasileiros,
angolanos, etc. são lidos por qualquer leitor, em qualquer parte do
mundo lusófono. Pode-se verificar ainda como as telenovelas
brasileiras (mesmo quando elas são faladas nas variantes dialectais de
diferentes regiões) são compreendidas por qualquer falante de língua
portuguesa, seja ele português, angolano, ou cabo-verdiano, etc.
É importante ressaltar que existem acentuadas diferenças entre o
português falado em Portugal, no Brasil, em Angola, em Moçambique,
etc., no domínio fónico, morfológico, sintáctico, semântico ou lexical.

Os Dialectos
Dialectos são variedades de língua em determinadas regiões de um
país, criadas pela mentalidade específica da sua população, pelo seu

9
modo de vida, pelo afastamento dos centros populacionais mais
evoluídos.

a) Dialectos do Português Europeu


Os dialectos do galego-português existentes na faixa Ocidental da
Península Ibérica, podem distribuir-se em três grandes grupos:

● Dialectos galegos – são falados na Galiza e diferenciam-se em


duas zonas: a do litoral e a do interior.

● Dialectos portugueses setentrionais – distinguem-se nesta


zona duas subzonas: Trás-ss-Montes e Alto-Minho (a Norte de
Viana do Castelo); Baixo-Minho, Douro Litoral e beiras interiores,
onde se incluem as cidades de Braga, Porto, Viseu e Guarda.

● Dialectos portugueses centro-meridionais – distribuem-se


numa vasta zona que, no litoral, vai de Aveiro até ao Algarve e,
no interior, desde Castelo Branco até ao Algarve.
Subdivide-se esta zona em duas subzonas:
- o centro-litoral (de Aveiro até à Estremadura), em que
se situam as cidades de Aveiro, Coimbra e Leiria;
- o centro-interior e o sul, que inclui parte do distrito de
Castelo Branco e os distritos Porto alegre, Setúbal,
Évora, Beja e Faro.

● Dialectos das ilhas Atlânticas – os dialectos dos arquipélagos


da Madeira e dos Açores reflectem, em geral, o prolongamento
dos dialectos portugueses centro-meridionais.
No entanto, verificam-se na ilha da Madeira e na de S. Miguel (Açores)
certas características fónicas de regiões continentais exteriores à zona
centro-meridional continental.

b) Dialectos do português do Brasil


De acordo com Antenor Nascente, citado por Celso Cunha e Lindley
Cintra, in Nova Gramática de Português Contemporâneo, pp.21 e 22,
distinguem-se dois grupos de dialectos brasileiros:

● Dialectos do Norte – zona dividida em duas subzonas: o


Nordestino e o Amazónico.

● Dialectos do Sul – zona dividida em quatro subzonas: Baiana,


Fluminense, Mineira e Sulista.

Sumário

A língua portuguesa bem como outras línguas românicas, não provêm


directamente do latim literário, isto é, do latim dos grandes escritores
romanos, mas sim tem a sua origem no latim popular, ou : o vulgo latim
coloquial tardio. Ela resulta de uma longa evolução trazida pelos
10
colonos romanos no século III a. c., com influências menores de outros
idiomas e com um marcado substrato céltico.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Fale da génese da língua portuguesa.


2. Que factores influenciaram o surgimento da língua portuguesa?

11
TEMA – II: TOMADAS DE NOTAS.
UNIDADE Temática 2.1. Introdução, tomada de notas.
UNIDADE Temática 2.2. Exercícios

UNIDADE Temática 1.1. Introdução. Tomada de notas.

Introdução.

No exercício da nossa actividade profissional, somos confrontados com


a necessidade de tomar notas. E não sendo um privilégio do
professor/estudante, esse exercício também pode ser realizado por um
quadro de qualquer área.
Nesta unidade iremos falar detalhadamente de tomada de notas.
Ao completar esta unidade, vocé deverá ser capaz de:

● Indicar os procedimentos para tomada de notas numa exposição


oral/aula.
● Tomar notas.
Objectivos
específicos

Tomada de notas

Consiste na redução do texto, seleccionando, portanto, determinadas


informações de um texto básico (veiculado quer na forma oral quer na
forma escrita), mantendo o seu sentido inicial, alias, esta técnica tem por
objectivo re-transmitir um conjunto de informações, preservando o sentido
da mensagem numa reformulação mais precisa e económica.

O estudante, normalmente, tem se fixado nas projecções que o professor


faz. Porém, por outro lado, o professor, ao dar a explicação, vai
apresentando exemplos novos, definições e noções que não constam das
projecções. De certeza que os alunos não vão perder a oportunidade de
fazer o registo das informações que acharem necessárias – veja-se que a
relevância do que anotar, a partir de uma exposição, varia de individuo para
individuo. Nela intervêm factores como a atenção, a rapidez no registo (por
parte de quem toma as notas), a velocidade com que o conferencista ou
locutor (neste caso, o professor) faz o seu discurso e dos objectivos a
alcançar.

O objectivo de tomada de notas é a memorização.

12
É importante ter estratégias para efectuar o registo, daí que surge a
seguinte questão:

Quais os passos a seguir para a tomada de notas eficiente?

A resposta a essa questão parece fácil, porém varia de indivíduo para


indivíduo, mas podemos nos deter nos seguintes aspectos:

- anotar o maior número possível de informação usando o mínimo de


palavras;

- interessar-se menos pela forma, mas com o conteúdo;

- eliminar todos os elementos supérfluos e redundantes;

- assinalar todas as palavras-chave;

- suprimir o pormenor;

- assentar as conclusões e as propostas de acção;

- estabelecer ligações (nexos) entre as informações.

Que técnicas a adoptar para a tomada de notas?

É preciso:

- desenvolver uma capacidade de antecipação e adquirir o hábito da


concisão, isto é, uma escrita acelerada (estilo telegráfico, frases curtas
e sem verbos; utilização de abreviaturas, sinais convencionais, siglas,
símbolos e esquemas); reflectir sobre a essência do tema tratado;

- utilizar códigos: sublinhar, destacar a cor, enquadrar a informação de


modo a destacar ou reflectir a hierarquia ou a prioridade;

- suprimir as palavras de ligação sem prejudicar o sentido e a


compreensão;

- ortografar de modo legível (de modo a poder facilitar a reutilização da


informação);

- adoptar uma paginação clara; não pode usar o verso das folhas;

- deixar muitos espaços em branco e abrir parágrafo sempre que se


apresente uma nova ideia.

Que fazer das notas tomadas?

13
A tomada de notas não é um fim em si, mas sim um meio. Isso significa
que as notas tomadas devem ser exploradas o mais cedo possível
(com as ideias

ainda frescas). Para tal convém:

- reler as notas por tomadas. Pode ser necessário reconstituir alguma


informação;

- completar o que não se registou a tempo (preenchimento dos espaços


vazios);

- sublinhar, titular e “colorir” de modo a evidenciar as ideias essenciais;

- reclassificar as partes;

- anotar (na margem) as observações e comentários;

- (re)construir o texto.

Modos de tomada de notas

Durante a tomada de notas, são seleccionadas as informações do texto


de base ou do discurso.

Conforme as necessidades, as notas podem apresentar-se de modos


diversos:

- pequenos resumos – as notas apresentam características idênticas


às do resumo. Embora as diversas notas estejam articuladas entre si,
nesta técnica produzem-se frases completas com sujeito, verbo e
complementos com conjunções e preposições.

- palavras-chave – as notas não formam um texto de frases completas,


mas não são constituídas por palavras significativas, seleccionadas
cuidadosamente – as palavras-chave do discurso. Segue-se a
organização destas de modo a abrangerem conceitos mais complexos.
Mencionam-se factos e ideias de modo esquemático, contudo, a
compreensão destes geralmente utilizáveis por pessoas que não o
autor.

Neste modo de tomada de notas, as ligações de dependência entre as


palavras chave são evidenciadas com o recurso a setas e outros sinais.

- Citações ou frases–chave – são registadas as citações ou


frases-chave, aparecendo algumas delas a resumir uma ideia-matriz,
uma característica essencial de uma personagem ou de uma tese. Aqui
as citações podem ser anotadas sem alteração, entre aspas, o que é
mais significativo do pensamento do autor.

14
- tomar notas do próprio texto – neste caso, antes de as registar em
folhas ou fichas, as notas são tomadas no próprio texto, possibilitando a
realização de uma primeira triagem directamente na matéria prima. São
evidenciadas as ideias-chave sublinhando-as, colorindo-as, etc. Às
margens do texto podem ser colocadas as anotações que sejam
formulações abreviadas de cada parágrafo. Ao mesmo tempo, com
recursos a setas, são estabelecidas relações de aproximação entre
certos elementos dispersos ao longo do texto.

- Mapas – As notas são organizadas num mapa que ocupa


(aproximadamente) metade da folha. Nos mapas ocorrem frases
esquemáticas e palavra-chave, mostrando graficamente as
correspondências e as hierarquias entre as palavras e /ou ideias.

O uso das abreviaturas e símbolos

Como se sabe, na tomada de notas é preciso usar uma escrita rápida.


Para tal se recorre ao uso de símbolos. Contudo, estes símbolos, na
sua maioria, são convencionais, ou seja, representam um código já
consagrado.

É preciso realçar que no uso de símbolos e abreviaturas devem ser


evitados os excessos.

Alguns princípios para as abreviaturas:

- deve seguir-se um ponto à abreviatura. Exemplo : i.e (id est)= isto é;

- não se abrevia numa vogal, mas sim numa consoante (ex. bol.=
boletim), salvo excepção motivada por uma vulgarização do uso.
Exemplo: ex. = exemplo, exo. = exercício;

- as abreviaturas fazem-se na maior parte das vezes sem estabelecer


distinção entre o substantivo, o adjectivo, o advérbio e o verbo.
Exemplo: na.=ano, anual, anualmente;

- é prático abreviar suprimindo uma parte dos sufixos correntes.


Exemplo; formul., mús, neolog. …

- pode-se por vezes dobrar a consoante inicial a fim de marcar o plural.


Ex.: p. pagina, pp. = página

Algumas abreviaturas e símbolos usados na tomada de notas

=: igual +: mais ±: mais ou menos

≠: diferente Def: Definição Ø: Supressão

W: Trabalho %: Por cento §: Parágrafo


15
Fazer anotações é enriquecer um livro e elas (as anotações)
devem ser claras e breves.
A actividade de tirar apontamento é complexa e constitui um dos
processos fundamentais para a captação e retenção da matéria, pois,
por meio dos apontamentos, aprendemos melhor e as nossas
informações ficam guardadas para sempre.
De acordo com Estanqueiro, os apontamentos podem ser de três tipos:
Transcrição, esquemas e resumos.

O primeiro tipo de apontamento “A Transcrição” consiste em


transcrever e copiar uma informação de forma totalmente igual ao texto
original. Porém, é importante referir que esse não é o processo mais
eficaz para estudar um assunto, embora seja útil, pois enquanto se
escreve pensa-se sobre aquilo que se lê. Mais eficaz será fazer
esquemas e resumos.
Regras:
De acordo com o mesmo autor2 as regras a serem seguidas nos
apontamentos de transcrição são:

● Não copiar longos textos, integralmente. Basta seleccionar as


partes mais significativas.
● Pôr os textos copiados entre aspas;
● Indicar com precisão a fonte, ou seja, registar o nome do autor,
o título do livro ou da revista; o número da edição, o local da
edição, o editor, a data e a página.

Uma técnica importante é passar a esquema todas as informações


tidas como ideias-chave, durante a leitura. Pois eles (os esquemas) são
simples enunciados das palavras-chave, em torno dos quais é possível
arrumar grandes quantidades de conhecimentos. De acordo com
Estanqueiro “eles também representam uma enorme economia de
palavras e oferecem a vantagem de destacar e visualizar o essencial do
assunto em análise, podendo ainda ser facilmente reformulados.”

Tipos de esquemas:
Ainda na mesma abordagem, refere-se que existem os seguintes tipos
de esquema: Índices, quadros, gráficos, desenhos ou mapas e todos
estes tipos de esquema podem ser encontrados nos manuais.
De acordo com Ruiz, as regras do resumo são:

2
Estanqueiro, A, Aprender a Estudar, Lisboa: Texto ed. 2001
16
● Ser fiel ao texto;
● Apanhar o tema do autor;
● Ser simples, claro e destacar os títulos e subtítulos;
● Subordinar as ideias aos factos;
● Manter um sistema uniforme de observação.
Nota: Os esquemas não são aconselháveis pela insuficiência de
informações.

O resumo
Segundo Estanqueiro (2001, pp. 52, 53),
Resumir um texto é tornar o mais breve possível, tornar mais curto, e,
isto requer capacidades de seleccionar e reformular as ideias
essenciais, usando frases bem articuladas.
Assim, a elaboração do resumo segue as seguintes etapas:
compreensão do texto, identificação das palavras-chave, registar numa
folha de rascunho os vários tópicos, e finalmente reconstruir o texto, de
um modo pessoal.
Contudo, resumir um texto é um processo eficaz para compreender e
assimilar a matéria. Um bom resumo, tal como um bom esquema, tem
quatro características fundamentais:

● Brevidade - os pontos principais da matéria são registados de


forma abreviada. Um bom resumo não ultrapassa um quarto do
texto inicial.

● Clareza - os factos ou as ideias são apresentados sem qualquer


tipo de confusão ou ambiguidade.

● Rigor - o essencial do assunto é reproduzido fielmente, sem


erros nem deformações.

● Originalidade - a matéria é traduzida numa linguagem original,


própria de cada leitor, embora transmita apenas o ponto de vista
do autor. Resumir não é comentar!
Fazer resumos é um processo eficaz para compreender e assimilar a
matéria. É também um treino fundamental para a transmissão das
nossas ideias, de forma breve, clara, rigorosa e original.

Sumário

A actividade de tirar apontamento constitui um dos processos


fundamentais para a captação e retenção da matéria, pois, por
meio dos apontamentos aprendemos melhor e as nossas
17
informações ficam guardadas para sempre. Os apontamentos
podem ser de três tipos: Transcrição, esquemas e resumo.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. O que entende por tomada de notas?


2. O que se deve ter em consideração na tomada de notas?
3. Segundo Ruiz, quais são as regras do resumo?
4. Um bom resumo, tal como um bom esquema, tem quatro
características fundamentais.
a) Fale de cada uma delas.
5. Faça a tomada de notas do texto abaixo.
Casamento
No sentido mais imediato, a noção de casamento comporta duas
significações. Por outro lado, indica uma convenção ou decisão de viver
em conjunto e, por conseguinte, constitui um fundamento da “família”,
embora esta possa existir sem aquele, como acontece frequentemente
nos nossos dias; por outro, manifesta o estado e o género de vida que
dai decorrem. Assim sendo, na primeira acepção, o casamento é
considerado por alguns, como os juristas da escola de “ direito natural”
do século XVIII (Segalen, 1987), como um direito natural que se tornou
num acto jurídico e /ou religioso nas mais variadas sociedades. Na
segunda significação, é um estado de vida conjugal que define os
direitos e deveres pessoais e matrimoniais entre os esposos.
Porém, estas acepções não têm sido igualmente definidas em todas as
sociedades e em todas as épocas. Com efeito, nas sociedades onde a
industrialização, a urbanização e essas revoluções políticas
democráticas tem tido maior impacto, o casamento tem sido objecto de
várias remodelações, sendo a mais significativa a que consagra a
igualdade entre os esposos. Em Portugal, apesar de anteriormente se
terem esboçado algumas tentativas nesse sentido, tal prerrogativa só
veio a ser sancionada na constituição da república de 1976, cujas
condições de aplicação vieram depois a ser definidas no código civil de
1977(… ).
M.E.L
(Adaptado)

18
TEMA –III: TEXTOS ORAIS E OU ESCRITOS DE ORGANIZAÇÃO DE
DADOS
UNIDADE Temática 3.1. O Relatório
UNIDADE Temática 3.2. Exercícios

UNIDADE Temática 3.1. O Relatório

Introdução

Nesta unidade, abordaremos sobre os textos de pesquisa e


organização de dados, com maior enfoque para o relatório. Um teto
bastante importante em todo sector de actividade quer profissional,
quer não profissional.
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Definir o relatório;
Objectivos
específicos ▪ Identificar a estrutura do relatório;

▪ Distinguir relatório de outros textos administrativos;

▪ Produzir relatório.

