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Sistema de Informacao em
Sistema de Informacao em
CARLOS MORRA
FRANCISCO ALBERTO
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ANA PAULA AFONSO
CARLOS MORRA
FRANCISCO ALBERTO
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ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................................4
1.1. Objectivos....................................................................................................................................5
1.1.1. Geral....................................................................................................................................5
1.1.2. Específicos...........................................................................................................................5
1.2. Metodologia.................................................................................................................................6
2. REVISÃO DE LITERATURA............................................................................................................7
2.1. Transição epidemiológica............................................................................................................7
2.2. Transição Nutricional e Alimentar.............................................................................................10
2.2.1. Evolução das Mudança de Padrões Nutricionais e Alimentares...............................................11
2.2.2. Conceitos.................................................................................................................................13
2.3. Vigilância em Saúde..................................................................................................................15
2.3.1. Conceitos...........................................................................................................................15
2.3.2. Vigilância em saúde pública e suas funções essenciais......................................................16
2.3.3. Abrangência da vigilância..................................................................................................17
2.3.4. Características gerais dos sistemas de vigilância................................................................18
2.3.5. Critérios de identificação de prioridades............................................................................20
2.3.6. Aplicações da Vigilância Epidemiológica..........................................................................20
3. CONCLUSÃO...................................................................................................................................23
3.1. Referências bibliográficas..........................................................................................................24
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1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho de pesquisa tem como objectivo abordar acerca do sistema de
informação em saúde, transição epidemiológica, nutricional e alimentar, incluindo a vigilância
em saúde. A fim de incrementar os conhecimentos sobre a cadeira de epidemiologia, do curso de
licenciatura em nutrição.
O Sistema de Informação em Saúde é conjunto de instrumentos, normas e actividades
relacionadas entre si e que produz informação útil para a tomada de decisões na área de saúde.
Permitir que os trabalhadores de saúde e (outros) possam tomar as melhores decisões possíveis
de acordo com as suas responsabilidades.
Portanto, o SIS apoia esta acção, porque a informação recolhida ilustra as mudanças nas
condições de saúde, no estado de saúde e nas prioridades de saúde. O pessoal de saúde precisa de
um conjunto de informações para conhecer a sua área de saúde e programar, gerir e avaliar os
serviços de saúde, com destaque para: Principais problemas de saúde que afectam a população a
ser servida; Recursos disponíveis para o sector de saúde; Volume do trabalho realizado;
Qualidade desse trabalho; e Resultados do esforço dos trabalhadores da saúde.
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1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
Analisar a abordagem acerca dos sistemas de informação em saúde.
1.1.2. Específicos
Definir os conceitos de transição epidemiológica, nutricional e alimentar;
Descrever o percurso da transição epidemiológica, nutricional e alimentar;
Descrever as bases e elementos da vigilância em saúde.
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1.2. Metodologia
Para a concretização dos objectivos deste trabalho utilizou-se como metodologia a pesquisa
bibliográfica. Pois o presente trabalho de pesquisa foi de revisão de literatura. Esta pesquisa
bibliográfica assentou-se também em artigos técnicos e científicos relacionados com esta
matéria.
O tipo de pesquisa utilizado neste presente trabalho foi o descritivo (pois o que se pretende é
abordar acerca do sistema de informação em saúde).
A técnica de pesquisa adoptada neste trabalho foi a seguinte: efectuou-se uma pesquisa
bibliográfica, através da consulta de manuais, que abordam assuntos ligados à transição
epidemiológica, transição nutricional e alimentar, e o sistema de informação em saúde, fez-se
também a consulta de artigos científicos, teses, dissertações, monografias, pesquisas científicas,
explanações e definições de conceitos importantes utilizados durante a pesquisa desse trabalho, e
por outro lado foi feita a pesquisa na internet como forma de conhecer as actuais abordagens
acerca dos conceitos básicos sobre o sistema de informação em saúde.
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2. REVISÃO DE LITERATURA
Essa teoria levantada pelo autor é composta de proposições centrais, a saber: existe uma
prolongada e gradativa mudança nos padrões de mortalidade e adoecimento, sendo as doenças
infecciosas substituídas por doenças degenerativas e agravos produzidos pelo homem; nesta
transição de padrões do processo saúde-doença, as mais profundas e significativas mudanças
ocorrem nas crianças e mulheres jovens; as mudanças que caracterizam a transição
epidemiológica estão diretamente relacionadas às transições demográficas e no também no
padrão e ritmo de vida dos indivíduos, nos determinantes e nas mudanças consequentes na
população, organizados ainda em três modelos básicos de transição epidemiológica, conforme o
autor: modelo clássico ou ocidental, o modelo acelerado e o modelo contemporâneo ou
prolongado (Pereira et al, 2015).
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Uma das principais características do processo de transição epidemiológica é o aumento na
prevalência de doenças crônicas não transmissíveis, surgindo com maior impacto em países
desenvolvidos. Algumas doenças são ainda mais frequentes a partir dos 60 anos, destacando-se
as doenças osteoarticulares, hipertensão arterial sistêmica (HAS), doenças cardiovasculares,
diabetes mellitus, doenças respiratórias crônicas, doenças transmissíveis (Pereira et al, 2015).
A transição da saúde pode ser classificada em duas vertentes: uma delas contempla a
transição das condições de saúde na qual refere-se às mudanças na frequência, magnitude,
amplitude e condições de saúde, demonstradas através do número de mortes, doenças e
incapacidades. A outra diz respeito a resposta social organizada a estas condições que se
articulam e se materializam por meio dos sistemas de atenção à saúde, referindo-se a transição da
atenção sanitária, construída em grande parte pelo desenvolvimento social, econômico e
tecnológico mais abrangente (Pereira et al, 2015). O processo engloba três mudanças básicas:
Substituição das doenças transmissíveis por doenças não-transmissíveis e causas externas;
Deslocamento da carga de morbi-mortalidade dos grupos mais jovens aos grupos mais
idosos; e
Transformação de uma situação em que predomina a mortalidade para outra na qual a
morbidade é dominante.
Segundo Chaimowicz (1997) apud Schramm et al (2004), existe uma correlação direta entre
os processos de transição epidemiológica e demográfica1. A princípio, o declínio da mortalidade
concentra-se seletivamente entre as doenças infecciosas e tende a beneficiar os grupos mais
jovens da população, que passam a conviver com fatores de risco associados às doenças crônico-
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Conceitua-se transição demográfica, em termos demográficos estritos, como a passagem (transitione) de
um contexto populacional onde prevalecem altos coeficientes de mortalidade e natalidade, para outro, onde esses
coeficientes alcançam valores muito reduzidos. Esquematicamente o modelo da transição demográfica postula que
uma sociedade passa, em termos demográficos, por quatro fases ou estágios, antes de derivar uma sociedade
plenamente pós-industrial.
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degenerativas e, na medida em que cresce o número de idosos e aumenta a expectativa de vida,
as doenças não-transmissíveis tornam-se mais frequentes.
Omram (1971) apud Pontes et al (2009), propôs três grandes eras, ou estágios, para a
transição epidemiológica, apresentadas esquematicamente a seguir:
A “Era da Pestilência e da Fome”, que se estenderia até o final da Idade Média, caracterizada
por uma mortalidade elevada e flutuante, com predominância da desnutrição, das situações
relacionadas à saúde reprodutiva e das doenças infecciosas e parasitárias, em caráter
endêmico e epidêmico (às vezes pandêmico), com grande impacto na dinâmica populacional
(em termos demográficos, a fecundidade era alta, com coeficientes de natalidade em níveis
moderados ou elevados – aproximadamente 30 a 40 nascidos vivos por 1.000 habitantes),
levando a uma expectativa de vida média abaixo de 30 anos de idade;
A “Era do Declínio das Pandemias”, que se estenderia da Renascença até o início da
Revolução Industrial, caracterizada pela redução progressiva das grandes pandemias e
epidemias, apesar de as doenças infecciosas e parasitárias continuarem a ser uma das
principais causas de morte. Nesse período, houve uma melhoria geral do padrão de vida, com
um aumento da esperança de vida para 40 a 50 anos de idade, em virtude da queda
progressiva dos coeficientes de mortalidade (entretanto, o coeficiente de natalidade
permaneceu em níveis elevados — 40 por 1.000 nascidos vivos) com variações no espaço e
no tempo. Esse contexto gerou um período sustentado de crescimento populacional e de
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urbanização; até a segunda metade do século XIX, as doenças infecciosas e parasitárias e a
fome de caráter endêmico, apesar de terem reduzido em importância, mantinham-se entre os
principais problemas de saúde pública. Tal perfil epidemiológico estava relacionado com
falta de saneamento, habitações inadequadas, condições de trabalho insalubres e baixo nível
de escolaridade, propiciando condições para elevados coeficientes de mortalidade por
diarreia, varíola, peste, cólera e tuberculose, mesmo naqueles países mais industrializados.