Relatório
Segundo Rei (1990, p. 183), trata-se da declaração formal dos
resultados de uma investigação feita por alguém, que em relação a ela
recebeu instruções de um outro, sob a forma de pedido ou ordem.
Exige estudo prévio e aprofundado, elevado grau de elaboração e
matéria para apreciação e decisão superior. Deve ser persuasivo,
decisivo e voltado para a acção – não basta ser bem escrito, pois
comunica ideias e informações, influenciam decisões, inicia uma acção.
Para alguns é sempre uma venda de ideias, produtos, serviços ou
projectos, mas sempre uma venda a alguém. É a forma mais sofisticada
de escrita de negócios, por ser a comunicação persuasiva mais lógica e
concisa. É um documento a considerar na resolução de problemas,
tomada de decisões, conhecimento de factos ou pessoas, actualização
de informações – habilitando o destinatário para tomar a atitude mais
adequada.

19
Características do relatório

O Relatório apresenta como características:

● Uma linguagem simples, clara, objectiva e precisa;

● A clareza do raciocínio;

● Um relatório deverá ser conciso e coerente, incluindo a


informação indispensável à compreensão do trabalho;

● Todas as afirmações devem ser baseadas em provas factuais e


não em opiniões não fundamentadas
Deve evitar o excesso de conclusões, sendo estas precisas e sintéticas.
As conclusões devem, igualmente, ser coerentes com a discussão dos
resultados.

Estrutura

Os elementos constantes no relatório são os que podemos apresentar:

- página de rosto – título, contendo o tema central, destinatário, autor,


data, local;

-índice geral – subcapítulos, secções, em sequência, e páginas;

- preâmbulo /resumo – declaração breve do conteúdo, dá uma ideia


geral;

- introdução – “diz-se o que se vai dizer”, quem o pediu, finalidade,


método, arrumação dos dados, referências sobre o tema;

- corpo – dados descobertos, conclusões a partir deles, fundamentos


das recomendações:

1. proposição

2. demonstração

3. sugestão

- Conclusão – “diz-se o que foi dito”, unificação dos pontos dispersos,


não incluir nada de novo;

- Recomendações;

- Apêndices;

- Agradecimentos, bibliografia.

20
Tipos

Encontramos os seguintes tipos:

- Relatório clássico – avaria, campanha, promoção;

- Relatório - inquérito – evolução do mercado relativamente a um


produto;

- Relatório crítico – sobre uma actividade, de modo a desenvolvê-la;

- Relatório de síntese - acerca de diligências ou de relatórios anteriores.

Sumário

Nesta Unidade temática, procuramos fazer uma reflexão acerca do


relatório uma actividade prática, uma exposição escrita de um
determinado trabalho ou experiência laboratorial.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Elabore um relatório de actividades estudantis.


2. Fale de uma forma detalhada dos tipos de relatórios por si
estudado.

21
TEMA – IV FICHA BIBLIOGRAFIA.
UNIDADE Temática 4.1. Introdução, ficha bibliografia
UNIDADE Temática 4.2. Exercícios

UNIDADE Temática 4.1.Introdução, ficha bibliográfica

Introdução

Quase sempre, somos confrontados com a necessidade de


elaborarmos trabalhos ou documentos que normalmente dependem de
dados ou informações de fontes já existentes. Sendo necessário
recolhê-los, seleccioná-los e sistematizá-los.

Nesta unidade, abordamos a ficha bibliográfica.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Identificar os elementos de uma ficha bibliográfica;


Objectivos
específicos ▪ Produzir ficha bibliográfica de livros, revistas.

Ficha Bibliográfica

Conjunto de elementos que permitem a identificação de uma


publicação como um todo ou em partes, capítulos, secções, etc,
ordenados segundo determinadas normas.
A informação colectada nos livros, assim como noutras fontes de
conhecimento, normalmente deve ser devidamente catalogada, ou
seja, a sua proveniência não deve constituir segredo. Tratando-se
de documentos que veiculam ideias de outros sujeitos pensantes,
estas ideias são propriedade e/ou pertenças desses mesmos
sujeitos. Isto significa que ao se fazer uso dessa mesma informação,
dever-se-á referir a fonte que a produziu – o seu autor, sob pena de
se considerar plágio (roubo de propriedade intelectual), da ideia de
outrém. Esta omissão é considerada crime, dando direito a um
processo criminal que pode ter consequências imprevisíveis nos
termos da lei dos direitos autorais.
Com efeito, é dever de quem pesquisa referir os livros que lhe
serviram de suporte e/ou fonte de inspiração para a produção das
suas próprias ideias, colocando todos os dados que possam facilitar
a localização da obra referida para efeitos de confrontação posterior.
22
Estas informações são organizadas segundo modelos
universalmente convencionados, a que se dá o nome de ficha
bibliográfica.

A construção da ficha bibliográfica obedece a regras fixas:

- APELIDO (maiúsculas), Nome;

- Título: subtítulo (se houver) com caracteres destacados


(itálico);

- Número de edição (a partir da segunda edição, indicando


em algarismos arábicos, seguido de ponto e abreviatura
da palavra edição);

- Cidade de publicação (se não consta: SL);

- Editora (sem indicação ou abreviatura da palavra edição);

- Número de volume;

- Ano de edição;

- Número de páginas.

EX: Eco, Umberto (1999) Como se faz uma tese. 15. ed. São Paulo:
Editora Perspectiva S.A., p-22.

Sumário

Ficha bibliográfica corresponde a um conjunto de elementos que


permitem a identificação de uma publicação como um todo ou em
partes, capítulos, secções, etc, ordenados segundo determinadas
normas.
As fichas são um instrumento de trabalho indispensável que permite:
identificar as obras, conhecer o seu conteúdo, fazer citações, conservar
críticas, nossas ou de outrem, analisar o material a utilizar num trabalho
científico.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Procure 4 (quatro) obras de escritores moçambicanos e elabore


a respectiva ficha bibliográfica.

23
TEMA – V: FICHA DE LEITURA
UNIDADE Temática 5.1. Introdução, Ficha de Leitura
UNIDADE Temática 5.2. Exemplo de ficha de leitura
UNIDADE Temática 5.3. Exercícios

UNIDADE Temática 5.1. Introdução, ficha de leitura

Introdução

Nem sempre temos a possibilidade de ter, em casa, todos livros de que


precisamos, como nossa propriedade, para os podermos sublinhar,
marcar, assinalar quando temos que fazer um trabalho. Em muitas
ocasiões, recorremos a livros dos nossos amigos, colegas ou familiares
e muitas vezes a livros de bibliotecas.

Nesta unidade, iremos tratar de uma técnica bastante recomendável


aos estudantes, a ficha de Leitura.
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Identificar os diferentes tipos de leitura;


Objectivos
específicos ▪ Elaborar fichas de leitura

Fichas de leitura

Segundo ECO, Humberto;

São “aquelas em que se anotam com precisão, todas as referências


bibliográficas relativas a um livro ou um artigo, se escreve o seu
resumo, se transcrevem algumas citações-chave, se elabora uma
apreciação e se acrescenta uma série de observações. Há muitas
formas de se fazer a ficha de leitura. Isso depende do objectivo que
norteia o seu uso.

24
Tipos de ficha de leitura

Ficha analítica – contém uma análise sumária da obra ou do artigo, podendo


referir, entre outros, os seguintes elementos:

- campo ou o saber abordado;


- problemas tratados;
- conclusões alcançadas
- contribuições especiais para o tema
- métodos utilizados: indutivo, dedutivo, dialéctico, histórico,
comparativo;
- recursos empregados: tabelas, quadros, gráficos, mapas.
Entre as suas qualidades destacam-se as seguintes:
- Brevidade;
- Uso de verbos activos;
- Ausência de repetições.

Ficha de citação – reproduz frases consideradas relevantes num


trabalho:

- coloca entre aspas;


- contém a página;
- transcreve textualmente (incluindo erros, que devem ser
seguidos pelo termo sic colocado entre parênteses
rectos [sic]);
- indica supressão de palavras, recorrendo também a
parênteses rectos [...];
- completa a frase com elementos indispensáveis à sua
compreensão, se for necessário (colocando o que foi
acrescido entre parênteses).

Ficha de resumo ou síntese – apresenta um resumo ou síntese das


principais ideias ou dos aspectos essenciais. Tendo em conta a
natureza destes exercícios , lembraremos que esta ficha:
25
- não é um sumário ou índice;
- não é uma transcrição de frases;
- não é longa;
- não precisa, no caso da síntese, de obedecer à estrutura
da obra.

Ficha de comentário – é uma interpretação crítica das ideias do autor:

- sobre a forma;
- sobre o conteúdo;
- sobre a clareza ou a obscuridade do texto;
- sobre a sua comparação com outros textos
- sobre a importância da obra.
- coloca-se entre aspas;
- contém a página;
- transcreve textualmente (incluindo erros, que devem ser
seguidos pelo termo sic colocado entre parênteses
rectos [sic]);
- indica supressão de palavras, recorrendo também a
parênteses rectos [...];
- completa a frase com elementos indispensáveis à sua
compreensão, se for necessário (colocando o
acrescento entre parênteses).

Ficha de resumo ou síntese – apresenta um resumo ou síntese das


principais ideias ou dos aspectos essenciais. Tendo em conta a
natureza destes exercícios), lembraremos que esta ficha:

- não é um sumário ou índice;


- não é uma transcrição de frases;
- não é longa;
- não precisa, no caso da síntese, de obedecer à estrutura
da obra.
Ficha de comentário – é uma interpretação crítica das ideias do autor:

- sobre a forma;
- sobre o conteúdo;
26
- sobre a clareza ou a obscuridade do texto;
- sobre a sua comparação com outros textos
- sobre a importância da obra.

Conforme nos referimos anteriormente, existem vários tipos de ficha de


leitura, importa analisar a legenda do exemplo da ficha abaixo.

Referência Bibliográfica Classificação da obra

Tema

Pg. Notas/Síntese Observações

Sumário

Nesta Unidade temática estudamos e discutimos sobre a ficha de


leitura , uma das técnicas que permite facilitar a busca e ou
recuperação do material lido e do conteúdo seleccionado como
fundamental. A elaboração deste tipo de texto exige o domínio da
técnica de tomada de notas, de resumo e ainda a correcta
referenciação bibliográfica.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Qual é a importância de ficha de leitura?

2. Elabore uma ficha de leitura de uma obra a sua escolha.

27
TEMA – VI. RESUMO
UNIDADE Temática 6.1. Introdução, Resumo
UNIDADE Temática 6.2. Exercícios desta unidade

UNIDADE Temática 6.1. Introdução, Resumo

Introdução

Resumir texto não é uma tarefa fácil pois exige do estudante uma boa
capacidade de compreensão e análise do texto.

Nesta unidade temática iremos falar do resumo.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Resumir um texto;
Objectivos
específicos ▪ Identificar as regras para o resumo.

Resumo
Resumir um texto é condensar as ideias principais, respeitando o
sentido, a estrutura e o tipo de enunciação com ajuda do vocabulário e
do estilo pessoal do aluno. Por outras palavras é reter as linhas de um
raciocínio, o essencial dos dados de um problema, as características de
uma situação, as conclusões de uma análise, sem o mais pequeno
comentário.

Segundo, Roger (1984, p.123) o resumo é um exercício que encara o


texto como um todo, “considerando-o não como uma sequência de
frases autónomas, mas como uma totalidade, formal e significativa”.

Características do resumo

É uma técnica e, como tal, a prática é indispensável para a sua


aquisição. Trata-se de um exercício de inteligência, implicando
28
capacidade de rigor, de cultura e de escrita. Comparável à tradução de
um texto (de uma língua antiga ou moderna) é a produção de um texto
segundo ou dependente, mas apresentando o sentido numa forma
nova.

Regras Básicas de um Resumo

Segundo Serafim( 1986, p.149) podemos observar quatro regras


básicas:

- Supressão:

a) de repetições, de fórmulas, da ênfase, de interjeições… o


resumo transmite uma tese, não uma escrita;

b) de exemplos isolados, citações, anedotas… o resumo


transmite uma demonstração, não uma explicação.

- Generalização: é possível substituir alguns elementos, como palavras


e ideias, por outros mais gerais.

- Selecção: distinguir bem o essencial e o acessório, suprimindo os


elementos que exprimem pormenores óbvios e normais no contexto.

- Construção: manter tempos e pessoas, respeitar a ordem de texto,


atender à proporção entre o texto dado e o texto a produzir, fazer tantos
parágrafos quantas as partes que contiver o nosso plano, conservar a
estrutura do texto de partida e, assim as articulações lógicas; ligar
logicamente as frases regidas.

Defeitos a evitar

Pages e Pindon (1982, p.179) destacam os seguintes:

- Imitação do texto de partida: o resumo pode usar o mesmo


vocabulário (evitar a busca abusiva de sinónimos) mas não permite o
uso de expressões ou de frases inteiras, isto é, citações.

- Intromissões pessoais: comentários ou deturpações.

- Destruição do texto: ausência de ligações lógicas entre as frases ou


parágrafos.

-Desproporção, tanto parcial, conservando um exemplo ou uma ideia


secundária em detrimento de uma ideia principal, como geral,
atribuindo demasiada importância a uma parte do texto em detrimento
das outras.

29
Sumário

Nesta Unidade temática estudamos e discutimos fundamentalmente


sobre o Resumo, pois o mesmo consiste em apresentar de forma
contraída, reduzida ou abreviada, as ideias principais de um texto. E
para chegarmos a ele, há que fazer uma operação mental insubstituível:
dispensar o que não é significativo. Ao dispensar o que é secundário,
valorizará só o que é fundamental. Por isso, um resumo bem feito é
económico em palavras e rico em significado.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Resuma uma unidade interessante de uma disciplina que seja


particularmente do seu agrado.
2. Resume o texto que se segue:

O Sentido da Liderança

Costuma-se dizer que a liderança faz o mundo andar. O amor,


sem dúvida, facilita o caminho.
Mas o amor é um compromisso privado entre dois adultos
conscientes, enquanto a liderança é um compromisso público
com a História. O conceito de liderança ressalta a capacidade
de alguns indivíduos comoverem, inspirarem e mobilizarem
massas populares, de forma a caminharem juntos na busca do
mesmo objectivo. Algumas vezes, a liderança está a serviço de
fins dignos; outras, não. Entretanto, independentemente de
seus objectivos, os grandes líderes deixam sua marca pessoal
nos anais da liderança.
Mas a liderança pode melhorar ou piorar a história. Alguns
líderes têm sido responsáveis pelas loucuras mais
extravagantes e pelos crimes mais monstruosos. Em
contrapartida, outros têm sido vitais em conquistas da
humanidade, tais como a liberdade individual, a tolerância racial
e religiosa, a justiça social e o respeito pelos direitos humanos.
Não há modo seguro de reconhecer antecipadamente quem ira
liderar para o bem ou para o mal.
Um dos critérios de avaliação pode ser este: os líderes
comandam pela força ou pela persuasão? Pela dominação ou
pelo consentimento?

Na maior parte do curso da história, a liderança foi exercida pela


autoridade de direito divino. O dever dos seguidores era
submeter-se e obedecer. “Não perguntar porquê, apenas fazer
e morrer”.

30
A grande revolução dos tempos modernos foi a revolução da
igualdade. A ideia de que todos os indivíduos podem ser iguais
perante a lei “ solapou” as velhas estruturas de autoridade,
hierarquia e respeito.
Um governo fundamentado na reflexão e na escolha exigia um
novo estilo de liderança e uma nova qualidade de seguidores.
Tornava necessários líderes que respondesse os anseios
populares e seguidores activos, suficientemente bem
informados para participar no processo.
Um segundo critério para avaliar a liderança pode ser a
finalidade da procura do poder.
Quando alguns líderes tem como objectivo a supremacia de
uma raça, a promoção de uma revolução totalitária, a aquisição
e exploração de colónias, a protecção de ambições e privilégios,
ou a preservação do poder pessoal, é bem provável que suas
lideranças em nada façam avançar a causa da humanidade.
Quando o objectivo do líder é a causa da escravatura, a
libertação da mulher, a ampliação de oportunidades para os
pobres e desamparados, a extensão de direitos iguais para as
minorias raciais, defesa da liberdade de expressão e oposição,
é provável que sua liderança seja uma contribuição para o
aumento da liberdade e do bem-estar humano.
Alguns líderes têm causado um grande mal a humanidade.
Outros foram responsáveis por grandes benefícios. Mesmo os
“bons” líderes devem ser olhados com certa cautela. Líderes
não são semi-deuses: eles comem e vestem como o mais
simples dos mortais. Nenhum líder é infalível, e cada líder deve
ser lembrado disso de tempo em tempo. A irreverência irrita os
líderes, mas é o que os salva.
O principal benefício que os grandes líderes propiciam é o de
encorajar-nos a viver conforme nossa consciência, a sermos
activos, perseverantes e resolutos na afirmação de nossa
própria opinião sobre as coisas. Pois, os grandes líderes
atestam a realidade da liberdade humana contra as supostas
inevitabilidades da História. Confirmaram a sabedoria e o poder
eventualmente contidos em cada um de nós, o que explicaria
por que Abraham Lincoln continua a ser o exemplo supremo de
uma liderança notável. Um grande líder, disse Emerson, aponta
novas possibilidades para toda a humanidade.
Artur M. Schlesinger Jr., O Sentido da Liderança, em: John J.
Vail, Fidel Castro,pp 7/11.
(Adaptado)

31
TEMA – VII: TEXTOS ESTRUTURAIS E / OU ADMINISTRATIVOS.
UNIDADE Temática 7.1. Introdução, procuração
UNIDADE Temática 7.2. Exercícios

UNIDADE Temática 7.1. Introdução, procuração .