A “Era das Doenças Degenerativas e das Provocadas pelo Homem”, que se estenderia da
Revolução Industrial até o período contemporâneo, caracterizada pela redução ou
estabilização da mortalidade em níveis baixos, pela queda relativa da importância das
doenças infecciosas e parasitárias e pelo fato de as doenças crônico-degenerativas (doenças
cardiovasculares e neoplasias) e as causas externas se tornarem cada vez mais frequentes.
Nesse período, houve uma progressiva melhoria das condições sociais da população e
ocorreu a revolução científica, com a descoberta dos agentes etiológicos, antibióticos e
vacinas. Ocorreu também uma importante queda da fecundidade que se fez acompanhar pelo
envelhecimento da população. A expectativa de vida ao nascer aumentou gradualmente,
ultrapassando os 50 anos, tendendo com o tempo para idades cada vez maiores, acima dos 70
anos.
Omran (1996) apud Oliveira (2004), propõe mais dois estágios de evolução da transição
epidemiológica em potencial:
Período do declínio da mortalidade por doenças cardiovasculares, modificações no estilo de
vida, doenças emergentes e ressurgimento de doenças;
Período de longevidade paradoxal, emergência de doenças enigmáticas e capacitação
tecnológica para a sobrevivência do inapto.
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b) Padrão alimentar e de atividade física
c) Mudanças na composição corporal e estatura dos indivíduos.
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nascidos vivos) para valores abaixo de 10%. Com base nos indicadores mais genéricos do
processo saúde-doença, descreve-se uma redução marcante da mortalidade infantil em especial
por doenças infecciosas. A base demográfica da pirâmide populacional passa a ter sua estrutura
expressivamente modificada, com a queda da mortalidade por doenças facilmente evitáveis e
curáveis, e da natalidade, prolongando-se a expectativa de vida a um ritmo que, em muitos
países, implicou ganhos médios de cinco a dez anos, em apenas uma década. Com o
prolongamento da vida, a modificação dos hábitos alimentares e a redução das atividades físicas,
a população ingressa em uma nova vertente do cenário epidemiológico.
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A representação esquemática da transição nutricional segundo modelos ainda que bem
delineados, estabelece, de fato, simplificações que impedem que se abranja, satisfatoriamente, a
realidade em suas diferentes manifestações socioambientais e culturais. É comum, em um
mesmo país e em um mesmo período, ocorrerem combinações de situações diversas e até
aparentemente conflituais. Como exemplo, o caso das anemias, que escapa das tendências
temporais dos outros problemas carenciais.
2.2.2. Conceitos
Entende-se por transição nutricional, o fenômeno no qual ocorre uma inversão nos padrões
de distribuição dos problemas nutricionais de uma dada população no tempo, ou seja, uma
mudança na magnitude e no risco atribuível de agravos associados ao padrão de determinação de
doenças atribuídas ao atraso e à modernidade (Kac e Meléndez, 2003). Essencialmente as
mudanças os padrões nutricionais das populações em transição nutricional, são determinados por
alterações na estrutura da dieta e na composição corporal dos indivíduos, resultando em
importantes modificações no perfil de saúde e nutrição.
De forma mais marcante, nos últimos anos, culminando um processo que tem início há algum
tempo, em especial nos países industrializados, a obesidade é hoje considerada uma doença
epidêmica, dada sua co-morbidade e sua influência no perfil de morbimortalidade dos diferentes
grupos populacionais. É tida como o mais importante transtorno nutricional nos países
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desenvolvidos, devido ao aumento de sua prevalência, assumindo, progressivamente (Pontes,
2009).
Neste novo perfil, a urbanização determinou uma mudança nos padrões de comportamento
alimentar que, juntamente com a redução da atividade física nas populações, vem
desempenhando importante papel (Pinheiro et al, 2004).
Ao nos referirmos aqui à transição nutricional, é preciso esclarecer que este processo não
deve ser interpretado de maneira mecânica como melhoria geral das condições de vida e, por
conseguinte, do estado nutricional da população. Estudos de amplitude evidenciam a persistência
da fome e da desnutrição como problemas importantes, bem como o crescimento da obesidade,
em especial nas camadas sociais desfavorecidas, o que também expressa má alimentação e baixo
acesso a uma dieta equilibrada (Pontes, 2009).