Introdução

No seu quotidiano o Homem estabelece várias relações de vária ordem


em algum momento sujeitas de cumprimento da ordem burocrática
estabelecida, que requer a formalização das suas intenções
administrativas.

Os textos administrativos, veiculam informações de carácter privativo a


um circuito burocrático previamente instalado. Nesta unidade temática,
abordaremos a Procuração e a Acta.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Conceptualizar procuração;
Objectivos
específicos ▪ Identificar a estrutura de uma procuração;

▪ Produzir uma procuração

Procuração

É um instrumento de mandato por meio do qual uma pessoa ou


sociedade nomeia outra para representá-la na prática de actos jurídicos
ou na administração de interesses, delegando-lhes os poderes para a
execução de finalidades e especificas ou para responder amplamente
por seus interesses.

Estrutura

A estrutura de uma procuração compreende:

- Título: o nome do documento;

32
- Identificação: apresentação do nome, naturalidade, n° de B.I. e local
de emissão, estado civil, profissão e residência do outorgante e do
outorgado.

A posição da identificação não é sequencialmente rígida; em função do


tipo de procuração, ela também pode aparecer ao longo do texto ou
então, final.

- Finalidade e Poderes – parte em que o mandante/outorgante ou seu


constituinte declaram a finalidade da procuração, bem como autoriza o
mandatário/outorgado a praticar os actos para os quais é nomeado.

- Data e assinatura do outorgante.

- Assinatura das testemunhas (se as houver, costumam ficar abaixo


da assinatura do outorgante, à esquerda).

Tipos de procuração

A procuração pode assumir vários tipos: de uma assembleia-geral, de


falência, de viajante, de gerência comercial, pública, particular,
bastante, geral, especial, em causa própria e aput-acta. Destes, os
mais vulgares são:

- Pública – lavrada em cartório notarial, pelo notário ou pelo escrivão


do processo.

- Particular – lavrada e assinada pelo mandante ou só assinada pelo


mandante e por duas testemunhas. Contudo, é, geralmente,
conservada em registo.

- Bastante – em que se confere poderes necessários por lei para um


determinado fim.

- Geral – em que se concede mandato para todos os actos (sem os


especificar e sem restrições).

- Especial – em que se concede mandato para actos específicos.

- Em causa própria – em que se concede poderes para haver um


objectivo cedido.

N.B

1. Todas as assinaturas devem ser reconhecidas em cartório notarial.


Logo, é indispensável que os intervenientes sejam portadores de
documentos de identificação.

33
2. Caso a procuração seja lavrada por um constituinte, é necessário
que esse

possua o documento que o nomeia como tal. Esse documento, deve


estar escrito e assinado pelo mandante, com reconhecimento em
presença física diante do notário.

3. Se um dos intervenientes não souber escrever, a procuração é-lhe


lida na presença do notário e se estiver na plenitude das suas
capacidades assina-a “ a rolo” (estampagem de impressões digitais).

Exemplo de uma procuração

Eu,-------------, comerciante, portador do B.I n°------------------, emitido


em---------------------, pelo arquivo de identificação civil de --------------,
nascido em--------------, na localidade de-------------, distrito de--------------,
província de---------------, estado civil------------, e residente
em------------- ,constituo bastante
procurador------------,profissão------------, portador do B.I n°-------------,
emitido em---------- pelo arquivo de-------------, nascido em------------,na
localidade de -------------- distrito de ---------------, província de
-------------------------, estado civil--------------, e residente em------------------,
concedendo-lhe plenos poderes para, com plenas faculdades, me
representar junto de todos os tribunais da República de Moçambique,
autoridades, entidades, repartições públicas, e perante quaisquer
pessoas, usando de todos os poderes forenses em direito, incluindo
transigir, exigir ou fazer seguir quaisquer acções civis, criminais ou
outros, conforme seja necessário para a completa execução deste
mandato.

Sumário

Nesta Unidade temática estudamos e discutimos fundamentalmente


acerca de procuração, um texto de carácter administrativo através do
qual alguém (mandante/outorgante) ou seu representante (constituinte)
atribuem a outrem (mandatário/ procurador/outorgado) um mandato
(poder/desejo/posição) acerca de um dado assunto (negocio, herança,
etc).
Pode ser lavrada por uma pessoa física ou jurídica. Em ambos os casos,
deve ser de carácter voluntário, e os efeitos restringem-se ao mandato
mencionado, pelo que esse precisa de ser bem especificado.

34
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1.Elabore uma procuração concedendo poderes ao seu irmão para


responder por si num processo mal parado.

35
TEMA – VIII: ACTA.
UNIDADE Temática 8.1. Introdução, acta
UNIDADE Temática 8.2. Exercícios

UNIDADE Temática 8.1. Introdução, Acta

Introdução

A acta é um documento de carácter administrativo, muito usado em


várias instituições do país e obedece muitos procedimentos rígidos.
Nesta unidade temática, falaremos detalhadamente acerca da mesma.
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Distinguir a acta de outros textos de índole administrativa;


Objectivos
específicos
▪ Reconhecer a estrutura formal da acta;

▪ Identificar as características da acta;

Acta

É a reprodução de factos, decisões e opiniões reportados em


assembleias, reuniões ou conselhos. É o relato oficial de tudo o que se
passou durante a reunião de uma instituição, departamento, secção,
conselho ou grupo de trabalho. Costuma fazer-se a distinção entre
projecto de acta e a acta propriamente dita, coincidindo a passagem do
primeiro à segunda com o momento da sua aprovação.

Este documento é elaborado pelo secretário da reunião que tem a


tarefa de, ao longo dela, recolher os apontamentos indispensáveis à
sua elaboração posterior do projecto de acta. Mais tarde, com a ajuda
do presidente, em caso de necessidade, ordená-los-á e redigirá uma
primeira versão. O projecto de acta é escrito no livro de actas, cujas
folhas (não as páginas pois cada folha tem duas páginas) devem estar
36
rubricadas e numeradas pelo presidente da Mesa da Assembleia Geral,
o mesmo acontecendo com os termos de abertura e de encerramento.

A redacção deve ser simples, concisa e clara; não deve haver


abreviaturas e os números tal como as datas escrevem-se por extenso;
intervalos em branco, entrelinhas e rasuras são eliminados. Enquanto o
projecto de acta, ou minuta, não for aprovado em Assembleia Geral, é
pertença de quem o elaborou, que pode fazer as alterações que achar
necessárias para a sua compreensão e fidelidade.

Nela são relatadas todas as intervenções dos participantes da reunião.


E a sua redacção obedece a uma fórmula fixa de introdução e fecho,
começando-se do seguinte modo: (aos nove dias, do mês de Junho de
dois mil e sete, nas instalações da Faculdade de Educação e
Comunicação, realizou-se uma reunião, que obedeceu à seguinte
ordem de trabalhos cuja agenda encontra-se em anexo.

Estruturalmente, a acta pode ser dividida em três partes fundamentais,


nomeadamente:

● O cabeçalho, contendo a identificação do documento e o


respectivo número de ordem
● O corpo, comportando os relatos das várias etapas e
intervenções dos participantes
● O Fecho, contendo a fórmula fixa do fecho e as assinaturas do
presidente e do secretário da reunião.

Técnicas de elaboração
Ao longo da elaboração da acta, há formas próprias de introdução das
intervenções/falas dos participantes da reunião, como os actos de fala
que a

seguir alistamos:

- referindo-se à questão do… ele teria dito que…


- usando da palavra, o Sr, Mahulana, afirmou que… disse
que… realçou o facto de que…
- apelou aos presentes para que…
- questionou o facto de…
- Perguntou,
37
- disse ter ficado impressionado; chateado; escandalizado
com o facto de…
- João Wanicela disse que não concordava com a posição
do seu colega…
- Benilde, chefe da turma, interveio para aclarar algumas
questões que constituíam embaraço…
A acta obedece a uma fórmula fixa do fecho, que é: “não havendo
mais a tratar, a reunião foi encerrada /dada por terminada, da qual
foi lavrada/se lavrou a presente acta, que, depois de lida, será
assinada pelo Presidente e por mim que secretariei a reunião.

NB:

● Os espaços em branco, na acta, devem ser trancados de forma


a evitarem-se acréscimos posteriores…
● Em caso de falha ao longo da redacção da acta, esta não deve
ser rasurada nem borrada, devendo-se, nestes casos,
acrescentar a palavra digo, logo depois da falha e colocando a
palavra correcta pretendida.

Elementos Discursivos
Uso da voz passiva e das formas do particípio passado (relativamente
ao ponto número três, foi dito que… ficou acordado que…
decidiu-se que... as reuniões serão feitas…),

Uso do discurso indirecto (ele disse que…)

Uso do Pretérito perfeito, mas também das formas do imperfeito…


(ele teria
dito que…), coube a vez a… que interveio para questionar sobre se
não haveria espaço para mais um ponto na agenda.

Valor
A acta é o meio de formação da “ vontade colectiva” o elemento de
prova e de interpretação dessa vontade;
O registo da vida das instituições. Depois de aprovada, é imutável e só
a assembleia pode permitir que ela seja objecto de avaliação posterior.

38
Sumário

Nesta Unidade temática estudamos e discutimos a acta, um


documento usado em várias instituições espelhando-as várias
actividades desenvolvidas.
A acta é a reprodução de factos, decisões e opiniões reportados a
assembleias, reuniões ou conselhos.
É o relato oficial de tudo o que se passou durante a reunião de uma
instituição, departamento, secção, conselho ou grupo de trabalho. Pode
se fazer a distinção entre o projecto de acta e da acta, propriamente dita,
dependendo do momento da sua aprovação.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Redija a acta de reunião ordinária da Direcção do “ ISCED”, na


qual foram realizados os actos que se seguem:
a) Leitura da acta da sessão anterior;
b) Correspondência recebida e enviada;
c) Distribuição dos Tablets;
d) Diversos;
2. Divide a acta que produziste em partes correspondentes à
estrutura do texto.

39
TEMA – IX: CONVOCATÓRIA.
UNIDADE Temática 9.1. Introdução, Convocatória.
UNIDADE Temática 9.3. Exercícios

UNIDADE Temática 9.1. Introdução, Convocatória.

Introdução

Sempre que pretendemos reunir com um público determinado, seja


escolar, comunitário e outro, há sempre uma prévia necessidade de
informar a todos os participantes para fazer parte dessa reunião. Porém,
para o efeito, é lhes formulado um documento numa data que antecede
o encontro denominado Convocatória, o texto de que falaremos nesta
unidade.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Definir convocatória;

Objectivos ▪ Identificar as situações em que se produz uma convocatória;


específicos
▪ Analisar a convocatória nos aspectos icónico, discursivo e linguístico;

▪ Produzir uma convocatória;

Convocatória
É um texto de chamada de atenção, dirigida geralmente a várias
pessoas produzidas por um emissor ou entidade, investido de
competências e poder, que convida ou manda comparecer para algo.
Na convocatória indica-se, o dia, a hora, e o local, sendo por isso de
carácter mais obrigatório, distinguindo-se do aviso, por este ser de
cumprimente mais voluntario.
Tem como objectivo(s) levar os receptores a realizarem uma acção
futura verbal ou não verbal.

Organização textual

a) Ponto de vista icónico


- texto curto;
- organizado graficamente em três partes, nomeadamente: o
cabeçalho, o corpo do texto e o fecho.
40
● O cabeçalho – corresponde ao endereço ou instituição
emissora da convocatória bem como o indicativo da mesma.
● O corpo – compreende as duas sub-partes:
a) Nome da instituição - entidade que convoca, data, hora, e
local da realização da sessão convocada, o segmento
linguístico “convocar” que explicita a autoridade de poder do
delegado da colectividade que anuncia a agenda da sessão
convocada.
b) Corresponde a sequência de parágrafos correspondentes a
sequência cronológica das actividades a serem praticadas
no decorrer da sessão.
● O fecho – corresponde à assinatura da entidade legislada como
competente para criação da realidade “sessão ordinária”. Esta
assinatura é precedida pelo local de emissão, a data e pelo
cargo que lhe confere autoridade e poder para convocar a
sessão.

b) Estrutura
- quem?
- o quê?
- quando?
- onde?
- para quȇ?
- local data e assinatura.

Organização linguística

Numa convocatória, a sequência dos parágrafos corresponde à


sequência cronológica das actividades a serem desenvolvidas.
A linguagem deve ser simples, clara e objectiva.

a) Marcas de pessoa

Usa-se a 1ª pessoa da singular representativa de uma


entidade investida de poder (presidente da assembleia geral)
que determina a realização futura de uma sessão; usa-se
também a 2ª pessoa do plural (implícita).

b) Marcas de tempo e espaço

Presidem à produção deste tipo de texto: o local e o


momento de enunciação (do emissor) – Maputo, 18 de Maio
de 1995; do local e momento da acção sede da sociedade,
30 de Maio de 1995.

c) Tempos verbais
O verbo convocar identifica o texto como prescritivo, pois
coloca o receptor no cumprimento do “dever fazer” e pode
apresentar-se sob três formas: convoco, convocam-se, ou
são convocados.

Numa convocatória estão sempre implícitos três momentos:


41
Passado – para se convocar, tem de ter havido um
motivo/circunstância precedente;
Presente – respondendo a essa circunstância, faz-se a
convocatória;
Futuro – a convocatória é um documento que chama sócios
para reunir, elaborado por quem tem poderes institucionais
para o fazer. Normalmente, é dada a conhecer por aviso
postal para cada participante, com antecedência
considerada necessária – nas associações é de oito dias.

Nota: Sempre que assim se considerar, poderá, também,


indicar-se (em nota) o material que possa ser necessário
para o desenvolvimento dos trabalhos.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Distinga convocatória da acta.


2. Elabore uma convocatória, chamando os membros da
assembleia-geral para uma reunião ordinária de balanço
semestral das actividades desenvolvidas na sua instituição.

42
TEMA – X: FRASE.
UNIDADE Temática 10.1. Introdução, conceito de frase.
UNIDADE Temática 10.2. tipos e formas de frase
UNIDADE Temática 10.4. Exercícios

UNIDADE Temática 10.1. Introdução, frase.

Introdução

O estudo da frase e o da organização dos elementos que a


constituem pressupõem o conhecimento de alguns conceitos
nem sempre fáceis de definir. Facto este que faz com que
muitos estudantes, enfrentem enormes dificuldades na
compreensão da estrutura frásica.
Essa dificuldade resulta não só da própria natureza do assunto,
mas também das diferenças dos métodos e técnicas de análise
adoptados pela linguística clássica e pelas principais correntes
da linguística contemporânea.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Distinguir frase simples das complexas;


Objectivos
específicos ▪ Identificar a estrutura da frase;

▪ Distinguir frase da oração.

Segundo Borregana (2000, p. 220), a frase é um enunciado de sentido


completo, a unidade mínima de comunicação.” 3

Ex: As rosas do meu jardim são belas.


As rosas que tenho no meu jardim são belas.

3
Borregana, A. A. (2000), Gramática da Língua Portuguesa, 7ª ed., Lisboa, Texto
Editora, p. 220
43
A Frase e Oração
A frase pode conter uma ou várias orações. A frase contém mais do que
uma oração quando tem mais do que um verbo conjugado. Por
exemplo:

“Este livro é admirável..”

“O professor diz que este livro é admirável.”

No primeiro caso estamos perante uma frase constituída por uma


oração, e no segundo caso por duas orações. Quando a frase é
constituída por várias orações e cada uma está organizada à volta de
um verbo, trata-se de uma frase complexa.
Exemplo de uma frase simples:

“ A educação constitui um factor de desenvolvimento.”

Exemplo de uma frase complexa:

“A educação que é ministrada nas nossas escolas é um factor


de desenvolvimento e tem como componente fundamental a
competência comunicativa.”

A Estrutura da Frase

A oração e os Seus Elementos

Os elementos fundamentais de uma oração são: o sujeito (simples ou


composto, subentendido, indeterminado ou inexistente) e o predicado
(verbal; nominal).

O sujeito “é aquilo de que se fala ou sobre que se faz uma afirmação”. O


predicado “é tudo o que se diz do sujeito”.4

Os outros elementos são: o complemento directo, o complemento

indirecto, o predicativo do sujeito, o predicativo do complemento directo,

o agente da passiva, o atributo, o aposto, o vocativo, o complemento

determinativo e o complemento circunstancial (de lugar, tempo, causa,

modo, fim, meio, companhia, dúvida e de instrumento). Para facilitar a

compreensão sobre esta questão, Reis (1995) usa o termo

“modificador” para os elementos adjuntos do nome.

4
Reis, J.E.(1995). Curso de Redacção I, Porto, Porto Editora, p.14
44
ORAÇÃO = sujeito + predicado

(nome + mod) (verbo + complementos)

Por exemplo: “Meu tio / está muito doente.”

“ A Citroen, uma marca francesa / tem uma boa imagem


comercial.”

“O cão perdigueiro come carne.”

Núcleo do suj. Modificador Núcleo do compl. directo


verbo

A Construção nominal ou elipse

Elipse – é uma figura de sintaxe que consiste na supressão de


palavras que facilmente se subentendem.

Ex.: Que bela paisagem!

por

Esta paisagem é bela.

A construção nominal verifica-se quando um elemento verbal é


suprimido a favor do elemento nominal (nome, adjectivos e
determinantes: artigos, demonstrativos e possessivos) :

Ex.: O seu, a seu dono!

Um por todos e todos por um.

A construção nominal, apesar de ser uma característica da


língua falada, também é utilizada em textos literários para “produzir um
efeito de movimento e acção ou de autênticas pinceladas na descrição
dos elementos de um quadro, paisagem ou visão”.

A construção nominal é uma construção moderna, utilizada na


linguagem jornalística, técnica e científica, sobretudo nos títulos, nas
legendas e sumários, pois permite uma maior objectividade, brevidade
e concisão das estruturas nominais.
Quando uma frase aparece construída sem verbos, cabe ao
leitor “conceber e sentir o escrito”, ou seja, cabe ao leitor dar um sentido
“à alma da frase.”

A Qualidade da Frase

45
Unidade - subordinação das ideias secundárias às principais;
são defeitos contra a unidade a multiplicidade de sujeitos.

Clareza - ideias apresentadas de forma “transparente”; deve-se


evitar a desordem e a “obscuridade” das ideias.

Concisão – significa o “emprego de palavras em número


necessário e suficiente.”
Deve-se evitar a repetição de palavras e de ideias.

Sumário

A frase é um enunciado de sentido completo, a unidade mínima de


comunicação.
Os elementos fundamentais de uma oração são: o sujeito (simples ou
composto, subentendido, indeterminado ou inexistente) e o predicado
(verbal; nominal).

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Elabore três frases tendo em conta a qualidade da frase.


2. Divida as frases em constituintes sintácticos.
3. Especifique a utilização da construção nominal ou elipse.
4. Construa frases de acordo com as indicações seguintes.

● Sujeito + modificador + verbo + complemento circunstancial.


● Verbo + complemento directo + complemento indirecto +
complemento circunstancial.
● Sujeito + modificador + verbo + complemento directo +
complemento indirecto.
● Verbo + complemento circunstancial.

46
TEMA –XI: A FRASES SIMPLE E COMPLEXA.
UNIDADE Temática 11.1. Introdução, Frase simples e complexa
UNIDADE Temática 11.2. Frase Complexa
UNIDADE Temática 11.3. Exercícios

UNIDADE Temática 11.1. Introdução, frase simples e complexa.

Introdução

Ainda no âmbito de estudo da frase, vamos fazer uma distinção da


frase simples da complexa, uma actividade que requer muita atenção
por parte do estudante dada a complexidade que ela exige.

As frases podem ser simples ou complexas de acordo com a


expressividade do autor.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Distinguir frase simples da complexa

Objectivos
específicos

As Frases Simples e complexas


De acordo com o conceito de frase anteriormente apresentado, a frase
é “um enunciado de sentido completo, a unidade mínima de
comunicação”.
Neste sentido, a Frase simples é aquela que possui um e único verbo.
A frase complexa “é aquela que contém dois ou mais verbos
conjugados e, por consequência, duas ou mais orações.” 5

A ligação da frase complexa é feita pelos processos de coordenação e


subordinação.

Coordenação

Os campos cobriram se de e as árvores encheram-se de


flores folhas

5
Pinto, J. e Lopes, M. C. (2002), Gramática do Português Moderno, Lisboa, Plátano ed.,
p.193
47
oração coordenada conj. cop oração coordenante

Subordinação

Os campos cobriram-se de flores quando a Primavera chegou.

Oração principal ou subordinante Oração subordinada temporal

A Coordenação

As orações “da mesma natureza” podem ser coordenadas entre si


através de conjunções e locuções coordenativas”

Quadro das Principais Conjunções e Locuções Coordenativas

DESIGNAÇÃO CONJUNÇÕES LOCUÇÕES

Copulativas e, também, nem, não só… mas também


(indicam adição) que(=e) não só como… também
tanto… como

Adversativas mas, porém, todavia, não obstante, no entanto, apesar


(indicam oposição) contudo, entretanto, disso, ainda assim, mesmo
que(=mas), e (=mas) assim, de outra sorte, ao passo
que

Disjuntivas Ou, que (=ou) ora... ora, ou... ou, quer… quer,
(indicam seja... seja, nem… nem, já… já,
distinção/alternativa) seja... ou

Explicativas pois, porquanto,


(exprimem explicação ou que (=pois)
justificação de afirmações)

Conclusivas logo, portanto, pois por conseguinte


(conclusão ou a por consequência
consequência que se pode pelo que
retirar de uma afirmação)

Classificação das orações coordenadas

Tal como as conjunções coordenativas, as orações coordenadas


podem ser:

Copulativas - são as que exprimem uma simples adjunção, ou adição,


de afirmação (orações).
48
Ex: Ele chega e vem falar comigo.
Os rapazes correm, jogam e riem.

Adversativas – são coordenadas adversativas as orações em que


estabelece uma oposição entre o que se afirma na primeira e na
segunda:
Ex: Vieste, mas não chegaste a tempo.

É forte o rapaz, porém não tem genica.

Disjuntivas - são disjuntivas as orações coordenadas que


estabelecem uma alternativa entre o que se afirma na primeira e na
segunda:

Ex: Ficas com a motoreta velha, ou compro-te uma bicicleta nova?

O réu ora afirmava isto, ora dizia aquilo.

Conclusiva – é conclusiva a oração coordenada que, a partir do


conteúdo da primeira conclui o conteúdo da segunda.

Ex: Tu sabes, logo não reprovarás.

O candidato A é o melhor, portanto ganhará.

Explicativa – é explicativa a oração coordenada que explica a


razão do conteúdo da primeira:

Ex: Sai dessa cama, pois não estás doente.

Explique melhor isso, porquanto tenho ainda dúvidas.

A Subordinação

Segundo Reis, a subordinação é “ uma relação entre duas


orações que permite a inserção de uma na outra e estabelece uma
hierarquia sintática entre elas: uma depende da outra, determinando ou
complementando o sentido.”6

Exemplos: 7

Aquela senhora gritou quando foi assaltada.

Oração subordinante Oração subordinada adverbial temporal

Aquela senhora gritou porque foi assaltada

6Reis,
J.E , Curso de Redacção I, Porto, Porto Editora, p.30
7
Pinto, J. e Lopes, M. C.(2002). Gramática do Português Moderno, Lisboa, Plátano
ed., p.196

49
Oração subordinante Oração subordinada adverbial causal

As orações subordinadas dependem das orações


subordinantes e esta dependência pode ser feita através de:

● Conjunções ou locuções subordinativas: “Ela gritou


para que a socorressem.” *
● Pronomes ou advérbios relativos: “O rapaz que caiu
magoou-se.”
● Pronomes ou advérbios interrogativos: “Ele disse
quem chega hoje?
● Formas verbais não finitas (infinitivo, gerúndio e
particípio): “Pensávamos ter concluído o trabalho.

Quadro das Principais Conjunções e Locuções Subordinadas

DESIGNAÇÃO CONJUNÇÕES LOCUÇÕES

Temporais quando, enquanto, antes que, depois que, logo que, assim que, desde
(indicam tempo) apenas, mal, que, até que, primeiro que, sempre que, todas as
como, vezes que, tanto que, à medida que, ao passo que
que (=desde que)

Causais porque, pois, visto que, já que, por isso que, pois que, uma vez
(indicam a causa ou o porquanto, que que
motivo) (=porque),
como(=porque)

Finais que (=para que) a fim de que, para que, por que
(designam o fim)

Condicionais se, caso a não ser que, desde que, no caso que, contanto
(exprimem uma que, na condição de, salvo se, se não, sem que,
condição) dado que, a menos que, excepto se

Integrantes que, se
(que integram ou
completam)

Comparativas Como, segundo, Como…assim, assim como… assim, assim


(estabelecem uma conforme, que, como… assim também, bem como, que nem,
comparação) qual (antecedida segundo... assim, consoante… assim, conforme…
de tal) assim, tão/tanto… como, como se, do que (depois
de mais, menos, maior, menor, melhor, pior)

50
Consecutivas Que (=ainda que) De maneira que, de modo que, de forma que, de
(exprimem consequência) sorte que

Concessivas Embora, Ainda que, posto que, mesmo que, se bem que, por
(apresentam facto conquanto, mais que, por menos que, apesar de (que), nem que
contrário à acção que ( =ainda que)
principal, mas incapaz de
impedi-la)

Sumário

A Frase simples é aquela que possui um e único verbo enquanto, as


frases complexas são aquelas que são compostas por mais de um
verbo. Estas podem ser unidas por conjunções ou locuções
coordenativas ou subordinativas, conforme a relação de coordenação
ou subordinação, respectivamente

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

A. Complete as frases seguintes com a locução adequada: já que,


logo que, mais...do que, mesmo que, no caso de, para que.
- Os pequenos… estorvam… ajudam.
- … chover, não podemos ir ao cinema.
- O Director geral do ISCED aumentou-lhe o salário...ele
não se despedisse.
- ...o sol desaparece, as crianças vêm para casa.

B. Preencha os espaços em branco com a locução apropriada.


Pois que, por isso mesmo (é) que, posto que, primeiro que,
salvo se, se bem que.
- ...o seu grande interesse seja o dinheiro, os imigrantes
não se privam de nada no seu dia-a-dia.
- ...compres o carro, deves tirar a carta de condução.
- Nunca deixe andar os filhos ao sol...de manhã e à noite,
ele seja fraco.
- O professor de português nunca falta...estiver doente…

C. Complete as seguintes frases com locuções mais adequadas:


sempre que, tal que, tão que, tanto...que todas as vezes que,
visto que, tanta...que

51
- A girafa é...alta...observa tudo o que se passa no jardim
zoológico.
- O João cumprimenta o mestre...se cruza com ele na rua
- O ruído era...ninguém ouvia nada.
- A responsabilidade dos pais é...por vezes não dorme.
- Ontem havia...vento...duas árvores caíram no jardim.

52
TEMA – XII: TEXTO EXPOSITIVO -EXPLICATIVO

UNIDADE Temática 12.1. Texto Expositivo-Explicativo

Introdução

Nesta unidade falamos detalhadamente do texto expositivo-explicativo,


no concernente à conceitualização; características estruturais e
discursivas; bem como aos princípios que regulam a construção do
referido texto.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de elaborar:

a) enunciados de exposição, contendo uma sucessão de


informações que visam fazer saber.
b) enunciados de explicação que tem como finalidade fazer
compreender o saber transmitido.
c) enunciados que marcam as articulações do discurso:
anunciar o que vai ser dito; resumir o que se disse;
antecipar o que vai ser dito, através de títulos, subtítulos,
numerações, etc., focalizar o que é dito através de
sublinhados e de mudanças tipográficas.
Os discursos de manuais (usados nas escolas) têm a ver com saberes
científicos de base de uma disciplina, escritos por autores que não são,
grosso modo, pesquisadores; jogam, um papel de intermediários.
Beacco (1990). Este facto leva o autor da compilação a usar estratégias
que ajudarão o estudante a compreender o texto.
Características Linguísticas

O texto expositivo/explicativo é um discurso de verdade, a sua


objectividade manifesta-se através de formas linguísticas próprias. Ele
é emitido por um locutor ao qual não são contestados nem o poder nem
o saber. Quando se põe em causa esta autoridade, entra-se no domínio
da polémica, perdendo, assim o estatuto de texto de explicação. É
objectivo e isento de ataques.

A análise deste tipo de discurso mostra a existência de uma diversidade


de modos de comunicação:

● emprego da passiva;
● normalizações;
● apagamento do sujeito falante;
● emprego de um presente com valor genérico;
● uso de expressões que explicam os conteúdos
veiculados;
53
● articuladores.

Uma das características do texto expositivo/explicativo consiste na


abstração do sujeito entanto que membro duma sociedade
determinada; deve neutralizar tudo o que possa resultar de uma
apreciação pessoal, subjectiva. O discurso expositivo deverá, por isso,
fazer desaparecer do enunciado toda a referência a um caso particular,
a um momento determinado e situar-se no universal. A forma passiva
é um mecanismo para tornar impessoal o discurso científico; ela é
usada como uma estratégia de objectividade, de afastamento do sujeito
enunciador do seu discurso.

Em suma, usam-se procedimentos de invisibilidade. “Eu” e “nós”,


mesmo que apareçam em alguns textos, estarão desprovidos de valor
individualizante. Por se tratar de um discurso monológico, observa-se
também a ausência do “tu”.

A nominalização, processo que consiste na transformação de um


sintagma verbal, ou adjectival num nome, permite, em certos casos,
condensar o que foi dito, assegurar uma determinada orientação da
reflexão.

Exemplo:

“Quando os animais e as plantas morrem, os corpos


apodrecem (SV) e acabam por desaparecer na terra. O
apodrecimento (N) é provocado por organismos (...) ”.

Quanto aos tempos verbais, a forma essencial é o presente


com valor genérico ou estativo que enuncia as propriedades.

Exemplo:

“O gato é um animal vertebrado”.

A informação contida nesta frase constitui uma verdade que


perdura, independentemente da sua enunciação.

O presente genérico não pode ser oposto a um passado ou um


futuro, trata-se de uma forma temporal “zero”, Maingueneau (1991,
p.65).

Um presente com valor deíctico (actual) reenvia ao momento de


exposição.

As expressões explicativas têm um papel importante nos


textos expositivos/explicativos, permitindo ao emissor tornar mais clara
a sua comunicação e orientar a compreensão do receptor.

Definidos como elementos que asseguram as relações entre as


diversas partes do texto, quer a nível intrafrásico, interfrásico, quer

54
entre parágrafos, no texto expositivo/explicativo, estes elementos com
frequência são de natureza lógica.

Estes conectores podem marcar laços de adição (também,


igualmente) oposições (mas, ao contrário) laços de consecução ou de
causalidade (porque, visto que, dado que).

Sumário

O objectivo do texto expositivo/explicativo é o de comunicar de forma


clara e pormenorizada, a um leitor determinado, que se supõe detentor
de um saber insatisfatório, o que deve saber de um facto, assunto ou de
um problema.

Por isso, a função comunicativa do texto expositivo-explicativo é a de


transmitir conhecimentos (informar) e a de clarificar e explicar
“problemas” com a finalidade de tornar explícitos processos, relações.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Elabore um texto expositivo-explicativo a partir de uma das


seguintes situações:
a) Casamentos prematuros nas zonas rurais;
b) O papel do ISCED na formação profissional;
c) O lobolo em Moçambique.
2. Qual é o objectivo do texto expositivo-explicativo?
1. A normalização é um processo que consiste na transformação
de verbo ou de um adjectivo ou de uma expressão em nome,
em certos casos, esta operação permite condensar o que foi
dito e assegurar uma maior economia de texto.