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O consumo de gorduras saturadas está fortemente associado à ocorrência de doença
coronariana, assim como estudos evidenciam que o consumo de gordura de origem animal está
ligado à ocorrência de câncer de cólon, próstata e mamas (Sartorelli & Franco, 2003; Queiroz,
2008). Ainda envolvendo a composição lipídica da dieta, há evidências de que a obesidade possa
se relacionar à proporção de energia proveniente de gorduras, independentemente do total
calórico da dieta (Monteiro et al, 2000; Oliveira & Fisberg, 2003; Queiroz, 2008). Por outro
lado, há igualmente evidências de que dietas ricas em legumes, verduras e frutas cítricas
encontram-se associadas à ocorrência menor de alguns tipos de câncer, como os de pulmão,
cólon, esôfago e estômago (Kag & Velasquez-Mendelez, 2003). Embora os mecanismos
subjacentes à associação não estejam completamente esclarecidos, sabe-se que essas dietas são
usualmente pobres em gordura saturada e ricas em fibras e diversas vitaminas e minerais (Kag &
Velasquez-Mendelez, 2003; Batista-Filho et al, 2008).
Consequência de novos estilos de vida impostos por um lado, pelo acesso a certos recursos e,
de outro, a má distribuição de renda, o desemprego, o confinamento resultante da violência, a
expansão do consumo de alimentos de alta densidade calórica, baixo custo e, igualmente, baixo
valor nutricional, e a propaganda de alimentos pelos meios de comunicação evidenciam que,
apesar dos esforços no setor alimentar-nutricional, há ainda a necessidade de intervenções em
diferentes níveis/setores para que se possa erradicar a fome e conter o avanço acelerado da
obesidade como problema sócio-sanitário (Pontes, 2009).
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A vigilância epidemiológica é uma das mais importantes e úteis aplicações da
epidemiologia na prática sanitária e um dos instrumentos de uso mais consagrados nesse campo,
em todo o globo, sendo considerado um importante elo entre os serviços de saúde e a pesquisa,
voltados à contínua atualização das bases científicas das estratégias de controlo de doenças
(Waldman 1991 apud Waldman, 2012).
No início dos anos 50, surge um novo conceito de vigilância em saúde, desta vez,
preocupado com o acompanhamento sistemático de doenças na comunidade, com o propósito
de oferecer bases científicas para o aprimoramento de estratégias aplicadas ao seu controle
(Langmuir 1971 apud Waldman, 2012).
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eficácia/efetividade de intervenções, acessibilidade e qualidade dos serviços de saúde e a
investigação e desenvolvimento de soluções inovadoras em saúde pública.
Num evento de pandemia pelo vírus influenza A H1N1, uma das hipóteses consideradas
foi a de que o início da disseminação do novo vírus teria ocorrido em alguma empresa de criação
intensiva de porcos. Isso porque, o confinamento de elevado número de suínos eleva o risco de
circulação do vírus influenza entre eles, por sua vez, a presença de humanos que atuam como
criadores, nesses ambientes, aumenta a probabilidade de que um desses criadores, albergando o
vírus da gripe humana, infecte-se também pelo vírus influenza suíno, criando condições
favoráveis para a recombinação dos dois vírus, resultando em uma nova estirpe que passa a
disseminar-se rapidamente na população humana, criando potencialmente uma situação de
emergência de saúde de âmbito internacional (Shinde et al 2009 apud Waldman, 2012).
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de tecnologias de saúde, doenças associadas às exposições ambientais e doenças crônicas.
Constitui também importante instrumento para identificar doenças novas, comportamentos
modificados de doenças já conhecidas, doenças que ocorrem em situações inusitadas, assim
como para o monitoramento do impacto de intervenções (Waldman, 2012).
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As características de um determinado evento adverso à saúde assim como da intervenção
necessária para o seu controle, condicionam o delineamento e a estratégia de desenvolvimento do
sistema de vigilância correspondente. Por exemplo, se o objetivo é prevenir a disseminação de
uma doença como a SARS-CoV, será indispensável que a vigilância seja global e necessário que
ela obtenha informação com agilidade e tão completa quanto possível, disseminado diariamente
as informações já analisadas, por meio de um Boletim Epidemiológico. Para tanto, deverá
identificar as fontes de informação mais adequadas e os usuários preferenciais das informações
disseminadas pelos Boletins Epidemiológicos (Nsubuga et al 2006 apud Waldman, 2012).
O uso da vigilância em um determinado sistema de saúde deverá ter uma ou mais das
seguintes finalidades (Lee et al, 2010 apud Waldman, 2012):
1. Identificar novas doenças ou eventos adversos à saúde.
2. Detectar epidemias e documentar a disseminação de doenças.
3. Estimar a magnitude da morbidade e mortalidade causadas por determinados agravos.
4. Identificar grupos e fatores de risco envolvendo a ocorrência de doenças, assim como
resíduos de fontes de infecção e de suscetíveis.
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5. Recomendar, com bases objetivas e científicas, as medidas necessárias para prevenir ou
controlar a ocorrência de específicos agravos à saúde.
6. Avaliar o impacto de medidas de intervenção e a adequação das táticas e estratégias
aplicadas.
7. Revisar práticas antigas e atuais de sistemas de vigilância com o objetivo de propor novos
instrumentos metodológicos.
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A. Vigilância de Doenças Infecciosas
As doenças infecciosas constituem não só a área de aplicação mais tradicional da vigilância,
mas também aquela em que o seu uso se faz de maneira mais extensa e diversificada, em virtude
de algumas características de seu comportamento, que consideradas em seu conjunto justificam a
sua manutenção na agenda de prioridades em saúde pública, a despeito de, em termos relativos, a
sua magnitude ter diminuído em comparação aos demais grupos de doenças. Entre tais
características, duas merecem destaque entre as que justificam a afirmação feita no parágrafo
anterior: a sua imprevisibilidade e o potencial para criar situações de grande impacto global, seja
em termos de morbi-mortalidade com repercussões até na estrutura demográfica de países mais
vulneráveis, seja em termos econômicos (Faucci & Morens 2012 apud Waldman, 2012).
B. Farmacovigilância
A farmacovigilância é o principal instrumento disponível pela saúde pública para conhecer o
perfil de segurança das tecnologias de saúde, constituindo hoje uma das mais importantes
aplicações da vigilância em saúde (Waldman et al 2011 apud Waldman, 2012). A sua origem
está de certa forma vinculada a investigação, em 1961, de uma epidemia de uma má-formação
congênita, extremamente rara, conhecida como focomelia, que atingiu milhares de crianças em
vários países. Os resultados dessa investigação apontaram a associação dessa má-formação com
o uso da talidomida durante a gravidez (Lenz 1962 apud Waldman, 2012). A revisão dos
protocolos das pesquisas realizadas previamente a comercialização deste fármaco, revelou que os
resultados eram insuficientes para sua aprovação e, alem disso, teriam sido erroneamente
interpretados (Laporte & Tognoni 1993 apud Waldman, 2012). Esse evento determinou
mudanças significativas na regulamentação dos procedimentos para o licenciamento e
comercialização de novos medicamentos e vacinas (WHO 2002 apud Waldman, 2012).
C. Vigilância ambiental
A vigilância ambiental requer a coleta, análise e disseminação de informações sobre
exposições ambientais potencialmente de risco e desfechos. Os desfechos de saúde de interesse
podem ser tanto óbitos como doenças, as exposições ambientais potencialmente de risco
abrangem os agentes químicos, físicos e biológicos encontrados no ar, água, solo e alimentos.
Estabelecer a associação entre esses desfechos e específicas exposições ambientais
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potencialmente de risco, é um dos principais objetivos dessa aplicação da vigilância (Nsubuca et
al. 2006 apud Waldman, 2012).
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3. CONCLUSÃO
A transição nutricional refere-se a modificações no perfil nutricional da população, caracterizada
pela redução da prevalência de desnutrição e aumento da prevalência da obesidade. Em meio a
essa mudança no perfil nutricional, destaca-se como causa e consequência a transição
epidemiológica, marcada por um modelo polarizado de transição que se caracteriza pela
coexistência de doenças infecciosas e não transmissíveis. A transição nutricional pela qual a
sociedade tem passado é caracterizada por uma dieta extremamente calórica, rica em açúcares e
gorduras, e insatisfatória quanto ao aporte nutricional, revelando as consequências que uma
alimentação sem qualidade pode trazer do ponto de vista da saúde. O surgimento e/ou
agravamento de patologias como a obesidade, a desnutrição, as dislipidemias, hipertensão,
diabetes, cardiopatias, dentre outras, além da diminuição qualidade de vida da população, estão
intimamente ligadas à alimentação do indivíduo.
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3.1. Referências bibliográficas
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características. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz/Atheneu, pp. 445-460.
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