2.1. Nominalize os verbos abaixo.

a) Libertar_____________

b) Aderir ______________

c) Discordar____________

d) Sugerir______________

e) Advertir_____________

f) Intrometer___________

g) Herdar______________

h) Crer________________

55
3. Nas frases que se seguem coloque o conector (conjunção, locução)
de modo a marcar laços de:

a) Adição: - As lições de técnicas de expressão são


agradáveis ______ úteis para todos nós porque __________ também
fornecem-nos conhecimentos específicos da disciplina de português
_________ permitem aos estudantes a aquisição de técnicas de
estudo para todas as cadeias do curso.

b) Oposição: _____________ os estudos estejam a correr


bem, sente-se a necessidade de muita exercitação. Veja só o que
aconteceu no teste de métodos de estudo, li muito ________ tive uma
nota pouco agradável. _________ estar nas ultimas cadeiras do salão,
ouvia perfeitamente os discursos dos intervenientes do debate.

c) Casualidade: há línguas conhecidas como “ isoladas”


_________ não apresentam parentesco com nenhuma outra língua
viva. Rosseau, Seneca, Durkheim, entre outros, foram alguns dos
grandes pedagogos ________ traçaram as linhas mestras do que hoje
se entende por pedagogia educacional.

d) consecução: A exposição foi __________ bem feita que o


reitor se prontificou.

56
TEMA –XIII TEXTO EXPOSITIVO ARGUMENTATIVO.
UNIDADE Temática 13.1. Introdução, Texto expositivo
argumentativo.
UNIDADE Temática 13.2 Exercícios

UNIDADE Temática 13.1. Introdução, texto expositivo argumentativo

Introdução

O texto argumentativo é um dos textos pertencentes à tipologia de


textos expositivos, no qual o autor apresenta as suas ideias ou opiniões
acerca do que vê, pensa ou sente, ao contrário do que acontece com o
texto expositivo- explicativo que é um que apresenta factos sobre uma
realidade.
Nesta unidade pretendemos apresentar a definição do texto expositivo
argumentativo; estrutura e vias de argumentação e de explicação, no
quadro do texto expositivo-argumentativo.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Conceptualizar o texto expositivo Argumentativo;


Objectivos
específicos ▪ Identificar as características linguísticas e discursivas;

▪ Caracterizar o texto Expositivo-Argumentativo;

▪ Elaborar textos expositivos-Argumentativos.

Texto Expositivo Argumentativo

Define-se argumentação como o conjunto de procedimentos


discursivos de dedução, de raciocínio, de pseudo - raciocínio e de
outras formas, que visam a adesão do ou dos interlocutores e do ou dos
leitores.

Argumentar é um processo que apresenta dois aspectos: o primeiro


ligado à

razão, supõe ordenar ideias, justificá-las e relacioná-las; o segundo,


referente à paixão, busca capturar o ouvinte, seduzi-lo e persuadi-lo.

57
Os argumentos devem promover credibilidade. Com a busca de
argumentos por autoridade e provas concretas, o texto começa a
caminhar para uma direcção coerente, precisa e persuasiva. Somente
o facto pode fortalecer o texto argumentativo. Não podemos confundir
facto e opinião. O facto é único e a opinião é variável. Por isso, quando
ocorre generalização dizemos que houve um “erro de percurso”.

ESTRUTURA DO TEXTO ARGUMENTATIVO

O texto argumentativo, oral ou escrito, estrutura-se basicamente num


plano tripartido:

1. Exórdio – é a primeira parte de um discurso, preâmbulo, a


introdução do discurso que consiste em:
a) Exposição do tema;

b) Exposição das ideias defendidas (pode recorrer-se à explicitação


de determinados termos, à apresentação de esquemas da
exposição e à referência de outras opiniões, etc.

2. Narração /confirmação – é a parte do discurso em que o orador


desenvolve as provas, consiste na utilização de argumentos
(citação de factos, de dados estatísticos, de outros exemplos, de
narração de acontecimentos, etc.).

3. Peroração/epílogo – é a parte final de um discurso, a sua


conclusão, o remate, síntese, recapitulação.

Formas discursivas de apoio à argumentação

Formas introdutivas

- comecemos por…

- o primeiro aspecto dirá respeito a…

- é necessário primeiro lembrar que..

Transições

- passemos à presença de…

- consideremos o caso de…

58
- antes de passar a... é preciso notar que…

Formulas conclusivas

- por consequência…

- por isso…

- em suma…

- pode-se concluir dizendo que…

Enumeração

- em primeiro lugar, segundo etc.

- antes de tudo…

- em seguida…

- por outro lado…

Expressões de reserva

- todavia
- mas
- contudo
- no entanto

Fórmulas de insistência
- não só… mas também
- mesmo…
- com maior razão…

Inserção de um exemplo
- consideremos o caso de…

- o exemplo de… confirma que…

- o caso seguinte pode ilustrar…

- tal é o caso de…

59
Processos da argumentação

Os três tipos de discurso mais comuns são:

O deliberativo, no qual se tenta aconselhar ou levar alguém a decidir-se


sobre um determinado comportamento;

O judiciário, em que se trata de acusar ou defender – julgando um acto


ou uma pessoa; e

O epidíctico, em que se louva ou reprova, em que se faz um elogio ou


se censura.

Apesar de serem destacados separadamente, estes tipos de discurso


quase sempre aparecem combinados num só.

Construção da argumentação

1ª fase: investigação preparatória

a) Definição precisa da tese ou teses a defender.

b) Estudo das matérias em que incide a argumentação:

- Conhecimentos das investigações e dos estudos anteriores;

- Análise dos problemas que se colocam nesse domínio e área.

c) Levantamento dos argumentos que hão-de permitir sustentar as


teses a defender.

d) Reconhecimento da objecções que se opõem à(s) tese(s) a defender,


e que terão de ser refutadas.

e) Investigação dos contra-argumentos que hão-de apresentar contra


possíveis objecções.

2ª fase : arquitectura do plano de redacção/ exposição

a) Reflexão sobre a estrutura de exposição/argumentação que


mais se ajusta a matéria.

b) Clarificação da estratégia argumentativa que melhor se


adapta ao público alvo.

- Discutir, por exemplo, se é mais conveniente começar por


enunciar a tese a defender e apresentar os argumentos em seu

60
favor e só depois proceder a refutação das teses alternativas e
respectiva argumentação;

ou se é preferível proceder exactamente na ordem inversa.

- Discutir, por exemplo, a ordenação dos argumentos em função


da importância que se lhe atribui: segundo uma ordem ascendente ou
segundo uma ordem descendente.

c) Elaboração definitiva do plano a que vai obedecer a


redacção ou exposição.

3ª fase: redacção / exposição

a) Clarificação da linguagem que mais se ajusta ao


público-alvo.

b) Redigir/falar com correcção sintáctica.

c) Apresentar de forma clara, precisa e concisa sobretudo as


ideias mais importantes.

d) Prestar atenção particular ao bom uso dos conectores

lógico-argumentativo que hão –de articular as diversas


fases do discurso.

Sumário

A argumentação visa persuadir o leitor acerca de uma posição. Quanto


mais polémico for o assunto em questão, mais dará margem à
abordagem argumentativa. Pode ocorrer desde o início quando se
defende uma tese ou também apresentar os aspectos favoráveis e
desfavoráveis posicionando-se apenas na conclusão.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Qual é o objectivo essencial do texto expositivo-argumentativo?


2. Procura um tema seja destaque a tua comunidade e produz um
texto expositivo-argumentativo e apresente argumentos a favor
e contra a(s) tese(s) que apresenta

61
XIV: PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE NOVAS PALAVRAS

UNIDADE Temática 14.1. Introdução, processos de formação de


novas palavras.
UNIDADE Temática 14.2. Exercícios

UNIDADE Temática 14.1. Introdução, processos de formação de


novas palavras

Introdução

Nesta unidade temática iremos falar do processo de formação de novas


palavras dentro da língua portuguesa. As novas palavras são formadas
por
intermédio de derivação e composição.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Indicar os processos de formação de novas palavras na língua portuguesa;


Objectivos
específicos ▪ Produzir novas palavras a partir das primitivas.

Segundo, Jean Dubois;

Chama-se formação de palavras o conjunto processos morfo-


sintácticos que permitem a criação de unidades novas com base em
morfemas lexicais.

A língua portuguesa apresenta dois processos de formação de novas


palavras: A Composição e a Derivação

Processo de formação de palavras por composição


a) Composição- consiste em formar uma nova palavra pela união de
dois ou mais radicais. A palavra composta representa sempre uma
ideia única e autónoma, muitas vezes dissociada das noções
expressas pelos seus componentes.

Distingue-se beija-flor, palavras cujos elementos beija e flor podem

62
existir de uma forma autónoma num enunciado, de amanhecer , palavra
derivada cujo afixos –a- e ecer não tem autonomia fora de formações
derivadas.

Tipos de composição

Quanto a forma, os elementos de uma palavra composta podem estar:

- Justapostos, conservando cada qual a sua integridade:


segunda-feira, beija-flor.

- Aglutinadas, intimamente unidos, por se ter perdido a ideia de


composição, casos em que se subordinam a um único acento tónico e
sofrem perda da sua integridade silábica: pernalta (perna+alta),
aguardente (agua+ardente).

Observação:

Os compostos eruditos a nível científico e técnico é frequente a


formação de palavras a partir do emprego dos radicais de origem latina
e grega, os quais, em muitos casos, são intercalados pelos falantes
como simples prefixos ou sufixos.

Processo de formação de palavras por derivação


Consiste na composição de uma palavra de que um só dos elementos
constitutivos é susceptível de figurar de maneira autónoma num
enunciado.

Ex: refazer, comumente e bocarra.

Observe que os vocábulos refazer, comumente e bocarra podem


aparecer isoladamente num enunciado. O mesmo não acontece
com –re, -mente e -arra que se manifestam exclusivamente nas
formações derivadas. A estes designa-se afixos.

Os afixos utilizados pela derivação e que são antepostos à base são


chamados prefixos e os que são pospostos à base designam-se
sufixos.

De salientar que os prefixos raramente modificam a classe gramatical


do vocábulo a que se associam.

Ex: ligar (verbo) / desligar (verbo)

Locutor (substantivo) / Interlocutor (substantivo)

feliz (adjectivo) / infeliz (adjectivo)

63
Os sufixos têm efeito modificador à classe gramatical do elemento
base:

Ex: comum (adjectivo) comumente (advérbio de modo).

A sufixação, além do seu papel semântico e morfológico que comunga


com a prefixação, tem um papel sintáctico como acontece na
transformação da normalização.

Derivação regressiva

Chama-se regressiva a derivação que se faz sem o auxílio de sufixos,


quase sempre a partir de verbos, pela redução do elemento derivante.

Exemplo: quebrar- quebra

- atacar – ataque

- caminhar – caminho

Derivação imprópria

É um processo de enriquecimento vocabular que consiste na mudança


de classe das palavras. Se colocarmos um artigo, definido ou indefinido,
antes de qualquer palavra, ela torna-se um substantivo:

Exemplo: Todos sabem que o trabalhar é duro.

Antes de resolveres, pesa os prós e os contras.

O que mais receio é um não da tua parte.

Trabalhar (verbo), pró e contra (preposições) e não (advérbio),


passaram a substantivo pela simples presença do artigo.

Verifica-se a derivação imprópria nas seguintes passagens:

● De substantivos próprios a comuns:

Exemplo: cidade de Damasco – um tecido de damasco

Um cálice de vinho do Porto – um porto.

● De substantivos comuns a próprios:

Exemplo: pereira, coelho, rato – Pereira, Coelho, Rato.

● De substantivo a adjectivos:

burro (animal) – Todos consideravam Alípio burro.


64
● De adjectivos a substantivos:

Exemplo: a criança enjeitada – o enjeitado.

um campo circular – a segunda circular.

o comboio rápido – o rápido.

● De substantivos, verbos e adjectivos a interjeições:

A forca – saltar – bravo → forca! salta! bravo!

(subs.) (verbo) (adjectivo) (interjeições)

● De verbos a substantivos:

Jantar, prazer → o jantar, o prazer.

● De verbos a conjunções:

Querer (quer), ser (seja) → quer … quer..., seja…seja.

● De adjectivos para advérbios:

António, moço rijo → Antonio combateu rijo (rijamente).

João é alto → João fala alto (altamente).

● De particípios (presentes e perfeitos) a preposições:

Obstante (de obstar) → não bastante (apesar de) os seus erros…

Salvo (de salvar) → salvo (sem) melhor opinião…

● De particípios presentes a substantivos.

Estudante (de estudar) → o estudante

lente (de ler) → a lente.

● De particípios perfeitos a substantivos e adjectivos:

conversado (de conversar) → o conversado, conversado.

resoluto (de resolver) → o resoluto, resoluto.

Derivação Parassintética- consiste na formação de vocábulos


pela junção simultânea de prefixo e sufixo a um radical, de tal
forma que só o conjunto dos três elementos produz uma palavra
utilizável.

Ex: abotoar

65
Amanhecer

Empobrecer

Embainhar

A derivação regressiva é a redução da palavra primitiva. Nesse


processo formam-se substantivos abstractos por derivação
regressiva de formas verbais (ajuda / de ajudar);

A derivação imprópria – é a alteração de classe gramatical da


palavra primitiva ( “ o jantar” – de verbo para substantivo”, “é um
judas “ – de substantivo próprio a comum).

Além desses processos, a língua portuguesa também possui outros


processos para a formação de palavras:

O hibridismo são palavras existentes no nosso vocabulário, que


foram formadas através da junção de radicais pertencentes a
línguas diferentes.

Confira a seguir alguns exemplos de hibridismo na língua


portuguesa:

Alcoômetro = álcool (árabe) + metro (grego)

Burocracia = Bureau (francês) + cracia (grego)

Autoclave = auto (grego) + clave (latim)

Monocultura = mono(grego) + cultura (latim)

Psicomotor = psico (grego) + motor (latim)

As Onomatopeias - são palavra imitativas, isto é, palavras que


procuram reproduzir aproximadamente certos sons ou certos ruídos:
tique-taque, zás- trás, zunzum.

A abreviação vocabular - consiste na redução da palavra até o


limite da sua compreensão (metro, moto, pneu, extra, dr, obs).

A sigla - são palavras formadas pelas iniciais das palavras que


constituem designações sócio-politicas, comerciais, industriais, ou
de qualquer outra ordem.

Algumas siglas lêem-se letra a letra, como, por exemplo, PSP.

O neologismo – é nome dado ao processo de criação de novas


palavras, ou palavras que adquirem um novo significado.

66
Sumário

Chama-se formação de palavras o conjunto de processos morfo-


sintácticos que permitem a criação de unidades novas com base em
morfemas lexicais. A língua portuguesa apresenta dois processos de
formação de novas palavras: Composição e derivação.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Conceptualize os termos:
a) composição;
b) derivação.

3. Indique o processo de formação das palavras que se seguem:


Amoroso, amanhecer, preeminente, trinca-espinhas, Montemor,
amanhecer, automóvel, felizmente, interlocutor, interlocutor,
imperfeitamente, abotoar.

67
TEMA – XV. CLASSE DE PALAVRAS
UNIDADE Temática 15.1. Introdução, classe de palavras.
UNIDADE Temática 15.2. Exercícios

UNIDADE Temática 15.1. Introdução, classe de palavras

Introdução

Na língua portuguesa as palavras encontram-se organizadas em


diversos grupos, qual designamos por classes. Essas palavras são
classificadas de acordo com o papel que elas exercem dentro da frase.
Cada classe tem função específica na frase. Assim, qualquer vocábulo
em língua portuguesa vai ter de estar inserido em uma dessas classes
de palavras.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Identificar as classes de palavras


Objectivos
específicos

Classes de Palavras
As palavras distribuem-se em diversos grupos que se
denominam classes:
a) Substantivo - palavra variável, que designa ou dá nome a
todos os seres existentes - pessoas, objectos, animais, lugares,
sentimentos, etc.
EX: menino.
b) Adjectivo - palavra variável que atribui características aos
substantivos.
Ex: engraçado.
c) Artigo - palavra variável que sempre precede o substantivo,
tendo inclusive o poder de, colocada antes de uma palavra de
qualquer classe, transformá-la em substantivo.
Ex: a, o
d) Verbo - palavra variável que informa a acção, estado, facto ou

68
fenómeno.
Ex: andar
e) Advérbio - palavra que, relacionada ao verbo, ao adjectivo ou
mesmo a outro advérbio, modifica as circunstâncias de modo,
tempo, instrumento, origem, intensidade, lugar, etc.
Ex: já, depressa
f) Pronome - palavra variável que se refere ao substantivo ou o
substitui. Ver Pessoas do discurso.
Ex: tua, eu
g) Numeral - palavra que indica a ideia de número, quantidade.
Ex: terceiro
h) Conjunção - palavra invariável que serve de elo entre as frases
e orações.
Ex: que, e
i) Preposição - palavra invariável que faz a ligação de termos,
estabelecendo dependência entre eles.
Ex: Pista de corrida.
Ex: por
j) Interjeição - palavra ou expressão que exterioriza emoção ou
sentimento.

Ex: oh! Santo Deus!

Sumário

Na língua portuguesa as palavras são classificadas em função do papel


que desempenham na frase. Sendo assim, podemos encontrar os
seguintes classes de palavras: substantivo, verbo, pronome, interjeição,
pronome, artigo, adjectivo, numeral, conjunção, advérbio.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Quais são as classes de palavras que conhece?

a) Faça uma reflexão em torno de cada uma delas.

2. Marque a classe gramatical a que pertence a palavra destacada na


frase abaixo.
2.1 A casa em que eu morro vai ser vendida.
69
a. um pronome

b. uma locução

c. uma conjunção

d. uma preposição

70
TEMA – XVI: A LEITURA.
UNIDADE Temática 16.1. Introdução, leitura.
UNIDADE Temática 16.2. Exercícios

UNIDADE Temática 16.1. Introdução, a leitura.

Introdução

A leitura é parte fundamental no processo educacional, resultando na


construção do indivíduo. Nesta unidade pretendemos fornecer alguns
elementos básicos fundamentais para o desenvolvimento das
habilidades de leitura e compreensão textual.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Ler expressivamente um texto;


Objectivos
específicos ▪ Seleccionar o que ler

A Leitura
Para se alcançar o pleno êxito na sua carreira estudantil, não basta
apenas o facto de participar às aulas e receber as orientações com
relação aos objectivos da aprendizagem, mas é também necessário
que se façam leituras.
De acordo com Gomes (2002:57)8, o acto de ler consiste em “decifrar
símbolos de linguagem escrita para lhes conferir a correspondência
com os sons que representam”.
Do conceito de leitura acima apresentado, é possível notar que toda
actividade da aprendizagem terá o seu fulcro na leitura porque com
base nela o estudante será capaz de assimilar conteúdos a partir da
atitude de clarificar os conteúdos subjectivos.

Segundo Potts (1989:56)9


“No sentido genérico, a qualidade de uma leitura é a soma de
todos os elementos que estão presentes numa peça impressa,
que influencia o êxito que um grupo de leitores consegue com

8
Gomes A. Didáctica de Ensino da Língua Portuguesa, Vol. II, 2002
9
In Didáctica de ensino da língua portuguesa.
71
ela. O êxito é medido pela extensão em que o texto é
compreendido, a velocidade óptima é tida como interessante.”
Como se afirma na citação, o êxito da leitura é avaliado pelo grau da
compreensão do texto no processo de ensino e aprendizagem. Se os
estudantes não forem capazes de transmitir o conteúdo patente no
texto, ou seja, de mostrar que conhecimentos adquiriram ou, ainda, de
usar os conhecimentos para responder a determinadas necessidades,
então, eles não entenderam o texto. Porém, a leitura é antecedida por
uma selecção de obras que normalmente nos é apresentada pelo
docente mas se assim não suceder siga as instruções que se seguem.

Como seleccionar o que ler


É evidente que ao nos dirigirmos à biblioteca já teremos em mão um
tema relacionado com uma determinada área da aprendizagem. No
entanto, será fundamental que conheçamos a organização dos livros
de estudo na biblioteca e depois que conheçamos a organização dos
próprios livros em si. Assim, é interessante trazermos a teoria de
Estanqueiro (2001:69)10 que se refere que há três técnicas entre
outras possíveis de ajudar a conhecer um livro, a descobrir o seu
interesse e a tornar mais rentável a sua utilização.
As técnicas destacadas pelo autor são: Percorrer o Índice, ler a
Introdução e folhear as páginas. Para o autor “pelo índice é possível ver
o essencial da matéria tratada. (...) Na Introdução, o autor explica as
intenções do livro, (...) Folheando o livro pode observar-se a forma
como é apresentada a matéria.”11
Na mesma perspectiva de abordagem, Ruiz (1991: 35)12, para além dos
elementos citados, acrescenta que “devemos ver o nome do autor, o
seu Curriculum, a orelha do livro, a documentação ou as citações ao pé
das páginas, a bibliografia, assim como verificar a editora, a data, a
edição e ler rapidamente o prefácio”
No processo de desenvolvimento da leitura é preciso ter em conta dois
passos que são considerados fundamentais para que se efectue uma
leitura efectivamente produtiva. Na primeira leitura, procura-se ter um
conhecimento global do texto e, na segunda, faz-se uma leitura mais
aprofundada procurando compreender e assimilar o essencial.
A primeira etapa da leitura, de acordo com Estanqueiro, pode ser
designada Ler “por Alto” e a segunda Ler “em Profundidade”. A primeira
consiste em dar uma passagem de olhos pelo seu conteúdo,
procurando ter uma visão panorâmica do terreno a explorar ou seja
uma visão geral do assunto “a Ideia Principal”. Nesta primeira leitura,

10 ESTANQUEIRO, A. Aprender a Estudar, Lisboa: Texto ed. 2001


11
ESTANQUEIRO, A, Aprender a Estudar, Lisboa: Texto ed. 2001
12
RUIZ, J. Álvaro, Metodologia Científica: Guia para eficiência nos estudos, São
Paulo: ATLAS 1991
72
pode-se fazer a leitura de alguns parágrafos (os iniciais e os do meio e
o último parágrafo).
As questões tais como:
“O Que diz o texto? Que pretende transmitir o autor?
Que explicações são fundamentadas? Os factos e os
argumentos são esclarecidos?
Concordo com a opinião do autor?
Que novidades surgem no texto?
Encontro informações úteis? Posso aplicá-las na
prática?
Que ligações tem o assunto com aquilo que já sei?”
É bom notar que um bom leitor não regista passivamente tudo aquilo o
que lê nos livros, mesmo se os autores lhe merecem toda a confiança.
O bom leitor tem de manifestar o seu espírito crítico perante todo o
conteúdo que lê, ele analisa, compreende, interpreta, compara e avalia.
Esta prática torna-se eficaz a partir do momento em que sabemos
sublinhar o essencial do texto.
O acto de sublinhar as ideias-chave do texto desperta a atenção, ajuda
a captação e facilita as revisões. Assim para sublinhar e fazer
anotações na margem do texto, o metodólogo Estanqueiro diz que é
necessário:
“Dar prioridade as definições, fórmulas, esquemas, termos
técnicos, e outras palavras ou expressões que sejam a chave
da ideia principal.
Destacar uma ou duas frases por parágrafo.
Sublinhar apenas os livros pessoais”

Por sua vez, Ruiz reforça que temos de seleccionar apenas as ideias
principais e os detalhes importantes; não devemos sublinhar por
ocasião da primeira linha, reconstruir o parágrafo a partir das palavras
sublinhadas, ler o parágrafo sublinhado com a continuidade e plenitude
de sentido de um telegrama; sublinhar com dois traços as
palavras-chave da ideia principal, e com um único traço os pormenores
importantes; assinalar com linha vertical, as margens mais
significativas e finalmente assinalar com um ponto de interrogação as
margens dos pontos a discordar.

73
Sumário

O processo de leitura pressupõe busca de informação para que o leitor


se informe é necessário que haja entendimento daquilo ele lê. Há textos
cujo o assunto é inteiramente inteligível ao leitor, como o de jornais,
revistas não especializada, etc. há outros porém, que a pessoa tenta
ler, já sabendo, sem entender completamente o seu conteúdo.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Quais são os objectivos de uma leitura?

2. Que procedimentos devem ser observados no acto de leitura?

74
TEMA – XVII: ORTOGRAFIA.
UNIDADE Temática 17.1. Introdução, ortografia
UNIDADE Temática 17.2. Exercícios

UNIDADE Temática 17.1. Introdução, ortografia

Introdução

O Desenvolvimento da capacidade de expressão escrita só será


possível com a escrita constante. Escrever bem implica também
dominar as regras, quer de ortografia quer da pontuação, por isso na
unidade seguinte trataremos da Pontuação.

Portanto, é importante que se esteja atento à correcção linguística dos


enunciados que ouvimos ou que lemos no dia-a-dia.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Conhecer as regras básicas da ortografia


Objectivos
específicos ▪ Empregar adequadamente a ortografia em diferentes palavras

Ortografia
E a parte da gramática normativa que ensina escrever correctamente
as palavras de uma língua.

Etimologicamente a ortografia deriva das palavras gregas ortho (no


alfabeto grego) que significa “correcto” e graphos que significa escrita.

Segundo Rodrigues Madeira Silva Rodé, a ortografia serve para


ensinar como escrever correctamente as palavras de uma determinada
língua, a ortografia, que também nos possibilita determinar, quando é
que estamos diante de uma língua inglesa, francês, e tantas outras.

O que torna a ortografia mais complexa é o facto de a representação


dos fonemas, em português como noutras línguas, não ser dotada de
um rigor matemático. Assim:

● A mesma letra representa, por vezes, vários sons ou fonemas, o


que se vê nos exemplos:

asa, soma, natas ( o s representa três sons diferentes);

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bola, bolar, bolo ( o o representa três sons diferentes);

cedo, mede, cose ( o e representa três sons diferentes).

● O mesmo som pode corresponder a várias letras, como mostram os


exemplos: salga, assaltar, poça

(as letras s, ss, e ç representam o mesmo som).

O facto de a mesma letra representar vários sons e de o mesmo som


poder corresponder a várias letras dificulta a escrita, o que sucede, por
exemplo, com coser e cozer.

Emprego da Maiúscula inicial

Usa-se a letra inicial maiúscula nos seguintes:

a) Nos nomes de pessoas ou antropónimos: Sebastião José de


Carvalho e Melo.

N.B: 1. As palavras Fulano, Sicrano e Beltrano escrevem-se também,


com maiúsculas, porque designa pessoas. Embora
indeterminadamente; mas quando as mesmas palavras significam
indivíduo, escrevem-se com maiúscula: um fulano qualquer.

2. Certos comuns escrevem-se com maiúscula quando substituem


o nome de uma personalidade célebre ou quando designa um
valor relevante: o Mestre (Cristo), o Épico (Camões), a
Liberdade.

3. Escrevem-se também com maiúsculas os nomes de coisas ou


animais celebrizados: Penedo da Saudade (Coimbra),
Rocinante (nome de cavalo de D. Quixote).

b) Nos cognomes

D. Sancho, o povoador, D. Dinis, o lavrador;

D. Fernando, o formoso, Pedro-o-Grande.

b) Nos nomes geográficos de continentes, países,


províncias, cidades, vilas, lugares, serras, rios, e
planícies:

Europa, Portugal, Ribatejo, Lisboa, Arraiolos, Montargil,


serra da Estrela, Tejo, Pampa ( planície da Argentina).

N.B: Escrevem-se, porém, com minúscula os nomes que os


acompanham, designando os acidentes geográficos: serra
76
da Malcata, barragem de Castelo de Bode, planície do
Ribatejo.

d) Nos nomes de povos, raças ou tribos, grupos


regionais, desde que usados como substantivo.

Os Franceses, os Ribatejanos, os Índios

Mas escrevem-se com minúscula, quando usados como


adjectivo:

O intelectual francês, o homem ribatejano, os costumes


índios.

d) Nos nomes de rua, avenidas, praças, lugares públicos:

Rua dos Anjos, Avenida da República, Praça de Espanha,


Amoreiras.

e) Na primeira palavra do período:

O desgraçado Melchior arregalava os olhos miúdos, que se


embaciavam de lágrimas. Os caixotes?! Nada chegara,
nada aparecera!...

E na sua perturbação mirava pelas arcadas do pátio,


palpava na algibeira das pantalonas. Os caixotes?... Não,
não tinha caixotes!

f) Na primeira palavra de cada verso:

Alma minha gentil que te partiste

Tão cedo desta vida descontente

Repousa lá no céu eternamente

E viva eu cá na terra sempre triste

Camões

g) Na primeira palavra de uma frase começada na linha


seguinte a dois pontos:

Eis uma das regras de oiro da amizade:

77
Não nos preocuparmos se temos sido mais úteis aos amigos
do que a nós.

N.B: Tratando-se da citação de uma fase em discurso


directo,

usa-se a maiúscula mesmo que o seu começo esteja na


mesma linha dos dois pontos precedentes:

O homem gaguejou arrastadamente esta queixa: - “Há dentro


de mim um fogo que me devora!...”

h) Com os nomes de entidades, lugares e festividades


religiosas:

Deus, Virgem Maria, Santo António, Céu, Paraíso, Natal,


Páscoa, etc.

i) Com os nomes mitológicos e astronómicos:

Sol, Lua, Saturno, Neptuno, Via Láctea.

J) Com os nomes de estações do ano e dos meses:

Verão, Inverno, Janeiro, Fevereiro…

N.B: Os dias da semana escrevem-se, porém, com minúsculas:


segunda-feira, sábado.

j) Nos títulos de magistrados ou dignitários da igreja:

Presidente da República, Procurador-geral da República,


Papa, Cardeal Patriarca, etc.

k) Nas expressões de tratamento:

Vossa Excelência, Sua Eminência, Sua Santidade, Vossa


Reverência.

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l) Nas formas pronominais que se referem a entidades
sagradas ou a personalidades de alta dignidade:

A Virgem Maria seguia no andor e todos A olhavam


respeitosamente.

Foi Deus que nos criou: amemo-Lo e rendamos-Lhe graças.

O Presidente da República surgiu na multidão e todos O


ovacionaram.

m) Nos nomes que designam instituições religiosas e


políticas:

Igreja, Papado, Nação, Estado.

n) Nos nomes das sedes das altas magistraturas, dos


estabelecimentos de ensino, das repartições públicas:

Palácio de Belém, Palácio de S. Bento, Supremo Tribunal


de Justiça, Faculdade de Letras, Liceu de Camões, Caixa
Geral de Depósitos, Repartição de Finanças…

o) Nos nomes de disciplinas escolares:

Matemática, Literatura Portuguesa, Geometria Descritiva,


Direito Romano.

p) Nos nomes de idades, épocas e períodos históricos, de


festas civis, de factos históricos importantes:

Idade Moderna, Renascimento, Geração de Setenta,


Carnaval, Restauração…

q) Nos títulos dos livros:

Os Lusíadas, A Cidade e as Serras, Mensagem.

79
r) Nas siglas, em que todas as letras se escrevem com
maiúsculas.

FPF, FIFA, UEFA, ONU, UNESCO….

s) Nos nomes dos pontos cardeais e colaterais:

Norte, Sul, Este, Oeste, Nordeste, Sudoeste…

Sumário

A correcção na escrita é indispensável porque para se fazer


entender é necessário que a linguagem usada e a ortografia das
palavras sejam claras e correctas.
Contudo, saber escrever é ter a ferramenta necessária para o
sucesso no contacto em toda sociedade.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

Copie as frases usando letra maiúscula onde for necessário.

o meu irmão pedro aprendeu a ler com cinco anos

a professora rosa tem um cachorro chamado oddie

são paulo é a maior cidade do brasil

o sonho do meu primo é ser um astronauta para conhecer o planeta


marte

Completa as frases seguintes com e Completa as seguintes frases com o ou


ou i u

___vasão ind___spensável sol___cionar expl___dir


ef___ciente inqu___lino c___stume sac___dir
requ___sitar ___lucidativo org___lhoso b___letim
irr___al esqu___sito búss___la us___fruto
cer___mónia embr___agado cúm___lo eng___lir
fem___nino ___parc___al mag___ado ass___biar
negoc___ar petró___o lux___oso c___rrupto
alin___ar ind___scrição suc___lento f___cinho
cand___eiro art___ficial conc___rrente p___limento
pass___ar ex___gência t___rtura tab___ada
camp___ão t___jolo ad___ecer
pr___vilégio ___difício b___zina
ass___ado p___scina tab___ada
des___quilíbrio colectân___a cúp___la
mal___ável cr___atura eng___lir

80
Completa as frases seguintes com g ou j Completa as frases seguintes com x ou
ch

tra___e reló___io me___er en___ofre


re___eitar fu___itivo co___ichar en___ido
gor___eta al___ibeira en___urrada re___ear
ferru___ento ___eito engra___ar ___adrez
su___eira in___ecção man___a de___iga
mar___inal ___irafa deslei___o fa___ada
homena___em cora___em en___ada en___ame
gen___iva barra___em mur___ar frou___o
via___em le___itimidade tre___o pu___ar
ultra___e via___ante fle___a bi___o
sar___ento ___entiliza bro___ura exdrú___ula
su___eito tra___ectória lagarti___a bre___a
pro___ecto ___irafa ve___ame dei___ar
cai___ote ___á
borra___a en___ugar

TEMA – XVIII: TEXTOS JORNALÍSTICOS.


UNIDADE Temática 18.1. Introdução, textos jornalísticos.
UNIDADE Temática 18.2. característica de linguagem
UNIDADE Temática 18.3. Estilo em textos jornalísticos

UNIDADE Temática 18.1. Introdução, textos jornalísticos,


características da sua linguagem

Introdução

Nesta unidade temática, vamos abordar o texto jornalístico,


especificamente notícia e Editorial. Um estilo de texto que exigem
sempre uma estrutura límpida e uma linguagem clara, concisa,
exigências próprias de uma voz que se apresenta como líder de opinião,
sabendo, portanto identificar e analisar factos ou problemáticas que
interessam a opinião pública.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Definir textos jornalísticos;


Objectivos
específicos ▪ Caracterizar a sua linguagem;

▪ Identificar o estilo de textos jornalísticos.

81
Textos jornalísticos
São aqueles que geralmente, constituem o corpo dos jornais. São
agrupados em três géneros: informativo (tipos: notícia, crónica,
entrevista e reportagem); imperativo (tipos: editorial, critica,
comentário, coluna, e tribuna livre) e: ameno-literário (tipos: contos,
novelas, poemas, humor, entre outros).

Características da linguagem jornalística

Comecemos por recordar que linguagem é a designação que se atribui


ao uso de determinadas regras de um idioma, seleccionadas em função
de uma situação específica. Assim, a linguagem jornalística é
compreendida como o uso de determinadas regras do jornalismo, na
produção de textos (normalmente jornalísticos).

De modo geral, um texto predominado pela linguagem jornalística


caracteriza-se pela objectividade, clareza e precisão, que se
manifestam pelo recurso ao seguinte:

a) Nível de linguagem corrente;

b) denotação;

c) empatia;

d) convenção e arbitrariedade ( o jornalista faz as suas opções


linguística dentro dos parâmetros propostos pelo meio em que se
encontra).

e) contexto referencial;

f) função metalinguística: recurso a elementos de diversificação


da mancha gráfica ( traços, linhas, tipos de fontes); analogias (legendas,
títulos e fotos) e linguístico ( manchetes, títulos, textos);

g) metadiscurso: o discurso jornalístico refere-se a outros


discursos sociais, pelo que em relação a eles cria uma hierarquia de
vozes (discursos directo, indirecto e indirecto livre); é ético (evita o uso
de termos pejorativos) e análogo a sociedade, privilegiando valores e
costumes (avanços sociais por exemplo).

O estilo em textos jornalísticos

Compreenda-se estilo como uma ênfase (expressiva, afectiva, ou


estética) acrescentada a informação que estiver a ser veiculada, sem
que, contudo, ocorra a alteração de sentido da mesma.

Isso quer dizer que na produção de um texto usa-se a língua para


exprimir a informação na forma neutra, e estilo realça-a.

82
O estilo jornalístico realça as características globais do jornalismo como
a objectividade, a clareza e a precisão. O mesmo caracteriza-se pelo:

a) Uso de frases curtas (evita-se o uso excessivo do que já que


este acrescenta novas orações/novas informações ao mesmo
enunciado);

b) Uso de frases simples ( evita-se orações complexas);

c) Redução de intercalações excessivas (apostos, travessões,


parênteses);

d) Redução de locuções verbais com mais de dois verbos;

e) Uso da ordem directa da língua (sujeito + verbo + objecto)

f) Ausência de ambiguidades;

g) Repetição de recursos metalinguísticos, desde que


necessários à percepção e memorização das informações do
texto.

Sumário

Textos jornalísticos são aqueles que geralmente, constituem o corpo


dos jornais. São agrupados em três géneros: informativo (tipos :
notícia, crónica, entrevista e reportagem); imperativo (tipos: editorial,
critica, comentário, coluna, e tribuna livre) e: ameno- literário ( tipos:
contos, novelas, poemas, humor, entre outros).

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Diga por suas palavras, o que são textos jornalísticos.


2. Quais são as características da sua linguagem?

83
TEMA –XIX: NOTÍCIA.
UNIDADE Temática 19.1. Introdução, notícia.
UNIDADE Temática 19.2. Estrutura de notícia.
UNIDADE Temática 19.3. Exercícios

UNIDADE Temática 19.1. Introdução, notícia.

Introdução

Nesta unidade temática vamos falar de um texto jornalístico,


especificamente notícia e artigo de fundo/Editorial. Vamos tentar
compreender a estrutura destes textos e as respectivas características.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Identificar a estrutura de uma notícia e de um editorial;


Objectivos
específicos ▪ Distinguir as partes de uma notícia e de um editorial

Notícia
É um relato breve e objectivo de um facto ou acontecimento verdadeiro,
inédito e actual, de interesse geral, que se comunica a um público de
massas.

Estrutura de uma notícia

Uma notícia bem estruturada deve ser constituída por:

1. LEAD, CABEÇA ou PARÁGRAFO-GUIA – primeiro parágrafo,


no qual se resume o que aconteceu. É a parte mais importante
da notícia e o seu objectivo é não só captar a atenção do leitor,
mas ainda fornecer-lhe as informações fundamentais. Neste
parágrafo deverão ser dada respostas às seguintes perguntas
essenciais:

- Quem?

- O quê?

- Onde?
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- Quando?

2. CORPO DA NOTÍCIA – desenvolvimento, onde se faz a


descrição pormenorizada do que aconteceu. Esta segunda
parte, responde às perguntas:

- Como?

- Porquê?

Geralmente uma notícia é encabeçada por um título que deve


ser muito preciso e expressivo, para chamar a atenção do leitor.
Este título relaciona-se, habitualmente, com o que é tratado no
LEAD e pode ser acompanhado por um antetítulo ou por um
subtítulo. A técnica usada é da pirâmide invertida.

A notícia deve ainda ser: verdadeira, quer dizer, o redactor


preocupar-se-á apenas com a verdade, isto é, fiel á realidade;
interessante, ou seja, que não se perca com o acessório;
completa, o mesmo é dizer que responda às perguntas, objecto
de curiosidade por parte do público; clara, significando, como já
vimos, que apresenta um pensamento transparente, os
conceitos bem assimilados e a exposição sem dificuldades de
compreensão, ao nível da sintaxe e do vocabulário.

Estilo

A brevidade é obrigatória, significando concisão, ou seja,


densidade e não laconismo: a notícia é uma informação não
trabalhada, seca, no mais pequeno número de palavras.
Também não significa escrita telegráfica: o telegrama, simples
esqueleto, excessivamente esquemático, sem tecido muscular
nem nervoso, não tem vida.

Pode, ou não, apresentar título e as primeiras palavras são


destacadas por: itálico, tipo cheio ou maiúscula. O parágrafo
contém entre cinco e dez linhas, numa frase ou duas. Como
sugere J.-L. Martin-Largardette (1985: 76), redigir uma notícia é
interrogarmo-nos sobre o máximo que podemos retirar ao texto
de modo que, apesar de tudo, a informação permaneça
compreensível e justa, sendo um bom exercício para aprender a
sintetizar e hierarquizar os diferentes elementos de um facto.

Apresentada de uma forma neutra e impessoal, a notícia não


tem lugar para circunlóquios, comentários ou esclarecimentos
desnecessários. O dinamismo é nela marcante, permitindo
passar, quase sem transição, de um aspecto a outro, no relato
dos factos, esta é uma das razões pelas quais a sua redacção
exige um elevado grau de especialização.
85
Artigo de fundo/ Editorial – conceito

Editorial é um texto onde a direcção de um jornal ou revista


expressa publicamente a sua posição sobre algo relevante da
actualidade.

O seu objectivo principal é argumentar ao leitor para


convencê-lo a compartilhar da mesma opinião sobre o facto ou
tema em causa.

O editorial assume, todavia, um estatuto particular, na medida


em que implica a credibilidade da publicação. São as únicas
mensagens originais de um meio de comunicação e “ servem
para mudar o mundo e, em certas ocasiões, para mudar a
vida”( Luísa Santamaria, 1990: 61). Em alguns casos, o editorial
é chamado também artigo de fundo. Corresponde à posição do
jornal, isto é, de todos os responsáveis pela publicação
relativamente a notícias destacadas e consideradas mais
importantes. É um artigo, “tomando posição sobre um facto da
actualidade e comprometendo a responsabilidade moral do
jornal” (Jean-Luc Martin-Lagardette, 1987: 82).

Funções

São quatro as funções clássicas do editorial ( Luisa Santamaria,


1990: 65-66):

- explicar os factos – como aconteceram, que factores estão


neles implicados, sob que forma se manifestaram as
consequências de uma decisão governativa, etc.

- dar antecedentes – inserção dos factos no seu contexto, seu


relacionamento com outros acontecimentos, aparentemente
afastados, apresentação de um panorama mais amplo
oferecendo paralelismos que instruem e orientam o critério do
leitor;

- predizer o futuro – analisado o presente, o editorialista avança


com a previsão do passo seguinte: os acontecimentos de
amanhã, apresentados como inevitáveis à luz da experiência de
situações similares e seguindo as normas do raciocínio lógico;

- formular juízos – o editorialista é um guardião da consciência


pública. Como qualquer intelectual deve tomar partido e
defender a sua postura, formulando juízos de valor, juízos
morais sobre o que esta bem e o que esta mal no mundo,
defendendo o bem e lutando por ele.

Tipos de artigos de fundo/ editorial


86
Não há unanimidade a respeito dos tipos de editoriais, por este
texto depender da notícia de que parte. De Gregorio (Luísa
Santamaria, 1990: 66-7) e Martinez Albertos, porém, reduzem
esse número a três.

1. Editoriais polémicos – combatem-se posições contrárias e


se procura convencer pela via da argumentação;
polemiza-se com uma pessoa, com uma corrente de opinião
ou um estado geral de coisas: o procedimento normal é
desmontar as teses do adversário.

2. Editorial interpretativo – baseando-se em dados científicos,


o editorialista estuda, pormenorizadamente, os factos e as
declarações que constituem o tema, fornecendo os
elementos necessários à sua compreensão ou à formulação
de um juízo sobre eles; num segundo momento expõe a sua
posição subjectiva, isto é, as conclusões que o editorialista
considera as mais acertadas, para as quais os leitores já
ficaram orientados.

3. Editorial objectivo ou analítico – próximo do anterior expõe


os dados e os factos friamente, apontando mais explicações
que sentenças, como que evitando pronunciar-se sobre o
erro ou a verdade, o bem ou o mal dos avançados. Não são
frequentes, mas aparecem relacionados com termos não
controversos ou incipientes, sobre os quais não há opinião
formada.

Sumário

Notícia é um relato breve e objectivo de um facto ou acontecimento


verdadeiro, inédito e actual, de interesse geral, que se comunica a um
público de massas. Uma notícia é encabeçada por um título que deve
ser muito preciso e expressivo, para chamar a atenção do leitor.

Editorial é um texto jornalístico em que o conteúdo expressa a opinião


da

empresa, da direcção ou da equipa da direcção desse jornal, sobre


factos relevantes da actualidade.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-1

1. Distinga notícia do artigo do fundo/Editorial.


87
2. O editorial assume, todavia, um estatuto particular, na medida em
que implica a credibilidade da publicação.

a) Justifique a afirmação.

3. Procede o levantamento das características do artigo de


fundo/Editorial.

4. Escreva, em torno da temática Sida em Moçambique:

a) um artigo de fundo/Editorial.

5. Elabore uma notícia sobre um assunto marcante no seu bairro,


cidade, comunidade.

88
TEMA – XX: RELAÇÕES LEXICAIS.
UNIDADE Temática 20.1.Introdução, relações lexicais.
UNIDADE Temática 20.2. Exercícios

UNIDADE Temática 20.1. Introdução, relações lexicais.

Introdução

Nesta unidade procuramos falar das relações lexicais com maior


enfoque para a sinonímia, antónimia, heteronímia, hiponímia,
paronímia, homonímia, holonímia, meronímia, pois essas constituem
as subclasses das relações de significado e de sentido.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Identificar as relações lexicais


Objectivos
específicos

Hiperonímia
É a relação de inclusão na unidade mais geral do significado veiculado
por outra unidade – o hipónimo. É o caso da palavra rosa em relação a
flor (hiperónimo).

Hiponímia
É a relação de sentido não simétrica existente entre duas palavras e
estabelecida segundo critérios de inclusão. É assim que rosa, tulipa,
cravo, lírio, etc., estão incluídos em flor.

Homonímia
É a relação entre unidades lexicais que tem as mesmas formas gráficas
e fonética, mas significados diferentes, A homonímia compreende a
homofonia ( a mesma forma fonética, mas significados diferentes, como
acontece em segredo – nome – e segredo – forma verbal) ou as duas.

O fenómeno da homonímia acontece quando duas palavras têm uma


origem

89
etimologicamente diferente como saia (nome) e saia ( forma verbal) ou
quando a origem etimologicamente comum não permite já
compreender o laço semântico entre duas palavras. É o caso de colégio
(estabelecimento escolar) e colégio ( corpo de pessoas).

Paronímia
São muito parecidas, prestando-se a confusão, como os exemplos:
perfeito (bem feito – prefeito (vigilante do colégio).

A relação das partes com o todo, genericamente designada como


relação de meronímia/holonímia, é uma das relações
léxico-conceptuais a quem é mais difícil dar um tratamento formal. Mais
do que de uma relação, tratar-se-a de uma complexa família de
relações, como é sustentado por vários autores, quer no âmbito da
Semântica Lexical quer no âmbito da psicolinguística.

Canonicamente, e em termos informais, podemos definir a relação de


meronímia/holonímia e a sua inversa como se segue:

- A é merónimo de B se e só se A é necessariamente parte de B e B


inclui necessariamente A.

- B é holónimo de A se e só se A é merónimo de B.

Estão neste caso pétala e corola. Face à definição acima, pétala é


merónimo canónico de corola e corola holonímo canónico de pétala,
uma vez que pétala é necessariamente parte de corola e corola inclui
necessariamente pétala.

Sumário

As relações lexicais são aquelas relacionadas ao sentido proferido


pelas palavras mediante a um dado contexto linguístico, como por
exemplo, a polissemia, facto inerente ao distintos significados
atribuídos a uma palavra de acordo como contexto em que se encontra
inserida.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Apresente 3 (três) exemplos para as diferentes sub-classes das


relações lexicais.

90
TEMA – XXI: ARTIGO
UNIDADE Temática 21.1. Introdução, artigo
UNIDADE Temática 21.2. EXERCÍCIOS deste tema

UNIDADE Temática 21.1.Introdução, artigo.

Introdução

Nesta unidade temática falamos de artigo, uma das peças


fundamentais na construção frásica, pois exige a presença de outros
com o qual se associa em sintagma: um signo dependente.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Identificar os artigos numa frase;


Objectivos
específicos ▪ Produzir frases usando correctamente os artigos

O Artigo

É um conjunto signo dependente que se destina a determinar e a


identificar o ser expresso pelo nome ao qual se antepõe.

Atenda-se às duas formas:

O cão saiu do canil.

Um cão saiu do canil.

Na primeira frase, o cão é identificado individualmente pelo artigo o (é o


cão que o emissor e os receptores conhecem); na segunda frase, o cão
é identificado pelo artigo mas apenas a nível da espécie a que pertence,
não individualmente (é um cão qualquer, não conhecido
individualmente). O é artigo definido e um, artigo indefinido).

91
Definido Indefinido

Masculino Feminino Masculino Feminino

Singular O a um uma

Plural Os as uns umas

Artigo Definido e Artigo Indefinido

a) Artigo definido – identifica o ser designado pelo substantivo,


individualizando-o:

O homem saiu de casa (trata-se do homem que se conhece e não doutro).

b) Artigo indefinido – identifica o ser expresso pelo substantivo apenas a nível


de espécie, sem o individualizar:

Um homem saiu de casa (trata-se de um homem qualquer, que não se


conhece, não, porém, de um ser que não seja homem.

Funções do Artigo

Além da função fundamental, já indicada, de determinar e identificar o ser


expresso pelo nome, o artigo tem ainda outras funções exercidas
cumulativamente, como as seguintes:

● Introduz o substantivo, esclarecendo-lhe o género e o número, sobretudo


quando a terminação dificulta esse esclarecimento:

o Amazonas as amazonas

o pão a mão

um quilograma a ama

um pirata uma gravata

o docente a docente

92
Sumário

Dá –se o nome de artigo às palavras o (com as variações a, os, as) e


um (comas variações uma, uns, umas), que se antepõem aos
substantivos para indicar que se trata de um ser já conhecido pelo leitor
ou ouvinte ou um simples representante de uma dada espécie ao qual
não se fez menção anterior.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Elabore frases da sua autoria enquadrando artigos por se


estudado nesta unidade temática.

93
TEMA –XXII: TIPOS E FORMAS DE FRASE
UNIDADE Temática 22.1.Introdução, tipos e formas de frase
UNIDADE Temática 22.2. Exercícios

UNIDADE Temática 1.1. Introdução, tipos e formas de frase.

Introdução

Nesta unidade falamos de frase, um enunciado de sentido completo, ou


seja, a unidade mínima de comunicação. No nosso dia a dia
construímos várias frases quer oralmente ao longo da nossa
comunicação, quer ao nível da escrita.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Definir frase;
Objectivos
específicos ▪ Distinguir os tipos de frase;

▪ Interpretar as formas de frase.

Frase
A frase é um enunciado lógico organizado de acordo com as
regras gramaticais e com um sentido completo. A frase pode ser
constituída por uma única oração ou por várias orações.
A frase é formada por dois elementos: um nome (António) e um
verbo (brinca). Estes dois elementos estão logicamente
relacionados entre si e cada um desempenha a sua função: o
nome desempenha a função de sujeito, acerca do que se faz
uma afirmação o verbo desempenha a função de predicado,
com o qual se faz uma afirmação acerca do sujeito. Estes dois
elementos são indispensáveis para a construção de um
enunciado de sentido completo. Constituem uma oração”
(MARTINS et al, 2001: 153).

Tipos de Frase
94
.

Classificam-se as frases em diversos tipos de acordo com a


necessidade de distinguir os diversos tipos de actos que elas
permitem realizar: asserção, interrogação, exclamação, ordem.

Asserção acto de que consiste em transmitir um conteúdo na


forma declarativa. Uma asserção pode revestir um carácter
afirmativo ou negativo.

Ex: Hugo chegou de férias.

Hugo não chegou de férias.

Interrogação

A frase interrogativa é utilizada para formular uma pergunta ou


um pedido de informação ou/por um de acção. Serve a
realização de um acto ilocutório directivo.

Caracteriza-se pelo uso do modo indicativo. A interrogativa


directiva é uma frase simples. A interrogativa indirecta é
subordinada substantiva completa.

Ex1: Afinal, desde quando é proibido manifestar o desejo a um


ser semelhante?

Ex2: Como ler os sinais dos tempos à luz de Deus?

É preciso notar que, a frase do tipo interrogativo pode exprimir


um pedido de informação ou de acção, correspondendo a uma
formulação de uma certa pergunta. Com este tipo de frase,
normalmente, pretende-se que de alguma forma seja formulada
uma dada informação de que não se dispõe.
Pode-se dizer que, “no registo oral, é caracterizada por
apresentar entoação ascendente. No registo escrito, é marcada
por um ponto de interrogação, se é uma interrogativa directa, ou
por um ponto final se a interrogação é indirecta. Pode conter um
determinante, um pronome, um qualificador ou um advérbio
interrogativo. A frase interrogativa indirecta pode conter uma
oração subordinada substantiva completiva introduzida por se.

A frase interrogativa pode ainda ser classificada pelo tipo de


resposta que é esperado:

A interrogação total, quando se incide sobre todo o conteúdo da


frase, permitindo uma resposta sim/não (pede-se somente uma
confirmação);
95
Ex: Queres um chocolate? Sim. Não.

Ou pode ser interrogação Parcial, se incide apenas sobre um


dos constituintes da frase e não admite a resposta sim/não.

Ex: Quando partes?

A frase interrogativa parcial caracteriza-se pela presença de


uma palavra interrogativa. Pode começar por quem, qual,
porquê, que.

Exclamação

A frase exclamativa é utilizada para exprimir emoções e


sentimentos. Pode expressar indignação, surpresa, entusiasmo,
admiração, euforia, angústia. No registo oral, é caracterizada
por um acento de intensidade que recai sobre toda a frase ou
apenas sobre um dos seus constituintes. No registo escrito,
termina por um ponto de exclamação. Apresenta, muitas vezes,
a inversão do sujeito, além de marcas prosódicas que
evidenciam algum constituinte da frase. Pode realizar vários
actos ilocutórios. A frase exclamativa pode surgir reduzida a
uma palavra, interjeição ou onomatopeia, ou a um grupo de
palavras.

Ex: Que durma em paz!

Bendito seja Deus!

Imperativa

A frase imperativa é utilizada para expressar uma ordem: vai já


dar a notícia! Fazer um pedido: Traz-me um copo de água, por
favor; dar um conselho: Não andes à chuva! No registo oral, a
entoação é descendente e prolongada. No registo escrito, é
marcada por ponto final ou ponto de exclamação. O verbo
apresenta-se no imperativo, modo conjunto, infinito ou gerúndio.

Formas de frase

As formas de frase estão intrinsecamente ligadas com a


intenção do locutor mediante o seu interlocutor. Daí que é
possível associar ao tipo da frase (declarativo, interrogativo,
exclamativo ou imperativo) uma ou várias formas de frase:

Afirmativa/negativa a acção ou processo expressos pelo verbo podem


ser afirmados ou negados, o que se traduz pela ausência ou presença
de um advérbio de negação.
Consideremos os exemplos abaixo:
96
Forma afirmativa
O mau tempo passou.

Forma negativa
O mau tempo não passou.

A frase activa apresenta, no grupo verbal, um verbo principal transitivo


directo em que o processo se desenvolve a partir do sujeito. Tal é o
caso dos exemplos abaixo:

Exemplo 1
A mulher do rei morreu.
Exemplo 2
Um jovem artista criou este quadro.

A frase passiva integra, no grupo verbal, um verbo principal no


particípio passado e um verbo auxiliar (ser), que flexiona em pessoa e
número. O processo desenrola-se a partir do agente da passiva” (idem:
151). Tal é o caso do exemplo abaixo:

Ex1: Tudo foi feito em papéis.

Ex2:Este quadro foi criado por um jovem artista.

Em última análise, pode-se dizer que, na transformação de uma frase


da forma activa para uma frase da forma passiva, o sentido não se
altera, mas há uma mudança de função do sujeito e do complemento
directo. O complemento directo da frase activa surge como sujeito da
frase passiva; o sujeito da frase activa torna-se complemento agente da
passiva nome ou pronome predicado da proposição.

Todos os tipos de frase podem ter a forma enfática, com o qual se


confere mais expressividade ou vivacidade ao que se profere. A forma
enfática obtém-se com a introdução de expressões de realce: é que,
era que, foi que, cá, lá. A frase normal (não enfática) considera-se
neutra”. Conforme os exemplos abaixo:

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Forma neutra
Exemplo: Ele sabe o que faz.

Forma enfática
Exemplo: Ele é que sabe o que faz.

Sumário

A natureza das frases simples comporta em si, os tipos e formas de


frase. Assim, temos frase (modalidades) assertiva, interrogativa,
exclamativa e de ordem. Por outro, correlativamente as modalidades
temos as formas afirmativas ou negativa, activa ou enfática e neutra.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Elabora duas frases para cada tipo de frase, usando as


diferentes formas de frase por si aprendidas.

98
TEMA – XXIII: FORMAS DE TRATAMENTO.
UNIDADE Temática 23.1. Introdução, formas de tratamento.
UNIDADE Temática 23.2. Exercícios

UNIDADE Temática 23.1. Introdução, formas de tratamento.

Introdução

Tem sido frequente em pessoas perguntarem-se qual o pronome de


tratamento correcto que se deve empregar quando se dirige a uma
determinada figura ou individualidade pública. Os pronomes de
tratamento são palavras que exprimem o distanciamento e a
subordinação em que uma pessoa voluntariamente se põe em relação
a outra, a fim de agradá-la e desejar um bom relacionamento.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Identificar as entidades a partir das formas de tratamento;

Objectivos ▪ Definir formas de tratamento;


específicos
▪ Aplicar correctamente as formas de tratamento.

Formas de tratamento
Segundo Cunha e Cintra (2002:292), denominam-se pronomes de
tratamento certas palavras e locuções que valem por verdadeiros
pronomes pessoais como: você, o senhor, Vossa Excelência.
Embora designem a pessoa a quem se fala, isto é, a segunda
pessoa,
esses pronomes levam o verbo na terceira pessoa.
Ex: Onde é que vocês estão?
Vossa Excelência Senhor Comendador terá de perdoar.
No processo de produção de documentos institucionais ou então de
textos administrativos, somos obrigados a usar formas de tratamento
específicas referentes às entidades a que nos dirigimos.

99
Assim, convém conhecermos as seguintes formas de tratamento
referentes e as abreviaturas com que são indicadas na escrita.

Estas formas aplicam-se à 2ª pessoa, àquela com quem falamos; para


a 3ª pessoa aquela de quem falamos, usam-se as formas Sua Alteza,
Sua Eminência, etc. Mas as últimas podem empregar-se com valor das
primeiras, como expressão de máxima cerimónia, mormente quando
seguidas de aposto que contenha um título determinado por artigo.
Assim, em lugar de:

Vossa Excelência Senhor Ministro aprova a medida?

É lícito dizer-se

Sua Excelência, o Senhor Ministro, aprova a medida?

Em princípio, os pronomes de tratamento da 2ª pessoa devem


acompanhar o verbo para evitar confusão com o sujeito da terceira.

Seu irmão cantava, e você o acompanhava.

Vossa Reverência já leu este livro?

Sumário

Os pronomes de tratamento representam uma maneira indirecta de nos


dirigirmos aos nossos interlocutores. A conjugação dos pronomes é da
3ª pessoa, mas normalmente se identificam mais com a segunda, já
que se referem à pessoa com quem se fala.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Indique as formas de tratamento para as seguintes entidades:


a) Presidente da República
a) Presidente da Assembleia da República
b) Ministros do Governo
c) Funcionários graduados
d) Organizações comerciais e industriais

100
e) Arcebispos e Bispos
f) Papa
2. Utilize correctamente Vossa ou Sua, conforme a pessoa do
discurso:
a)…………………. Excelência dirigiu-se aos estudantes do ISCED.
b)…………………. Excelência participou da cerimónia da abertura do
ano lectivo do ISCED?

TEMA – XIV: DISCURSO DIRECTO, DISCURSO INDIRECTO E


INDIRECTO LIVRE
UNIDADE Temática 24.1. Introdução, discurso directo, discurso
indirecto e indirecto livre
UNIDADE Temática 24.2. Exercícios

UNIDADE Temática 24.1. Discurso directo, discurso indirecto e


indirecto livre

Introdução

Nesta unidade temática falamos das formas de tratamento que estão


directamente ligadas às formas de cortesia.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Conceptualizar os discursos directo, indirecto e indirecto livre;


Objectivos
específicos ▪ Distinguir os diferentes tipos de discursos;

▪ Usar correctamente as regras de transposição de um discurso para o outro.

O Discurso Directo
O Discurso Directo é um meio de expressão pelo qual se reproduzem
as palavras de uma personagem tal como elas as teria proferido.
Este tipo de discurso permite um contacto mais estreito entre a situação
criada e o receptor (leitor/ouvinte); actualiza e torna mais viva a
narrativa, mais espontânea, como no teatro.

101
No Discurso Directo as falas das personagens ganham em naturalidade,
não raras vezes tocadas pela emoção, que o emprego de exclamações,
interjeições, reticências, interrogações, vocativos e imperativo reforça.
É de salientar que o Discurso Directo pode aparecer sob a forma de
monólogo interior.

O Discurso Indirecto
O Discurso Indirecto é o processo pelo qual o narrador informa o leitor
acerca do que uma personagem teria dito ou pensado, sem reproduzir
exactamente as suas palavras.

Na transposição do Discurso Directo para o Indirecto, notam-se


alterações nas categorias verbais (modo, tempo, pessoa), nos
pronomes, nos determinantes e nos advérbios.

Ex: passe-me o sal (D.D)


Ele exigiu-me que passasse o sal (D.I)
Perguntou-me se eu tinha um cinzeiro e pediu-me educadamente para
lho passar.

O discurso Indirecto Livre


O discurso indirecto livre é uma espécie de compromisso entre discurso
directo e indirecto. Por um lado, é o narrador que fala (discurso
indirecto), por outro, ele usa, ao vivo, as palavras das personagens
(exclamações, entoações, e outros ingredientes expressivos próprios
do discurso directo).
Exemplo:
Ega contava com Carlos para lhe fornecer esses requintes, ali no
Ramalhete…
- Há cá um quarto para mim? Eu por ora estou no Hotel Espanhol, mas
ainda nem mesmo abri a mala…
Decerto! Havia o quarto em cima, onde ele estivera depois de deixar a
vila Balzac.

Sumário

Discurso Directo é um meio de expressão pelo qual se


reproduzem as palavras de uma personagem tal como elas as
teria proferido, o Discurso Indirecto é o processo pelo qual o
narrador informa o leitor acerca do que uma personagem teria
dito ou pensado, sem reproduzir exactamente as suas palavras.
O discurso relatado compreende 3 (três) principais tipos a saber:
discurso directo, discurso indirecto e indirecto livre.

102
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-1 (Com respostas detalhadas)


1. Estabeleça a diferença entre os discursos directo e indirecto.
2. Passe para o discurso contrário as seguintes frases:

a) A Rapariga está doente.

b) A Ana disse à mãe que tinha sono e perguntou-lhe se podia ir


para a cama mais cedo.

c) Anunciaram que amanhã haverá greve.

d) Não me venha com essa essas aldrabices-disse António..

e) Ela ordenou –lhe que se deitasse imediatamente.

f) Ela disse que na véspera tinha havido lá um grande vento.

g) Este ano não passaremos as férias em Maputo-explicou a


mãe.

h) Ó Francisco ordenou o pai traz-me cá depressa o aspirador.

103
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ADAM, J-M. Les textes: Types et prototypes. Paris, Nathan, 1992.

ALLOUCHE, V. et al. “Prise de notes” in: Pratiques discursives.


Montpellier III, 1981.

BORREGANA, António Afonso. Gramática -Língua Portuguesa. 7ªed.,


Lisboa, Texto Editora, 2000.

BRONCKART, Jean-Paul. Le Fonctionnement des Discours.


Delachaux & Niestlé, Paris.

CUNHA, C. & CINTRA, L. Breve Gramática do Português


Contemporâneo. Lisboa, Edições João Sá da Costa, 1999.

MATEUS, M. H. M. et al. Gramática da Língua Portuguesa 2ª ed.,


Lisboa, Caminho, 1989.

MAVALE, Cecília. Resumo (Apontamentos). Maputo, Universidade


Pedagógica, 1997.

ECO, Umberto. Como se faz uma tese. 15. ed. São Paulo, Editora
Perspectiva S.A., 1999.

REI, J.E. Curso de Redacção II. Porto, Porto Editora, 1995.

SERAFINI, Maria T. como se faz um trabalho escolar. Da escolha do


tema à Composição do Texto. Lisboa, Editorial Presença, 1976.

SILVA, Mendes. Português Língua viva. Lisboa, Herdeiros de Mendes


Silva e Círculo de Leitores, 1985.

SOARES, Maria Almira. Motivar para a escrita – como se faz um


resumo/como resumir apontamentos. Lisboa, 2004.

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